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Mas, ao mesmo tempo, ligamos sua Fig. 2 - Sistema TN-S.
carcaça através de outro condutor na
mesma haste, e damos o nome des-
se condutor de “terra”.
Pergunta “fatídica”: Se o neutro
e o terra estão conectados ao mesmo
ponto (haste de aterramento), porque
um é chamado de terra e o outro de
neutro?
Aqui vai a primeira definição : o
neutro é um “condutor” fornecido pela
concessionária de energia elétrica,
pelo qual há o “retorno” da corrente
elétrica. Esse sistema, embora normaliza- C em último caso, isto é, quando real-
O terra é um condutor construído do, não é aconselhável, pois o fio ter- mente for impossível estabelecer qual-
através de uma haste metálica e que , ra e o neutro são constituídos pelo quer um dos dois sistemas anteriores.
em situações normais, não deve pos- mesmo condutor. Dessa vez, sua iden-
suir corrente elétrica circulante. tificação é PEN ( e não PE, como o
Resumindo: A grande diferença anterior ). Podemos notar pela figura 5 – PROCEDIMENTOS
entre terra e neutro é que, pelo neutro 3 que, após o neutro ser aterrado na
há corrente circulando, e pelo terra, entrada, ele próprio é ligado ao neu- Os cálculos e variáveis para
não. Quando houver alguma corrente tro e à massa do equipamento. dimensionar um aterramento podem
circulando pelo terra, normalmente ela ser considerados assuntos para “pós
deverá ser transitória, isto é, desviar c – Sistema TT : – graduação em Engenharia Elétrica”.
uma descarga atmosférica para a ter- Esse sistema é o mais eficiente A resistividade e tipo do solo, geome-
ra, por exemplo. O fio terra, por nor- de todos. Na figura 4 vemos que o tria e constituição da haste de
ma, vem identificado pelas letras PE, neutro é aterrado logo na entrada e aterramento, formato em que as has-
e deve ser de cor verde e amarela. segue (como neutro) até a carga ( tes são distribuídas, são alguns dos
Notem ainda que ele está ligado à equipamento). A massa do equipa- fatores que influenciam o valor da re-
carcaça do PC. A carcaça do PC, ou mento é aterrada com uma haste pró- sistência do aterramento.
de qualquer outro equipamento é o pria, independente da haste de Como não podemos abordar tudo
que chamamos de “massa”. aterramento do neutro. isso em um único artigo, daremos al-
O leitor pode estar pensando : “ gumas “dicas” que, com certeza, irão
Mas qual desses sistemas devo utili- ajudar:
4 – TIPOS DE ATERRAMENTO zar na prática?”
Geralmente, o próprio fabricante a ) Haste de aterramento:
do equipamento especifica qual sis- A haste de aterramento normal-
A ABNT ( Associação Brasileira de tema é melhor para sua máquina, po- mente, é feita de uma alma de aço
Normas Técnicas ) possui uma nor- rém, como regra geral, temos : revestida de cobre. Seu comprimento
ma que rege o campo de instalações pode variar de 1,5 a 4,0m. As de 2,5m
elétricas em baixa tensão. Essa nor- a ) Sempre que possível, optar pelo são as mais utilizadas, pois diminuem
ma é a NBR 5410, a qual, como todas sistema TT em 1º lugar. o risco de atingirem dutos subterrâne-
as demais normas da ABNT, possui os em sua instalação.
subseções. As subseções : 6.3.3.1.1, b ) Caso, por razões operacionais
6.3.3.1.2, e 6.3.3.1.3 referem-se aos e estruturais do local, não seja possí- b ) O valor ideal para um bom
possíveis sistemas de aterramento vel o sistema TT, optar pelo sistema aterramento deve ser menor ou igual
que podem ser feitos na indústria. TN-S. a 5Ω. Dependendo da química do solo
Os três sistemas da NBR 5410 c ) Somente optar pelo sistema TN- (quantidade de água, salinidade,
mais utilizados na indústria são :
Fig. 3 - Sistema TN-C.
a – Sistema TN-S :
Notem pela figura 2 que temos o
secundário de um transformador ( ca-
bine primária trifásica ) ligado em Y. O
neutro é aterrado logo na entrada, e
levado até a carga . Paralelamente ,
outro condutor identificado como PE
é utilizado como fio terra , e é
conectado à carcaça (massa) do equi-
pamento.
b – Sistema TN-C:
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alcalinidade, etc.), mais de uma haste
pode se fazer necessária para nos Fig. 4 - Sistema TT
aproximarmos desse valor. Caso isso
ocorra, existem duas possibilidades:
tratamento químico do solo (que será
analisado mais adiante), e o agrupa-
mento de barras em paralelo.
Uma boa regra para agruparem-se
barras é a da formação de polígonos.
A figura 5 mostra alguns passos. No-
tem que, quanto maior o número de
barras, mais próximo a um círculo fi-
camos. Outra regra no agrupamento
de barras é manter sempre a distân-
cia entre elas, o mais próximo possí-
vel do comprimento de uma barra.
É bom lembrar ao leitor que essas
são regras práticas. Como dissemos
anteriormente, o dimensionamento do
aterramento é complexo, e repleto de
cálculos. Para um trabalho mais pre- Fig. 5 - Agrupamento de barras em paralelo.
ciso e científico, o leitor deve consul-
tar uma literatura própria. tensão é a proibição (por norma) de indicar o valor ôhmico da resistência
tratamento químico do solo para equi- do terra.
pamentos a serem instalados em lo- Uma grande dificuldade na utiliza-
6 -TRATAMENTO QUÍMICO DO SOLO cais de acesso público (colunas de ção desse instrumento é achar um lo-
semáforos, caixas telefônicas, cal apropriado para instalar as hastes
Como já observamos, a resistên- controladores de tráfego, etc...). Essa de referência. Normalmente, o chão
cia do terra depende muito da consti- medida visa a segurança das pesso- das fábricas são concretados, e , com
tuição química do solo. as nesses locais. certeza, fazer dois “ buracos” no chão
Muitas vezes, o aumento de núme- ( muitas vezes até já pintado ) não é
ro de “barras” de aterramento não con- algo agradável .
segue diminuir a resistência do terra 7 - MEDINDO O TERRA Infelizmente, caso haja a necessi-
significativamente. Somente nessa si- dade de medir – se o terra , não te-
tuação devemos pensar em tratar qui- O instrumento clássico para medir- mos outra opção a não ser essa. Mas,
micamente o solo. se a resistência do terra é o terrôme- podemos ter uma idéia sobre o esta-
O tratamento químico tem uma tro. do em que ele se encontra , sem
grande desvantagem em relação ao Esse instrumento possui 2 hastes medi–lo propriamente. A figura 7
aumento do número de hastes, pois a de referência, que servem como divi- mostra esse “ truque”.
terra, aos poucos, absorve os elemen- sores resistivos conforme a figura 6 . Em primeiro lugar escolhemos
tos adicionados. Com o passar do tem- Na verdade, o terrômetro “injeta” uma fase qualquer, e a conectamos a
po, sua resistência volta a aumentar, uma corrente pela terra que é trans- um pólo de uma lâmpada elétrica co-
portanto, essa alternativa deve ser o formada em “quedas” de tensão pe- mum. Em segundo lugar, ligamos o
último recurso. los resistores formados pelas hastes outro pólo da lâmpada na haste de
Temos vários produtos que podem de referência , e pela própria haste de terra que estamos analisando. Quan-
ser colocados no solo antes ou depois terra. to mais próximo do normal for o brilho
da instalação da haste para diminuir- Através do valor dessa queda de da lâmpada , mais baixa é a resistên-
mos a resistividade do solo. A tensão, o mostrador é calibrado para cia de terra .
Bentonita e o Gel são os mais utiliza-
dos. De qualquer forma, o produto a
ser utilizado para essa finalidade deve Fig. 6 - Terrômetro.
ter as seguintes características :
Fig. 7 - Verificação
do estado do "terra".
Alexandre Capelli
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- Ser bom condutor de eletricidade.
- Ter resistência mecânica adequada
ao esforço a que está submetido.
- Não reagir (oxidar) quimicamente
com o solo.
PROBLEMAS COM
ATERRAMENTO ELÉTRICO
LIGADO AO “PÁRA – RAIOS”
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sua durabilidade não é indeterminada. 5 Onde :
O produto mais utilizado para esse tra- Sf = a seção transversal dos cabos
tamento é o Erico - gel , e os passos (fios) de alimentação do equipamen-
para essa técnica são os seguintes : to (fases).
St = a seção transversal do fio terra.
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BITOLA E CONEXÃO
DO FIO TERRA
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ATERRAMENTO
ELÉTRICO PARTE III
Alexandre Capelli
ATERRAMENTO NA COMUNICA-
Finalizando o tema “Aterramento Elétrico”, este capítulo fará as ÇÃO SERIAL RS 232
considerações finais sobre o assunto abordando agora os aspec-
Os sistemas de comunicações
tos eletrônicos. Veremos como o aterramento pode influenciar nos seriais como RS 232 são especial-
diversos circuitos eletrônicos e, entre eles, na própria comunica- mente sensíveis à EMI. A RS 232 uti-
ção RS 232. liza o terra dos sistemas comunicantes
como referência para os sinais de
Estudaremos também um pouco sobre EMI, visto que seu efeito transmissão ( TX ) e recepção ( RX ).
depende em parte da qualidade do aterramento elétrico. Além dis- Caso haja diferenças de potenciais
so, para quem deseja aprofundar-se um pouco mais, segue um entre esses terras, a comunicação
poderá ser quebrada. Isso ocorre
pequeno formulário sobre aterramento elétrico. quando o terra utilizado como referên-
cia não está dentro do valor ideal (me-
nor ou igual a 10 Ω), portanto o fio ter-
EMI (Eletromagnetic Interference) Podemos perceber a EMI em rá- ra serve como uma “antena” receptora
dios AM colocados próximos a reato- de EMI. Notem, pela figura 1, o dia-
Qualquer condutor de eletricidade res eletrônicos de lâmpadas fluores- grama simplificado do fenômeno.
ao ser percorrido por uma corrente centes, principalmente nas estações Isso significa que o mau aterra-
elétrica, gera ao seu redor um campo acima dos 1000 KHz. Uma das técni- mento é uma “porta aberta” para que
eletromagnético. Dependendo da fre- cas para atenuar a EMI é justamente os ruídos elétricos (tais como EMI)
qüência e intensidade da corrente elé- um bom aterramento elétrico, como entrem no circuito , e causem um fun-
trica, esse campo pode ser maior ou veremos a seguir. cionamento anormal na máquina .
menor. Quando sua intensidade ultra-
passa determinados valores, ela pode
começar a interferir nos outros circui-
tos próximos a ele. Esse fenômeno é
a EMI.
Na verdade, os efeitos da EMI co-
meçaram a ser sentidos na 2º Guerra
Mundial.
As explosões das duas bombas
atômicas sobre o Japão irradiaram
campos eletromagnéticos tão inten-
sos, que as comunicações de rádio na
região ficaram comprometidas por
várias semanas. Atualmente, os circui-
tos chaveados (fontes de alimentação,
inversores de freqüência, reatores ele-
trônicos, etc. ) são os principais gera-
dores de EMI. O “chaveamento” dos
transistores (PWM) em freqüências de
2 a 30 kHz geram interferências que
podem provocar o mau funcionamen-
to de outros circuitos próximos, tais
como CPUs, e dispositivos de comu-
nicação (principalmente RS 232).
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BLINDAGEM ATERRADA sicas, que podem ser úteis para um d)Determinação da janela da malha
cálculo prévio à instalação do
D
Outra técnica para imunizar – se aterramento elétrico. D=C/20f
os ruídos elétricos é o aterramento das
D
blindagens. O leitor poderá perceber a) Resistência de uma haste
que todos os circuitos chaveados (fon-
tes de alimentação, inversores, etc.), Rhaste = ρa ln( 4L/d) Ω.
na sua maioria, possuem sua caixa de 2πL Onde : C = velocidade da luz =
montagem feita de metal. Essa técni- onde : 300.000.000 m/s.
ca é a blindagem, que também é ρa = resistividade do solo (Ω.m.) f = freqüência (Hz).
fabricada em alguns cabos através da L = comprimento da haste (m) , e D = janela da malha (m) .
malha (“shield”). Na verdade, fisica- d= diâmetro da haste (m).
mente, essa blindagem é uma gaiola CONCLUSÃO
de Faraday. A gaiola de Faraday não
permite que cargas elétricas penetrem b) Resistência equivalente à asso- Com estas “dicas” finais, somadas
(ou saiam) do ambiente em que estão ciação de hastes em paralelo às técnicas de aterramento exploradas
confinadas. Ela torna – se ainda mais nos dois artigos anteriores, acredita-
eficiente quando aterrada. O próprio Req= K. Rhaste mos que o leitor já esteja preparado
PC possui sua carcaça metálica, e li- Onde : para analisar o sistema de aterramen-
gada ao terminal terra. Quando não Req = resistência equivalente (Ω). to da sua empresa. Fazer uma “checa-
aterramos a carcaça de qualquer equi- Rhaste =resistência das hastes (Ω). gem” completa do sistema de aterra-
pamento, comprometemos não so- K = fator de redução (depende do solo, mento é extremamente “saudável”
mente a segurança do usuário, como e geometria da haste). para os diversos equipamentos da ins-
também contribuímos para a propaga- talação. Nunca se esqueçam, porém,
ção de EMI . que todo o trabalho em baixa tensão
c) Resistência da malha de deve ser feito obedecendo às normas
aterramento técnicas descritas pela NBR 5410.
TERRA COMPARTILHADO Oportunamente voltaremos a abor-
R = (ρa/4) . π/ Amalha dar este tema "Aterramento" e pedi-
Devemos evitar ao máximo a liga- Onde : mos a todos os leitores que enviem
ção de muitas máquinas em um mes- R = resistência da malha (Ω). suas críticas referentes aos artigos já
mo fio terra. Quanto maior for o nú- ρa = resistividade do solo ( Ω . m ). publicados, e sugestões para próxi-
mero de sistemas compartilhados no A = área da malha (m2). mos assuntos a serem abordados. n
mesmo terra, maiores serão as
chances de um equipamento interfe-
rir no outro (figura 2 ).
Isso ocorre porque as amplitudes
dos ruídos podem se somar e ultra-
passar a capacidade de absorção do
terra. Obviamente esse problema sur-
ge com maior freqüência para um fio
terra que não tenha uma boa resis-
tência de aterramento. Para as máqui-
nas que possuem seu terra tratado
quimicamente, ele não deve ser com-
partilhado com outras. Cabe lembrar
que o tratamento químico , ao longo
do tempo, perde sua eficiência .
FORMULÁRIO
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