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TECNICA LEGISLATIVA

• É o conjunto de preceitos visando à adaptação da lei escrita à sua finalidade


específica, que é a direção das ações humanas, em conformidade com a
organização jurídica da sociedade.

Com a técnica legislativa, pretende-se melhorar o Direito do ponto de vista de


sua qualidade técnica, de sua coerência e de sua compreensão.

Processo evolutivo de elaboração de leis de forma a torná-las eficazes (arte de


redigir leis). Conjunto de normas, regras e procedimentos que deverão ser
observados pelos elaboradores dos atos jurídicos, visando á consolidação
desses atos.

NORMAS JURÍDICAS PRIMÁRIAS (CF ART. 59)


• Emendas à Constituição
• Leis complementares
• Leis ordinárias
• Leis delegadas
• Medidas provisórias
• Decretos legislativos
• Resoluções

REQUISITOS DAS NORMAS JURÍDICAS


• Integralidade
• Irredutibilidade
• Coerência
• Correspondência
• Realidade

INTEGRALIDADE
• A lei não deve ser lacunosa ou deficiente, dando margem à elaboração de
outras normas tendentes a superá-la, causando confusão no ordenamento
jurídico.

IRREDUTIBILIDADE
• A norma deverá expressar apenas o pertinente aos objetivos e fins a que visa,
evitando excessos legislativos e reiterações - o que poderá causar contradições
e incoerências na ordem jurídica.

COERÊNCIA
• A lei deve traduzir uma unidade de pensamento , evitando contradições lógicas
e desarmonias conceituais que poderão acarretar insegurança e arbitrariedade
na sua aplicação.

CORRESPONDÊNCIA
• A lei deverá levar em conta as demais normas que compõem o ordenamento
jurídico, de forma a integrar-se harmonicamente no ordenamento jurídico.

REALIDADE
• A lei deve levar em conta a realidade social, política e econômica que visa a
regular.
• A ocorrência de disposições irreais redundará em arbitrariedade e
irresponsabilidade legislativas, comprometendo a dignidade da legislação como
instrumento de ordenação social.

ESTRUTURA DAS LEIS


• A lei é estruturada em três partes básicas:
 – parte preliminar
 – parte normativa
 – parte final

• parte preliminar: compreende a epígrafe, a ementa, o preâmbulo, o enunciado


do objeto e a indicação do âmbito de aplicação das disposições normativas.
• parte normativa: compreende o texto das normas de conteúdo substantivo
relacionadas com a matéria regulada.
• parte final: compreende as disposições pertinentes às medidas necessárias à
implementação das normas de conteúdo substantivo, as disposições transitórias,
se for o caso, a cláusula de vigência e a cláusula de revogação, quando couber.

EPÍGRAFE

Revela a categoria normativa da disposição e sua localização no tempo.

– As emendas à Constituição Federal de 1988 têm sua numeração iniciada a


partir da promulgação da Constituição.
– As leis complementares, as leis ordinárias e as leis delegadas têm sua
numeração sequencial em continuidade às séries iniciadas em 1946.

RUBRICA OU EMENTA

Rubrica significa "terra vermelha", pois em vermelho eram grafados as letras


iniciais, os títulos e capítulos dos primeiros livros de direito civil e canônico que
foram impressos.
A rubrica ou ementa deduz os motivos e o objeto da norma.
É o resumo de uma lei.
Sua redação deve ser concisa, precisa e clara.

PREÂMBULO

O preâmbulo indicará o órgão ou instituição competente para a prática do ato e


sua base legal. "O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:"

PARTE NORMATIVA (TEXTO OU CORPO DA LEI)

O corpo da lei contém a matéria legislativa propriamente dita -- as disposições


que inovam na ordem jurídica.

CLÁUSULA DE REVOGAÇÃO

A cláusula de revogação deverá enumerar, expressamente, as leis ou


disposições legais revogadas.
É vedada a cláusula de revogação genérica: “Revogam- se as disposições em
contrário”.

FECHO DA LEI

O fecho da lei contém referência a dois acontecimentos importantes da História


brasileira:
 Declaração Da Independência
 Proclamação Da República
Brasília, 18 de novembro de 2003; 182º da Independência e 115º da República.

ASSINATURA E REFERENDA

A assinatura do Chefe de Estado é requerida para a validade do ato legislativo.


Este também deve ser referendado pelo Ministro de Estado a cuja área esteja
afeita a matéria (CF, art. 87, parágrafo único, I), o qual passa a ser co-
responsável por sua execução e observância.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Humberto Sérgio Costa Lima

ANEXOS

Se houver tabelas, gráficos, fórmulas matemáticas etc, que devam ser incluídos
no texto legal, deve-se fazer uso de um ou mais anexos (numerados), colocados
no final da lei, fazendo-se as referências necessárias ao texto desta.
ARTIGO

É a unidade básica de articulação do texto normativo.


Em sentido legal, quer dizer parte, juntura, articulação de assuntos de um ato
legislativo.
É indicado pela abreviatura "Art.", seguida de numeração ordinal até o nono (1º,
2º, 3º... 9º) e cardinal a partir deste (10, 11, 12...).
Os artigos desdobram-se em parágrafos ou em incisos; os parágrafos em
incisos, os incisos em alíneas e as alíneas em itens.

PARÁGRAFO

É a imediata subdivisão do artigo, ou disposição acessória do trecho onde figura.


Seu texto explica, restringe ou modifica a disposição principal (caput) do artigo,
ao qual se liga intimamente.
É representado pelo sinal §, seguido de numeração ordinal até o nono e cardinal
a partir deste -- exceto quando existe um só, quando deve ser escrito por extenso
(“parágrafo único”).

INCISO, ITEM E ALÍNEA

O inciso é um elemento discriminativo do artigo ou do parágrafo.


É representado por algarismos romanos, sendo particularmente útil para grandes
enumerações.
A alínea é empregada para desdobrar incisos.
É representada por letras minúsculas.
O item constitui desdobramento da alínea.
É grafado com algarismos arábicos.

A ARTICULAÇÃO DO TEXTO LEGAL (ESTRUTURAÇÃO LÓGICA DO TEMA


REGULADO)
A REDAÇÃO LEGISLATIVA

As disposições normativas serão redigidas com


• clareza
• precisão
• ordem lógica

CLAREZA
• Usar as palavras e as expressões em seu sentido comum, salvo quando a
norma versar sobre assunto técnico.

PRECISÃO
• Articular a linguagem, técnica ou comum, de modo a ensejar perfeita
compreensão do objetivo da lei
• evitar o emprego de expressão ou palavra que confira duplo sentido ao texto;

ORDEM LÓGICA
• Reunir sob as categorias de agregação - subseção, seção, capítulo, título e
livro - apenas as disposições relacionadas com o objeto da lei;

A ALTERAÇÃO DAS LEIS

A alteração da lei será feita:


– mediante reprodução integral em novo texto, quando se tratar de alteração
considerável;
– mediante revogação parcial ;
• Nos demais casos, a alteração da lei será feita por meio de substituição, no
próprio texto, do dispositivo alterado, ou acréscimo de dispositivo novo,
observadas as seguintes regras:
– é vedado o aproveitamento do número de dispositivo revogado, vetado,
declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal;
– A lei alterada deverá manter essa indicação, seguida da expressão ‘revogado’,
‘vetado’, ‘declarado inconstitucional;
– é admissível a reordenação interna das unidades em que se desdobra o artigo,
identificando-se o artigo assim modificado por alteração de redação, supressão
ou acréscimo com as letras ‘NR’ maiúsculas, entre parênteses, uma única vez
ao seu final.

ATOS NORMATIVOS

O que é um ato normativo?

Atos Normativos contêm comando geral do Executivo, visando à correta


aplicação da lei.
A essa categoria pertencem os Decretos regulamentares e os regimentos, bem
como as resoluções, deliberações e portarias. ...

Decreto regulamentar ou de execução é o que visa explicar a lei e facilitar sua


execução.

O QUE SÃO ATOS NORMATIVOS PRIMÁRIOS E


SECUNDÁRIOS?

São Atos formalmente SECUNDÁRIOS:


 Decretos DO EXECUTIVO!
 Regulamentos
 Edital
 Portarias

Os atos normativos secundários são aqueles que retiram o seu fundamento de


validade jurídica dos atos normativos primários e da Constituição, ou seja, para a sua
legalidade, ele deve estar de acordo com as leis e com o texto constitucional.

NORMAS JURÍDICAS PRIMÁRIAS (CF ART. 59)


• Emendas à Constituição
• Leis complementares
• Leis ordinárias
• Leis delegadas
• Medidas provisórias
• Decretos legislativos
• Resoluções

LEIS ORDINÁRIAS

No direito, a lei ordinária é um ato normativo primário e contém, em regra,


normas gerais e abstratas.
Embora as leis sejam definidas, normalmente, pela generalidade e abstração
("lei material"), estas contêm, não raramente, normas singulares ("lei formal" ou
"ato normativo de efeitos concretos")

LEI COMPLEMENTAR

No Direito, lei complementar é uma lei que tem, como propósito,


complementar, explicar e adicionar algo à constituição. ...

PARA QUE SERVE A LEI COMPLEMENTAR?


É a lei criada para complementar as normas constitucionais.

Deve ser aprovada por maioria absoluta, ou seja, pela maioria do total de
membros que integram a respectiva Casa Legislativa votante (Senado ou
Câmara de Deputados).
Suas hipóteses de regulamentação estão taxativamente (RESTRITAS) previstas
na Constituição Federal.

Diferença entre Lei Ordinária e Lei Complementar

A lei ordinária exige apenas maioria simples de votos para ser aceita;
Enquanto a lei complementar exige maioria absoluta.

LEI COMPLEMENTAR: exigida em matérias específicas da Constituição.

LEI ORDINÁRIA: exigida de modo residual, nos casos em que não houver a
expressa exigência de lei complementar.

Exemplificando, nota-se que há artigos da Constituição que expressamente


exigem a edição de lei complementar para tratar das matérias neles versadas.

Nos demais casos, a princípio, torna-se possível a edição de lei ordinária,


ressalvadas as hipóteses em que se exigir outro veículo normativo específico.
LEI DELEGADA

É uma lei equiparada à lei ordinária.


A competência para a sua elaboração é do Presidente da República, desde que
haja pedido e delegação expressa do Congresso Nacional.
A delegação é efetivada por resolução, na qual conste o conteúdo juntamente
com os termos do exercício desta atribuição

A lei delegada tem restrições e não pode ter como seu OBJETO, por exemplo, as
seguintes matérias:
a) atos de competência exclusiva do Congresso Nacional;
b) matéria reservada a lei complementar;
c) legislação sobre planos plurianuais;
d) diretrizes orçamentárias e orçamentos.

MEDIDA PROVISÓRIA

A Medida Provisória (MP) é um instrumento com força de lei, adotado pelo


presidente da República, em casos de relevância e urgência.
Produz efeitos imediatos, mas depende de aprovação do Congresso Nacional
para transformação definitiva em lei.
Seu prazo de vigência é de sessenta dias, prorrogáveis uma vez por igual
período.
Se não for aprovada no prazo de 45 dias, contados da sua publicação, a MP
tranca a pauta de votações da Casa em que se encontrar (Câmara ou Senado)
até que seja votada. Neste caso, a Câmara só pode votar alguns tipos de
proposição em sessão extraordinária.
Ao chegar ao Congresso Nacional, é criada uma comissão mista, formada por
deputados e senadores, para aprovar um parecer sobre a Medida Provisória.
Depois, o texto segue para o Plenário da Câmara e, em seguida, para o Plenário
do Senado.
Se a Câmara ou o Senado rejeitar a MP ou se ela perder a eficácia, os
parlamentares têm que editar um decreto legislativo para disciplinar os efeitos
jurídicos gerados durante sua vigência.
Se o conteúdo de uma Medida Provisória for alterado, ela passa a tramitar como
projeto de lei de conversão.
Depois de aprovada na Câmara e no Senado, a Medida Provisória - ou o projeto
de lei de conversão - é enviada à Presidência da República para sanção.
O presidente tem a prerrogativa de vetar o texto parcial ou integralmente, caso
discorde de eventuais alterações feitas no Congresso.
É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de MP que tenha sido
rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.

DECRETO LEGISLATIVO

Regula matérias de competência exclusiva do Congresso, tais como:


 Ratificar atos internacionais,
 Sustar atos normativos do presidente da república,
 Julgar anualmente as contas prestadas pelo chefe do governo,
 Autorizar o presidente da república e o vice-presidente a se ausentarem
do país por mais de 15 dias,
 Apreciar a concessão de emissoras de rádio e televisão, autorizar em
terras indígenas a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e
a pesquisa e lavra de recursos minerais.

DECRETO

Um decreto, em termos gerais e globais, e respeitados cada sistema jurídico, é


uma ordem emanada de uma autoridade superior ou órgão (civil, militar, leigo ou
eclesiástico) que determina o cumprimento de uma resolução.

No sistema jurídico brasileiro, os decretos são atos meramente administrativos da


competência dos chefes dos poderes
executivos (presidente, governadores e prefeitos).

Um decreto é usualmente utilizado pelo chefe do poder executivo para fazer nomeações
e regulamentações de leis (como para lhes dar cumprimento efetivo, por exemplo),
entre outras coisas.

Decreto é a forma de que se revestem dos atos individuais ou gerais, emanados dos
chefes do Poder Executivo (Presidente da República, Governador e Prefeito).

Pode subdividir-se em decreto geral e decreto individual - este a pessoa ou grupo e


aquele a pessoas que se encontram em mesma situação.
O decreto tem efeitos regulamentar ou de execução, expedido com base no artigo 84,
IV da CF, para fiel execução da lei, ou seja, o decreto detalha a lei. Não podendo ir contra
a lei ou além dela.

Existem ainda os decretos legislativos, que são atos aprovados pelo Plenário dos
legislativos – federal, estadual e municipal – sobre matéria de sua exclusiva
competência que tenham efeitos externos a eles.

PORTARIA
Portaria é, no Direito administrativo brasileiro, ato jurídico originário do Poder
Executivo, que contém ordens/instruções acerca da aplicação de leis
ou regulamentos, recomendações de caráter geral e normas sobre a execução
de serviços, a fim de esclarecer ou informar sobre atos ou eventos realizados
internamente em órgão público, tais como nomeações, demissões, medidas de
ordem disciplinar, pedidos de férias, licenças por luto, licenças para tratamento
de saúde, licença em razão de casamento (gala) de funcionários públicos, ou
qualquer outra determinação da sua competência.
A portaria é classificada como ato administrativo especial.

APOSTILA

A Apostila é um certificado de autenticidade emitido por países signatários


da Convenção da Haia, que é colocado em um documento público para atestar
sua origem (assinatura, cargo de agente público, selo ou carimbo de instituição).
Esse documento público apostilado será apresentado em outro país, também
signatário da Convenção da Haia, uma vez que a Apostila só é válida entre
países signatários.
A Apostila tem prazo de validade?

Não. A Apostila não “vence”, mas também não influi na validade dos documentos
apostilados. Por exemplo, se sua certidão possui prazo de validade, a emissão
da Apostila não a prolongará.
A que documentos a Apostila não se aplica?

A Convenção da Apostila não se aplica a documentos expedidos por agentes


diplomáticos ou consulares.
A que tipo de documento se aplica a Apostila?
Somente podem ser apostilados documentos públicos ou aqueles de natureza
particular que tenham sido previamente reconhecidos por notário ou autoridade
pública competente.
Quando a Apostila entrará em vigor no Brasil? O que muda?

Em 14 de agosto de 2016. A partir desta data, a legalização de documentos


produzidos em território nacional, com o objetivo de produzir efeitos em outro
país parte da Convenção da Apostila, será feita, exclusivamente, por meio da
Apostila.

Há um prazo para a emissão da Apostila pelo cartório?

Não. O procedimento é realizado imediatamente no cartório ou tabelionato, de


modo similar ao reconhecimento de firma ou a outros atos de expediente
notariais.
Quando necessito de uma Apostila?

A Apostila deverá ser providenciada quando você precisar apresentar algum


documento em outro país que não seja aquele no qual foi emitido.
Por exemplo, um documento brasileiro a ser apresentado na Espanha, ou um
documento espanhol a ser utilizado no Brasil.
Nesses casos, a emissão da Apostila garantirá o reconhecimento da
autenticidade da assinatura do agente público competente dotado de fé pública
ou do notário que tenha reconhecido a firma do documento no país onde foi
emitido.
Lembrando que ambos os países, de origem e de destino, devem ser signatários
da Convenção da Apostila e que o documento em questão deve ser considerado
público, no país em que foi emitido.
A Apostila nunca poderá ser utilizada para reconhecimento de documento no
país em que foi emitido.
É um certificado que se refere, exclusivamente, para o uso desses documentos
no exterior.
O que é a Convenção da Haia?

A Convenção da Haia de 05 de outubro de 1961, sobre a Eliminação da


Exigência da Legalização de Documentos Públicos Estrangeiros (também
conhecida como Convenção da Apostila) é um Tratado Internacional que visa
simplificar o processo de autenticação de documentos a serem usados no
exterior.
Foi promulgada no Brasil pelo Decreto 8.666/2016.
A partir de sua entrada em vigor, em 16 de agosto de 2016, ao invés de percorrer
toda uma cadeia de legalização, os cidadãos dos países signatários devem
recorrer a um único procedimento, que consiste na emissão da Apostila.

MODELO DE APOSTILA:

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