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História nove

AS GRANDES BATALHAS DA II GUERRA MUNDIAL


Batalha de Inglaterra
(agosto-outubro de 1940)

Hitler marcou a operação «Leão Marinho» (a invasão do Reino Unido pelas tropas
alemãs) para meados de agosto de 1940. O êxito do desembarque alemão nas costas
britânicas, porém, exigia a superioridade aérea germânica nos céus do Canal da Mancha e,
para que isso acontecesse, era necessário aniquilar primeiro a aviação britânica: a Royal Air
Force (RAF).
O marechal Goering, chefe da aviação alemã (a Luftwaffe), garantiu a Hitler que isso
seria feito em 8 dias. A Luftwaffe dispunha de 1500 bombardeiros (sobretudo Heinkel) e de
1300 caças (fundamentalmente Messerschmitt). Os efetivos da RAF eram inferiores, não
contando com mais de 650 caças, principalmente Hurricane e Spitfire. No entanto, as fábricas
britânicas produziam noite e dia mais e mais aparelhos.
A 15 de agosto desenrola-se o maior ataque: 2800 aviões são lançados sobre o Reino
Unido, em 5 vagas sucessivas. Os grandes objetivos alemães eram os portos, fábricas e
aeroportos britânicos. Esta pressão foi mantida até finais de setembro. Mas a RAF, auxiliada
pelo radar (uma invenção anglo-americana recente), resistiu e começou a inverter a situação:
em 3 meses, a Alemanha perdeu 2500 aviões.
A partir de outubro de 1940, para tentar quebrar a resistência britânica, Hitler ordena o
bombardeamento maciço das cidades britânicas. Todas as grandes metrópoles, desde
Londres até Newcastle, foram bombardeadas continuamente e, algumas delas, como
Coventry, completamente arrasadas. Foi o tempo do «Blitz», o tempo do bombardeamento
sistemático e impiedoso dos grandes aglomerados urbanos. A população britânica foi sujeita
a sofrimentos indescritíveis, mas o Reino Unido, dirigido pelo primeiro-ministro Winston
Churchill, encontrava forças no seu sofrimento. E a RAF, apesar da inferioridade numérica,
obrigou a Luftwaffe a recuar e Hitler a adiar sine die a operação «Leão Marinho».
A vitória dos heroicos aviadores da RAF na batalha de Inglaterra levou Churchill a
agradecer-lhes com estas palavras: «Nunca tantos deveram tanto a tão poucos!».

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Batalha de Midway
(junho de 1942)

Midway é uma pequena ilha situada a norte das Ilhas Hawai, onde os EUA tinham uma
base aérea. Os Japoneses planearam a sua ocupação e, em 4 de junho de 1942, uma
esquadra comandada pelo almirante Yamamoto lança uma poderosa ofensiva nesse sentido.
Quatro porta-aviões nipónicos enviam vagas de bombardeiros e caças sobre Midway.
Yamamoto julgava estar a fazer um ataque de surpresa, mas isso não era verdade. Os
Americanos tinham conseguido intercetar e decifrar mensagens japonesas e sabiam que a
operação ia ser desencadeada. A esquadra americana do Pacífico, comandada pelo
almirante Nimitz, estava bem preparada e aproximava-se da esquadra japonesa.
Travou-se então uma das maiores batalhas navais da II Guerra Mundial. Bombardeiros
americanos Dauntless picaram sobre os porta-aviões japoneses e afundaram três, com
centenas de homens a bordo. Embora também tivessem perdido alguns navios na batalha,
entre os quais o porta-aviões Yorktown, os EUA obtiveram uma vitória decisiva, que deu início
ao declínio naval japonês e fez infletir os destinos da guerra no Pacífico. Os Japoneses
abandonaram os seus planos de cercar e conquistar a Austrália através da ocupação de
vários arquipélagos à sua volta. De então em diante, o Japão, da ofensiva passou à
defensiva.

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Batalha de Estalinegrado
(novembro de 1942 a janeiro de 1943)

A invasão da URSS pelos exércitos alemães (a operação Barbarrossa) tinha sido


ordenada por Hitler na primavera de 1941, acreditando que, o mais tardar no outono, este
imenso país estaria totalmente submetido. Enganava-se, porém.
De início, as tropas germânicas avançaram quase sem resistência, chegando a
penetrar 80 km por dia no território russo. Mas a batalha pela tomada de Moscovo (outubro-
-dezembro de 1941), transformar-se-ia no primeiro insucesso alemão. As tropas de Hitler, que
não estavam preparadas para os rigores do duríssimo inverno russo, foram obrigadas a
marcar passo. O Führer acabará por considerar secundária a conquista de Moscovo,
deslocando as suas forças mais poderosas para sul, com o objetivo de ocupar os campos de
trigo e de petróleo da Crimeia e do Cáucaso. No caminho deste objetivo, porém, ficava a
cidade de Estalinegrado.
Apesar de cercada por tropas muito mais numerosas e bem equipadas, Estalinegrado
resistiu heroicamente durante vários meses. Bombardeada pela Luftwaffe e pela artilharia
alemã, a cidade ficou praticamente destruída, não restando uma casa inteira. Mas os russos
continuavam a resistir nas ruínas, obrigando os alemães a um desgastante combate corpo a
corpo, casa a casa, rua a rua. O VI exército alemão, comandado pelo general Von Paulus,
não conseguia ocupar Estalinegrado, o que desesperava Hitler.
Entretanto, Estaline enviou algumas das suas melhores tropas em socorro da cidade
que tinha o seu nome. Apertado entre dois fogos, Von Paulus acabaria por se render e, com
ele, cerca de 300 mil soldados e oficiais alemães. No total, a batalha de Estalinegrado custou
à Alemanha mais de meio milhão de homens, entre mortos, feridos e prisioneiros. Foi uma
verdadeira tragédia e uma humilhação para o exército alemão: era a primeira vez que um tão
grande número de soldados germânicos era aprisionado. Soava, para Hitler, a hora da derrota
e o princípio do fim.

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Batalha de Montecassino
(janeiro a maio de 1944)

Desde que desembarcaram na Itália, nas últimas semanas do verão de 1943, os


Aliados depararam com uma forte resistência das tropas alemãs e italianas. E a batalha de
Montecassino seria o paradigma dessa resistência.
Montecassino é uma elevada e maciça colina ao norte de Nápoles, no cimo da qual
ficava uma antiquíssima abadia beneditina, construída no século VI. Do alto desta colina
controlava-se todo o vale até ao mar Tirreno. Para prosseguirem para Norte, os Aliados
teriam que conquistar Montecassino.
Os Alemães, porém, entrincheiraram-se fortemente em todo o vale e, principalmente,
na colina do Mosteiro. Nos meses de janeiro e fevereiro de 1944 deram-se sangrentos
combates, que custaram muitos milhares de vidas aos dois lados em confronto. A situação
arrastou-se, até que os Aliados ordenaram o bombardeamento da Abadia, que ficou
completamente destruída. Mas as tropas alemãs, que se tinham refugiado nos arredores,
reforçadas por paraquedistas, ocuparam as ruínas e defenderam-nas encarniçadamente. Os
«demónios de Montecassino» (como ficaram conhecidos os soldados alemães), provocaram
baixas de 50 a 70% nas unidades que os Aliados destacaram para a conquista da colina.
O comando aliado ordenou então um novo e demolidor bombardeamento de toda a
zona na posse dos Alemães. Quase meio milhar de aviões lançaram 1000 toneladas de
bombas, enquanto 890 canhões disparavam sem cessar. Teoricamente, ninguém podia
sobreviver a uma tal barreira de fogo. Mas, abrigados nos subterrâneos e túneis da Abadia,
os soldados alemães, mais uma vez ofereceram uma resistência incrível. Em maio, nova
ofensiva dos Aliados, que empenharam no combate 20 divisões e 1600 canhões. Finalmente,
a colina foi conquistada e os Alemães retiraram.
A batalha de Montecassino custou 50 000 vidas de soldados dos dois lados. Mas foi
uma batalha quase inútil, porque a frente da Itália progredia tão lentamente que a verdadeira
invasão da Europa e a arrancada decisiva sobre a Alemanha acabariam por ser feitas a partir
do Norte, na Normandia.

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Dia D

A 6 de junho de 1944 (o Dia D) os Aliados iniciaram um poderoso desembarque no


norte de França, na Normandia. Pretendiam, deste modo, abrir uma nova frente de batalha na
Europa e iniciar a libertação dos países ocupados pela Alemanha. A «fortaleza Europa» de
Hitler foi atacada pela maior força invasora alguma vez reunida: 39 divisões, 11 000 aviões de
combate (dos quais 5000 caças), 2500 aviões de transporte e 2600 planadores, além de 6000
navios de guerra, cargueiros e lanchas de desembarque.
Planadores com tropas aliadas e paraquedistas foram lançados por detrás das linhas
defensivas alemãs, enquanto a aviação e os navios de guerra procediam a um intenso
bombardeamento das defesas costeiras. Na fase seguinte, centenas de milhares de homens
desembarcam nas praias da Normandia, com grandes dificuldades e enormes perdas. Mas,
no final do dia 6 de junho (também chamado «O dia mais longo») os Aliados dispunham de
uma força de 150 000 homens em solo francês, ao longo de uma faixa de 207 km. E, três
semanas mais tarde, essa força aumentara para um milhão de soldados e 150 000 veículos.
Estava aberta a nova frente de batalha na Europa.
A campanha da Normandia, que se prolongaria pelos meses de junho a agosto, seria
muito dura, mas os Alemães começavam agora a ser empurrados sistematicamente para o
seu território, a leste pelo Exército Vermelho, a ocidente pelos restantes exércitos aliados. Em
26 de agosto de 1944, Paris foi libertada e os Aliados desfilaram nos Campos Elísios, a
principal avenida parisiense.

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DOCUMENTOS ICONOGRÁFICOS

Imagem 1 Os heróis da batalha de Inglaterra.

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Imagem 2 Winston Churchill durante o Blitz.

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Imagem 3 Midway – desembarque americano.

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Imagem 4 Soldados alemães em Estalinegrado.

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Imagem 5 Estalinegrado ficou arruinada.

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Imagem 6 Montecassino bombardeado.

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