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Primeira aula de Imunologia

É muito comum, chegar com a mentalidade de que o Sistema imune é simples e puramente
para combater infecções. Isso não é uma mentira, o estudo do sistema imune começou nessa linha,
uma das primeiras coisas que descobrimos é que o sistema imune serve para combater
infecções/inflamações.
Mas o que ele faz quando não está combatendo infecção?
Nós vamos ver as funções do sistema imune quando ele não está tendo essa função.
Vinheta da aula: João é um estudante da área de saúde que durante uma campanha de vacinação
tomou a vacina contra o vírus da gripe. Após de um ano em uma viagem para a Espanha, João ficou
gravemente gripado, mas sobreviveu.
Qual característica da resposta imune está implícita nessa vinheta?
Slide: Resposta imune é um conjunto de ações envolvendo células, órgãos e moléculas responsáveis
pela imunidade, que respondem de forma coletiva e coordenada a fim de manter a homeostase
imunológica.
Então, o objetivo não é combater a infecção, é manter a homeostase. Quando a gente pensa
em resposta imune, a primeira coisa que vem em mente é que ela serve pra combater
microrganismos, patógenos e ajuda na imune. O que está certo, porque a maior parte do que se
estuda sobre resposta imune provém dos conhecimentos de respostas contra patógenos, mas quando
o individuo não tem infecção para combater o sistema imune atua para manter a homeostase, ele
retira que já passaram o tempo delas, aquelas células que tem tanto tempo de vida e depois não
consegue mais exercer função, ele vai lá e fagocita, faz a limpeza, se chama clearance fazer a
limpeza do organismo de células estressada, mortas, de toxinas, tira gordura do sangue, faz várias
funções enquanto não está combatendo. Sendo extremamente vigilante não só para microrganismos,
mas para células tumorais, é muito comum durante uma mitose aparecer uma mutação, o sistema
imune identifica a mutação e fagocita a célula, induz a apoptose.
Quando aparece um individuo é uma exceção, aquelas células que formaram o tumor
conseguiram se evadir da resposta imune e aí conseguiram se proliferar tanto que formaram um
tumor. Mas assim, nós sempre estamos produzindo células mutagênicas que graças ao sistema
imune que funciona muito bem são detectadas, quando o individuo aparece com câncer significa
que conseguiram driblar o sistema imune. Então, não é defesa só contra microrganismos.
Vocês acham que o sistema imune pode provocar doenças? Sim. Quais são? Alergia... O que
é alergia? A alergia a camarão, por exemplo, uma vez que eu ingeri o camarão, no estômago eu vou
quebrar as proteínas em peptídeos e esses peptídeos em contato com a mucosa (não se sabe porque)
as células vão identificar como algo que não é bom pro organismo então elas reagem produzindo
anticorpos (IGE) que se liga na membrana do mastócito e vai desgranular histamina, por isso pra
combater uma desgranulação em uma célula do sistema imune tomamos um anti-histamínico,
porque o sistema imune está reagindo a um alérgico que não me faz mal, está reagindo de forma
inapropriada.
Outro exemplo? Em que o sistema imune reage e provoca a doença? O Lúpus. É uma doença
autoimune, onde as células do sistema imune do nosso corpo vão reagir contra os órgãos, no Lúpus
eles reagem de forma sistêmica, reage a articulações, pele, sangue, no rim, ele reage a vários órgãos,
o que ele sempre tolerou passa a não tolerar então começa a produzir anticorpos contra. Outros
exemplos: miastenia gravis, artrite reumatoide a esclerose múltipla.
Como eu posso usar o sistema imune a favor do meu paciente?
Através de vacina e do soro.
Fomos ao sítio do Carlos de chinelo de dedo, bermuda e alguém foi picado por uma cobra. O
que é o mais indicado? A) Chupar a picada. B) levar pra unidade básica de saúde. C) Correr pro
Hospital Tropical. Letra c é a correta. Não pode chupar e não adianta ir pra unidade básica porque
não tem soro lá.
O que é o soro?
São anticorpos prontos, onde não precisa esperar o sistema imune produzir. (Que informação
eu preciso dar no atendimento no tropical? Características da cobra). Soro serve para situações de
emergências, onde eu vou injetar anticorpos prontos, eles vão atuar rápido e não vão virar
anticorpos de memória. A principal ação do soro é neutralizar. O que o veneno da cobra faz? Ele faz
hemorragia interna, inibe a cascata de coagulação e a pessoa pode ter hemorragias internas o que é o
menos pior, tem outras cobras que sua picada causam paralisia motora.
A outra forma é vacina, adianta eu dar vacina com antígeno da cobra pra quem for picado?
Não adianta. A vacina eu tenho que dar antes de entrar em contato, então, todos da área de saúde
tem que se vacinar contra Hepatite B (pode ser só o reforço), Tétano, difteria e febre amarela. A
vacina ela não necessariamente previne que o individuo tenha a doença, mas caso ele tenha a
doença, a vacina impede que ele fique em estado grave da doença. Isso é importante falar
principalmente quando se trata do vírus da gripe, quando tomamos a vacina do vírus da gripe
geralmente vem três cepas de vírus: da H1N1 e outras duas. Quem já tomou a vacina para o vírus da
gripe sabe que na primeira vacina sempre se sente mais efeitos colaterais, sente-se com um leve
resfriado, depois que vai tomando nos anos seguintes já não sente mais nada, porque o organismo
vai respondendo mais rápido, antes quando ouve o primeiro contato com o antígeno tu ainda ficou
um pouco debilitado, agora quando já é segundo, terceiro e quarto... já não sente mais. Tem muita
gente que diz: “Ah, não vou tomar a vacina porque depois que tomam ficam gripados” realmente,
fica gripado mas qual é a diferença? Diminui muito o numero de internação, de morbidade (que é
pegar outra doença) e de mortalidade, então por isso a importância da vacina. Na vacina não tenho
anticorpo, eu tenho antígeno que é uma parte do patógeno que vai estimular o meu corpo a produzir
anticorpo e esse anticorpo vai virar de memória e ficar pro resto da minha vida.
O que acontece no transplante?
Quando ocorre um transplante é feita uma imunossupressão no transplantado para que o
sistema imune não ataque o novo órgão. Tem medicações que diminui absurdamente o sistema
imune mas isso é importante para que eu possa aumentar a tolerância do meu corpo ao novo órgão,
porque se eu deixar o sistema imune do jeito que ele é, ele vai acabar com o rim novo e eu vou
precisar de outro transplante. Quando o paciente é imunosuprimido ele fica susceptível a várias
infecções então tem que ser admistrados antivirais, antifúngicos e antibióticos de forma preventiva e
eu vou retirando a medicação durante o tempo e observando se o rim está sendo bem aceito ou não.
Hoje em dia é raro que a rejeição ocorra depois da primeira semana (rejeição superaguda), tem
acontecido meses e anos depois.
Eu falei que o sistema imune é responsável pela homeostase então ele vai tirar de circulação
aquelas células que já não estão legais, que já acabou o tempo de vida dela, como hemácias e
células do fígado que fazem sua reposição. A célula entrou em apoptose e a célula do sistema imune
vai lá e fagocita a célula.
Um termo básico que vamos usar em todo o curso de imunologia é OPSONIZAÇÃO: é
quando eu coloco como se fosse uma sirene de ambulância no alvo, ela indica que aquilo ali precisa
ser retirado, pode ser feito por anticorpos (anticorpos se ligando ao vírus) ou por proteínas (do
sistema complemento) se ligando a bactéria, quando eu opsonizo/o organismos sofre opsonização
significa que ele precisa ser retirado. E isso serve tanto pra microrganismos quanto pra células. Um
dos mecanismos de se retirar é por fagocitose, então eu liguei o anticorpo na célula opsonizada e aí
vem a célula fagocitica e se liga no anticorpo, e engloba, fagocita e destrói. Ou pode acontecer
assim: A bactéria está sozinha a proteína do sistema complemento se liga e aí opsioniza a bactéria,
daí vem a célula fagocitica e se liga ao sistema complemento e fagocita a bactéria.
Um vídeo sobre fagocitose: Olha só, o anticorpo se ligou, a célula fagocitica vai fagocitar e
na fagocitose eu formo o fagossoma (que é o vacúolo), pra matar eu preciso do lisossomo então eu
vou unir e formar o fagolissoma e aí eu matei.
Vamos ver outros conceitos:
Apoptose: é a morte programada da célula. As células em geral tem um tempo de vida e elas
tem que ser substituída, inclusive as do s.nervoso central, embora demore mais, mas as células do
sangue, do baço, do fígado, dos rins elas precisam dessa substituição em meses, quando chega no
final da vida delas elas entram em apoptose, então é uma morte natural, a gente chama de morte
silenciosa. Quando está célula não está na hora de morrer mas ela morre, como no infarto: as células
do miocárdio que estão lá vermelhas e bem contrateis mas aí uma gordura entupiu o vaso que
transporta oxigênio para essas células e como o oxigênio não chega essas células vão sofrer necrose
e aí ela vai morrer, mas não será em silêncio, na necrose a célula expõe proteínas que antes ficavam
dentro dela como o DNA e isso informa ao sistema imune que aquela morte está sendo precoce, aí a
pessoa vai sentir dor, vai passar mal e vai avisar que está acontecendo. O organismo nunca entra em
necrose de forma natural, é sempre por motivos externos.
Sobre a homeostase, um fator importante que o sistema imune faz é... Vocês sabem que nós
temos uma microbiota, então temos muitas bactérias e vírus na nossa mucosa, desde a boca, nos
tratos gastrointestinal e urogenital, nas vias aéreas e o sistema imune não atacam essas bactérias,
pois elas são importantes, não estão patogênicas e colonizaram primeiro e quando entra outra
bactéria elas não deixam que adquirimos infecções oportunistas e também nos ajudam a quebrar
para melhor absorção de vitaminas, conseguiríamos absorver sem essa ajuda mas é melhor ter.
Terceira ajuda: elas induzem o estado de tolerância, ensinam o sistema imune a reagir, que eles não
tem reagir a qualquer coisa, tem que reagir ao que faz mal, pra quem tem uma colonização o quanto
antes é mais difícil desenvolver doenças autoimunes e alergias. Por isso que o parto normal, o
vaginal, ele está relacionado a proteção da alergia, no momento do parto a criança já é colonizada
com boas bactérias, já começa a tolerância, entendendo que não precisa de resposta imune para esse
tipo de bactérias. Quando ela entrar em contato com outros alérgicos como leite, ovo ou produtos de
higiene e limpeza, ela não vai reagir, por quê? Porque desde cedo ela está sofrendo processo de
tolerância. Esse é um dos fatores e já está muito bem descrito na literatura atual que o parto vaginal
povoa a criança durante o parto vaginal e que isso é fator de proteção contra a alergia.
Características do sistema imune
Vocês já devem ter ouvido falar que o sistema imune é dividido em inato e adaptativo.
O sistema imune inato é aquela resposta presente desde antes do nascimento, é composta pela
pele, mucosas, cílios e por vários tipos de células. Então a bactéria patogênica entrou ele já está ali
dando combate.
No sistema imune adaptativo há 3 células, então vocês podem aprender essas três e todas as
outras serão do sistema imune inato.
As 3 células do sistema imune adaptativo:
LINFOCITO B: ele é responsável por produzir os anticorpos. LINFOCITOS T CD4
(HELPER OU AUXILIAR) E CD8 (CITOTÓXICO).
Essas células por serem do S. imune adaptativo quando o patógeno entra elas não serão
ativadas elas ficam esperando, só respondem 5, 6, 7 dias depois. Quem combate o patógeno assim
que ele entra são as células do sistema imune inato, inclusive, a resposta imune inata está presente
em regiões de entrada (pele e mucosas) os linfócitos ficam geralmente guardados dentro dos
linfonodos.
Resposta imune celular: inata e adaptativa. Então todas as células comentadas (basófilo,
neutrófilo, macrófago... eles vão atuar na resposta imune inata. Os linfócitos B, T CD4 e T CD8 vão
atuar na resposta imune adaptativa.
Resposta imune humoral: vem humor aquoso e esse humor aquoso vem de água, então eu
preciso de um meio líquido para essa resposta funcionar. Na resposta imune humoral adaptativa eu
vou ter anticorpos que vão neutralizar, opsonizar, fagocitar... Quem produz anticorpos? Linfócitos
B.
Agora se eu falar: Quem são os componentes pela resposta imune humoral inata? São
proteínas também (anticorpos são proteínas) mas aqui eu vou dar exemplo das proteínas do
complemento, elas vão opsonizar, aumentar o combate a infecções, vão agir em outras células, elas
provocam lise na célula em que ela está (através de complexo de ataque que forma “buracos” na
membrana), então as proteínas de complemento (proteínas de fase aguda PCR) fazem parte da
resposta humoral inata.
A resposta imune inata está presente desde quando o patógeno entra, então se eu estou no
laboratório e manipulando o sangue acabei derrubando em cima de uma lesão aberta, ou seja, se a
pele era minha barreira inicial, eu já não tinha ela, então a bactéria/vírus vão ter mais facilidade de
entrar, mas quando ele entrar as várias células do Sist. Imune Inato como fagócitos, neutrófilos,
macróficos e células dendriticas e sistema complemento vão querer fagocitar, então naquele
primeiro momento a reação é do sistema imune inata, mas ela é inespecífica, ela vai agir da mesma
forma independente de quantas vezes o patógeno entrar, mas vamos imaginar que foi a primeira vez,
então a pessoa se cortou e contaminou, a célula dendritica avisa ao linfócito T que está havendo
uma invasão de patógeno, esse linfócito T se diferencia e ativa o linfócito B a produzir anticorpos,
os anticorpos vão aparecer na circulação de 4 a 7 dias depois, demora um pouco. Por quê? Porque
quando ele vai produzir anticorpo ele precisa selecionar aquele tem maior afinidade, maior avidez e
se ligue melhor, e esse processo demora de 4 a 7 dias pra observarmos o anticorpo no soro. Então a
resposta adaptativa é altamente especifica e uma vez que é produzido o anticorpo especifico ele vai
virar memória.
Algumas características:
Redundância: o sistema imune tem essa característica de ser redundante, as vezes tem um
patógeno que inibe a ação do anticorpo, a ação do patógeno vai ser suficiente pra ele se livrar? Não
porque eu vou ter o sistema complemento que vai lá e vai se ligar, e ele vai sofrer opsonização. Isso
é a redundância, quando eu tenho vários meios de executar o mesmo ato. É repetição por
mecanismos distintos, várias maneiras de alcançar o mesmo objetivo, tanto o sist.. imune inato
quanto o adaptativo tem característica de ser redundante. Ex: eu quero inativar uma célula para que
ela não responda, eu posso induzir ela a apoptose através da ligação de receptor de apoptose que é o
FAS, eu posso induzir o receptor negativo de ativação, ao invés dele ativar, ele desativa e ela fica
sem ação, é o receptor CTLA-4, ou eu libero citocinas anti-inflamatórias que vão bloquear a célula.
Se eu tirar 1, ainda tenho outros 2 meios.
Outro exemplo: Quando eu quero ativar uma célula, posso fazer usando receptores IL-2 e IL-4, se o
patógeno bloqueia um eu ainda posso usar o outro.

Sinergismo: é quando eu tenho um e somo com outro e ao invés de ter 2, dá 5. Eu


potencializo. A cafeína potencializa o poder da dipirona. É uma ação combinada de 2 ou mais
fatores que contribuem para o estado final de um processo ou atuação, eu potencializo a resposta
imune, tanto inata quanto adaptativa.
Ex: Tenho uma bactéria opsonizada por um anticorpo, essa mesma bactéria pode ser sido
opsonizada pelo sistema complemento, só que eu posso fazer os dois ao mesmo tempo, opsonizo
tanto pelo anticorpo e pelo sistema complemento e ela vai ser fagocitada, então eu tenho sinergismo.
Agora eu quero aumentar a expressão de uma molécula importante do sistema imune que é o MHC,
eu posso aumentar só com o INF-ᵞ ou com o TNF, ou ainda, atuar com os dois na mesma célula e
essa célula vai aumentar muito a sua expressão.
Especificidade: Quem vocês acham que tem mais especificidade o sistema imune inato ou
adaptativo?
O adaptativo, ele é mais especifico, ele garante que vários antígenos evoquem respostas imunes
especificas, ou seja, pra cada antígeno eu vou ter uma resposta imune. Ex: Vocês conhecem a
mycobacterium tuberculosis e sabem que ela tem uma prima chamada mycobacterium leprae, são
doenças distintas, tuberculose e hanseníase, se eu entro em contato com a tuberculosis eu vou
produzir uma resposta imune que vai me servir contra a mycobacterium tuberculosis, se 6 meses
depois eu entro em contato com a mycobacterium leprae, vocês acham que a resposta que eu
desenvolvi contra a tuberculosis vai funcionar? Não vai. Eu vou ter que formar uma nova resposta
imune e aqui vai atuar de forma diferente. Mas se eu falo de resposta imune inata ele atua da mesma
forma pra todo mundo, ele não diferencia o tipo de bactéria, só diferencia resposta pra vírus,
bactérias e outros parasitas. Ele reconhece que é um vírus mas não sabe que tipo de vírus e assim
gera uma resposta igual pra todos, mas o adaptativo pra cada tipo de vírus vai gerar um anticorpo
diferente, ele é altamente especifico.
Diversidade: a diversidade permite que o sistema imunológico responda a uma grande
variedade de antígenos, eu posso entrar em contato com mil patógenos e pra cada um deles eu vou
gerar uma resposta imune, eu tenho capacidade de responder a muitos patógenos. A resp. imune
inata tem baixa diversidade e a adaptativa tem alta.
Na resposta imune inata eu tenho um receptor pra reconhecer bactéria, um pra reconhecer
bactérias, outro pra fungos e outro pra helmintos, como ele vai reconhecer classe de patógenos,
minha diversidade é limitada. Na resposta imune adaptativa ele vai conseguir gerar uma resposta
especifica, ele é capaz de produzir cerca de 1 milhão de anticorpos e um desses vai servir para
aquele patógeno.
Memória: Eu entrei em contato com o vírus e ativei os linfócitos, uma vez que ele é ativado
vai formar vários clones, todos os clones vão atuar? Não, só o que é especifico e é esse que vai ficar
de memória. Pois quem tem memória imunológica é o sistema imune adaptativo, a memoria serve
pra que no segundo contato ou eu não fico doente ou tenho uma doença branda. A resposta imune
inata não tem memória e a adaptativa tem memória ótima. Na resposta adaptativa acontece: eu entro
em contato com o vírus, ativei linfócitos b, produzo anticorpos, mato o vírus e então diminuo a
resposta imune o que fica é o linfócito b que produz anticorpos e o anticorpo de memória. Se eu
entrar em um segundo contato a resposta será mais rápida, no terceiro dia (na primeira é por volta
do sétimo dia),de forma mais rápida e eficaz, vou produzir muito mais anticorpos.
A dengue na segunda vez é pior, se eu pego na primeira vez do tipo 2 e na segunda do tipo 3,
essa do tipo 3 tem mais chance de causar dengue hemorrágica por ser a segunda infecção mas são
soro tipos diferentes, vou precisar de uma nova resposta por ser um novo vírus só que como eu
sensibilizei de forma errada primeiro, vai fazer com que o vírus invada mais rápido a minha célula.
Expansão clonal: aumento do clone específicos, aumenta o numero de linfócitos para
determinado antígeno para fazer frente a capacidade replicativa dos micro-organismos. Então, quem
tem expansão clonal? Só resposta imune adaptativa. Lembre que de todos os linfócitos formados só
o especifico vai se ligar e então esse vai sofrer mitose e vai se replicar e aí ele vai agir contra o
patógeno.
Em uma infecção bacteriana eu tenho 50% de neutrófilo no meu sangue, quando a bactéria
invade o meu numero de neutrófilo sobre pra 80%, os neutrófilos sofreram expansão clonal? Não.
Porque quem aumenta o numero de neutrófilos é a medula óssea que está em ossos longos e chatos,
ele não vira clone, a medula que aumenta a produção. Mas o linfócito saiu da medula óssea e foi
para os órgãos linfoides onde são apresentados aos antígenos eles sofrem expansão clonal. Não vem
pronto da medula óssea, precisa de mitose.
Volta para história do João:
Vinheta da aula: João é um estudante da área de saúde que durante uma campanha de vacinação
tomou a vacina contra o vírus da gripe. Após de um ano em uma viagem para a Espanha, João ficou
gravemente gripado mas sobreviveu. Qual característica da resposta imune está implícita nessa
vinheta?
Se isso fosse questão de marcar e as alternativas fossem:
a) Memória
b) expansão clonal
c) (não entendi)
d) especificidade
e) redundância
João tomou a vacina pra um vírus da gripe (H1N1) mas quando ele viajou foi infectado pelo vírus
da gripe (H1N9), quando ele tomou a vacina ele gerou anticorpos e memória mas para o H1N1.
Quando entrou em contato com o H1N9 ele precisou fazer tudo de novo por ser um novo vírus,
precisou produzir novos anticorpos, a vacina não adiantou nada pro novo vírus, apesar de ter o
mesmo nome tem várias cepas. Mas se ele pegasse H1N1 na Espanha ou ele não ficaria doente ou
teria uma doença branda. Vamos imaginar que ele pegou H1N1, ele desenvolveria resposta imune
inata? Sim, porque ela está na porta de entrada, sempre é ativada, só que a resposta imune
adaptativa ao invés de responder no sétimo dia, responderia no terceiro, o que contribuiria para
diminuir a carga viral.
Diferença resposta imune primária e secundária:
Primaria é o primeiro contato. Desenvolvo resposta imune inata e uma adaptativa entrando por
volta do sétimo dia.
Secundária: segundo contato. Desenvolvo resposta imune inata e uma adaptativa entrando por volta
do terceiro dia.
A resposta inata é igual nas duas, na segunda a adaptativa é rápida, eficaz especifica porque já tem
memória.

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