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RESUMO

O objeto de pesquisa da presente dissertação é o romance “Os detetives


selvagens” (1998) do escritor chileno Roberto Bolaño que será investigado a
partir de uma discussão teórica que compreende os aspectos conceituais sobre
utopia e suas relações com o tema do fracasso enquanto representação
estética para uma literatura que abrange o período pós-ditatorial, tendo como
dimensão discursiva a própria concepção do romance em uma possível análise
sobre uma poética do fracasso. Outro ponto relevante a ser discutido a partir da
análise literária da obra de Roberto bolaño será a dimensão histórica proposta
pela narrativa a partir dos conceitos de memória e esquecimento como
componentes necessários para compreensão da história latino-americana
como marcas indeléveis para a compreensão dos traumas promovidos pelo
advento das ditaduras no continente e como, a partir de uma releitura do
passado a derrota geracional passa a ser vista como uma alegoria para a
compreensão da resistência enquanto utopia reinventada. Nesse sentido, se
analisa a construção estrutural do romance e seus aspectos polifônicos,
aplicando-os aos aportes teóricos sugeridos pela pesquisa no afã de
estabelecer o sentido de inquietude dos personagens que se movem no tempo
e espaço da narrativa procurando por uma utopia que se reinventa como busca
permanente, enquanto tentam dar voz a um passado ausente reerguido pelos
mecanismos da memória. É importante destacar que além dos referidos
aspectos conceituais a respeito de utopia investigados por Fernando Ainsa em
A reconstrução da utopia (2006), do tema Fracasso/derrota analisados por
Spiller e Sánchez (2009), Sánchez e Basile (2004), Foucault (2003), Idelber
Avelar (2003); e da teoria relacionada à Memória e Esquecimento a partir dos
estudos de Rossi (2010), Ricouer (2007) e Jacques Le Goff (2003), serão
agregados à pesquisa, investigações narratológicas propostas por Gérard
Gennete (1979), Tzvetan Todorov (2003) bem como outros estudos sobre a
novelística de Bolaño propostos por Tena (2010), Sotomayor (2007), a partir do
diálogo critico/literário que evidencia a importância de alguns aspectos da obra
analisada (narradores múltiplos, narratários-nômades, estrutura polifônica dos
testemunhos) a partir deste eterno desejo humano de caminhar por um labirinto
selvagem, tal qual os personagens bolañianos, perdidos em suas utopias
reinventadas.

PALABRAS-CHAVES: Utopia. Fracasso. Memória. Esquecimento. Roberto


Bolaño.

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