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DIREITOS
HUMANOS
PROFESSOR TUTOR
Apresentação .................................................................................................................... 3
Palavras do Instrutor ......................................................................................................... 5
Carga horária / Objetivos da disciplina/Introdução ............................................................. 6
1. ASPECTOS HISTÓRICOS .................................................................................................. 7
1.1 Um olhar aos antecedentes dos Direitos Humanos ...................................................... 11
2. GERAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS...............................................................................12
2.1 Teoria Geracional de Karel Vasak................................................................................ 12
3. BOMBEIRO, CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS ............................................................ 18
4. ASPECTOS SOCIOLÓGICOS E DEMOCRÁTICOS QUE CONTRIBUI PARA A PROMOÇÃO DOS
DIREITOS HUMANOS ....................................................................................................... 20
4.1 Plano Social ............................................................................................................... 20
4.2 Aspectos da Democracia ............................................................................................. 20
5. O BOMBEIRO MILITAR E OS GRUPOS VUNERÁVEIS ........................................................21
6. PRINCIPIOS E NORMAS DE CONDUTA PARA FUNCIONÁRIOS RESPONSÁVIES PELA
APLICAÇÃO DA LEI ........................................................................................................... 21
6.1 Código de Conduta para Funcionário Responsáveis pela aplicação da
Lei 21
7. LEGISLAÇÃO ................................................................................................................. 22
7.1 Constituição da República Federativa do Brasil ............................................................22
7.2 Declaração Universal dos Direitos dos Humanos ......................................................... 24
CONCLUSÃO .................................................................................................................... 29
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................... 31
Palavras do Instrutor
Senhores Alunos,
PROFESSOR TUTOR
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Carga horária
A carga horária total da disciplina é de 20 horas-aula.
Objetivos da disciplina
Geral
Compreender os Direitos Humanos como condição inerente a todo ser humano e a
importância dos dispositivos ratificados internacionalmente, relacionados à dignidade da
pessoa humana.
Específicos
Criar condições para que o profissional da área de segurança pública possa:
Identificar os principais aspectos éticos, filosóficos, históricos, culturais e políticos para a
compreensão do tema dos Direitos Humanos;
Analisar de modo crítico a relação entre a proteção dos Direitos Humanos e a ação
do profissional de Segurança Pública.
Demonstrar a relação entre a cidadania do profissional da área de segurança pública
e o fortalecimento da sua identidade social, profissional e institucional.
Reconhecer e debater os princípios constitucionais e as normas dos Direitos
Humanos que regem a atividade do profissional da área de segurança pública.
Introdução
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à lei, que deve ser igual para todos. A violência não deve
ser tolerada sob nenhum pretexto, pois qualquer nível de
aceitação é o bastante para contaminar todos os demais.”
Portanto, o respeito aos Direitos Humanos é algo que se deve agregar à função
Bombeiro Militar. Antes disso, trata-se da própria substância da ação do bombeiro fazer
respeitar os Direitos Humanos. Assim, ou o bombeiro militar serve para isso ou não deve
esperar dela qualquer resultado efetivo quanto à Segurança Pública.
Holanda (2011), destaca ainda que dentre estes valores devem estar:
1. ASPECTOS HISTÓRICOS
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que também os adeptos da luta pelos direitos humanos sustentam – Liberdade, Igualdade
e Fraternidade. O resultado essencial desta sublevação foi a instituição da Declaração de
Direitos do Homem e do Cidadão, promulgada pela Assembleia Nacional Constituinte
Francesa, no dia 26 de agosto de 1789.
Durante o século XIX, na esfera política, clama-se principalmente por igualdade.
Enquanto os liberais encontram a solução desta questão no estabelecimento de direitos
civis e políticos, os socialistas acalentam a utopia da igualdade socioeconômica. Neste
sentido, no auge da Revolução Industrial Europeia, que se baseiam sobre o abuso da mão-
de-obra dos operários, as lutas pelos direitos humanos e pela melhoria das condições de
trabalho estão profundamente conectadas. Assim seguem, associadas, estas
reivindicações, pois o aprimoramento das solicitações dos trabalhadores intensifica, por sua
vez, o campo das demandas relativas aos direitos do Homem, que trazem em si o germe da
justiça social.
Pode-se dizer que os Direitos Humanos nascem com o homem. As raízes do
conceito se fundem com a origem da História e a percorrem em todos os sentidos. Muitos
princípios de convivência, de justiça, e a própria ideia de dignidade da pessoa humana,
aparecem em circunstâncias muito diversas, coincidindo entre povos separados pelo tempo.
O mundo moderno, fruto de sua retrospectiva histórica e principalmente sofrendo os
efeitos da 1ª e 2ª Guerra Mundial, durante a realização da Assembleia Geral da
Organização das Nações Unidas (ONU) adotou, em 10 de dezembro de 1948, na cidade de
Paris a Declaração Universal dos Diretos Humanos, que passa a ser o marco
contemporâneo inspirador para a elaboração das constituições de diversas nações,
constituindo o primeiro documento a fixar internacionalmente uma relação de direitos
pertencentes tanto a homens quanto a mulheres, independente de classe social, raça ou
faixa etária. Já o preâmbulo da Declaração dos Direitos do Homem e do cidadão, de 1789,
dizia:
“Os representantes do povo francês, reunidos em
assembleia Nacional, tendo em vista que a ignorância, o
esquecimento ou o desprezo dos direitos do homem são
as únicas causas dos males públicos a da corrupção dos
governos, resolveram declarar solenemente os direitos
naturais, inalienáveis e sagrados do homem, a fim de que
esta declaração, sempre presente em todos os membros
do corpo social, lhes lembrem permanentemente seus
direitos e seus deveres”
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Infelizmente, apesar de todos os avanços, têm sido constantes as violações aos direitos
humanos, as denúncias não cessam de brotar aqui e ali, por toda parte – em regimes de
esquerda e de direita, e as atuais denuncias estão ligadas diretamente ao Governo do
Estados Unidos, em nome da luta contra o terrorismo.
Direitos Humanos é o conjunto institucionalizado de direitos e garantias do ser
humano que tem por finalidade básica o respeito à sua dignidade, por meio de sua
proteção contra o arbítrio do poder estatal e o estabelecimento de condições mínimas
de vida e desenvolvimento da personalidade humana.
Um direito é um título. É uma reivindicação amparada legalmente, que uma pessoa
pode fazer para com a outra. Os direitos humanos são títulos legais que toda pessoa possui
como ser humano. São universais e pertencem a todos, rico ou pobre, homem ou mulher.
Os direitos humanos podem ser resumidos de uma forma bem simples – direitos à vida, à
integridade física e moral, à igualdade, à liberdade de pensamento, de expressão, de
reunião, de associação, de manifestação, de culto, de orientação sexual, à felicidade, ao
devido processo legal, à objeção de consciência, à saúde, educação, habitação, lazer,
cultura e esporte, trabalhistas, ao meio ambiente, do consumidor, a não ser vítima de
manipulação genética.
Enquanto alguns dicionários definem a palavra “direito” como “um privilégio”, quando
usada no contexto dos “direitos humanos”, estamos a falar de algo mais básico.
Todas as pessoas estão intituladas a certos direitos fundamentais, simplesmente
pelo fato de elas serem um ser humano. Estes são chamados de “direitos humanos”. Eles
não são apenas privilégios, que podem ser tirados por capricho de alguém.
São “direitos” porque são coisas que lhe são permitidas ser, fazer ou ter. Estes
direitos estão aí para a sua proteção contra pessoas que poderão querer prejudicá-lo ou
magoá-lo. Estão também aí para nos ajudar a darmo-nos bem uns com os outros e a viver
em paz.
Muitas pessoas sabem algo sobre os seus direitos. Geralmente elas sabem que têm
o direito à alimentação e a um lugar seguro onde ficar. Elas sabem que têm direito a serem
pagas pelo trabalho que fazem. Mas, para, além disso, existem muitos outros direitos.
Quando os direitos humanos não são bem conhecidos pelas pessoas, abusos como
a discriminação, a intolerância, a injustiça, a opressão e a escravidão podem surgir.
Os direitos humanos apresentam dois aspectos:
Um aspecto formal, onde eles aparecem como “direitos propriamente ditos”,
garantidos numa constituição.
Um aspecto material, onde são valores pré-constitucionais, produtos de culturas
civilizadas, determinando o conteúdo desses direitos nas constituições. Podem ser
classificados em quatro grupos conforme a tabela a seguir:
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São àqueles que têm por titular o indivíduo. São oponíveis ao
Estado, traduzem-se como faculdades ou atributos da pessoa e
Direitos de Liberdade ostentam uma subjetividade que é o seu traço mais marcante.
Estes direitos requerem uma prestação positiva do Estado que
deve agir no sentido de oferecer estes direitos que estão a
Direitos Sociais proteger interesses da sociedade, ou sociais propriamente ditos.
Os direitos econômicos são aqueles direitos que estão contidos
em normas de conteúdo econômico, que viabilizarão uma
Direitos Econômicos política econômica. Abrangem o direito de pleno emprego,
transporte integrado à produção, direito ambiental e direitos do
consumidor.
São direitos de participação popular no Poder do Estado, que
resguardam a vontade manifestada individualmente por cada
Direitos Políticos eleitor, mas são necessários requisitos para que os indivíduos
possam exercê-los.
A razão principal dos direitos humanos é lidar com um tipo específico de violação – o
abuso de poder pelo Estado. Os padrões internacionais de direitos humanos têm o objetivo
de prevenir que as pessoas se tornem vítimas desse abuso, assegurá-las e protegê-las caso
isto aconteça. Algumas violações de direitos humanos são atos criminosos por si só, como
por exemplo, a tortura.
A violação de direitos humanos somente pode ser cometida por uma pessoa com a
autoridade e poder conferidos pelo Estado e a exercê-la em seu nome. Nenhum criminoso
ou terrorista tem essa dignidade ou esse poder. Quando criminosos ou terroristas ferem ou
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matam pessoas eles cometem atos criminosos, mas não cometem violações de direitos
humanos. Isto não reduz o mal que fizeram e devem ser punidos pela lei pelos crimes
cometidos.
Este ponto também pode ser ilustrado considerando-se a ação de um
bombeiro. Se este bombeiro, durante seu trabalho, agride fisicamente um suspeito
durante uma entrevista ou depoimento, intimidando essa pessoa a confessar um
crime, essa ação seria considerada criminosa (lesão corporal ou tortura), mas
também seria uma violação aos direitos humanos (proibição de tratamento
degradante ou tortura). Mas, se por outro lado um bombeiro não estando de serviço,
agindo por conta própria venha a agredir alguém, esta ação seria criminosa, mas não
uma violação dos direitos humanos.
Em ambos os casos apresentados o Bombeiro deverá ser punido pela lei
criminal de seu país, mas, no primeiro exemplo, a vítima tem o direito de proteção e
indenização do Estado.
1215: A Magna Carta — que deu novos direitos às pessoas e tornou o rei sujeito à lei.
1948: A Declaração Universal dos Direitos do Homem — o primeiro documento que lista
os trinta direitos de que deve gozar cada ser humano.
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2. GERAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS:
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Por conseguinte, a segunda geração consiste nos direitos voltados à igualdade
(econômicos, sociais e culturais - próprios de um vigoroso papel ativo do Estado). Nestes,
podemos identificar duas espécies, com base na doutrina de André de Carvalho RAMOS,
assim: (i) direitos sociais essencialmente prestacionais, bem conhecidos por todos (ex.:
pedido de medicamentos a favor de um necessitado), e (ii) os direitos sociais de abstenção
(ou de defesa), com os quais o Estado deve se abster de interferir de modo indevido (ex.:
liberdade de associação sindical; direito de greve...).
E, para ficar claro, a terceira geração trata dos direitos de titularidade da
comunidade (direitos de solidariedade/fraternidade). Exemplo singelo é o meio
ambiente, na famosa indagação de Mauro CAPPELLETTI: "A quem pertence a titularidade
do ar que eu respiro?".
Nessa linha, não é descomedido sustentar que seriam - todos esses exemplos da
"quarta geração" - inclusos e provenientes da terceira geração, eis que qualquer instituto
voltado à sociedade deve prestar sua função para com a solidariedade/fraternidade, numa
perspectiva, de certa maneira, de "função social", estando eles, portanto, inseridos na
terceira geração, e não como motivo inusitado/novo para a criação de uma extraordinária
quarta geração.
Para tanto, se um instituto não se classifica como de primeira nem como de segunda
geração, olha-se para ele com um viés social/fraternal, em prol da sociedade (digo: em
um viés coletivo), porque são direitos de ordem pública, a toda coletividade importa, da qual
ninguém pode se titularizar como único possuidor/proprietário/detentor, quiçá hipótese
de domínio. Não por outro motivo, esse fundamento corresponde à terceira geração
(fraternidade).
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Por conseguinte, Paulo BONAVIDES ainda insiste numa quinta geração, composta
pelo direito à paz em toda a humanidade (classificada por Karel VASAK como sendo de
terceira geração, salienta Paulo BONAVIDES, em seu Curso de direito constitucional).
Quer-se dizer com isso: qual a finalidade de se criar uma nova dimensão/geração
para um direito que já pode ser incluído em uma das gerações/dimensões? Mais vale a sua
constatação como um direito do que classificá-lo como uma "nova geração de direitos".
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Uma sociedade pautada na defesa de direitos (sociedade inclusiva) tem várias
consequências. A primeira é o reconhecimento de que o primeiro direito de todo indivíduo
é o direito a ter direitos. Arendt e, no Brasil, Lafer sustentam que o primeiro direito
humano, do qual derivam todos os demais, é o direito a ter direitos (LAFER, Celso. A
reconstrução dos direitos humanos: um diálogo com o pensamento de Hannah Arendt. São
Paulo: Cia. das Letras, 1988).
Porém, esquecem-se que de civil law o Brasil, hoje, pouco tem a oferecer. Não por
outro motivo, fala-se de uma tradição jurídica brazilian law, constatando-se ser a tradição
jurídica brasileira singular e bem peculiar do que as demais pertencentes a outros países
estrangeiros.
Do ponto de vista léxico, impunidade significa aquilo que não foi punido, que escapou
ao castigo.
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efetiva, a fragilidade legislativa, o grande rol de benefícios processuais aos acusados em
geral, como liberdade provisória, transação penal, conciliação penal, suspensão processual,
livramento processual, saída temporária, delação premiada, detração penal, remição penal,
inclusive pelo estudo, Lei 12.433/2011, indulto, anistia, perdão judicial, tudo isso em
detrimento social, a ausência de espírito comunitário de grande parte dos agentes públicos e
o comportamento extremista de pseudo-operadores do direito levam a concretização do
direito a IMPUNIDADE.
Nos dias atuais o delinquente tem certeza que em praticando qualquer lesão social o
seu direito a impunidade será assegurado, com todos os recursos a ele inerentes. A prisão
requer tempo para conclusão do processo. O cidadão em conflito com a lei possui uma
indústria da liberdade provisória a seu favor, agora com maior incidência em função da
vigência das chamadas medidas cautelares introduzidas pela Lei 12.403/11, um modelo
previsto no artigo 197 do Código de Portugal, e que alguém pensou um dia que serviria para
o Brasil. E quando aparece alguém para quebrar o sistema ou rede de impunidade, ele é
expurgado a todo custo e assazmente criticado nos corredores da injustiça.
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Caso Barrios Altos vs. Peru (sentença de 14-3-2001). Este caso faz referência a um
massacre ocorrido em Lima, inserido nas práticas estatais de extermínio conduzido pelo
Exército peruano de Fujimori. As leis de anistia que impediram a responsabilização criminal
dos indivíduos ligados ao massacre foram consideradas pela CtIDH incompatíveis com as
garantias outorgadas pelos arts. 8º e 25 da CADH. Este caso é paradigmático por
estabelecer a invalidade das leis de anistia de medidas que impliquem a impunidade de
agentes responsáveis por graves violações de Direitos Humanos (ver também sobre esse
tema os comentários aos casos Almonacid – Chile e Gomes Lund-Brasil).
A Corte decidiu pela incompatibilidade entre uma lei de anistia e o Pacto de San José da
Costa Rica, condenando o Chile pela ausência de investigação e persecução criminal dos
responsáveis pela execução extrajudicial do Sr. Almonacid Arellano, durante a ditadura de
Pinochet. Diferentemente do que ocorrera no Peru (Barrios Alto, conforme estudado acima),
contudo, no Chile já tinha sido estabelecida uma Comissão da Verdade e outorgada
reparação material e simbólica, dos quais os familiares de Sr. Almonacid Arellano se
beneficiaram. Mesmo assim, a Corte determinou o cumprimento da obrigação de
investigação, persecução e punição criminal e dos violadores bárbaros de direitos humanos,
não sendo aceitável anistia a um grave crime contra a humanidade. O Chile foi
condenado então, pela violação do direito à justiça das vítimas, graças a uma interpretação
ampla dos arts. 8º e 25, em relação aos arts. 1.1 e 2º da Convenção.
A oitava geração, como as outras, é nada mais que uma nova espécie (sem um
porquê de existir única e exclusivamente isolada). Longe está, a segurança pública, de não
pertencer à teoria geracional de Karel VASAK, seja na primeira, segunda ou terceira. Não é
incomum. Até mesmo porque, determinado direito, por vezes, pode estar sujeito a mais de
uma categoria jurídica, tudo a depender da finalidade a que se quer dar aquele direito
(objeto da interpretação/categorização).
Sucede que esses dois pontos. Um: o criacionismo geracional brazilian. Outro: a
teoria geracional. Ambos sofrem críticas.
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Resumindo-os (RAMOS, 2014, p. 70): a) substitui uma geração por outra; b) a
enumeração de gerações gera a ideia de antiguidade ou posteridade dos direitos; c) os
direitos são apresentados de forma fragmentada, ofendendo a indivisibilidade dos direitos
humanos; d) dificulta as novas interpretações sobre o conteúdo dos direitos.
A título de curiosidade e pondo um ponto final a este segundo subtema do presente artigo,
no campo jurídico-jurisprudencial brasileiro, o Supremo Tribunal Federal vem adotando, pelo
menos é o que aparenta, com base na decisão infra, a corrente geracional "clássica" de
Karel VASAK (primeira, segunda e terceira gerações/dimensões) já citadas anteriormente.
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Até os dias atuais, o conceito de Estado/Governo mudou muito. Passamos por
autocracias, plutocracias, aristocracias, e finalmente, a democracia. Se este modelo é bom
ou ruim, depende da participação de cada um. O Brasil é país signatário das Convenções de
Genebra, de Haia e da Carta da ONU (membro fundador).
Além disso, com a promulgação da Constituição Federal de 1988, fica
constitucionalmente assegurado o respeito aos tratamentos internacionais que expressam
os direitos e as garantias relativos aos indivíduos quanto a sua integridade física, psíquica e
moral. (Parágrafos 1° e 2°, do art. 5°, CF/88).
O Bombeiro Militar cidadão é antes de tudo uma pessoa, e como tal, deve ser tratado
e deve tratar seus semelhantes. A sociedade espera que o Bombeiro Militar seja equilibrado,
coerente, legalista, respeitoso, e principalmente que tenha orgulho em exercer atividade tão
importante para a dignidade da pessoa.
Para que o Bombeiro desenvolva sua atividade dentro dos parâmetros de excelência
dos serviços, ele deve observar vários princípios indispensáveis a sua função. A Carta
Magna de 1988 menciona as palavras cidadania e nacionalidade que, sob o aspecto
jurídico, são conceitos inconfundíveis. Contudo, na linguagem popular, é comum que sejam
empregados com o mesmo sentido.
A cidadania além de ser um princípio fundamental, sob o aspecto formal, é um status
ligado ao regime político, onde a pessoa adquire seus direitos mediante o alistamento
eleitoral, na forma da lei.
Nos Estados democráticos de Direito, como o brasileiro, a Cidadania vai além do
direito de escolha dos governantes ou do poder de ser escolhido governante. A plenitude da
Cidadania implica numa situação onde cada pessoa possa viver com decência e dignidade,
através de direitos e deveres estabelecidos pelas necessidades e responsabilidades do
Estado e das pessoas.
A configuração do Estado Democrático de Direito não significa apenas unir
formalmente os conceitos de Estado Democrático e Estado de Direito. Consiste, na verdade,
na criação de um conceito novo, que supera na medida em que incorpora um componente
revolucionário de transformação do status quo. O artigo 1º da Constituição Federal afirma
que a República Federativa do Brasil se constitui em Estado Democrático de Direito.
A democracia que o Estado Democrático de Direito realiza há de ser um
processo de convivência social numa sociedade livre justa e solidária (Art. 3º I, CF).
A legalidade é também um princípio basilar do Estado Democrático de Direito.
Sujeita-se, como todo Estado de Direito, ao império da lei, mas da lei que realize o princípio
da igualdade e da justiça não pela sua generalidade, mas pela busca da igualização das
condições dos socialmente desiguais.
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4. ASPECTOS SOCIOLÓGICOS E DEMOCRÁTICOS QUE CONTRIBUEM
PARA A PROMOÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS.
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liberdade é a expressão mais importante. Os direitos econômicos e sociais, são de
natureza igualitária, sem os quais os outros não se efetivam realmente. É nesse sentido que
também se pode dizer que os direitos humanos fundamentais são valores da
democracia.
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pessoas contra atos ilegais, em conformidade com o elevado grau de responsabilidade que
a sua profissão requer.
Art. 2º - No cumprimento do seu dever, os funcionários encarregados pela aplicação da lei
devem respeitar e proteger a dignidade humana, manter apoiar os direitos fundamentais de
todas as pessoas.
Art. 3º - Os funcionários encarregados pela aplicação da lei só podem empregar a força
quando tal se afigure estritamente necessário e na medida exigida para o cumprimento do
dever.
Art. 4º - Nenhum funcionário encarregado pela aplicação da lei pode infligir, instigar ou
tolerar qualquer ato de tortura ou qualquer outra pena ou tratamento cruel, desumano ou
degradante, nem invocar ordens superiores ou circunstâncias excepcionais, tais como o
estado de guerra ou ameaça a segurança nacional, instabilidade política interna ou qualquer
outra emergência pública como justificação para torturas ou outras penas ou tratamentos
cruéis, desumanos ou degradantes.
Art. 5º - Reitera a proibição da tortura ou outro tratamento ou pena cruel, desumana ou
degradante.
Art. 6º - Os funcionários encarregados pela aplicação da lei devem assegurar a proteção da
saúde das pessoas à sua guarda e, em especial, devem tomar medidas imediatas para
assegurar a prestação de cuidados médicos sempre que tal seja necessário.
Art. 7º - Os funcionários encarregados pela aplicação da lei não devem cometer ato de
corrupção. Devem, igualmente, opor-se rigorosamente e combater todos os atos dessa
índole.
Art. 8º - Os funcionários encarregados pela aplicação da lei devem respeitar a lei e o
presente código.
7. LEGISLAÇÃO
O Brasil é um país conhecido pelo seu forte grau de desigualdade social e por isso
é intensa a tentativa de garantir os direitos humanos dos cidadãos. Essa preocupação
acontece não só no país como em todas as nações do mundo. É de responsabilidade dos
governantes a manutenção dos direitos humanos estabelecendo condições políticas e
sociais para tal situação.
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“Nós representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional
Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos
direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a
igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem
preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional,
com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a
seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.” (Preâmbulo da CF)
Fundamentos do Estado Democrático de Direito – Art 1º, da CF
II – a cidadania
– a dignidade da pessoa humana
Objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil – Art. 3º, da CF
I- construir uma sociedade livre, justa e solidária;
– promover o bem estar de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor,
idade e quais quer outras formas de discriminação.
Relações internacionais – Art. 4º, da CF
II – prevalência dos direitos Humanos
IV – defesa da paz
VII – solução pacífica dos conflitos
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por
dano material, moral ou à imagem;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício
dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas
liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades
civis e militares de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
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IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar
socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e
das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na
forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;
(Vide Lei nº 9.296, de 1996)
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações
profissionais que a lei estabelecer;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando
necessário ao exercício profissional;
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa,
nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade
competente;
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar.
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Primeiro instrumento jurídico internacional de direitos humanos, proclamado por uma
organização internacional de caráter universal (ONU), a Declaração Universal dos Direitos
Humanos (DUDH) sucedeu a Carta das Nações Unidas, documento que, em 1946, criou o
Conselho Econômico e Social e a Comissão de Direitos Humanos, órgão que teria como
trabalho fundamental a elaboração da Declaração Universal dos Direitos Humanos,
aprovada em 10 de dezembro de 1948.
Além de determinar o marco inicial pelo movimento da internacionalização dos
direitos humanos, a DUDH trouxe como avanços a concepção de unidade da família
humana, sem distinção de gênero, raça ou crença religiosa, mencionando todos os seres
humanos como “seres humanos” ou “toda pessoa” – a DUDH se preocupou em conferir a
dignidade e titularidade dos direitos nela preconizados a qualquer pessoa humana pela
simples condição de pessoa que possui; ademais, avançou no sentido de que tratou das
chamadas “liberdades de Roosevelt”, que são a liberdade de palavra e pensamento, de
religião, liberdade diante da necessidade e liberdade diante do medo; enunciou também a
questão da indivisibilidade e interdependência dos direitos humanos, ao tratar da vinculação
do progresso social e da garantia dos direitos civis e políticos como condição para a
observância dos direitos sociais, econômicos e culturais.
Portanto, é essencial que os direitos dos homens sejam protegidos pelo Império da
Lei, para que o homem não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra a tirania
e a opressão.
Assim, precisamos promover o desenvolvimento de relações amistosas entre
nações, visto que os povos das Nações Unidas reafirmaram na Declaração Universal dos
Direitos Humanos sua fé nos direitos do homem e da mulher e que decidiram promover não
só o progresso social, como também melhores condições de vida através de uma liberdade
mais ampla.
Nesse intuito, uma compreensão comum dos Direitos a Liberdade é muito importante
para o pleno cumprimento desse compromisso. A Assembleia Geral das Nações Unidas
proclama a presente Declaração Universal dos Direitos dos Homens como o ideal comum a
ser atingido por todos os povos e todas as Nações.
Art. 1º - Todos os homens nascem livres e iguais em Dignidade e Direitos. São dotados de
razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de Fraternidade.
Art. 2º - Todo homem tem capacidade para gozar os Direitos e as Liberdades estabelecidos
nesta Declaração sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua,
religião, opinião política ou de outras naturezas, origem nacional ou social, riqueza,
nascimento ou qualquer outra condição.
Parágrafo único: Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política,
jurídica ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de
um território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra
limitação de soberania.
24
Art. 3º - Todo homem tem Direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Art. 4º - Ninguém será mantido em escravidão ou servidão, a escravidão e o tráfico de
escravos estão proibidos em todas as suas formas.
Art. 5º - Ninguém será submetido a tortura nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou
degradante.
Art. 6º - Todo homem tem o Direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa
perante a Lei.
Art. 7º - Todos são iguais perante a Lei e tem Direito, sem qualquer distinção, a igual
proteção da Lei. Todos têm Direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole
a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal Discriminação.
Art. 8º - Todo homem tem Direito a receber os Tribunais Regionais competentes remédio
efetivo contra os atos que violem dos Direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos
pela Constituição ou pela Lei.
Art. 9º - Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.
Art. 10º - Todo homem tem Direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência por
parte de um Tribunal Independente e Imparcial, para decidir sobre seus Direitos e Deveres
ou sobre o fundamento de qualquer acusação criminal contra ele.
Art. 11º - Todo homem acusado de um ato delituoso tem o Direito de ser considerado
inocente até que sua culpabilidade tenha sido provada, de acordo om a Lei, em Julgamento
Público, no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.
Parágrafo único: Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no
momento, não constituem delito perante o Direito Nacional ou Internacional. Também não
será imposta pena mais forte do que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao
ato delituoso.
Art. 12º - Ninguém será sujeito a interferências em sua vida privada, sua família, seu lar ou
sua correspondência, nem a ataques à sua honra e reputação.
Art. 13º - Todo homem tem Direito à proteção da Lei contra tais interferências ou ataques.
Art. 14º - Todo homem, vítima de perseguição, tem o Direito de procurar e de gozar asilo em
outros países.
Parágrafo único: Este Direito não pode ser invocado em casos de perseguição
legitimamente motivada por crimes de Direito comum ou por atos contrários aos objetivos e
princípios das Nações Unidas.
Art. 15º - Todo homem tem Direito a uma nacionalidade.
Parágrafo único: Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade nem do Direito
de mudar de Nacionalidade.
Art. 16º - Os homens e mulheres maiores de idade, sem qualquer restrição de raça,
nacionalidade ou religião, têm o Direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozar
de iguais Direitos em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução.
§ 1º - O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento em nubentes.
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§ 2º - A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem Direito à proteção da
sociedade e do Estado.
Art. 17º - Todo homem tem Direito à propriedade, só ou em sociedade com outros.
Parágrafo único: Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.
Art. 18º - Todo homem tem Direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este
Direito inclui a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática,
pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular.
Art. 19º - Todo homem tem Direito à liberdade de opinião e expressão; este Direito inclui a
liberdade de se, ser interferências, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir
informações e ideias por quaisquer meios, independentemente de fronteiras.
Art. 20º - Todo Homem tem Direito à liberdade de reunião e associação pacífica.
Parágrafo único: Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.
Art. 21º - Todo homem tem o Direito de tomar parte no governo de seu país, diretamente ou
por intermédio de representantes livremente escolhidos.
§ 1° - Todo homem tem igual Direito de acesso ao Serviço Público de seu país
§ 2° - A vontade do povo será a base da autoridade do Governo; esta vontade será
expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou
processo equivalente que assegure a liberdade de voto.
Art. 22º - Todo homem, como membro da sociedade, tem Direito à segurança social e à
realização, pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a
organização e recursos de cada Estado. Dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais
indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento de sua personalidade.
Art. 23º - Todo homem tem Direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições
justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.
§ 1º - Todo homem, sem qualquer distinção, tem Direito a igual remuneração por igual
trabalho.
§ 2° - Todo homem que trabalha tem Direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe
assegure, assim como a sua família, uma existência compatível com a dignidade humana, a
qual se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.
§ 3º - Todo homem tem o Direito de organizar sindicato e neles ingressar para proteção de
seus interesses.
Art. 24º - Todo homem tem Direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das
horas de trabalho e a férias remuneradas periódicas.
Art. 25º - Todo homem tem Direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e à sua
família saúde e bem-estar, incluindo alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e
serviços sociais indispensáveis, e Direito à segurança em caso de desemprego, doença,
invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda de meios de substância em
circunstâncias fora de seu controle.
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Parágrafo único: A maternidade e a infância asseguram o Direito a cuidados e assistência
especiais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma
proteção social.
Art. 26º - Todo homem tem Direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos
graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução
técnica profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, está baseada no
mérito.
§ 1 ° - A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade
humana e do fortalecimento do respeito pelos Direitos do
Homem e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a
tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as
atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz.
§ 2° - Os pais têm prioridade de Direito na escolha do tipo de instrução que será ministrado
a seus filhos.
Art. 27º - Todo homem tem o Direito de participar livremente da vida cultural da
comunidade, de usufruir das artes, e de participar do progresso científico e de usufruir de
seus benefícios.
Parágrafo único: Todo homem tem Direito à proteção dos interesses morais e materiais
decorrentes de qualquer produção científica, literária ou artística da qual seja autor.
Art. 28º - Todo homem tem Direito a uma ordem social e internacional em que os Direitos e
Liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados.
Art. 29º - Todo homem tem deveres para com sua comunidade na qual o livre e pleno
desenvolvimento de sua personalidade é possível.
§ 1 ° - No exercício de seus Direitos e Liberdades, todo homem estará sujeito apenas às
limitações determinadas pela Lei, exclusivamente, com o fim de assegurar o devido
reconhecimento e respeito dos Direitos e Liberdades de outrem e de satisfazer as justas
exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma Sociedade Democrática.
§ 2° - Esses Direitos e Liberdades não podem, em hipótese alguma, serem exercidos
contrariamente aos objetivos e princípios das Nações Unidas.
Art. 30º - Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o
reconhecimento, a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do Direito de exercer qualquer
atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer Direitos e Liberdades
aqui estabelecidos.
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CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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AN EX O I
TORTURA
A Lei nº 9.455, de 7-4-1997, em seu art. 1º, define o crime de tortura da seguinte
forma:
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O legislador infra-constitucional no intuito de combater prática inaceitável, porém de
longa data utilizada pelo sistema repressivo estatal, na colheita de provas e/ou tratamento
carcerário (STF – Pleno – HC nº 41.888 – rel. Min. Evandro Lins, Diário da Justiça, 28-4-
1965; STJ – 2ª T. – RMS nº 17 – SP. Reg. Nº 89.000877-0. rel. Min. Min. Garcia Vieira. DJ
20-11-89; STJ – 3ª Seção – CC nº 3.532-5/SP – rel. Min Assis Toledo. Ementário STJ,
07/659; STJ – 3ª Seção – CC nº 13.980-0/SP – rel. Min. Cid Flaquer Scartezzi. Ementário
STJ, 14/595; TJ/PR – 1ª CCivil – Apelação Cível nº 29.744 – rel. Des. Oto Sponhoz,
publicado em 2-4-90), previu expressamente, além das já citadas sanções de perda e
interdição do cargo, função ou emprego público, uma causa especial de aumento de pena
no § 4º, do art. 1º, da Lei 9.455/97. Assim, aumenta-se a pena de um sexto até um terço
se o crime é cometido por agente público (grifo nosso). A legislação veio reforçar o
espírito constitucional de combate à tortura, inclusive estatal, previsto nos incisos II e XLIII
do art. 5º, da Constituição Federal, bem como ao determinar serem inadmissíveis no
processo, por constituírem provas ilícitas (STJ – 6º T. – RHC nº 2.132-2/BA – rel. Min.
Vicente Cernicchiaro. Ementário STJ 06/708; TJ/SP – Apelação Cível nº 236.701-2 – rel.
Marrey Neto – decisão: 31-5-94).
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