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Curso: Ciências Contábeis

Disciplina: Antropologia
Profº: Arlindo Franco de Godoi
Aluno: Marciano Renato Júlio

ETNOGRAFIA E CULTURA ORGANIZACIONAL: UMA CONTRIBUIÇÃO DA ANTROPOLOGIA À ADMINISTRAÇÃO DE


EMPRESAS

O presente texto evidência a diferença entre a apropriação dos conhecimentos da antropologia usada na
administração, com sentido contrário ao proposto do método etnográfico, ou seja, utiliza o método como classificar as
culturas e muda-las para que se adeque ao fique próxima ao modelo corporativo.

No texto fica muito claro que a administração a utiliza e têm a preocupação utilitarista, haja vista, o viés deste
campo do conhecimento que é prático e suas análises relacionadas das variáveis dentro da corporação que afeta
diretamente o resultado final. Neste contexto os estudos são direcionados principalmente a cultura organizacional e
como ela difere enormemente dentro nas empresas mesmo elas sendo do mesmo grupo, de regiões e/ou países
distintos como apurou um estudo feito Hofstede (1980), deste estudo resultaram quatro dimensões que explicam
cerca de 50% das diferenças, entre padrões de valores relacionado com o trabalho.

A antropologia contudo, busca compreender os fenômenos das sociedades buscando transformar aquilo que é
exótico em familiar e o familiar exótico por não se trabalhar num sistema fechado como a administração, ele busca
transformar todo este conhecimento em sabedoria através dos olhos de quem vive neste sociedade como diz Geertz
(1989, p. 15), “acreditando, como Max Weber, que o homem é um animal amarrado a teias de significado que ele
mesmo teceu, (...)portanto, não como uma ciência experimental em busca de leis, mas como um ciência
interpretativa, à procura do significado”.

A antropologia interpretativa não busca ferramentas e nem sua interferência na comunidade analisada o que
prejudicaria a qualidade de sua análise, e que tem como característica buscar grande riqueza de detalhes, fazer um
recorte da realidade e verificar quais são os processos dinâmicos do grupo estudado.

Na visão acima podemos ver que uma busca (administração) conhecer, analisar e transformar a realidade para
melhor servir ao seu propósito enquanto a segunda (antropologia) buscar conhecer a realidade da comunidade
analisada minuciosamente e transformar o conhecimento em sabedoria que ajudará a entender até a sua própria
sociedade; portanto há conflitos sobre a utilização de conceitos antropológicos em estudos organizacionais uma vez
que deixou de pensar em organização racional e fatos objetivos para um agrupamento de pessoas como uma
comunidade, o que levou a apropriação dos conceitos para melhor compreender os fenômenos organizacionais.

Os estudos organizacionais apropriam-se dos argumentos antropológicos de cultura, na administração é feito


uma análise superficial que compromete a totalidade e coloca-la fora do contexto; entretanto Wright (1994a) cita
Schein (1991) que ele informa podemos analisar a cultura fora do seu contexto; “Não podemos construir um conceito
útil de cultura se não concordarmos em como defini-la, medi-la, estuda-la e aplicá-la ao mundo real das organizações”
(Schein, 1991, p. 243).

Evidentemente que há outros estudiosos que discordam da abordagem mencionada no parágrafo anterior,
que cultura deve permear a todos os recantos, ser compartilhada, duradoura (no sentido de perenidade), ter consenso
e não haver ambiguidades Wright (1994a). Portanto, esta parece ser a grande diferença da antropologia interpretativa
em relação aos estudos organizacionais, o que acabou culminado no distanciamento entre as duas abordagens,
principalmente nos últimos 20 anos (data do artigo que é de 2002).
Curso: Ciências Contábeis
Disciplina: Antropologia
Profº: Arlindo Franco de Godoi
Aluno: Marciano Renato Júlio

A grande controvérsia que é que o método etnográfico é pouco utilizado nas pesquisas organizacionais que
poderia fornecer uma base mais consistente, sobre a cultura organizacional, e, “reforçam que o estudo antropológico
das organizações possibilita a diminuição da distância entre a realidade da base organizacional e sua percepção pelos
membros dirigentes”, ressalta-se também que os estudos antropológicos possuem potencial para solução prática nas
organizações e informa que ocorram três períodos distintos e importantes para a administração que foram os anos:
20, 50 e 60 e o momento atual.

Nestes períodos vale ressaltar a importância da experiência na fábrica de Hawthorne nos anos 20 nos
primórdios da administração científica, destaca-se que esta experiência a metodologia manter a participação foi
mantida em níveis mínimos que possibilitou a observação do objeto estudo (empregados), isto é, a interação do grupo
social, ao passo que nas décadas de 50 e 60 ocorreu a participação dos pesquisadores, porque se queria compreender
profundamente os signos, hábitos e perspectivas sociais perante ao trabalho; o primeiro trabalhou com sistema
fechado enquanto o outro trabalhou com sistema aberto e suas relações com o meio disponível.

Passado as duas primeiras etapas entramos no momento atual em que busca-se o retorno ao modelo teórico-
metodológico da antropologia, neste molde considera-se o “fator humano nas organizações”, ao qual o fato social
requer é considerado em todas as suas esferas; nesta nova fase o estudo antropológico das organizações poderá
representar novas perspectivas à teoria organizacional e outro ponto que se volta é a distinção entre cultura
corporativa e cultura organizacional, sendo que a primeira é formal pela empresa enquanto a segunda é associado aos
trabalhadores.

Concluindo o texto o autor refere-se que uma abordagem sistemática considerando toda a organização e não
somente o topo da pirâmide, tratará melhores resultados uma vez que também considera a percepção dos
empregados perante a alta direção, nesta seara é considerada a base porque ela também é formada e cultura e não
apenas uma consumidora passiva, e finalmente o autor diz que o conhecimento antropológico permite a formação e
de um quadro mais realista dos desafios com os quais os administradores defrontam-se diariamente.

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