Profª.
Leide Ana Ferreira Louzeiro - Língua Portuguesa
Variações Linguísticas
As variações linguísticas demonstram o caráter
dinâmico da linguagem, inserindo no vernáculo um
pouco de nossa história e cultura.
A linguagem a característica que nos difere dos
demais seres, permitindo-nos a oportunidade de
expressar sentimentos, revelar conhecimentos, expor
nossa opinião frente aos assuntos relacionados ao
nosso cotidiano, e, sobretudo, promovendo nossa
inserção ao convívio social.
E dentre os fatores que a ela se relacionam
destacam-se os níveis da fala, que são basicamente
dois: O nível de formalidade e o de informalidade.
O padrão formal está diretamente ligado à
linguagem escrita, restringindo-se às normas
gramaticais de um modo geral. Razão pela qual
nunca escrevemos da mesma maneira que falamos.
Este fator foi determinante para a que a mesma
pudesse exercer total soberania sobre as demais.
Quanto ao nível informal, este por sua vez
representa a linguagem do dia a dia, das conversas
informais que temos com amigos, familiares etc.
Compondo o quadro do padrão informal da
linguagem, estão as chamadas variedades
linguísticas, as quais representam as variações de
acordo com as condições sociais, culturais, regionais
e históricas em que é utilizada. Dentre elas destacam-
se:
Variações históricas:
Dado o dinamismo que a língua apresenta, a mesma
sofre transformações ao longo do tempo. Um
exemplo bastante representativo é a questão da
ortografia, se levarmos em consideração a palavra
farmácia, uma vez que a mesma era grafada com
“ph”, contrapondo-se à linguagem dos internautas, a
qual fundamenta-se pela supressão dos vocábulos.
Analisemos, pois, o fragmento exposto:
Antigamente
“Antigamente, as moças chamavam-se
mademoiselles e eram todas mimosas e muito
prendadas. Não faziam anos: completavam
primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo
sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando
a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio."
Carlos Drummond de Andrade
Comparando-o à modernidade, percebemos um
vocabulário antiquado.
Variações regionais:
São os chamados dialetos, que são as marcas
determinantes referentes a diferentes regiões. Como
exemplo, citamos a palavra mandioca que, em certos
lugares, recebe outras nomenclaturas, tais
como: macaxeira e aipim. Figurando também esta
modalidade estão os sotaques, ligados às
características orais da linguagem.
Estão diretamente ligadas aos grupos sociais de uma
maneira geral e também ao grau de instrução de uma
determinada pessoa. Como exemplo, citamos as
gírias, os jargões e o linguajar caipira.
As gírias pertencem ao vocabulário específico de
certos grupos, como os surfistas, cantores de rap,
tatuadores, entre outros.
Os jargões estão relacionados ao profissionalismo,
caracterizando um linguajar técnico. Representando a
classe, podemos citar os médicos, advogados,
profissionais da área de informática, dentre outros.
Vejamos um poema e o trecho de uma música para
entendermos melhor sobre o assunto:
Vício na fala
Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados. (Oswald de Andrade)
CHOPIS CENTIS
Eu “di” um beijo nela
E chamei pra passear.
A gente fomos no shopping
Pra “mode” a gente lanchar.
Comi uns bicho estranho, com um tal de gergelim.
Até que “tava” gostoso, mas eu prefiro aipim.
Quanta gente,
Quanta alegria,
A minha felicidade é um crediário nas
Casas Bahia.
Esse tal Chopis Centis é muito legalzinho.
Pra levar a namorada e dar uns “rolezinho”
Quando eu estou no trabalho,
Não vejo a hora de descer dos andaime.
Pra pegar um cinema, ver Schwarzneger
E também o Van Damme.
(Dinho e Júlio Rasec, encarte CD Mamonas
Assassinas, 1995.)
Exercício
1) Tendo em vista que “as gírias” compõem o quadro c –“ Aqui no Norte do Paraná, as pessoas chamam a
de variantes linguísticas ligadas ao aspecto correnteza do rio de corredeira. Quando a
sociocultural, analise os excertos a seguir, indicando corredeira está forte é perigoso passar pela pinguela,
o significado de cada termo destacado de acordo com que é uma ponte muito estreita feita, geralmente, com
o contexto: um tronco de árvore. Se temos muita chuva a
a – Possivelmente não iremos à festa. Lá, todos os pinguela pode ficar submersa e, portanto,
convidados são patricinhas. impossibilita a passagem. Mas se ocorre uma manga
b - Nossa! Como meu pai é careta! Não permitiu que de chuva, uma chuvinha passageira, esse problema
eu assistisse àquele filme. deixa de existir.”
c – Os namoros resultantes da modernidade baseiam-
se somente no ficar. d – E aí mano? Ta a fim de dá uns rolé hoje?
d – E aí mano? Tu tá a fim de encontrar com uma Qual é! Vai topá a parada? Vê se desencana! Morô
mina hoje? A parada vai bombar! velho.
e – Aquela aula de matemática foi péssima,
não saquei nada que foi falado. 4-Os enunciados linguísticos em evidência
encontram-se grafados na linguagem coloquial.
2) Capitulação Reescreva-os de acordo com o padrão culto da
Delivery linguagem.
Até para telepizza a – Os livros estão sobre a mesa. Por favor, devolve
É um exagero. eles na biblioteca.
Há quem negue? b – Falar no celular é uma falha grave. A
Um povo com vergonha consequência deste ato pode ser cara.
Da própria língua. c – Me diga se você gostou da surpresa, pois levei
Já está entregue ( muito para preparar ela.
Luís Fernando Veríssimo) d – No aviso havia o seguinte comentário: Não
a) O título dado pelo autor está adequado, tendo em aproxime-se do alambrado. Perigo constante.
vista o conteúdo do poema? Justifique sua e – Durante a reunião houveram reclamações contra
resposta. o atraso do pagamento dos funcionários.
b) O exagero que o autor vê no emprego da palavra
“delivery” se aplicaria também à “telepizza”? 5- A letra musical abaixo se compõe de alguns
Justifique sua resposta. registros de variação linguística. Identifique-os
tecendo um comentário acerca do referido assunto,
3- A seguir são apresentados alguns fragmentos levando em consideração os preceitos trazidos pela
textuais. Sua tarefa consistirá em analisá-los, linguística, em se tratando de tais variedades.
atribuindo a variação linguística condizente aos
mesmos: Cuitelinho
a- “Antigamente, as moças chamavam-se
Cheguei na beira do porto
mademoiselles e eram todas mimosas e muito
Onde as onda se espaia
prendadas. Não faziam anos: completavam
As garça dá meia volta
primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo
E senta na beira da praia
sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes,
E o cuitelinho não gosta
arrastando a asa, mas ficavam longos meses
Que o botão de rosa caia, ai, ai
debaixo do balaio."
Ai quando eu vim
Carlos Drummond de Andrade
da minha terra
Despedi da parentáia
b - Vício na fala
Eu entrei no Mato Grosso
Dei em terras paraguaia
Para dizerem milho dizem mio
Lá tinha revolução
Para melhor dizem mió
Enfrentei fortes batáia, ai, ai [...]
Para pior pió
Para telha dizem teia
(Folclore recolhido por Paulo
Para telhado dizem teiado
Vanzolini e Antônio Xandó)
E vão fazendo telhados.
Oswald de Andrade
Composição guarda-roupa;
Composição é o processo linguístico através do qual guarda-chuva;
ocorre a formação de novas palavras a partir de duas peixe-espada;
ou mais palavras simples ou radicais. As novas roda-viva;
palavras formadas são compostas e possuem saca-rolhas;
significado próprio. segunda-feira;
Existem dois tipos de composição: água-de-colônia:
Composição por aglutinação; chapéu de chuva;
Composição por justaposição. cor-de-rosa;
fim de semana;
pé-de-meia;
Aglutinação pé de moleque;
Na composição por aglutinação ocorre a fusão de girassol;
duas ou mais palavras ou radicais, havendo alteração madrepérola;
de um desses elementos formadores. Assim, além da malmequer;
alteração no significado, os elementos formadores mandachuva;
perdem sua identidade ortográfica e fonológica, paraquedas;
havendo troca ou supressão de fonemas e apenas um passatempo;
acento tônico na nova palavra composta. pontapé;
vaivém;
Exemplo de palavras compostas por varapau
aglutinação O Novo Acordo Ortográfico e as palavras
compostas por justaposição
aguardente (água + ardente); Segundo o Novo Acordo Ortográfico, que entrou em
destarte (desta + arte); vigor em janeiro de 2009, o hífen se mantém nas
dessarte (dessa + arte); palavras compostas por justaposição sem elementos
embora (em + boa + hora); de ligação, cujos elementos formam uma unidade
fidalgo (filho + de + algo); com significado próprio.
pernalta (perna + alta);planalto (plano + alto);
vinagre (vinho + acre). Exemplos com hífen:
segunda-feira;
Justaposição arco-íris;
Contrariamente à composição por aglutinação, na decreto-lei;
composição por justaposição não ocorre alteração ano-luz;
dos elementos formadores. Estes mantêm a mesma guarda-chuva;
ortografia e acentuação que apresentavam antes da
composição. Não deverá ser utilizado hífen nas locuções
Na composição por justaposição ocorre a junção substantivas, adjetivas, pronominais, adverbiais,
de duas ou mais palavras ou radicais, sem que haja prepositivas ou conjuncionais.
alteração desses elementos formadores, ou seja,
mantêm a mesma ortografia e acentuação que Exemplos sem hífen:
tinham antes da composição, havendo apenas fim de semana;
alteração do significado. dia a dia;
Muitas palavras compostas por justaposição são sala de jantar;
ligadas através do hífen. Contudo, o hífen é apenas cão de guarda;
uma convenção ortográfica, uma vez que os cor de vinho;
compostos por justaposição podem ser escritos café com leite;
unidos ou sem o hífen. à toa;
Exemplos de palavras compostas por A derivação prefixal é um dos processos de
justaposição formação de palavras existentes.
amor-perfeito; Na derivação prefixal ocorre a junção de um
arco-íris; prefixo a um radical ou palavra simples já existente,
beija-flor; que atua como palavra primitiva. O prefixo é
bem-me-quer; colocado antes da palavra primitiva, alterando o seu
cachorro-quente; sentido e formando uma palavra derivada, com um
cavalo-marinho; significado próprio.
couve-flor;
No português existem prefixos de origem grega e
prefixos de origem latina. Diferentes prefixos
transmitem diferentes significados: negação,
superioridade, inferioridade, repetição,
simultaneidade.
Exemplos de palavras formadas por derivação
prefixal
 afiliar (a- + filiar);
 anaeróbico (an- + aeróbico);
 antemão (ante- + mão);
 anti-inflamatório (anti- + inflamatório);
 através (a- + través);
 autoavaliação (auto- + avaliação);
 bicarbonato (bi- + carbonato);
 contracorrente (contra- + corrente);
 coparticipação (co- + participação);
 descriminar (des- + criminar);
 desculpar (des- + culpar);
 desfavorável (des- + favorável);
 imprescindível (im- + prescindível);
 inadiável (in- + adiável);
 interlocutor (inter- + locutor);
 predominar (pre- + dominar);
 reaver (re- + haver);
 ressalvar (re- + salvar);
 sobre-humano (sobre- + humano);
 subgerente (sub- + gerente);
 supracitado (supra- + citado);
A derivação parassintética é um dos processos de
formação de palavras existentes. Sendo uma forma
de derivação, ocorre a junção de afixos a uma
palavra simples ou radical, formando uma nova
palavra com significação própria.
Na derivação parassintética ocorre a junção
simultânea de um prefixo e de um sufixo a um
adjetivo ou substantivo para a formação de um
verbo.
Exemplos de palavras formadas por
parassíntese
 abençoar (a- + bênção + -ar);
 ajoelhar (a- + joelho + -ar);
 amaldiçoar (a- + maldição + -ar);
 amanhecer (a- + manhã + -ecer);
 amotinar (a- + motim + -ar);
 anoitecer (a- + noite + -ecer);
 apodrecer (a- + podre + -ecer);
 desgelar (des- + gelo + -ar);
 emagrecer (em- + magro + -ecer);
 empobrecer (em- + pobre + -ecer);
 endurecer (en- + duro + -ecer);
 enfraquecer (en- + fraco + -ecer);
 engaiolar (en- + gaiola + -ar);
 engavetar (en- + gaveta + -ar);
 engordar (en- + gordo + -ar);
 enlouquecer (en- + louco + -ecer);
 enraivecer (en- + raiva + -ecer);
 enrijecer (en- + rijo + -ecer);
 entardecer (en- + tarde + -ecer);
 entediar (en- + tédio + -ar);
 entristecer (en- + triste + -ecer);
 envelhecer (en - + velho + -ecer);
 envergonhar (en- + vergonha + -ar);
 envernizar (en- + verniz + -izar);
 esbugalhar (es- + bugalho - -ar);
 espairecer (es- + pairar + -ecer);
 esquentar (es- + quente + -ar);
 ...
É essencial entender que na derivação parassintética
a junção do prefixo e do sufixo ocorre sempre ao
mesmo tempo, sendo inseparável, ou seja, caso se
retire o prefixo ou o sufixo, não fica formada
nenhuma palavra reconhecida na língua portuguesa.
Empobrecer (em- + pobre + -ecer)
Sem o prefixo: *pobrecer
Sem o sufixo: *empobre
Amanhecer (a- + manhã + -ecer)
Sem o prefixo: *manhecer
Sem o sufixo: *amanhã
Derivação prefixal e sufixal
A derivação parassintética é frequentemente
confundida com a derivação prefixal e sufixal, uma
vez que em ambos os processos ocorre a junção de
um prefixo e de um sufixo a uma palavra ou radical
para a formação de uma nova palavra.
Contudo, na derivação prefixal e sufixal,
contrariamente ao que ocorre na derivação
parassintética, é possível a formação de palavras
reconhecidas na língua portuguesa, mesmo
ocorrendo a retirada do prefixo ou do sufixo.
Desigualdade (des- + igual + -dade)
Sem prefixo: igualdade
Sem sufixo: desigual
Infelizmente (in- + feliz + -mente)
Sem o prefixo: felizmente
Sem o sufixo: infeliz
Exemplos de derivação prefixal e sufixal:
deslealdade (des- + leal + -dade); Existem diversas possibilidades de mudança de
classe gramatical. As mudanças principais são:
independentemente (in- + dependente + -mente); Verbos que se convertem em substantivos
infielmente (in- + fiel + -mente); O saber não ocupa lugar.
A derivação regressiva é um dos processos de Você já reparou no falar daquele senhor?
formação de palavras existentes. Contrariamente às Meu vizinho tem um andar engraçado.
outras formas de derivação, que ocorrem por Quando o meu olhar encontra o teu, fico com
acréscimo, sendo a palavra derivada uma ampliação borboletas no estômago.
da palavra primitiva, na derivação regressiva, ocorre Venham todos! O jantar já está pronto!
a redução da palavra primitiva para a formação da Adjetivos que se convertem em substantivos
palavra derivada. Os bons serão bem-vindos.
A forma mais habitual de derivação regressiva é a O nervosinho ali não se controla.
formação de substantivos a partir de verbos, pela Os jovens andam perdidos.
supressão do -r final dos verbos. Esses substantivos Estou contemplando o azul do céu.
são chamados de substantivos deverbais. Adjetivos que se convertem em advérbios
Exemplos de substantivos formados por Por que você grita alto?
derivação regressiva A menina falou baixo, cheia de vergonha.
abalo (do verbo abalar); Fala sério!
agito (do verbo agitar); Advérbios que se convertem em substantivos
ajuda (do verbo ajudar); Estou esperando o sim da direção.
alcance (do verbo alcançar); A esse menino falta ouvir um não.
amasso (do verbo amassar);
amostra (do verbo amostrar);
Substantivos que se convertem em adjetivos
amparo (do verbo amparar);
Meu filho sempre foi um menino prodígio.
ataque (do verbo atacar);
Esta cidade fantasma é assustadora!
atraso (do verbo atrasar);
Numerais que se convertem em adjetivos
caça (do verbo caçar);
Estou num estado de tolerância zero em relação a
castigo (do verbo castigar);
meus filhos.
choro (do verbo chorar);
Você é uma amiga dez!
combate (do verbo combater);
compra (do verbo comprar);
consumo (do verbo consumir);
Figuras de Linguagem
corte (do verbo cortar);
Metáfora ocorre quando é utilizada uma substituição
debate (do verbo debater);
de termos que possuem significados diferentes,
denúncia (do verbo denunciar);
atribuindo a eles o mesmo sentido. Veja o exemplo
dispensa (do verbo dispensar);
abaixo:
embarque (do verbo embarcar);
“Meu pensamento é um rio subterrâneo.”
erro (do verbo errar);
Na frase acima o autor dá o sentido de “pensamento”
mergulho (do verbo mergulhar);
ao termo “rio subterrâneo”, que nada têm em comum,
pesca (do verbo pescar);
mas passam a ter na oração.
recuo (do verbo recuar);
Metonímia é o uso da parte pelo todo. Ocorre
remoinho (do verbo remoinhar);
quando o autor substitui uma palavra por outra
renuncia (do verbo renunciar);
próxima. É utilizada para evitar a repetição de
saque (do verbo sacar);
palavras em um texto. Por exemplo:
sobra (do verbo sobrar);
– “Os meus braços precisam dos teus”
sustento (do verbo sustentar);
Na frase acima, Vinicius de Morais se refere à
toque (do verbo tocar);
necessidade que ele tem de ter a presença de outra
trabalho (do verbo trabalhar);
pessoa e não somente dos braços.
venda (do verbo vender);
– “Eu adoro ler Maurício de Souza”
Embora essa seja a forma maioritária de derivação
Na frase acima, a pessoa está querendo dizer que
regressiva, também é possível a formação de
gosta de ler as obras de Maurício de Souza, e não ler
substantivos a partir de outros substantivos:
o autor, o que seria impossível.
boteco (de botequim);
Sinestesia
comuna (de comunista);
A sinestesia é o jogo da mistura das sensações.
mengo (de flamengo);
Quando na mesma oração se realiza o cruzamento de
portuga (de português);
diferentes sentidos humanos.
Derivação imprópria

Sinestesia é uma figura de linguagem muito utilizada
em livros e poesias em geral. É muito comum
também notar sua presença em letras de música.
Perceba no exemplo abaixo:
Ela sentiu o sabor amargo da derrota;
Seus lábios me lembram mel;
A Catacrese é um tipo de recurso muito interessante.
Tal figura de linguagem ocorre quando atribuímos
um “nome” a algo que não possui um nome
específico, fazendo referência a outras coisas e
objetos.
Um ótimo exemplo seria o “céu da boca” ou a “asa da
xícara”. Perceba que nossa boca não possui um céu
de fato, assim como a xícara não possui asas de fato,
parte atribuída somente às aves.
A Antítese é quando, em uma mesma oração, usamos
termos que possuem sentidos contrários, configura-se
a antítese. Por exemplo:
“O Rodrigo estava dormindo acordado”
Perceba que “dormindo” e “acordado” entram em
contraste de significado na frase.
Paradoxo
Esta figura de linguagem se refere a algo “contrário
ao que se pensa”, fugindo do senso comum e até
mesmo refletindo a falta de nexo.
Ele não passa de um pobre homem rico.
Eufemismo: Troca de um termo por outro mais
“leve”, que acaba passando uma conotação mais
agradável a um sentido. Um bom exemplo é quando
trocamos o termo “morreu” por “foi para o céu“.
Disfemismo: É o contrário de eufemismo, não há
suavidade na frase.
Ele virou presunto!
Hipérbole: é uma figura de linguagem que dá um
exagero intencional ao contexto. Por exemplo, em
vez de dizermos “eu estou com muita sede“, as vezes
dizemos “estou morrendo de sede“. Na verdade, não
estamos morrendo literalmente, mas ocorre um
exagero para ilustrar a grandeza da sede.
Ironia é a utilização proposital de termos que
manifestam o sentido oposto do seu significado. Por
exemplo, uma pessoa que foi demitida após péssimo
dia de trabalho, dizer: “- Era o que faltava para
encerrar o meu dia maravilhosamente bem”
Apóstrofe é muito interessante. Esta figura de
linguagem ocorre quando alguma pessoa faz uso da
“invocação” de algo ou alguém para manifestar
algum sentido ao contexto. Por exemplo: “Meu Deus!
Que susto!”.
A personificação ou prosopopeia ocorre quando
atribuímos sentidos racionais a elementos
irracionais. Por exemplo, quando dizemos “A
natureza está chorando…” estamos atribuindo o
“choro” (algo racional) à natureza (um elemento
irracional). Outro exemplo seria dizer “Meu coração
está em pratos…“.
Pleonasmo é muito utilizado no dia-a-dia. Trata-se
da repetição de palavras que tem o mesmo
significado, em uma mesma oração.
Exemplos: “Sair para fora”, “subir para cima”, “dupla
de dois”
A cacofonia surge quando ocorre uma junção do
final de um vocábulo e começo de outro, formando
tonalidades estranhas, dando significados
controversos, quando lemos ou pronunciamos a frase
rapidamente. Assim, outras pessoas podem entender
ou atribuir sentidos contrários ao que falamos. É
considerado um vício de linguagem. Exemplo:
Eu vi ela na praça. (vi+ ela= viela)
Alma minha gentil que te partiste (Alma + minha =
maminha)
Dei um beijo na boca de (ca+ dela = cadela)
Não me preocupei, já que tinha terminado a prova.
(ja + que+ tinha = jaquetinha)
Ela tinha uma bolsa de couro. (la+ tinha= latinha)
pensei em muitas coisas, mas nunca ni
(ca+ nisso – soa caniço)
Não ponha a culpa ne
pa+ nela – ouve-se panela
Uma mão lava a outra.
ma+ mão – ouvimos mamão
Querida, só quero amá-la!
ma+ la – ressoa mala
Meu coração por ti ge
ti+ gela – o som pronunciado é tigela.
Nem nosso Hino Nacional escapou. Veja abaixo:
De um povo heroico o brado retumbante.
co+ brado – soa cobrado.
Qual carro é o seu?
– O Celta cinza.
(A frase pronunciada é: “O céu tá cinza)
É um por cada
(por+ cada + porcada).
Onomatopeia: sons que imitam animais,
instrumentos musicais, veículos e etc.
Tic- tac; plim-plim, ploc, vrum; Boom
Espero ter contribuído para o seu aprendizado!