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Engenharia
Econômica:
Uma abordagem às
decisões de investimento
McGraw-Hill
São Paulo
Rua Tabapuã, 1.105, Itaim-Bibi
CEP 04533
(011) 881-8604 e (011) 881-8528
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autorização, por escrito, da Editora.
Bibliografia^
17. CDD-511.8
18. -513.93
17. e 18. -338.4762
82-1375 17. e 18. . -658.152
PÁG.
APRESENTAÇÃO VIII
PREFÁCIO X
CAPITULO 1 - INTRODUÇÃO
Tão meritória contribuição, que lhe deverá ter custado árduas e pertinazes
pesquisas sobre matéria tão árida quão complexa, veio preencher uma lacuna que
se vinha fazendo sentir no campo da Engenharia Econômica.
* Genericamente o termo investimento pode ser definido como sendo "o ato de aplicação de
um determinado recurso em um uso, na expectativa de obtêr-se um benefício satisfatório
durante certo número de períodos futuros".
1
2 Introdução
Suponhamos que o Sr. Marcos tenha optado pela alternativa de investir seu ca-
pital na aquisição de um apartamento em estágio de construção, para vendê-lo quan-
do concluído, por considerar que, além do lucro satisfatório que lhe será proporcio-
nado, as chances de ocorrência de um resultado desfavorável são reduzidas.
4
Engenharia Econômica . 5
Outro conceito importante que deve estar sempre presente nas considerações
de um estudo econômico é o de valor do dinheiro no tempo.
6 Conceitos Financeiros Essenciais à Engenharia Econômica
1
No fim do segundo período o juro J será dado por J + J ' , sendo J ' cons-
2 2 2
tituído por duas parcelas. A primeira são os juros devidos - P x i - pela aplicação do
principal por mais um período; a outra são os juros devidos — Jj x i — pela aplicação
de J durante o segundo período.
1
2 2
J = P + 2 P x i + P x i - P = P ( l +2xi + i - 1)
2
2
J =P 2 [(l+i) -l]
n
J = P[(1+i) -1] (2.1)
lência, isto é: um total de dinheiro pode ser equivalente a um total diferente, em di-
ferentes instantes de tempo, sb certas condições específicas.
3
J =3 Cr$ 1.000 x [(1 + 0,1) - l] = Cr$331
Isto significa que deverão ser pagos Cr$ 1331,00 ao final de 3 anos. Assim
pode-se dizer que Cr$ 1.000,00, hoje, são equivalentes a Cr$ 1.331,00 daqui a 3
anos, considerada uma taxa de juros de 10% ao ano. Significa o mesmo dizer que à
taxa de juros estabelecida é indiferente receber Cr$ 1.000,00 hoje ou Cr$ 1.331,00
após 3 anos.
Cr$ 1.000
M = P + Jn
n
M = P + P [(1 + i ) - 1]
n
M= P + P ( l + i 0 - P
n
M= P(l + i) 2.2)
mento simples, sendo representado por (P/M, i, n). Esta notação que será utilizada
para identificar todos os fatores introduzidos neste capítulo significa que dado P en-
contrar M, considerada uma taxa de juros i ao período, durante n períodos
O valor presente, também denominado valor atual, de certa quantia numa. da-
ta futura, é o valor equivalente à quantia em questão, na data zero, a uma dada taxa
de juros i Obviamente, o valor presente confunde-se com o principal que, se aplica-
do àquela taxa de juros, produzirá ná data estabelecida um montante no valor da
quantia considerada.
Engenharia Econômica 9
1
O fator (1+i) denominado fator de valor atual de um pagamento simples
e representado por (M/P, i, n).
mando-os em seguida.
Logo:
n-1
M = U(l + í) + U(l + i) + U(l + i) + . . . + U(l + i) + U(1+ i) + U
n-2 n-3 2
n - 1 n - 2 n - 3 2
M=U [(l + i ) +(l +i ) +(l+i) + . . . + (I+i) +(l+i)+l]
10 Conceitos Financeiros Essenciais à Engenharia Econômica
n
(1 + i ) - 1
O fator i é denominado fator de acumulação de capital de uma sé-
i
O fator 1 + i) - 1 é denominado fator de formação de capital
n
de urna
série uniforme de pagamentos, sendo representado por (M/U, i, n).
Analogamente, pode-se chegar à expressão do valor presente da série uniforme
pelo somatório dos valores presentes de cada um dos pagamentos, fazendo-se uso da
expressão (2.3).
é freqüente a existência de casos que permitem ser representados com boa aproxi-
mação por meio deste tipo de série. Os custos de manutenção exemplificam adequa-
damente esta afirmativa, apresentando tendência crescente, em forma aproximada
de gradiente, à medida que se acentua o desgaste do equipamento.
O valor atual da série em gradiente uniforme pode ser obtido pela transforma-
ção da série uniforme equivalente expressa em (2.9), na equação (2.6). Logo:
produzir ao fim de certo prazo o mesmo montante que resultaria caso estivesse apli-
cado a outra taxa.
M = p(1+i )= p(1+i ) e e
k
P(l+i ) = P(1+i)
e
ou
k
(l+i ) = (1+i)
e
logo
k
í e =(1+i)-1 (2.11)
A taxa ie é denominada taxa efetiva de capitalização# visto ser aquela cujo va-
lor realmente proporciona a formação do montante M que seria obtido através de i
durante um certo prazo de aplicação.
i = kxi
N
k
ie=(1+i /k) N -1 (2.13)
sendo a efetiva i = 12,68% a.a. O oposto ocorre quando k < 1; assim a uma taxa de
£
12% a.a. corresponde uma taxa nominal mensal de 1,0 a.m. É uma taxa efetiva de
0,949% a.m.
Em alguns casos, quando se opera com taxas de juros ou valores de n que não
constam das tabelas, será necessário efetuar interpolação.
Exemplo 1
Uma letra de câmbio no valor de CrS 10.000,00 foi adquirida hoje, rendendo
3,5% ao mês. Devendo o resgate ocorrer após 6 meses, quanto deverá ser pago ao
seu portador naquela data?
Solução:
P= Cr$ 10.000,00
n
M= P(l + i) = Px(P/M,i,n)
Logo:
Exemplo 2
Certo cidadão, proprietário de um automóvel, decidiu estabelecer com suas
economias um fundo para renovação de veículos. Basicamente este fundo se cons-
tituiria da realização de depósitos trimestrais iguais, na Caderneta de Poupança, de
forma a produzir um montante que possibilite a compra de um carro novo à vista,
ao fim de dois anos.
Solução:
Logo:
U= Mx(M/U,i,n)
U= Cr$ 60.000 x (M/U, 10%, 8)
Então:
Exemplo 3
O Sr. Roberto adquiriu um automóvel, financiando Cr$ 14.000,00, restituí-
veis em oito prestações mensais de Cr$ 2.097,48. Qual a taxa de juros mensal co-
brada pela financeira?
Solução:
Engenharia Econômica 19
A taxa de juros cobrada situa-se entre 4,0% e 4,5%, devendo ser encontrada
por interpolação:
Logo:
20 Conceitos Financeiros Essenciais â Engenharia Econômica
Exemplo 4
Uma empresa apresenta a seguinte previsão de produção para os próximos cin-
co anos:
Solução:
O seu valor presente será, então, igual à soma dos valores presentes destas
duas séries de pagamentos.
P = U x (U/P, 12%, 5)
u
P = CrS 1.802
u
Engenharia Económica 21
P = G x (G/P, 12%, 5)
G
P = Cr$ 50 x 6,3970
G
P = Cr$ 320
G
P u + P G
P = Cr$ 2.122
Exemplo 5
Deduzir a expressão do valor presente de uma série uniforme de pagamentos,
infinita.
Solução:
22 Conceitos Financeiros Essenciais à Engenharia Econômica
Exemplo 6
A Abril-Tec Editora Ltda. propôs a seus antigos assinantes uma assinatura
anual de sua revista "Negócios em EXAME" a um preço de Cr$ 175,00 por 24
exemplares quinzenais. Sendo o preço, em bancas, Cr $ 12,00 por exemplar, qual a
taxa mensal de desconto concedida?
Solução:
A taxa quinzenal de desconto, concedida aos assinantes poderá então ser de-
terminada da forma seguinte:
P= Ux (U/P,i ,24)
Donde:
Cr$ 175
(U/P, i, 24) =
Cr$ 12
(U/P, i, 24)= 14,5833
Interpolando, tem-se:
24 Conceitos Financeiros Essenciais à Engenharia Econômica
Problema 1
Quanto receberá uma pessoa ao resgatar hoje um título no valor de
Cr$ 12.000,00, cujo vencimento ocorrerá ao fim de 3 meses, se o banco cobra
uma taxa de 4% ao mês?
Problema 2
Qual o montante produzido por Gr$ 2.000,00 depositados anualmente a uma
taxa de 6% ao ano durante 5 anos?
Problema 3
0 Sr. Ângelo tomou emprestados CrS 50.000,00 a uma taxa de 3% ao mês,
com promessa de saldar o compromisso após 1 ano. Atualmente, decorridos sete
meses, foi procurado pelo seu credor, que lhe propôs a quitação por uma quantia de
Cr$ 65.000,00. Será vantajoso aceitar esta proposta?
Problema 4
No problema anterior, qual a taxa de juros que estaria sendo efetivamente pa-
ga, se a dívida fosse liquidada pelos CrS 65.000,00?
Problema 5
Certa empresa obteve um financiamento, cuja quitação da dívida deverá ocor-
rer em 10 parcelas anuais conforme o diagrama de fluxos de caixa a seguir. Sendo a
taxa de juros cobrada igual a 10% ao ano, deseja-se conhecer o valor do empréstimo
tomado.
Problema 6
Qual a taxa anual efetiva de juros, correspondente a um financiamento conce-
dido a uma taxa nominal de 12% ao ano, com capitalização trimestral?
Problema 7
Çerta fírma comercial anunciou a venda de um tipo de aparelho de TV por
Crf 8.640,00 à vista, òu em 24 meses com prestações de Cr$ 626,15. Em outro
plano disponível, com o mesmo prazo do anterior, a primeira prestação é paga
após três meses. Sendo as taxas de juros cobradas iguais para ambas alternativas de
financiamento, qual deve ser o valor da prestação referente ao segundo plano?
Problema 8
Determinar o montante existente em um fundo de poupança após trinta e seis
meses, cónsiderando-se os depósitos efetuados mensalmente, sendo o primeiro de
Cr$ 3.000,00 e cada um dos subseqüentes acrescido de Cr$ 200,00 em relação ao
anterior. A taxa de remuneração do fundo é estimada em 42% ao ano com capitali-
zação mensal.
Problema 9
Demonstrar que os fatores de recuperação de capital e de formação de capital
de uma série uniforme de pagamentos são relacionados pela expressão:
(P/U,i,n)= (M/U,i,n) + i
Problema 10
Demonstrar que o fator de acumulação de capital de uma série em gradiente
uniforme é igual ao produto entre o fator de valor atual desta série e o fator de acu-
mulação de capital para um pagamento simples.
Métodos para comparação entre
alternativas de investimento
Tal fato identifica o custo do capital como sendo a rentabilidade mínima acei-
tável para qualquer aplicação, caracterizando, então, uma base para aceitação ou re-
jeição de propostas de investimento. Esta taxa de juros, usualmente denominada ta-
xa mínima de atratividade, deve ser portanto a utilizada, quando a análise do proje-
to for efetuada através dé algum dos métodos anteriormente propostos.
Um valor presente líquido nulo significa que o projeto, embora à taxa de des-
conto considerada, não é desinteressante do ponto de vista econômico; produz um
retomo de valor apenas igual ao custo do capital, deixando de ser, assim, compensa-
dora a sua implementação.
Engenharia Econômica 29
Finalmente, um valor presente líquido negativo indica que o projeto deve ser
rejeitado/ à taxa de desconto considerada, pelo fato de os benefícios financeiros
prospectivos não serem suficientes para assegurar sequer a recuperação do investi-
mento realizado.
Exemplo 1
A gerência de uma fábrica está considerando a possibilidade de instalar uma no-
va máquina. A proposta de investimento envolve um gasto inicial de CrS l.Q.000,00,
objetivando uma redução de custo da ordem de CrS 2.000,00 por ano, durante os
próximos dez anos. Sendo a taxa mínima de atratividade para a empresa igual a
10% ao ano, deseja-se saber se é atrativo o investimento.
Solução:
Exemplo 2
Numa análise realizada em determinada empresa, foram detectados custos
operacionais excessivamente elevados numa linha de produção, em decorrência da
utilização de equipamentos velhos e obsoletos.
30 Métodos para comparação entre alternativas de investimento
Solução:
P = +Cr$ 3.420
r
P = + Cr$ 6.496
c
De posse destes elementos, a gerência deve optar pela aquisição de nova linha
de produção, dado que seu valor presente líquido apresenta-se superior ao da opção
de reformar a linha.
Exemplo 3
A gerência de marketing de uma firma industrial está analisando quatro possi-
bilidades para a localização de uma central de distribuição para seus produtos.
Redução Anual
Investimento Valor Residual
Localização nos Custos de
Necessário do Projeto
Distribuição
-Cr$ - -Cr$ - - Cr$ -
Solução:
Alternativa A
P = +Cr$ 1.019
A
Alternativa B
P = + C r $ 1.027
B
Alternativa C
P = + Cr$ 780
c
Alternativa D
P = + Cr$ 787
D
Engenharia Econômica 33
Exemplo 4
Solução:
Alternativa A
U = + Cr$ 203
A
AlternativaB
U = + Cr$ 204
B
Engenharia Econômica 35
Alternativa C
Uc =Cr$ 155
Alternativa D
U = -Cr$ 44.000 x (P/U, 15%, 10) + Cr$ 7.200 + Cr$ 35.000
D
U = + Cr$ 157
D
Exemplo 5
Uma firma de transformação mineral tem enfrentado sérios problemas de pro-
dutividade em sua planta industrial para concentração de minérios, comprometendo
36 Métodos para comparação entre alternativas de investimento
ALTERNATIVAS
DISCRIMINAÇÃO
A B
Sendo a taxa mínima de atratividade para a empresa igual a 20% ao ano, dese-
ja-se saber qual a alternativa mais conveniente.
Solução:
O diagrama de fluxos de caixa para a alternativa A e seu respectivo custo
anual uniforme são:
U = - C r $ 25.962
A
Engenharia Econômica 3 7
U = - Cr$ 26.577
B
Assim definido, a taxa interna de retorno é aquela que torna o valor dos lu-
cros futuros equivalente ao dos gastos realizados com o projeto. Caracteriza, desta
forma, a taxa de remuneração do capital investido.
Sob tais condições, o valor presente líquido é uma função decrescente da taxa
de juros adotada para desconto, resultando numa única raiz real, que é a taxa inter-
na de retorno procurada.
Este método é ilustrado de forma inequívoca por meio dos exemplos subse-
qüentes. Estes são úteis adicionalmente para demonstrar a equivalência do critério
da taxa de retorno aos demais critérios seletivos entre instrumentos, pertinentes à
Engenharia Econômica.
Exemplo 6
Uma firma industrial, desejando expandir sua capacidade produtiva, elaborou
um projeto de viabilidade, cujas conseqüências econômicas prospectivas foram
as discriminadas na Tabela à pág. 39.
Sendo a taxa mínima de atratividade para a empresa igual a 10% ao ano, que
recomendação deverá ser efetuada a respeito de sua expansão?
Solução:
Como o valor presente é positivo, devemos arbitrar, uma segunda taxa superior
a 14%, já que o valor presente líquido é uma função decrescente à medida que a ta-
xa de desconto é crescente.
Exemplo 7
Determinar qual das alternativas deve ser preferida pela gerência para a redu-
ção de custos na linha de produção, referida no problema 2 deste capítulo, fazendo
uso do método da taxa interna de retorno. A taxa mínima de atratividade é igual a
8% ao ano.
Solução:
Conforme os dados daquele problema, o diagrama de fluxos de caixa referen-
te à alternativa de reforma é:
P = +Cr$ 38
r
Engenharia Econômica 41
Como este valor é positivo, a próxima taxa a ser arbitrada deve ser maior que
15%. Assim, tomando-se i = 16%, tem-se que:
P = - Cr$ 334
r
Interpolando tem-se:
+ C r $ 38
P = +Cr$ 1.449
r
P = - Cr$ 1.343
c
Interpolando, tem-se:
Engenharia Econômica 43
Este resultado indica que a alternativa de reforma deve ser preferida pela ge-
rência, visto apresentar uma taxa interna de retorno superior à da opção de comprar
uma nova linha de produção.
Esta orientação vai de encontro àquela fornecida quando foi utilizado o mé-
todo do valor presente líquido. Isto, contudo, não quer dizer que exista incompati-
bilidade entre os dois métodos. Na realidade, o que ocorreu nada mais foi do que
uma utilização errônea do método da taxa interna de retorno, ensejando uma falsa
orientação quanto à decisão final.
Nestes termos, admitindo-se uma taxa de desconto igual a 10% para o inves-
v
timento incremental, seu valor presente líquido será:
Interpolando, tem-se:
Se dois projetos estiverem sendo avaliados pelo critério da taxa interna de re-
torno e o primeiro deles, de menor investimento, apresentar retorno insuficiente, a
análise incremental poderá indicar um resultado superior à taxa mínima requerida
sem que o segundo projeto seja atrativo. É essencial observar-se,portanto, que antes
de proceder à análise incremental, o analista deve assegurar-se de que a proposta de
menor investimento apresenta um retorno superior ao mínimo exigido.
Esta sutileza, que pode vir a confundir até mesmo alguns dos mais experimen-
tados profissionais, encontra-se ilustrada no exemplo 8 a seguir.
Exemplo 8
Numa fábrica de bens de consumo de alta produção está sendo proposta uma
alteração no método de embalagem de produtos. Duas alternativas encontram-se em
consideração, sendo que em ambas será exigida a realização de investimentos na
compra de sistemas de transporte e manuseio automatizados.
46 Métodos para comparação entre alternativas de investimento
A vida estimada para ambas as alternativas é de oito anos ao final dos quais
não haverá valor residual. O retorno mínimo aceitável pela gerência é de 9% ao ano.
Solução:
A solução deste fluxo de caixa para taxas arbitradas em 11% e 12% respectiva-
mente indica:
Engenharia Econômica 4 7
Interpolando, tem-se:
Cr$ 1.000
P = - C r $ 6 . 0 0 0 + Cr $ 1.000* x 6,2098
A
P =
A +Cr$ 210
31
P = - C r $ 6.000 + Cr$ 1.000 x 5,9713 È Í
A
P = - C r $ 29
A
Interpolando, tem-se:
Engenharia Econômica
Então:
P B =Cr$ 166
Para i = 8%:
P =F - Cr$ 104
B
Por interpolação
50 Métodos para comparação entre alternativas de investimento
Exemplo 9
Determinar a localização mais interessante, economicamente, para a central
de distribuição, referida no Problema 3 deste capítulo, fazendo uso do método da
taxa interna de retorno.
Solução:
Para i = 10% P =
A(B-A) Cr$1.687
Para i= 20% P
A(B-A)= - Cr$ 1.162
Interpolando, tem-se:
Para i = 10%
Para i= 20%
Interpolando, tem-se:
Para i = 10%
Para i = 20%
Interpolando:
Este resultado, contudo, contradiz o obtido através dos métodos do valor pre-
sente líquido e do benefício líquido anual, nos problemas 3 e 4 respectivamente,
que indicam a alternativa B como a mais vantajosa.
54 Métodos para comparação entre alternativas de investimento
i P(Cr$)
10% + 2.530
11% + 1.888
12% + 1.294
13% + 744
14% + 234
1.5% - 240
16% - 680
17% -1.090
18% -1.472
19% - 1.829
20% - 2.162
Isto sugere que a taxa interna de retorno deva ser calculada cpm aproximação
de.-décimos.
Fluxos de Caixa
ANO Fluxos de Caixa Acumulados
Cr$ Cr$
0 -60.000 - 60.000
1 + 20.000 - 40.000
2 + 20.000 - 20.000
3 + 20.000 0
4 + 20.000 + 20.000
5 + 20.000 + 40.000
6 + 20.000 + 60.000
7 + 20.000 + 80.000
8 + 20.000 + 100.000
56 Métodos para comparação entre alternativas de investimento
PROJETO A PROJETO B
ANO Fluxos de Fluxos de Caixa Fluxos de Fluxos de Caixa
Caixa Acumulados Caixa Acumulados
-Cr$ - -Cr$- -Cr$ - -Cr$ -
0 - 3.000 - 3.000 - 3.000 -3.000
1 + 1.000 - 2.000 + 1.500 -1.500
2 + 1.000 -1.000 + 1.500 0
3 + 1.000 0 + 1.000 + 1.000
4 + 1.000 n.ooo + 500 + 1.500
5 + 1.000 + 2.000 0 + 1.500
6 + 1.000 +3.000 0 + 1.500
Exemplo 10
Certa empresa está considerando duas alternativas de investimento para redu-
zir custos de produção. Os projetos em comparação apresentam as seguintes previ-
sões de desembolsos e reduções de custo;
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Projeto^
A -10.000 4.000 3.000 3.000 2.000 2.000 2.000 2.000 2.000 2.000 2.000
-Cr$-
B -10.000 4.000 3.000 3.000 3.000 3.000 3.000 3.000 3.000 3.000 3.000
-Cr$-
Solução:
3
- 3.000 - 3.000
0 0
4 + 2.000 . + 3.000
5 + 4.000 + 6.000
6 + 6.000 + 9.000
7 + 8.000 + 12.000
8 + 10.000 + 15.000
9 + 12.000 + 18.000
10 + 14.000 + 21.000
58 Métodos para comparação entre alternativas de investimento
P = + Cr$ 6.923
A
P = - C r $ 10.000 + Cr$ 3.000 (U/P, 8%, 10) + Cr$ 1.000 x (M/P, 8%, 1)
B
P = +Cr$ 11.056
B
Estes valores indicam claramente que a alternativas deve ser a preferida. Poder-
se-ia ter chegado à mesma conclusão por uma simples inspeção nos diagramas de flu-
xos de caixa para ambas as alternativas. A incapacidade do método do pay-back pa-
ra demonstrar a superioridade de B resultou exatamente porque este método ignora
inteiramente as conseqüências, além do período de recuperação.
Exemplo 11
Suponha-se que as alternativas do exemplo anterior apresentem os seguintes
diagramas de fluxos de caixa:
\Ano
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Projetas.
A -10.000 4.000 3.000 3.000 2.000 2.000 2.000 2.000 2.000 2.000 2.000
Cr$
B
- 10.000 2.000 3.000 5.000 2.000 2.000 2.000 2.000 2.000 2.000 2.000
Cr$
Solução:
P = -Cr$ 10.000 + Cr$ 2.000 x (U/P, 8%, 10) + Cr$ 2.000 (M/P, 8%, 1)
A
P = +Cr$ 6.923
4
P = - C r $ 10.000 + Cr$ 2.000 x (U/P, 8%, 10) + Cr$ 1.000 (M/P, 8%, 2)
B
P = + Cr$ 6.658
B
60 Métodos para comparação entre alternativas de investimento
A análise pelo método do valor presente líquido indica claramente que o pro-
jeto A é superior. A incapacidade do método do pay-back de evidenciar essa supe-
rioridade decorre do fato de este método desprezar a variação do valor do dinheiro
no tempo. Considerando-se que todas as conseqüências econômicas, após o período
de recuperação para ambos os projetos, são idênticas, pode-se facilmente concluir
que a vantagem de A em relação a B decorre exclusivamente do fato de que os flu-
xos de caixa positivos de maior valor, que ocorrem durante o período de recupera-
ção, encontram-se menos afastados no tempo para o projeto A, resultando num
maior valor presente líquido para este projeto.
Problema 1
Numa análise das oportunidades para redução de custos efetuada pelo de-
partamento de transporte de uma usina siderúrgica, foi detectada a possibilidade de
Engenharia Econômica 61
Problema 2
Resolver o Problema 1, utilizando o método do benefício líquido anual uni-
forme.
Problema 3
Resolver o Problema 1, utilizando o método da taxa interna de retomo. Gra-
far a função P = f(i) fazendo a taxa de juros variar de 1 % em 1% no intervalo entre
25% e 35% e comparar a solução gráfica com a algébrica.
Problema 4
Um fazendeiro está considerando a aquisição de um trator para trabalhar em
suas terras. Após uma pesquisa junto a fornecedores, selecionou duas marcas capa-
zes de atender às suas necessidades. Sobre elas obteve as seguintes informações;
Se o custo do capital para o fazendeiro é de 10% ao ano, qual marca deve ser
escolhida?
62 Métodos para comparação entre alternativas de investimento
Problema 5
A gerência de certa empresa está considerando a mecanização de seus serviços
de embalagem. Atualmente os produtos são acondicionados manualmente a um custo
anual de Cr$ 30.000,00. Dois tipos de equipamentos capazes de executar a mesma
função encontram-se disponíveis no mercado, apresentando as seguintes caracterís-
ticas:
Sendo à taxa mínima de atratividade para a empresa igual a 12% ao ano, qual
equipamento deve ser o escolhido? Utilizar o método do valor presente líquido.
Problema 6
Resolver o problema 5, utilizando o método do benefício líquido anual uni-
forme.
Problema 7
Resolver o problema 5, utilizando o método da taxa interna de retorno.
Problema 8
Duas empilhadeiras estão sendo consideradas para movimentação de materiais
numa fábrica. Ambas possuem vida útil estimada em quatro anos. A empilhadeira A
exigirá um investimento de Cr$ 10.000,00, enquanto para B o investimento será de
Cr$ 6.000,00. Os custos operacionais também serão diferentes conforme pode ser
observado abaixo:
1 7.500 8.000
2 7.600 8.150
3 7.700 8.300
4 7.800 8.450
Engenharia Econômica 63
Sendo a taxa mínima de atratividade igual a 10% ao ano, pede-se decidir sobre
a alternativa mais econômica com base nos custos anuais uniformes.
Problema 9
Dois projetos alternativos estão disponíveis a um pequeno empresário, apre-
sentando os seguintes fluxos de caixa:
Problema 10
Um das principais deficiências do método do pay-back é não considerar a va-
riação do valor do dinheiro no tempo. Um refinamento deste método seria a deter-
minação do pay-back com base nos valores presentes das variações de caixa ocorri-
das em cada período.
Problema 11
Um consultor, convidado a opinar sobre a decisão a ser tomada acerca dos
projetos alternativos descritos no problema 9, recomendou que fosse preferida a
alternativa B, contrária à conclusão a que se havia chegado anteriormente naquele
exercício. Utilizando qualquer um dos três métodos clássicos de análise de investi-
mentos, forme suas próprias opiniões e tente explicar eventuais divergências. O cus-
to do capital para ambos os projetos será de 6% ao ano.
3
capítulo
65
66 Comparação entre altern, de invest, sob circunstâncias especificas
P (Cr$)
0 + 60.000
+ 14.054
10 - 3.730
15 - 8.816
20 - 8.352
25 - 5.682
30 - 2.36.2
35 + 907
40 + 3X34
35 40
P (Cr$)
0 + 150.000
5 + 76-332
10 + 41.906
15 + 26.268
20 + 19.701
25 + 17.474
30 + 17.247
35 + 17.860
40 + 18.738
— Pelo reinvestimento, em geral sob forma de uma reserva, dos lucros que an-
tecedem ao desembolso prospectivo.
— Pela r e a l i z a ç ã o de um e m p r é s t i m o a ser pago com os resultados futuros.
— Através da captação de recursos próprios, cujo capital será recuperado em
p e r í o d o s futuros.
— Por uma c o m p o s i ç ã o mista de recursos obtidos através das formas citadas.
Exemplo 1
Solução:
Admitindo-se que esta reserva seja formada por uma quota anual que poderá
ser investida a uma taxa de 15% ao ano, deverá ser retirada de lucro anual uma
quantia tal que, capitalizada a 15% ao ano, produza, após dez anos, Cr$ 300.000,00.
Parai= 8% P= + C r $ 4.667
Parai= 9% P = - C r $ 17.325
Interpolando :
+ C r $ 4.667
• C r $ 17.325
70 Comparação entre altern. de invest, sob circunstâncias específicas
Exemplo 2
Solução:
U- C r $ 10.000 x ( P / U , 4%, 5)
U= C r $ 10.000 x 0,2246
U = C r $ 2.246
Parai=19% P= + C r $ 1 . 7 0 5
P a r a i = 20% P= -Cr$ 1.185
72 Comparação entre altern, de invest, sob circunstâncias específicas
Exemplo 3
Considerando as potencialidades de um mercado altamente promissor, deter-
minada firma está pretendendo construir uma planta industriai para a qual financia-
mentos não são disponíveis devido ao tipo do produto a ser lançado.
A empresa estima os seguintes fluxos de caixa para o empreendimento:
VALOR
DISCRIMINAÇÃO ANO
CrS 1.000
Para financiar a expansão serão retidos CrS 3.500,00/ano dos lucros correspon-
dentes aos três primeiros anos, que investidos a 10% ao ano produzirão:
Observando-se que no quarto ano o lucro será de CrS 15.000,00, este valor
será integralmente recuperado naquele período, ficando o lucro reduzido para:
Exemplo 4
Uma empresa pretende reformular o seu sistema de transporte interno em sua
área para estocagem de produtos acabados. Os estudos efetuados pelos engenheiros
da fábrica indicaram duas alternativas tecnicamente viáveis, cujas c o n s e q ü ê n c i a s
econômicas estimadas são:
DISCRIMINAÇÃO ALTERNATIVAS
A B
Solução:
Alternativa A
+ C r $ 3.000 x 0,2567
P = Cr$ 2 5 . 7 0 0
A
Alternativa B
P„ = - C r $ 25.062
78 Comparação entre alternativas de investimento sob circunstâncias especificas
Exemplo 5
Para fazer face à crescente complexidade de seus serviços, uma empresa está
analisando a compra de um sistema de processamento de dados por computador.
Dois modelos estão em julgamento e as estimativas seguintes foram realizadas:
ALTERNATIVAS
DISCRIMINAÇÃO
A B
Solução:
Alternativa A
Engenharia Econômica 79
+ C r $ 1.100 x 0,1296
U = - C r $ 5.281
A - C r $ 3.600 - C r $ 3.113 + C r $ 143
U A = - C r $ 11.851
Alternativa B
U = - Cr$ 11.997
B
+ C r $ 3.000 x 0,2155
U = - C r $ 12.144
A
Exemplo 6
Investimento V a l o r Presente
Pacote Conteúdo do
Necessário Líquido
Pacote
CrS Cr$
Nenhum projeto 0 0
2 A 25.000 1.401
3 B 15.000 1.775
4 C 30.000 4.892
5 A+B 40.000 3.176
6 A+C 55.000 6.293
7 B+C 45.000 6.667
8 A +B +C 70.000 8.068
Como referência pode ser citado: H. Martin Weingartner, Mathematical Programming and the
Analysis of Capital Budgeting Problems, I U i o n o i s , M a r k h a m Publishing C o . , 1967.
82 Comparação entre altern. de invest, sob circunstâncias especificas
Exemplo 7
Investimento C r i 20.000
B e n e f í c i o s Estimados C r $ 3.600/ANO
Valor Residual Nulo
Vida E c o n ô m i c a 10 anos
Solução:
1 Nenhum Investimento 0 0
2 A 25.000 1.401
3 B 15.000 1.775
4 C 30.000 4.892
5 A + B 40.000 3.176
6 A+ C 55.000 6.293
7 B+C 45.000 6.667
8 A + B+C 70.000 8.068
9 D 20.000 4.156
10 A+ D 45.000 5.557
11 B+ D 35.000 5.931
12 A+ B+ D 60.000 7.332
Engenharia Econômica 83
Problema 1
ALTERNATIVAS
DISCRIMINAÇÃO
A B
Sendo o custo do capital para a empresa igual a 7% ao ano, verificar qual das
alternativas é mais atrativa. Utilizar o m é t o d o da taxa interna de retorno e admitir
que, para fazer face ao desembolso no quinto ano de o p e r a ç ã o da alternativa A, será
c o n s t i t u í d o um fundo de reserva a partir da capitalização de d e p ó s i t o s anuais iguais
durante os cinco anos, a uma taxa de 10% ao ano.
Problema 2
1 ALTERNATIVA 1 ALTERNATIVA 2
ANO Cr$ * Cr$
0 - 10.000 -6.000
1 + 3.600 + 2.700
2 + 3.600 + 2.700
3 + 3.600 + 2.700
4 + 3.600
5 + 3.600 _
Problema 3
Problema 4
Problema 5
A diretoria de uma empresa aprovou uma verba de Cr$ 140.000,00 para o or¬
ç a m e n t o de melhorias. O gerente da f á b r i c a recebeu propostas de r e d u ç ã o de custos
a t r a v é s da m o d e r n i z a ç ã o dos ativos, provenientes de quatro departamentos:
Engenharia Econômica 85
C 50.000 15.000
Supõe-se que cada proposta terá um tempo de vida de sete anos. Usar o méto-
do do valor presente líquido para determinar o pacote orçamentário a ser seleciona-
do, considerando-se uma taxa mínima de atratividade de 15% ao ano.
Problema 6
Resolver o exercício anterior utilizando o método da taxa interna de retorno.
capítulo
Contabilidade da depreciação
86
Engenharia Econômica 87
Assim, do ponto de vista econômico, e este é o conceito que deve ser adotado
em estudos de investimento, a depreciação não é considerada como um custo, mas
como uma fonte de recursos para as operações da firma. Trata-se de um volume de
capital sem destinação específica a curto prazo, que poderá ser utilizado a critério
da administração.
O restante do presente capítulo será dedicado à discussão dos métodos exis-
tentes para a contabilização da depreciação e a outras considerações inerentes à
matéria, reservando-se para o capítulo seguinte a análise do impacto produzido pela
depreciação sobre os impostos e a conseqüente rentabilidade dos projetos de inves-
timento.
Onde:
A carga anual de depreciação pode ser expressa sob forma de taxa da seguinte
maneira:
Estas taxas são válidas para o trabalho realizado em um turno de oito horas.
Quando se opera em dois ou três turnos, elas podem ser multiplicadas por 1,5 ou
2,0, respectivamente.
Estas taxas são as cargas máximas de depreciação anual permitida pelo Gover-
no. Obedecidos estes limites, a legislação brasileira permite que qualquer método de
depreciação seja utilizado, podendo-se, inclusive, mudar o método de um período
contábil para o seguinte.
Exemplo 1
Um ativo depreciável tem um custo inicial de CrS 60.000,00. O valor residual
estimado após um período de utilização de oito anos, correspondente à sua vida
fiscal, é de CrS 4.000,00. Determinar:
d Co - R
=
n
Fazendo-se as substituições, tem-se:
CrS 60.000 - CrS 4.000 CrS 56.000
d= = = CrS 7.000/ano
8 8
b) Taxa percentual de depreciação.
Pela expressão (5.2), tem-se:
100 100
T= = donde:
n 8
T = 12,5% a.a.
D =nxd n
Onde:
O valor contábil de um ativo após n anos de utilização pode ser expresso gene-
ricamente por:
Cn= Co-Dn
Onde:
Assim:
C =Co-D
5 s
C = Cr$ 25.000
5
De acordo com este método, o valor contábil do bem pode ser determinado,
para um ano genérico n, segundo a expressão abaixo:
n
C = Co(l -T)
n
(5.4)
Como se observa, caso o valor residual seja nulo, a taxa obtida atrave's da
equação (5.4) será igual à unidade, não possuindo significado prático.
O exemplo 2, a seguir, ilustra com propriedade a utilização do método expo-
nencial de depreciação.
•Exemplo 2
Considerando-se o ativo referido no exemplo 1 e assumindo-se uma taxa
exponencial de depreciação de 25%, pede-se:
a) Indicar o valor contábil do bem ao final de cada ano e a carga anual de
depreciação.
b) Determinar a taxa de depreciação que deveria ser utilizada para que se
tenha, ao final dos oito anos de vida útil, o valor residual de CrS 4.000,00.
Solução:
a) Cálculo do valor contábil e depreciação anual.
Fazendo-se uso da equação (5.3), tem-se o seguinte valor contábil ao final do
primeiro ano:
J
C, = Cr$ 60.000(1 -0,25)
Donde:
C, =CrS 45.000
e a seguinte carga anual de depreciação:
d 1 = Co - C j
ou
d =Cr$ 15.000
1
Caso fosse desejável ter um valor residual contábil ao final do oitavo ano
exatamente igual aos Cr$ 4.000,00 do exemplo 1, deveria ser feito um ajuste na
carga de depreciação daquele ano, que seria então de Cr$ 4.009,00 e não apenas de
Cr$ 2.002,00.
b) Cálculo da taxa de depreciação.
T = 28,72%
Se um ativo tem vida útil estimada de quatro anos, a soma dos dígitos será,
então, igual a:
SD = 1 + 2 + 3 + 4 = 10
Exemplo 3
Considérando-se o mesmo ativo dos exemplos anteriores deste capítulo; pede-
se o valor contábil ao final de cada ano e a carga anual de depreciação.
Solução:
dos pela empresa, sob forma de depósitos anuais iguais, que capitalizados a uma
certa taxa de juros resultem, à é p o c a de substituição do ativo, num montante exa-
tamente igual ao seu custo original menos o valor residual.
n
dn = ( C - R ) ( M / U , i , N ) + i Soma(U ) onde U = 0
0 k 0 5.7)
Exemplo 4
Considerando-se o mesmo ativo dos exemplos anteriores deste capítulo,
pede-se o valor contábil ao final de cada ano e a carga anual de depreciação com-
posta de depósitos e juros gerados. Considerar uma taxa de juros de 8%.ao ano para
a constituição do fundo de renovação.
Solução:
Considerando-se que o ativo deverá apresentar um valor residual de
Cr$ 4.000,00, o valor do depósito anual será:
Como o valor contábil em qualquer ano será igual ao custo original do ativo
(Cr$ 60.000,00) menos o valor acumulado no fundo até aquela data, pode-se
e n t ã o constituir-se a seguinte tabela:
Depósito Juros Depreciação Fundo renovação Valor
Ano Anual Anuais Anual (deprec .acumul.) Contábil
(a) (b) (c)=(a)+(b) (d) (e) = C r $ 60.000 - ( d )
Cr$ Cr$ Cr$ Cr$
1 5.265 — 5.265 5.265 54.735
2 5.265 421 5.686 10.951 49.049
3 5.265 876 6.141 17.092 42.908
4 5.265 1.367 6.632 23.724 36.276
5 5.265 1.898 7.163 30.887 29.113
6 5.265 2.471 7.736 38.623 21.377
7 5.265 3.089 8.354 46.977 13.023
8 5.265 3.758 9.023 56.000 4.000
Engenharia Econômica 95
Exemplo 5
Solução:
Exemplo 6
Uma empresa locadora de automóveis adquiriu um certo modelo por
Cr$ 1.000.000,00. Considerando-se a característica do serviço oferecido, a empresa
utiliza o método de depreciação por produção, onde a unidade de produção é o
número de quilómetros rodados.
a. A taxa de depreciação;
b. A carga de depreciação a ser imputada ao primeiro ano de utilização do
veículo.
Solução:
a) Taxa de depreciação
CrS 1.000.000
T = = Cr$ 2,50/km rodado
400.000 km
d = TxP
1 1
d = CrS 200.000/ano.
1
Problema 1
Um equipamento de oficina mecânica custou Cr$ 230.000,00 e tem uma vida
útil estimada de 10 anos e valor residual estimado de Cr$ 10.000,00. Deter-
minar o valor contábil da máquina ao final do sétimo ano se o método de
depreciação utilizado for o linear.
Problema 2
Um bem foi adquirido pelo valor de Cr$ 120.000,00, devendo apresentar
após sete anos um valor residual de Cr$ 35.000,00. Se for utilizado o méto-
do exponencial de depreciação a uma taxa de 15% deseja-se saber:
Problema 3
Para o equipamento do problema 1, considerando-se que a carga anual máxi-
ma de depreciação aceitável seja igual à linear, determinar o número de anos
necessário para que se deprecie o ativo até que o valor residual de
CrS 10.000,00 seja atingido.
Problema 4
Resolver os itens a e b do problema 2, utilizando o m é t o d o da soma dos
dígitos.
Problema 5
Um sistema de britagem custou CrS 150.000,00 devendo apresentar valor
residual nulo após 15 anos de atividades. Se o m é t o d o de depreciação for o
do fundo de renovação, qual deve ser:
Problema 6
Resolver os itens b e c do problema 5 pelo m é t o d o da soma inversa dos
dígitos.
Problema 7
Um compressor tem uma vida útil esperada de 6.000 horas de utilização.
O equipamento custa Cr$ 8.000,00 devendo apresentar um valor residual de
Cr$ 4.000,00. Pede-se o valor contábil do equipamento ao final de 2.000
horas de uso.
capítulo
A influência do Imposto de Renda
na comparação entre alternativas
de investimento
6.1 Considerações Preliminares
O Imposto de Renda incide sobre o lucro tributável da empresa. Este, por sua
vez, é influenciado por procedimentos de contabilidade da depreciação, ,que visam
assegurar condições para a reposição dos ativos da companhia, quando isto se tornar
necessário à continuidade das operações. Por esta razão, a legislação tributária
permite às empresas deduzirem de seu lucro anual a correspondente carga de
depreciação para fins de cálculo do Imposto de Renda.
100 A influência do IR na comparação entre alternativas de investimento
caso, será declarada como lucro não operacional, ficando sujeita à tributação. Caso
contrário, será lançada como perda contábil, que é integralmente abatida do lucro
para fins de cálculo do Imposto de Renda a pagar, tal como ocorre com a depre-
ciação.
Exemplo 1
Uma máquina está estimada em Cr$ 16.000,00, com vida econômica igual a
seis anos. Após este tempo, a máquina será retirada de operação com valor residual
líquido nulo. Durante a utilização, acredita-se que venham a ser reduzidas despesas
com mão-de-obra em Cr$ 5.000,00 em cada ano. Verificar a taxa interna de retorno
do projeto para:
Solução:
0 - 16.000 _ _ -16.000
1 + 5.000 -4.000 + 1.000 -350 + 4.650
2 + 5.000 -4.000 + 1.000 -350 + 4.650
3 + 5.000 -4.000 + 1.000 -350 + 4.650
4 + 5.000 -4.000 + 1.000 -350 + 4.650
5 + 5.000 + 5.000 -1.750 + 3.250
6 + 5.000 + 5.000 -1.750 + 3.250
-
Arbitrando taxas,tem-se:
Interpolando, tem-se:
Este caso corresponde a uma vida contábil igual à vida econômica do ativo.
São as seguintes as tabulações de fluxos de caixa:
Interpolando, tem-se
Este caso corresponde a uma vida contábil maior que a vida econômica do
ativo.
São as seguintes as tabulações de fluxos de caixa:
0 - 16.000 _ - 16.000
1 + 5.000 - 2.286 — + 2.714 ^950 + 4.050
2 + 5.000 - 2.286 — + 2.714 -950 + 4.050
3 + 5.000 - 2.286 — + 2.714 -950 + 4.050
4 + 5.000 - 2.286 — + 2.714 -950 + 4.050
5 + 5.000 - 2.286 .— + 2.714 -950 + 4.050
6 + 5.000 - 2.286 - 2.286 + 428 -150 + 4.850
Interpolando, tem-se:
Resumindo, tem-se:
Como facilmente pode ser verificado, quanto menor a vida contábil ou, equi-
valentemente, quanto mais rapidamente for realizada a depreciação, melhor será a
taxa de retorno, dado que o pagamento de maiores valores de imposto é postergado
para períodos mais remotos, melhorando a rentabilidade do projeto.
Exemplo 2
Resolver o exemplo 1, admitindo-se que o projeto apresentará um valor resi-
dual de Cr$ 3.000,00.
Engenharia Econômica 105
Solução:
a) Vida contábil de 4 anos.
Interpolando, tem-se: p
Interpolando, tem-se:
0 - 16.000 — _ - 16.000
1 + 5.000 ! 2.286 + 2.714 -950 + 4.050
2 + 5.000 - 2.286 - + 2.714 -950 + 4.050
3 + 5.000 -2.286 + 2.714 -950 + 4.050
4 + 5.000 - 2.286 — + 2.714 -950 + 4.050
5 + 5.000 - 2.286 + 2.714 -950 + 4.050
6 + 5:000 - 2.286 + 714 + 3.428 - 1.200 + 6.800
Exemplo 3
O gerente de produção de uma fábrica tenciona introduzir um sistema meca-
nizado para transporte de produtos em processamento. O projeto apresenta as se-
guintes características:
108 A influência do IR na comparação entre alternativas de investimento
Solução:
Interpolando, tem-se:
Exemplo 4
Dois sistemas para ar-condicionado estão sendo estudados para instalação
nos escritórios de certa empresa.
110 A influência do IR na comparação entre alternativas de investimento
Solução:
Qualquer dos dois investimentos que seja realizado resultará em custos anuais
de operação e manutenção que, somados aos custos atuais da empresa, contribui-
rão para reduzir o lucro tributável. Adicionalmente, a carga de depreciação anual
produzirá semelhante efeito.
Sistema A
Sistema B
0 -12.000 -12.000
1 - 3.000 -2.400 + 5.400 + 1.890 - 1.110
2 - 3.000 - 2.400 + 5.400 +1.890 - 1.110
3 - 3.000 - 2.400 + 5.400 + 1.890 - 1.110
4 - 3.000 -2.400 + 5.400 + 1.890 - 1.110
5 - 3.000 -2.400 + 5.400 + 1.890 - 1.110
Problema 1
Um fabricante de parafusos está analisando se convém adquirir um torno
automático para a sua linha de produção. O valor do equipamento já instalado é de
Cr$ 30.000,00. Seu valor residual após cinco anos de utilização será nulo. Estima-se
que anualmente será obtido um excedente de receitas sobre despesas, da ordem de
Cr$ 9.000,00. Sendo a taxa mínima de atratividade igual a 8% ao ano e a alíquota
112 A influência do IR na comparação entre alternativas de investimento
Problema 2
Problema 3
Admitindo-se:
Problema 4
Problema 5
Uma firma do setor químico está considerando duas alternativas para a aqui-
sição, de um forno, a fim de executar uma importante etapa no seu processo de
produção. São às seguintes as estimativas efetuadas com relação aos dois equipa-
mentos:
114
Engenharia Econômica 115
Por outro lado, o capital de terceiros pode ser definido como sendo aqueles
recursos captados pela empresa sob a forma de debêntures emitidas ou empréstimos
que devem ser repostos de acordo com cláusulas contratuais.
Esta mesma taxa não deveria ser, entretanto, a referência para a discussão
quanto à forma de financiamento do investimento escolhido. Nesta etapa da análise,
os fluxos de caixa refletem apenas o investimento a ser efetuado com recursos pró-
prios e, obviamente, a taxa mínima de atratividade deve corresponder somente ao
custo dos capitais de risco.
*Aos leitores interessados sugerimos consultar os livros clássicos da especialidade e.em parti-
cular, a leitura da obra de Ezra Solomon, Teoria da Administração Financeira, publicada na
língua portuguesa por Zahar Editores.
Engenharia Econômica 117
Embora este tipo de análise já tenha sido exaustivamente estudado, será abor-
dado novamente através de um exemplo numérico, que servirá de base para a obten-
ção de conclusões a respeito das fontes alternativas de financiamento.
Exemplo 1
O departamento de engenharia industrial de uma fábrica, em cumprimento a
um programa de redução de custos, está estudando a possibilidade de mecanizar de-
terminada operação.
DISCRIMINAÇÃO ESTIMATIVAS
Solução:
0
1
- 12.000
+ 3.500
-
- 2.400
—
+ 1.100
— - 12.000
-385 + 3.115
2 + 3.500 -2.400 + 1.100 -385 + 3.115
3 + 3.500 -2.400 + 1.100 -385 + 3.115
4 + 3.500 -2.400 + 1.100 -385 + 3.115
5 + 3.500 - 2.400 + 1.100 -385 + 3.115
118 Financiamento de projetos
Interpolando estes valores, chega-se a uma taxa de retorno de 9,4% ao ano. Is-
to significa que, se os recursos próprios para financiar o projeto em sua totalidade
custam 5% e o retomo sobre estes é de 9,4%, o projeto é interessante financiado da
forma proposta.
Um princípio geral que merece ser ressaltado é que o uso de recursos externos
tende a melhorar os bons empreendimentos e piorar os maus. Isto ocorre porque in-
vestimentos atrativos apresentam, em geral, uma elevada rentabilidade. Como o cus-
to dos capitais externos é sempre inferior à taxa de retomo sobre o capital próprio
desses projetos, esta será substancialmente melhorada. Como exemplo, suponhamos
um projeto inteiramente financiado com recursos próprios como o do exemplo 1,
cuja taxa de retorno após o Imposto de Renda é de 9,4%. Considerando que parte
do investimento inicial possa ser financiado por meio de recursos externos a um cus-
to de 6,3% após os impostos, os proprietários do negócio auferirão um lucro de
3,1% (9,4 - 6,3%) sobre o capital tomado emprestado, melhorando substancialmen-
te a taxa de retomo sobre os recursos próprios do empreendimento. Esta mesma li-
nha de raciocínio pode ser desenvolvida no sentido inverso para justificar uma redu-
ção na rentabilidade de investimentos pouco atrativos.
que apenas for possível a realização do empreendimento com parte dos recursos to-
mados emprestados, a taxa de retorno sobre o capital próprio orientará a decisão de
aceitar ou n ã o o projeto, conforme ela seja maior ou menor que o custo do capital
p r ó p r i o . Em outros casos, deve-se proceder a uma análise comparativa das formas al-
ternativas de financiamento, optando-se pela que for mais barata.
Exemplo 2
Solução: -
A tabulação correspondente aos fluxos de caixa em questão é a demonstrada
na tabela a seguir.
Arbitrando taxas de desconto para os fluxos de caixa do capital próprio,após
o Imposto de Renda, tem-se:
Por interpolação linear obtém-se uma taxa de retorno sobre o capital próprio
igual a 14,1% ao ano.
Como se observa, esta taxa é cerca de 50% superior à taxa de retorno sobre o
capital p r ó p r i o , quando o projeto é considerado integralmente financiado com re-
cursos próprios. Caso a única alternativa para o financiamento deste projeto seja
40% com recursos próprios e 60% com recursos de terceiros, o projeto deverá ser
aceito, pois a taxa de retorno de 14,1% ao ano sobre os recursos próprios supera em
muito o custo destes, que é de 5% ao ano, conforme enunciado no exemplo ante-
rior.
Exemplo 3
Considerando-se o projeto descrito nos dois exemplos anteriores, verificar
qual das formas de financiamento é mais atrativa, se com 100% de recursos próprios
ou com 40% de capital próprio e 60% de recursos externos. Utilizar o critério da ta-
xa interna de retorno e manter as c o n d i ç õ e s anteriores.
Solução:
Observando a questão sob outro prisma, pode-se concluir que o fluxo de caixa
incremental apresenta, no ano zero, exatamente o valor do empréstimo obtido, e,
nos anos subseqüentes, a parcela de amortização do empréstimo, mais os juros pa-
gos, subtraídos os efeitos de sua dedução do lucro tributável para cálculo do Impos-
to de Renda devido. Em outras palavras, isto significa que a taxa de 5,9% ao ano ex-
pressa o custo do capital externo após o Imposto de Renda. Como a alíquota de im-
posto é de 35%, este mesmo valor poderia ter sido obtido pelo simples produto de
(1 - 0 , 3 ) x 9 % = 5,9%.
Mesmo que não houvessem restrições desta natureza, e a firma pudesse captar
os recursos necessários num mercado de capitais.livre de controles, a impossibilida-
de de financiar integralmente com recursos externos um projeto desta natureza per-
maneceria, pois, devido ao elevado grau de risco financeiro*, o custo destes capitais
externos tornar-se-ia proibitivo, transformando, fatalmente, o projeto num empreen-
dimento antieconômico.
Para aqueles estudos em que for viável a hipótese de financiar o projeto com
100% de capital externo, as considerações a respeito dós critérios de decisão são
idênticas às realizadas para o caso de financiamento com composição mista de re-
cursos.
*O risco financeiro é definido como o quociente entre o valor total de mercado das dívidas e
o valor total de mercado da empresa, dado pela soma do valor total de mercado de capital
próprio mais o valor total de mercado das dívidas.
Segundo a teoria tradicional de finanças, o custo do capital é uma função do risco finan-
ceiro. A curva de custo do capital próprio, somada à do capital de terceiros, resulta numa
curva de custo do capital global que, à medida que aumenta o risco financeiro a partir de ze-
ro até 100% apresenta-se inicialmente decrescente, passando por uma região de m í n i m o e
tornando-se finalmente ascendente. O assunto encontra-se exaustivamente debatido em
textos clássicos de finanças, que podem servir como fonte de consulta para aqueles leitores
interessados.
Engenharia Econôm ica 123
reembolse totalmente dos custos de aquisição do bem e seja remunerado com uma
taxa de retorno definida. O empresário deve consideraras conseqüências desta ope-
ração para a sua firma, em face das demais formas alternativas de financiamento.
Exemplo 4
Solução:
0 -12.000 + 12.000 — — —
0 - 12.000 — -12.000
1 + 3.115 + 325 + 2.790
2 + 3.115 +325 + 2.790
3 + 3.115 +325 + 2.790
4 + 3.115 + 325 + 2.790
5 + 3.115 +325 + 2.790
Engenharia Econômica 125
Exemplo 5
Resolver o exemplo 4 , ignorando os efeitos da redução anual de custos de
Cr$ 3.500,00, comuns a ambas as alternativas.
Solução:
0 - 12.000
- - -12.000
1 -2.400 . +840 + 840
2
- - 2.400 + 840 + 840
3
- - 2.400 + 840 + 840
4
- -2.400 +840 + 840
5
- - 2.400 + 840 + 840
-
126 Financiamento de projetos
Graficamente, conforme pode ser observado abaixo, até uma taxa de juros de
5,2% ao ano, que é o custo do leasing, conforme visto no exemplo anterior, é mais
interessante adquirir a máquina, sendo o leasing melhor quando o custo do capital
próprio for superior a este limite.
Problema 1
Um empresário tomou um empréstimo de longo prazo no valor de
Cr$ 10.000,00, para ser pago em cinco anos, com parcelas de amortização cons-
tante de Cr$ 2.000,00 e juros de 5% áo ano. Construir uma tabela indicando a
posição da dívida, os juros pagos e.a amortização ano a ano.
Problema 2
Usualmente são concedidos financiamentos nos quais o processo de amortiza-
ção somente se inicia após passado certo tempo. Durante esta fase inicial denomina-
da "período de carência" somente são pagos juros sobre o saldo devedor. Admitin-
do-se que o empréstimo do problema 1 apresenta uma carência de três anos, a última
parcela de amortização ocorrerá ao final do oitavo ano. Construir uma tabela indi-
cando ano a ano a posição da dívida, os juros pagos durante os períodos de carência
e de amortização e as amortizações.
Problema 3
Um grupo empresarial interessado em diversificar suas atividades, ingressando
na indústria de insumos básicos, tem disponíveis um projeto cimenteiro e outro de
produção de celulose para escolher.
PROJETO
ANO
CIMENTO CELULOSE
-Cr$ - -Cr$ -
0 - 3.200 - 2.100
1 -5.000 -2.800
2 - 2.400 -2.100
3 2.800 900
4 3.600 2.200
5 a 19 3.700 2.200
20 6.700 3.900
128 Financiamento de projetos
Problema 4
Admitindo-se que para o projeto selecionado no problema 3 possa ser obtido
um financiamento correspondente a 60% do valor de cada parcela de investimento,
ocorridas nos anos 0, 1 e 2, pede-se:
Problema 5
129
130 A avaliação de investimentos numa economia inflacionária
M = P(l + i)
Por outro lado, considerando-se que num regime inflacionário existe perda
de poder aquisitivo da moeda, a fim de que o investidor não tenha o seu patrimônio
aviltado, o capital aplicado deveria ser indexado à taxa de inflação do período de
forma a manter seu poder aquisitivo. Este capital resultaria então no seguinte mon-
tante, admítindo-se que 0 corresponde à taxa de inflação do período:
Engenharia Econômica 131
(8.1)
Com todas as taxas expressas na sua forma unitária.
Exemplo 1
Solução:
Como se pode observar esta tabela apresenta apenas uma derivação daquelas
já apresentadas anteriormente e familiares ao leitor. A diferenciação existe apenas
com relação ao perfil da depreciação anual que varia em função do cronograma de
investimentos do projeto que se apresenta escalonado ao longo de três períodos.
Idêntico resultado teria sido obtido, a partir da deflação à taxa anual de 45%
do fluxo de caixa à moeda corrente e posterior determinação da Jaxa de retorno
real através do fluxo de caixa deflacionado.
Exemplo 2
O exemplo 2 do Capítulo 7 corresponde a uma operação de mecanização,
exigindo um investimento inicial de Cr$ 12.000,00, sendo 60% deste valor financia-
do a uma taxa de juros real de 9% ao ano, com amortização em cinco anos. Supon-
do-se que este financiamento seja subsidiado com correção monetária limitada a
70% do valor da variação anual das ORTN's, pede-se determinar a taxa de retorno
do capital próprio, levando-se em consideração a influência do benefício decorrente
da limitação de correção monetária, e comparar o resultado com aquele obtido no
exemplo 2 jsem a consideração do benefício.
Solução:
Um outro aspecto de cunho prático que merece ser enfatizado é o fato de que
quanto mais elevada vier a ser a taxa de inflação, tanto maior será a influência dos
financiamentos subsidiados sobre a remuneração dos recursos próprios. Isto signifi-
ca que uma projeção de inflação moderada permite trabalhar-se com uma certa mar-
gem de segurança em relação à viabilidade do resultado projetado ser atingido,
Para maior clareza, suponha-se um projeto para o qual foi dimensionada uma
necessidade mínima de caixa igual a Cr$ 1.000,00 como parte do investimento ini-
cial ao final do ano zero, de modo a cobrir uma necessidade de pagamentos à vista
no mesmo valor. Após um ano de operação da empresa num ambiente inflacionário,
em que a taxa de inflação do período foi, digamos, igual a 80%, é de se esperar que
o montante dos pagamentos à vista tenha se elevado para Cr$ 1.800,00, tornando o
caixa mínimo insuficiente e demandado uma inversão adicional de Cr$ 800,00 para
fazer frente às novas necessidades.
*Na prática o item "caixa" não sofre uma degradação total, em virtude das aplicações efetuadas
no "Open-Market", que permitem minimizar a perda de poder aquisitivo desta rubrica. Entre-
tanto, por razões de simplicidade, esta consideração será aqui ignorada, uma vez que não afeta
significativamente os resultados da análise.
Engenharia Econômica 141
em cada período, cujo valor corresponde à inversão necessária, serja então realizada
em moeda corrente e posteriormente se efetuaria a deflação para a data da referên-
cia.
Exemplo 3
Um grupo de empresários da indústria madeireira encomendou um estudo
com vistas à implantação de um projeto destinado à produção de compensados e
aglomerados. O estudo apresentou as seguintes estimativas para o empreendimento:
Todo o investimento fixo será depreciado ao longo da vida útil do projeto. Se-
rá de 35% a alíquota de Imposto de Renda do projeto.
142 A avaliação de investimentos numa economia inflacionária
Solução :
a) Cálculo da taxa de retorno do projeto desprezando-se a influência da inflação so-
bre o capital de giro.
Uma vez que os estoques mantêm seu valor de reposição, a parcela degradável
corresponderia à necessidade de capital de giro global menos os estoques, totalizan-
do um montante Cr$ 800,00 a preços do final da data zero.
Engenharia Econômica 143
* Capital de giro inicial (Cr$ 1.500,00) + capital de giro aplicado anualmente para a cobertura
do efeito inflacionário produzido sobre a NCG inicial.
Numa economia inflacionária, uma questão que tem sido muito discutida diz
respeito à taxa de juros a ser utilizada para o desconto das duplicatas, quando a aná-
lise econômica do projeto é efetuada em moeda constante. De um lado existem
aqueles que defendem a adoção de uma taxa de juros real sob o argumento de que
sob tais condições a taxa de juros não deveria apresentar o componente inflacioná-
rio apresentado pelas taxas de mercado.
Engenharia Econômica 145
Exemplo 4
Supondo-se que no exemplo 3 deste capítulo o grupo de empresários preten-
da estabelecer uma política de desconto de duplicatas numa proporção de 50% das
vendas realizadas; deseja-se conhecer a taxa interna de retorno para o empreendi-
mento nestas condições. Ignorar o efeito inflacionário incidente sobre a necessidade
de capital de giro do projeto e considerar que seja razoável adotar uma taxa de juros
média esperada para desconto de duplicatas ao longo da vida útil do empreendimen-
to, igual a 4% ao mês.
Solução:
No dimensionamento da necessidade de capital de giro, o cálculo das contas a
receber é efetuado com base no custo efetivamente incorrido, que corresponde à
parcela de recursos cujo financiamento assegura a manutenção do ciclo operacional.
Isto significa que:
146 A avaliação de investimentos numa economia inflacionária
Por outro lado, em moeda corrente, constata-se que o valor financiado através
do desconto de duplicatas é exatamente o mesmo a ser amortizado três meses após,
uma vez que os juros foram pagos antecipadamente. Isto significa que o total amor-
tizado apresenta um ganho inflacionário, expresso em moeda constante pelo valor
deflacionado do financiamento efetuado.
Exemplo 5
Certo cidadão, pretendendo investir suas economias no mercado imobiliário,
encontrou as seguintes opções de aplicação na compra de lotes:
l°Ano 70%
o
2 . Ano 65%
3° Ano 60%
Solução:
Alternativa A
U = - Cr$ 500,000 (P/U, 4,5%, 36) - Cr$ 110.000 - Cr $ 90.000 (U/M,4,5%, 24)
A
(M/U, 4,5%, 36) - CrS 140.000 (U/M, 4,5%, 12) (M/U, 4,5%, 36)
- C r $ 140.000 x 15,4639x0,0116
U . = - C r $ 206.936
A
Alternativa B
0 1,0000 1000.000 — — —
1 1,0452 73.165 19 2,2767 159.372
2 1,0925 76.473 20 2,3738 166.164
3 1,1419 79.930 21 2,4749 173.245
4 1,1935 83.544 22 2,5804 180.627
5 1,2474 87.321 23 2,6904 188.325
6 1,3038 91.269 24 2,8050 196.350
7 1,3628 95.395 25 2,9170 204.193
8 1,4244 99.708 26 3,0336 212.349
9 1,4888 104.216 27 3,1547 220.831
10 1,5561 108.928 28 3,2807 229.652
11 1,6265 113.853 29 3,4118 238.826
12 1,7000 119.000 30 3,5481 248.365
13 1,7724 124.071 31 3,6898 258.286
14 1,8480 129.358 32 3,8372 268.603
15 1,9267 134.871 33 3,9905 279.332
16 2,0088 140.618 34 4,1499 290.490
17 2,0944 146.611 35 4,3156 302.093
18 2,1837 152.858 36 4,4880 314.160
150 A avaliação de investimentos numa economia inflacionária
Cabe lembrar, contudo, que uma vez que a taxa de correção monetária é esti-
mada, a incerteza associada a esta alternativa é muito maior e, na prática, como as
diferenças entre as alternativas não são muito significativas, talvez fosse conveniente
optar pela alternativa A cujos valores de pagamentos mensais encontram-se defini-
dos a priori.
Problema 1
O Sr. Marcelo adquiriu, em dezembro de 1975, uma casa no valor de
CrS 300.000,00. No mesmo m ê s , no ano de 1981, vendeu-a por Cr $ 12.000.000,00.
Considerando-se que a taxa de inflação anual média do período (expressa pelo índi-
ce Geral de Preços — disponibilidade interna, publicado pela Fundação Getúlio
Vargas) foi de 65,8%, pergunta-se qual foi a taxa de rentabilidade real auferida.
Problema 2
Um projeto de piscicultura, financiado pelo BNCC — Banco Nacional de Cré-
dito Cooperativo, obteve recursos numa proporção de 60% do custo global do inves-
timento a uma taxa de juros anual de 35% ao ano para amortização em oito anos.
Problema 3
Assumindo-se que o valor residual do problema 2, acima, corresponda ao capi-
tal de giro dimensionado inicialmente para o projeto, o qual não apresenta o item
"estoques", pede-se determinar a taxa de retorno para o projeto, considerando-se
o efeito inflacionário sobre o giro e comparar o resultado com o obtido no item a
do exercício anterior.
Engenharia Econômica 151.
Problema 4
Considerando-se a abordagem clássica de utilização de uma taxa de juros real
para desconto de duplicatas em projeções em moeda constante, resolver o exemplo
4 deste capitulo, considerando que a taxa real de juros seja 1,28% ao mês. Compare
o resultado obtido com o encontrado naquele exemplo. Utilizar o método da taxa
interna de retorno.
Problema 5
Considerando-se que a correção monetária estimada no exemplo 5 deste capí-
tulo para a alternativa B seja de 80% ao ano, calcular o custo anual desta alternativa
e definir a melhor alternativa do ponto de vista econômico, à luz desta nova premis-
sa.
capítulo
Risco e incerteza
9.1 Os Conceitos de Risco e Incerteza
Em geral, na teoria de decisão, é feita uma distinção quase que semântica, en-
tre dois termos denominados "risco" e "incerteza", cuja conceituação é dependente
do grau de imprecisão associado às estimativas.
Quando esta distribuição de probabilidades não pode ser avaliada, diz-se que
há incerteza. A incerteza, de modo geral, envolve situações de ocorrência não repe-
titiva ou pouco comuns na prática, cujas probabilidades não podem ser determina-
das por esta razão.
152
Engenharia Econômica 153
Em última análise, risca é uma incerteza que pode ser medida; opostamente
incerteza é um risco que não pode ser avaliado.
Nestes últimos anos, muitas técnicas têm sido desenvolvidas para o tratamen-
to de problemas de risco em projetos de investimento. Em realidade, vários desses
procedimentos sugeridos t ê m sido muito simplificados ou algo teóricos, resultando
em informações insuficientes para as decisões, ou admitindo a disponibilidade de
informações quase impossíveis de serem obtidas. Entretanto, algumas destas técni-
cas sugeridas parecem ser bastante úteis, podendo ser aplicadas com sucesso ao pro-
blema do tratamento do risco na avaliação de alternativas de investimento.
dade. Esta técnica, de valor prático indiscutível, permite pedir o efeito produzido
na rentabilidade do investimento, ao se fazer variar os dados de entrada.
Exemplo 1
Uma empresa está considerando a possibilidade de lançar uni novo produto
no mercado. A instalação da nova linha requererá um gasto de Cr$ 55.000,00 para
investimentos fixos e Cr$ 5.000,00 para capital de giro.
Solução:
a) Atratividade do projeto.
P= - C r $ 60.000 + Cr$ 11.675 x (U/P, 10%, 10) + Cr$ 5.000 x (M/P, 10%, 10)
P = - C r $ 13.666
Üma variação de - 15% indica que o novo preço de venda será de Cr$ 8,50/
ton. O faturamento cairá para Cr$ 42.500,00/ano e os novos fluxos de caixa serão
os demonstrados na tabela a seguir.
O uso de simulação pode ser muito útil na avaliação de investimentos sob ris-
co. Utilizando-se os m é t o d o s até agora descritos, as estimativas dos diversos parâme-
tros influentes na rentabilidade do projeto são aqueles mais prováveis: conseqüente-
mente será conhecido apenas o retomo mais provável para o projeto.
b) Selecionar, ao acaso, valores para cada variável, de acordo com suas proba-
bilidades de ocorrência, e calcular o valor presente líquido, taxa de retorno
ou outra medida de atratividade para o projeto, para cada combinação de
valores obtida. Se houver dependência entre variáveis, esse fato deve ser
considerado de forma a existir a correspondência entre os valores selecio-
nados.
c) Efetuar esta operação repetidas vezes até obter uma distribuição de proba-
bilidades do retorno do empreendimento.
Exemplo 2
Solução: I
a) Valores prováveis.
P = -Cr$ 70.000+ Cr$ 14.000(U/P, 10%, 10) + Cr$ 5.000(M/P, 10%, 10)
P = -Cr$ 70.000 + Cr$ 14.000 x 6,1446 + Cr $ 5.000x0,3855
P = + Cr$ 17.952
b) Simulação.
A Tabela I apresenta cem dados simulados, a partir dos quais foi preparada a
distribuição de probabilidades cumulativa, para o valor presente líquido do projeto.
A título ilustrativo, a seleção dos valores da primeira linha desta tabela foi in-
dicada com traços de tonalidade forte nas figuras de distribuição de probabilidades
acumuladas. Para a variável "investimento", por exemplo, o número aleatório sele-
cionado foi 65, ao qual corresponde um valor médio de Cr$ 75.000,00.
Engenharia Econômica 161
TABELA I continuação
Engenharia Econômica 163
Problema 1
Problema 2
Como não deverá existir elevação dos custos fixos da empresa, estima-se que
para cada unidade de incremento percentual na produção de gusa haverá uma eleva-
ção do lucro antes dos impostos de Cr$ 10.000,00.
166 Risco e incerteza
Problema 3
Para o projeto descrito no problema 2, prepare uma distribuição de probabili-
dades para o valor presente líquido. Determine graficamente a probabilidade do va-
lor presente líquido do projeto ser menor que zero e compare o resultado obtido
com aquele verificado no exercício anterior.
Engenharia Econômica 167
CAPÍTULO 2
1. Cr$ 10.668,00.
2. Cr$ 11.274,20.
3. Não.
4. 3,82% ao mês.
5. Cr$ 50.000,00.
6. 12,55% a.a.
7. Cr$ 723,67.
8. Cr$ 404.343,20.
CAPÍTULO 3
4. U„ = - C r $ 11.881,00.
(Trator X)
U = - C r $ 12.067,50.
y
5. P = +Cr$ 5.889,60.
A
(Equipamento B)
P = +Cr$ 17.329,00.
B
6. U = +Cr$ 1.041,00,
A
(Equipamento B)
U = +Cr$ 3.066,00.
B
CAPÍTULO 5
1. Cr$ 76.000,00.
2. a) Cr$ 53.245,00.
b) Cr$ 6.789,00.
c) Cr$ 10.258,00.
3. 31,2 anos.
4. a) Cr$ 44.107,00.
b)Cr$ 3.036,00.
5. a) Cr$ 5.524,00.
b) Cr$ 6.959,00.
6. b) Cr$ 5.000,00.
7. Cr$ 54.667,00.
Engenharia Econômica 169
CAPÍTULO 6
1. O projeto é rentável. Sua taxa de retorno igual a 10,18% a.a. supera a taxa míni-
ma de atratividade.
2. 16,93% a.a.
3. a) 16,88% a.a.
b) 17,95% a.a.
4. Projeto B.
5. Forno 1.
CAPITULO 7
3. Projeto de Cimento.
4. a) 26,53% a.a.
b) Composição Mista de Recursos.
6. Compra.
CAPITULO 8
2. a) 14,9% a.a.
b) 26,3% a.a.
4. i= 17,9% a.a.
CAPITULO 9
1. a) Reforma da fábrica.
b) O projeto não é sensível a uma variação positiva de 20% no orçamento de re-
forma e esta alternativa continua sendo, portanto, mais interessante.
BIBLIOGRAFIA
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FARO, Clóvis de. Matemática Financeira. Rio de Janeiro, Apec Editora S A . , 1970.
McLEAN, John G. How Evaluate New Capital Investment, Harvard Business Review,
X X X V I , nov./dez. 1958, pp. 59-69.
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PUCCINI, Abelardo; HESS, Geraldo; MARQUES, José Luis M. e PAES, Luis Carlos
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