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Termo Final: O contrato pode também se extinguir, normalmente, quando ele chega
ao seu termo. Por exemplo, um contrato por tempo determinado, quando atinge o tempo
avençado, pactuado (por exemplo, por 2 anos), automaticamente, se extingue.
JUSTA CAUSA
A dispensa por justa causa é uma situação exceção, uma penalidade. Embora haja
alguma controvérsia doutrinária, o que prevalece é que é uma penalidade. Trata-se da
aplicação de uma sanção aplicada pelo empregador, que tem seu poder disciplinar,
sancionatório. Por ter este poder, ele pode aplicar uma advertência, uma suspensão,
excepcionalmente, até uma multa. Por exemplo, agora, no contrato intermitente, há previsão de
aplicação da multa. Por fim, no caso de faltas mais graves, a penalidade mais gravosa seria a
dispensa por justa causa. Esta é bastante gravosa porque, além de romper o contrato de
trabalho, o empregado perde uma série de verbas. Não receberá, por exemplo, aviso-prévio,
multa de 40% do FGTS (que, tecnicamente, não é uma multa, mas uma indenização), férias
proporcionais, 13º proporcional. Não sacará FGTS, tampouco poderá se habilitar ao seguro-
desemprego.
Por ser excepcional, quando debatida em juízo, a justa causa, a falta grave deve ser
demonstrada, comprovada pelo empregador que está acusando e não, pelo empregado. Não
se está dizendo com isso que, toda vez que o empregador for dispensar por justa causa ele
deve recorrer ao judiciário.
Normalmente, porém, quando o empregador constata o cometimento de uma falta
grave pelo trabalhador, ele pode, de antemão, dispensar o empregado. Se o empregado quiser
contestar judicialmente, aí sim, ele ajuíza uma ação, pedindo a reversão desta dispensa por
justa causa. O juiz, então, avaliará se houve a falta grave apta a ensejar a justa causa. Quem
precisa comprovar, sem dúvida, é a empresa.
A justa causa pressupõe tipicidade, previsão em lei, algum preceptivo legal trazendo a
situação elencada como falta grave e apta a ensejar a dispensa por justa causa. Outro
elemento é o da imediaticidade e ausência de perdão. Estão intimamente ligados. Se o
empregador perdoa o seu empregado, ele não pode depois voltar atrás. Este não pode alterar
essa situação em prejuízo do empregado. Se perdoa, deixa de ter a prerrogativa de aplicar a
penalidade. Havendo perdão, tácito ou expresso, haverá a perda do direito de punir.
Muitas vezes, o empregador demora dias, semanas, meses e não pune o trabalhador.
A doutrina entende que a demora no exercício do jus puniendi (termo do direito penal) gerará o
que se chama de “perdão tácito”. Por essa razão, deve haver imediaticidade, uma vez que o
empregador já tenha certeza de que a falta foi cometida pelo empregado, já se tem a autoria e
a materialidade do fato, deve imediatamente dispensá-lo. Se, por acaso, a empresa não faz
isso, deixa passar dias, semanas, incorrerá na falta de imediaticidade que resultará no perdão
tácito.
Súmula nº 73 do TST
DESPEDIDA. JUSTA CAUSA (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
A ocorrência de justa causa, salvo a de abandono de emprego, no decurso do prazo do
aviso prévio dado pelo empregador, retira do empregado qualquer direito às verbas
rescisórias de natureza indenizatória.
Súmula nº 77 do TST
PUNIÇÃO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Nula é a punição de empregado se não precedida de inquérito ou sindicância internos a
que se obrigou a empresa por norma regulamentar.
Via de regra, a lei não exige que o empregador proceda a uma investigação interna,
salvo em situações excepcionais de algumas estabilidades. Neste caso, não é um inquérito
administrativo, mas judicial. Será preciso provar, perante a justiça que houve uma falta apta a
ensejar a justa causa.
O detalhe, porém, é o seguinte: algumas empresas se comprometem, por um
regulamento empresarial, por norma coletiva, ou até mesmo por cláusula do contrato de
trabalho a fazer inquérito ou sindicância. Se houver tal norma, ela deverá ser respeitada. A
empresa terá que observar esta formalidade ao dispensar um empregado por justa causa. Se o
fizer, a dispensa será nula, inválida.
Súmula 32 do TST
ABANDONO DE EMPREGO (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Presume-se o abandono de emprego se o trabalhador não retornar ao serviço no prazo
de 30 (trinta) dias após a cessação do benefício previdenciário nem justificar o motivo
de não o fazer.
RESCISÃO INDIRETA
O artigo 483 da CLT traz situações de faltas que ensejam a rescisão indireta. Esta é
uma situação interessante, pois o contrato se extingue por uma falta grave do empregador.
Esta pressupõe, porém, decisão judicial. O empregado terá que ajuizar uma ação judicial
pedindo que o Judiciário declare que houve a rescisão indireta e julgue extinto aquele contrato
de trabalho.
Um dos fatos que mais geram a rescisão indireta é o descumprimento do contrato de
trabalho, onde se insere a mora, o atraso reiterado de salários. A Súm. 13 do TST trata do
tema:
Súmula nº 13 do TST
MORA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
O só pagamento dos salários atrasados em audiência não ilide a mora capaz de
determinar a rescisão do contrato de trabalho.
O empregador fica meses e meses sem pagar salário e quando é ajuizada uma ação
contra ele, vem em audiência e paga tudo. Destaca-se que o empregado não tem a obrigação
de continuar trabalhando para alguém que não paga seu salário em dia.
Algumas faltas graves interessantes não estão no rol da CLT, nem no art. 482, nem no
483. A lei do vale-transporte, por exemplo, diz que o empregado que mentir para ganhar mais
vale-transporte, dando prejuízo ao empregador, comete-se ato de improbidade. Mesmo que
não estivesse previsto no regulamento do vale-transporte, seria falta elencada na CLT.
A Lei dos Domésticos também traz como justa causa a situação de maus-tratos, a
idosos, crianças, pessoas enfermas.
O art. 158 da CLT traz o dever ao empregado de utilizar os EPI’s (Equipamentos de
Proteção Individual) fornecidos pela empresa. A empresa tem o dever de fiscalizar. Se, na
fiscalização for constatado que o empregado se nega reiteradamente a usar o EPI, pondo em
risco sua saúde, integridade física e patrimônio da empresa (pois, se houver acidente, a
empresa terá que pagar), a empresa poderá dispensá-lo por justa causa.
Outra situação também prevista na CLT para os motoristas referem-se aos testes. Os
motoristas profissionais, por exemplo (que dirigem ônibus ou caminhão), devem fazer testes de
bafômetro, de álcool, de droga. Se eles se recusam, ou, caso se constate que não estão aptos
à realização daquele teste ou para exercer seu trabalho, ele pode vir a incorrer na extinção do
contrato por justa causa.
CULPA RECÍPROCA
Súmula nº 14 do TST
CULPA RECÍPROCA (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Reconhecida a culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho (art. 484 da CLT), o
empregado tem direito a 50% (cinqüenta por cento) do valor do aviso prévio, do décimo
terceiro salário e das férias proporcionais.
Já havia sido dito que, na culpa recíproca, há faltas cometidas por ambas as partes, daí
porque o empregado só terá metade do valor de verbas como aviso-prévio, férias
proporcionais, multa do FGTS. Poderá movimentar a conta do FGTS, mas não poderá receber
seguro-desemprego, pois entende-se que ele é apenas para desemprego involuntário, e na
culpa recíproca, como o empregado teve participação na extinção, não será contemplado.
APOSENTADORIA
DISPENSA DISCRIMINATÓRIA
HOMOLOGAÇÃO SINDICAL
A lei exigia, no art. 477 da CLT, que, nas homologações, quando o empregado tem
mais de um ano de tempo de serviço, essa rescisão deveria ser homologada, ratificada,
acompanhada e fiscalizada pelo sindicato ou pelo Ministério do Trabalho. Na ausência deste,
outros entes poderiam fazê-lo, como o MP, o Juiz de Paz e outros ali elencados.
Importante ressaltar que a Reforma Trabalhista acabou com tal exigência.
Muito comum, em vários locais do Brasil, o trabalhador pedir demissão, mas, depois,
arguir nulidade do próprio pedido de demissão. Diz-se que foi coagido, pressionado. Trata-se
de um pedido de declaração de nulidade do pedido de demissão (o professor afirma que este é
um tema provável de ser cobrado na prova de sentença.).
O TST tem um julgado dizendo que, se o empregado tem mais de um ano de tempo de
serviço, pede demissão e esse pedido não é homologado no sindicato, presume-se a
invalidade deste pedido. Presume-se a nulidade. Percebe-se, com isso, a importância da
participação da entidade sindical no momento da extinção do contrato de trabalho para aqueles
empregados com mais de um ano.
Este dispositivo traz uma multa no caso de atraso no pagamento das verbas
rescisórias. A CLT estabelece esse prazo que pode ser de 10 dias, no caso, por exemplo, de
um aviso-prévio indenizado, ou no prazo de um dia subsequente à extinção do contrato,
quando, por exemplo, o aviso-prévio for trabalhado. No entanto, a CLT foi reformada e, a partir
de novembro deste ano, o prazo para pagamento de verbas rescisórias será único, de 10 dias.
Por que é importante saber deste prazo?
Porque, uma vez descumprido, inadimplidas as verbas rescisórias, ainda que pagas
posteriormente, com 12 ou 15 dias, mas pagas em atraso, é prevista a multa equivalente a um
salário do empregado. A ideia é estimular as empresas ao pagamento de verbas rescisórias.
Sabe-se que, em várias ações trabalhistas, o que motiva o ajuizamento da ação é a falta de
pagamento de verbas rescisórias. Então, para estimular que haja esse pagamento no prazo
estabelecido, a CLT estipula a multa.
A multa do artigo 467, de valor equivalente a 50% das verbas rescisórias, aplica-se,
quando a empresa, demandada a pagar tais verbas, não as impugna tornando-as
incontroversas, mas não paga em primeira audiência. São duas multas que andam
paralelamente, do art. 477 e do art. 467 da CLT.
Entendeu o TST que o prazo de pagamento das verbas rescisórias é um direito
indisponível, portanto, mesmo através de acordo coletivo de trabalho, as partes não podem
negociar o parcelamento das verbas rescisórias. Se houver parcelamento, estará sendo
descumprida a lei e, portanto, será devida, de pleno direito, a multa do art. 477, da CLT.
AVISO-PRÉVIO
Uma dúvida que existe: essa lei vai beneficiar o empregador ou apenas o
empregado?
O que prevalece, inclusive, com nota técnica do MTE, n. 184/2005 que deixa bem claro
que o direito ao aviso-prévio proporcional é apenas dos empregados, não dos empregadores.
A própria lei diz isso claramente: “o aviso prévio concedido ao empregado será proporcional”. O
aviso-prévio consta no artigo 7º da CF/88 como um direito do empregado, como um direito
social. Com isso, quer-se dizer que, quando um empregado tem 20 anos de serviço, e é
dispensado, ele terá um aviso-prévio de 90 dias. Todavia, se ele pede demissão, o aviso que
concede ao seu empregador é apenas de 30 dias, não de 90.
A contagem do aviso é feita igual ao que determina o art. 132 do Código Civil,
contagem normal.
Súmula nº 44 do TST
AVISO PRÉVIO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
A cessação da atividade da empresa, com o pagamento da indenização, simples ou em
dobro, não exclui, por si só, o direito do empregado ao aviso prévio.
82. AVISO PRÉVIO. BAIXA NA CTPS (inserida em 28.04.1997) A data de saída a ser
anotada na CTPS deve corresponder à do término do prazo do aviso prévio, ainda que
indenizado
83. AVISO PRÉVIO. INDENIZADO. PRESCRIÇÃO (inserida em 28.04.1997) A
prescrição começa a fluir no final da data do término do aviso prévio. Art. 487, § 1º, da
CLT.
Quando se diz que o aviso-prévio conta como tempo de serviço, deve-se levar isso ao
“pé da letra”. Ou seja, se o empregado recebe o aviso no dia 10/01/2015, o contrato não se
extingue nesta data. Só se extinguirá em fevereiro ou março, dependendo da duração do aviso
prévio. O contrato só termina quando o aviso acaba.
Por essa razão, quando o empregador for dar baixa na CTPS do empregado, deverá
considerar como data de extinção do contrato, não a data que ele concedeu o aviso, mas sim,
a data em que terminou o aviso-prévio. Somente dessa forma, o contrato foi extinto.
Da mesma forma, no que tange à prescrição bienal (2 anos após a extinção do
contrato), será contada não de quando o empregado recebe o aviso. Ele recebe o aviso-prévio
hoje, mas o contrato vai se protrair por mais tempo. Depende da duração do aviso, pode ser de
30, 60, 90 dias. Apenas quando o aviso-prévio terminar é que o contrato estará extinto e
apenas quando o contrato estiver extinto é que vai contar o prazo da prescrição bienal.
Reforma Trabalhista.
Em relação à extinção do contrato, deve-se atentar à Lei 13.467/2017. Percebam que
houve a extinção da homologação sindical, a unificação no prazo de pagamento das verbas
rescisórias e houve a permissão da dispensa em massa.
O TST entendia que a dispensa em massa exigia prévia negociação coletiva. Agora, a
lei entende que não. Portanto, muita atenção a essas novidades.