Você está na página 1de 11

Universidade Católica de Moçambique

Faculdade de Gestão de Recursos Florestais e Faunísticos

Licenciatura em Gestão e Administração Hospitalar, 3º Ano, cadeira de


Arquitectura Hospitalar

Trabalho Individual

Tema: Condições ambientais

Discentes: Docente:

Laurinda Joaquim

Dr. Juvêncio Ernesto Bilali

Lichinga, Agosto de 2018


Índice

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 3

2. CONDIÇÕES AMBIENTAIS ......................................................................................... 4

2.1. Conforto térmico .......................................................................................................... 4

2.2. Conforto acústico ......................................................................................................... 5

2.3. Iluminação ................................................................................................................... 6

2.4. Cores ............................................................................................................................ 7

2.5. Ergonomia e Sinalização ............................................................................................. 8

3. CONCLUSÃO ............................................................................................................... 10

4. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 11


1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho da cadeira de Arquitetura Hospitalar é uma reflexão acerca do modo de


projetação dos profissionais arquitetos contemplando a importância do estudo e compreensão
do conforto ambiental para poder projetar edifícios que busquem a eficiência a em seus
projetos de edificações. Observa-se que nos dias de hoje, para dar cumprimento à
transformação de espaços hospitalares, a arquitetura se faz presente em tentar proporcionar
qualidade de vida, onde cada pessoa tem sua individualidade e seus momentos em conjunto,
respeitando e atendendo às necessidades dos mesmos em vários fatores, seja fisiológico,
sociológico ou psicológico

Com base na literatura este trabalho tem o objectivo geral de colocar em evidencia as
diferentes condições ambientais relacionadas com o projeto arquitectônico em particular os
ambientes hospitales. Além disso, este trabalho de pesquisa procura mostrar a
responsabilidade de arquitetos, com o meio ambiente, o seu dever social e ético com as
questões ambientais e de projeto, já que estes profissionais são os maiores especificadores de
materiais e mão de obra nesta área.

3
2. CONDIÇÕES AMBIENTAIS

O conforto ambiental nas edificações é matéria cada vez mais presente e discutida nos
congressos que estudam o ambiente construído e suas relações com o homem, procurando
aprimorar a qualidade de vida para as pessoas. O conforto ambiental das edificações pode ser
entendido como adequação ao uso do homem, respeitando condições térmicas, de ventilação,
de insolação, de acústica e visual, capazes de alterar o desempenho da edificação e seu
contexto urbano.

2.1. Conforto térmico

A definição primária de qualquer edificação comporta o conceito de abrigo, ou seja, a


proteção contra o intemperismo do meio circundante. A tecnologia moderna permite controlar
em grande parte as condições interiores de um edifício.

Em se tratando dos hospitais, muitas de suas atividades, e dos espaços que as comportam, não
podem prescindir da utilização de técnicas mais evoluídas de controle ambiental. Por outro
lado, os programas geralmente complexos dos hospitais incluem sempre aspectos onde
poderão ser aplicadas técnicas mais simplificadas de adaptação dos edifícios às condições
climáticas locais. (Siciliano et al., 2012).

De acordo com Lima (2014), a utilização de materiais de construção, seja para conduzir ou
criar resistência ao calor, é otimizada quando são combinadas características de diferentes
materiais. A presença de água e ar nos materiais gera comportamentos térmicos diferentes.
Nesse caso, a forma do material passa a ser importante.

A ventilação é o fator preponderante para a existência desse processo. A arquitetura viabiliza


sua ocorrência (posição das aberturas, criação de efeito chaminé nos telhados, localização da
vegetação) se desejado.

Lima (2013), o estudo climático de um edifício envolvem o conhecimento de dados sobre o


clima e sobre o sítio no qual se insere.

Os dados do clima a serem considerados são:

 Temperatura do ar;

4
 Precipitação;
 Umidade;
 Insolação.

2.2. Conforto acústico

A programação arquitetônica dos hospitais deverá obedecer alguns princípios relativos à


obtenção de conforto acústico, sobretudo para os estabelecimentos situados em interstícios
urbanos, onde a incidência de ruído cada dia vem se agravando - em virtude do aumento do
tráfego de veículos ou mesmo por deturpações do zoneamento para atividades urbanas,
quando existente.
Além desses fatores, o próprio hospital, pelas diferentes atividades que comporta, pode
produzir desconforto acústico em função das localizações e proximidades entre determinadas
zonas geradoras de ruído dentro do próprio estabelecimento.
Os sons são perturbações vibratórias que se propagam nos meios materiais e capazes de serem
detectados pelo ouvido humano. (Siciliano et al., 2012).
Quando detectados produzem tanto sensações agradáveis, sons musicais, que convecinou-se
denominar simplesmente de som; quanto sons desagradáveis, não musicais, chamados de
ruídos.

De acordo com Siciliano et al. (2012). O limiar entre o som e o ruído comporta toda uma
dimensão psicológica, dificultando o estabelecimento de limites precisos ente eles. Sabe-se
que a irritação nas pessoas produzida por fontes de ruído depende de seu tempo de duração,
cruzamentos súbitos de intensidade, da informação trazida pelo ruído e pelo estado de
espírito, forma física e atividade da pessoa submetida à fonte sonora.

Nos estabelecimentos de saúde, onde os pacientes normalmente encontram-se com


sensibilidade mais apurada, a compreensão pelo projetista da dimensão psicológica na
percepção humana do som é de suma importância na definição da programação arquitetônica.

Geralmente são enfatizados o controle do ruído, em virtude da irritação e malefícios à saúde


que trazem. Deve-se, no entanto, observar que alguns sons produzidos podem caracterizar
conforto: o barulho de uma cascata num jardim interno, o barulho da chuva, canto dos
passáros etc. Esses sons benéficos devem ser, sempre que possível aproveitados nos hospitais.

5
2.3. Iluminação
Os hospitais, dependendo de seu porte, são locais onde o consumo de energia elétrica é
considerável. Muito do custo com energia para iluminação poderia ser reduzido se explorada
uma fonte, abundante em um país tropical como o nosso – a própria iluminação natural. Além
disso, o consumo de um quilowatt de energia poupada é consideravelmente mais barato que o
consumo de quilowatt de energia nova produzida (cerca de 5 vezes). (Siciliano et al., 2012).
É evidente que para alguns ambientes, pelas atividades que comportam ou por questões
técnicas, a utilização da iluminação natural torna-se inadequada ou mesmo proibitiva.
A programação arquitetônica, nesse sentido desempenha um papel fundamental, tanto na
busca de uma eficiência energética (com a economia em energia elétrica que gera); quanto no
aprimoramento de um recursos natural que repercute na qualidade do projeto enquanto
adaptado a uma característica local.
Lima (2013) define que a complexidade do processo da visão está condicionada a fenômenos
físicos, fisiológicos e psicológicos assim como os outros sentidos humanos. É, contudo, a
fonte de informação mais importante a respeito do espaço ambiental – forma, tamanho,
locação e características físicas do mundo dos objetos.
De acordo os autores os efeitos nocivos da iluminação não se relacionam apenas aos aspectos
quantitativos (nível mínimo de luz por atividade), mas também aos aspectos qualitativos. Os
efeitos qualitativos negativos que interferem no conforto visual são:

1) Velamento: criado por luz intensa difusa no ambiente e reduz o contraste de luz e
sombra na imagem – efeito muito empregado em filmes onde aparecem “fantasmas do
além”: gera a sensação de insegurança, especialmente em pacientes;
2) Ofuscamento: causado por intensa luz direta que incide sobre os olhos do usuário;
3) Deslumbramento: causado pela luz que penetra diretamente na pupila formando
focos de escuridão como quando se olha para a luz intensa;
4) Iluminamento: uniforme prolongado: o orgulho dos Engenheiros luminotécnicos em
manter um ambiente constantemente e homogeneamente iluminado traz prejuízos ao
mecanismo fisiológico do ser humano. Estes efeitos são observados tanto nos
funcionários do hospitais que tiram plantão em áreas fechadas.

Assim recomenda-se que os ambientes dos hospitais antigamente considerados fechados -


como Unidades de cuidados Intensivos, Recuperação Pós-Anestésica, Centro Cirúrgico e
Obstétrico tenham a propriedade de receber a iluminação natural - tanto como fator de
6
diminuição do custos de energia consumida, mas, principalmente, como fator de equilíbrio do
ciclo metabólico. Tanto para pacientes como para funcionários

2.4. Cores
O uso de cores como instrumento de conforto ambiental tem sido amplamente estudado.
Gropius (1945) já mencionara, em seu livro sobre a Nova Arquitetura, que a “cor e textura de
superfície têm, por assim dizer, uma existência própria e emitem energias físicas, que são até
mensuráveis. O efeito pode ser quente ou frio, aproximativo ou retrocessivo em relação a nós,
de tensão ou de repouso, ou mesmo repulsivo ou atraente.” (Góes, 2004)
Além de funcionar como instrumento de melhora da condição visual (pela reflexão) a cor,
como já mencionou-se, tem funções terapêuticas. A cromoterapia propõe a restauração do
equilíbrio a partir da utilização das cores.

Bestetti, (2014) apresenta uma tabela que relaciona a cor às influências sobre o ânimo:

Cor Efeito
Amarelo Estimulação mental, concentração. Incentiva a conversação;

Azul Tem efeito tranquilizante e refrescante. Evita a insônia;

Branco O excesso de claridade pode levar a um cansaço mental;

Laranja Estimulante, dá um ar social ao ambiente;

Rosa Aconchega, traz calor sem excitação;

Verde Recompõe, equilibra. Efeito regenerador;

Vermelho Excitante, pode deixar as pessoas agitadas e irritadiças.

O emprego das cores nos hospitais deve considerar o tempo de permanência do usuário (quer
paciente, quer funcionário) e a condição de saúde. Deve-se evitar excitar pacientes estressados
ou acalmar pacientes em estado de prostração – por exemplo.

7
2.5. Ergonomia e Sinalização

Atribui-se como “primeira tarefa da ergonomia, a função de assegurar que as pessoas possam
perceber o estado do mundo em dimensões relevantes, comparar seu estado desejado, escolher
e executar ações de controle apropriadas” (Góes, 2004)
Segundo o autor, a ergonomia é também conhecida como o estudo da relação entre o homem
e o seu ambiente laboral. Podemos dizer que a ergonomia no trabalho oferece ao indivíduo, o
conforto adequado e os métodos de prevenção de acidentes e de patologias especificas para
cada tipo de atividade executada

Nesta medida, o estudo da visão adquire importância fundamental. Lima (2014) o cérebro
humano “orienta a exploração do meio através dos diferentes sentidos, em função da
experiência anterior, dos objetivos estabelecidos e dos eventos que se sucedem.

Nos projetos de arquitetura utiliza-se das características socioculturais, psicológicas e físicas


dos usuários para obter-se a ergonomia adequada, e é a partir desta que se definem as
proporções e dimensões específicas dentro de um projeto. Durante a formulação do layout de
um ambiente, por exemplo, o objetivo principal está em respeitar os espaços mínimos de
circulação, deslocamento, necessidades e limitações físicas. Proporcionando assim uma
melhor praticidade funcional, onde os componentes são organizados no interior do espaço,
conforme o seu uso específico.

De acordo com Góes (2004) Um sistema ineficiente de sinalização em edificações


hospitalares pode se tornar um problema sério ao cliente e às relações entre os pacientes para
hospitais e instalações médicas. Por quê? Sinais confusos podem levar ao aumento de
estresse, desconforto físico e insatisfação com o sistema. Além disso, uma dificuldade em
navegar pelo hospital pode contribuir para a ansiedade. E a frustração como resultado de se
perder dentro de uma unidade hospitalar está classificada entre as principais queixas pelos
visitantes.

Um sistema eficaz de sinalização pode promover uma orientação e capacitação positivas para
os visitantes que se deslocam. Um sistema de sinalização bem-sucedido e eficaz revela etapas
de informações para que os visitantes cheguem a seus destinos um processo de revelação
progressiva, que forneça apenas as informações suficientes necessárias para levar o visitante
para o próximo ponto de decisão.

8
Góes (2004) Hospitais costumam oferecer muita informação em locais inadequados. O
fornecimento de informações para ir a qualquer lugar, de todos os lugares, é excessivamente
complexo e pode levar à sobrecarga de informação. Muitas vezes, menos é mais.

A mensagem comumente transmitida por sistemas de sinalização no interior de


estabelecimentos de saúde como, no exemplo do cartaz tantas vezes reproduzido da
enfermeira pedindo silêncio (com o indicador nos lábios) denota uma preocupação inerente à
maior parte dos tipos de hospital a necessidade de silêncio.

9
3. CONCLUSÃO

Vale concluir que o processo de projetar é uma atividade complexa, em que se acumulam
valores técnicos, científicos e artísticos, onde este último impera sobre os outros, às vezes de
maneira empírica e intuitiva. O arquiteto também deve ter em mente os pensamentos
científicos e técnicos, de modo que sua arquitetura não se torne apenas uma forma de arte.

A importância de aspectos de conforto visual, acústico e térmico irá depender das funções que
lhe são atribuídas, visto que trata-se de um ambiente hospitalar, vale ressaltar que tal edifício
necessita duma analise profunda por parte do arquiteto no que concerne a estas características
ambientais. Conclui-se, portanto que a maior responsabilidade, porém, que os nossos
arquitetos devem assumir, é a manutenção e o desenvolvimento de nosso ambiente, de nosso
habitat. Os factores ambientais devem ser peças fundamentais na concepção do projeto,
tornando mais fácil possíveis ajustes na edificação com relação à eficiência do projecto.
Precisamos como arquitetos, atender ao programa de necessidades que o cliente exige
tentando aliar requisitos técnicos, funcionais e estéticos.

10
4. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1) Bestetti, M. L. T. (2014). Ambiência: espaço físico e comportamento. Rio de Janeiro:


Rev. Bras. Geriatr. Gerontol.

Manual disponível: www.scielo.br/pdf/rbgg/v17n3/1809-9823-rbgg-17-03-00601.pdf

2) Góes, R. (2004) Manual prático de arquitetura hospitalar. 1a edição. São Paulo:


Edgard Blücher

Manual disponível em:

www.academia.edu/30881774/Manual_Pratico_de_Arquitetura_Hospitalar_pdf

3) Siciliano, A. L. et al. (2012). Guia sustentabilidade na aquitetura: diretrizes de


escopo para projetistas e contratante. São Paulo: Prata Design,

Manual disponível em: www.caubr.gov.br/wp-content/uploads/2017/05/asbea-sustentabilidade.pdf

4) Lima, L. V. P. (2013). Arquitetura sustentável. 5ª Edição. Goiânia: Revista


Especialize On-line IPOG

Manual disponível: https://www.ipog.edu.br/revista-especialize-online/edicao-n5-2013/arquitetura-


sustentavel/

11

Você também pode gostar