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editorial

Julho/Agosto 2009
Ricardo Martins rmartins@ife.pt
«Não haja medo que a sociedade se desmorone sob um excesso
de altruísmo. Não há perigo desse excesso».
Fernando Pessoa

Não vivemos num mundo ideal. Nem num mundo possível, porque com esforço conseguíamos fazer melhor do que aquilo
que nos passa à frente no dia-a-dia. Mas que não seja este um rol de lamentos, e antes uma tentativa (provavelmente não
conseguida) de elogiar quem faz o Bem. O excesso de altruísmo, já dizia Fernando Pessoa, não decreta o fim da sociedade.
Imaginava o poeta que nunca chegaríamos a esse “extremo”. No entanto, mesmo o excesso talvez melhorasse algo na nossa
vivência. Mário Rui Araújo tenta-o. O professor do ISAVE partiu para o Nepal para ensinar hábitos de saúde oral a uma po-
pulação sem rotinas de higiene nesse campo, e espera também ganhar algo com isso: riqueza pessoal. Daquela que não se
deposita no banco, mas que se guarda dentro do peito. Aquela que, no fundo, nos torna pessoas melhores.

120 anos. É essa a idade que alguns especialistas apontam como sendo o limite que o corpo humano consegue atingir. A
esperança média de vida aumenta a cada década que passa e esse limiar já não parece tão fictício quanto isso. No entanto,
a única certeza é de que a espécie humana está cada vez mais envelhecida. Resolvemos dedicar o dossier deste número à
Saúde Oral Sénior, também um importante factor na saúde em geral. Podemos ainda não chegar aos 120, mas se o formos
tentando que seja com um sorriso nos lábios. Um sorriso nosso.

Quem dança os seus males espanta. Não é assim o ditado, mas adequa-se perfeitamente a Denise Lameiro, médica dentista
de Aveiro que faz dos ritmos dançantes o seu escape para uma vida partilhada entre clínica e estudo. São Outras Vidas.

Este número quem tem em mãos marca o 11.º aniversário da nossa revista. Ou melhor, o 11.º ano de vida desta sua revista.
Obrigado por nos acompanhar.

Ricardo Martins

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