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Lucas Nogueira Garcia

Resumo 1B

O gravador de fita possibilitou o surgimento da música eletrônica. A partir dele os


artistas puderam trabalhar em cima do material gravado, alterando sua organização
através da manipulação dos sons. Varèse foi um dos que sempre lutou pela
fabricação de instrumentos eletrônicos. Mas apesar da falta de recursos isso não o
impossibilitou de realizar o seu trabalho. Em sua obra ​Intrègales ​(1924-25)
reproduziu com uma orquestra o efeito tocar uma fita de trás para frente. Para além
disso, Varèse trouxe um importante refinamento da combinação de elementos
rítmicos e tímbricos. Apesar de sua decepção pela falta de aparato técnico ele foi
capaz de criar uma das grandes peças compostas em fitas e que era difundida por
um grande número de alto-falantes: ​Poème Électronique​.
A gravação em fita permitia que o artista pudesse trabalhar em cima de sua obra
com mais minúcia e cuidado. Muitos estúdios de música eletrônica apareceram na
França nesse período, e podemos destacar dois nomes importantes: Pierre
Schaeffer e Pierre Henry. Por outro lado, em Colônia, temos a figura de
Stockhausen que se dedicava não a manipular são gravados da natureza, mas por
criar músicas eletrônicas a partir de elementos puramente eletrônicos, como as
frequências sonoras. Posteriormente ele uniu essas duas maneiras de compor
música eletrônica. Ele percebeu que a altura, o timbre, o ritmo e a forma faziam
parte de um mesmo fenômeno: a vibração. Abaixando-se muito a frequência de
determinadas notas era possível encontrar por exemplo um som percussivo.
Devido a falta de recursos na época, esse tipo de música puramente eletrônica foi
muito criticada e a prática da manipulação de sons gravados foi aderida com mais
força. Um dos maiores valores trazidos pela música eletrônica foi o seu senso
rítmico e tímbrico. A chegado dos sintetizadores em 1964, sobretudo o ​Moog​,
revolucionaram a maneira de se fazer música eletrônica, pois os músicos não
precisavam mais passar meses compondo uma única música. Com isso, a música
gravada perdeu espaço. Todos agora queriam realizar música eletrônica ao vivo.
Uma dos méritos de Stockhausen foi saber extrair com perspicácia sonoridades dos
mais diversos instrumentos que iam além do âmbito que pareciam estar limitados. O
uso dos aparelhos de rádio na produção da música eletrônica foi inaugurado por
John Cage em 1951. Porém foi com o Stockhausen que essa prática ganhou um
significado mais consistente. Segundo ele, o rádio tornava possível uma maior
interação entre os músicos. E sendo o rádio algo espontâneo, transmitido ao vivo de
todos os lugares e pelos mais diferentes tipos de pessoas ele representava a
própria universalidade, emanava vida e criava uma unidade mais elevada entre os
músicos.
A música eletrônica rompeu as barreiras que existem entre o erudito e o popular,
sendo amplamente utilizada tanto por músicos “sérios”, como por músicos pop.
Terry Riley é um ótimo exemplo dessa tendência. Ele elaborou peças baseadas em
temas modais que ficam se repetindo de maneira espontânea. Isso se popularizou
entre os jovens que eram interessados por este tipo de sonoridade. Entretanto, uma
forma de música eletrônica que não se popularizou foi a que envolve o uso de
computadores, pois estes só estavam à disposição dos músicos de universidade.
Através do computador se tornou possível programar os sons em praticamente toda
a sua totalidade dentro do limite da música eletrônica.
O computador também viabilizou o surgimento da música programada através de
algorítmos matemáticos. Desta forma se tornou possível elaborar música a partir de
cálculos probabilísticos gerados através do computador.
Segundo o autor, ouvir uma música gravada já torna ela uma experiência de música
eletrônica. Seja ela eletrônica ou não. E isso de certa forma influenciou na escuta e
na composição das pessoas que tiveram contato com essa tecnologia.

Referência Bibliográfica

GRIFFITHS, Paul. ​A música moderna​. Rio de Janeiro: Zahar, 1997.

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