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Ṭhānissaro Bhikkhu
(Geoffrey DeGraff)
FEVEREIRO, 2008
ALÉM DA MORTE
Sem data
Todos os seres humanos se encaixam nas mesmas caterogias. No começo, quando
nascemos, depois no meio quando mudamos, e no fim quando finalmente caíamos aos
pedaços e morremos. A morte é algo que ninguém deseja, e ainda assim ninguém
pode escapar dela. Todos temos a morte como fim de nosso caminho.
Pensar sobre a morte fazem surgir tantos benefícios quanto malefícios. Para
pessoas com pouca persperctiva é perigoso, porque as tornam tão deprimidas e
desencorajadas que elas não querem fazer nenhum bem no mundo. Noutras palavras,
tudo que vêem é a parte que morre. Ninguém vê a parte que não morre.
Na verdade, existem duas partes em cada pessoa: a parte que pode morrer e a
parte que não morre. Por exemplo, a natureza do corpo consist eem se transformar até
se desmembrar. Você pode dizer que o corpo morre, mas você também pode dizer que
não. A palavra “morrer” se plaic ao fato de que a pessoa desaparece para seus amigos
e parentes, mas os elementos do corpo simplesmente voltam a sua forma original. A
terra retorna à terra, a água à agua, fogo ao fogo, e vento ao vento. É como um cubo
de gelo: se esperar, ele se tornará em água, sua condição original.
Então você pode dizer que o corpo morre, e pode dizer que não também—
simplesmente que ele não mantém a mesma forma que possuía. De acordo com as
ocnvenções do mundo, isto chama-se morte, mas pessoas sábias não vêem a morte
como algo estranho ou incomum. A única questão é quer a morta é acompanhada por
mérito ou não.
Isto nos traz à mente que costumava ficar com o corpo. Esta é a parte importante
porque não morre. Ela simplesmente muda de acordo com a maneira que o bem e o
mal constroem coisas para ela. Noutras palavras, eles constroem o nível da mente, o
lugar onde ela toma o renascimento. Se fizer o bom, você terá que ir para um bom
destino. Se fizer o mal, terá como destino um lugar ruim. Se desenvolveres a bondade
até o últilmo nível para que você possa deixar de lado o bem e o mal, a mente se
tornará imutável, ou o que é chamado de imortal. Mas a maioria de nós não pode
conceber a verdade. Tendemos a fazer vista grossa, assim nunca chegamos ao
imortal. Isto é por causa de nossa própria estupidez e falta de discernimento. Nossa
ignorância esconde a verdade de nós.
Esta natureza da mente é muito sutil. Você pode vê-la com os próprios olhos.
Algumas pessoas dizem que ela não existe, e é por isto que as pessoas que não
consideram as coisas cuidadosamente dizem que a morte é seguida pela aniquilação.
Podemos fazer uma comparação com o elemento fogo no ar. A mente é como o
elemento fogo. O corpo é como uma vela acesa. Quando a vela consome toda cera e
pavio, o fogo tem de desaparecer. Mas quando o fogo desaparece, não significa que
não há mais fogo no mundo. Somos capazes de acender outra vela porque o elemento
fogo ainda existe através do ar. E é assim que é conosco: Quando o corpo é destruído,
a mente faz surgir um novo nível de ser para si enquanto estiver o combustível da
ignorância, desejo e apego.
É por isto que o Buda ensinou seus discípulos a não serem descuidados, a
desenvolverem o máximo de mérito de habilidade quanto possível, pois mérito e
habilidade são o que trazem felicidade tanto neste mundo quanto no próximo. Isto está
de acordo com as palavras,
Sukho puññassa uccayo: O acúmulo de mérito traz bem-estar;
A palavra mérito aqui trata da felicidade ou bem-estar oriundos de boas ações. O bem
que fazemos pode se mostrar de diversas formas, mas, simplificando, existem dois
tipos:
(1) O mérito que age como uma causa, isto é, o bem que temos de fazer; e
(2) O mérito que age como resultado, isto é, a felicidade vindo de nossa bondade.
O mérito que age como causa se resume em três tipos: dānamaya, o mérito da
generosidade; sīlamaya, o mérito de seguir os preceitos; e bhāvanāmaya, o
mérito da meditação. No Abhidhamma esses três tipos são subdivididos em dez
atividades virtuosas. A generosidade é expandida para incluir pattidānamaya, o
mérito de dedicar mérito a outrem, e pattānumodanāmaya, o mérito de apreciar
o mérito alheio. Essas três coisas são concomitantes e todas conbatem inveja e
mesquinhez. O mérito de observar os preceitos é expandido para incluir
apacāyanamaya, o mérito de demonstar respeito a pessoas que o merecem,
como anciôes e aqueles pelos quais deveríamos ser gratos; ; veyyāvaccamaya,
o mérito que vem de ajudar outros em atividades hábeis, dividindo sua força,
riqueza e inteligência. Esses três estão unidos de maneira que são relacionados
a virtude interpessoal. Já o mérito da meditação, isso se expande para incluir
dhammassavanamaya, o mérito de ouvir ao Dhamma; dhamma-desanāmaya,, o
mérito de ensinar o Dhamma; e diṭṭh’ujukamma, apontar para a direção correta
[Visão Correta]. Todos estes quatro estão unidos de maneira que são fontes de
discernimento.
Essas formas de mérito somente podem surgir quando estão enraigadas em
estados mentais livres de ganância, aversão e delusão. Como o Cânone em Pali
dita, , alobho dāna-hetu, falta de ganância é a base da generosidade; adoso sīla-
hetu,, falta de aversão é a base da virtude; e amoho bhāvanā-hetu, carência de
delusão é a base para desenvolver a mente na meditação.
O mérito que você realiza lhe proporciona bem-estar em corpo e mente.
Quando quer que você se lembre do bem que cometeu, sempre lhe fará feliz. É
um nobre tesouro que lhe persegue, assim como sua sombra lhe acompanha a
todo o tempo. Mesmo se morrer, o mérito que acumulou lhe acompanhará até
um lugar agradável para tomar o renascimento. Isto chama-se
puññābhisaṅkhāra, mérito como um fator de construção.
Quando alguém está prestes a morrer, são como viajantes se preparando
para partir. Antes de irem, têm de se preparar. Somente então a viagem será
confortável. Por exmeplo, quando têm de colocar dinheiro no banco, trocando
Reais por Dólares para usar quando estiverem fora. Se simplesmente levarem
Reais, não serão capazes de comprar nada. Da mesma maneira, quando as
pessoas deixam este mundo no momento da morte, não podem levar suas
posses ou riquezas para usar no próximo mundo. Ao invés disso, enquanto
estão vivas aqui, elas têm de depositar seu dinheiro no banco para Budistas e
trocá-lo por tesouros nobres, ou riqueza interior.
Isto se trata de doações, por exemplo, em homenagem ao Buda, Dhamma e
a Sangha. Desta maneira serão capazes de usar sua riqueza no próximo
mundo. Se tiverem apenas dinheiro falso—,isto é, se não fizerem nada além de
maldade e atividades inábeis—, não serão capazes de irem a um lugar
confortável ou próspero, porque faltam-lhes os fundos necessários para
chegarem lá. Não serão capazes de retornar ao mundo humando porque lhes
faltam créditos—os valores humanitários—necessários para as levarem lá.
Então se tornarão fantasmas famintos, vagando por aí, perdendo o caminho,
assombrando pessoas e possuindo-as, sofrendo diversos tipos de dificuldades.
Por esta razão, ser generoso é como depositar seu dinheiro num banco para
que você s torne capaz de usá-lo quando precisar. Este é o primeiro passo.
O segundo passo é adquirir um passaporte como prova de sua
nacionalidade. Isto significa que você se estabelece nas virtudes do Buda,
Dhamma e Sangha, seguindo os preceitos para se livrar das contaminações
mais graves nas suas ações e palavras, como prova de seu status como
membro de seguidores do Buda.
O terceiro passo é aprender outras linguagens. Noutras palavras, você tem
de praticar meditação tranquilizante [samatha] e de discernimento [vipassana]
para se livrar das contaminações médias e sutis—os impedimentos—no
coraçãõ, ajustando seu coração para que possam surgir três tipos de
conhecimento: