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Livro Transportes PDF
Livro Transportes PDF
INFRA-ESTRUTURA I:
TRANSPORTES
TRANSPORTES
Fevereiro de 2008
© R apha el Pa du l a , 2 0 0 8
Direitos adquiridos pelo Conselho Federal de Engenharia,
Arquitetura e Agronomia - Confea
w w w. c on fe a . org . br
E di ç ão C é s ar B e nj am i n
E d itor a ç ão e d i ag r am aç ão Lu ana L i ma
1 a e di ç ã o, fe ve re i ro de 2 0 0 8
Ti r age m : 5 0 0 0 e xe mpl are s
P125i Pa du l a , R apha el
I. Fundamentos 15
Infra-estrutura de transportes: importância, objetivos e ações • Os modais
de transporte e a intermodalidade • Logística e produtividade
Bibliografia 213
Apresentação
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Pens ar o Brasil: Transpor tes
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Raphael Padula
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Pens ar o Brasil: Transpor tes
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Raphael Padula
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I
Fundamentos
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Raphael Padula
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Raphael Padula
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Raphael Padula
Cargas
400 Produto Real Total
Produto Real Agropecuário
Produto Real Industrial
300
200
100
1974 1978 1982 1985 1988 1991
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Raphael Padula
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Raphael Padula
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Pens ar o Brasil: Transpor tes
Logística e produtividade
Logística é o conjunto integrado das operações de planejamento, trans-
porte, armazenagem, controle de estoques, distribuição e tecnologia da
informação, que unem os centros produtores aos centros distribuidores.
A logística se enquadra no âmbito da superestrutura, mas age de forma
complementar à infra-estrutura.
Até o fim da Segunda Guerra Mundial, a logística sempre esteve
associada às atividades militares, principalmente a estratégia de deslo-
30
Raphael Padula
31
II
Situação dos transportes no Brasil
A matriz de transportes
Transporte de cargas
Atualmente, o setor de transportes equivale a 6,4% do PIB. Segundo a
Confederação Nacional dos Transportes (CNT), operam nele cerca de
40 mil empresas transportadoras, empregando 2,5 milhões de trabalha-
dores, e existem mais de 300 mil transportadores autônomos.
As duas últimas décadas foram marcadas pelo abandono de um
projeto nacional, e, conseqüentemente, pela falta de investimentos e de
planejamento. Nesse período, houve aumento de custos e acentuada de-
terioração da infra-estrutura.
As principais características da matriz brasileira de transportes de
cargas são: alta concentração no modal rodoviário, que responde por
mais de 60% dos transportes; baixa integração entre os modais; altos
custos logísticos; má qualidade do sistema rodoviário; dificuldades de
acesso aos portos; baixa utilização das vias navegáveis e do transporte
de cabotagem. Esse quadro resulta em elevados custos logísticos, esti-
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Pens ar o Brasil: Transpor tes
mados entre 16% e 20% do PIB, quando comparados a 9,8% nos Estados
Unidos e a 12% na Europa.
O Brasil possui um sistema de logística de transportes pouco de-
senvolvido, que gera perdas de competitividade ao longo de toda a ca-
deia produtiva por causa dos custos incorridos, que funcionam como
uma espécie de “imposto” adicional sobre o preço dos bens. O sistema é
caracterizado por falta de infra-estrutura de apoio e por investimentos
precários em corredores de transporte. Em 2002, havia no Brasil 250
terminais de transporte, contra 3 mil nos Estados Unidos. Estimativas
(CNT/CEL-Coppead 2002) apontam que as empresas brasileiras man-
têm em torno de 118 bilhões de dólares parados em excesso de estoque,
ao longo das cadeias produtivas, por causa das ineficiências do setor de
transportes. Se o setor operasse de forma mais eficiente, segura e con-
fiável, bilhões de reais estariam disponíveis para serem investidos em
outras atividades, gerando emprego e renda.
O desequilíbrio aparece na concentração no modal rodoviário,
mais custoso em relação aos modais ferroviário e aquaviário, com parti-
cipação de mais de 60% na produção de transportes de cargas, em tone-
ladas por quilômetro útil (TKU). Os modais ferroviário e o aquaviário
têm participação em cerca de 21% e 14%, respectivamente.
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Raphael Padula
Matriz
Matrix dede Transportes
Transportes de Cargas
de Cargas
Participação
Participação dosdos Modais
modais (%) (%)
0,4% 4,2%
13,6%
Rodoviário
Ferroviário
61,1% Aquaviário
20,7%
Dutoviário
Aéreo
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36
Raphael Padula
0,30%
0,25%
Porcentagem do PIB
0,20%
0,15%
0,10%
0,05%
0,00%
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Ano em www.centran.eb.br/plano_logistica
Fonte: Apresentação da CNT para o PNLT. Disponível
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100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
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Raphael Padula
50%
Transporte
40%
Outras Despesas
30%
20%
Não Utilizado
10%
0%
2002 2003 2004 2005
Ano Fonte: Siafi.
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Pens ar o Brasil: Transpor tes
Extensão territorial
Ferroviário Rodoviário Hidroviário
terrestre**
% % %
(milhões km)
Rússia 81 8 11 17,0
Canadá 46 43 11 9,2
Austrália 43 53 4 7,6
EUA 43 32 25 9,2
China 37 50 13 9,6
Brasil 24 52 14 8,5
México 11 55 34 2,0
* Sem considerar os modais aéreo e dutoviário. ** Sem considerar as áreas cobertas por
águas. Fonte: ANTT, elaborado pela Trevisan (Análise Trevisan, 2005).
40
Raphael Padula
70%
61,1%
60%
50%
30% EUA
24,0% 22,7%
20,7%
20% 16,8%
13,6%
10%
4,2%
0,4% 0,2%
0%
Aéreo Hidroviário Dutoviário Ferroviário Rodoviário
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25%
21,2
20% 17,1
” Brasil
15%
8,2 9,3
10% EUA
5%
0,6 1,8
0%
Hidroviário Ferroviário Rodoviário
Fonte: CNT/CEL, 2002, p. 17. Elaborado a partir de dados do Geipot 2001; IBGE/1998;
Bureau of Transportation Statistics e Bureau of Labor Statistics.
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Raphael Padula
5%
4%
4,5 Brasil
3%
2% EUA
1,0
1%
0%
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Pens ar o Brasil: Transpor tes
Siderurgia 68%
Telecomunicações 45%
Montadoras 36%
Autopeças 22%
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Raphael Padula
Densidade de Transporte
km/1000 km�
20%
17,3
16%
12%
8% 5,6
3,4
4%
0%
Rodoviário Hidroviário Ferroviário
(rodovia asfaltada) (rios navegáveis)
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Raphael Padula
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Pens ar o Brasil: Transpor tes
Transporte de passageiros
Embora o nosso principal foco seja o transporte de cargas, é importante
abordar algumas questões sobre a matriz de transportes de passagei-
ros. A concentração do transporte de passageiros no modal rodoviário
é muito maior do que a que apontamos no transporte de cargas: nesse
caso, a participação das rodovias ultrapassa 90% do total.
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Raphael Padula
Modalidade Pass. x km %
Aérea 29.7 4.9
Ferroviária 10.7 1.8
Metroviária 4.4 0.7
Rodoviária 561.0 92.6
Aquaviária ... ...
Dutoviária - -
Total 605.8 100.0
Fonte: Anuários estatísticos Geipot e Consultoria DLC.
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Pens ar o Brasil: Transpor tes
Transporte de passageiros
Passageiros
Modal transportados % do total
(milhões)*
Rodoviário
Interestadual/ 132,8 2,71%
Internacional
Rodoviário urbano** 3.582,3 73,02%
Ferroviário longa
1,7 0,03%
distância
Ferroviário
1.114,8 22,73%
urbano***
Aéreo 75 1,51%
TOTAL 4.905,6 100%
Fonte: Boletim CNT dez/2005.
*Valores aproximados.
** Acumulado por ano nas principais cidades brasileiras (Belo Horizonte, Goiânia, Fortale-
za, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo).
*** Metro-ferroviário.
Passageiros
Modal transportados % do total
(milhões)
Rodoviário urbano 3.582,3 76,27%
Ferroviário urbano 1.114,8 23,73%
Total urbano 4.697,1 100%
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Raphael Padula
Empresas e autônomos
Rodoviário Passageiros
Transportadoras
Caminhoneiros
Fretamento
Urbano
Interestadual /
Internacional
Ferroviário
Aéreo
Modal
N.° de
empresas/ 110.942 618.409 8 12 3.808 6.119 222
autônomos
Fonte: Boletim CNT dez/2005.
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Raphael Padula
Logística
O sistema logístico do Brasil apresenta problemas de produtividade e de
custos, que se refletem diretamente na competitividade, na eficiência e
nos custos da economia como um todo. A comparação entre os custos
logísticos no Brasil e nos Estados Unidos, países continentais, revela a
necessidade de ações para aumentar a eficiência do setor.
Em 1997, havia 35 operadoras com receita anual de R$ 1 bilhão.
Em 2005, já existiam 118 operadoras que empregam 79 mil pessoas,
com receita anual de R$ 16,4 bilhões. A tendência é de crescimento no
setor. Conforme observamos no capítulo 1, os principais produtos que
utilizam logística são: minérios, metal-metalúrgicos, químicos, petro-
químicos, automotivos, alimentícios, farmacêuticos e eletro-eletrôni-
cos. Nossas mercadorias são muito carregadas por custos logísticos, que
são um fator importante no “custo Brasil”. Temos que evoluir para nos
tornar mais competitivos.
O custo logístico no Brasil foi de R$ 225,5 bilhões em 2004, equiva-
lente a 12,8% do PIB. O custo com transportes são os mais importantes.
Correspondem a 60% dos custos logísticos, seguidos pelos custos de es-
toque, que equivalem a 30,5%. Vale ressaltar o impacto da concentração
no modal rodoviário, cujos custos responderam por 6,1% do PIB, ou R$
109,5 bilhões, quase a metade dos custos logísticos em 2004, conforme
dados do Centro de Estudos Logísticos da Coppead-UFRJ.
Os custos variáveis são importantes nos fretes. Conforme obser-
vamos, os fretes se relacionam mais diretamente aos custos variáveis
e não chegam a remunerar os custos fixos. A alta do preço do barril
de petróleo incide diretamente nos custos, no preço do óleo diesel e
também dos pneus, impactando os fretes e a margem de negociação por
parte dos autônomos.
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Pens ar o Brasil: Transpor tes
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Raphael Padula
O Brasil tem uma taxa de juros alta. A média da taxa de juros no-
minal em 1996 foi de 27,15% ao ano, caindo para 16,44% ao ano em
2004 – e alcançou 12,75% ao ano no início de 2007. Se compararmos
com os Estados Unidos, a taxa de juros nominal média foi de 5,27% ao
ano em 1996 e caiu para 1,38% ao ano, alcançando 5,25% ao ano em
2007. Isso fez com que o custo de estoque, como proporção do produto
interno bruto no Brasil, fosse quase o dobro do registrado nos Estados
Unidos em 2004: 3,9% contra 2,1%. Este é um dos principais fatores
explicativos do maior custo logístico em relação ao PIB no Brasil em
comparação com os Estados Unidos.5 O custo administrativo (em rela-
ção ao PIB) também foi quase o dobro – 0,5% contra 0,3% – e o custo de
transportes, principal custo logístico (também em relação ao PIB), foi o
que registrou maior diferença entre Brasil e Estados Unidos: 54%.
Brasil EUA
Transporte 7,7 5,0
Estoque 3,9 2,1
Armazenagem 0,7 0,7
Administração 0,5 0,3
Total em 2004 12,8 8,1
Fonte: Centro de Estudos Logísticos da Coppead-UFRJ.
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Pens ar o Brasil: Transpor tes
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Raphael Padula
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Pens ar o Brasil: Transpor tes
só movimentam sete vezes mais cargas que o Brasil”. Para Lima, isso se
deve ao alto valor agregado das mercadorias transportadas e à maior
participação do setor de serviços em relação ao PIB nos Estados Unidos.
Nossa estrutura produtiva baseada na produção de commodities (bens
primários e/ou de baixo valor agregado, não-intensivos em tecnologia)
nos leva a realizar grandes transporte de cargas de baixo valor agregado
e mantém baixa a participação do setor de serviços.
Dois fatores determinantes nos custos de transportes e logísticos
brasileiros são sua concentração no modal rodoviário e a falta de in-
termodalidade – especialmente em comparação com os Estados Uni-
dos. Mesmo com fretes baratos, o setor rodoviário não é competitivo
em transportes de longa distância, em relação aos modais ferroviário e
aquaviário. A intermodalidade dá a opção de usar no transporte de mer-
cadorias, no momento certo, o modal mais adequado em termos de cus-
tos – como ocorre nos Estados Unidos. É preciso que o Brasil implante
um sistema de transportes intermodal e aproveite toda a potencialidade
da intermodalidade, com amplo apoio de oferta logística eficiente.
O CEL/Coppead realizou uma pesquisa em que perguntava pela
prioridade entre “redução de custos” versus “melhoria de serviços”. Para
55% dos entrevistados do setor, a redução de custo é prioridade em re-
lação à melhora dos serviços (para 22,5%, ambos têm prioridade igual
e para 22,5% a prioridade é a melhora de serviços). Já nos Estados Uni-
dos, os resultados foram: 26% para prioridade igual, 35% para redução
de custos e 39% para serviços como principal prioridade em relação à
redução de custos.
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Raphael Padula
Brasil EUA
Prioridade Igual 22,5% 26,0%
Prioridade redução de custos 55,0% 35,0%
Prioridade melhora de serviços 22,5% 39,0%
Fonte: CEL/Coppead-UFRJ; www.centrodelogistica.com.br
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Pens ar o Brasil: Transpor tes
Analisando os modais
Transporte rodoviário
Conforme observamos no primeiro capítulo, as empresas de transportes
rodoviário são o núcleo de maior dinamismo do setor, respondendo por
mais de 60% da produção de transportes de cargas. Essa predominância
deve-se à maior flexibilidade operacional, espacial e de nível de serviço,
bem como à maior agressividade de seus operadores. O modal rodoviá-
rio também é dominante nos transportes urbanos de passageiros.
Desde 1995, a Confederação Nacional do Transporte (CNT) reali-
za anualmente a Pesquisa Rodoviária, que fornece o perfil da oferta de
infra-estrutura desse modal. A pesquisa analisou 84.382 km de rodovias
pavimentadas em 2006. Seguindo os resultados, consideraremos os as-
pectos de conservação, segurança e conforto ao usuário das rodovias
brasileiras pavimentadas: pavimentação, sinalização e geometria.
A infra-estrutura rodoviária cresceu sob condução e investimentos
estatais. As formas de gestão dessa infra-estrutura se dividem entre a
gestão estatal e a concessionada. A primeira pode se basear em recursos
públicos federais e/ou estaduais para realizar as diferentes ações, como
ampliação, conservação e manutenção, restauração e reconstrução. Já na
gestão concessionada, a responsabilidade por essas ações fica delegada a
terceiros, que geralmente utilizam a cobrança de pedágios, sob fiscaliza-
ção do Estado, o qual também pode adotar pedágios em suas vias.
Hoje, há pedágios em 6,2% da extensão do modal rodoviário bra-
sileiro, formando a maior malha pedagiada do mundo. A malha rodo-
viária concessionada no Brasil em meados de 2007 atingia 10.825 km
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Raphael Padula
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Pens ar o Brasil: Transpor tes
10,8%
12,1%
14,2%
Ótimo
24,4% Bom
Regular
Ruim
Péssimo
38,5%
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Raphael Padula
simos (6,2%). Isso quer dizer que o índice para condição do pavimento
é desfavorável.6
As condições de sinalização são um dos aspectos mais importantes
para a segurança das rodovias, que podem amenizar outros aspectos
ruins. A análise da CNT (2006) aponta que 31,4% da extensão pesqui-
sada são classificados como regulares e 38,9% estão em estado crítico
– 20,2% são ruins e 18,7 são péssimas. Ou seja, 70,3% das rodovias
apresentam alguma restrição, o que representa um índice desfavorável.
Somente 29,7% estão em condições favoráveis – 19,4% avaliadas como
ótimas e 10,3% como boas.
As condições de geometria da via têm impacto na segurança e na
fluidez das vias rodoviárias.7 A grande maioria da extensão pesquisa-
da foi considerada em más condições, 25,7% foram classificadas como
péssimas, 28,7% como ruins e 24,1% como regulares. Isto significa que
78,4% se enquadram nesse perfil restritivo. Além disso, a CNT (Pesquisa
Rodoviária CNT 2006, p. 39) constata que 89,7% das rodovias nacionais
são formadas por pistas simples de mão dupla e 40,5% não têm acos-
tamento. Somente 21,6% se enquadram na classificação boa (15,2%)
ou ótima (6,4%) em termos de geometria da via. Conforme a Pesquisa
Rodoviária CNT 2006 (p. 39) relata: “Além da ausência de acostamento
em grandes extensões, é grande o percentual de trechos com acosta-
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Raphael Padula
Indicações da Pesquisa % Km
Pavimento em estado crítico (regular, ruim, péssimo) 54,6 45.950
Sinalização com problemas 70,3 59.309
Sem acostamento 40,5 34.168
Placas encobertas por mato 1,3 1.119
Trechos com afundamentos, ondulações ou buracos 8,6 7.228
Predominância de pista simples de mão dupla 89,7 75.696
Fonte: Boletim estatístico CNT, janeiro/2007, baseado em dados da Pesquisa Rodoviária
CNT 2006.
Pontos Críticos
Erosão na pista 119
Defensas destruídas 80
Queda de barreira 14
Ponte caída 4
Buraco grande 69
Total 286
Fonte: Boletim estatístico CNT, janeiro/2007.
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Extensão Federal
Estado Geral Km %
Ótimo 4.427 7,7
23,5
Bom 9.075 15,8
25.696 44,7
Regular 12.636 22,0 76,5
Péssimo 5.628 9,8
Total 57.462 100,0
Estado Geral Km %
Ótimo 3.452 5,2
19,7
Bom 8.998 14,5
Regular 30.642 34,7
Ruim 20.162 24,8 80,3
Péssimo 10.303 20,8
Total 73.557 100,0
Fonte: Boletim Estatístico CNT, janeiro/2007.
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Classificação geral
Extensão pedagiada sob gestão terceirizada ou estatal
3,7% 0,2%
16,3%
Ótimo
Bom
52,1% Regular
Ruim
27,6%
Péssimo
Esses números podem passar a idéia de que o Estado não tem re-
cursos para administrar as rodovias. Tais recursos estariam no setor pri-
vado, de modo que os pedágios e as concessões seriam a melhor forma
de financiar e ofertar transportes adequados. No entanto, o problema
está na prioridade que o orçamento estatal concede aos gastos financei-
ros. Além disso, a extinção do Fundo Rodoviário Nacional, a partir da
promulgação da Constituição de 1988, pode ser considerado um marco
no desarranjo das finanças do setor.
A avaliação desfavorável do estado de conservação da malha rodo-
viária nacional, com 75% de sua extensão comprometidos, mostra a ne-
cessidade de grandes investimentos na infra-estrutura rodoviária brasi-
leira – ampliação, manutenção, conservação e restauração. Por causa da
concentração da produção de transportes nesse modal, a eficiência e a
competitividade da economia, como um todo, fica prejudicada. Melho-
rar a oferta de infra-estrutura rodoviária no Brasil significa aumentar
a produtividade da economia. Além disso, é preciso privilegiar os as-
pectos de integração nacional e de intermodalidade. O atual estado da
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Raphael Padula
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Pens ar o Brasil: Transpor tes
200
R$ por 1000 TKU
150
100
Custo = 64
50 “gap”
Preço Médio = 45
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600
Rota (Km)
Fonte: CNT/CEL, 2002, p. 33.
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0,096
Abaixo 75 75 a 80 80 a 85 85 a 90 90 a 95 95 a 99 Acima 99
75
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140.000
124.372 112.457
120.000 115.429
108.881
100.000 116.385
102.576 104.863
80.000
60.000
40.000
Novo Código Brasíleiro de Trânsito
20.000
0
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Fonte: DPRF
Fonte: CEL-Coppead. Disponível em: www.centrodelogistica.com.br.
0
2001 2002 2003 2004
Fonte: DPRF
Fonte: CEL-Coppead. Disponível em: www.centrodelogistica.com.br.
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(T
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Ocorrências
14.000 11.800 11.700
11.100 11.400 11.950
10.500 10.650
12.000
10.000
8.000
Tx de Cresc. 1999 - 2005 = 1,4%
6.000
4.000
2.000
0
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
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R$ Milhões
1.000
700 700
800
630
550 575
600 500
420
400 Tx de Cresc. 1999 - 2005 = 66,7%
200
0
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
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Transporte ferroviário
A primeira estrada de ferro do Brasil foi inaugurada pelo imperador
dom Pedro II em 1854, ligando o Rio de Janeiro a Petrópolis (a baía de
Guanabara à serra da Estrela), com 14,5 km de extensão. Foi construída
por iniciativa do barão de Mauá, que via no transporte ferroviário um
meio fundamental para promover o desenvolvimento do país. O Impé-
rio incentivou a construção de ferrovias, cujas características marcam
até hoje a malha ferroviária nacional: utilização de diferentes tamanhos
de bitolas, o que dificulta a integração operacional entre as ferrovias e
a formação de um sistema nacional integrado;12 estradas de ferro com
traçados excessivamente extensos e sinuosos, localizadas de forma dis-
persa e isolada ao longo do território, em geral ligando a produção ao
exterior.
A Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA) foi criada em 1957, for-
talecendo o investimento estatal e a expansão no setor. Malgrado a ex-
pansão tenha sido importante, muitas das características acima apon-
tadas se mantiveram e surgiram outros problemas, de que trataremos
a seguir.
Há décadas prevalece o abandono no transporte ferroviário, o que
gerou um modal pouco competitivo, com vias permanentes, material
rodante e superestrutura degradados. O país possui baixa densidade fer-
roviária – ou seja, uma malha ferroviária pequena em relação ao territó-
rio –, um sistema segregado e com dificuldades de integração, defasado
em equipamentos e material rodante, com bitolas estreitas e diferentes,
e com baixa capacidade dos terminais. É preciso aumentar a malha fer-
roviária, de modo a alcançar as regiões produtoras, e integrá-la com os
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Submalhas Regionais
FCN
Novoeste FCA
EFVM
MRS
Ferroban
ALL
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87
Pens ar o Brasil: Transpor tes
88
Raphael Padula
Deriv. Petr./
Siderúrgica
Minério de
Combust./
Produção
Indústria
Minerais
Agrícola
Carvão/
Granéis
de Soja
Outros
Coque
Álcool
Ferro
Total
Ano
1997 168.950 9.290 16.310 10.950 2.770 5.690 10.990 27.340 252.290
1998 167.040 11.620 15.480 11.380 7.090 6.060 10.200 31.870 260.740
1999 163.540 11.870 16.240 11.470 7.550 5.970 8.240 34.830 259.710
2000 183.930 17.030 19.000 12.570 7.430 7.030 7.700 35.880 290.570
2001 184.580 17.675 19.966 12.105 14.317 6.159 8.495 41.953 305.251
2002 192.852 28.083 24.002 11.526 7.559 6.367 8.433 42.170 320.992
2003 203.517 31.865 25.521 12.706 8.818 8.349 7.684 47.741 346.201
2004 239.112 29.090 27.932 13.309 10.471 8.784 7.807 41.271 377.776
Fonte: CEL-Coppead, Indicadores de Transporte Ferroviário.
89
Pens ar o Brasil: Transpor tes
90
Raphael Padula
Produção Ferroviária
137,0 141,0 138,2 153,0 160,8 166,8 180,5 201,6 221,8
(bilhões de TKU)
Volume
252,9 258,5 255,0 286,8 289,9 314,2 334,7 367,0 391,9
de Transportado
Índice de Acidentes 75,5 69,3 64,9 53,1 39,4 35,5 33,6 30,4 32,9
Investimentos das
Concessionárias 398,1 386,1 537,6 617,4 766,0 667,7 1.088,8 1.957,8 3.114,3
(R$ milhões)
Investimentos da
162,0 113,0 45,0 56,0 58,0 56,0 35,0 8,0 44,0
União (R$ milhões)
Total de
Investimentos 560,1 499,1 582,6 673,4 824,0 723,7 1.965,8 1.965,8 3.157,6
(R$ milhões)
Fonte: ANTF (2006)
91
Pens ar o Brasil: Transpor tes
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Raphael Padula
93
Pens ar o Brasil: Transpor tes
Produto Médio*
R$/Mil TKU
60
55
50 46,2 49,1
45
40 44,8
35 40,0
30
25 22,8
17,6
20 14,0 16,4
15
10 15,6 Tx de Cresc. 1997 - 2005 = 179,9%
5
0
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
*∑ das receitas brutas das ferrovias / ∑ da produção do transporte de carga das ferrovias
Fonte: CEL-Coppead, Indicadores de Transporte Ferroviário.
Taxa de Cescimento
Ano Produto Médio
Anual
1997 17,6 -
1998 14,0 -20,1%
1999 15,6 11,1%
2000 16,4 5,6%
2001 22,8 38,7%
2002 40,0 75,5%
2003 44,8 11,9%
2004 46,2 3,1%
2005 49,1 6,5%
Análises: CEL/COPPEAD
94
Raphael Padula
Material Rodante
Infra-Estrutura
Superest. Via
Permanente
Telecomunicações/
Sinalização
Oficinas
Capacitação de
Pessoal
Veículos
Rodoviários
Investimentos
Total
Ano
Outros
1997 112.977 15.486 64.304 10.384 1.040 461 0 148.393 353.045
1998 122.457 35.097 100.221 14.435 3.914 738 0 31.807 308.714
1999 244.255 85.779 101.212 24.297 5.542 258 1.783 14.457 477.583
2000 329.418 44.616 140.488 29.799 13.578 2.095 2.400 109.120 671.514
2001 243.345 122.909 328.766 41.806 8.361 1.019 2.226 61.938 810.415
2002 261.685 48.556 173.540 49.885 7.817 1.421 2.682 80.109 625.695
2003 604.441 60.928 184.260 66.134 26.165 2.285 1.748 126.010 1.071.971
2004 1.222.083 72.981 364.268 37.795 34.142 2.524 4.075 151.762 1.889.630
2005 2.064.000 202.200 746.900 59.000 0 0 0 305.600 3.377.700
Fonte: CEL-Coppead, Indicadores de Transporte Ferroviário.
95
Pens ar o Brasil: Transpor tes
Principais Ferrovias
ESTRADA DE FERRO DO
AMAPÁ
ESTRADA DE FERRO
CARAJÁS
CIA. FERROVIÁRIA
DO NORDESTE
FERROVIA
NORTE-SUL
FERRONORTE
FERROVIA CENTRO
ATLANTICA
Ferrovias Planejadas
MRS LOGÍSTICA
FERROESTE
FERROBAN
Fonte: www.transportes.gov.br
96
Raphael Padula
km/hora
30,0
25,0 22,3 22,5
19,3 20,2
20,0 22,7
15,0
10,0 Tx de Cresc. 2000 - 2004 = 4,6%
5,0
0,0
2000 2001 2002 2003 2004
97
Pens ar o Brasil: Transpor tes
km/hora
98
Raphael Padula
Unidades
2.500
2.150 2.541
1.888
2.000 1.655
1.518 1.950
1.365
1.500
1.551
1.000
Tx de Cresc. 1997 - 2004 = 86,2%
500
0
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
99
Pens ar o Brasil: Transpor tes
km
548 547 539 531 546 545
600 534 529 570
500
400
300
200 Tx de Cresc. 1997 - 2005 = 4,1%
100
0
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Taxa de crescimento
Ano Distância média
anual
1997 548 -
1998 547 -0,1%
1999 539 -1,6%
2000 534 -0,8%
2001 531 -0,5%
2002 546 2,7%
2003 529 -3,0%
2004 545 2,9%
2005 570 4,7%
Análises: CEL/COPPEAD
100
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1 01
Pens ar o Brasil: Transpor tes
102
Raphael Padula
Vagões/km
4,00
3,31
3,00 2,57 2,36
1,89 1,96
2,00 2,54
2,37
2,02
1,00 Tx de Cresc. 1997 - 2005 = 74,8%
0,00
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
*∑ dos vagões em tráfego nas ferrovias / ∑ quilometragem das linhas das ferrovias
1 03
Pens ar o Brasil: Transpor tes
Milhões de TKU/km
10,00
9,00 Tx de Cresc. 1997 - 2005 = 60,2%
7,23
8,00
5,98 7,79
7,00 5,45
5,00 5,02 6,42
5,70
4,00 4,86 4,92
3,00
2,00
1,00
0,00
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
*
∑ da produção do transporte de carga das ferrovias / ∑ quilometragem das linhas das
ferrovias (28.445 km)
Fonte: CEL-Coppead, Fonte: CEL-Coppead, Indicadores de Transporte Ferroviário. de
Transporte Ferroviário.
104
Raphael Padula
1 05
Pens ar o Brasil: Transpor tes
106
Raphael Padula
1 07
Pens ar o Brasil: Transpor tes
108
Raphael Padula
relacionada à concessão é feito pelo IGP-DI mais 12%, uma taxa muito
alta para os padrões internacionais.
Comparando dados do setor ferroviário no Brasil com os Estados
Unidos, um país considerado padrão, encontram-se diferenças notáveis,
mostrando o quanto o Brasil ainda tem por fazer. Em 2003, o investi-
mento por extensão da malha ferroviária foi três vezes maior nos Es-
tados Unidos que no Brasil; em 2004, a receita bruta por vagão foi o
triplo da nossa e a densidade média de tráfego em relação à do Brasil, se
medida pelo somatório da produção de transporte de carga das ferro-
vias dividido pelo somatório da quilometragem de extensão das vias, foi
de 2,4 vezes (se medida pelos vagões em tráfego nas ferrovias dividido
pelo somatório da quilometragem de extensão das vias férreas foi de
0,9 vezes); em 2005, a produção de transporte de cargas foi doze vezes
maior que a brasileira. Ou seja, os Estados Unidos têm uma produção
de transportes muito maior, utilizando menos vagões, o que indica a
maior produtividade dos vagões. Além disso, a distância percorrida pe-
las ferrovias nesse país foi 2,5 vezes maior que as brasileiras.
Fonte: CEL-Coppead.
1 09
Pens ar o Brasil: Transpor tes
Fonte: CEL-Coppead.
Fonte: CEL-Coppead.
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Raphael Padula
Fonte: CEL-Coppead.
Fonte: CEL-Coppead.
1 11
Pens ar o Brasil: Transpor tes
Fonte: CEL-Coppead.
33816
37314
32132 34205
31614
15661 11084
10968 10778
6927
1997 1998 1999 2000 Brasil EUA
112
Raphael Padula
1 13
Pens ar o Brasil: Transpor tes
Transporte aquaviário
O transporte aquaviário percorre rios, lagos e oceanos. O subsetor hi-
droviário (ou de transporte fluvial) utiliza rios navegáveis. O subsetor
marítimo divide-se entre o transporte de cabotagem, realizado na costa
ou entre países vizinhos, e a navegação de longo curso, referente a rotas
internacionais e a serviços de feeder (alimentação de linhas).
O modal aquaviário brasileiro é pouco competitivo. Na navegação
internacional a bandeira brasileira é cada vez menos significativa, acar-
retando maior dispêndio de divisas para pagamento de fretes em nosso
114
Raphael Padula
Portos
Os portos são o elo de ligação para o transporte de longo curso e de
cabotagem. No Brasil, a movimentação internacional de cargas é con-
centrada no transporte marítimo, que responde por 90% do total. Por
isso, a situação operacional dos portos é fundamental no transporte e
na logística de comércio exterior, devendo ter como características agi-
lidade e segurança, com fluxo de informações. No atual cenário, em que
predominam as cadeias globais de produção, o sistema de transportes
e logística – sua eficiência, qualidade, prazo, segurança, confiabilidade
e desempenho – é importantíssimo e pode até determinar a competi-
tividade de produtos e países. É preciso promover o setor para que a
produção nacional circule pelo país e alcance o mundo de forma com-
petitiva.
A Lei de Modernização dos Portos (Lei 8.630/93), de 1993, per-
mitiu maior participação da iniciativa privada na operação dos portos.
Como reflexo disso, os investimentos em equipamento e melhoras de
infra-estrutura em geral têm aumentado, principalmente por causa dos
1 15
Pens ar o Brasil: Transpor tes
116
Raphael Padula
1 17
Pens ar o Brasil: Transpor tes
Movimentação
Movimentação dedecargas
cargaspor
por tipo
tipo de
denavegação
navegação
2000 - 2005 (milhões de t)
2000 - 2005 (milhões de t)
800
571 620 649
600 429
485 507 447
371 411 437
400 332 348
23%
Outras Navegações
73%
Longo curso
Cabotagem
118
Raphael Padula
Granel Granel
Ano Carga Geral Total
Sólido Líquido
1992 183,9 123,2 33,5 340,5
2004 369,6 166,6 84,6 620,7
Variação
201% 35,2% 152,3% 82,3%
Acumulada
Variação
9,6% 2,5% 8,0% 5,1%
Anual
1 19
Pens ar o Brasil: Transpor tes
Terminais
Natureza
Portos % de Uso % Total Geral %
da Carga
Privativo
Granéis
122.862 33,2 246.749 66,8 369.611 59,6
Sólidos
Granéis
38.386 23,0 128.169 77,0 166.555 26,8
Líquidos
Carga
67.061 79,3 17.493 20,7 84.554 13,6
Geral
Total 228.310 36,8 392.411 63,2 620.721 100,0
Fonte: Apresentação do BNDES para o PNLT, p.8.
Disponível em www.centran.eb.br/plano_logistica
120
Raphael Padula
1 21
Pens ar o Brasil: Transpor tes
17 Segundo a Pesquisa Aquaviária CNT 2006 (p.22), “podemos considerar que os ter-
minais públicos são aqueles administrados por governos estaduais, municipais ou por órgão
vinculado ao Ministério dos Transportes. Já os terminais privativos são instalações portuárias
exploradas por empresas privadas, dentro ou fora da área do porto organizado, utilizadas na
movimentação e/ou armazenagem de cargas destinadas ou provenientes do transporte aqua-
viário. Estes podem ser de uso misto, para a movimentação de cargas próprias ou de terceiros,
ou de uso exclusivo, para movimentação somente de carga própria, localizados em áreas pri-
vadas, desta forma, também denominados terminais privados”.
18 A Pesquisa Aquaviária CNT 2006, Portos Marítimos: Longo Curso e Cabotagem,
analisou os principais fatores de infra-estrutura destes subsetores do transporte aquaviário, a
partir de entrevistas com agentes marítimos (armadores e embarcador). A Pesquisa selecionou
227 empresas, atuantes em 12 estados e 15 portos.
122
Raphael Padula
19 Segundo a Pesquisa CNT (p.50), o OGMO “opera no âmbito de cada porto com a
finalidade de cadastrar, registrar e treinar a mão-de-obra dos trabalhadores portuários; admin-
istrar o fornecimento de mão-de-obra para os operadores portuários; estabelecer o número
de vagas; arrecadar junto aos operadores os encargos sociais e previdenciários, bem como a
remuneração devida aos trabalhadores”.
1 23
Pens ar o Brasil: Transpor tes
124
Raphael Padula
20 Conforme a Pesquisa (idem) assinala: “Destaca-se que a travessia por áreas urba-
nas ocorre no entorno do porto organizado, o que dificulta sua ampliaçao e a construção de
retroáreas e áreas de espera para os veículos de carga”.
1 25
Pens ar o Brasil: Transpor tes
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Raphael Padula
Crescimento
Crescimento
Crestimento
Quantidade
Quantidade
Quantidade
Quantidade
Porto
1 27
Pens ar o Brasil: Transpor tes
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Raphael Padula
Marinha mercante
O aumento do fluxo de comércio (exportações e importações) leva o
Brasil a ter maiores gastos com frete e aluguel de equipamentos. Em
2006, foram gastos US$ 6,5 bilhões em fretes marítimos. Eles refle-
tem o sucateamento da marinha mercante,23 grande transportadora
1 29
Pens ar o Brasil: Transpor tes
24 Em 1991, Collor baixou uma Medida Provisória para liquidar o Lloyd. No entanto,
os sindicatos fortemente organizados, através da Federação dos trabalhadores, conseguiram
a reversão da MP no Congresso Nacional. Com uma emenda no texto, a mudança feita seria
em favor da aberta de uma linha de crédito do Fundo da Marinha Mercante para o Lloyd, e
não seu dissolvimento ou liquidação. Em 1995, José Serra, o então Ministro do Planejamento e
Presidente do Conselho Nacional de Desestatização, baixou uma resolução colocando o Lloyd
a liquidação no Plano Nacional de Desestatização.
130
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1 31
Pens ar o Brasil: Transpor tes
10
0
80
81
82
83
84
85
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
Fonte: CNT/CEL, 2002, p. 52.
Cabotagem
Esse setor não tem tido uma participação adequada na matriz de trans-
porte. Além disso, vem perdendo importância gradativamente.
132
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1 33
Pens ar o Brasil: Transpor tes
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1 35
Pens ar o Brasil: Transpor tes
136
Raphael Padula
1 37
Pens ar o Brasil: Transpor tes
Transporte Hidroviário
As hidrovias apresentam o mais baixo custo de manutenção e implemen-
tação. É um tipo de transporte que consome menos óleo diesel, sendo
mais econômico (inclusive em gastos com frete) e menos poluente. Suas
vantagens aparecem, especialmente, em transporte a longas distâncias.
O impacto ambiental da construção de uma infra-estrutura hidroviária
também é menor em relação à construção de rodovias e ferrovias, por
causa da utilização de uma via (o rio) já existente. A implementação de
hidrovias sempre está relacionada com programas de desenvolvimento
a serem implantados nas regiões banhadas pelas bacias. A infra-estrutu-
ra gerada pela implantação de uma grande hidrovia favorece o aumento
da produção e a geração de empregos, com melhor qualidade ambiental.
No Brasil, o transporte hidroviário está fortemente ligado a uma política
de usos múltiplos e integrados de recursos hídricos.
O número de quilômetros percorridos com um litro de combustí-
vel ao levar uma tonelada revela a eficiência energética do modal: 25 km
para o transporte rodoviário, 85 km para o ferroviário e 218 km para o
hidroviário. Conseqüentemente, a emissão de poluentes (hidrocarbo-
netos, monóxido de carbono e óxido nitrogênio) é significativamente
menor nas hidrovias.
138
Raphael Padula
Emissão de Poluentes *
Monóxido de
Modo Hidrocarbonetos Óxido nitroso
carbono
Empurrrador 0,09 0,20 0,53
Trem 0,46 0,64 1,83
Caminhão 0,63 1,90 10,17
Fonte: Agência de Proteção Ambiental (EUA). * Libras de poluentes emitidos no transpor-
te de 1 tonelada de carga por 1 mil milhas.
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Pens ar o Brasil: Transpor tes
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Pens ar o Brasil: Transpor tes
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Movimentaçao
2001(t)
Movimentação
2002(t)
Variação
no Biênio
2000/2001
Variação
no Biênio
2001/2002
Variação
no Triênio
2000/2002
Hidrovias
Bacia
Amazônica
4.246.636 4.780.884 7.689.270 12,60% 60,80% 81,00%
- Amazônia
Ocidental
Bacia
Amazônica
13.718.530 15.980.257 15.980.257 16,40% 0,0% 16,40%
- Amazônia
Oriental
Bacia do
187.180 211.359 205.144 12,91% -6,21 9,59%
Nordeste
Bacia
do São 58.766 60.631 75.009 3,17% 23,71% 27,64%
Francisco
Bacia do
Tocantins - 2.400 0 0 - - -
Araguaia
Bacia do
1.911.326 1.632.521 2.178.744 -14,59% 33,46% 13,99%
Paraguai
Bacia do
Tietê - 1.531.920 1.991.600 2.042.522 30,01% 2,56% 33,33%
Paraná
Bacia do
407.139 638.769 642.538 56,89% 0,59% 57,82%
Sudeste
Total 22.063.897 25.296.021 28.813.484 14,65% 13,91% 30,59%
Fonte: Administração das Hidrovias.
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Pens ar o Brasil: Transpor tes
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Lagoa Mirim -
7.500 260 28,8
Taquari
2.395.178 13.823 173,3
Fonte: Paulo Sérgio Oliveira Passos, “Hidrovias como fator de integração nacional”. Apre-
sentação à CNI, disponível em http://www.cni.org.br/empauta/hidrovia.
1 47
Pens ar o Brasil: Transpor tes
Transporte dutoviário
A Europa e os Estados Unidos são cruzados por grandes malhas de du-
tos, uma das formas mais econômicas de transporte para grandes volu-
mes, principalmente óleo, gás natural e derivados, especialmente quan-
do comparados com os modais rodoviário e ferroviário. Esse modal tem
sido pouco relevante no Brasil: participa com apenas 4,2% da produção
de transportes nacional, movimentando combustíveis e minérios. Nos
Estados Unidos, ele participa com 24% na matriz de transportes.
A atual infra-estrutura de transporte dutoviário no Brasil é inci-
piente, diante da dimensão do país. A Transpetro, subsidiária da Petro-
bras, é a principal responsável pelos dutos nacionais, com mais de 10
mil km de dutos que interligam todas as regiões do Brasil.
O Brasil tem pouco mais de 7 mil km de extensão de oleodutos,
que têm vazão nominal de mais de 524 milhões de toneladas por ano e
transportaram pouco mais de 240 milhões de toneladas de combustíveis
em 2005. Os principais dutos estão localizados em Macaé (RJ).
O Brasil possui três minerodutos, com uma extensão total de 567
km e uma vazão nominal de 19,5 milhões de toneladas/ano. Eles trans-
portaram pouco mais de 17 mil toneladas de carga em 2005, das quais
quase 90% correspondem ao mineroduto de Mariana (MG) a Ponta do
Ubu (ES), da empresa Samarco. O Brasil possui pouco mais de 5,7 mil
km de gasodutos em seu território, com vazão nominal de 32,3 milhões
de toneladas de gás/ano; foram transportadas quase 15 milhões de tone-
148
Raphael Padula
1 49
Pens ar o Brasil: Transpor tes
30 O gás natural apresenta uma característica muito particular em relação aos demais
combustíveis, visto que, com a tecnologia atual, seu estado físico gasoso não permite estoca-
gem de grandes volumes a custos competitivos.
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Transporte aéreo
Esse tipo de transporte se dedica a passageiros e a carga de alto valor
agregado e pequeno volume, respondendo por somente 0,4% de parti-
cipação na matriz nacional de transportes de cargas e a cerca de 5% do
transporte de passageiros.
O planejamento do transporte aéreo sempre foi feito de forma se-
parada em relação aos demais modais de transporte. Tendo prevalecido
a visão de que a infra-estrutura desse modal é voltada para questões
militares, o setor, que é serviço de utilidade pública, foi tratado de forma
separada dos outros modais, sendo submetido antes ao Ministério da
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33 Segundo Martins (2007, p.13), “As empresas nacionais exploravam redes domésti-
cas que se estendiam por todo o território do país e algumas rotas internacionais, para as quais
tivessem designação. As redes domésticas ligavam entre si as capitais dos estados, o Distrito
Federal – Brasília, e alguns pólos de desenvolvimento turístico ou econômico regional, tais
como Porto Seguro, Foz do Iguaçu e Petrolina. A infra-estrutura de apoio a essas redes era
exclusivamente de aeroportos da INFRAERO”.
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Doméstica Internacional
Ano
Cargas (t Km) Crescimento Cargas (t /Km) Crescimento
2001 754.331.212 - 1.342.191.318 -
2002 742.650.656 - 2% 1.406.340.949 5%
2003 702.926.624 -5% 1.503.540.711 7%
2004 796.614.525 13% 1.652.528.708 10%
2005 898.072.116 13% 1.708.577.621 3%
Fonte: ANAC e DAC, anuários estatísticos de vários anos.
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sendo usada pelo governo para fazer superávit primário. Devemos ob-
servar, no entanto, que os recursos da Cide equivalem a apenas 0,4% do
PIB, montante pequeno perto do investimento anual necessário para
manter e restaurar a infra-estrutura de transportes do Brasil (2,0% do
PIB). A média dos últimos dois governos também não corresponde a
esse número.
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III
Eixos viários e um plano de ação
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0,5% do PIB, maior que o PPI do ano passado, que foi de 0,2% do PIB.
As leis propostas pelo governo no âmbito do PAC estão avançando no
Congresso. No primeiro trimestre de 2007, o governo gastou R$ 500
milhões com obras do PPI, menos de 5% do orçamento total previsto
para o ano, o que deve comprometer as metas. A demora na execução
de projetos pode fazer com que os recursos previstos no PPI não sejam
totalmente gastos. Técnicos estimam que se atinja, no máximo, 0,4%
do PIB em 2007. Com o desconto dos 0,5% do PIB alocados no PPI, o
superávit primário do governo alcançaria 3,75%, já que a previsão é de
4,25% do PIB. No primeiro trimestre do ano, o superávit bateu recordes,
chegando a 4,9% do PIB.
O PAC prevê investimentos de R$ 58,3 bilhões para o setor de
infra-estrutura logística de 2007 a 2010, sendo R$ 13,4 bilhões já no pri-
meiro ano. A parcela correspondente a desembolsos diretos do Estado
equivale a 11,7%. O restante vem de empresas estatais e do setor privado
– ou seja, depende das avaliações sobre a taxa de juros e a taxa interna
de retorno (TIR) dos investimentos, além de alterações em marcos re-
gulatórios. Para a execução dos investimentos do PAC estão previstos
R$ 34 bilhões do Orçamento Geral da União e o financiamento de R$ 17
bilhões pelo BNDES. No geral, o PAC privilegia a participação do inves-
timento privado na infra-estrutura logística e depende demasiadamente
desse tipo de investimento para obter sucesso, o que gera incertezas.
Essa dependência leva à necessidade de se adotar outras medidas, que
serão mencionadas no fim desta seção.
Se supusermos que a proporção de 11,7% será aplicada em 2007,
o Estado deverá investir em torno de R$ 1,6 bilhão. Também em 2007,
estão previstos investimentos de R$ 8,1 bilhões no modal rodoviário,
cerca de 60% do total do ano. Estima-se que 50 mil km precisam de
manutenção, recuperação e reconstrução, com custo estimado de R$
250 mil por km, o que indica a necessidade de R$ 12,5 bilhões, quantia
muito além da prevista.
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MODAL QTDE
Portos 12
Hidrovias 67 portos
Hidrovias 1 eclusa
Aeroportos 20
Fonte: PAC.
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MODAL KM
Rodovias 45.337
Invest. Público 42.090
Invest. Privado 3.247
Recuperação 32.000
Adequação/Duplicação 3.214
Construção 6.876
Ferrovias 2.518
Invest. Público 211
Invest. Privado 2.307
Fonte: PAC.
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Região Norte:
BR-364-AC: construção e pavimentação Sena Madureira – Feijó – Cru-
zeiro do Sul.
BR-319-AM: restauração, melhoramentos e pavimentação Manaus –
Porto Velho.
BR-163-MT–PA: pavimentação Guarantã do Norte – Rurópolis – Santa-
rém, incluindo o acesso a Miritituba (BR-230-PA).
BR-230-PA: pavimentação Marabá – Altamira – Medicilândia – Ruró-
polis.
BR-156-AP: pavimentação Ferreira Gomes – Oiapoque.
Construção da ferrovia Norte-Sul: Araguaína – Palmas.
Ampliação do Porto de Vila do Conde.
Construção das eclusas de Tucuruí.
Construção de terminais hidroviários na Amazônia.
Região Nordeste:
BR-101-Nordeste (RN-PB-PE-AL-SE-BA): duplicação e adequação de
capacidade.
Natal: entroncamento BR-324 (Feira de Santana).
BR-230-PB: duplicação João Pessoa – Campina Grande
BR-135-PI-BA-MG: pavimentação Jerumenha – Bertolínea – Eliseu
Martins.
Construção de trechos entre a divisa PI-BA e a divisa BA-MG; pavimen-
tação.
Divisa BA-MG – Itacarambi.
BR-116-BA: execução de ponte sobre o rio São Francisco – divisa PE-
BA.
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Sudeste:
Arco rodoviário do Rio de Janeiro, incluindo a BR-101-RJ.
BR-101-ES: adequação de capacidade na divisa RJ-ES (incluindo o con-
torno de Vitória)
BR-381-MG: adequação de capacidade e duplicação da Belo Horizon-
te – Governador Valadares, incluindo o contorno de Belo Horizonte,
subtrecho Betim
– Ravena (em pista dupla).
BR-153-365-MG: duplicação da divisa GO-MG – Trevão – Uberlândia.
BR-040-MG: Duplicação do trevo de Curvelo – Sete Lagoas.
BR-050-MG: Conclusão da duplicação da Uberaba – Uberlândia e du-
plicação
Uberlândia – Araguari.
BR-262-MG: duplicação Betim – Nova Serrana.
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Região Sul:
BR-101-SUL (SC-RS): duplicação Palhoça – Osório.
BR-116-RS: programa Via Expressa (Região Metropolitana de Porto
Alegre).
BR-386-RS: duplicação Tabaí – Estrela.
BR-392-RS: duplicação Pelotas – Rio Grande, inclusive contorno de Pe-
lotas.
BR-158-RS: pavimentação Santa Maria – Rosário do Sul.
BR-470-SC: duplicação da Navegantes – Blumenau – entroncamento de
acesso a Timbó.
BR-280-SC: duplicação da São Francisco do Sul – Jaraguá do Sul.
BR-282-SC: pavimentação da Lajes – Campos Novos – São Miguel –
Paraíso.
BR-153-PR: pavimentação Ventania – Alto do Amparo.
Construção da segunda ponte internacional sobre o rio Paraná em Foz
do Iguaçu.
BR-116-PR: adequação do contorno leste de Curitiba.
Construção do contorno de São Francisco do Sul.
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Centro-Oeste:
BR-163-364-MT: duplicação Rondonópolis – Cuiabá – Posto Gil.
BR-158-MT: pavimentação Ribeirão Cascalheira – divisa MT-PA.
BR-364-MT: pavimentação Diamantino – Campo Novo dos Parecis.
BR-242-MT: Pavimentação Ribeirão Cascalheira – Sorriso.
BR-158-MS-SP: construção da Ponte Paulicéia – Brasilândia.
BR-070-GO: duplicação da divisa DF-GO – Águas Lindas.
BR-060-DF-GO: conclusão da duplicação Brasília – Anápolis.
BR-153-GO: conclusão da duplicação Aparecida de Goiânia – Itumbiara.
Construção da Ferrovia Norte-Sul: Anápolis (porto seco) - Uruaçu (con-
cessão).
Construção do trecho da Ferronorte: Alto Araguaia – Rondonópolis
(obra privada com financiamento do BNDES).
Dragagem e derrocagem na hidrovia do Paraná–Paraguai.
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Portos
Programa de dragagem nos portos, R$ 1,1 bilhão.
Marítimos
Programa de modernização da Marinha Mercante, R$ 10,6 bilhões.
Projetos rodoviários
BR-153: divisa MG/SP – divisa SP/PR, 321,6 km.
BR-116: Curitiba – divisa SC/RS, 412,7 km.
BR-393: Divisa MG/RJ – entroncamento BR-116 (via Dutra), 200,4 km.
BR-101: Divisa ES/RJ – ponte Rio – Niterói, 320,1 km.
BR-381: Belo Horizonte – São Paulo, 562,1 km.
BR-116: São Paulo – Curitiba, 401,6 km.
BR-116-376-101: Curitiba – Florianópolis, 382,3 km.
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Novas obras
Parnaíba, ampliação e reforço de pátio e pista.
Recife, construção de quatro pontes de embarque.
Salvador, readequação do acesso ao aeroporto.
Vitória, construção do novo terminal de cargas.
Confins, ampliação do estacionamento de veículos em mais setecentas
vagas.
Guarulhos, ampliação da capacidade para mais 12 milhões de passagei-
ros/ano.
Tom Jobim, recuperação e revitalização dos sistemas de pistas e do ter-
minal de cargas.
Curitiba, ampliação da pista e ampliação do terminal de cargas em mais
5 mil m².
Florianópolis, ampliação da capacidade para 2,7 milhões de passagei-
ros/ano.
Porto Alegre, implantação do novo complexo logístico do aeroporto e
ampliação da pista de pouso e decolagem.
Cuiabá, complementação da reforma do terminal de passageiros.
Brasília, ampliação da capacidade para 11 milhões de passageiros/ano.
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2 Esta seção foi retirada, com algumas alterações, de Costa e Padula, 2007.
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Irrigação econômica
A questão da irrigação econômica é central para a matriz de transportes.
Sob esse aspecto, as ações prioritárias localizam-se na região Sudeste,
responsável por mais de 50% da produção de transportes no Brasil.
A delimitação geográfica compreendida pelo polígono São Paulo – Rio
de Janeiro – Belo Horizonte – Brasília demanda como prioritárias as
seguintes ações:
A. Recuperação de ferrovias:
A.1. Rio – São Paulo;
A.2. Rio – Belo Horizonte;
A.3. Campinas – Triângulo Mineiro – Brasília.
B. Recuperação e duplicação dos seguintes trechos rodoviários:
B.1. Rio – São Paulo (interligação com o trecho duplicado São Paulo
– Queluz);
B.2. São Paulo – Belo Horizonte;
B.3. Belo Horizonte – Juiz de Fora – Rio.
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Goiás tem bitola estreita, enquanto a linha MRS em Barra Mansa é mais
larga, o que demanda a construção de uma linha com bitola estreita
entre Barra Mansa e Itaguaí.
Indução ao desenvolvimento
Três regiões são prioritárias para ações de indução ao desenvolvimento
no setor de transportes: Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Todas podem
ser consideradas regiões de fronteira. As obras mais significativas para
uma efetiva ação em curto prazo são:
A. Região Centro-Oeste:
A.1. Recuperação e pavimentação do trecho da BR-158 entre Barra do
Garças e Brasília;
A.2. Recuperação do trecho ferroviário Campo Grande – Corumbá
(fronteira com a Bolívia) da ferrovia Novoeste.
B. Região Norte:
B.1. Implantação e consolidação da hidrovia Araguaia – Tocantins e de
suas interligações com a estrada de ferro Carajás, com o trecho existente
da ferrovia Norte-Sul e com o trecho ferroviário Norte-Nordeste a ser
construído (Imperatriz – Suape).
B.2. Recuperação da BR-230 entre Itaiutaba e Marabá.
B.3. Recuperação da BR-163 entre Sinop e Itaiutaba.
B.4. Recuperação dos trechos navegáveis dos rios da bacia Amazônica:
Juruá (Cruzeiro do Sul – Eirunepé – Rio Solimões), Purus (Rio Branco
– Lábrea – Rio Solimões), Japurá, Madeira (Porto Velho – Manicoré
– Rio Amazonas), Negro (São Gabriel da Cachoeira – Manaus – Rio
Amazonas/Solimões) e Teles Pires (viabilizando a navegação pela hidro-
via Tapajós – Teles Pires). Construção da eclusa de Tucuruí.
B.5. Recuperação e conclusão da BR-174, Manaus – Caracaraí – Boa
Vista.
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C. Região Nordeste:
A questão nordestina é uma questão nacional, e sua solução é funda-
mental para se alcançar a integração territorial, social e econômica do
Brasil. As políticas específicas de desenvolvimento exigirão uma atuação
de grande envergadura na área de infra-estrutura, visando a superar as
barreiras existentes. Além da Ferrovia Transnordestina, citada, devem
ser desenvolvidas as seguintes ações:
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Essas obras devem ser realizadas por meio de mutirões de micro, pe-
quenas e médias empresas regionais, sob a supervisão dos batalhões de
engenharia do Exército. O Exército tem sido utilizado há décadas na
construção de rodovias e ferrovias, e mais recentemente também em
obras de infra-estrutura dos portos. Tal opção tem grande importância,
pois é necessário realizar grande mobilização de pessoal e correta apli-
cação dos recursos destinados.
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Ações complementares
O plano de ação apresentado exige ações conjuntas de todas as esferas
– União, Estados e Municípios –, de empresas privadas, cooperativas,
associações de produtores e outras entidades da sociedade civil, visan-
do a superar outros problemas existentes no interior de micro-regiões,
cidades, distritos etc.
Além disso, são necessárias as seguintes ações complementares:
(a) Estradas alimentadoras: deve ser concedido apoio financeiro e
crédito complementar para a realização de obras de construção, recu-
peração e remoção de pontos de estrangulamento de 50 mil km de ro-
dovias vicinais. Os recursos, a serem mobilizados no período de quatro
anos, atingem R$ 360 milhões;
(b) Pátios e terminais: devem ser identificadas e vendidas todas as
áreas e edificações pertencentes à União e suas empresas que possam
ser usadas para a instalação de equipamentos de infra-estrutura pelo
setor privado, de modo a racionalizar processos produtivos integrados a
redes de grande capacidade de transporte (ferrovias e hidrovias).
(c) Armazenagem dentro das propriedades: deve-se apoiar e finan-
ciar a construção de armazéns coletores por proprietários, por coope-
rativas e por associações de produtores, estabelecendo-se como meta
a construção de 30 milhões de toneladas de capacidade até 2005. Esse
programa de construção traz como condicionante implícita que todas as
cidades tenham acesso, a pelo menos, uma unidade armazenadora lo-
cal para realizar todo o processamento, limpeza e secagem da produção
agrícola de seus produtores. Além disso, devem ser identificados todos
os armazéns pertencentes à União e às suas empresas que possuam ca-
racterísticas típicas de armazenagem coletora, para que sejam integral-
mente transferidos para associações de produtores e/ou cooperativas
localizadas em sua área de influência. A necessidade de recursos é de R$
1,8 bilhão em oito anos.
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IV. Considerações gerais sobre a integração
sul-americana e a IIRSA
O quadro geral
A integração sul-americana passa pela construção de uma infra-estru-
tura específica. Por causa de fatores históricos, geográficos, econômicos,
políticos e culturais, as principais áreas de concentração econômica e
populacional do continente estão distribuídas de forma heterogênea
e dispersa, concentradas na faixa litorânea, voltadas para o comércio
exterior. Inexistem, ou existem de forma muito inadequada, conexões
viárias entre elas.1 A região é como um arquipélago, com escassas cone-
xões realizadas por longas rodovias. Os modais ferroviário e aquaviário,
mais baratos e característicos para transportes de grandes cargas e de
longa distância, não são utilizados para integrar a região, ao contrário
do que ocorre nos Estados Unidos e na Europa. O transporte de cabota-
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gem, que deveria ser o principal modal para transporte de cargas entre
regiões costeiras, não é amplamente utilizado. As ligações dependem do
modal rodoviário, o que resulta em custos extraordinariamente eleva-
dos. O potencial de comércio entre as principais áreas econômicas da
região, especialmente entre as áreas do Atlântico e do Pacífico, não é
devidamente explorado. O centro da região, área dotada de importantes
recursos e ricos ecossistemas, não está devidamente ocupado e interli-
gado ao restante do continente e ao mundo. O interior é praticamente
despovoado. Exemplo disso é a região amazônica.2
A vasta dimensão do continente e a longa distância entre seus cen-
tros exigem consideráveis fluxos de transportes de longa distância, pre-
dominantemente realizados pelo modal rodoviário, gerando elevadíssi-
mos custos ao comércio intra-regional. A conseqüência desses custos,
que tanto atrapalham a integração sul-americana, é o baixo crescimento
do PIB em diversas áreas, pela falta de uma integração adequada que
gere sinergias. Estimamos que o PIB da região, como um todo, deixe de
crescer em torno de 2% a cada ano pela falta de conexões adequadas,
através de um sistema intermodal eficiente. O transporte realizado por
ferrovias, cruzando e interligando o continente, e por cabotagem, ao
longo da costa, são os mais racionais e devem ter peso crescente na ma-
triz regional. Esses modais foram deixados de lado pela prioridade dada
ao modal rodoviário em todos os países da região.
É necessário desenvolver um sistema de transportes eficiente que
integre toda a região, irrigue regiões saturadas e induza o desenvolvi-
mento e a ocupação de regiões subdesenvolvidas, subutilizadas, subo-
cupadas e subexploradas. A América do Sul precisará investir muitos
bilhões de dólares para construir sua integração física, base da integra-
ção política, econômica, social e cultural. São necessárias construções
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Bitola em metros
1,676 1,600 1,435 1,067 1,000 0,914
Argentina 20.545 - 2.772 - 10.655 -
Bolívia - - - 3.538 - -
Brasil - 3.472 194 - 25.784 -
Colômbia - - 150 - - 2.688
Costa Rica - - - 950 - -
Chile 4.311 - - 341 3.958 -
Equador - - - 965 - -
Paraguai - - 441 - - -
Peru - - 1.782 - - 345
Uruguai - - 3.001 - - -
Venezuela - - 634 - - -
Total 24.856 3.472 8..974 2.306 43.935 3.033
Fontes: Jane’s World Railways, 1994, elaborado por Costa, 2003, p. 140.
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4 Góes, Francisco. “Mercosul sofre com gargalo aduaneiro”. In Valor Econômico (jor-
nal), 17/05/2007.
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V. Breves considerações finais
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Bibliografia
Páginas na Internet
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ANTT – www.antt.gov.br
ANTAQ – www.antaq.gov.br
ANTF – www.antf.gov.br
ASLOG - www.aslog.org.br/
BNDES – www.bndes.gov.br
CEL-COPPEAD/UFRJ – www.centrodelogistica.com.br
CENTRAN – www.centran.eb.br/plano_logistica
CNI – www.cni.org.br/
CNT – www.cnt.org.br/
DNIT – www.dnit.gov.br
IIRSA – www.iirsa.org
Infraero – www.infraero.gov.br/
Petrobras – www.petrobras.com.br/
Transpetro – www.transpetro.com.br/
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GÓES, Francisco. “Mercosul sofre com gargalo aduaneiro”. Valor Econômico (jor-
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LIST, Friedrich (1841). Sistema nacional de economia política. São Paulo: Abril Cul-
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