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INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO DE NEGÓCIOS

Licenciatura em Psicopedagogia

Cadeira: Questões gerais da pedagogia

Avaliação formativa

Discentes:

João Dovo Ernesto Ngovene

Moisés Alexandre Cossa

Lodovina Joel Maluleque

Ana Paula Ernesto Marrengula

Etelvina Boana

Clemência Parruque

Maio de 2018
Índice

1. Introdução ................................................................................................... 2

2. Objectivos ................................................................................................... 3

2.1. Geral ........................................................................................................ 3

2.2. Específicos .............................................................................................. 3

3. Avaliação formativa ................................................................................... 4

3.1. Definição ................................................................................................. 4

3.2. Características ......................................................................................... 4

3.3. Importância da avaliação formativa ........................................................ 5

3.4. Vantagens da avaliação formativa .......................................................... 6

3.5. Desvantagens da avaliação formativa .................................................... 7

3.6. Avaliação formativa e os outros tipos de avaliação ................................ 7

4. Conclusão ................................................................................................... 9

5. Bibliografia ............................................................................................... 10
1. Introdução

A democratização dos sistemas educativos e a evolução das teorias de


aprendizagem e do currículo concorreram para que o conceito de avaliação evoluísse,
fosse teorizado, reconceptualizado e integrado no processo de ensino-aprendizagem
(Araújo, 2015).

Dada a nova missão da escola, de assegurar a formação universal de todas as


crianças e jovens, a avaliação tem vindo a assumir um novo papel. Ao focar a sua
atenção na aprendizagem, assume como propósito providenciar o suporte e orientação
para o ensino e regular os processos de aprendizagem, de forma a promover o sucesso
de todos. Ao centrar-se no desenvolvimento da aprendizagem obriga, inclusivamente, a
repensar a forma de ensinar e os papéis que professores e alunos assumem no suporte
deste processo.

Apesar de algumas facetas dessa evolução já terem ocorrido, estando os


professores, pais e alunos mais conscientes da mudança do papel da escola, outras
facetas têm vindo gradualmente a ser equacionadas como a assunção de que todos os
alunos podem e devem aprender; a necessidade de usar a avaliação, seja formativa ou
sumativa, para produzir melhorias na aprendizagem dos alunos.

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2. Objectivos

2.1. Geral

Analisar o impacto da avaliação formativa no processo de ensino-aprendizagem.

2.2. Específicos

Identificar as características da avaliação formativa;

Identificar as vantagens e desvantagens da avaliação formativa;

Identificar a importancia da avaliação formativa no processo de ensino


aprendizagem

Demonstrar a relação e diferenças com outros tipos de avaliação.

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3. Avaliação formativa

3.1. Definição

A avaliação formativa pode ser entendida como uma prática de


avaliação contínua que objetiva desenvolver as aprendizagens. De acordo com (Caseiro
& Gebran, 2008) apud Allal (1986, p. 176), “a expressão avaliação formativa foi
introduzida por Scriven num artigo sobre a avaliação dos meios de ensino (curricula,
manuais, métodos, etc.)”.

Ainda segundo o mesmo autor citando Hadji (2001), avaliação formativa é


aquela que se situa no centro da ação de formação. É a avaliação que proporciona o
levantamento de informações úteis à regulação do processo ensino – aprendizagem,
contribuindo para a efetivação da atividade de ensino.

Fica muito claro que a avaliação formativa se distancia muito da tradicional,


principalmente quando analisamos seu foco, seu objetivo. Sua prática transcende a idéia
da classificação, da medição e da seleção. Neste sentido, a avaliação formativa visa
orientar o aluno quanto ao trabalho escolar, procurando localizar as suas dificuldades
para o ajudar a descobrir os processos que lhe permitirão progredir na sua
aprendizagem. A avaliação formativa opõe-se à avaliação somativa1 que constitui um
balanço parcial ou total de um conjunto de aprendizagens. A avaliação formativa se
distingue ainda da avaliação de diagnóstico2 por uma conotação menos patológica, não
considerando o aluno como um caso a tratar, considera os erros como normais e
característicos de um determinado nível de desenvolvimento na aprendizagem.

3.2. Características

Uma das mais importantes características da avaliação formativa é a capacidade


em gerar, com rapidez, informações úteis sobre etapas vencidas e dificuldades
encontradas, estabelecendo um feedback contínuo sobre o andamento do processo de
ensino e aprendizagem. Com esse tipo de avaliação é possível ter os subsídios para a
busca de informações para solução de problemas e dificuldades surgidas durante o
trabalho com o aluno. Na avaliação formativa, os fatores endógenos, ou seja, os fatores

1
Avaliação somativa (ou sumativa em algumas literaturas) - É uma modalidade avaliativa
pontual que ocorre ao fim de um processo educacional (ano, semestre, bimestre, ciclo, curso etc.)
2
Avaliação de diagnóstico - é uma avaliação de sondagem para averiguação dos conhecimentos,
capacidades e destrezas preexistentes.

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internos à situação educacional são levados em conta para proceder à avaliação. Por
acontecer durante o processo de ensino e aprendizagem, a avaliação formativa se
caracteriza por possibilitar a proximidade, o conhecimento mútuo e o diálogo entre
professor e aluno.

De um modo geral, pode se afirmar que as caracteristicas essenciais da avaliação


formativa são:

1. Integração da avaliação formativa em cada atividade de ensino, significando


que a avaliação se insere na interação professor-aluno-conhecimento e nas
interações entre os alunos, a orientar um processo de diferenciação do ensino
e de diferenciação da aprendizagem;

2. A avaliação visa tornar o aluno autor de sua própria aprendizagem, no


sentido de estimulá-lo a se envolver em um processo de autorregulação,
de desenvolvimento de suas capacidades metacognitivas, em um constante
processo interativo com o professor e com seus pares;

3. Adoção do conceito de regulação das aprendizagens, que envolve feedback


mais adaptação do ensino e da aprendizagem (em contraposição ao conceito
de recuperação das dificuldades de aprendizagem – feedback mais correção);

4. Ressignificação do conceito de regulação, que passa a compreender tanto


formas de avaliação para diagnóstico e acompanhamento dos alunos como
formas de intervenção para orientar o pensamento dos alunos na construção
de sua aprendizagem e que passa a envolver duas novas modalidades distintas
de regulação: regulação interativa e regulação proativa, além da regulação
retroativa, própria do modelo de avaliação formativa no enfoque positivista.

3.3. Importância da avaliação formativa

A avaliação formativa, entendida como modo de regulação das aprendizagens


dos alunos, enquanto decorre o processo de ensino – aprendizagem, é potenciadora do
seu sucesso académico, para além de contribuir para a motivação para a aprendizagem e
para o aumento da autoestima, pelo sentimento de integração cognitiva que proporciona
aos alunos (Silva, 2015).

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A avaliação deixa de ter como único agente o professor. O aluno é também
chamado a desempenhar um papel na própria avaliação. A ele lhe é atribuído o direito e
o dever de avaliar o que faz, de ajuizar se os meios escolhidos são adequados ao que se
pretende sendo para tal necessário que os conheça na sua totalidade. Assim, um sentido
de responsabilização é partilhado, permitindo, segundo acreditamos, a desdramatização
e o anulamento do habitual ambiente de ansiedade e angústia a que o acto de avaliar se
encontra tantas vezes associado.

A finalidade deste tipo de avaliação, em que o aluno tem um papel activo, é de


fornecer informações que permitam uma adaptação do ensino às diferenças individuais
observadas na aprendizagem de cada um (Almeida, 2008).

Com este modelo de avaliação, dirigido principalmente aos processos mentais do


aluno em detrimento dos produtos de aprendizagem, procura-se averiguar os progressos
e dificuldades de aprendizagens e as causas dessas dificuldades, entendendo-se os erros
como normais e característicos de determinado nível de aprendizagem.

Daqui resulta a adaptação das actividades de ensino de acordo com as


informações recolhidas. A avaliação formativa parece em contradição com um ensino
massificado, um elevado número de alunos por turma e com a exigência de longos
programas a cumprir.

Uma forma evoluída de avaliação formativa é a avaliação formadora. Enquanto


a avaliação formativa tradicional permite aquilatar acerca do progresso da aprendizagem
do aluno no decorrer desta e regulá-la externamente, a avaliação formadora valoriza a
meta-aprendizagem ajudando o aluno a aprender a aprender e está muito mais voltada
para a regulação por cada aluno da sua aprendizagem.

3.4. Vantagens da avaliação formativa

A avaliação formativa não é classificada, o que leva a ansiedade longe de alunos.


Ela também estimula o aluno a pensar que ele deve acertar tudo. Para além disso, ela
serve como uma prática para os alunos obterem assistência ao longo do caminho antes
dos testes finais. Os professores geralmente verificam a compreensão do aluno durante a
aula em vez de esperar até a extremidade da unidade de avaliação. Os professores têm
menos problemas no final, porque muitos dos problemas com maestria são abordados
antes dos testes finais.

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3.5. Desvantagens da avaliação formativa

A avaliação formativa, apesar das inegáveis vantagens que apresenta na


efetivação das aprendizagens pelos alunos, quando desenvolvida em simultâneo com o
processo de ensino – aprendizagem, tem também alguns inconvenientes, entre os quais
o tempo que o professor não tem disponível para atender às dificuldades, ao ritmo e às
preferências de aprendizagem dos seus alunos, perante a pressão que sobre ele é
exercida no que concerne ao cumprimento dos planos curriculares, extensos e
complexos. Esta pressão é o principal obstáculo à prática desta modalidade de avaliação
(Silva, 2015).

3.6. Avaliação formativa e os outros tipos de avaliação

.Independentemente da função, a avaliação assume dois propósitos bem


definidos: recolher informações que permitam fazer um balanço das
aprendizagens conseguidas; e/ou recolher evidências que permitam estruturar,
planear e regular as aprendizagens futuras.

A avaliação pode assumir várias funções:

 A Avaliação orientadora com funções de diagnóstico e prognóstico


curricular didático ou outro, com vista ao planeamento e à construção de
um percurso escolar, da responsabilidade do professor;
 A avaliação reguladora com o propósito da melhoria das aprendizagens,
utilizando estratégias de recolha de evidências, por parte do professor, e
estratégias de auto e heteroavaliação que podem e devem ser orientadas
pelo professor, mas cuja responsabilidade se centra no aluno.
Visa determinar os novos passos na aprendizagem.
 A avaliação sumativa com propósitos de balanço final, perspetivando a
sua realização através do conhecimento do objeto de avaliação e dos
referenciais a ele associados.

Na tentativa de diferenciar a avaliação formativa da avaliação sumativa,


adotamos a perspetiva de Gipps (1994a) e Earl e Katz (2006) citados por (Araújo,
2015), ao considerarem que é o ‘propósito’ com que se usam as evidências recolhidas
por via da avaliação e os ‘efeitos’ (Gipps, 1994a; Swaffield, 2011) que esta produz na
melhoria da aprendizagem que, verdadeiramente, as distingue. Não são os instrumentos

7
usados nem, tão pouco, os momentos em que são aplicadas que determinam os seus
propósitos. A determinação dos momentos, dos intervenientes, dos instrumentos e da
informação a recolher decorre do propósito. Nesta perspetiva, a avaliação formativa e
sumativa não se podem confundir uma com a outra. É portanto a dimensão ‘propósito’
que as diferencia.

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4. Conclusão

A avaliação focalizou-se durante várias décadas nos exames e noutro tipo de


testes tendo nos últimos anos sido constatada a insuficiência daquele tipo de avaliação e
talvez mesmo a sua falta de validade e fiabilidade.

Neste contexto, surge a avaliação formativa que visa o envolvimento do aluno


no processo de ensino-aprendizagem por forma a garantir o seu melhor desempenho. O
grande obstáculo que este tipo de aprendizagem apresenta é o tempo que o professor
não tem disponível para atender às dificuldades, ao ritmo e às preferências de
aprendizagem dos seus alunos e ao mesmo tempo ser capaz de cumprir com os planos
curriculares.

O reconhecimento da insuficiência e inadequação das metodologias tradicionais


de avaliação aos actuais objectivos da escola não justifica a sua rejeição e pelo contrário
a complementaridade entre formas mais tradicionais e mais inovadoras deve ser
procurada de acordo com os objectivos do ensino, e com a realidade de cada escola, o
que permitirá a existência de metodologias de avaliação mais válidas e fiáveis.

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5. Bibliografia

Almeida, A. F. (2008). O contributo da avaliação formativa/formadora na facilitação


da aprendizagem significativa da matemática. Lisboa.

Araújo, F. M. (2015). A Avaliação Formativa e o seu impacto na melhoria da


aprendizagem. Lisboa.

Caseiro, C. C., & Gebran, R. A. (2008). Avaliação formativa: concepção, práticas e


dificuldades.

Silva, M. Â. (2015). A avaliação formativa como forma de garantir a aprendizagem.

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