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Centro Universitário São Camilo – Espírito Santo

Curso: Engenharia Civil


Disciplina: Construção Civil II
Professor: Eng. Jairo Freitas Di Giorgio

RELATÓRIO: VISITA E AULA DE CAMPO NA EMPRESA


DECOLORES E FEIRA STONE FAIR 2018

Aluno:
209162, Deivysson Henrique Vaz Pagio

Cachoeiro de Itapemirim – ES
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Deivysson Henrique Vaz Pagio

RELATÓRIO: VISITA E AULA DE CAMPO NA EMPRESA


DECOLORES E FEIRA STONE FAIR 2018

“Relatório da visita e aula de campo do curso de


Engenharia Civil do Centro Universitário São
Camilo, orientado pelo o Professor Eng. Jairo
Freitas Di Giorgio, responsável pela visita de campo
a Decolores Mármore e Granitos, na disciplina de
Construção Civil II.”

Cachoeiro de Itapemirim – ES
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Setembro/2018
ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Pátio de blocos.........................................................................5


Figura 2: Tear multi-fios..........................................................................6
Figura 3: Politriz automática...................................................................7
Figura 4: Acabamento dos cantos...........................................................8
Figura 5: Expedição.................................................................................8
Figura 6:Oficina de reparos ...................................................................9
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 5
2. PÁTIO DE BLOCOS .............................................................................................................. 5
3. SERRAGEM......................................................................................................................... 6
4. POLIMENTO ....................................................................................................................... 7
5. ACABAMENTO ................................................................................................................... 7
6. EXPEDIÇÃO ........................................................................................................................ 8
7. RESÍDUOS DA INDÚSTRIA DO MÁRMORE E GRANITO ...................................................... 9
8. IMPACTOS AMBIENTAIS .................................................................................................... 9
9. REAPROVEITAMENTO DE ÁGUA...................................................................................... 10
10. CONCLUSÕES ................................................................................................................. 10
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1. INTRODUÇÃO

Na região sul do Estado do Espírito Santo, de forma especial em Cachoeiro do Itapemirim, a


construção civil está intimamente ligada à indústria do mármore e granito, sendo esta última
a atividade econômica que vem gerando maior demanda de serviços na área da construção
civil.
Este relatório tem como objetivo apresentar de forma resumida os principais tópicos
explanados na aula sobre a indústria do mármore e granito ministrados no 8º período do curso
de Engenharia Civil do Centro Universitário São Camilo, na disciplina de Construção Civil II pelo
professor Eng. Jairo Di Giorgio em 22 de setembro de 2018.
Este relatório irá discorrer sobre as atividades da indústria de rochas ornamentais desde o
corte e beneficiamento e posterior destinação final das rochas para o mercado interno ou
para exportação até o tratamento dos resíduos provenientes deste processo.
Sendo, portanto, a indústria do mármore e granito grande empregadora e atividade que gera
maior demanda para construção civil, é essencial que o engenheiro civil conheça as atividade
envolvidas em toda cadeia produtiva do mármore e granito, as instalações necessárias aos
equipamentos e suas particularidades como uma forma de melhor se capacitar para
desenvolver suas atividades em nossa região.

2. PÁTIO DE BLOCOS

A primeira parada dos blocos de rochas ao chegar na indústria de rochas ornamentais para
serem serrados e beneficiados é o pátio de blocos, onde com o auxílio das pontes de blocos,
os blocos são retirados dos caminhões, dispostos e organizados nos depósitos que servem
para o armazenamento dos blocos antes de serem preparados para a etapa de serragem.

Figura 1: Pátio de blocos


Fonte: http://www.decolores.com.br/empresa.html
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No pátio de blocos existem outros equipamentos que tem como função preparar os blocos e
auxiliar na sua movimentação. São eles:

• O lavador que executa a limpeza dos blocos com água com a finalidade de retirar a
terra e outras impurezas provenientes da extração;
• O Equipamento de canteramento bifio ou monofio que utiliza um fio diamantado para
aparar as faces dos blocos deixando-as planas e lisas para o trabalho de serragem;
• O virador de blocos utilizado para virar os blocos mudando o posicionamento de suas
faces;
• O carinho porta-blocos que serve para mover o bloco dentro do pátio ou para a posição
em que o equipamento de serragem do bloco está instalado.

3. SERRAGEM

Nesta etapa os blocos são posicionados e serrados para a obtenção das chapas de mármore e
granito que serão posteriormente beneficiadas.
Embora ainda existam muitos teares multi-lâmina em funcionamento, estes estão
gradativamente sendo trocados por equipamentos mais modernos, os teares multifios que
ao invés de utilizar lâminas, utilizam fios com partículas diamantadas para a serragem das
chapas e ao invés de utilizada uma mistura abrasiva utiliza somente água limpa para a
serragem. Existem os teares de 30 fios paralelos, os de 64 fios paralelos e outros modelos com
número variado de fios.

Figura 2: tear multi-fios


Fonte: http://www.pedrini-italia.it/index.php

O tear multi-fios é, embora seja um equipamento mais rápido, é um equipamento muito mais
caro e que necessita de uma quantidade muito grande de água limpa para seu funcionamento;
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4. POLIMENTO

O polimento é a etapa em que a face do bloco começa a ser trabalhada para adquirir seu
acabamento liso e brilhante e mostrar as diversas matizes de formas e corres correspondentes
ao material de que é extraído.
No começo da indústria de beneficiamento de mármore e granito este trabalho era feito por
politrizes manuais de apenas uma cabeça onde o trabalho era desempenha por um único
funcionário que operava o equipamento e passava um dia inteiro para polir com água e que
tinha que tinha que trocar cada jogo de elementos abrasivos para se chegar ao polimento
final. O rendimento deste trabalho dependia muito da experiência do funcionário como
também o resultado final, já que ele que controlava a movimentação, o tempo e o número de
passadas da cabeça da politriz.
Com o tempo estes equipamentos foram evoluindo para politrizes semiautomáticas que já
poliam de forma automática 1, 2, 4 ou mais chapas ao mesmo tempo mas que necessitam de
funcionários para movimentação das pranchas e substituição dos elementos abrasivos.
O estado da arte em termos de polimento consiste em equipamentos totalmente
automatizados por computador de 12 ou mais cabeças de polimento que praticamente
dispensam a necessidade de funcionários para sua operação.

Figura 3: politriz automática


Fonte: http://www.pedrini-italia.it/index.php

5. ACABAMENTO

Já existem equipamentos que executam de forma automatizada o acabamento final das


pranchas como por exemplo a acabadora de bordas que executa de forma automática o
trabalho que geralmente era feito de forma manual por funcionários.
Destaca-se também os equipamentos de resinagem cujo objetivo é aplicar uma resina na face
das chapas de mármore e granito que age como uma cola cobrindo as imperfeições ou
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defeitos da peça ao mesmo tempo de promove no polimento final um acabamento mais


brilhante no material. Estes equipamentos modernos se destacam pelo seu tamanho e
automação.

Figura 4: acabadora de cantos


Fonte: http://royalonline.com.br/

6. EXPEDIÇÃO

Não menos importante é destacar os equipamentos que responsáveis pelo transporte interno
das peças dentro do setor de beneficiamento como por exemplo as pontes e de forma mais
moderna os carrinhos automatizados que levam as pranchas de um equipamento para outro
de forma automática através do controle de um central de automação.
A última de etapa deste processo é a expedição final das peças beneficiadas que geralmente
é feito por pontes com ventosas ou por lanças que por exemplo acomodam as pranchas
dentro dos containers no caso de o produto destinar-se ao mercado exterior.

Figura 5: Expedição
Fonte: http://www.decolores.com.br/empresa.html
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7. RESÍDUOS DA INDÚSTRIA DO MÁRMORE E GRANITO

Um dos aspectos negativos do setor de rochas ornamentais é a geração de resíduos na fase


de extração e também no beneficiamento.
Devido às exigências da nova legislação de resíduos no Brasil se apresenta como grande
desafio para o setor o desenvolvimento de meios para reaproveitar os descartes e formas de
destinação corretas para os resíduos desta indústria.
Como resíduos da indústria do mármore e granito podemos destacar:
Os casqueiros como material inerte resultado do aparamento dos blocos antes da serragem
considerados como produto inerte – Classe IIB.
Os rejeitos da exploração nas jazidas;
A lama de corte. Se proveniente dos teares de multi-lâminas é considerada resíduo perigos
Classe I. Já a lama de corte proveniente da serragem através de teares multi-fio é considerado
subproduto inerte – Classe IIB;
A lama resultado do polimento já é considerada resíduo perigoso – Classe I.
A empresa decolores buscando minimizar os impactos gerados por suas atividades buscou
alternativas para os resíduos gerados através dos teares multi- fios. O resíduo final, após
passar pelo filtro prensa foi utilizado para a fabricação de tijolos. A figura a baixo mostra o
resultado obtido. Felizmente devido o resíduo ser composto por diversos tipos de materiais,
não se obteve um padrão nos tijolos, porém devem ser ressaltados a dedicação da empresa
com o meio ambiente e ter dado o primeiro passo em um projeto desse tipo.

Figura 5: Oficina de reparos


Fonte: http://www.decolores.com.br/empresa.html
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8. IMPACTOS AMBIENTAIS

A indústria do mármore e granito, em si, é uma indústria que gera muito impacto ambiental
tanto para o solo, o ar, a água e a fauna.
Neste aspecto destaca-se a produção de subprodutos e resíduos, como foi dito anteriormente
dos casqueiros e da lama de corte e polimento. Outro aspecto importante é a grande
quantidade de água necessária para as atividades de corte e polimento.

9. REAPROVEITAMENTO DE ÁGUA

Com o advento dos teares multi-fios se torna necessária grande quantidade de água já que o
equipamento pode utilizar até 600 l/min ou mais. A captação deste volume nos mananciais
muitas vezes não é possível e o descarte de um volume igual de lama de corte não é permitido.
As indústrias de beneficiamento do mármore e granito tiveram de se adequar às exigências
ambientais instalando equipamentos que proporcionassem a reutilização da água de corte e
ao mesmo tempo dar uma destinação adequada os resíduos sólidos da serragem das rochas.
Com relação ao reaproveitamento de água foram criados alguns sistemas como por exemplo
o sistema de silos decantadores seguidos por filtro-prensa onde a torta de lama de corte sai
com umidade de 30% com destino ao aterro industrial especialmente projetado e executado
de forma a proporcionar uma destinação correta deste resíduo.
Outro sistema empregado e utilizado, embora não ofereça a mesma eficiência é o sistema de
baias de segregação onde a água resultante do corte passa por tanques onde os resíduos leves
são retidos e os resíduos sólidos são decantados e depois secos para serem posteriormente
enviados ao aterro industrial.

10. CONCLUSÕES

Além da importância econômica da indústria do mármore e granito, percebe-se que é um


setor que vem passando por um rápido desenvolvimento em termos de tecnologias e
modernização de equipamentos.
Ao mesmo tempo, devido à consciência ecológica e ao desenvolvimento de uma legislação
ambiental mais rígido com relação à geração e descarte de resíduos, é um setor que teve de
se adaptar rapidamente e que carece do desenvolvimento e aprimoramento de meios e
equipamentos com relação a reutilização de água, reaproveitamento de subprodutos e
destinação adequada dos resíduos.
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Estes fatores têm como consequência o surgimento de grande demanda de serviços da


construção civil englobando a construção, manutenção e certificação das estruturas que irão
receber os equipamentos utilizados no beneficiamento das rochas ornamentais.
Conclui-se deste amplo espectro que é de suma importância para o engenheiro civil que deseja
atuar neste seguimento o conhecimento dos processos da cadeia produtiva do mármore e
granito bem como dos detalhes envolvidos como um diferencial profissional.

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