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PROTEÇÃO DE GERADORES
Edição 3 - 2006
Schweitzer Engineering Laboratories, Comercial Ltda. – Rua Ana Maria de Souza, 61 – Campinas - SP CEP: 13084-660
Tel.: + 55 (19) 2103 8111 Fax: + 55 (19) 2103 8119 Internet: www.selinc.com.br E-mail: selbr@selinc.com
SCHWEITZER ENGINEERING LABORATORIES, COMERCIAL LTDA.
SOBRE O AUTOR
Formação
Graduado em engenharia elétrica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo em 1969. Mestre
em Engenharia em 1978, pela Escola Federal de Engenharia de Itajubá, com os créditos obtidos em 1974
através do Power Technology Course do P.T.I – em Schenectady, USA. Estágio em Sistemas Digitais de
Supervisão, Controle e Proteção em 1997, na Toshiba Co. e EPDC – Electric Power Development Co. de
Tokyo – Japão.
Engenharia Elétrica
Foi empregado da CESP – Companhia Energética de São Paulo no período de 1970 a 1997, com
atividades de operação e manutenção nas áreas de Proteção de Sistemas Elétricos, Supervisão e
Automação de Subestações, Supervisão e Controle de Centros de Operação e Medição de Controle e
Faturamento. Participou de atividades de grupos de trabalho do ex GCOI, na área de proteção, com ênfase
em análise de perturbações e metodologias estatísticas de avaliação de desempenho.
Atualmente é consultor e sócio gerente da Virtus Consultoria e Serviços S/C Ltda. em São Paulo – SP. A
Virtus tem como clientes empresas concessionárias no Brasil e na Colômbia, empresas projetistas na área
de Transmissão de Energia, fabricantes e fornecedores de sistemas de proteção, controle e supervisão,
Departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétricas da Escola Politécnica da Universidade de
São Paulo, CEDIS – Instituto Presbiteriano Mackenzie.
Área Acadêmica
Schweitzer Engineering Laboratories, Comercial Ltda. – Rua Ana Maria de Souza, 61 – Campinas - SP CEP: 13084-660 2 / 135
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SCHWEITZER ENGINEERING LABORATORIES, COMERCIAL LTDA.
INDICE
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1. INTRODUÇÃO A GERADORES
1.1 OBJETIVO
1.2.1 Conceito
Eixo da Turbina
entrada mecânica Ia
Ib Saída
Gerador
Ic
elétrica
Fonte DC para o
Campo
A energia para a turbina pode ser obtida de combustíveis fósseis como carvão, óleo ou gás
natural, ou outros resultantes de processos industriais ou de aproveitamento hidráulico. Ou
ainda de um motor alimentado por algum tipo de combustível.
A turbina a vapor ou a gás tem rotação entre 1800 e 3600 RPM enquanto que a turbina
hidráulica tem rotação abaixo de 300 RPM. Assim, tem-se rotores de pólos salientes (para
máquinas de baixa rotação) e pólos lisos (para máquinas de alta rotação).
Antes dos anos 60 os geradores síncronos eram providos de excitatrizes rotativas. Desde
os anos 60 foram adotados, como arranjos mais comuns, retificadores com pontes de
tiristores alimentados por um transformador conectado nos terminais de saída do gerador,
conhecidos como “Excitatriz de Alta Resposta Inicial por Retificador Controlado”.
Um outro sistema utilizado para geradores pequenos e de alta velocidade é o sistema “sem
escovas” (“brushless”). O gerador AC e os retificadores são rotativos (no rotor).
Carga
G G Auxiliar
Carga
Carga Carga
Auxiliar
Na conexão direta o gerador fornece energia diretamente para as cargas. É usado para
conectar máquinas menores.
No caso de Grupo Gerador – Transformador, pelo fato de se ter conexão delta no lado do
gerador, a corrente para curto-circuito a terra nos terminais do gerador ou mo enrolamento
estatórico pode ser dramaticamente reduzindo através do uso de aterramento adequando
no neutro do gerador.
Resistor
ou Resistor
Reator
Esse tipo de aterramento é utilizado quando há vários geradores operando numa barra
comum ou geradores diretamente conectados para alimentar a carga, sem transformador
elevador. Eles servem de fonte de terra.
O transformador deve ter a tensão primária nominal igual ou superior à tensão fase –
neutro do gerador e tensão secundária nominal de 120 ou 240 V. Este transformador deve
ter característica tal que não sature para curto fase – terra nos terminais da máquina, com
tensão de operação em torno de 105% da nominal.
A resistor no secundário deve ter característica tal que: “... para um curto circuito fase-terra
nos terminais do gerador, a potência dissipada no mesmo seja igual ou superior ao VA
(Volt - ampère) equivalente à perda reativa na capacitância de seqüência zero dos
Em termos práticos, de acordo com a bibliografia [10], a resistência não pode ser superior
a, aproximadamente:
XC
R= ohms, para evitar possibilidade de transitórios de tensão devido a
3N 2
ferroressonância.
Curto-Circuito
Fase-Terra
G S
XC
N2.R
ZT
ZG+ ZS+
XC
G S
ZT
ZG- ZS-
XC
ZT
ZG0
ZS0
XC
3.N2.R
Diz a literatura que essa resistência limitará os transitórios de tensão a cerca de 260% do
valor fase-terra. Mas que uma maior redução no R não diminuirá esse limite.
Por outro lado, o cálculo e estimativa do Xc são trabalhosos. Assim, é regra prática
determinar o valor de R de tal maneira que limite a corrente de curto-circuito fase-terra em
aproximadamente 15 A, desprezando o efeito do Xc. Assim:
10 3.VG
R= ohms
15. 3.N 2
10 3.VG .VT
kVA = onde VT é a tensão nominal do lado AT do transformador de neutro em
3 . N 2 .R
kV.
2
10 3.VG
kW = (continuamente)
3.N 2 .R
Esses valores consideram que a proteção não provoque trip, mas apenas acione alarme.
- Retorno de Energia.
- Outras
Sobrecarga
Desde que a potência exigida seja maior que a potência nominal da máquina, haverá
sobrecorrente no gerador, com aumento das perdas e elevação da temperatura no
enrolamento estatórico. Isso pode causar envelhecimento precoce da isolação do
enrolamento.
Carga Desbalanceada
Faltas Externas
Faltas externas ao gerador podem demandar altas correntes de curto-circuito supridas pelo
mesmo. Há necessidade de proteção de retaguarda para essas faltas.
Deve-se observar que altas correntes estatóricas provocam estresse mecânico que podem
agravar eventuais defeitos já existentes. Sobre-aquecimentos devido a essas correntes,
por outro lado, são relativamente lentas e começam a provocar danos após 10 s, por
exemplo.
1.3.2 Sobretensão
Já numa máquina não conectada ao sistema, a tensão nos seus terminais dependerá da
excitação, num montante que dependerá da existência de outras máquinas suprindo a
mesma carga.
sobretensão pode ainda ser aumentada pelo aumento da velocidade da máquina rodando
sem carga, devido a atuação relativamente lenta do regulador de velocidade. Por exemplo,
num gerador hidráulico, sobretensão da ordem de 50 a 100% pode ocorrer.
Em sistemas pequenos, se houver, ainda, alguma instalação com TP isolado a óleo, com
elo fusível no lado primário deste TP, há possibilidade de que ocorra fusão desse elo e
tanto o AVR como o relé de sobretensão ficarem sem tensão. O AVR pode interpretar
como severa queda de tensão e aumentar a excitação. E o relé não atuar. Nessas
condições, tem-se uma grave situação (há necessidade de dois conjuntos de TPs para
melhoria de confiabilidade).
Esses limites se aplicam, a menos que explicitamente especificados pelo fabricante para
outros valores. Quando o limite V/Hz é excedido, ocorre a saturação do circuito magnético
do gerador e do transformador do grupo.
Relato de Caso
DISJUNTOR
ABERTO
TP
aberto TRSA
Partida
AVR
Pode ocorrer falha de isolação entre condutor e laminação, entre condutores de fases
diferentes e entre espiras de uma mesma fase. Pode também ocorrer rompimento de
juntas soldadas.
Curto-circuito a Terra
Essas faltas ocorrem, normalmente, nas ranhuras da armadura. O dano nesse ponto é
diretamente relacionado ao nível de corrente estabelecido pelo sistema de aterramento do
gerador.
Baixas Correntes
Se a corrente for, por exemplo, inferior a 15 A e o gerador for desligado com tempo inferior
a alguns segundos, o dano pode ser muito pequeno e o serviço de reparo se limitará à
troca do trecho do enrolamento sem mexer com a laminação.
Altas Correntes
No caso de alta corrente de curto circuito à terra, pode ser instalado disjuntor de neutro
que seria atuado pela proteção de terra, para reduzir o tempo de eliminação da falta e,
conseqüentemente, o dano na laminação.
Esse tipo de falta é muito raro de ocorrer uma vez que, numa ranhura, a isolação entre
enrolamentos de duas fases é pelo menos o dobro da isolação de uma fase para a
laminação. Na ocorrência de uma falta entre fases, há maior probabilidade de ocorrência
nos terminais do enrolamento, fora das ranhuras. A corrente é severa mas há pouca
chance de afetar significativamente a laminação.
Deve-se observar, entretanto, que, apesar de haver abertura do disjuntor pela atuação
rápida da proteção, como mostra a figura a seguir, a corrente proveniente do gerador não
acaba instantaneamente (mesmo com a abertura do disjuntor do campo) devido à energia
que é armazenada no rotor e contribui para a corrente de curto-circuito:
Curto Entre
Fases
Essa corrente que existe até que a energia do rotor seja descarregada faz com que os
danos referentes a um curto-circuito entre fases sejam grandes, mesmo com a rápida
atuação da proteção.
Curto-circuito a Terra
Uma falha de isolação no enrolamento rotórico pode causar curto-circuito entre o condutor
e a laminação (terra). Esse tipo de falta, entretanto, não representa perigo imediato (baixa
corrente de falta).
Entretanto, se houver uma segunda falha de isolação, pode ocorrer curto-circuito pleno
com severo desbalanço mecânico e elevada corrente.
Curto circuito entre espiras no rotor é muito raro de ocorrer. Mas quando ocorre causa
vibração e a parte “bypassada” do enrolamento rotórico tem sua temperatura elevada. A
alta temperatura danifica a isolação, motivando também falta a terra.
Perda de Excitação
A perda de campo pode levar, na maioria dos casos, à perda de sincronismo em menos de
1 s, com a máquina operando como gerador de indução com velocidade inferior à
velocidade síncrona.
A figura a seguir mostra o oscilograma da máquina para perda de campo, antes do trip do
gerador / turbina:
Quando um gerador, com suficiente potência ativa, perde a corrente de campo, ele sai fora
de sincronismo e passa a rodar de modo assíncrono, com velocidade acima da velocidade
síncrona, absorvendo potência reativa.
A máxima potência ativa que pode ser gerada sem perda de sincronismo quando o gerador
perde o campo depende da diferença entre as reatâncias síncronas de eixo direto e eixo
em quadratura – para geradores com pólos salientes, a diferença é normalmente suficiente
grande para manter a máquina rodando com sincronismo mesmo com perda do campo,
com carga até 15 a 25% da nominal.
Para turbo geradores, tais reatâncias são praticamente iguais e a máquina cai fora de
sincronismo mesmo com pequena carga ativa. A velocidade de escorregamento aumenta
com a carga ativa.
O estator e regiões e parte do rotor irão aquecer, se a máquina rodar algum tempo fora de
sincronismo. A máxima temperatura, para ponto mais quente, para turbo geradores ocorre,
fora de sincronismo, com carga entre 20 e 35%.
+ MVAr
pu
A
0,8
B
0,6
do
a sa
a tr
,8
l a0
m ina
No
c ia
tên
Po
0,6 0,8 + MW pu
Potênc
ia Nom
inal a 0
,95 adia F (xe = 0,2)
ntado
E C
F (xe = 0)
Também as faltas no sistema elétrico supridor podem causar perda de sincronismo numa
máquina síncrona. O efeito elétrico da oscilação de potência para uma máquina com rotor
de pólos salientes e com enrolamento amortecedor é menor que aquele para máquina de
pólos lisos.
jX
EA
ZB
/E
B
>
1
EA / E
B = 1
ZL
δ P
EA / EB < 1
R
ZA
ZA ZL ZB
EA EB
Gerador Fechamento
Industrial Acidental
ENERGIZADO
TRSA
Partida
Gerador Fechamento
Acidental
G
ENERGIZADO
TRSA
Gerador
Seccionadora
aberta
G
ENERGIZADO
TRSA
Fechamento
Acidental
Gerador
Seccionadora
Fechada
G
TRSA
Flashover em um pólo
do disjuntor aberto
IMEDIATAMENTE
ANTES DA
SINCRONIZAÇÃO
ZT
RG2
ZS+
EG ET
XG2
(Seq. Negativa) S
1 : ej30
X1S
X1G X1T
1 : e-j30
X2S
X2G X2T
3.Rn X0S
X0G X0T
Neste caso, as correntes de seqüência positiva, negativa e zero são iguais entre si. Trata-
se de um caso semelhante a um curto-circuito fase-terra no lado da Alta Tensão.
Haverá substancial desbalanço, com aquecimento do rotor. Não há muito torque para
manter a rotação. É preciso analisar a curva I22.t = K da máquina.
Sobrefrequência
Sub-frequência
As turbinas a vapor são mais restritivas, quanto à operação com sub-frequência devido a
possibilidade de ressonância mecânica nos vários estágios das lâminas da turbina – com
aumento do estresse mecânico vibratório.
As turbinas a gás também são restritivas, mas não tanto quanto as turbinas a vapor. Mas
apresentam problemas de instabilidade de combustão e limitação da potência de saída da
turbina com a queda da frequência.
O retorno de energia para um gerador síncrono ocorre quando o torque no eixo da turbina
ou do motor acionador passa a um valor inferior às perdas totais da unidade turbina –
gerador. A energia ativa flui então, do sistema ao qual está conectado para o gerador, no
sentido de tentar manter a velocidade síncrona (operando como motor síncrono).
Os problemas são para o meio acionador (turbina, motor) e não para o gerador elétrico.
No caso de turbina a vapor, uma redução no fluxo do vapor reduz o efeito de resfriamento
nas lâminas da turbina e sobre-aquecimento pode ocorrer. Também para turbina a gás
pode ocorrer sobre-aquecimento, mas com menos gravidade que a turbina a vapor – para
turbina a gás, pode ocorrer outro tipo de problema associado ao mancal. Turbina hidráulica
(mormente do tipo Kaplan ou Bulbo) pode ter problema de cavitação (com dano). Máquinas
Diesel podem ser danificadas devido à lubrificação insuficiente e apresentam ainda risco
de explosão devido ao combustível não queimado.
Turbina a vapor: 1 a 3%
Máquina Diesel: 25%
Turbina hidráulica: 3%
Turbina a gás: 5%
Esses valores correspondem a perdas quando não há corte total da energia através do
eixo da turbina. Assim, quando a máquina é alimentada pela turbina e pelo sistema, a parte
da perda suprida pelo sistema é menor que os valores acima.
Para grandes turbo geradores a vapor, a energia reversa pode ter valor inferior a 1% da
potência nominal. Para turbinas a gás e para máquinas diesel, não há problema de
sensibilidade (para fins de proteção). Para algumas turbinas hidráulicas, pode haver
problema de sensibilidade da proteção para detectar retorno de energia.
1.3.11 Outras
Sobrevelocidade
No caso de rejeição brusca de carga, por exemplo, pela abertura do disjuntor da máquina
com carga plena, espera-se que o sistema regulador de velocidade da máquina atue
imediata e corretamente, evitando velocidades não suportáveis para o conjunto turbina –
gerador.
Outras mecânicas
2. FUNÇÕES DE PROTEÇÃO
2.1 INTRODUÇÃO
Uma proteção de sobrecarga, seja de equipamento, máquina rotativa, cabos ou linhas tem a
ver, sempre, com a temperatura que pode chegar o componente protegido em função de
carga excessiva.
Temperatura
θ2
Variação
63% da
total
variação total
θ1
tempo
τ = Constante de Tempo
Figura 2.1 – Característica de Aquecimento de Corpo Homogêneo
Uma proteção de sobrecarga (proteção térmica – Código 49) deve, portanto, emular as
condições de aquecimento do componente protegido em função da corrente através desse
componente.
No passado, procurou-se construir relés térmicos com tecnologia eletromecânica que, através
de dissipadores térmicos (alumínio), tentavam simular a constante de tempo do equipamento
protegido. Mas esses dispositivos nunca conseguiram prover uma boa proteção para
sobrecarga. Eram viáveis apenas para alguns tipos de máquinas. A figura a seguir mostra o
esquema de um relé térmico com tecnologia eletromecânica:
I carga
Equipamento
i i
Relé Térmico)
+ Vcc
Assim, alguns relés possuem a função 49 de “Sobrecarga Térmica” para ser devidamente
aplicada na detecção de aquecimentos provocados por sobrecargas, o que passa a ser uma
opção de utilização não existente num passado recente. Baseiam-se na modelagem de uma
réplica térmica com base na corrente de carga. O calor gerado, por exemplo, em cabo ou
transformador é função do tipo I2.R.t, isto é, proporcional à corrente ao quadrado. O quadrado
da corrente é integrado no tempo, para modelagem.
Assim, os diversos fabricantes nos seus diversos relés de proteção digitais apresentam
possibilidade de modelagem térmica do equipamento ou instalação a proteger contra
temperaturas elevadas causadas por sobrecarga.
K
t PERM =
I
( 2 )2
IN
I2 / IN
1,0
0,5
0,4
0,2
0,11
0,1
t (s)
10 20 50 100 200 500 1000
É dado trip desde que se atinja o limite, isto é, a área ((I2/IN)2.t) atinja o limite K.
Para corrente de seqüência negativa superior a um valor alto, ajustável (I2 >>). A partir desse
valor, a curva é cancelada e a função de tempo definido é ativada (geralmente com tempo =
0s). É para detecção de corrente de curto circuito bifásico. A figura a seguir mostra esse valor
de tempo definido, sobreposto à curva de tempo inverso.
T ALARME
T I2 >>
I2 ADM I2 >>
Relé SEL300G
Dependendo do tipo de turbina, deve ter uma grande sensibilidade no sentido inverso (da
ordem de 1,0% da potência nominal do gerador). A literatura sugere os seguintes ajustes:
Quando ocorre motorização, a potência ativa estará entrando no gerador e a potência reativa
poderá estar entrando ou saindo, dependendo da excitação. Assim, a impedância vista pela
proteção poderá estar no segundo ou no terceiro quadrante.
No relé SEL300G, o ajuste é feito em p.u. (por unidade) da potência nominal do gerador. O
relé pede IN e VN para calcular MVA nominal. E possui dois ajustes, um na direção reversa e
outro na direção para frenjte:
O ajuste 32P1P é na direção reversa (retorno de energia). O ajuste 32P2P pode ser ajustado
como sendo uma proteção de sobrecarga ((1.05 a 1,10 pu).
Na proteção de sistemas elétricos de potência, uma das funções mais utilizadas na proteção
é a função DIFERENCIAL. Como o próprio nome indica, seu princípio de funcionamento
baseia-se na comparação entre grandezas (ou composição de grandezas) que entram no
circuito protegido e grandezas de mesma natureza que saem do circuito protegido.
Ela pode ser do tipo percentual (a maioria dos casos) ou do tipo “alta impedância”.
• Deve considerar os efeitos de erros de precisão nos TC’s e TC’s auxiliares utilizados
para conexão da proteção.
• Deve manter a estabilidade (não atuar) para curto-circuito externo à área protegida,
mesmo com saturação de TC.
• Deve manter a estabilidade para correntes de magnetização transitória (energização)
quanto aplicada a transformadores de potência.
• Deve ter rápida atuação para curto-circuito interno, mesmo para aquelas faltas de baixa
corrente.
as correntes devem ser devidamente condicionadas antes da medição da diferença entre
as correntes de um lado e do outro. O princípio diferencial percentual é mostrado a seguir:
Geralmente, adota-se como operação o Módulo da Soma das correntes. Enquanto que
para a restrição adota-se a soma dos módulos.
A inclinação 1 (SLP1) serve para correntes relativamente baixas onde o erro do TC ainda é
baixo. A inclinação SLP2 serve para correntes elevadas onde o erro do TC chega a 10%
para 20 x Inominal.
A figura a seguir mostra uma conexão para proteção diferencial de grupo gerador /
transformador. Pode-se usa relé SEL300G para gerador e relé SEL387A para o grupo
gerador / transformador:
52
87 Grupo
Transformador
Elevador
S. Aux.
87 Gerador
Gerador
Figura 2.8 – Conexão de TC’s para Proteção Diferencial de Gerador e de Grupo Gerador -
Transformador
No caso de curto entre espiras, haverá diferença de corrente nos dois TC’s da fase em falta,
com atuação da proteção.
Para aqueles geradores que não possuem proteção diferencial, haverá sempre a
necessidade de proteção para faltas entre fases.
51V ou 21
G
51
A figura acima mostra a característica da função 51V do relé SEL 300G. Nota-se que, para
tensões inferiores a 1.0 pu (100%), a sensibilidade da proteção de sobrecorrente aumenta,
isto é, diminui o valor de pickup.
Já uma proteção 51C (controlada por tensão) só atua quando a tensão for inferior a um dado
valor ajustado. Por exemplo, se ajusto a tensão para 0,7 pu (70%), o relé não irá atuar com
sobrecorrente para tensões superiores a esse.
A característica dessa proteção pode ser do tipo circular, como mostra a figura a seguir, uma
vez que a direcionalidade é inerente, isto é, toda falta na máquina estará na sua frente (uso
de TC’s do lado do neutro do gerador).
A figura acima é do relé SEL300G. Nota-se que tem característica mho deslocada. E
apresenta blindagem para carga, Isto é, uma região onde a carga pode chegar, sem atuar o
elemento 21. O relé tem ainda a possibilidade de ter uma segunda zona, com temporização
respectiva.
A proteção convencional pode, de um modo aproximado, ser ajustada para operar com cerca
de 70% da impedância de carga nominal da máquina, correspondente a uma corrente de 1 /
0,7 = 1,4 p.u. para tensão de 1,0 p.u. Esse ajuste, geralmente assegura retaguarda para
curtos no gerador e no transformador elevador. Temporização adequada é necessária para
seletividade com as demais proteções (geralmente 0,5 a 0,6 s). Caso se deseje um ajuste
mais fino, deve-se calcular as impedâncias vistas do gerador e do transformador para curto-
circuito no lado da Alta Tensão.
Numa proteção com duas zonas, como a proteção SEL300G da Schweitzer, pode-se ajustar
a primeira zona sem temporização adicional, porém alcançando apenas o lado da BT do
transformador elevador. A segunda zona, com temporização entre 0,5 e 1,0 s, poderia atingir
o lado da AT.
R X
X'd / 2
Diâmetro=
1 p.u.
Diâmetro
= Xd
Figura 2.14 – Função perda de excitação (40). Característica clássica para Gerador. Relé
SEL300G
O relé SEL 300G oferece proteção 40 também com a característica com diâmetro 1.0 pu
(impedância da máquina), conforme a figura, com atuação instantânea. Isso porque,
quando de perda de campo, a impedância vista vai cair dentro dessa característica.
Note que 1 p.u. equivale à impedância calculada nas bases nominais da máquina:
2
VN / 3 kV N
=
IN MVAN
Com a perda de campo, a máquina começa a absorver reativo, operando como gerador de
indução. A chamada primeira zona (circulo menor) detecta a perda de campo em
condições de carga nominal. A impedância cairá dentro dessa área. Em condições de
carga leve, a impedância poderá cair na segunda zona (circulo maior).
Proteção SEL300G
O relé 300G implementa essa função 78 através da medição da impedância vista nos
terminais da máquina. A figura a seguir mostra a característica da função:
Tanto num esquema como no outro, os elementos laterais 78R1 / 78R2 do lado direito e os
elementos laterais 78L1 / 78L2 do lado esquerdo, servem para detectar a passagem do
vetor impedância por eles, dentro do Mho. Assim, a lógica do relé permite detectar se é
oscilação de potência apenas ou perda de sincronismo.
O relé pode detectar a entrada e saída por um mesmo lado. Neste caso, a oscilação tende
a se estabilizar.
Para um gerador ou motor síncrono aterrado através de alta impedância, haverá baixa
corrente de curto-circuito fase-terra (da ordem de 15 A), o que muito difícil de ser detectado
por proteção de sobrecorrente ou diferencial. Assim, o critério de medição direta da corrente
de terra não pode ser utilizado.
59
N VResidual
Na figura a seguir mostra-se a utilização de tensão medida no secundário dos TP’s quando o
neutro é isolado.
59
N
VResidual
ZT
ZG+ ZS+
XC
G S
ZT
ZG- ZS-
XC
i0 ZT
ZG0
ZS0
V0
XC
3.N2.R
Note que o esquema é aplicável pois, devido à conexão DELTA do transformador elevador,
as faltas a terra no lado do gerador são detectados através da tensão residual.
Em termos vetoriais:
A C
VAC
Componentes de terceira harmônica de tensão estão presentes nos terminais de quase todas
as máquinas síncronas e sua intensidade varia de acordo com o projeto da máquina /
fabricante.
Se presentes em quantidade razoável, são utilizados para medir a ocorrência de faltas a terra
em pontos próximos ao neutro (0 – 30%).
A figura a seguir mostra as tensões de terceira harmônica (V3H) presentes no neutro e nos
terminais da máquina síncrona típica durante as diferentes condições de carga:
+ VTH
Plena Carga
+ VTH
Neutro Terminal
Plena Carga
Plena Carga
5. Como a tensão de terceira harmônica irá variar, de máquina para máquina, essa tensão
DEVE SER MEDIDA em condição de carga e em vazio, nos terminais e no neutro, antes
de se ajustar a proteção baseada na medição dessa grandeza.
Neste esquema utiliza-se uma função de Subtensão (27) para a Tensão de Terceira
Harmônica medida no Neutro do Gerador. A figura a seguir ilustra o mencionado:
52
59
F
VResidual
59 27
N TH
V3aHarm
59F 59N R.1 R.2
Terra Estator
90 / 95%
Terra Estator
27TH
100%
R.1 R.2 86
Ajusta-se a função 27 para não operar com tensão (Terceira Harmônica) em condição
normal de operação (plena carga ou vazio), mas que opere para curtos-circuitos perto do
neutro.
Na figura acima, a função 59N opera para tensão de 60 Hz (fundamental) e a função 27TH
opera para 180 Hz. A combinação das funções proporciona proteção para 100% do estator
(95% + 5%). Há suficiente “overlap” pois a função 27TH pode chegar a 30% do
enrolamento a partir do Neutro. E geralmente, não mais que uma tensão em torno de 1%
da tensão nominal será necessária para o “overlap”.
A função 27TH não deve provocar “trip” quando da partida ou parada da máquina. E
também, em alguns casos, não haverá Terceira Harmônica suficiente para a função em
condição “em vazio” ou carga leve. Assim, além da supervisão de tensão 59F (Vmin)
mostrada na figura acima, haverá necessidade de supervisão por sobrecorrente (de fase)
ou potência (Na proteção Siemens 7UM6 há Pmin e Vmin).
2.11.2 Terra Estator (100%) – Usando Terceira Harmônica através de TP’s em Delta Aberto
Neste esquema utiliza-se uma função de sobretensão 59TH para a Tensão de Terceira
Harmônica medida nos terminais da Máquina, através de TP’s.
52
59 59 V3aHarm
N VResidual
TH
R.1 R.2 86
Figura 2.23 - Utilização da Terceira Harmônica dos TP’s dos Terminais da Máquina Síncrona
Ajusta-se a função 59TH para não operar com tensão (Terceira Harmônica) em condição
normal de operação (plena carga ou vazio), mas que opere para curtos-circuitos perto do
neutro. Neste caso o ajuste pode ser mais difícil que o caso anterior.
Na figura acima, a função 59N opera para tensão de 60 Hz (fundamental) e a função 59TH
opera para 180 Hz. A combinação das funções proporciona proteção para 100% do estator
(95% + 5%).
A função 59TH não deve provocar “trip” quando da partida ou parada da máquina. Os
níveis dependem de máquina para máquina.
2.11.3 Terra Estator (100%) – Usando Comparação de Tensão de Terceira Harmônica entre
Neutro e Secundário de TP em Delta Aberto.
Geralmente há uma relação mais ou menos constante entre essas grandezas durante a
operação normal. Quando de curto-circuito, a relação é alterada e esse fato é utilizado
para detecção de curto-circuito.
52
59 Entrada Alternativa
N VResidual W Z para Injeção
R.1 R.2 86
- Tem maior sensibilidade, com menor influência das capacitâncias na medição. Isso
porque a uma frequência menor, a reatância indutiva para esse sinal é
proporcionalmente menor e a reatância capacitiva é proporcionalmente maior.
- É independente da corrente de carga, tensão e frequência do sistema. Portanto, ativa
durante partida e parada da máquina.
- Cobre 100% do estator.
- Auto monitorado.
As desvantagens seriam:
A proteção “Terra – Rotor” não é de aplicação universal. Nos EUA, geralmente, não são
utilizados. E em alguns locais da Europa, também não. A proteção SEL300G (filosofia
americana) não possui função terra-rotor.
A proteção aqui mencionada é para aqueles sistemas de excitação com escovas e anéis para
injeção de corrente contínua no campo (rotor). Não se trata de sistemas “brushless”.
O circuito do campo de uma máquina síncrona é um sistema DC não aterrado. Uma simples
falta à terra nesse sistema não afetará a operação do gerador, nem produzirá qualquer efeito
ou dano na máquina. Entretanto, caso haja a ocorrência de uma segunda falta a terra nesse
sistema, a porção do enrolamento do campo entre as duas faltas estará curto-circuitado,
produzindo fluxos desbalanceados nos entre-ferros da máquina. Os fluxos desbalanceados
produzem forças magnéticas desbalanceadas com conseqüente vibração e danos. Haverá
também desbalanço de corrente com temperaturas desbalanceadas e aquecimento do ferro
do rotor.
Com a atuação da proteção “Terra-Rotor”, que detectará a primeira falta a terra no campo,
tem-se as seguintes alternativas:
Princípios Utilizados
Fonte
Fonte AC
64R AC 64R
Eventualmente seria conveniente que o eixo do rotor (ligado ao ferro) seja aterrado através
de escova, uma vez que o filme de óleo introduz resistência suficiente para tirar a
sensibilidade da proteção.
Ferro
Enrolamento
do Campo EXCITA
TRIZ
Escova de
Aterramento
Note que neste princípio, havendo uma falta a terra no “ponto central” do enrolamento
estatórico, não haverá corrente pelo relé, caracterizando um ponto cego. Há algumas
sofisticações como utilizar varistores e resistores ao invés de simples resistor com ponto
central, para tentar evitar esse ponto cego.
A terceira técnica consiste em aplicar uma tensão DC ao invés de AC, através de um ponto
do enrolamento do campo. Havendo terra em algum ponto, uma corrente irá circular no
relé (64) provocando sua atuação.
As limitações dos equipamentos são importantes para se determinar os ajustes das funções
V/Hz. A figura a seguir mostram os limites para gerador e transformador.
1,40 1,40
1,30 1,30
1,20 1,20
1,10 1,10
V/Hz (pu)
1,40
1,30
1,20
1,10
Tempo
1,20 Inverso 1,20
1,10 1,10
Grande parte (60%) das grandes máquinas já em operação utilizam dois elementos de tempo
definido. Mas isso se devia à limitação tecnológica do relé de proteção.
Proteção SEL300G
Sobretensão (59)
Sobrefrequência
Há aumento de ventilação. A densidade de fluxo magnético a uma dada tensão nos terminais
é reduzida. Assim, não há aumento de temperatura desde que os níveis de tensão e a
potência nominal sejam mantidos.
Sub-frequência
Não há fortes restrições (normas) para gerador elétrico operando a baixa frequência. Mas
sabe-se que, à baixa frequência:
E também, para sub-frequência, pode haver excessiva densidade de fluxo (V/Hz), o que já foi
visto.
A figura a seguir mostra as limitações de frequência para uma típica turbina a vapor:
Hz
62
Operação Proibída
Limites de Frequência
61 Tempo Restrito de Operação t
[minutos]
60 Operação Contínua
59
Limites de Frequência
Tempo Restrito de Operação
58
57 Operação Proibída
56
Figura 2.30 – Limites de Operação para Sobre e Sub Frequência – Típica Turbina a Vapor.
Maior atenção deve ser dada à proteção de SUB-FREQUÊNCIA. Relés de frequência devem
ser aplicados e ajustados, considerando:
- Valores de “trip” e temporizações com base nos limites especificados pelo fabricante da
turbina. Valores de “alarme” ao operador, condizentes com a turbina.
- Coordenação com valores de “trip” para esquemas de rejeição de carga existentes na
planta ou na região (se for o caso).
- A proteção deve estar em operação mesmo que a turbina + gerador estejam alimentando
apenas o serviço auxiliar da planta.
Assim, a frequência mínima com que uma planta pode operar continuamente não depende
apenas das turbinas e suas características, mas também de todo o serviço auxiliar, que
depende de planta para planta.
O uso de relés de frequência para esse tipo de refinamento na proteção é desejável para
usinas termoelétricas.
A limitação do serviço auxiliar em condição de sub-frequência para uma planta nuclear é mais
delicado e há diferença de respostas para usinas com diferentes tipos de reatores. Por
exemplo, reator de água pressurizada (PWR) e reator de água fervente (BWR). Não é
objetivo deste curso detalhar a proteção dessas instalações. Mas fica aqui registrado que o
problema da redução das capacidades das diversas bombas por sub-tensão e sub-frequência
é um problema sério.
Turbina a Gás
As turbinas a gás, em geral, têm maior capacidade de operação à baixa frequência que as
turbinas a vapor. Assim, o ajuste de frequência para trip pode ter um valor menor que o da
turbina a vapor.
Unidades Combinadas
Em plantas com unidades combinadas de turbinas a vapor e a gás, deverá haver uma
proteção de sub-frequência para CADA unidade, cada um com ajustes referentes às suas
respectivas características. Ou, eventualmente, pode-se adotar o valor de maior frequência.
Geradores Hidroelétricos
TP’s são aplicados, geralmente, com a conexão estrela aterrada / estrela aterrada. A falha de
TP ou a falta de sinal no secundário do TP pode ocorrer por diversas causas. Curtos-circuitos
ou circuitos abertos na fiação AC, fusível rompido, etc.
A falta de sinal de TP pode provocar conseqüências graves para gerador ou motor síncrono,
uma vez que o regulador de tensão baseia sua atuação no sinal recebido do TP. A própria
proteção (tensão, frequência, potência, direcional, impedância, falha de excitação, sobre-
excitação, etc.) fica prejudicada.
Nos geradores maiores é prática comum o uso de dois conjuntos de TPs para a zona de
proteção do gerador. Geralmente há chaves fusíveis nos secundários. Em alguns TP’s há
fusíveis também no lado primário.
Através de algum circuito lógico, uma falta no TP pode ser detectado. No caso de detecção, o
regulador de tensão deve ser passado de automático para manual e todas as proteções que
dependem de tensão devem ser bloqueadas.
É o método mais comum para detectar perda de sinal de TP que, como mostra a figura a
seguir, compara as tensões trifásicas dos secundários dos dois conjuntos de TP’s
disponíveis:
60
Para Para
Proteção AVR
Esta função é, geralmente, ajustada para um desbalanço de tensão de cerca de 15% entre
os TP’s e não simplesmente a detecção de falta de tensão de um dos lados (100%). Isso,
para detectar resistência de mau contato (ex, borneira).
Esse tipo de verificação ou detecção de falha de TP deve ser utilizado quando há apenas
um conjunto de TP’s para o circuito do gerador.
Há várias funções que já fazem parte do sistema de proteção da máquina síncrona que
podem detectar, ou podem ser ajustadas para detectar uma energização acidental do
gerador. São eles:
Gerador Transformador
Elevador
3 50 60
TRSA
81
81 81x
60 50
86
Drop Out 81
x
86
Temporizado
O relé de frequência identifica quando o gerador está fora de operação. Seu ajuste deve estar
bem abaixo da frequência da frequência de operação, mesmo em condição de emergência.
Seu contato NF deve permanecer fechado mesmo com a tensão do TP indo a zero. O relé
auxiliar 81x deve ter “drop-out” temporizado, isto é, deve permanecer fechado por um tempo
após o aparecimento de tensão no TP, com frequência próxima a nominal.
O relé 50 deve ser sensível o suficiente para detectar todas as correntes previstas de
energização acidental.
Esse tipo de proteção não protege contra energização acidental de uma fase.
O relé SEL300G apresenta todos os recursos, inclusive de lógica, para proteção contra
energiação acidental.
3. ESQUEMAS DE PROTEÇÃO
3.1 INTRODUÇÃO
As aplicações incluem:
Alguns fabricantes definem “pequeno gerador” como sendo aquele com potência até 500 kW
com tensão até 5 kV. Outros incluem geradores de até 1.000 kW com tensão até 2,4 kV. Note
que a classificação é bastante relativa.
Para esses geradores até 500 kW, a proteção mínima recomendada é constituída das
seguintes funções que não usam TP’s:
Opção:
Do TC Janela ( para 51G)
G G
51 51
51 46 49 51 46 49
N N
VN
RN =
3.(0,5a1,0).I No min al
Ainda para pequenos geradores, porém na faixa até ou em torno de 1.000 kW, recomenda-
se:
32
51 46 40 49
R
51G
Note que agora há, adicionalmente, uma proteção para o campo e duas funções que
necessitam de TP’s.
Atenção
Deve-se salientar que o uso das funções 40 e 46 depende da filosofia proposta ou sugerida
pelo fabricante do gerador. Há fabricante de gerador que recomenda essas funções apenas a
partir de 5.000 kW. Também o uso da função 64R para geradores em torno de 1.000 kW não
é generalizado.
Para fins do presente estudo, vamos considerar gerador médio como sendo aquele com
potência entre 1.000 e 5.000 kW. Note, novamente, que a classificação é bastante relativa.
Nesta faixa de potência há muitas opções de proteção que dependem de:
Funções Indicadas
Também nessa condição há muitas opções de proteção que dependem daqueles fatores já
mencionados.
50/
50/51 87T opcional
51N
60
59
32
78 40 24
R
87U 81
49S
G 64R 87G
> 5 ou 10 MW
51
49 46 21 V
59
GN
51
GN
3.5 COMENTÁRIOS
3.5.2 Redundância
Pode-se ter quase a totalidade das funções de proteção do Gerador numa única proteção
multifuncional. E pode-se, também, ter a totalidade das funções de proteção do
Transformador numa única proteção multifuncional.
Entretanto, não se recomenda, para grandes ou médios geradores, fazer a proteção com
um único relé. Há necessidade de redundância para uma melhor confiabilidade
(“dependabilidade”).
Sobrecorrente Sensibilidade limitada pela relação dos Limitações menores para relés
TC’s e faixa de ajustes. digitais, em virtude da maior
sensibilidade disponível e
Não detecta, por conseqüência, baixas
opção de sobrecorrente de
correntes de curto-circuito.
terra de alta sensibilidade.
Sobretensão Eventual ressonância no secundário. Relés digitais, desde que bem
especificados, atuam apenas
para frequência fundamental.
Perda de Excitação Oscilação de Potência x Perda de O uso de modernas funções
Campo. em relés digitais permitem
melhor discriminação.
Situações difíceis de serem
diferenciadas.
Terra Estator Oscilação em TP. Modernos relés digitais
apresentam funções com
Nível de terceira harmônica.
princípios melhor elaborados e
maior precisão.
Seqüência Negativa Dificuldade de determinação de nível de Não há problema de filtro para
desbalanço e problema de sintonia do relés digitais.
filtro de seqüência negativa.
Terra Rotor Intermitência. Resolvido por temporização
adequada.
Capacitâncias.
Relés digitais permitem melhor
discriminação de falta a terra,
mesmo com capacitâncias e
altas resistências.
4. BIBLIOGRAFIA
[8] MOZINA, Charles J. – “Power Plant Horror Stories” – Beckwith Electric Co., Inc.
[9] Mason, C. Russell – “The Art and Science of Protective Relaying” - John Wiley & Sons,
Inc. & GE Company, 1956
5.1 INTRODUÇÃO
Para se calcular o valor p.u. de uma grandeza, tem-se a seguinte expressão básica:
ValorDeFato
Valor _ p.u. =
ValorDaBase Re spectiva
Por exemplo:
Assim, as BASES para as duas grandezas restantes serão calculadas através das
relações básicas. Deve-se notar que para sistemas monofásicos ou trifásicos, o termo
corrente corresponde à corrente de linha, o termo tensão corresponde à tensão fase-neutro
e o termo potência corresponde à potência de uma fase.
Exemplo:
100000
Ibase = 3 = 100000 = 418,38 A de linha (calculado)
138 3 x138
3
Assim, para um dado ponto (trecho delimitado por transformadores) num sistema trifásico
pode-se adotar as seguintes fórmulas:
Calcula-se:
kVBase 2 kVABase
Zbasse = ohms IBase = Amperes
MVABase 3 xkVBase
a) Escolhe-se uma Potência Trifásica Base arbitrária, que é válida para todo o sistema
elétrico de potência (Nota: costuma-se adotar 100 MVA).
b) Escolhe-se uma Tensão de Linha Base para um dado trecho do Sistema. As tensões
de base em outros trechos se relacionam-se à essa base através das relações de
transformação nominais dos transformadores de interligação dos trechos. (Nota:
costuma-se adotar a tensão Nominal de Operação do trecho).
c) Para cada trecho, tem-se então a Potência Base e a Tensão Base. Para cada trecho
calcula-se a Impedância Base e a Corrente Base, pelas fórmulas anteriores.
Exemplo:
LT M2
C 10 MVA -12,5 kV
G
D x”d = 10%
30 MVA - 13,8 kV
x”d = 15%
Nota-se que as bases de tensão em cada trecho são determinadas pelas relações
nominais de transformação dos transformadores, a partir da base inicial adotada
(138 kV) na Linha de Transmissão.
Para o mesmo sistema do exemplo anterior, uma vez que as bases em cada trecho já
foram calculadas, calcular as impedâncias em p.u. (por unidade) de todos os
componentes, montando o diagrama de impedâncias em p.u. na base 100 MVA.
a) Com base dos dados nominais (“placa”) dos equipamentos, calcular suas impedâncias
em p.u. (por unidade) na base adotada para o estudo (100 MVA e 138 kV na LT).
Para o Gerador:
Lembrando que,:
Valordefato(ohms)
x" d = pu Tem-se:
ZBase(ohms)
2
X”d = 0,15 x (13,8 / 30) ohms (valor de fato)
0,15 x13,8 2 2
Valordefato(ohms) 30 = 0,15 x 100 x 13,8 = 0,3795 pu
x" d = =
ZBasedoEstudo(ohms) 15,84 2 30 15,84 2
100
Para o TR1:
Escolhe-se um dos lados para o cálculo (pode ser qualquer, por exemplo o lado da LT).
2
X = 0,10 x (115 / 35) ohms (valor de fato)
0,10 x115 2 2
Valordefato(ohms ) 35 = 0,10 x 100 x 115 = 0,1984 pu
x= = 2
ZBasedoEstudo(ohms) 138 35 138 2
100
0,10 x13,2 2 2
Valordefato(ohms) 35 = 0,10 x 100 x 13,2 = 0,1984 pu
x= =
ZBasedoEstudo(ohms) 15,84 2 35 15,84 2
100
Valordefato(ohms ) 80 8000
x= = 2
= = 0,42 pu
ZBasedoEstudo(ohms ) 138 138 2
100
Para o TR2:
Escolhe-se um dos lados para o cálculo (pode ser qualquer, por exemplo o lado da LT).
2
X = 0,10 x (115 / 35) ohms (valor de fato)
0,10 x115 2 2
Valordefato(ohms ) 35 = 0,10 x 100 x 115 = 0,1984 pu
x= = 2
ZBasedoEstudo(ohms) 138 35 138 2
100
Para o M1:
2
X”d = 0,20 x (12,5 / 20) ohms (valor de fato)
0,20 x12,5 2 2
Valordefato(ohms) 20 = 0,20 x 100 x 12,5 = 0,6227 pu
x= =
ZBasedoEstudo(ohms) 15,84 2 20 15,84 2
100
Para o M2:
2
X”d = 0,10 x (12,5 / 10) ohms (valor de fato)
Pode-se agora montar o diagrama de impedâncias em p.u. na base 100 MVA e 138 kV na
LT. Trata-se do diagrama de “seqüência positiva” que representa um sistema trifásico
equilibrado:
A B C D
j 0,3795 j 0,1984 j 0,42 j 0,1984 j 0,6227
j 0,6227
Roteiro
440/138/13,8 kV
p s p s t
189/150/50 MVA
Observa-se que o enrolamento primário tem potência de 189 MVA enquanto que o
secundário tem 150 MVA. Então, entre o primário e o secundário, a potência está limitada
pelo enrolamento secundário. A mesma coisa ocorre entre o primário e terciário (limitado
pelo terciário) e o secundário e terciário (limitado pelo terciário).
Zp Zs
p s
t
Zt
e a utilização do mesmo para cálculos, deve-se reduzir os valores à uma MESMA BASE
DE ESTUDO e determinar Zp, Zs, Zt. A seqüência de cálculos é a seguinte:
a) Zps (fato em ohms) = Zps (p.u. na base nominal) x Zbase (base nominal)
Zpt (fato em ohms) = Zpt (p.u. na base nominal) x Z’base (base nominal)
Zst (fato em ohms) = Zst (p.u. na base nominal) x Z’’base (base nominal)
Onde Zbase, Z’base e Z’’base são as eventuais bases de impedância, para bases de potência
diferentes (dados de placa – fabricante).
Onde Zbase, Z’base e Z’’base (estudo) são as bases de impedância, na potência base adotada
para o estudo, dos lados dos transformadores.
c) Finalmente:
Exemplo:
Para o transformador de três enrolamentos, cujos valores de placa são mostrados a seguir,
calcular as impedâncias em p.u. numa base de estudo de 100 MVA e base de tensão de
69 kV no lado de Alta Tensão.
66 / 13,2 / 2,3 kV
p s p s t
10 / 7,5 / 5 MVA
Solução:
66 2
Z ps = 0,07 x ohms visto pelo lado p
7,5
2,3 2
Z pt = 0,09 x ohms visto pelo lado t
5,0
13,2 2
Z st = 0,06 x ohms visto pelo lado s
5,0
66 2 2,3 2
0,07 x 0,09 x
7,5 5,0
Z ps = = 0,8539 pu Z pt = = 1,6531 pu
69 2 2,4 2
100 100
13,2 2
0,06 x
5,0
Z st = = 1,0979 pu
13,8 2
100
Dado o sistema descrito nos itens 3.3 e 3.4 anteriores e considerando que a tensão na
barra comum dos motores esteja em 13 kV (tensão de linha), com cada motor consumindo
10 MVA com f.p. = 0,9 (indutivo), determinar a tensão nos terminais do gerador.
Bases do Estudo
Nos motores
Vfato = 13 kV
0,1
im = ∠ arccos 0,9 = 0,1218∠ − 25,8 o pu de corrente (cada motor)
0,8207
A B C D
j 0,3795 j 0,1984 j 0,42 j 0,1984
vg = ? vm = 0,8207 /0o pu
Cálculos:
∆v = 0,1990 /+64,16o
vg = vm + ∆v
Fator de potência nos terminais do gerador: Cos [-25,8 – 11,17)] = Cos –36,8 = 0,8 indutivo
Observa-se que o problema foi facilmente resolvido mesmo com a existência de dois
transformadores no circuito, com a utilização de grandezas p.u.
TR3
TR1
A1 B C D
LT1
G1 Reator
LT3
A2 E
H
TR5
I
G2
TR2 G F LT2
TR4
6.1 CONCEITO
Componentes de
Sequência POSITIVA (que
é um sistema trifásico
equilibrado)
Componentes de
Sistema Trifásico Solução para o
Sequência NEGATIVA
desequilibrado a Sistema Trifásico
(que é um sistema trifásico
resolver desequilibrado.
equilibrado)
Componentes de
Sequência ZERO (que é
um sistema trifásico
equilibrado)
ia0
Sequência Zero (0)
ib0
Sistema Trifásico
Fasores iguais (módulo e ângulo) nas três fases.
ic0
ia1
Sistema Trifásico
Fasores iguais em módulo e defasados 120 graus
Sequência de fases a, b, c (original do sistema)
ic1 ib1
ia2
Sistema Trifásico
Fasores iguais em módulo e defasados 120 graus
Sequência de fases c,b,a (inversa ao original)
ib2 ic2
EXEMPLO
ic0
ib0
ic1 ia1 ib2 ia2
ia0
30o 30o 30o
ib1 ic2
Assim, tem-se:
RELAÇÕES
Cada um dos fasores do conjunto desequilibrado original é igual à soma vetorial de seus
componentes:
⎡Va ⎤ ⎡1 1 1 ⎤ ⎡Va 0 ⎤
⎢V ⎥ = ⎢1 a 2 a ⎥⎥ x ⎢⎢Va1 ⎥⎥
⎢ b⎥ ⎢
⎢⎣Vc ⎥⎦ ⎢⎣1 a a 2 ⎥⎦ ⎢⎣Va 2 ⎥⎦
Va = Va 0 + Va1 + Va 2
onde a = 1/+120o
a2 = 1/-120o
- Qualquer fasor multiplicado por a tem como resultante um outro vetor de mesmo
módulo e defasado de +120 graus.
- Qualquer fasor multiplicado por a2 tem como resultante um outro vetor de mesmo
módulo e defasado de - 120 graus.
Assim,
va2
va1
RELAÇÃO INVERSA
⎡Va 0 ⎤ ⎡1 1 1 ⎤ ⎡Va ⎤
⎢V ⎥ = .⎢1 a
1
a 2 ⎥⎥ x ⎢⎢Vb ⎥⎥
⎢ a1 ⎥ 3 ⎢
⎢⎣Va 2 ⎥⎦ ⎢⎣1 a 2 a ⎥⎦ ⎢⎣Vc ⎥⎦
Va 0 = 1 .(Va + Vb + Vc )
3
(
Va1 = 1 Va + a.Vb + a 2 .Vc
3
)
(
Va 2 = 1 Va + a 2 .Vb + a.Vc
3
)
Conhecendo-se os componentes da fase a, pode-se determinar os das demais fases,
como já mostrado.
EXERCÍCIO
⎡I a0 ⎤ ⎡1 1 1 ⎤ ⎡ 10∠0 o ⎤
⎢ I ⎥ = 1 .⎢1 a ⎢ ⎥
⎢ a1 ⎥ 3 ⎢ a 2 ⎥⎥ x ⎢10∠180 o ⎥
⎢⎣ I a 2 ⎥⎦ ⎢⎣1 a 2 a ⎥⎦ ⎢⎣ 0 ⎥
⎦
(
I a 0 = 1 . 10∠0 o + 10∠180 o + 0 = 0
3
)
( ) (
I a1 = 1 10∠0 o + 1∠120 o x10∠180 o + 1∠ − 120 o x0 = 1 . 10∠0 o + 10∠ − 60 o
3 3
)
I a1 = 1 (10 + 10(0,5 − j.0,866)) = 1 .(15 − j.8,66) = 5 − j.2,898 = 5,755∠ − 30 o A
3 3
( ) (
I a 2 = 1 10∠0 o + 1∠ − 120 o x10∠180 o + 1∠120 o x0 = 1 . 10∠0 o + 10∠ + 60 o
3 3
)
I a 2 = 1 (10 + 10(0,5 + j.0,866)) = 1 .(15 + j.8,66) = 5 + j.2,898 = 5,755∠ + 30 o A
3 3
30o
Ib1 Ia1
Ic2
I b0 = 0 I c0 = 0
Ic1 Ia2
Ib2
Ib Ia
Ic=0
Ia1
Ic2 Ib1
I c = 5,755∠ + 90 o + 5,755∠ − 90 o = 0 A
6.3 PARTICULARIDADES
Vimos que:
I a 0 = 1 .(I a + I b + I c )
3
Assim, para um sistema trifásico equilibrado onde a soma das três correntes de linha é
zero, tem-se:
I a0 = 0
(I a + I b + I c ) = I N Donde: I a 0 = 1 .(I N )
3
ou: I N = 3.I 0
(
I a 2 = 1 I a + a 2 .I b + a.I c
3
)
Num sistema equilibrado: I c = a 2 .I b e I b = a.I c
- Quando num sistema trifásico existe qualquer desbalanço, com ou sem terra,
aparecem componentes de seqüência negativa.
R jX
- 2.j XC - 2.j XC
j X (% ou pu)
R (pu ou %) j X (pu ou %)
j Xp j Xs
p s
t
j Xt
j Xd” ou j Xd’
j Xd” ou j Xd’
j (Xs + Xr)
Em
j (Xs + Xr)
R0 j X0
Linha Curta
R0 j X0
Trafo de 2 enrolamentos -
j X0 Triângulo / Estrêla Aterrada
Trafo de 2 enrolamentos -
j X0 Triângulo / Estrêla Aterrada
3Rn
Rn
Trafo de 2 enrolamentos -
Triângulo / Estrêla
p j X0p j X0s
s
Trafo de 3 enrolamentos -
t Estrela Aterrada / Triângulo / Estrêla Aterrada
j X0t
Para transformadores trifásicos sem alguma conexão triângulo, com núcleo envolvido (3
pernas):
j X0 /2 j X0 /2
Trafo de 2 enrolamentos -
jXm0
Estrela Aterrada / Estrêla Aterrada
Núcleo Envolvido
j X0 /2 j X0 /2
Trafo de 2 enrolamentos -
3.Rn Estrela Aterrada / Estrêla Aterrada
jXm0
Núcleo Envolvido
Rn
j X0 /2 j X0 /2
Trafo de 2 enrolamentos -
3.Rn 3.Rn
jXm0 Estrela Aterrada / Estrêla Aterrada
Rn Rn Núcleo Envolvido
j X0 /2
Trafo de 2 enrolamentos -
Estrela / Estrêla Aterrada
jXm0
Núcleo Envolvido
Trafo de 2 enrolamentos -
Estrela / Estrêla Aterrada
jXm0
Núcleo Envolvido
Figura 4.12 – Circuitos Equivalentes de Seqüência Zero de Transformadores Trifásicos com Núcleo
Envolvido
Trafo de 2 enrolamentos -
j X0
Estrela Aterrada / Estrêla Aterrada
Trafo de 2 enrolamentos -
j X0 3.Rn Estrela Aterrada / Estrêla Aterrada
Rn
Núcleo Envolvente
j X0
Trafo de 2 enrolamentos -
3.Rn 3.Rn Estrela Aterrada / Estrêla Aterrada
Rn Rn
Núcleo Envolvente
Trafo de 2 enrolamentos -
Estrela / Estrêla Aterrada
Núcleo Envolvente
Trafo de 2 enrolamentos -
Estrela / Estrêla Aterrada
Núcleo Envolvente
6.4.3 Exemplo
Montar os diagramas de seqüência positiva, negativa e zero do sistema cujo unifilar está
mostrado a seguir:
TR1 TR4
G1 M
1 5
TR5 4 6
2
G2 3 7
8
TR2
TR6
G3
9
TR3 10
1 3 4 5
6
7 8
9 10
1 3 4 5
6
7 8
9 10
1 3 4 5
2
6
8 9 10
7.1 INTRODUÇÃO
Curtos-circuitos em sistemas elétricos são eventos que ocorrem dentro de uma faixa
probabilística que depende dos parâmetros de projetos das instalações e equipamentos,
bem como de outros fatores relacionados ao ser humano, meio ambiente e acidentes
diversos.
Podem ocorrer diversos tipos de curto-circuito, sejam como eventos isolados ou também
simultaneamente com outros tipos de faltas ou mesmo outros curtos-circuitos. Um curto
circuito iniciado como um determinado tipo pode evoluir para outros tipos de curtos-
circuitos.
Para fins de cálculo, no que se refere a noções fundamentais, serão vistos os seguintes
tipos:
• Curto-circuito Trifásico
• Curto-circuito fase-terra
• Curto-circuito Bifásico
• Curto-circuito Bifásico-Terra
Estatísticas mostram que a maior parte dos curtos-circuitos envolvem terra. Uma causa
primordial da ocorrência de curtos-circuitos é a descarga atmosférica, sendo que as
instalações mais expostas são as linhas aéreas de transmissão e de distribuição. Curtos-
circuitos que não envolvem terra são menos freqüentes.
Referência: Relatório ONS / DPP-GPE 33/2000 de abril de 2000 que efetua a análise estatística dos dados de
1998 para o Sistema Interligado.
Emax sen(ωt+α) ωt
Considerando a tensão e = |Em| . sen (ωt + α) , a equação diferencial para o circuito acima
será:
di
| E m | .sen(ω .t + α ) = R.i + L.
dt
A solução para a equação mostra que a corrente i em função do tempo será:
| Em | − Rt
i= .[sen(ω.t + α − θ ) − e L .sen(α − θ )
|Z |
onde,
| Z |= R 2 + (ω .L) 2 e θ = arctan(ω .L R)
i (t)
t (s)
i (t)
t (s)
t (s)
Nota-se que, além da manobra de uma chave, a própria ocorrência de curto circuito no
sistema elétrico equivale a chaveamento de circuito RL ou RLC. Assim, componentes DC
sempre aparecerão. Com mais intensidade em partes do sistema próximas à geração,
onde o valor R/L é pequeno (ou τ = L/R = constante de tempo, grande).
ms
Constante de Tempo t
50 60 Hz
40
30
20
10
2 4 6 8 10 12 14 16 X/R
Supondo que ocorra um curto circuito nos terminais de uma máquina síncrona, sendo que
numa das fases (aquela em análise), o evento ocorre quando a senóide da tensão está
passando pelo seu ponto máximo. Nesta fase então, não ocorrerá deslocamento de eixo
devido à componente dc.
A indutância da máquina para essa condição não pode ser considerada constante. Quando
uma máquina síncrona sobre uma brusca variação de corrente, a tendência seria uma
brusca variação de fluxo no circuito magnético da máquina. Porém essa brusca variação de
fluxo não ocorre.
Enrolamento
amortecedor
Caminho do Fluxo de Reação logo Caminho do Fluxo de Reação após o Caminho do Fluxo de Reação em
após o início do curto-circuito período subtransitório regime de curto-circuito sustentado
Figura 6.05 – Variação do fluxo magnético no circuito magnético da máquina sob curto circuito
No período subsequente, com uma maior acomodação das linhas de fluxo, a relutância do
circuito magnético diminui, aumentando a reatância indutiva.
Numa máquina síncrona de pólos salientes, a reatância total que limita a corrente de curto
circuito é a reatância síncrona de eixo direto:
Pode-se então definir um valor de reatância síncrona de eixo direto para cada período
mencionado.
I"Máx
I’Máx
IMáx
tempo
Imax = Emax / Xd
Valores máximos ou valores eficazes, de cada período, são consideradas para várias
finalidades, como:
No decorrer do tempo, a corrente de curto circuito nos terminais de uma máquina síncrona
obedece à expressão:
No instante t”d (uma constante de tempo τ”d), houve variação de 63% de todo o período
sub-transitório.
No instante t’d (uma constante de tempo τ’d), houve variação de 63% de todo o período
transitório.
CORRENTE ASSIMÉTRICA
Assim sendo, além da corrente variar em cada período (subtransitório, transitório, regime),
há o deslocamento de eixo que pode fazer com que a corrente se torne maior ainda, nos
instantes iniciais da falta.
t = instante em s
EXEMPLO DE OSCILOGRAMA
Corrente - Fase A
+15
kA
+0
-15
-30
+60
Corrente - Fase B
+30
kA
+0
-30
+30
Corrente - Fase C
kA
+0
-30
-60
0 0.4 0.8 1.2 1.6 2
Tempo (s)
Figura 6.08 – Oscilograma típico para curto-circuito trifásico nos terminais de um gerador síncrono
Emax Curto-
circuito
Figura 6.09 – Circuito equivalente para curto-circuito trifásico nos terminais de uma máquina síncrona
TR1 TR2
A B C M1
LT LT
G
D E M2
F
G
D
E1" G
icc E2"
Geralmente não se conhece os valores de E1” e E2” que são as tensões atrás das
reatâncias subtransitórias, nas condições de carga.
Este método não era muito utilizado no passado, devido à complexidade de modelagem
do sistema e da quantidade elevada de cálculos. Hoje em dia, com computadores
poderosos em capacidade e velocidade, tal cálculo não é problema.
Zth
Para uma grande parte dos casos práticos em sistemas de transmissão, quando as
correntes de curto circuito são bem maiores que a corrente de carga, não se faz essa
soma de condições de pré-falta para fins de simplificação.
G M Síncrono
30 MVA 30 MVA
13,2 kV 13,2 kV
x”d = 20% x”d = 20%
Para isso, monta-se o diagrama de impedâncias numa base do estudo de 30 MVA e 13,2
kV. Como essas bases do estudo coincidem com as bases nominais das máquinas, tem-
se:
A B
j.0,20 j.0,10 j.0,20
E”g E”m
No motor:
I"g B
I"m
A
i”total = - j 8,0804 pu
A B
j.0,20 j.0,10 j.0,20
A B
j.0,20 j.0,10
j.0,20
Impedância de Thevenin
vista pelo ponto de curto
Zth
Vth I” f
j.0,10
j.0,20 j.0,20
B
A
- j 8,08
7.5.1 Conceitos
B
Sistema I Sistema II
A
Isto é:
Ifb = 0 Vb ≠ 0
Ifc = 0 Vc ≠ 0
Para facilitar a nomenclatura, vamos chamar de Ia, Ib e Ic as correntes Ifa, Ifb, Ifc. Da teoria de
componentes simétricos, tem-se:
⎡I a0 ⎤ ⎡1 1 1 ⎤ ⎡I a ⎤
⎢ I ⎥ = .⎢1 a
1
a 2 ⎥⎥ x ⎢⎢ I b ⎥⎥
⎢ a1 ⎥ 3 ⎢
⎢⎣ I a 2 ⎥⎦ ⎢⎣1 a 2 a ⎥⎦ ⎢⎣ I c ⎥⎦
⎡I a0 ⎤ ⎡1 1 1 ⎤ ⎡I a ⎤
⎢ I ⎥ = 1 .⎢1 a a 2 ⎥⎥ x ⎢⎢ 0 ⎥⎥
⎢ a1 ⎥ 3 ⎢
⎢⎣ I a 2 ⎥⎦ ⎢⎣1 a 2 a ⎥⎦ ⎢⎣ 0 ⎥⎦
Resolvendo, tem-se:
Essa condição colocada nos circuitos equivalentes de seqüências positiva , negativa e zero
nos permite deduzir aspectos importantes:
ia1
Z1
ia2
Z2
Va2 = - Z2.ia2
Va2
Seq. -
ia0
Z0
Va0 = - Z0.ia0
Seq. 0 Va0
Onde:
Conhecendo-se as sequências positiva, negativa e zero de uma das fases (Ia0 = Ia1 = Ia2),
pode-se determinar as de outras fases, como já visto na teoria de componentes simétricos.
Do que foi visto, verifica-se que para o cálculo de curto-circuito fase-terra, coloca-se os
diagramas de seq. +, - e 0 em série, a partir do ponto em curto-circuito:
Va1
V(I) V(II) Seq. +
ia1(I) ia1(II)
Va2
Z2(I) Z2(II)
ia2
Va0
Seq. 0
ia0(I) ia0(II)
Nota-se na figura que Ia0 = Ia1 = Ia2 . Para cada contribuição (lado I e lado II) pode-se
determinar as correntes pela divisão de correntes.
Va1
Vf+=VTh
ia1
Z1
Va2
ia2
Z2
Va0
ia0
Z0
Figura 6.22 – Cálculo da corrente total de curto-circuito fase-terra pelo método Thevenin
j) Para cada ramo tem-se, então, as correntes de seq. +, - e 0.na fase em curto. Pode-se
determinar as componentes simétricas das demais fases, lembrando que:
a0
Sequência Zero (0)
b0 Sistema Trifásico
Fasores iguais (módulo e ângulo) nas três fases.
c0
a1
Sistema Trifásico
Fasores iguais em módulo e defasados 120 graus
Sequência de fases a, b, c (original do sistema)
c1 b1
a2
Sistema Trifásico
Fasores iguais em módulo e defasados 120 graus
Sequência de fases c,b,a (inversa ao original)
b2 c2
m) Para cada ponto do sistema, por simples resolução de circuito elétrico, pode-se
determinar Va0 , Va1 e Va2. Compondo-se essas componentes simétricas, tem-se os
valores de fase. Por exemplo, para a fase a, Va = Va0 + Va1 + Ia2
IN = 3. I0
Lado
Fonte
Haverá corrente em uma fase do lado estrela aterrado e corrente em duas fases do lado da
linha, fora do triângulo. A compensação de ampères espiras (princípio de funcionamento
do transformador) explica este fato.
I1 LT + 30 Graus I1A
Z1 LT Z1 TR
Z1Sist
I2B I1C
I2A I1A
I0A
I2 LT I2A I0B
- 30 Graus
I2C I1B I0C
Z2LT Z2TR
Z2Sist
I1C I2B
I0C I0B I0A
I0 LT = 0 I0A I1A
I2A
Z0LT
Z0Sist I2C I1B
Z0TR
IC = 0 IB = 0 = IA
Isto é, há corrente na fase A e não nas duas outras fases. A teoria de cálculo de curto
circuito utilizando circuitos equivalentes mostra que as condições de carga, antes do curto-
circuito, devem ser somadas às condições calculadas de curto-circuito para se obter as
correntes das fases.
No lado da LT, lado de alta tensão do transformador, não há corrente de seqüência zero,
mas apenas de seqüência positiva e negativa. Considerando que há rotação de –30 Graus
para a seqüência positiva e + 30 graus para a seqüência negativa, temos:
I1CLT I1ALT
I1C
Z1LT Z1TR + 30 Graus
Z1Sist
I1A
I1BLT
I1B No Lado BT
Na LT
(Curto)
I2LT I2A I2BLT I2B
- 30 Graus - 30 Graus I2A
Z2LT Z2TR
Z2Sist I2ALT
I2CLT I2C
IBLT = 0 Na LT
Comprova-se que há corrente em duas fases, sendo opostas. Em grandeza por unidade, o
valor é 1,732 vezes o valor p.u. da corrente de curto do lado da BT.
A B
Barra Infinita (fonte
extremamente forte)
G TR1 LT E
TR2
60 MVA 75 MVA F
12,7 kV 13,8 / 69 kV R=0 75 MVA
X”d = 0,20 pu X=8% j X = j 10 ohms 69 / 230 kV
X0 = 15% RN = 2 ohms j X0 = j 25 ohms X=8%
Gerador
⎛ 12,7 2 ⎞
⎜ 60 ⎟
Seqüência positiva (e negativa): X "d = 0,20.⎜ 2 ⎟ = 0,2823 pu na base do estudo
⎜ 13,8 ⎟
⎝ 100 ⎠
⎛ 12,7 2 ⎞
⎜ 60 ⎟
Seqüência zero: X 0 = 0,15.⎜ 2 ⎟ = 0,2117 pu na base do estudo
⎜ 13,8 ⎟
⎝ 100 ⎠
Transformador TR1
⎛ 13,82 ⎞
⎜ 75 ⎟
X = 0,08.⎜ 2 ⎟ = 0,1067 pu na base do estudo
⎜ 13,8 ⎟
⎝ 100 ⎠
2
RN = 2
= 0,042 pu na base do estudo 3.R N = 0,1260
69
100
LT
10
X= = 0,2100 pu na base do estudo
69 2
100
25
X0 = = 0,5251 pu na base do estudo
69 2
100
Transformador TR2
⎛ 230 2 ⎞
⎜ 75 ⎟ = 0,1067 pu na base do estudo
X = 0,08.⎜ 2 ⎟
⎜ 230 ⎟
⎝ 100 ⎠
Barra Infinita
X=0 R=0
V = 69 / 69 (base) = 1 /0o pu
A B C D
j 0,2823 j 0,2100
j 0,1067 j 0,1067
Vf = 1,0 /0 graus
A B C D A B C D
j 0,2823 j 0,2100 j 0,2117 j 0,5251
j 0,1067 j 0,1067
j 0,1067
j 0,1067
0,1260
Figura 6.34 – Diagrama de Seqüência Negativa Figura 6.29 – Diagrama de Seqüência Zero
Para determinar o curto-circuito na barra B, coloca-se esses diagramas em série, por essa
barra:
j 0,1067 j 0,1067
B
j 0,2823 j 0,2100
A C D
ia1
j 0,1067 j 0,1067
B
j 0,2823 j 0,2100
A C D
ia2
3 x 0,042
= 0,1260
j 0,1067
j 0,1067
j 0,2117 B j 0,5251
A C D
ia0
ZTh - = j 0,1746
Sequências zero:
Va1
o
1,0 /0
ia1
j 0,1746
Va2
ia2
j 0,1746
Va0
ia0
0,08955 + j 0,1066
j 0,3890 j 0,3167
A B C D
ia1 ‘ ia1 “
j 0,3890 j 0,3167
A B C D
ia2 ‘ ia2 “
0,1651 /40,26
90
0,1260 8/
31
0,6
j 0,1067 j 0,1067
A C D
B j 0,5251
ia0 “
ia0 ‘
Lado do transformador
Lado da linha
Diagrama elucidativo
Seq. +
A B C D
Seq. -
A B C D
Seq. 0
A
B C D
Seqüência positiva
Seqüência negativa
Seqüência zero
Seqüência positiva
Seqüência negativa
Seqüência zero
RN
Ia = 6,4584 /-78,9 pu
Para se conhecer os valores em ampères, basta multiplicar os valores p.u. pela base de
corrente do estudo, para o trecho da LT.
No exercício anterior, calcular as correntes em (A) em cada fase do Gerador (lado 13,8 kV
do TR1). Considerar que há rotação de + 30 graus, para a seqüência positiva, quando se
passa do lado estrela para o lado delta.
Ib = 0,8781 / -58,4 pu
b
IB (b-c) b
Gerador a c
Ia = 3,7344 /-74,2 pu
a
c
I C (c-a) RN
SOLUÇÃO 1
Portanto:
IB = ibd = 0
Logo:
IB = 0
IC = 0,8781 |-58,40
(734,68 A)
IA
IB = 0,8781 |-58,40
IAD (734,68 A)
734,68 |-58,4o A
734,68 |-58,4o A
IB IAC
IAB
3.124,81 |-74,2o A
IC
IA = 3,7344 |-74,20
(3.124,81 A)
Para “passar” a corrente em amperes do lado estrela para o lado delta, observar que a
relação de transformação não é 13,8 : 69 (ou 1:5) e sim 1 : 2,8868 (relação de
transformação entre fases)
Portanto:
= 7.009,06 |-79,04o A
IB = IBD - ICD = 0
Para “passar” a corrente em pu do lado estrela para o lado delta, observar que existe um
fator 3
IA = IAD - IBD = 2,156 |-74,2o pu - 0,507 |-58,4o pu = 0,587 -j2,0745 -0,2657 +j 0,4318
IB = IBD - ICD = 0
IC = ICD - IAD = 0,507 |-58,4o pu - 2,156 |-74,2o pu = 0,2657 -j0,4318 -0,587 +j2,0745
IB = 0
7.6.1 Conceito
B
Sistema I Sistema II
A
IA IB IC 3I 0 VA VC VB
5000
0
IA
- 5000
5000
0
IB
- 5000
5000
0
IC
- 5000
2000
1000
3I0
-0
25
VC VB VA
0
- 25
25
0
- 25
4 8 12
Cy c e
ls
ia1 ia2
V(II) Va2
V(I) Va1
Seq. + Seq. -
7.7.1 Conceito
B
Sistema I Sistema II
A
Ifb+Ifa
ia1
ia2 ia0