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25/09/2018 "Se preciso, recorro até à ONU", afirma advogada algemada em fórum após comissão inocentar juíza - Brasil

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"Se preciso, recorro até à ONU", afirma advogada algemada em fórum após
comissão inocentar juíza
25/09/2018 17h46
Marcela Lemos
Colaboração para o UOL, no Rio

A advogada Valéria Lúcia dos Santos, que foi algemada no 3º Juizado Especial Cível de Duque de Bruno Marins/OAB

Caxias, na Baixada Fluminense, disse, após saber que uma comissão do Tribunal de Justiça do
Rio de Janeiro isentou de culpa a juíza leiga e os policiais envolvidos no caso, que, se
necessário, recorrerá até mesmo à ONU (Organização das Nações Unidas) para provar que foi
vítima de violência em pleno exercício da profissão.

A advogada Valéria Lúcia dos Santos

Trata-se apenas de uma decisão administrativa. É a Justiça falando da própria Justiça. Estou muito tranquila sobre o que aconteceu naquele dia.
Vamos aguardar. Se for preciso, vou recorrer até aos órgãos internacionais, como a ONU [Organização as Nações Unidas]. Tive o direito da pessoa
humana ferido naquela audiência", disse a advogada ao UOL.

O caso ocorreu no último dia 10. A discussão entre a juíza e a advogada foi registrada em vídeo. Nas imagens, Valéria aparece algemada no chão
exigindo a presença do delegado da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

U Vamos aguardar. A OAB está à frente do caso e está tomando todas as


providências. Minha imagem foi desgastada, me senti violentada. A intenção é
jamais permitir que isso aconteça de novo.
Valéria Lúcia dos Santos, advogada

Porém, no entendimento da Comissão Judiciária de Articulação dos Juizados Especiais, a advogada "se jogou no chão" e se debateu, e foi
"momentaneamente" algemada para sua própria segurança, conforme noticiou a colunista Mônica Bergamo, da "Folha de S.Paulo".

Ethel Tavares de Vasconcelos, juíza leiga que solicitou que a PM retirasse Valéria da sala de audiência, após ela exigir leitura de sentença sobre o caso
que defendia, não foi responsabilizada por qualquer prática de abuso.

O desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto, do Tribunal de Justiça do Rio, afirmou na conclusão da investigação que não identificou prática
de qualquer desvio funcional dos servidores envolvidos.

O magistrado ainda diz que a versão da advogada Valéria Lucia dos Santos de que "levou uma rasteira, uma banda, suas mãos colocadas para trás e
algemada" está em colisão com todo o restante da prova que afirma que "ela se jogou no chão e se debatia quando veio a ser momentaneamente
algemada, até que o representante da OAB chegou e ela se acalmou, havendo pronta retirada das algemas".

Almeida Neto também afirma que a "imagem forte" da advogada algemada no chão "correu o mundo virtual, mas à qual não se pode emprestar maior
significado do que o que realmente revê. A própria versão da 'rasteira' não se amolda à imagem registrada em vídeo, e por isso deve ser descartada"

Ordem de prisão violou lei, sustenta OAB

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Já o presidente da Comissão de Defesa de Prorrogativas da OAB/RJ, Luciano Bandeira, afirmou que a entidade segue dando continuidade à apuração
dos fatos.

"Isso é uma decisão interna do tribunal. Não é judicial. Para a OAB, nada justifica uma advogada algemada na sala de audiência. Estamos com um
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processo ético disciplinar em curso e a Ordem vai apurar as responsabilidades e os erros. A gente acredita que quem deu a ordem de prisão cometeu
um equívoco e violação de leis."

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