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E.E.

MARIA IRACEMA MUNHOZ

MARIA LUAN

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA PRÁTICA


CONSTRUTIVISTA

SBC
2016
MARIA LUAN

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA PRÁTICA


CONSTRUTIVISTA

Projeto de pesquisa de elaboração do


Trabalho de Conclusão do Curso de
Ensino Fundamental.

Orientador:

SBC
2016

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO..........................................................................3

1.1 Delimitação do problema.......................................................... 4

1.2 Justificativa................................................................................4

1.3 Hipóteses.................................................................................. 5

1.4 Objetivos da Pesquisa.............................................................. 5

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA......................................................7

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS................................. 15

4. CRONOGRAMA....................................................................... 16

REFERÊNCIAS................................................................................. 17

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1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho “Alfabetização e letramento na prática construtivista”,


apresenta como princípio básico a necessidade do aluno construir o seu
aprendizado com significado e introduzir este aprendizado em práticas sociais.
O estudo trará o conceito de alfabetização e de letramento. Também da
prática construtivista, dentro da visão de alguns autores conceituados no tema
proposto.
A pesquisará buscará responder a questão de como desenvolver práticas
construtivistas que possibilitem o ensino e intervenção no processo de
aprendizagem que facilitem a alfabetização e o letramento.
A alfabetização na Educação Infantil ainda é muito polêmica, pois alguns
professores não introduzem a alfabetização nesta fase de escolarização, por outro
lado já desenvolvem trabalhos com ênfase social que está referenciada no RCNEI-
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil e que outros autores
afirmam ser preciso permitir que a criança aprenda, necessitando, assim, facilitar o
processo de aprendizagem na Educação Infantil, pois a criança já vai à escola com
conhecimentos prévios e não pode ser considerada como um ser “imaturo”. Dessa
maneira, o professor deve planejar e proporcionar ao aluno atividades que o
possibilitem criar hipóteses e evoluir no conhecimento das várias áreas da
educação destinada à faixa etária desta fase educacional.
A criança por ser concebida como um ser social, psicológico e histórico,
encontra no construtivismo sua maior referência teórica, apontando o seu universo
cultural um ponto de partida para o trabalho docente. Assim, a educação se torna
democrática e transformadora da realidade, tendo como objetivo, a formação de
cidadãos críticos.
A alfabetização é considerada como uma antecipação da leitura e da escrita,
assumindo alguns conteúdos e práticas.
O letramento é justamente, utilizar a escrita e a leitura para uso participativo
no meio em que vive. Dessa forma, a alfabetização e o letramento estão
relacionados.
O trabalho do professor deve ser pautado em sequências de atividades, as
quais permitam uma avaliação diagnóstica do momento em que se encontra do

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processo de alfabetização em que está cada um dos alunos; organizar situações
de aprendizagem, nas quais os alunos necessitem colocar o que pensam sobre a
escrita ao mesmo tempo em que recebem informação sobre forma, nome, e valor
sonoro das letras, aceitando as escritas não convencionais ao mesmo tempo em
que as problematiza.
Também, não pode perder a relação dialógica com cada um de seus alunos,
caso contrário, o ato de ensinar se transforma em um ritual, no qual um finge que
ensina e os outros fingem que aprendem.
O construtivismo é considerado como um sistema de epistemologia que
fundamenta a construção da mente e do conhecimento.
Assim, por meio deste estudo é possível observar e analisar o processo de
desenvolvimento da construção do conhecimento da leitura e da escrita por meio
da reconstrução de significados e utiliza-los em práticas sociais.
O estudo será realizado por meio de referências bibliográficas e por sites
que tratam do tema proposto.

1.1 Delimitação do Problema:


Refletir sobre as práticas construtivistas e as possibilidades de ensino e
intervenção no processo de aprendizagem que facilitem a alfabetização e o
letramento de forma prazerosa, autônoma, significativa e crítica.

1.2 Justificativa:
O homem atua diante do meio que lhe cerca, reconstruindo a realidade.
Ao considerar que a criança quando vai à escola, tem curiosidades e
expectativas de desenvolver o seu potencial, pois quando estimulada, a criança é
ativa e iniciadora de atividades, buscando sentidos e significados para as coisas
que a cercam, torna-se necessário que o professor possibilite o “alimento” para a
construção desses conhecimentos.
É sabido que o ser humano constrói a si mesmo em um processo de
interação com o mundo, com o meio social e cultural que faz parte de sua realidade
e história. Pensando assim, o mundo passa a ser uma realidade determinada,
externa e objetiva, como as atividades humanas.

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A aprendizagem e o desenvolvimento são processos que estão relacionados
desde o nascimento da criança, sendo que ela já vai para a escola com
conhecimentos, chamados de prévio e lá ela desenvolve novos saberes, partindo e
relacionando com os que ela já conhece.
Na escola, a mediação é um processo que busca possibilitar o aluno ir além
do que ele acredita ser capaz. Para isso, o professor deve estimular, oferecendo
um ensino no qual o aluno participe.
O trabalho com uma abordagem construtivista não ensina verdades prontas,
mas associa a cultura e a construção de conhecimento, pois no construtivismo, o
conhecimento é uma teoria de representação que produz fatos, sendo produto de
uma ação espontânea.
Assim, não há separação entre a aprendizagem que a escola proporciona e
a vida em sociedade, ou sela, a alfabetização e o letramento construídos pelos
alunos de forma autônoma e significativa deve possibilitar a sua participação ativa
na sociedade.

1.3 Hipótese:
A construção do conhecimento de forma autônoma impulsiona o significado
e o sentido às coisas que cercam a criança dentro do processo de aprendizagem
da alfabetização e letramento de forma significativa. Todavia, o professor deve
planejar estratégias de ensino e intervenção que auxiliem no processo de
aprendizagem.

1.4 Objetivos da Pesquisa:

Objetivo geral:

Compreender a necessidade das várias possibilidades de desafios


individuais na construção autônoma do conhecimento da alfabetização e do
letramento por meio de ensino e intervenções adequados ao processo de
aprendizagem.

Objetivos específicos:

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 Valorizar os conhecimentos prévios dos alunos em relação aos novos
conteúdos de aprendizagem;
 Inferir conteúdos adequados para o nível de desenvolvimento individual e
grupal dos alunos;
 Estimular o avanço e o autoconhecimento em relação às atividades propostas;
 Desenvolver destrezas relacionadas com o aprender a aprender, adquirindo
autonomia nas aprendizagens;
 Provocar conflitos cognoscitivos;
 Favorecer as práticas sociais por meio da leitura e da escrita.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O presente trabalho de pesquisa tratará do tema alfabetização e letramento


na prática construtivista, visando a educação infantil como fase inicial de
aprendizagem.
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil- RCNEI (1998),
dispõe sobre a reflexão de cunho educacional, proporcionando orientações sobre
objetivos, conteúdos e orientações didáticas para professores que atuam com
crianças de zero a seis anos, pois é preciso respeitar os estilos pedagógicos e a
diversidade cultural brasileira. Para tanto, é preciso aproximar as práticas sociais
reais, pois a prática educativa necessita buscar situações de aprendizagens que

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reproduzam contextos cotidianos nos quais tenham uma função real, como
escrever, contar, ler, desenhar, procurar uma informação etc.
Ainda para o RCNEI (1998), a criança é concebida como um ser social,
psicológico e histórico, tendo no construtivismo sua maior referência teórica, a qual
aponta o universo cultural da criança como ponto de partida para o trabalho. Assim,
é preciso defender uma educação democrática e transformadora da realidade, que
objetiva a formação de cidadãos críticos.
Dessa forma, estabelece uma integração curricular que adota como
objetivos gerais as capacidades de inserção social, associadas à possibilidade de
cada criança perceber-se como membro participante de um grupo, de uma
comunidade e de uma sociedade.
Em relação à alfabetização e ao letramento na Educação Infantil, é preciso
conceituar o que é letramento em relação a alfabetização para esta fase de
desenvolvimento.
Soares (2004) explica que o letramento é uma palavra que teve seu conceito
recentemente, pois foram introduzidos na linguagem da educação e das ciências
linguísticas há pouco mais de duas décadas. O letramento surgiu como uma
necessidade de configurar e nomear comportamentos e práticas sociais na área da
leitura e da escrita que ultrapassem o domínio do sistema alfabético e ortográfico.
Para a autora, tais comportamentos e práticas sociais de leitura e de escrita,
com o tempo foram adquirindo importância, uma vez que a vida social e as
atividades profissionais tornaram-se centradas na língua escrita, o que revelou a
insuficiência de apenas alfabetizar, pois, esta apenas trata-se de uma
“alfabetização funcional” e essa expressão se difundiu por somente saber ler e
escrever. Contudo é preciso ir além da codificação e decodificação e criar objetivos
e procedimentos de ensino e aprendizagem que efetivamente ampliem o
significado de alfabetização, alfabetizar, alfabetizado, justificando, assim, o
surgimento da palavra letramento, uma consequência da necessidade de
configurar e nomear os comportamentos e práticas de uso do sistema de escrita,
em situações sociais em que a leitura e/ou a escrita estejam envolvidas.
Ainda de acordo com Soares (2004), foram identificados por meio de
algumas pesquisas, problemas nos processos e resultados da alfabetização no
contexto escolar. Assim como, insatisfações e inseguranças entre alfabetizadores,
a perplexidade do poder público e da população diante da persistência do fracasso

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da escola em alfabetizar e muitas críticas, motivando propostas de reexame das
teorias e práticas atuais de alfabetização.
Assim, a autora afirma que é necessário reconhecer a alfabetização como a
aquisição do sistema convencional de escrita e distingui-la de letramento, que é
entendido como o desenvolvimento de comportamentos e habilidades de uso
competente da leitura e da escrita em práticas sociais. No entanto, a alfabetização
só tem sentido quando desenvolvida no contexto de práticas sociais de leitura e de
escrita por meio dessas práticas, sendo que o letramento só pode desenvolver-se
se houver aprendizagem do sistema de escrita e por meio dela.
Já o construtivismo, Matui (2002) considera que não se trata de um método
didático, mas uma ciência, pois para que o construtivismo seja aplicado ao ensino,
torna-se necessário recorrer a uma didática, que seja fundamental por sua
multidimensionalidade e como mediadora entre ensino e construtivismo.
O autor relata que o construtivismo nasceu da epistemologia genética de
Jean Piaget e que hoje recebe uma redefinição em virtude dos trabalhos de
Vigotsky, Luria, Leontiev, Wallon e Nuttin que são psicólogos de orientação
dialética. No entanto, em se tratando de criança, Piaget estudou a origem lógica
dos acontecimentos científicos sob uma ótica de genética, pois para que os
conhecimentos sejam construídos é necessário que ocorra uma interação entre o
objeto e o objeto de aprendizagem, na qual o objeto entra com a matéria e o sujeito
com a forma, sendo necessário que o sujeito se acomode para assimilar a matéria.
Nesse contexto, a epistemologia genética é o estudo da gênese e
desenvolvimento das estruturas lógicas do sujeito em interação com o objeto de
aprendizagem, isto é, um processo de construção dos conhecimentos.
Dessa forma, o construtivismo é um sistema de epistemologia que
fundamenta a construção da mente e do conhecimento.
Nos estudos de Matui (2002), a aprendizagem no construtivismo considera o
aluno como um sujeito que está atribuindo sentidos e significados ao mundo e aos
objetos que o cercam, sendo que o significado que ele atribui é segundo a sua
capacidade de assimilar o conteúdo, tendo em vista que a criança não vê o mundo
como ele é na realidade objetiva, mas como ela é, ou seja, formula hipóteses de
acordo com suas ideias, e a prática construtivista busca testa-las por meio da
didática que é utilizada. Assim, a experiência autêntica é o contato direto dos

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alunos com os objetos da aprendizagem, mediado pelo professor e colegas da
turma.
Dessa forma, a criança dá significado ao mundo e aos objetos assimilando
uma coisa à outra, ou seja, de um objeto novo à um já conhecido, reforçando o
funcionamento do construtivismo como a assimilação, a acomodação e a
organização da mente.
Matui (2002) considera que a acomodação recebe o significado de mudança,
sendo um conceito revolucionário. Já no senso comum, trata-se de estagnação,
uma ideia essencialista, ou seja, um indivíduo acomodado é aquele que não muda.
Para Piaget apud Matui (2002), A assimilação e a acomodação opõem-se
uma à outra, pois a assimilação é conservadora e submete o meio à organização
tal como ela é, e a acomodação é uma fonte de mudanças e sujeita o organismo a
sucessivas imposições do meio, ou seja, a acomodação é a criação de novos
esquemas ou a modificação de velhos esquemas, ambas provocam uma mudança
na estrutura cognitiva.
Assim, o processo de formação das representações mentais é o primeiro
mecanismo que possibilita a passagem da ação à conceituação, realizando as
representações mentais que são prolongamentos das ações e percepções que são
interiorizadas e reconstruídas em nível simbólico. As representações mentais não
são inatas e sua construção passa por mediadores, como a ação sobre o objeto de
conhecimento, a imitação, o jogo simbólico, o desenho, a internalização e a
linguagem. Assim, o construtivismo é aberto e tem características
multidimensionais.
Coll (2002) declara que o trabalho do professor na Educação Infantil
necessita de atribuir uma sequência de atividades que configuram uma
intervenção, pois além de proporcionar um diálogo entre professor e aluno, também
propiciam momentos que permitem os alunos fazerem perguntas e terem caráter
experimental, no qual o aluno participa ativamente na construção dos seus
significados e, para que essas aprendizagens tenham significados, devem
considerar a concepção construtivista.
O autor ainda afirma que o professor pode adequar as possibilidades dos
alunos, propondo desafios e ajudas necessários individualmente, pois as
intervenções educativas concretizam-se em conteúdos determinados e diante da
situações de ensino.

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Dessa forma, para atingir o maior desenvolvimento da aprendizagem no
aluno e todas a sua capacidade, é importante planejar estratégias de ensino e
considerar os tipos de agrupamento. Assim, o papel do professor enquanto
facilitador do processo é essencial.
De acordo com Minguet et al (1998), o construtivismo na teoria e na prática
educativa ainda é um desafio e requer esforços constantes de consolidação, ou
seja, o construtivismo é um princípio dinâmico do sistema representacional que
consiste em trocar em tempo real, dados da experiência imediata com a informação
armazenada.
A ação educativa entra como facilitador com objetivo de consolidar a
estabilidade e a clareza da estrutura cognitiva.
Ainda para o autor, o homem tem diferentes maneiras de construir o mundo,
mas processa as informações de forma específica, isto é, de acordo com funções e
insuficiências próprias. Nesse contexto, quatro elementos devem ser considerados,
como o meio, o sistema cognitivo, as funções de semelhança e o construtivismo.
Já para Deheinzelin (2002), há a ausência de uma base conceitual sólida no
terreno pedagógico, onde as explicações didáticas se apoiam em duas alternativas,
como a transposição imediata de outras disciplinas para a pedagogia, ou como a
adoção de metodologias educacionais simplistas que se compõem em sequências
de atividades prefixadas. A primeira, de cunho investigativo, invocada pelo método
educacional, uma alegação entre os professores que dizem trabalhar com o
construtivismo no método piagetiano e a outra, que é o da linguística, originada por
aspectos sócio e psicogenético, utilizada como método de alfabetização, esta traz a
proposta de prontidão para a educação infantil intencionando o desenvolvimento de
pré-requisitos necessários ao aprendizado da leitura e da escrita e suprir
dificuldades que podem impedir o aproveitamento e a integração completa da
criança em seu meio.
A autora também discute sobre o método montessoriano, que busca
ultrapassar supostas falhas perceptivas e motoras das crianças por meio de
treinamentos, para os quais se empregam ambientes e materiais especializados,
trata-se de um tipo de proposta compensatória, ou seja, compreender as
deficiências na saúde, nutrição, familiar, cognitivas, motoras, linguísticas, entre
outras.
Contudo, a autora propõe que a criança é um ser humano completo e que

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esta iniciando a vida, ela não deve ser impedida de desenvolver suas capacidades,
pois possuem potencialidades de reflexão, imaginação e criação de ideias. Esta é
uma concepção de infância centrada no que a criança já é capaz e não apenas
nas potencialidades de transformação.
Ainda para Deheinzelin (2002), o trabalho da escola é desenvolver a
habilidade diante de uma deficiência apresentada. No entanto, esta é uma visão
assistencialista, compensatório e preparatório, ou seja, a escola deve suprir
necessidades básicas das crianças, como alimentação, hábitos de higiene e
cuidados com a sua guarda, na medida em que as famílias não podem arcar com
tais responsabilidades. Em oposição a essa trajetória, a educação infantil,
caracteriza-se pelo espontaneísmo nas propostas, respeitando as características
internas das crianças. Também, busca privilegiar o seu percurso criador e a sua
livre expressão.
Entretanto, por mais difíceis que sejam as condições das famílias, diante da
situação da injustiça social e econômica, as crianças encontram formas de refletir
sobre as questões contemporâneas, pois é preciso coloca-las a par do andamento
das coisas do mundo, bem como de suas próprias ideias, pois tanto as
experiências boas quanto as ruins ocupam lugares equivalentes. Assim, precisam
receber parâmetros e informações estruturantes que lhes permitam formular com
autonomia ideias éticas sobre pessoas e acontecimentos que são difíceis da
criança decodificar.
Dentro desse contexto, afirma que a função da escola é ensinar aos alunos
as estruturas internas dos objetos de conhecimento, ou seja, línguas, matemáticas,
ciências e artes, sempre que significadas culturalmente e a didática formule
atividades que permitam ao aluno transgredi-las, recriando, transformando esses
objetos em conhecimento.
Assim, a autora declara que é um equívoco da escola pretender ensinar o
sentido das coisas, mas dar as crianças condições estruturantes que lhes permitam
compreender os sistemas de representação, vinculados ao significado construído
pelo foro íntimo. O importante é que os alunos construam significados e atribuam
sentido àquilo que aprendem.
Conforme Ferreiro (2001), a alfabetização no ensino infantil oscila entre duas
posições extremas, que é antecipar a iniciação da leitura e da escrita, assumindo
alguns conteúdos e práticas, que correspondem ao 1º ano da escola fundamental,

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e a posição oposta, em que deve-se evitar que a criança entre em contato com a
língua escrita. Entretanto, as escolas públicas enfatizam que as crianças chegam
“mal preparadas”, não sendo possível conseguir os objetivos que fixam os planos e
programas. Nesse contexto, com objetivo de preparar melhor as crianças, as
escolas de educação infantil costumam introduzir exercícios de discriminação de
formas gráficas, folhas para cópia de grafismos e às vezes identificação de letras.
Já, em escolas de caráter privado que atendem as crianças de pais com altas
expectativas educacionais, a alfabetização se estabelece em grupos de crianças
com 5 anos.
Segundo Ferreiro (2001), os processos de construção sempre supõem
reconstrução. Contudo, é preciso reconstruir o saber em um certo domínio para
aplica-lo a outro, pois a reconstrução do conhecimento da criança para poder
utiliza-la no domínio da aprendizagem da escrita deve compreender o período que
antecede a escrita. O desenvolvimento é um processo e as crianças tratam de
entender os princípios fundamentais do sistema alfabético para depois entender o
que não é alfabético (tudo que não corresponde ao princípio geral, como diferença
de sons e de sequências gráficas ou semelhanças de sons e de sequências
gráficas).
Ainda para a autora, as crianças conceitualizam a escrita como um conjunto
de formas arbitrárias, dispostas linearmente, não representando aspectos figurais
do objeto, mas os desenhos não conseguem representar, como o nome. Nesse
contexto, elaboram a interpretabilidade. Logo, para que uma escrita represente
algo, necessita das condições formais, como a quantitativa e a qualitativa. A
primeira tem a ver com a quantidade mínima de caracteres e a qualitativa com a
variedade intrafigural ou interna. Dessa forma, para resultados diferentes devem
corresponder sequências diferentes, com formas e caracteres diferentes. A
fonetização da escrita começa quando a criança começa a buscar uma relação
entre o que se escreve e o aspecto da fala.
Assim, Ferreiro (2002) explica que o termo construtivo não é sinônimo de
ativo, mas ao falar de construção da escrita na criança, refere-se a um processo de
reconstrução, diferenciação, ou seja, não apenas de produção de marcas gráficas,
mas de interpretação dessas marcas gráficas passíveis de interpretação de
diferentes tipos e de diferentes graus de complexidade, que se apresenta em uma
multiplicidade de usos sociais.

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Conforme Weisz (s/d), o construtivismo não provocou o fracasso na
alfabetização e nem a solução para este fracasso é a adoção do método fônico.
A autora relata que a alfabetização é fundamentada e está relacionada às
diferentes concepções de aprendizagem, como o construtivismo interacionista e o
empirismo behaviorista. A prática do construtivismo interacionista refere-se a
psicogênese da língua escrita e a que toma como parâmetro os trabalhos sobre
consciência fonológica a partir dos focos de análise: concepções de aprendizagem
que as fundamentam; a natureza do objeto a ser aprendido: o sistema de
representação e a linguagem escrita em português; a concepção de ensino
assumida por cada um. Já a abordagem behaviorista não supõe o conhecimento
sobre a escrita e nem a utilização de informações captadas para constituir um
sistema de escrita sem que alguém tenha ensinado.
Para a autora, o mundo da cultura escrita é intertextual, sendo organizado
em gêneros com linguagem própria, muito diferente da abordagem behaviorista. É
importante que o professor tenha clareza sobre a necessidade do aluno aprender a
linguagem que se usa para escrever e da ideia de que o treinamento em
decodificação leva a “leitura compreensiva” é um retorno a práticas que reprovaram
muitos alunos do 1º ano.

Ainda para Weisz (s/d), é preciso ver o aluno como sujeito ativo, construtor
de conhecimento, que pensa sobre a escrita presente no mundo em que vive e
sobre a escrita, observando as práticas sociais em seu meio. Um sujeito que
constrói hipóteses, ideias sobre o que a escrita representa e sobre como ela
representa, o que se fala.
Weisz (s/d) afirma que o professor deve ser capaz de avaliar o momento do
processo de alfabetização em que está cada um dos alunos. Também, organizar
situações de aprendizagem, nas quais os alunos necessitem colocar o que pensam
sobre a escrita ao mesmo tempo em que recebem informação sobre forma, nome e
valor sonoro das letras, aceitando as escritas não convencionais ao mesmo tempo
que as problematiza. O professor não pode perder a relação dialógica com cada
um de seus alunos pois, fora dela, o ato de ensinar se transforma em um ritual, no
qual um finge que ensina e os outros fingem que aprendem.

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3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

No presente trabalho será desenvolvido um estudo de pesquisa realizado


por meio de bibliografias de livros e sites de autores conceituados no tema.
Será desenvolvida a pesquisa empírica através do estudo do tema
alfabetização e letramento com práticas construtivistas, proporcionando mais
clareza sobre a prática do professor de Educação Infantil.
Como natureza de pesquisa, será exposta “Alfabetização e letramento na
prática construtivista”, enfatizando a Educação Infantil.
Questionando a reflexão das práticas construtivistas e as possibilidades de
ensino e intervenção no processo de ensino e aprendizagem da alfabetização e
letramento.

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Espera-se que a pesquisa possa auxiliar não só professores, como também
mães e responsáveis pela criação e educação de crianças de 0 a 6 anos, e que
têm a mesma preocupação com o ensino infantil.
As etapas previstas para o desenvolvimento dessa pesquisa é início dos
estudos; análise e interpretação das informações; elaboração e redação do texto;
discussão e reformulação da redação e redação final.
A classificação da pesquisa será por meio de descrever, analisar e
interpretar o tema estudado, objetivando conhecer e analisar as principais
contribuições teóricas existentes sobre o tema em questão.

4. CRONOGRAMA

Cronograma de Atividades

Abril Maio Junho Julho

Escolha do Assunto X

Delimitação do Tempo X

Levantamento X
Bibliográfico
Elaboração do Projeto X

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Entrega do Projeto X

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REFERÊNCIAS
1. Livro
COLL, César et al. O construtivismo na sala de aula. São Paulo: Editora Ática,
2002.

DEHEINZELIN, Monique. Construtivismo: a poética das transformações. São


Paulo: Editora Ática, 2002.

FERREIRO, Emilia. Com todas as letras. São Paulo: Editora Cortez, 2001.

MATUI, Jiron. Construtivismo: teoria construtivista sócio-histórica aplicada ao


ensino. São Paulo: Editora Moderna, 2002.

MINGUET, Pilar Aznar et al. A construção do conhecimento na educação. Porto


Alegre: ArtMed, 1998.

2. Obras online
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação
Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil /
Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. —
Brasília: MEC/SEF, 1998. Disponível em:
portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/rcnei_vol1.pdf. Acesso em: 29 abr. 2016.

SOARES, Magda. Alfabetização e letramento: caminhos e descaminhos (2004).


Disponível em:
http://www.acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/40142/1/01d16t07.pdf.
Acesso em: 28 abr. 2016.

WEISZ, Telma. Didática da leitura e da escrita: questões teóricas. Disponível em


https://www.fe.unicamp.br/alle/textos-eventos/TW-
Didatica_da_leitura_e_da_escrita.pdf. Acesso em 06 mai. 2016.

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