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Alim. Nutr.= Braz. J. Food Nutr.

, Araraquara ISSN 0103-4235


v. 24, n. 2, p. 203-207, abr./jun. 2013 ISSN 2179-4448 on line

IMPLANTAÇÃO DAS BOAS PRÁTICAS EM UMA UNIDADE


DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO (UAN) NA CIDADE DE
SANTA MARIA (RS)

Mirela dos Santos de SOUZA *


Laissa Benites MEDEIROS*
Ana Lúcia de Freitas SACCOL**

RESUMO: Este estudo teve como objetivo avaliar o te nas últimas décadas, isto, devido à mudança no estilo de
processo de implantação das Boas Práticas em uma Uni- vida da sociedade em geral (STANGARLIN, 2008). Este
dade de Alimentação e Nutrição (UAN) na cidade de aumento fez com que o setor passa-se a contar com for-
Santa Maria-RS. O trabalho foi desenvolvido no perí- te concorrência, onde somente o quesito preço não basta
odo de julho a novembro de 2008 em uma unidade de para garantir a clientela. Observa-se então a necessidade
alimentação coletiva, terceirizada que serve em torno de de apresentar um serviço com padrão de qualidade que ofe-
350 refeições/dia. Foi aplicada uma Lista de Avaliação no reça variedade de pratos, instalações confortáveis e princi-
início do trabalho para serem detectadas as não confor- palmente segurança nos alimentos oferecidos (SHIBAO et
midades do local, referentes às Boas Práticas. Todas as al, 2009).
inadequações encontradas foram colocadas em um plano Uma das formas para se atingir um alto padrão de
de ação e fez-se o planejamento dessas modificações. O qualidade é a implementação do programa de Boas Práti-
Manual de Boas Práticas foi descrito segundo as recomen- cas, que é composto por um conjunto de princípios e regras
dações legais atuais. A mesma lista foi reaplicada após a para o correto manuseio de alimentos, que abrange desde
elaboração do Manual de Boas Práticas para se avaliar a recepção das matérias-primas até seu produto final, o
às adequações. Os manipuladores receberam capacitação principal objetivo do programa é garantir a integralidade
sobre Boas Práticas, e foram confeccionados e fixados na do alimento e a saúde do consumidor (NASCIMENTO et
área de produção cartazes educativos para orientar e au- al., 2007), pois a qualidade é aquilo que satisfaz o cliente
xiliar os manipuladores. Na primeira aplicação da lista de e o controle de qualidade é a manutenção desses produtos
avaliação a unidade foi classificada no grupo 2 com 61% e serviços que devem seguir as normas da regulamentação
de adequação dos itens exigidos pela legislação. Após a vigente.
elaboração do Manual de Boas Práticas, capacitação dos A saúde tem como um dos seus fatores determinan-
funcionários e reaplicação da lista de avaliação, o estabe- tes a alimentação, a qual depende da qualidade higiênico-
lecimento passou a atender 73% dos itens, permanecendo -sanitária e do teor nutricional dos alimentos que a compõe,
dessa forma no grupo 2. Assim, após a implantação do indispensáveis à satisfação das necessidades fisiológicas do
Manual de Boas Práticas no local, pode-se verificar que indivíduo. A qualidade sanitária do alimento depende do
mudanças significativas ocorreram, principalmente após controle exercido sobre os perigos químicos, físicos, e bio-
a capacitação dos funcionários, pois os mesmos respon- lógicos, que permeiam todas as etapas da cadeia alimentar,
deram com importante melhora no cuidado com a higiene iniciada na produção e finalizada no consumo (ROBBS et
dos equipamentos, utensílios e instalações internas, bem al., 2002).
como um melhor cuidado na manipulação dos alimentos. As Boas Práticas quando seguidas corretamente
auxiliam a reduzir e evitar que perigos cheguem aos ali-
PALAVRAS-CHAVE: Boas práticas de manipulação; mentos, contribuindo assim na produção de alimentos se-
manipulação de alimentos; alimentação coletiva; controle guros (LOPES, 2004). Segundo Nascimento Neto (2003),
de qualidade; higiene dos alimentos. alimento seguro para consumo é aquele que não oferece
perigo à saúde do consumidor, com essa preocupação, es-
INTRODUÇÃO tabelecimentos que preparam e distribuem alimentos estão
aderindo ao programa de Boas Práticas. De acordo com
O número de estabelecimentos comerciais, destina- Góes et al. (2001), segurança alimentar pode ser definida
dos à produção de alimentos tem aumentado constantemen- como o direito inalienável de todos os cidadãos terem aces-

*Curso de Graduação de Nutrição – Centro Universitário Franciscano – UNIFRA – 97015-030 – Santa Maria – RS – Brasil. E-mail:
laissa_medeiros_1@hotmail.com.
**Departamento de Ciências da Saúde – Curso de Nutrição – Centro Universitário Franciscano – UNIFRA – 97015-030 – Santa Maria –
RS – Brasil.

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SOUZA, M.S.; MEDEIROS, L.B.; SACCOL, A.L.F. Implantação das boas práticas em UAN. Alim. Nutr. = Braz. J. Food Nutr., Araraquara,
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so permanente aos alimentos necessários à vida, em quanti- conscientização e treinamento dos manipuladores, carên-
dade e qualidade que a torne digna e saudável. cia de investimentos em instalações, ausência de recursos
A preocupação em garantir a produção de alimen- financeiros para a implantação, o não comprometimento
tos seguros, fez com que Agência Nacional de Vigilância dos proprietários e/ou responsáveis e deficiência de apoio
Sanitária (ANVISA) publicasse em 15 de Setembro de e conhecimento para uma adequada implantação (SAC-
2004 a Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) n° 216 COL, 2007).
(BRASIL, 2004b), na qual aprova o Regulamento Técnico O presente estudo possui como objetivo implantar o
de Boas Práticas para Serviços de Alimentação. E obriga Manual de Boas Práticas em uma Unidade de Alimentação
todos os estabelecimentos que preparam, fracionam, arma- e Nutrição na cidade de Santa Maria – RS.
zenam, distribuem, transportam, expõem à venda e entre-
gam alimentos preparados para o consumo, a possuírem
um Manual de Boas Práticas e Procedimentos Operacio- MATERIAL E MÉTODOS
nais Padronizados (POP’s). Estes documentos devem ser
O presente estudo foi desenvolvido em uma Unida-
específicos para cada empresa seja de serviço próprio ou
de de Alimentação e Nutrição que serve em torno de 350
terceirizado e deve sempre estar à disposição na unidade
refeições/dia entre desjejum, almoço e jantar na cidade de
tanto em casos de inspeção pelos órgãos competentes ou
Santa Maria-RS, no período de julho a novembro de 2008
simplesmente para consulta por parte dos manipuladores
onde foi elaborado e implantado o Manual de Boas Práticas
(BRASIL, 2004a).
adequado à realidade do local. Primeiramente foi aplica-
O programa de Boas Práticas requer quase sempre
da uma Lista de Avaliação das Boas Práticas para Serviços
mudanças estruturais e principalmente comportamentais,
de Alimentação, recomendada por Saccol et al. (2006), na
pois prevê a avaliação do ambiente de trabalho e das pesso-
qual o grupo 1 classifica o estabelecimento como Bom com
as envolvidas nos processos produtivos, analisando os pro-
76 a 100% de adequações, o Grupo 2 como Regular com
cedimentos de higiene no âmbito do estabelecimento e de
51 à 75% de adequação e o grupo 3 como Deficiente com 0
todos os cuidados de natureza sanitária adjacente e deter-
à 50% de adequação.
minante para a qualidade e integridade dos alimentos (RO-
Após a aplicação da lista foram detectadas as não
BBS et al., 2002), portanto é de fundamental importância o
conformidades em relação ás Boas Práticas e todas as não
comprometimento da direção com os recursos necessários
conformidades levantadas foram colocadas em um plano
à sua implantação (RÊGO et al., 2001).
de ação, onde foi feito o planejamento das adequações. O
Germano et al. (2000), afirmam que a maioria das
Manual foi descrito segundo as recomendações legais atu-
pessoas envolvidas com a manipulação de alimentos nos
ais RDC n° 216 / 2004 da ANVISA (BRASIL, 2004b). Os
estabelecimentos alimentícios carece de conhecimentos
manipuladores de alimentos receberam uma capacitação
relativos aos cuidados higiênico-sanitários que devem ser
sobre os procedimentos de higiene e limpeza dos equipa-
seguidos na elaboração dos alimentos, desconhecendo to-
mentos e alimentos, contaminação alimentar, uso correto
talmente a possibilidade de serem portadores assintomáti-
dos uniformes, higienização das mãos, onde foi utilizada
cos de microrganismos. Como consequência têm-se prá-
como base a cartilha sobre Boas Práticas para Serviços de
ticas inadequadas de higiene e processamentos realizados
Alimentação – RDC n° 216/2004 (BRASIL, 2004b). Fo-
por pessoas inabilitadas, podendo provocar a contaminação
ram confeccionados cartazes educativos contendo orienta-
dos alimentos.
ções sobre os processos e também sobre a correta higiene
Segundo Robbs et al. (2002), é muito importante
das mãos, que foram fixados nas áreas de produção de ali-
realizar um levantamento diagnóstico para tornar possível
mentos. No mês de outubro o manual foi todo descrito e no
a execução da capacitação dos manipuladores apontando
início do mês de novembro foi reaplicada a mesma lista de
quais as técnicas básicas para serem abordadas durante o
avaliação para constatar as mudanças ocorridas durante o
treinamento com vistas à habilitação das equipes e inicia-
processo de implantação do Manual de Boas Práticas.
ção á elaboração conjunta e interativa do Manual de Boas
Práticas.
As Unidades de Alimentação e Nutrição que adotam RESULTADOS E DISCUSSÃO
um programa de normas de higiene estabelecidas tornam-
-se capazes de avaliar e analisar a preparação do alimento O Manual de Boas Práticas desenvolvido para a
durante o processo, desde a matéria-prima até o produto unidade descreve sua localização, área física, recursos hu-
final, neste caso a refeição. Controlando a temperatura de manos, controle higiênico-sanitário, seus equipamentos,
preparo e armazenagem do alimento e o tempo gasto duran- utensílios e todos os procedimentos realizados na unidade.
te seu preparo e distribuição, pode-se melhorar a qualidade, O manual foi descrito com base em um manual já existente
minimizando os riscos de um surto de origem alimentar na unidade e os manipuladores colaboraram colocando em
(SOUSA; CAMPOS, 2003). prática os itens descritos no mesmo.
É de suma importância salientar também que em A capacitação dos funcionários é um item de extre-
uma UAN são inúmeros os fatores que impossibilitam a ma importância, pois são os manipuladores, os principais
implantação das Boas Práticas, por exemplo, a falta de responsáveis pela adequação de cada item exigido pela le-

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gislação. No presente estudo após a capacitação realizada, houve um decréscimo considerável dos estabelecimentos
houve uma significativa melhora na adequação geral dos classificados no grupo 3 (deficiente) e ainda não havia ne-
itens que avalia edificações, instalações, equipamentos, nhum estabelecimento classificado no grupo 1, entretanto,
móveis e utensílios; higiene das instalações, equipamentos, na segunda aplicação, foram encontrados 13% dos serviços
móveis e utensílios; controle integrado de vetores e pragas de alimentação neste grupo (SACCOL et al., 2009).
urbanas; abastecimento de água; manejo de resíduos, ma- Resultado diferente ao de Berto (2008) que antes
nipuladores; matérias primas, ingredientes e embalagens; de implementar as Boas Práticas em um estabelecimento
preparação dos alimentos; armazenamento e transporte do alimentício de Pinhais no Paraná, em 2005 o mesmo se en-
alimento preparado; exposição ao consumo do alimento contrava no grupo 3 com 27% de adequações, após a im-
preparado; documentação e registro e a responsabilidade. plementação, em 2006 passou a pertencer ao grupo 2 com
De acordo com Berto (2008), para que haja realmente mu- 75% das adequações e agora em 2008 após nova visita ao
dança no comportamento, às pessoas devem estar envolvi- estabelecimento o mesmo passou a pertencer ao grupo 1,
das no processo e não apenas interessadas. com 76,71% dos itens adequados. Já Akutsu et al. (2005),
A partir da aplicação da Lista de Avaliação das Boas do total de Unidades de Alimentação e Nutrição que ava-
Práticas para Serviços de Alimentação, foi possível veri- liou, 80% encontravam – se no grupo 2, concordando com
ficar o grau de adequação das Boas Práticas na Unidade esse estudo e 20% no grupo 1.
de Alimentação e Nutrição em questão, conforme RDC Segundo Fonseca et al., (2010) no qual avaliaram
n°216/2004 da ANVISA (BRASIL, 2004b). as condições de edificação, instalações, equipamentos, mó-
O plano de ação foi elaborado a partir do resultado veis e utensílios de restaurantes comerciais de um municí-
obtido através da lista de avaliação, o que segundo Akutsu pio da Zona da Mata Mineira para implementação de boas
et al. (2005), facilita a visualização dos pontos negativos e práticas constataram que a maioria dos restaurantes não
positivos das unidades de alimentação, o que propicia uma atenderam à legislação quanto aos requisitos avaliados, o
análise detalhada de cada unidade. que pode comprometer a segurança das refeições servidas
Na primeira aplicação da lista a unidade foi classifi- aos clientes. O estudo anterior concorda com o estudo de
cada no Grupo 2 com 61% de adequação dos itens exigidos Veiga et al. (2006) que 97% dos estabelecimentos comer-
pela legislação. Após a elaboração e implantação do ma- ciais de manipulação de alimentos analisados em Maringá
nual, capacitação dos manipuladores e reaplicação da lista (PR) apresentaram condições precárias de edificações.
de avaliação, o estabelecimento passou a atender 73% dos Os resultados das aplicações da Lista de Avaliação
itens exigidos pela legislação vigente, mas permanecendo das Boas Práticas podem ser conferidos na Tabela 1. No
ainda no grupo 2 conforme demonstrado na Figura 1. item 2 da lista no qual trata da higienização das instalações,
Saccol et al. (2009), aplicou a mesma lista de veri- equipamentos, móveis e utensílios, na primeira avaliação
ficação utilizada neste estudo e constatou que na primeira obteve 47% de adequação, na segunda avaliação passou a
aplicação, apenas 17% dos estabelecimentos classificaram- ter 54% de itens adequados. Akutsu et al. (2005), obtive-
-se no grupo 2, considerado regular, o restante dos serviços ram mais de 70% das adequações neste item nas Unidades
foram encontradas no grupo 3 (83%), com a classificação analisadas. No item 3 que trata do controle integrado de ve-
de deficiente. Após a elaboração do plano de ação propos- tores e pragas urbanas e no item 4 sobre abastecimento de
to observou-se uma modificação nesses resultados, pois água, não houve mudança na porcentagem dos itens, pois

FIGURA 1 – Percentual de adequação das Boas Práticas da Unidade de Alimen-


tação e Nutrição, antes e depois da elaboração do Manual de Boas Práticas, Santa
Maria, 2008.

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Tabela 1 – Adequação dos itens da Lista de Avaliação das Boas Práticas para Serviços de Alimentação
antes e após a elaboração do Manual de Boas práticas, Santa Maria, 2008.
Itens da Lista de Avaliação das Boas Práticas para Serviços Avaliação 1 Avaliação 2
de Alimentação (%) (%)
Edificação, instalações, equipamentos, móveis e utensílios 62 76
Higienização de instalações, equipamentos, móveis, e utensílios 47 54
Controle integrado de vetores e pragas urbanas 100 100
Abastecimento de Água 100 100
Manejo de Resíduos 50 50
Manipuladores 69 77
Matérias primas, ingredientes e embalagens 46 61
Preparação do alimento 58 71
Armazenamento e transporte do alimento preparado NA NA
Exposição ao consumo do alimento preparado 60 70
Documentação e registro 0 8
Responsabilidade 0 50
NA - Não se Aplica.

já possuíam 100% de adequação das exigências da legis- ção. Portanto vale salientar que a adoção das Boas Práticas
lação, sendo estes itens os de maior adequação, o mesmo é requisito fundamental em um programa de segurança ali-
resultado foi encontrado por Saccol (2007) no qual ao ana- mentar.
lisar estabelecimentos comerciais produtores de alimentos É importante destacar que o percentual de adequa-
encontrou melhor resultados nos mesmos itens. ções não aumentou mais devido as mudanças dependerem
O item 6 que se refere aos manipuladores, à ade- de investimentos financeiros ou por dependerem da colabo-
quação passou de 69% na primeira avaliação para 77% na ração do cliente.
segunda avaliação. Berto (2008) que ao implementar as
Boas Práticas em um estabelecimento comercial produtor
de alimentos passou de 0% para 66,67% de conformidade, CONCLUSÃO
no mesmo item. No item 7 que trata sobre matérias primas,
Após a implementação do Manual de Boas Práticas
ingredientes e embalagens, houve evolução de 46% para
na Unidade de Alimentação e Nutrição, pode – se verifi-
61% de adequação, já no estudo de Cardoso et al. (2005),
car que mudanças significativas ocorreram, principalmente
os resultados foram insatisfatórios, pois apenas, 40% de
após a capacitação dos funcionários, pois os mesmos res-
cantinas analisadas adotavam as medidas corretas para os
ponderam com importante melhora no cuidado com a hi-
cuidados com a matéria prima.
giene dos equipamentos, utensílios e instalações internas,
O item 11 referente à documentação e registro e no
bem como um melhor cuidado na manipulação dos alimen-
item 12 que trata da responsabilidade, na primeira avalia-
tos. Entretanto acredita-se que muitos itens ainda precisam
ção eram atendidos em 0% das exigências da legislação,
agora atendem a 8% e 50% dos itens exigidos, respectiva- melhorar, mas este deve ser um processo gradual, onde to-
mente, discordando de Akutsu et al. (2005), que encontrou das essas normas e regras estabelecidas no manual tornem
10% das unidades que avaliou com mais de 70% de ade- – se procedimentos de rotina.
quação nos itens 11e 12 da Lista de Avaliação das Boas
Práticas para serviços de Alimentação. SOUZA, M.S.; MEDEIROS, L.B.; SACCOL, A.L.F.
O plano de ação, elaborado após a verificação das Implementation of good practice in a unit of nutrition in
não conformidades exerce papel de extrema importância na the city of Santa Maria (RS). Alim. Nutr. = Braz. J. Food
adequação dos itens, pois é a partir deste instrumento que Nutr., Araraquara, v.24, n.2, p. 203-207, 2013.
pode-se planejar como a não conformidade será adequada
e a partir daí atender as exigências da legislação vigente e
obter o principal objetivo que é oferecer uma alimentação ABSTRACT: This study aims to evaluate the
adequada e segura para os clientes. implementation process of a Good Practices in Food and
Pode-se observar então que em uma Unidade de Ali- Nutrition Unit (FNU) in Santa Maria-RS. The work was
mentação e Nutrição, muitos são os quesitos para se ofere- carried out during July-November 2008 in a food service
cer um alimento seguro, e que diariamente deve-se se ca- unit, outsourced serving around 350 meals / day. It was
pacitar e informar aos manipuladores sobre a importância applied an Assessment List at the beginning of the work
do correto manuseio dos alimentos e das técnicas adotadas to be detected non-conformities of the site, referring to
para uma melhor ulitização e cuidado higiênico sanitário Good Practice. All mismatches were found placed in a
do mesmo, reduzindo ao máximo os riscos de contamina- plan of action and made the planning of these changes. The

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Handbook of Good Practice has been described according GÓES, J.A.W. et al. Capacitação dos manipuladores de
to current legal advice. The same list was reapplied after alimentos e a qualidade da alimentação servida. Hig.
the drafting of the Manual of Practice to evaluate the Aliment., São Paulo, v. 15, n. 82 p. 20-22, 2001.
adjustments. The handlers have received training on best
LOPES, E. Guia para elaboração dos procedimentos
practices, and were made and fixed in the production area
educational posters to guide and help the handlers. In the first operacionais padronizados: exigidos pela RDC 275 da
application of the assessment list of the unit was classified ANVISA. São Paulo: Varela, 2004. 62p.
in Group 2 with 61% adequacy of the items required by NASCIMENTO. G.A. et al. BPF, boas práticas de
law. After the development of the Manual of Practice, fabricação: uma revisão. Hig. Aliment., São Paulo, v. 21,
training of staff and reapplication of the list of assessment, n. 148, p. 24-30, 2007.
the property was to meet 73% of the items, thus remaining
in group 2. Thus, after the implementation of the Manual of NASCIMENTO NETO, F. Roteiro para elaboração
Good Practices on site, we can see that significant changes de manual de boas práticas de fabricação (BPF). São
occurred mainly after the training of employees, as they Paulo: SENAC, 2003. 106p.
responded with significant improvement in the care of the RÊGO, J.C. et al. Proposta de um programa de boas práticas
cleanliness of equipment, utensils, and indoor and how to de manipulação e processos de alimentos para unidades de
better care in food handling. alimentação e nutrição. Hig. Aliment., São Paulo, v.15,
KEYWORDS: Good manipulation practices; food n.89, p.22-27, 2001.
handling; collective feeding; quality control; food hygiene. ROBBS, P.G. et al. APPCC mesa: as boas práticas do
campo à mesa. Nutr. Pauta, São Paulo, v. 10, n 53, p. 9-15,
2002.
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