Nós, os seres humanos, temos lidado com riscos desde o inicio
dos tempos. Mas para líderes de projetos/empreendimentos, nos últimos anos, a necessidade de gerenciar os riscos tem se tornado muito mais crítica. Os riscos podem advir de efeitos indesejados, causados por efeitos naturais ou pela própria ação do homem. Assim, gerenciar riscos é encontrar novos caminhos para conseguir bons resultados mesmo quando eventos indesejados acontecem, e também assegurar que não haja falha de comunicação. E fazer tudo isto de forma calma e serena, uma habilidade que só os melhores líderes possuem. Mas, por que a ênfase no RISCO está se intensificando agora? Com o mundo dos negócios no caminho inexorável da globalização, as responsabilidades de um líder de projeto/empreendimento passam as fronteiras de seu próprio país, aumentando a exposição a uma variada gama de riscos, desde terremotos e furacões até revoltas populares e greves. Cada dia, nosso mundo torna-se mais plano, menor e mais vulnerável à mudanças inspiradas por forças que nem sempre podem ser justas ou mesmo entendidas. Sem uma boa liderança que possa lidar com as coisas antes que aconteçam, muitas vezes não há o que gerenciar quando os efeitos devastadores acontecem. É difícil imaginar gerenciar, hoje em dia, sem o uso de e-mail. Agora, imagine ficar sem servidor, sem telefones fixos e sem celulares. Pense também que você ficou sem os seus líderes mais capacitados. E tudo isso combinado com uma enchente devastadora e um estado de insatisfação popular no país. Isso tudo ocorreu de fato, em um projeto de desenvolvimento de um porto nos E.U.A. E o que fazer? Comece por aquilo que você mais conheça e faça uma coisa de cada vez. Permanecer tranqüilo e no controle quando ocorrem os desastres não é tarefa fácil mas absolutamente necessária. Os seus liderados precisam disso. Em decorrência do furacão KATRINA, o líder do projeto do porto de New Orleans, se viu sem casa, tentando entrar em contato com seus gerenciados para terem acesso aos danos e iniciar os reparos nas pontes de acesso aos canais internos de navegação do porto. O servidor de informática entrou em pane, assim como o sistema de comunicação de celulares. O líder começou a procurar aqueles que ele conhecia o endereço, para iniciar uma malha de comunicação. E aí, eles começaram a retornar ao trabalho. O furacão KATRINA mostrou, ao tirar praticamente todos os recursos do “project leader”, como faz falta um bom time de projeto, com a facilidade dos e-mails, onde as pessoas podem enviar fotos, documentos, e acessar inúmeras livrarias. Não importa a situação, os gerentes de projeto devem estar preparados para lidar com emergências conforme elas vão surgindo. Uma crise pode ser gerada por qualquer coisa que acontece, desde um inesperado desenvolvimento que afeta o curso do projeto até um evento caótico que altera toda a rotina. Gerenciar debaixo de uma crise é uma habilidade crítica da liderança.
PLANEJAR, PLANEJAR E PLANEJAR.
Preparar-se para o futuro e realizar planos para mitigar
“desastres” é uma das ferramentas mais eficazes que um gerente pode ter para quando as crises chegarem (e elas chegam!). As grandes maiorias dos projetos que tem problemas, não possue um plano de mitigação ou eliminação dos riscos. Toda companhia deve ter um plano para restaurar o controle em caso de “desastres” na implementação dos projetos. Quando alguma coisa inesperada ocorrer, as pessoas estarão mais preparadas para ela. Devemos preparar procedimentos padrões para ocorrências repetitivas relativamente previsíveis, tais como emergências médicas ou temporais, e todos integrantes do time devem ter conhecimento desses procedimentos. Os gerentes de projeto precisam ter certeza que sua organização tem planos de contingências e que eles cubram adequadamente seus projetos. Algumas vezes a Empresa possue planos de contingências voltadas para o negócio, para a continuidade do negócio e esses planos podem ser utilizados como insumos do Plano de Risco do Projeto. No exemplo do furacão Katrina, a Empresa poderia ter contratado um servidor de reserva em outra cidade, assim quando todas as comunicações por computadores na cidade foram interrompidas, o time do projeto do porto poderia restabelecer rapidamente seus sistemas.
A REDE DA COMUNICAÇÃO
Com as contínuas mudanças de cenário e consequentemente
atitudes a serem tomadas durante o gerenciamento de uma crise, é vital ter um bom sistema para comunicar essas mudanças. Em todos os estágios da restauração do controle, é necessário que a equipe atue conjuntamente, e eles têm que saber o que está sendo feito. Não se pode trabalhar em compartimentos. Uma forma de se conseguir isto é estabelecer uma reunião diária entre a equipe e os condutores da crise, os quais deverão estabelecer as prioridades e tornar decisões rapidamente. Assim, se gerencia a crise com constante comunicação. Uma situação de crise tem dois elementos que a faz diferente de uma situação normal de trabalho: Tempo é um fator super crítico e as mudanças externas acontecem muito rapidamente. Não há tempo para ponderações desnecessárias e não há tempo para consultas aos departamentos jurídicos. Quando a emergência ocorre, a equipe deve logo decidir se seguirá o plano original de mitigação ou fará pequenas mudanças no mesmo. È muito importante registrar, de forma objetiva, em papel, tudo o que se faz. Registre tudo: Chamadas de telefone, reuniões, conversas importantes. Os e-mails trocados podem ser impressos e colocados em ordem cronológica. Isto poderá ajudar muito em auditorias posteriores e também fornecer rastreabilidade de tudo o que ocorreu quando a emergência passar.
FOCO NO AGORA
Alguns desastres são tão grandes que a extensão do dano ou
trabalho parece emocionalmente fora do controle. Nesses casos, é tarefa do líder saber por onde começar e se assegurar que a equipe permanece na tarefa certa. Um fator crítico de sucesso é permanecer no momento presente e assim reagir rapidamente a cada necessidade. Também é importante quebrar o trabalho (muitas vezes extenso) em tarefas e designar pessoas para cada tarefa.
LIÇÕES APRENDIDAS
Líderes que enfrentaram crises sabem que a diminuição dos
efeitos de futuros desastres depende de quanto eles aprenderam com as crises passadas. Por exemplo, no caso do furacão KATRINA, as empresas envolvidas no projeto do desenvolvimento do porto, desenvolveram uma lista de contatos, com e-mails alternativos e números de telefone de amigos e parentes dos membros da equipe do projeto. Também, quando se inicia a temporada de probabilidade de furacões, eles deixam pré-reservados hotéis e escritórios no norte do Estado para os membros chaves do projeto, em caso da emergência ocorrer. Assim, eles saberão onde estarão os gerentes na tempestade.
Adaptado de artigo da revista “Leadership in Project