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A FORMAÇÃO DO ANALISTA
O tema pretendido para a elaboração desse trabalho foi a partir de uma aula
ministrada pelo professor Marco Leite, do módulo II da disciplina História do
Movimento Psicanalítico - “A Interpretação dos Sonhos e o início da Psicanálise”.
Originalmente, quem daria a aula seria o professor Daniel Perez que não pôde estar
presente.
A proposta do professor Marco Leite foi trazer como base da aula o quarto
capítulo do seu livro - Psicanálise Clínica: Primeiros Passos - para falar sobre a
formação do analista. Que sem dúvidas é um tema que levanta muita polêmica e
divide opiniões, e isso não parece ruim. A psicanálise não está sobre a regulação do
Estado mas, aparece na grade curricular de muitos cursos de graduação como é o
caso da Psicologia e não por acaso uma e outra são confundidas e até entendidas
como sinônimo.
Segundo o professor Marco Leite, em aula, operar pela via do não saber se
forma um analisa, caminhando na contramão da lógica onde o saber forma o
profissional. Uma das grandes discussões na formação em Psicanálise está pelo fato
de não ser um curso regido pelo Estado e sim estruturado e ancorado pela própria
Comunidade Psicanalítica. O modelo do tripé para formação do analista que sim é
defendido pelo professor Marco Leite mas, também denunciado por ele, que seguir
religiosamente assim como em algumas Instituições de formação psicanalítica sem a
devida ética e compromisso, também corremos o risco de cairmos no mesmo engano
e problemática, achar que depois de todo o roteiro e etapa concluída rigidamente,
teremos um analista formado; para se formar um analista, precisamos desenvolver a
despredicalização do des-ser, que segundo Marco Leite, significa se despir de todo o
predicado do sujeito e se travestir de objeto no momento da análise diante do sujeito.
Há nesse próprio meio de Escolas de ensino, ditos psicanalistas que confundem o
sujeito do inconsciente com o indivíduo, por exemplo; existem modelos duvidosos
também a partir do tripé de formação tão aclamado, não basta se apoiar na
promessa de uma escola ou instituição prometendo mundos e fundos garantindo sua
formação. Por exemplo, escolas de formação que definem um número “x” de
sessões de análise para a garantia e surgimento de um analista, a pergunta que fica
é qual cálculo usaram para tal prerrogativa? Mas, para se formar um analista
precisamos passar primeiro pela análise pessoal, pela despredicalização do sujeito e
a partir daí a teoria. O analista é aquilo que resta de uma análise e o que se produz
dela. É preciso de um corpo teórico para sustentar nossa prática, uma teoria que
oriente nossa prática e a sustentação de produzir uma demanda de análise, para
isso, o psicanalista precisa ser um significante qualquer e não um sujeito, um ser.
Chegamos a conclusão de que é o próprio divã que nos forma, nos autoriza
ou desautoriza sustentarmos o lugar de objeto e de analista, deixamos nosso
inconsciente falar e produzir o que precisa produzir, mas acima de tudo, precisamos
estar atentos para e querer se ouvir.
REFERÊNCIAS