Você está na página 1de 13

A Batalha das Ardenas

Rechaçada as Divisões Panzer

Fracasso da ofensiva alemã


A Defesa de St. Vith

Na tarde de 17 de dezembro de 1944, o Grupamento Panzer Peiper, pertencente à 1 a Panzer SS, continuou
avançando para o Oeste. Ao escurecer, os efetivos da 1 a Panzer já se encontravam próximos da região de
Stavelot, preparando-se para desencadear novamente o ataque. Nesse ínterim, no entanto, os primeiros
elementos da 7a Divisão Blindada americana começavam a chegar a St. Vith, com a intenção de contra-
atacar, a fim de libertar os 422° e 423° Regimentos.

Por volta das nove da manhã do dia 17 de dezembro, a Divisão Panzer Lehr lançou-se ao ataque contra os
efetivos americanos que, procedendo da região de Wiltz, pretendiam reforçar a resistência de seus
camaradas. Enquanto isso, no lado americano, o 110 o Regimento, reserva da 28a Divisão, se lançava ao
combate na tentativa de conter o ataque inimigo, sendo envolvido pelos blindados alemães.

Ao entardecer, o 58o Corpo alemão continuou avançando em direção à estrada Bastogne-Houffalize, para,
dali, orientar sua penetração pelo rio Ourthe. Entrementes, o 112 o Regimento da 28a Divisão americana
começava a se retirar em direção ao sudeste de St. Vith.

A 12a Divisão Panzer SS, por sua parte, não conseguiu seu objetivo. Seus efetivos haviam errado a direção
do ataque, diminuindo, assim, suas possibilidades de êxito. As razões apresentadas foram as condições
adversas do terreno. Com efeito, os tanques alemães desapareciam praticamente na lama que cobria os
caminhos.

Os americanos, enquanto isso, colocavam em estado de alerta a 30 a Divisão, preparando-a para avançar sobre
o rio Ambleve, com a missão de defender a frente compreendida entre Malmedy e St. Vith. Essa frente se
estendia ao longo de uns quarenta quilômetros.

Enquanto isso, o 66o Corpo alemão, no afã de cercar as tropas inimigas da Schnee Eifel, começava a
preparar-se para avançar sobre St. Vith, com a missão de apoderar-se da cidade. No setor americano, no
entanto, a 7a Divisão Blindada americana dava início à organização de suas posições defensivas.

As ações dos efetivos alemães, no decorrer do dia 17, apresentaram como resultado a abertura de duas
brechas nas posições americanas: uma, ao norte, na direção do ataque da 1 a Divisão Panzer SS, de 14 km de
largura; outra, de 19 km, ficou aberta no setor dos 58o e 47o Corpos Panzer, em direção a Bastogne.

Os comandos americanos, por sua vez, houveram por bem adotar algumas medidas tendentes a neutralizar a
ameaça alemã. As 82a e 101a Divisões Aerotransportadas, que se encontravam em Reims, foram alertadas e
se prepararam para avançar até Bastogne. Elementos da 10 a Divisão Blindada, do 3o Exército americano,
foram encaminhados para o norte, a fim de cooperarem com a 4 a Divisão reforçada. Paralelamente,
garantiram algumas instalações com unidades de serviços, além de ultimarem os preparativos para o
transporte urgente de um depósito de combustível que continha mais de dois milhões de galões de gasolina.
Além disso, unidades de engenharia preparavam a dinamitação de pontes e estradas.

A 18 de dezembro, os pára-quedistas alemães, que até então se haviam mantido ocultos, evitando enfrentar
os americanos, enviaram patrulhas de reconhecimento na direção de Stavelot, Malmedy, Verviers e
Werbomont. Devidamente camuflados e evitando o combate, os soldados alemães viram desfilar diante deles
as colunas das 1a, 7a e 30a Divisões Blindadas americanas, em seu avanço para participar da batalha.

Enquanto isso, a 12a Panzer SS mantinha seu ataque à colina Elsenborn. O Grupamento Peiper, pouco depois
de clarear o dia, atacou em Stavelot, o fim de apoderar-se das pontes sobre o rio Ambleve. Conseguido seu
objetivo, prosseguiu rumo ao Oeste, em direção a Trois Ponts, onde seu avanço viu-se detido em
conseqüência da dinamitação daquela ponte. Pouco depois, as unidades seguiram sua marcha em direção ao
norte, em busca de um novo lugar para passar. Ao meio-dia, finalmente, o rio Ambleve foi transposto, um
pouco além de Stoumont, e o Grupamento Peiper, em duas colunas, avançou sobre Staumont e Werbomont.
Outra pequena fração de efetivos alemães foi, paralelamente, enviada a Spa, sendo detida em seu avanço
pelo combustível incendiado que, à maneira dos obstáculos antitanques, os americanos derramavam nos
caminhos. Naquela oportunidade, os efetivos americanos utilizaram, aproximadamente, cem mil galões de
gasolina incendiados.

O grosso do Grupamento Peiper, diante da explosão da ponte sobre o rio Ourthe, foi obrigado a deter seu
avanço, a 7 km de Werbomont.

No lado aliado, entretanto, as informações se multiplicavam, porém de modo confuso. Os comandos não se
encontravam em condições de procederem à defesa de suas frentes, por carecerem de informes precisos. Por
outro lado, ante a violenta e inesperada penetração nas linhas americanas, a desordem começou a se fazer
sentir rapidamente. Por fim, o que se deveria ater a uma retirada organizada, ameaçava converter-se em uma
desordenada fuga.

A 2a Divisão americana, entretanto, continuava resistindo sem maiores novidades, enquanto que a 1 a
distribuía seus efetivos numa linha que se estendia desde Butenbach até Malmedy. A 30 a, por sua vez,
avançava em várias colunas.

No que concerne ao 117° Regimento, que estava reforçado, seus combatentes alcançaram Stavelot a tempo
de deter as tropas blindadas inimigas, que avançavam para Francorchamps, a 10 km aproximadamente ao
norte de Stavelot. Pela manhã, os combatentes do regimento se encontravam dispostos, formando um arco na
linha Stavelot-Francorchamps-Malmedy. O 119° Regimento, dividido em dois grupamentos, avançou em
direção ao rio Ambleve, a fim de conter a penetração inimiga, alcançando Werbomont e Stoumont. As 82 a e
101a Divisões Aerotransportados iniciaram com as primeiras luzes do dia seu deslocamento para Bastogne.

Na tarde do dia 18 de dezembro, enquanto se intensificava o combate em toda a frente, as 18 a e 62a Divisões
alemãs, apoiadas por efetivos blindados, cercaram St. Vith, preparando-se para o assalto final. Os
combatentes da 7a Divisão Blindada americana, em contrapartida, se prepararam para a defesa da cidade,
contando, para isso, com a cooperação do 112 o Regimento.

A confusão reinante nas fileiras americanas fica claramente patenteada pelo seguinte fato: a 28 a Divisão só
mantinha contato, a esta altura dos acontecimentos, com um dos seus regimentos.

No comando da Panzer Lehr, seus oficiais superiores projetaram um ataque contra Bastogne, com a
finalidade de capturar a cidade. Este ataque ficaria a cargo da 2 a Divisão Panzer e da Panzer Lehr, que
atacariam do norte para o sul. O plano, todavia, não foi aprovado, dispondo-se que a 2 a Panzer seguiria seu
avanço para o oeste.

Por volta das 18h, o Grupamento Peiper deveria estabelecer-se no terreno, a fim de propiciar descanso para
seus homens. Entretanto, as unidades da 1 a Panzer SS multiplicavam seus esforços para manter aberta a
passagem em Stavelot. Ali, os americanos do 117° Regimento tentavam, desesperadamente, deter a
penetração alemã.

A 82a Aerotransportada americana, em marcha para Bastogne, obedecendo ordens superiores, viu-se desviada
de sua rota originária e enviada para Werbomont, seu novo objetivo. A 101 a, em troca, continuou rumo a
Bastogne.

A esta altura dos acontecimentos, no comando alemão ficou resolvido a não realização do ataque contra a
saliência de Aquisgrã; paralelamente, a 8 a Divisão Panzer e a 15a de Panzergrenadier se colocavam sob o
comando do Grupo de Exércitos B, a fim de intervir no combate das Ardenas. No comando supremo
americano, ao mesmo tempo, foi decidido não se efetuar o ataque do 3 o Exército americano na Alsácia, cujo
início estava previsto para 19 de dezembro. Por outra parte, o 6 o Grupo de Exércitos tomaria a seu cargo
grande parte da frente de combate do 3 o, e este, com seis divisões, atacaria desde a região de Luxemburgo, a
fim de deter a penetração inimiga. Pela manhã do dia 19 de dezembro, os efetivos do Grupamento Peiper,
com aproximadamente 70 tanques, atacaram em Stoumont as guarnições americanas do 119° Regimento,
obrigando-as a ceder terreno. E enquanto isso ocorria os americanos aniquilavam um grupamento de tropas
blindadas cercadas em Longvilly, a leste de Bastogne. Também nesses momentos os efetivos da 82 a
Aerotransportada davam início a um movimento tendente a envolver as unidades blindadas alemães, que
operavam na região de Stoumont.

Na oportunidade, teve lugar a chegada do comando do 18 o Corpo Aerotransportado a Werbomont.


Imediatamente, seus homens assumiram o comando da 82 a Divisão Aerotransportada, do 119 o Regimento e
do Grupamento Blindado B. Essas tropas, de acordo com as diretivas recebidas, se deslocariam sobre a linha
dos rios Salm e Ambleve, desde Vielsalm, ao norte.

Os efetivos alemães blindados do 18o Corpo Panzer, entretanto, avançando na direção de Celles,
estabeleceram contato com o inimigo, que o recebeu com unidades blindadas.

A Divisão Panzer Lehr, de seu lado, progrediu na direção oeste e, vencendo a resistência americana, capturou
St. Hubert, continuando seu avanço até o Mosa, na direção de Givet. Entrementes, a 26 a Divisão dava início
ao cerco de Bastogne.

No setor americano, a 3a Divisão Blindada, pelo sul da 82a Divisão Aerotransportada, lançava seus elementos
de reconhecimento até a linha Houffalize-Bastogne, tomando contato com os efetivos inimigos que
avançavam rumo ao noroeste.

Em Bastogne, encontrava-se a 101a Divisão Aerotransportada. A ela se somaram os efetivos do 705° Grupo
Antitanque, o Grupamento Blindado de Reserva e o Grupamento Blindado B. A esta altura, o comando
supremo americano resolveu:
1) 3o Corpo do 3o Exército atacaria desde Arlon em direção nordeste.
2) O 12o Corpo do mesmo exército reunir-se-ia em Luxemburgo para atacar na direção de Bonn.
3) Em Liège, finalmente, um grupo de exércitos seria reunido, permanecendo na qualidade de reserva.

Enquanto isso, as tropas pertencentes ao Grupamento Peiper, que haviam sido detidas em sua penetração
desde Stoumont, começaram a empreender a retirada. O motivo era a desfavorável conformação do terreno,
que dificultava seus movimentos. Na refrega, os americanos empregaram o batalhão de reserva do 119°
Regimento.

O Grupamento Peiper, em situação desfavorável, iniciou o combate praticamente cercado, visto que os
americanos tinham cortado as possíveis passagens das tropas alemães.

Era o dia 20 de dezembro de 1944.

E nessa data o comandante supremo aliado resolveu:


1) As tropas que combatiam ao norte da linha Givet-Prum permaneceriam sob as ordens do Marechal
Montgomery.
2) Ao sul dessa linha, o comando corresponderia ao General Bradley, comandante do 12 o Grupo de Exércitos.
No campo de batalha, entretanto, os efetivos da 82 a Aerotransportada consolidavam suas posições,
completando o cerco das forças alemães que se encontravam em Stavelot.

Os comunicados alemães, transmitidos ao comando supremo, começaram a mencionar combates confusos


entre o rio Duarthe e a Estrada Bastogne-Liège. A 12 a Divisão Panzer SS, por seu lado, não obteve êxito em
seu ataque, e as suas tentativas para capturar a colina Elsenborn resultaram realmente infrutíferas.

Os americanos, no entanto, se dispuseram à tarefa de reforçar as tropas do 18 o Corpo Aerotransportado com


outro grupamento blindado da 3a Divisão. Ao mesmo tempo, o grupamento blindado de reserva foi mantido
na retaguarda, prevendo-se o lançamento de pára-quedistas a oeste do rio Mosa.

A resistência em Bastogne, apesar de tudo, continuava. As forças americanos que defendiam a cidade
somavam 18.000 soldados. A colina Elsenborn, por sua vez, continuava em poder da 2 a Divisão,
devidamente reforçada.

O dia 21 de dezembro amanheceu debaixo de péssimos condições atmosféricas, o que repercutiu


desfavoravelmente sobre a movimentação dos blindados alemães. A neve já formava uma camada muito
espessa, o que dificultava o poder de maneabilidade dos soldados e entravava a movimentação dos veículos
até à zona de combate.

Contudo, os alemães não abandonaram a iniciativa, atacando em várias direções. A 9 a Panzer SS lançou seus
efetivos contra as unidades americanas que defendiam St. Vith, apoiando o ataque das 18 a e 62a Divisões que
cercavam a cidade. A Brigada Pessoal do Führer, por sua parte, atacou, com suas formações blindadas, entre
a 18a Divisão e a 9a Panzer SS, em direção a Rodt. As condições atmosféricas, no campo americano, também
conspiravam contra os esforços realizados para manter os efetivos em suas respectivas linhas. No entanto,
uma visão global das ações permitiria comprovar que, em conseqüência do mau tempo, as vantagens que o
mesmo proporcionava estavam para o lado americano. Efetivamente, frente a um contingente de blindados
que deveria abrir caminho por planícies cobertas de neve, os homens que permaneciam entrincheirados
usufruíam de apreciável vantagem. Quanto piores as condições atmosféricas, maiores se constituíam as
possibilidades de conter a ofensiva alemã. Em toda a frente, a luta se mantinha sem diminuir de intensidade.
A 26a Divisão continuava fustigando Bastogne. As duas divisões alemães, que lideravam o avanço Panzer,
continuavam sua marcha para o noroeste à procura do Mosa, vencendo, vez por outra, alguma resistência
inimiga. A Divisão Panzer Lehr, após sobrepujar a oposição inimiga, alcançou finalmente Rocheford. A 116 a
Panzer, entretanto, já se encontrava nas proximidades de Bastogne.

Por fim, ao cair da noite, os americanos que defendiam St. Vith se viram envolvidos pelos efetivos alemães
das 18a e 62a Divisões, que se apoderaram da cidade.

Os americanos, desalojados de suas posições originais, ocuparam outras, durante a noite, entre St. Vith e o
rio Salm. Os efetivos americanos encontravam-se praticamente esgotados, a um passo da estafa total.

22 de dezembro de 1944. A 9 a Divisão Panzer, avançando entre Malmedy e St. Vith, alcançou o rio Salm.
Parte de suas tropas, naquela oportunidade, tomaram o rumo sul, atacando Poteau, onde violentos combates
tiveram lugar nos densos bosques das Ardenas.

As 18a e 62a Divisões, após conquistar St. Vith, prosseguiram em sua marcha para o Oeste, capturando
Crombach, a sudoeste de St. Vith. Os combatentes da 2 a Divisão Panzer SS tomaram, então, a iniciativa das
ações, entre os efetivos da 62a Divisão e as tropas do 58o Corpo, avançando até o rio Mosa por Holdingen e
Cheram.

A 116a Divisão Panzer, entretanto, avançava rumo ao oeste, na tentativa de capturar Hotton, enquanto que a
2a Panzer e a Lehr seguiam lentamente sua marcha para o oeste, em direção a Celles e Siergnon,
respectivamente.

O restante do 8o Corpo americano oferecia uma ligeira resistência às tropas blindadas alemães que se
dirigiam para o oeste, com a provável intenção de cruzar o Mosa na região de Dinant.

Em Bastogne, os efetivos americanos da 101 a Divisão Aerotransportada continuavam rechaçando os


violentos ataques dos efetivos alemães. O 3 o Exército americano, enquanto isso, intensificava seus ataques na
direção de Bastogne, partindo da região de Arlon, ao tempo em que o 7 o Corpo avançava pelo noroeste até à
zona dominada, pelo inimigo.

A 23 de dezembro de 1944, os efetivos que atacavam pelo rio Salm, na região de Vielsalm, integrados pela 9 a
Divisão Panzer SS, pelas 18a e 62a Divisões e pela Brigada Pessoal do Führer, pressionaram as tropas
blindadas americanas que haviam defendido St. Vith, forçando-as à retirada para o oeste. Os americanos, em
que pese o estado de desorganização em que se encontravam, começaram a se reagrupar, a fim de assegurar o
domínio da Estrada de Manhay, no espaço compreendido entre a 82 a Divisão e a 3a Blindada.

A 2a Divisão Panzer SS, sem dar trégua, atacou imediatamente a zona de combate da 560 a Divisão, com a
finalidade de apoderar-se do cruzamento Parker. Encontraram resistência por parte da 82 a Divisão
Aerotransportada, porém, até o entardecer, os americanos já haviam abandonado a linha Manhay-Trois
Ponts. Nesse mesmo dia ocorreu um fato que decidiria, em parte, a sorte da batalha. Efetivamente, as forças
aéreas aliadas, que entre os dias 18 e 22 tinham permanecido inativas, em virtude do mau tempo, reiniciaram
seus vôos. Perto de 2.000 aparelhos foram lançados à batalha. Em Marche, os combatentes americanos da
84a Divisão, que seguiam para o sul, se chocaram violentamente com as unidades alemães da 116 a Panzer,
travando-se, na oportunidade, encarniçado combate.
A 2a Panzer, após vencer uma frágil resistência americana ao norte de Rocheford, continuou avançando para
o oeste. Pouco antes de atingir o Mosa, mas precisamente perto de Dinant, estabeleceu contato com forças
blindadas inimigas, ocasião em que a maior parte de suas tropas se viu cercada pelos setores oeste e norte. As
forças que ora cercavam os alemães integravam a 2 a Divisão Blindada; com estas últimas cooperavam os
efetivos do regimento britânico House Hold, que era uma unidade de tanques.

Em socorro da 2a Panzer, imediatamente, partiram os efetivos da 9 a Divisão Panzer e da Lehr, com o objetivo
de romper o cerco. A 9a, no entanto, atacada intensamente, teve que deter seu avanço.

Na noite do dia 23 de dezembro, o comando do Grupamento Peiper, acompanhado por 800 homens da
unidade e após abandonar todo o material, conseguiu burlar o cerco americano, reunindo-se posteriormente
com o restante da 1a Panzer SS, a leste de Trois Ponts. O material abandonado foi logo tomado pelas tropas
das 30a e 82a Divisões Aerotransportadas.

A 24 de dezembro a 9 a Divisão Panzer SS atacou o inimigo entre Trois Ponts e Manhay, obrigando os
efetivos da 7a Divisão Blindada americana a abandonarem esta última. A 82 a, por seu lado, se defendia do
ataque inimigo numa frente de 23 km.

No setor alemão, a 3a e a 15a Panzergrenadier se juntaram às forças que atacavam a colina Elsenborn e
Bastogne, respectivamente. Nesses lugares, os tropas das 2 a e 101a Divisões Aerotransportadas se defendiam
heroicamente dos ataques inimigos. Importantes formações aéreas americanas colaboravam na defesa dos
pontos citados, abastecendo suas tropas.

A 25 de dezembro, os efetivos alemães começaram a sentir a forte pressão americana. Nos combates a oeste
de Dinant foi aniquilado um forte grupamento blindado da 2 a Panzer, enquanto que a situação geral do 7o
Exército era considerada bastante difícil, ante a potência de ataque dos efetivos blindados do inimigo. Os
aviões americanos, sem darem trégua aos alemães, se mantinham na ofensiva, lançando uma média de 1.270
toneladas de bombas sobre a cidade de St. Vith.

As forças alemães que estavam nas proximidades do Mosa, a esta altura dos acontecimentos, passaram para a
defensiva. A localidade de Manhay, por sua vez, foi conquistada pelos americanos, enquanto a resistência
alemã começava a dar mostras de debilidade.

Em linhas gerais, em toda a frente, os alemães começavam a passar da ofensiva para a defensiva.

Na direção de Arlon, forças blindadas americanas, atacando violentamente, perfuraram as posições do 7 o


Exército alemão, em seu avanço sobre Bastogne. Como conseqüência, as formações do 7 o Exército viram-se
reforçadas pelas 9a e 167a Divisões. Os alemães, agindo por etapas, concentraram imediatamente seus
esforços na captura de Bastogne. Os americanos, na tentativa de impedir que a mesma se concretizasse,
introduziram na cidade um grupamento blindado da 4a Divisão Blindada do 3o Exército dos Estados Unidos,
assegurando assim a continuidade do resistência.

Desta forma, o avanço alemão pôde considerar-se paralisado. Por fim, a 27 de dezembro, no comando
supremo aliado se planejou a operação destinada a cumprir a segunda parte do plano, qual seja a da redução
do bolsão, mediante o aniquilamento do inimigo. Em linhas gerais, o plano estipulava:
1) Destacar as ações do 8 o Corpo americano em união com o 30 o Corpo britânico. O 7o Corpo americano,
constituído pelas 2a, 3a e 84a Divisões Blindadas, atacaria imediatamente em direção a Houffalize, onde
estabeleceria contato com o 8o Corpo americano.
2) O 5o Corpo americano se prepararia para atacar em direção de St. Vith.
3) O 18o Corpo Aerotransportado americano iniciaria os preparativos para o ataque na direção de Trois Ponts.
4) O 8o Corpo americano reorganizaria suas forças o fim de atacar na direção de Houffalize, onde entraria em
contato com as tropas do 7o Corpo americano, que, por sua vez, atacaria do norte.
5) O 3o Exército americano continuaria seu ataque na frente Diekirch-Bastogne.
6) Dever-se-ia procurar a solução de todos os problemas de abastecimento o mais rapidamente possível.

A 27 de dezembro de 1944, os efetivos alemães, que haviam penetrado até o oeste, se consolidavam na
resistência. Suas tropas mais avançadas se encontravam na linha geral Butenbach-sul de Malmedy-
Stoumont-Marche-Celles-oeste de Ciergnon-St. Hubert-Dierkich.. Em Bastogne, de acordo com as diretivas
recebidas, os efetivos alemães deveriam continuar o assédio, com o firme propósito de capturar a cidade.
Finalmente, a 3 de janeiro de 1945, o 7 o Corpo americano se lançou ao ataque. A 13 do mesmo mês, o 5 o
Corpo procedeu da mesma forma, a fim de cortar a penetração. Por último, a 16 de janeiro, os efetivos do 7 o
Corpo e os do 8o se encontraram em Houffalize, girando de imediato para leste com a finalidade de enfrentar
novamente a zona fortificada do oeste da Alemanha.

A 23 de janeiro, a 7a Divisão Blindada americana reconquistou o que ainda restava de St. Vith, consolidando
novamente a situação e contornando uma gravíssima ameaça que tinha sido a ofensiva através do Reno.

Na contra-ofensiva das Ardenas foram empregadas 32 divisões aliadas contra 29 alemães, incluindo grande
quantidade de tropas blindadas. As perdas de ambos os lados foram aproximadamente as seguintes: as
formações aliadas tiveram 8.607 mortos, 47.139 feridos e 21.144 desaparecidos, perfazendo um total de
baixas de 76.890 homens. Os alemães tiveram 12.652 mortos, 38.600 feridos e 30.582 desaparecidos, num
total de 81.834 baixas. As perdas em material foram as seguintes: 733 tanques aliados e 1.250 alemães. Os
alemães perderam, além disso, um total de 13.154 veículos de todos os tipos. Convém salientar que somente
a 106a Divisão americana consignou 8.000 baixas.

Os elementos principais que decidiram a chamada "Batalha do Bolsão" podem ser enumerados da seguinte
maneira: a) as condições do terreno; b) a inesperada resistência de alguns núcleos defensivos; c) as oportunas
medidas adotadas pelo comando aliado; d) a superioridade aérea evidenciada pelas potências ocidentais.

A Batalha das Ardenas pôde, por justiça, ser qualificada como batalha blindada, se se levar em conta a
elevada proporção de efetivos blindados que intervieram na mesma.

Os blindados foram empregados pelos alemães em condições bastante desvantajosas, pela dificuldade
encontrada no terreno e pela falta de apoio aéreo. O fator surpresa favoreceu inicialmente os planos alemães.

Resumindo, pode-se dizer que a sorte das ações na batalha descrita foi favorável àqueles que puderam contar
com maior número de blindados. As alternativas da batalha podem ser assim resumidas: no referente ao
lançamento de pára-quedistas alemães atrás das linhas americanas, nas Ardenas, só conseguiram produzir
uma relativa confusão na retaguarda inimiga; se a quantidade de pára-quedistas lançados fosse
consideravelmente maior, as conseqüências poderiam ter sido bem mais desastrosas, principalmente se os
lançamentos tivessem sido dirigidos para lugares-chaves, como as pontes sobre os rios Ambleve, Ourthe e
Mosa.

Os americanos, por seu lado, careciam realmente de uma adequada organização de reconhecimento
antitanque, bem como de uma organizada rede de alarme. Não fosse assim, provavelmente os alemães não
teriam podido reunir tão grande quantidade de blindados, sem que a aviação inimiga os impedisse.

O ataque mais objetivo foi desfechado pelo General Dietrich, do 1 a Panzer SS. Este general conseguiu
orientar sua penetração pelo território inimigo através dos corredores mais apropriados.

Quando da penetração do 6o Exército Panzer, observou-se que o entrosamento entre as colunas avançadas,
que deveriam abrir as primeiras cunhas, e o comando era muito deficiente. Assim, enquanto a 1 a Panzer SS
penetrou por sua brecha e alcançou com bastante rapidez o cruzamento sul de Malmedy, a 12 a Panzer SS se
mantinha encurralada na colina Elsenborn.

Sendo as Ardenas uma zona montanhosa, seus cursos de água constituem, em sua maior parte, um obstáculo
antitanque, não só por suas bordas pronunciadas, mas também, em algumas épocas, por seu caudal
volumoso.

Os Aliados exploraram devidamente estes obstáculos naturais, razão por que fizeram voar pelos ares as
pontes dos rios Ambleve e Ourthe, criando com isso sérias dificuldades para o adversário, além de ganhar
precioso tempo, o suficiente para que outras tropas interviessem na luta.

Resumindo: os exércitos blindados alemães se prevaleceram do fator surpresa, porém careceram de efetivos
aéreos que favorecessem a continuidade da luta. Os americanos, no entanto, apoiados que foram por
importantes forças aéreas, conseguiram o tempo necessário para poderem fazer uso de suas reservas,
desarticulando ao mesmo tempo as formações inimigos.
A defesa de St. Vith

"Ao início da Batalha do Bolsão, a 16 de dezembro de 1944, as localidades de Bastogne e St. Vith eram as
mais importantes, sob o ponto de visto tático, numa frente de 128 km mantida pelo 8 o Corpo de Exércitos nos
Bosques das Ardenas. A posse daquelas localidades significava o controle das estradas mais importantes, que
para lá convergiam e que, portanto, anulavam qualquer plano do inimigo. Bastogne representava um
importante centro de comunicações, sendo relevante a luta empreendida por seus defensores, os quais
deixaram escrito um brilhante capítulo na História, ao disputar com o inimigo, muito superior, a posse da
localidade. Este fato fez com que a atenção de todos se concentrasse nos acontecimentos de Bastogne,
enquanto que não despertava em seu verdadeiro valor a importância da defesa de St. Vith, efetuado por
tropas do 106a Divisão e da 7a Divisão Blindada.

"Compreendendo a importância de St. Vith para o conjunto da situação dos forças americanas, o comandante
do Corpo ordenou ao comandante da 7a Divisão Blindada que marchasse com suas tropas para a localidade,
entrando em contata com o comandante da 106 a, cujo posto de comando se encontrava instalado naquelas
imediações, a fim de apoiá-lo na defesa de tão importante entroncamento. Na oportunidade, ficou
comprovado que a ação dos blindados, embora especificamente uma arma de ataque, em certos casos,
poderia constituir-se num excelente meio de defesa". Com estas palavras, o Tenente-General Troy Middleton,
comandante do 8o Corpo na Europa, se referiu à defesa de St. Vith.

É difícil compreender como a 7 a Divisão conseguiu manter a posse de St. Vith, diante da superioridade
numérica do inimigo. O ataque alemão havia sido minuciosamente planejado. A intenção alemã era o de
golpear de surpresa a fim de dividir as tropas americanas, e, aproveitando a desorganização inevitável,
impedir o formação de novos núcleos defensivos.

No período em que as tropos americanas estiveram em St. Vith, as condições atmosféricas se constituíram
num poderoso aliado dos alemães. Além disso, para complicar ainda mais o estado de coisas, não estavam
previstos planos a fim de contornar essa emergência.

Provavelmente, a presença da 7 a Divisão Blindada em St. Vith surpreendeu os alemães, compelindo-os a


procederem mais cautelosamente.

Outro fator que motivou a lentidão do ataque alemão foi a tenacidade que caracterizou os defensores. Estes,
não satisfeitos em paralisar o antagonista, contra-atacaram em todas as ocasiões que se apresentaram
propícias.

Os defensores de St. Vith não entendiam o motivo pelo qual os alemães não empregavam mais fogo de
artilharia naquela zona. Foi somente no terceiro ou quarto dia que os alemães começaram a imitar o "fogo
concentrado americano". Indubitavelmente, contavam com a rápida captura da cidade e não desejavam
destruí-la, pois esperavam poder contar com aquele importante centro ferroviário adiantado.

A chegada da 7a Divisão a St. Vith, na tarde do dia 17, foi, sem dúvida, oportuna. A cidade só estava
defendida por algumas tropas de engenheiros, e, nestas condições, os alemães não teriam encontrado
nenhuma dificuldade no cumprimento de seus propósitos na noite deste mesmo dia.

Todos os oficiais e soldados da 7a Divisão Blindada que tiveram participação nos combates de St. Vith foram
unânimes quanto aos elogios ao 275° Grupo de Artilharia Blindada. Este grupo, pertencente às formações do
8o Corpo de Exército, sob o comando do Tenente-Coronel Clay, preferiu não recuar e continuar combatendo.
A serenidade dos oficiais e soldados do grupo causou viva admiração a todos que com eles estavam em
contato. A unidade revelou excelente instrução, cumprindo a contento suas missões de fogo. Os observadores
avançados se mantiveram em estreito contato com o comando da 7 a Divisão, empenhado na primeira linha.

Um dos momentos mais críticos da defesa de St. Vith foi vivido na noite em que os alemães conseguiram
penetrar no dispositivo, isolando parte das tropas. Estas combatiam desde o dia 17, e a tensão nervosa
produzida pela constante pressão do inimigo havia debilitado seu moral.

Assim aconteceu com o Suboficial auxiliar Ladd, do Esquadrão B do 87° Destacamento de Exploração
Mecânica. Esta subunidade ocupou uma posição com o efetivo inicial de 6 oficiais e 136 soldados, e logo
que se viu cortada pelo inimigo, na noite de 21, ficou reduzida a 46 homens, que foram conduzidos por
aquele suboficial.

Anexo
Movimentos e observação
No curso da primeira quinzena de dezembro de 1944, o mau tempo dificultou os vôos aliados de reconhecimento. O 67 o
Grupo não pôde realizar vôos nos dias 1 o, 6, 7, 9, 12 e 13 de dezembro, enquanto que os aviões do 10 o Grupo
permaneceram inativos nos dias 3, 7, 11 e 13. Sem dúvida, os informes obtidos pelos aviões de ambos os grupos, que
desempenharam missões nos dias restantes daquela quinzena (174 missões ao todo), permitiram notar um considerável
aumento da atividade inimiga, não só em ambos os flancos do 1 o Exército como também nas zonas de ataques já
desfechados.
A 3 de dezembro foram observados movimentos ferroviários a leste do Reno, desde Münster, Wessel e Dusseldorf, ao
norte, até Limburg, ao sul. O trânsito era particularmente intenso nas linhas que uniam Siegen com Colônia e esta com
Limburg. Grande parte dos carregamentos parecia consistir de tanques e veículos motorizados. Na região de Sinzig,
Coblenza e Gerolstein, os pilotos acusaram a presença de setenta e dois vagões suspeitos de transportarem o mesmo tipo
de carga. Os informes correspondentes aos dias 4 e 5 de dezembro mencionaram uma febril atividade ferroviária. A
medida que o tempo passava, podia-se observar que o centro de gravidade dos movimentos se deslocava mais e mais
para o oeste do Reno, para centros ferroviários tais como Grevenbroich, Düren, Colônia, Euskirchen, Liblar, Horrem e
Zülpich. No correr desses dias, também foram recebidos informes que mencionavam um intenso tráfego por estradas. A
3 de dezembro foram vistos de vinte a trinta caminhões com reboques avançando em direção sudoeste entre Drove e
Nideggen, ostentando insígnias americanas. No dia 4, o tráfego de veículos motorizados pareceu aumentar
consideravelmente nas estradas da região de Schmidt. O tempo impediu o trabalho das missões de reconhecimento
durante os dias 6 e 7 de dezembro. Na noite do dia 5, porém, pilotos pertencentes ao 422 o Esquadrão de Caças Noturnos
comunicaram a existência de um número desusado de luzes de pouca intensidade que avançavam por alguns caminhos,
por ambas as margens do Reno, e que se supôs pertencerem a algum comboio. Na noite de 6 para 7 de dezembro,
pilotos desse mesmo esquadrão voltaram a informar sobre a presença de muitas luzes, desta vez ao longo de um
quilômetro mais a oeste do Reno. Algumas dessas luzes pareciam seguir um caminho determinado, enquanto outras
pareciam andar a esmo.
Nos dias 8, 10, 11, 14 e 15 de dezembro, todas as missões de reconhecimento realizadas se traduziram em informes
acerca da visão de numerosos trens, ora parados, ora em movimento, em quase todas as linhas que percorriam o leste e
o oeste do Reno. Aos numerosos comunicados sobre "vagões cobertos com lonas, carregados com tanques ou
caminhões", somaram-se freqüentes informes sobre trens-hospital avistados a oeste do Reno. No dia 14 foram vistos
vários caminhões, além de uma coluna de infantes de aproximadamente duzentos metros de comprimento à margem de
um caminho próximo e Einruhr. A 15 foi notada a presença de mais de 120 veículos que progrediam rumo ao sul,
procedentes de Heimbach, além de um considerável número de caminhões que se deslocavam em direção oeste pela
floresta de Dahlem. Também aumentou o número de informes que faziam referência a lugares de carregamentos
descobertos em terrenos boscosos e a concentrações de peças antiaéreas e de artilharia em geral nas proximidades da
frente.

Ordem de batalha alemã


(16/12/44 - 5h 30min)
Grupo de Exércitos B (Model)
Brigada Führer Begleit - Brigada Führer de Granadeiros - 3a Divisão Blindada (Granadeiros).
9a e 15a Divisão Blindada (Granadeiros) - 9a Divisão Blindada (VG = Granadeiros do Povo) - 79 a Divisão Blindada
(VG)
6o Exército Blindado (Dietrich)
1o Corpo SS (Priess)
1a Divisão Blindada SS
12a Divisão Blindada SS
277a Divisão VG
12a Divisão VG
3a Divisão Aerotransportada
2o Corpo Blindado SS (Bittrich)
2a Divisão Blindada SS
9a Divisão Blindada SS
67o Corpo (Hitzfeld)
326a Divisão VG
248a Divisão VG

5o Exército Blindado (Manteuffel)


66o Grupo (Lucht)
18a Divisão VG
62a Divisão VG
58o Grupo (Krueger)
116a Divisão Blindada
560a Divisão VG
47o Grupo (von Luettvitz)
2a Divisão Blindada
Divisão Blindada (Lehr)

7o Exército (Brandenberg)
85o Corpo (Kneiss)
5a Divisão Aerotransportada
352a Divisão VG
80o Corpo (Beyer)
276a Divisão VG
212a Divisão VG
52o Corpo (Roth Kirch): Depois de 24/12 adicionadas ao 47o Grupo Blindado

Ordem de batalha aliada


(16/12/44 - 5h 30min)
Comando Supremo das Forças Expedicionárias Aliadas (Eisenhower)
4o Exército Aliado Aerotransportado - 18o Corpo. Aerotransportado (Ridgeway)

21o Grupo de Exércitos (Montgomery)


2o Exército inglês
4o Exército canadense
9o Exército americano (Simpson)
13o Corpo
102a Divisão de Infantaria (DI)
84a DI
7a Divisão Blindada (DB)
19o Corpo
29a DI
30a DI
2a DB
7o Corpo (Collins)
104a DI
9a DI
83a DI
5a DI
1a DI
3a DB

12o Grupo de Exércitos (Bradley)


4o Exército americano (Hodges)
5o Corpo (Gerow)
8a DI
78a DI
2a DI
99a DI
9a DB (posteriormente passou para o 8o Corpo)

6o Grupo de Exércitos (Devers)


7o Exército americano
4o Exército francês
3o Exército americano (Patton)
6o Corpo
26a DI
26a DB
20o Corpo
90a DI
95o DI
5a DI
10a DB
12o Corpo
35a DI
80a DI
87a DI
4a DB
8o Corpo (Middleton)
106a DI
28a DI
4a DI
9a DB

Informe do 1o Exército americano


"A eliminação da saliência de St. Vith era de grande importância para a execução da contra-ofensiva alemã no oeste.
Devido ao atraso que ali ocorreu, a ofensiva se viu adiada por três dias. Pode-se dizer que o plano alemão começou a
fracassar no segundo dia de sua execução...
"... Exatamente, pois no centro de comunicações de St. Vith, ponto de união de cinco estradas principais e de três vias
férreas, sua infantaria e as colunas de abastecimentos ficavam praticamente paralisadas. O terreno montanhoso e
acidentado das Ardenas, densamente arborizado, impedia o deslocamento para o campo adversário. As poucas colunas
que podiam mover-se tinham que progredir através de vias secundárias, estreitas, cheias de lama e de buracos,
incompatíveis com o peso dos blindados.
"O tráfego era lento em bastante trechos e as colunas constituíam excelentes alvos para a nossa artilharia e nossos
bombardeiros.
"Sem dúvida, sem a posse de St. Vith e de seus pontos periféricos, os alemães não poderiam pôr em execução a
operação Greif, tal como a haviam planejado.
"... St. Vith não somente constituiu ameaça para todo flanco norte do 5 o Exército Panzer alemão como também paralisou
o avanço do 6o Exército Panzer. Com isso se deu tempo para que as tropas não empenhadas do 1 o Exército dos Estados
Unidos se estabelecessem em novas linhas defensivas...".

"Nenhuma notícia..."
Do diário do Tenente Beam, oficial de artilharia alemão, que participou da contra-ofensiva de 16 de dezembro de 1944 e
foi capturado quando da reconquista de St. Vith, em 23 de janeiro de 1945:
"18 de dezembro de 1944
"A infantaria está próxima de St. Vith. Chegam-nos rumores de triunfo, porém os comunicados oficiais são muito
lacônicos no que diz respeito ao ataque.
"19 de dezembro de 1944
"Passam intermináveis colunas de prisioneiros; primeiro um grupo de cem logo outro de mil. Meu veículo está
enguiçado e devo andar a pé. O Feldarschall Model dirige o trânsito pessoalmente (é um homem de estatura baixa que
usa monóculo). Agora marcham os apetrechos. Os caminhos estão repletos de veículos americanos destruídos, tanques,
jipes e outros. Passa outra coluna de prisioneiros.
"20 de janeiro de 1945
"Foi ordenada a organização de uma posição de defesa em St, Vith. É a primeira vez que volto a este lugar desde o
Natal passado. A cidade está em ruínas, porém a defenderemos igualmente. Dispomos de poucas tropas e esperamos
pelo ataque. Fala-se numa pequena Stalingrado.
"Não há novas notícias. O barulho do combate se aproxima da cidade. Sobre algumas elevações pode-se ver a
infantaria. Organizo as minhas tropas para a última defesa. Corre o rumor de que os tommies já cercaram a cidade;
alguns acreditam. Nos comandos superiores pensa-se em rendição. Ah, estes homens da retaguarda! Eu não me
considero otimista nem pessimista. Durante o dia permaneceremos quietos. Completará o inimigo o cerco da cidade?
Quero muito saber o que faz Heide.
"22 de janeiro de 1945
"Nenhuma notícia durante a noite. As oito horas o inimigo deu início a uma barragem de fogo maciço. Faz exatamente
um mês que St. Vith caiu em nosso poder."
Na tarde do domingo 23 de janeiro de 1945, o Grupamento Blindado B da 7 a Divisão atacou e reconquistou St. Vith,
capturando o autor destas anotações.

Abastecimentos
As dificuldades que se apresentaram no abastecimento ficam claramente expressas nos seguintes conceitos do Tenente-
Coronel Erlenbuch:
"Mantínhamos um depósito com abastecimentos em St. Vith, que pertencia à 106 a D.I., até que suas reservas foram
consumidas (8.000 rações e 40.000 litros de gasolina). O desenvolvimento normal do abastecimento na retaguarda foi
sempre prejudicado pelo inimigo, que, com uma considerável quantidade de tropas, envolvia a localidade pelo N e pelo
S. Advém daí esta situação, pois na retaguarda de nossa divisão as tropas quase que se misturavam com o inimigo.
"Algumas instalações de abastecimentos do Corpo e do Exército estavam em nosso poder, enquanto outras, em mãos do
adversário; ou se combatia por sua posse e trocavam de mãos com freqüência, ou as desfrutamos, a fim de evitar a sua
utilização pelo inimigo.
"Os serviços da retaguarda se encontravam na região de Laroche, onde se viram, constantemente, empenhados em
combates, evitando a penetração inimiga. Assim procediam sabendo que pouca ou nenhuma ajuda poderiam receber de
outras tropas. O problema do abastecimento era somente um: fazer circular os caminhões através de um território
infestado de inimigos, à procura dos depósitos nos quais se armazenavam os elementos requeridos, e logo voltar,
percorrendo mais quilômetros sob as piores condições táticas, para entregá-los às unidades de combate necessitadas.
"Os serviços das unidades que integravam o Grupamento Blindado B foram centralizados, e as seções de manutenção
foram colocadas sob o comando do Capitão La Fountain, oficial de manutenção do Tan. 31, que organizou uma pequena
oficina. Também serviu para reparar armas e alguns outros veículos abandonados na região; os veículos imprestáveis
foram desmontados e suas peças aproveitadas. Freqüentemente na oficina se trabalhou sob o fogo da artilharia inimiga e
por vezes o seu pessoal se viu obrigado a empunhar armas, a fim de rechaçar patrulhas alemães.
"Surgiram duas oportunidades que realçaram a firme determinação e o esforço heróico que caracterizaram o pessoal dos
serviços, no cumprimento de sua missão. No primeiro caso tratava-se de uma coluna de sete caminhões do Tan. 31, que,
sob o comando de um suboficial, partiu das proximidades de Krombach, para obter gasolina em um depósito situado
perto de Samree. Não se dispunha de escolta, mas tão-somente algumas metralhadoras montadas sôbre os veículos. Para
maior proteção da coluna, na parte traseira de cada caminhão viajavam dois homens armados com fuzil automático e
pistola-metralhadora. Este pessoal havia sido recrutado entre os voluntários que se ofereceram para a missão e
pertenciam ao serviço de cozinha. A coluna marchou durante dois dias, nos quais escapou de cair em quatro emboscadas
intencionalmente preparadas pelo inimigo.
"Quando chegaram ao destino, encontraram ardendo uma parte do depósito, é, na extremidade do mesmo, um tanque
leve, pertencente ao 87o Destacamento Exploração Mecânica, combatia encarniçadamente. Sob estas condições de
urgência, foram carregados os caminhões com galões de gasolina e óleo, só se abandonando o local quando a
capacidade de carga dos veículos estava esgotada, no que aproveitaram a escuridão da noite. No dia seguinte, a pequena
coluna se chocou duas vezes com o inimigo; em um dos encontros resultou morto o suboficial que comandava a coluna,
três homens foram feridos e um caminhão ficou danificado, tendo que ser rebocado até o local de destino. Finalmente a
coluna chegou a Krombach, sob o comando do graduado mais antigo.
"O outro caso é semelhante. A coluna encontrava-se sob o comando do Sargento Trapp e constava de três caminhões do
meu batalhão e um do 23o Atiradores Blindados A defesa dos veículos estava organizada em termos de igualdade com a
coluna anterior. Este pequeno comboio tinha por missão o transporte de munição, muito necessitada, de um depósito
situado na zona de Laroche. Os inconvenientes experimentados foram praticamente os mesmos, ou seja, eles travaram
dois combates e sofreram uma baixa.
"O depósito de munição não estava protegido. Nas imediações do depósito não havia nem tropas amigas nem inimigas.
A semelhança da primeira coluna, esta regressou no dia seguinte."

Na frente
De um integrante da Companhia B, do 38o Regimento de Atiradores Blindados:
"Aproximadamente às 9 horas, o Capitão Greene partiu de seu posto de combate com a finalidade de inspecionar a
primeira linha. Logo depois de percorrer a primeira seção, dirigiu-se para a segunda. Quando se encontrava na metade
do caminho, o fogo de um canhão de 88 mm e de armas automáticas anunciou um ataque da infantaria alemã, apoiado,
pelo menos, por um tanque. Informou-se que o Capitão Greene se encontrava adiantado com uma metralhadora. Ele não
regressou. O Tenente Higgins assumiu o comando da companhia. O inimigo empreendeu um maior esforço contra as 1 a
e 2a seções da companhia. Entre as 10 e 11 horas o Tenente Jamiel e o encarregado de sua seção, Sargento Knight,
notaram que um grupo da segunda seção abandonava a posição. O tenente enviou o sargento atrás dos homens. Era o
grupo constituído pela guarnição da metralhadora da segunda seção, e seus componentes não regressaram. A ausência
deste grupo debilitou a resistência da seção, fazendo-a retroceder um pouco. As outras duas seções, no entanto,
permaneceram em seus ninhos. As tropas atacantes eram aerotransportadas e sofreram consideráveis perdas. O Tenente
Jamiel anotou cerca de trinta mortos. O tanque que os apoiava foi posto fora de combate por três tanques médios
nossos. Vários foram os assaltos que tivemos que rechaçar no período compreendido entre as 9h:50min e as 15 horas.
No resto da tarde e durante a noite não se produziram novidades..."

Combate
Os seguintes parágrafos extraídos do informe da Companhia B, do 23 o Regimento de Atiradores Blindados, dão uma
idéia da violência dos combates:
"Na sexta-feira, os pertences da companhia foram deslocados para Krombach. Nas primeiras horas da manhã, os
atiradores atravessaram o campo para ocupar uma nova posição, situada a uns 900 metros a noroeste da localidade. A
posição carecia de profundidade e sobre isso o Capitão Britton comentou: "No momento em que o inimigo penetrar
tudo estará perdido." Na passagem subterrânea da estrada de ferro, situada a 950 metros de Krombach, foi colocado um
posto avançado constituído por uma guarnição de lança-rojão e outra de metralhadora. O chefe do posto desejava minar
a passagem, porém não dispunha de minas nem de explosivos.
"O morteiro 81 mm da companhia foi colocado em Krombach, de onde sua guarnição disparara, em apenas vinte
minutos, 600 projéteis, rompendo a placa-base e obrigando-o a reparos.
"Por volta das 17 horas, fortes patrulhas inimigas começaram a avançar ao longo da estrada de ferro, enquanto alguns
tanques alemães se aproximavam da passagem subterrânea. O atirador do lança-rojão abriu fogo contra os tanques,
porém, ao ver que seus projéteis ricocheteavam na blindagem, optou pela retirada.
"O Capitão Britton se encaminhava para a linha mais adiantada ocupada por sua companhia, quando o inimigo irrompeu
violentamente na posição até então ocupada por suas tropas. Alguns homens se deslocaram para o norte, ocupando os
tanques da Companhia D. O restante da companhia retrocedeu até Krombach, onde seus veículos (semilagartas)
completaram a reserva de combustível.
"Avançada já ia a noite de sexta-feira quando teve início o deslocamento para Vielsalm. Nesse ponto a companhia se
reuniu na manhã seguinte. O Capitão Britton declarou que seus veículos transportaram o pessoal de várias unidades.
"O pessoal restante da companhia, que se encontrava mais na retaguarda quando ocorreu a penetração inimiga, recorreu
ao transporte de outras unidades. O mecânico da companhia, Robert Cutts, tinha em seu poder um aparelho de rádio, e
com ele atuou como observador avançado, facilitando, sobremodo, o ajuste de tiro da artilharia. Finalmente, o terreno
foi cedido ao inimigo, e quando os tanques abandonaram o local levaram muitos homens trepados em sua blindagem."

Mensagem
No dia 4 de janeiro de 1945 foi lido para o pessoal da 9 a Divisão Blindada a seguinte mensagem de seu comandante, o
General Robert Hasbrouck:
"Aos oficiais e soldados da 7a Divisão Blindada.
"Não podendo conversar particularmente com cada um de vocês, limito-me a fazer chegar-lhes esta mensagem com as
notícias que desejo que todos conheçam.
"Em primeiro lugar faço saber que o ataque alemão fracassou. Nossa divisão, ao disputar valentemente a importante
confluência de St. Vith, retendo-a em seu poder por mais de cinco dias, contribuiu enormemente para neutralizar os
propósitos de von Rundstedt. O General Eisenhower e nossos velhos amigos do 8 o Corpo do Exército inglês enviaram-
nos suas felicitações. Estas mensagens lhes serão lidas oportunamente.
"Em segundo lugar, comunico-lhes que estamos retomando a ofensiva. No dia 3 de janeiro, o 18 o Corpo
Aerotransportado, ao qual agora pertencemos, moveu um ataque pelo sul. Nossa divisão constitui a reserva deste corpo,
e a qualquer momento pode ser necessária a nossa intervenção para reforçar o ataque. Esta ofensiva ora iniciada pode
encurtar a guerra em muitos meses. Se as forças alemães que se encontram ao sul se virem cortadas por nossa rápida e
potente investida, o inimigo experimentará uma grande derrota.
"Naturalmente, existem obstáculos por transpor. Os alemães combaterão selvagemente para evitar a derrota. Nós
deveremos combater ainda mais selvagemente, recordando que os prisioneiros americanos foram friamente metralhados
em Stavelot e Malmedy. Pára-quedistas alemães desceram em nossa retaguarda e, utilizando nossos uniformes,
infiltraram-se em nossas linhas. Tudo exige uma constante vigilância, em qualquer lugar em que se encontrem, a fim de
evitar a espionagem e a sabotagem. Os pára-quedistas não devem causar preocupações, pois, onde quer que eles sejam
lançados, haverá sempre um conjunto de tropas para aniquilá-los.
"Poderemos encontrar um terreno pouco apropriado para os tanques, porém isso não nos afetará. Com nossa força de
vontade, preparo físico e planos adequados, deslocar-nos-emos por caminhos e trilhas até então considerados
intransponíveis, e assim surpreenderemos o inimigo.
"Por fim, e isso não é menos importante, desejo que saibam como estou orgulhoso de comandar esta divisão, que, desde
que entrou em combate, se tem conduzido magnificamente.
"Deus proteja a todos e nos traga em maio a vitória que tanto merecemos."

Somente os americanos
Do discurso pronunciado por Winston Churchill, na Câmara dos Comuns, em 18 de janeiro. de 1945:
"Alguns têm interpretado a terrível batalha que teve início a 16 de dezembro, na frente americana, como uma luta
anglo-americana. Não é assim. São as tropas dos Estados Unidos que empreendem todas as ações e sofrem todas as
baixas. Eu não vacilo nunca... em intervir a favor de nossos soldados quando suas ações sejam desconhecidas ou
omitidas... Segundo as informações de que disponho, todas as medidas tomadas para enfrentar a grande ofensiva de von
Rundstedt foram efetuadas com uma perícia e uma resolução indiscutíveis. Uma brecha foi aberta... Imediatamente, o
General Eisenhower entregou o comando ao Marechal Montgomery, ao norte da brecha, e ao General Bradley, ao sul...
Estes dois grandes chefes, de indiscutível valor, manobraram firmemente com seus exércitos de um modo tal que
podemos afirmar sem medo de errar, se converterá em um paradigma para os que venham a estudar a história militar no
futuro..."

De Churchill a Stalin
"Sinto-me infinitamente agradecido pela sua encorajadora mensagem. Acabo de transmiti-la ao General Eisenhower
para seu conhecimento particular... No Oeste, a batalha não vai tão mal. Existem muitas possibilidades de que os
"verdugos" sejam aniquilados com graves perdas. Os americanos cumprem uma parte fundamental na operação; suas
tropas têm combatido magnificamente e têm sofrido fortes baixas. Nós os temos ajudado em tudo que está ao nosso
alcance. As notícias que o senhor me enviou vão fazer parte de um grande relatório a ser enviado ao General
Eisenhower. Expressarão a segurança de que os reforços alemães foram repartidos entre as duas frentes de luta. No
Oeste, a batalha nãoo sofrerá solução de continuidade..."

Você também pode gostar