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homens assim um mundo onde a carne queima sem devorar era
uma irrealidade, ou uma perversão de mentes morais.
De fato se torna cada vez mais estranho quando voltamos no
tempo e vemos coisas que achávamos julgar morais e como nosso
temperamento se arruma cada vez parta nos tornarmos mais
tolerantes com as coisas que a vida prova estará mais correta que
nossa impetuosidade moral, trocando o que é drástico pelo que
acalenta o benefício da imparcialidade.
Lembro aqui de uma frase de Marco Aurélio disse em suas
Meditações, estar feliz por aprender a não ser como aquele que não
sabe se esquivar dos próprios pensamentos, no começo enquanto
somos seres morais queremos que nossa moral curve e a força disso
aprendemos se somos bastante resilientes ou nos tornamos
abomináveis se pervertemos nosso próprio comportamento em
função desta moral.
Mas voltando ao tema cristão eu como muitos mais já nasci
sabendo da história do salvador embora eu sempre estivesse em
constante luta com a ideia de pecado o que num primeiro instante
chegou a ter força sobre mim, coisa de um ano em que fiz sofrer
meu corpo as maiores privações e outro lado um medo incrível de
que as coisas que fazia-me podiam levar ao inferno, e como estou
feliz hoje de me ver liberto dessa crença que enche-nos de temor,
como certa vez vi em um programa apenas a título de exemplo que
fiz como um deles, privar-se de açúcar ou ter uma disposição
contraria a tudo que me fazia bem tornado a vida num inferno.
Talvez as chamas não sejam tão terríveis quanto essa disposição de
mortificar a carne em função da nossa crença na santidade.
De todo modo aqui pretendo demonstrar que o cristianismo
não é um texto igual ao antigo testamento, neste podemos ver algo
de rabínico, enquanto texto catolicismo já pontuou Nietsche tem
algo de barroco, de fato poderíamos levar a consideração é que este
barroquismo nada é senão o humanismo dos evangelhos. A origem
deste humanismo deve ser de importância para história do
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cristianismo atuando no convencimento dos pagãos para aceitação
do culto cristão, e falemos só de alegorias acerca do nascimento
virginal o sacrifico para expiação do pecado como ocorrem no
mitraismo e no culto de Dioniso. Falamos aqui de um texto que de
uma ou outra devia ser traduzido como mensagem universal de
acesso a todo aquele que cria. Foram textos criados a luz do império
romano e de acordo com a filosofias antiga. Farei o relato desse
humanismo trazendo alguns fatos curiosos do evangelho, citarei
cinco passagens, elas se apesentam de uma maneira bem sucinta e
poderíamos classificá-las pelo entendimento que requerem para
serem compreendidas como humanista. Necessitam ser vistas sobre
o lume humanista para se compreender.
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abstratas de ação. A ideia surgida por sua vez do sagrado gerou o
que pode ser explicado como uma brecha na fundação valores,
donde o abstrato se afigura como valor num mundo que
absolutamente não esta pronto para ideias abstratas de valor, isto é
claro e completamente diferente nos cristãos moderno
acostumados a constituição de Westminster que coloca a ideia de
um deus salvador, assim é por exemplo que católicos tem mais
facilidade de aceitar evolução que protestantes já que nos ultimos,
não em seu clero mas nos seus praticantes existem apenas as ideias
humanistas e nenhum referente a ideia de deus salvador, isso é
completamente ausente nos cultos católicos, tanto que por isso ele
se presta a tantas modificações como operam com espiritismo ou
candomblé. E por que não é realmente latente além da imagem de
jesus o significado de sua morte. E os padres não escondem isso,
ao contrário isso se infiltra nos cultos católicos com extrema
reciprocidade.
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gafanhotos era um ideal para mim. Lembro das inúmeras vezes em
que estive na guarita em Torres decidindo se iria embora deixando
tudo saindo dali rumo ao litoral sul até parar na argentina se
aguentaria aquela adversidade, era uma forma de eu provar a mim
mesmo ser um super humano. Sim uma vez eu tive também a ideia
como a de muitos hippies de abandonar tudo, e exatamente assim
usando a veste de leão sair peregrinando o mundo sem nada.
Haverá alguma vez imagem mais humanista do que aquela de
João basta repreendendo o rei Herodes. A verdade daquele
mandamento não era de um João batista sujeito a lei, caso contrário
a simples vaia teria precipitado seu juízo no desespero, mas por que
vinha de fora da lei como um profeta no deserto que aquela verdade
se enchia de poder e autoridade, assim João batista aquele que vivia
no deserto tinha maior autoridade que aqueles rabinos que
pregavam e foram incapazes de se opor ao rei, era de uma verdade
externa a lei, uma superior a própria lei que ali falava. E nesse
sentido poderíamos colocar que o ato de João batista só pode ser
visto pelo humanismo, como o mesmo contrário se enchendo de
poder, o cristianismo em si e sua ideia que se empodera à medida
que adentra esse sentido de contraditório nas escrituras sem
carregar nenhum arcabouço moral mais intelectual. É puro instinto
valoroso. Nada há aqui desse ascetismo que apenas viu o caso do
rei como uma contravenção na lei.
Outra coisa que podemos julgar apenas compreensível pelo
viés humanista e a concepção de batista como Elias capaz de
discernir o messias, (Lucas 7, Mateus 11) a história toda se
apresenta com o batista negando sua divindade, negando dizer que
era um profeta, de fato perguntamo-nos batista mentia quando
perguntara se esse era profeta? na verdade não era o caso de mentir
mas sim de oferecer uma Narrativa que contasse com essa brecha
Pra o contraditório e contrário, que se oferece como uma saída e
elevar a história ao ponto da tragédia humanista perfeita, em outras
palavras que dizer que João batista era Elias, mas se perguntado ele
não ofereceria essa resposta, talvez nem ele mesmo soubesse, a
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história mantém essa temática de suspeita, não é obvia como
queriam os detratores do cristianismo, ai desde o começo marca o
que será quase como uma identidade do culto, o contraditório.
Contraditório presente no antigo testamento contraditório que da
luz ao misticismo judaico, cuja maior grandeza e essa forma
abstrata de jogar com elementos retóricos sem nunca ser concreto
nem realista.
Podemos conferir este mesmo humanismo quando jesus diz
que entre os nascidos de mulher não havia nascido ninguém como
João batista, ele se referia a riquezas ou a virtudes? A virtudes e
claro, mas a ideia de que podemos ser maiores que outros por
nossas virtudes não uma virtude cristã, uma virtude cristã pregaria
a igualdade de todos os homens diante de deus, ao invés de colocar
os homens em hierarquia por sua grandeza em virtude. Temos que
essa evidencia da virtude como maiores em um que em outros pode
ser considerado como um aspecto desse rico humanismo das
escrituras.
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avançada pois é o que se deve dizer, o cristianismo é infinitamente
mais avançado do que qualquer lei judaica a que ainda se perde em
questões como, lei de talhão, assim que o era para o caso de
adultério.
A passagem que segue depois dessa situação é um encherto
filosófico afirmando onde se pretende alertar que a verdade de
jesus é verdade primeira por que filho de deus, assim se colocando
como senhor da lei e anterior a Abraão.
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"Você é o rei dos judeus?", perguntou Pilatos. "Tu o dizes",
respondeu Jesus. (Marcos 15)
Disse Jesus: "O meu Reino não é deste mundo. Se fosse, os meus
servos lutariam para impedir que os judeus me prendessem. Mas
agora o meu Reino não é daqui". "Então, você é rei!", disse Pilatos.
Jesus respondeu: "Tu dizes que sou rei. De fato, por esta razão
nasci e para isto vim ao mundo: para testemunhar da verdade.
Todos os que são da verdade me ouvem".
"Que é a verdade?", perguntou Pilatos. (João 18)
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matar Cezar, um testamento verdadeiramente preparado com
cuidado para romanos. Nas famosas apresentações não devia
escapar ao público que a morte de jesus era como a de Cezar.
Devemos ver que esta jovialidade de jesus sua incapacidade de
responder em nada diminui seu poder mas acrescente a ideia de
julgamento uma sensualidade juvenil que não é nenhum pouco
embora explicita, vulgar.
São muitas as passagens que missionários de hoje vem
danificar prejudicando a estrutura simbólica do texto, e fazem
questão de enxertar senhor aqui, senhor acola, na tentativa de
apagar o sensualismo de jesus como aquele que se debruça entre
fieis no monte das oliveiras, onde a turba se reúne para ouvi-lo
falar, é uma personagem construída com certo sensualismo. E
vamos ai a quinta passagem humanista passada nas escrituras
5)O pecado não é certo no cristianismo
A última questão que faltava explicar e que o fiel que entra
no cristianismo entende realmente do que se trata o culto? esta
preparado para ouvir verdades inabdicáveis do mundo. Lembro que
mesmo aos 18 anos acreditei plenamente sermos filhos de adão e
eva sem nunca me aperceber das aulas de evolução que tinha tido
em todo meu colegial, mesmo tendo brinquedos de dinossauros. No
momento que entrei no culto era como se tivesse desaparecido
qualquer contradição ou antes, era a custa de reparar que as duas
visões de muno não entravam em conflito. Bem durante 1 ano eu
vivi assim. De modo que nessas pessoas existe uma fragilidade de
argumento ou antes imperícia para lidar com valores ao nível do
cotidiano, verdade e que não servem para bons músicos ou
compositores. Isso que as tornava inaptas mesmo para discernir
valores a um nível mais profundo. Eu no caso era como um garoto
rabiscando, criando um homem com cinco palitos e um círculo
como cabeça. No começo todos nós somos nada peritos naquilo
que conhecemos e não é de outra forma senão a dolorosa que todos
os nossos ídolos caem por terra. Imagine eu então nesse ano louco
descobri que temia o inferno ao mesmo tempo que lia a divina
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comedia. Absorvi a experiência como não podia ser igualada se
fosse descrente, cada imagem para mim era viva. Eu mesmo
achando que podia ir parar lá. Uma experiência arrepiante.
O pecado na crença cristã embora possamos dizer, e é claro,
esta registrado no evangelho, isso por que existe ainda assim algo
na maneira como o pecado é apresentado que desmente toda teoria
acerca do mesmo presente no evangelho. Talvez a forma humanista
escolhida para apresentar o evangelho tenha muito o que dizer,
principalmente em interpretações confusas onde não sabemos se
realmente e um parábola sobe o pecado ou não. Assim é a parábola
dos talentos. (Mateus 25) Temos aqui um senhor que se ausenta,
logo ao voltar chama alguns, primeira confusão não chama a todos,
pergunta a cada um o que fez com o talento entregue antes,
frutificaram os talentos menos um que o enterrou, esse é
admoestado pelo senhor.
—Respondendo, porém, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente
servo; sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não
espalhei? Devias então ter dado o meu dinheiro aos banqueiros e,
quando eu viesse, receberia o meu com os juros.
Tirai-lhe pois o talento, e dai-o ao que tem os dez talentos. Porque
a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que
não tiver até o que tem ser-lhe-á tirado. (Mateus 25)
Ou seja diferente de amar o próximo temos a confusão gerada
por terceira vez, nem houve justiça equânime dos servos, nem
quanto aquilo que frutificaram, aquele servo que sabia ser o senhor
duro, “ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei” este
mesmo cobra uma justiça que é inteiramente arbitraria senão
segundo um senso muito estrito do humanismo daquele que se
assoberba tirando virtudes da contradição, batendo sua humanidade
contra as leis como se fossem penhascos em que a águia faz seu
ninho e se bate contra seus paredões, para alçar voo.
Antes desta parábola jesus apresenta a parábola das virgens
esta tem bastante sensualismo pois não se entende se as virgens
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seriam aquelas que desposariam ou se divertiriam com o homem,
já que são monogâmicos e o casamento poligâmico era proibido
entre os judeus, esta passa por parábola leve a audaciosa, típica do
povo grego e não judaico em sua essência.
Não a outra para Mateus 25 que essa forma de humanismo
que ainda que injusto procura realizar o senso de justiça, este
humanista, pois sob qualquer outra perspectiva o texto e
contraditório e injusto. Não quero dizer mesmo aqui que esse
humanismo seja injusto mas a verdade e eu esse humanismo não
vê caridade no inimigo e uma conduta infantil ver os demais
inimigos apenas sob o vis de derrotados, essa parábola e uma das
comprovações da inferioridade dos antigos em relação aos
modernos em relação a lei. O tipo de religioso que faz a inversão
do mundo, no sentido de—vitória na derrota, felicidade no martírio
esta encerrado no ciclo do valores, o conflito realizado contra os
religiosos hoje em dia são de outro tipo, os remanescentes dos
cultos religiosos não são pessoas com que se falar. São os que tem
uma visão distorcida, não esse outro mundo, mas uma linguagem
de mundo que expressa a doutrina de forma totalitária. É isto que
sobrou—sobraram, e isso é o mais surpreendente, sobreviveram os
livros ao invés das pessoas. Por tanto o culto cristão interpreta essas
parábolas a luz de uma doutrina que abdica da compreensão por
que já compreende e não aceita as próprias conclusões do que seus
livros sagrados pedem. Apesar de eu poder dizer que já não tem
nada a pedir.
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