UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

Campus São Cristóvão

Departamento de Administração – DAD

Curso: Graduação em Administração

Disciplina: Teoria Geral da Administração
Período: 2º
Professora: Ludmilla Meyer Montenegro

Aula 19 – 14.03.2023

UNIDADE IV: Precursores da TGA no Brasil: Alberto Guerreiro Ramos, Maurício

Tragtenberg e Fernando Cláudio Prestes Motta – Fernando Cláudio Prestes Motta:
organização e poder

- Fernando Cláudio Prestes Motta nasceu em São Paulo em 16 de março de 1945,

graduou-se em 1967 e obteve os títulos de mestre e doutor em 1969 e 1980,
respectivamente, em administração de empresas pela FGV-SP.

- Sua produção bibliográfica é extensa, incluindo 36 artigos, 8 capítulos de livro e 13

livros completos (destaque para: Teoria Geral da Administração: uma introdução, de
1974).

- Motta concentrou sua atuação nos estudos sobre cultura e poder nas organizações.
Para tanto, precisou entender as questões sociais brasileiras, o que o tornou conhecido
como o sociólogo das organizações.

- Motta nunca demonstrou interesse pela administração enquanto gestão. Para ele, a
administração, como quaisquer outras áreas, deveria ser sempre algo que propusesse
suscitar a reflexão.

- A análise de seus livros e artigos nos permite acompanhar a evolução do seu

pensamento, que caminha do marxismo para a psicanálise e da crítica da
racionalização burocrática para a centralidade da psique humana no estudo dos
fenômenos organizacionais.

- Além dos estudos organizacionais, Motta também contribuiu para outras duas áreas
do campo do conhecimento da administração: (1) a análise crítica da burocracia pelo
poder e (2) o entendimento da cultura organizacional e suas relações com a
antropologia e a psicanálise.

- Motta entende que o Estado fixa um governo que, ao utilizar a burocracia, tende a
assumir e a conservar o monopólio dos processos sociais essenciais, negando a
personalidade autônoma dos grupos sociais e a capacidade de autogestão da
sociedade, pois propicia a heterogestão quando separa o que gere do que é gerido; o
que planeja, organiza, comanda e controla do que é controlado.
- Nos anos 1980, Motta passou a direcionar seus estudos para a análise das
organizações, pelo prisma da cultura brasileira.

- Para Motta, cultura é linguagem, é código. Ela fornece um referencial que permite
aos atores dar um sentido ao mundo em que vivem e suas próprias ações.

- Por fim, Motta busca a psicanálise, mais precisamente nas obras sociológicas de
Freud, o entendimento das organizações e, de forma mais abrangente, da sociedade
em que vivemos.

- Ele entendia que os laços que unem os indivíduos às organizações não podem ser
vistos apenas como materiais ou morais, ideológicos ou socioeconômicos, mas,
sobretudo, como de natureza psicológica.

- Os últimos pensamentos de Motta defendiam a necessidade de desenvolver e

adaptar ferramentas psicanalíticas para analisar a essência de cada indivíduo na
organização, seu comportamento nos grupos e o comportamento dos grupos na
organização.

- Motta pautou sua carreira acadêmica por uma visão crítica e reflexiva da organização
e ampliou seu escopo de análise para a sociedade. Foi um intelectual que visava a
melhoria da condição humana e a construção de uma sociedade justa e igualitária.

Atividade

Discuta e responda a questão abaixo:

Qual foi a contribuição de Fernando Prestes Motta para o campo de conhecimento da

Administração? Como seus pensamentos, teoria e contribuições o diferenciava de
Guerreiro Ramos e Maurício Tragtenberg?

Referências:

VIEIRA, Marcelo Milano Falcão. [et al.] Teoria geral da Administração. Rio de Janeiro:
Editora FGV, 2012.