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Esboço do texto

Título: Nossa linda juventude

Introdução
Assunto (o que falar): juventude como iniciador e propagador de uma nova cultura
Objetivo (por que falar): para refletir o papel da juventude em nosso mundo
Idéia-controle: o desejo de transformação é intrínseco ao jovem

Desenvolvimento
Parágrafo I: Modelos que não correspondem ao desejo de transformação da realidade
Parágrafo II: Frustração e conseqüências dela
Parágrafo III: Minha experiência com a dissertação (procurava algo pelo que lutar)

Conclusão
A cultura da partilha como um modelo que transforma e proporciona a auto-realização

Nossa linda juventude

As mudanças das coisas e da realidade estão sempre relacionadas com o advir do novo. O
novo é algo que nunca existiu, nascendo das entranhas do velho com uma outra lógica, com um
desejo ardente de fazer poesia, no sentido de poiesis, ou seja, agir de maneira criativa e criadora,
despertando o sentimento do belo. O ato poético transforma o caos em cosmos, o desordenado em
ordenado, o padrão em diversidade. E quando se fala do novo, logo nos vem à cabeça a juventude.
Ela parece trazer consigo esse querer mudar, esse desejo de fazer algo para que o mundo seja
melhor. Quase dá para afirmar que o desejo de transformação (transpor a forma) é intrínseco ao
jovem. Assim como as espinhas, praticamente inevitáveis no início e no transcorrer da adolescência,
a vontade de se relacionar com o mundo, de compreendê-lo e de modificá-lo são a marca de nossa
juventude. E nela devemos depositar todas as nossas esperanças para a difusão de uma nova cultura,
a cultura da partilha, tão importante para o Movimento dos Focolares.
Mas tenho a impressão que o mundo, de um modo geral, é antipoético. Para ser um pouco
mais preciso na colocação, a poesia é relegada a poucos em nosso meio. Por isso que as obras de
arte são caras, pois se todos pudessem potencializar seus talentos, teríamos uma arte mais acessível.
Os jovens, imersos em uma cultura do ter, transformam-se em meros produtores, copiadores de algo
já existente. Ao invés de se tornarem-se artistas, tornam-se artesãos. Os artistas criam, os artesãos
produzem. E é na ênfase à produção que a acumulação se torna possível. Os modelos que essa
cultura relega à juventude é incompatível ao desejo de transformação da realidade que ela traz
dentro de si, pois o acento é colocado justamente na passividade, na letargia, no aumento incessante
das insatisfações, elementos essenciais para que os jovens se tornem consumidores compulsivos.
Tudo isso para que a cultura do ter se perpetue.
Essa perpetuação não é gratuita. Sob o ponto de vista da juventude, as conseqüências
causadas por ela são preocupantes. Ao meu ver, a principal é a perda da capacidade de sonhar. Sem
o sonho, um outro mundo não é possível, porque perdemos as esperanças e nos sentimos frustrados
perante o que não podemos mudar. O jovem que deixou de sonhar aquietou, talvez para sempre, sua
vontade de ver um mundo mais justo e de participar dessa construção. Essa vontade pode se
aquietar, mas nunca poderá ser destruída por completa. No jovem, a chama ardente da
transformação nunca é apagada, podendo apenas ter sua intensidade diminuída.
Essa foi a minha experiência. Estava fazendo o mestrado e algo me incomodava. Desejava
algo pelo que lutar, mas cada vez mais a frustração se instalava em mim. Olhava para todos os lados
e o que via era apenas resignação. "O mundo é assim mesmo", era a crença implícita. Diante disso,
minha chama ia perdendo sua luminosidade, a ponto de quase me conformar. Porém, uma
reviravolta ocorreu em minha vida ao conhecer a experiência de Economia de Comunhão (EdC).
Decidi estudá-la em profundidade, tanto que foi o tema da minha dissertação. Aos poucos fui
compreendendo o sentido da cultura da partilha, do amor recíproco e constatando suas
materializações, por meio das empresas de EdC, em um contexto que naturalmente refrata esses
critérios de relacionamento. A cada nova descoberta, minha chama ia ganhando mais intensidade, e
meu desejo de transformar o mundo para melhor se renovou quando descobri no Movimento que
não é apenas um solitário desejo, mas compartilhado por milhares de jovens no mundo inteiro.
Tenho a plena certeza que a cultura da partilha é um modelo totalmente compatível com a
juventude. Essa cultura potencializa o que lhes é inerente: o desejo de transformação e de poesia. E
serão eles os grandes responsáveis pela disseminação dessa nova postura de se comprometer com a
existência, aproximando-a da essência. Isso, com todos e para todos.

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