Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
net/publication/237644909
Article
CITATION READS
1 1,785
1 author:
Cristina Bastos
University of Brasília
27 PUBLICATIONS 310 CITATIONS
SEE PROFILE
All content following this page was uploaded by Cristina Bastos on 24 November 2015.
REVISÃO
RESUMO: A simples presença de uma determinada praga em uma cultura não deve governar
a tomada de decisão de controle da mesma. Ao contrário, esta decisão consiste em um dos
pontos chave do Manejo Integrado de Pragas, ou seja, controlar a praga se a mesma poderá
causar prejuízo econômico à lavoura. Entretanto, para que a tomada de decisão de controle
seja racional, a população das pragas deve ser analisada em termos quantitativos a fim de
definir numericamente sua abundância espacial e temporal. O método mais eficiente para a
obtenção das estimativas das densidades populacionais das pragas é através da amostragem.
Neste contexto, serão abordados neste artigo de revisão os sistemas de amostragem e de
tomada de decisão no manejo integrado das pragas do algodoeiro.
ABSTRACT: The single presence of a pest in a crop should not influence the decision for
control this pest. On the opposite, to make this decision is the key stone of Integrated Pest
Management, i.e., to control the pest when its density is suitable to cause economical
threat to the crop. However, in order to be rational, the decision of control should be based
in quantitative terms of the pest population, to numerically estimate its abundance in time
and space. Then, sampling is the most effective method to evaluate the estimative of pest
population densities. In this context, it will be reported in this review article sampling
methods and information to take action control in cotton Integrated Pest Management.
Dados da FAO (2006) demonstram que na safra de 2005 o Brasil ocupou o sexto lugar na
produção mundial de fibra algodão, produzindo 1.195.500 toneladas métricas de fibra, o que
correspondia a cerca de 5,09% da produção mundial. Apesar desta posição em relação ao cenário
mundial, a produtividade brasileira apresenta-se próxima àquelas alcançadas pelos principais países
1
Embrapa Algodão, Rua Osvaldo Cruz, 1143, Centenário, 58107-720, Campina Grande – PB. E-mail: cristina@cnpa.embrapa.br
2
Departamento de Biologia Animal, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG. E-mail: picanco@ufv.br
3
Universidade Federal da Paraíba, Areia – PB. E-mail: tadeucb@yahoo.com.br
Rev. bras. ol. fibros., Campina Grande, v.10, n.3, p.1119-1146, set./dez. 2006
1120 C.S. BASTOS, et al.
produtores, situando-se em torno de 2.906 kg/ha (CONAB, 2006). Mato Grosso é considerado o
principal estado produtor do país e também o que alcança as maiores produtividades (CONAB,
2006).
Considerando-se apenas o aspecto econômico, observa-se que qualquer estratégia que venha
a minimizar estes gastos contribuirá para aumentar a eficiência do sistema. Isso sem levar em
conta os problemas secundários advindos da adoção de uma tática baseada exclusivamente na
mortalidade de pragas, quais sejam: a) evolução de resistência de pragas; b) erupção de pragas; c)
ressurgência de pragas; d) mortalidade de organismos benéficos e etc (RIPPER, 1956). Além
disso, existem ainda os problemas decorrentes dos efeitos tóxicos dos inseticidas sobre o ambiente
como um todo.
No caso específico do algodoeiro, poucos anos após a introdução e uso em larga escala dos
inseticidas orgânicos sintéticos na região do Cotton Belt, Helicoverpa zea (Boddie, 1850)
(Lepidoptera: Noctuidae) alterou seu estatus de praga de ocorrência ocasional para praga chave.
Durante o mesmo período Heliothis virescens (FABRICIUS, 1977) (Lepidoptera; Noctuidae) saiu da
relativa obscuridade para tornar-se a principal praga do algodão. Ácaros, anteriormente
desconhecidos como pragas do algodão na maior parte da região do Cotton Belt, também alcançaram
o estatus de praga em vários locais daquela região. Outros artrópodes-praga também seguiram o
mesmo padrão, em conseqüência do uso abusivo de inseticidas orgânicos sintéticos. O uso de
misturas de inseticidas resolveu temporariamente os problemas resultantes das mudanças no estatus
de praga das várias espécies de artrópodes (BRADLEY JR., 1996).
Rev. bras. ol. fibros., Campina Grande, v.10, n.3, p.1119-1146, set./dez. 2006
SISTEMAS DE AMOSTRAGEM E TOMADA DE DECISÃO NO MANEJO 1121
Um problema mais sério começou a surgir cerca de cinco anos após a adoção dos inseticidas
do grupo dos organoclorados nas lavouras algodoeiras: populações resistentes do curuquerê do
algodoeiro e do pulgão do algodoeiro começaram a aparecer. A significância deste fenômeno não
foi constatada até que resistência a inseticidas do grupo dos organoclorados foi detectada em
populações do bicudo na Louisiana, em 1955. No caso do bicudo, a principal mudança foi o aumento
no uso de misturas de inseticidas ou a substituição total dos organoclorados pelos organofosforados.
Todos estes fatos, considerados conjuntamente “forçaram” a implementação da filosofia de manejo
integrado de pragas (MIP) mais rapidamente na lavoura algodoeira (BRADLEY JR., 1996).
2 Teoria do MIP
Segundo Pedigo (2002), muitas definições têm sido sugeridas para o termo Manejo Integrado
de Pragas (MIP) e muitas delas têm em comum três elementos: a) a adoção de múltiplas táticas
(por exemplo, inimigos naturais, variedades resistentes e inseticidas) utilizadas de maneira
compatível; b) a manutenção da densidade populacional das pragas abaixo de níveis que causem
prejuízo econômico e c) a conservação da qualidade ambiental. Neste contexto, o termo pode ser
definido como “uma tecnologia de convívio com pragas, que combina vários meios, de forma a
reduzir o estatus das pragas a níveis toleráveis, ao mesmo tempo em que contribui para a
manutenção da qualidade ambiental” (PEDIGO, 2002).
Pela análise da definição percebe-se que um dos pontos críticos do conceito envolve a
correta categorização dos competidores. De acordo com Pedigo (2002), existem quatro categorias
de pragas:
• Pragas não econômicas: pragas cuja posição de equilíbrio (densidade ao longo do tempo)
sempre se localiza abaixo do nível de dano econômico (NDE).
• Pragas secundárias: pragas cuja posição de equilíbrio (densidade ao longo do tempo)
ocasionalmente alcança o NDE.
• Pragas-chave (perenes): pragas cuja posição de equilíbrio (densidade ao longo do tempo)
freqüentemente alcança o NDE.
• Pragas severas: pragas cuja posição de equilíbrio (densidade ao longo do tempo) se localiza
acima do NDE.
A inclusão de um dado organismo em uma destas categorias implicará em maior ou menor
freqüência na adoção de medidas de controle, que reduzam a densidade populacional da praga a
níveis toleráveis ou alterem seu estatus de praga severa, chave ou secundária para praga não
econômica (PEDIGO, 2002).
Rev. bras. ol. fibros., Campina Grande, v.10, n.3, p.1119-1146, set./dez. 2006
1122 C.S. BASTOS, et al.
recurso monetário requerida para supressão da injúria do inseto se iguala à perda monetária potencial,
advinda do ataque deste mesmo inseto;
• Injúria: o efeito da atividade da praga na fisiologia do hospedeiro, sendo usualmente deletério.
Relacionado à praga e às suas atividades;
• Dano: perda mensurável na utilização do hospedeiro, incluindo quantidade de produção,
qualidade ou estética. Relacionado à cultura e a sua resposta à injúria;
• Nível de dano econômico (NDE): a menor densidade de insetos ou o menor nível de injúria
que será capaz de causar dano econômico. Como a injúria é mais difícil de ser estimada do que o
número de insetos, este último normalmente é utilizado no processo de tomada de decisão e
representa uma medida indireta da injúria tolerada pelas plantas. O NDE pode ser calculado através
da fórmula:
Onde,
C = Custo de manejo/área (Ex: R$/ha)
V = Valor de mercado/unidade de produção (Ex: R$/kg de pluma)
I = Unidades de injúria por inseto por unidade de produção (Ex: % de desfolha/inseto/ha)
D = Dano/unidade de injúria (Ex: kg de pluma perdido/ha/%desfolha)
K = Redução proporcional no potencial de injúria ou dano (relativo à eficiência do método
de controle empregado, por ex: 0,8 para 80%).
Considerando que em, algumas situações, I e D são difíceis de serem obtidos (caso de
insetos sugadores), normalmente estas duas variáveis têm sido estimadas a partir do coeficiente b
do modelo linear de regressão estabelecido entre a produtividade e o número de insetos por área.
Rev. bras. ol. fibros., Campina Grande, v.10, n.3, p.1119-1146, set./dez. 2006
SISTEMAS DE AMOSTRAGEM E TOMADA DE DECISÃO NO MANEJO 1123
NC = NDE x C-x
onde,
C = fator de aumento por unidade de tempo (por ex., 0,5 por semana, representa um
aumento de 50% por semana);
x = período de tempo em questão, expresso em semanas.
A Figura 1 apresenta uma representação gráfica destes níveis, tendo sido adaptada
de Pedigo (2002), Pedigo e Higley (1996) e Bohmfalk et al. (1996):
FIG. 1. Representação gráfica da relação entre número de insetos, tempo e níveis utilizados na tomada de
decisão. Adaptado de: PEDIGO (2002); BOHMFALK et al. (1996).
Rev. bras. ol. fibros., Campina Grande, v.10, n.3, p.1119-1146, set./dez. 2006
1124 C.S. BASTOS, et al.
Várias técnicas podem ser utilizadas para a amostragem dos insetos em geral e muitas delas
são empregadas para a amostragem dos insetos que infestam a lavoura algodoeira. Todavia, antes
de serem mencionadas, deve-se considerar para o monitoramento da lavoura (PEDIGO, 2002;
BINNS et al., 2000):
• a seleção da unidade amostral: proporção do habitat na qual é feita a contagem de insetos;
• a técnica de amostragem: o método utilizado para coletar informação de uma unidade
amostral;
• o programa de amostragem: procedimento que emprega a técnica de amostragem para
obter uma amostra e fazer uma estimativa de densidade. Determina como a amostra será retirada,
isto é, o estágio do inseto a amostrar, o no de unidades amostrais, o padrão espacial de obtenção
das unidades amostrais e a época de amostragem. Os principais programas de amostragem utilizados
no manejo integrado de pragas das culturas em geral são a amostragem convencional e a
amostragem sequencial. A amostragem convencional envolve a avaliação de um número ou tamanho
de amostra fixo, exigindo maior tempo para a tomada de decisão. A amostragem convencional
envolve avaliação de amostras de tamanho variável, evitando a retirada de uma amostra de tamanho
excessivo, o que resulta em economia de tempo e esforço na amostragem, pois utiliza em torno de
1/3 do tamanho da amostra que seria requerida para a tomada de decisão na amostragem
convencional (NAKANO et al., 1981).
Rev. bras. ol. fibros., Campina Grande, v.10, n.3, p.1119-1146, set./dez. 2006
SISTEMAS DE AMOSTRAGEM E TOMADA DE DECISÃO NO MANEJO 1125
antes da antese (de aproximadamente 7-27 dias de idade), por serem as mais atacadas pelos
insetos (SIEBERT et al., 2005).
Wolfenbarger & Norman (1999) utilizaram 100 estruturas reprodutivas de algodão (botões
florais e maçãs pequenas) por campo, como unidades amostrais, para estimar as populações de
Anthonomus grandis (Boheman, 1843) (Coleoptera: Curculionidae), H. zea e H. virescens. Entretanto,
a avaliação da infestação de Pectinophora gossypiella (Saunders, 1844) (Lepidoptera: Gelechiidae)
em maçãs completamente desenvolvidas não foi considerada adequada para a tomada de decisão
em iniciar o controle químico do inseto. A estimativa do número de lagartas jovens em relação ao
número total de lagartas presentes nas maçãs foi considerada como um parâmetro mais confiável
para este propósito (EL SALAM et al., 1992). Todavia, Kalra & Sharma (1992) relatam que a
amostragem de lagartas que atacam as maçãs do algodoeiro, dentre estas P. gossypiella, pode ser
realizada através da avaliação de quatro maçãs retiradas do dossel mediano das plantas oriundas
de cinco plantas/parcela. Já Zhou e Luo (1987) sugerem que a amostragem de P. gossypiella deve
ser feita considerando-se a população da praga a ser avaliada. Isto é, na avaliação da segunda
geração da praga, deve-se proceder à contagem de ovos em maçãs pertencentes aos seis primeiros
ramos reprodutivos; a avaliação dos ovos depositados pela terceira geração da praga deve ser
feita em maçãs pertencentes ao décimo até o décimo terceiro ramos reprodutivos. Desta forma o
número de amostras é reduzido em 36 a 44%, além de haver redução no tempo e no custo da
amostragem.
Em muitos casos, a unidade amostral selecionada para avaliação das densidades populacionais
de insetos é variável, em função do desenvolvimento fenológico das plantas. Hardee et al. (1994)
realizaram estudos para determinação dos procedimentos de amostragem a serem adotados para
o pulgão do algodoeiro. Em função dos resultados encontrados, sugeriram que as seguintes unidades
amostrais deveriam ser adotadas para monitoramento do pulgão do algodoeiro, durante o ciclo de
crescimentos das plantas: 1) quatro a seis semanas após o plantio – amostrar a quarta folha
totalmente expandida a partir do ápice; 2) sete a nove semanas após o plantio – amostrar a
Rev. bras. ol. fibros., Campina Grande, v.10, n.3, p.1119-1146, set./dez. 2006
1126 C.S. BASTOS, et al.
primeira folha do ramo localizado a 1/3 do ápice das plantas; 3) resto da estação de crescimento
– amostrar a primeira folha do ramo, localizado acima do primeiro ramo frutífero basal.
Várias espécies têm sido monitoradas através da utilização de redes. Zink e Rosenheim
(2004) utilizaram redes para amostragem de Lygus hesperus (Knight) (Hemiptera: Miridae) e
verificaram que a eficiência da amostragem através desta técnica era alterada pelo estágio de
desenvolvimento e pelo sexo do inseto. Como tanto o estágio quanto o sexo da praga podem
alterar a capacidade de injúria dos artrópodes, faz-se necessário que as amostragens realizadas
considerem a correção destas distorções.
Rev. bras. ol. fibros., Campina Grande, v.10, n.3, p.1119-1146, set./dez. 2006
SISTEMAS DE AMOSTRAGEM E TOMADA DE DECISÃO NO MANEJO 1127
objetivando a aplicação de inseticida, seja realizada contagem direta. Alguns autores recomendam
que mesmo na amostragem de insetos para os quais o uso de armadilhas com feromônio é uma
realidade, a utilização da técnica deve ser feita levando-se em conta a aplicabilidade restrita da
mesma, em função de permitir que somente a fase adulta seja monitorada, apesar de alguns
autores mencionarem a existência de grande correlação entre o número de adultos capturados em
armadilhas e a infestação de maçãs com larvas (QURESHI et al., 1993). Outras técnicas que
permitem avaliar, por exemplo, a quantidade de ovos depositados pelas fêmeas, podem servir
tanto como indicador indireto da atividade de fêmeas adultas quanto possibilitar a detecção de
infestações larvais subsequentes (HUTCHISON, 1999). No caso de optar-se pelo uso de armadilhas
contendo feromônio, deve-se atentar para sua localização, a qual pode alterar a eficiência de
coleta. Legget et al. (1994) verificaram que armadilhas tipo delta, contendo feromônio (gossyplure)
e utilizadas para monitoramento das populações de P. gossypiella, capturavam mais adultos do
inseto quando eram fixadas 0,6 metros acima do nível do solo do que quando eram mantidas à
altura do dossel. Todavia, o posicionamento da armadilha (Norte, Sul, Leste, Oeste) e sua localização
no campo (se em torno da lavoura ou no interior desta) não alteraram a eficiência de captura. No
caso de armadilhas a base de feromônio, há que se considerar ainda a queda na eficiência de
captura, comum na presença de altas densidades de emissão natural do feromônio (altas densidades
de fêmeas, no caso de H. virescens) (WITZ et al., 1992).
Algumas técnicas amplamente utilizadas em outros cultivos (como o da soja) também têm
sido empregadas para amostragem de pragas do algodoeiro. Um estudo comparativo realizado
para avaliar a eficiência relativa do método do pano de batida e da amostragem por sucção
demonstrou que o número de insetos pertencentes a quatro taxa e o número total de predadores
no pano de batida por metro de fileira foi maior do que aquele estimado pela amostragem por
sucção (SMITH e STEWART, 1999). Todavia, o uso de baldes plásticos de 12,50 L de capacidade
associado à batida de plantas demonstrou ser um método mais rápido e confiável de amostragem
de insetos predadores na lavoura algodoeira do que o uso de redes e de contagem visual (KNUTSON
e WILSON, 1999).
Rev. bras. ol. fibros., Campina Grande, v.10, n.3, p.1119-1146, set./dez. 2006
1128 C.S. BASTOS, et al.
Rev. bras. ol. fibros., Campina Grande, v.10, n.3, p.1119-1146, set./dez. 2006
SISTEMAS DE AMOSTRAGEM E TOMADA DE DECISÃO NO MANEJO 1129
folhas e as armadilhas adesivas foram entre 3,6 a 19,7 vezes mais caras. Baseado na variabilidade
entre amostras e nos custos para obtenção das estimativas, a técnica de estimativa da abundância
de adultos de B. tabaci via contagem dos insetos na face ventral das folhas foi considerada a mais
eficiente e confiável. Natwick et al. (1995) testaram a aplicabilidade de três tipos de armadilhas
amarelas adesivas, dois equipamentos de sucção (bug buster e D-vac) de insetos, pano preto
associado a um fino filme de óleo e amostragem da planta inteira através do empacotamento em
sacolas plásticas individuais, para amostragem de adultos de mosca branca e constataram que
tanto o pano preto quanto os dois equipamentos de sucção permitiram a obtenção de boas
estimativas. As estimativas populacionais obtidas por estes dois métodos foram altamente
correlacionadas com aquelas obtidas através da contagem da planta inteira. Todavia, o método do
pano preto foi considerado o mais barato, o mais rápido e o que menos demandou a utilização de
mão-de-obra.
Rev. bras. ol. fibros., Campina Grande, v.10, n.3, p.1119-1146, set./dez. 2006
1130 C.S. BASTOS, et al.
adesivos coloridos, que podem ser de diferentes tipos e cores. Diraviam e Uthamasamy (1992)
utilizaram armadilhas amarelas e aluminizadas, de formato cilíndrico para amostragem de diferentes
espécies de Thysanoptera, incluindo algumas que atacavam o algodoeiro. Rao et al. (1989) utilizaram
armadilhas adesivas amarelas para monitoramento de B. tabaci.
Pode ser definido como o procedimento que emprega a técnica de amostragem para obter
uma amostra e fazer uma estimativa da densidade. Os programas de amostragem fornecem indícios
de como a amostra deve ser retirada, incluindo: (1) o estágio do inseto a amostrar; (2) o número de
unidades amostrais; (3) o padrão espacial para obtenção das unidades amostrais (Figura 3) e (4) a
época de amostragem (PEDIGO, 2002).
FIG. 3. Padrões de caminhamento utilizados na amostragem de insetos. Fonte: BOHMFALK et al., 1996
Rev. bras. ol. fibros., Campina Grande, v.10, n.3, p.1119-1146, set./dez. 2006
SISTEMAS DE AMOSTRAGEM E TOMADA DE DECISÃO NO MANEJO 1131
curativas. Nestes casos a melhor solução é, cerca de dois a três dias após a realização da
amostragem, proceder novo monitoramento (UNIVERSITY OF CALIFORNIA, 1996).
1) Retirada de 100 amostras por talhão homogêneo (10 ha), ao acaso, percorrendo-se a
área em ziguezague ou demarcando-se 20 pontos de amostragem ao acaso, sendo oito pontos na
bordadura e 12 pontos no interior da área, em cada um dos quais se retiram cinco amostras. No
caso da avaliação de viroses, deve-se escolher 100 pontos de amostragem por unidade (10 ha),
sendo 30 pontos na bordadura e 70 no seu interior, e contar o número de plantas com vírus em um
metro linear de plantas em cada ponto. A freqüência de amostragem é variável com a fase da
cultura, devendo ser realizada, pelo menos, uma vez por semana da germinação ao florescimento,
duas vezes por semana do florescimento ao primeiro capulho e uma vez por semana do capulho à
colheita (GALLO et al., 2002).
2) Tomar aleatoriamente 100 plantas em talhões de até 100 ha, em área homogênea,
através do caminhamento em ziguezague. A ficha de amostragem deverá ser preenchida, anotando-
se na linha do número correspondente a planta examinada e, somente quando necessário, na
célula pertencente à coluna da praga ou dos inimigos naturais. Em relação a quando amostrar, os
dois principais aspectos a serem levados em consideração são o período crítico e a freqüência de
amostragem. O primeiro é definido para cada espécie de inseto, caracterizado pela fase do
desenvolvimento da cultura mais suscetível ao ataque da praga. No caso do pulgão do algodoeiro,
esta fase se estende da germinação ao aparecimento do primeiro capulho. A freqüência determina
o intervalo de cada avaliação da praga, devendo ser realizada a cada cinco dias (ALMEIDA e
SILVA, 1999).
3) Monitorar as pragas e os inimigos naturais duas vezes por semana (três a quatro dias de
intervalo). Durante o planejamento da lavoura, a área total de cultivo deve ser dividida em talhões,
visando permitir amostragens representativas. Os talhões devem ser uniformes (época de
semeadura, variedade, topografia, tratos culturais, proximidade de focos de infestação e áreas de
risco de pragas e doenças, etc). O tamanho de cada talhão varia em função dessa uniformidade,
não devendo exceder 100 ha, mesmo em áreas muito uniformes do cerrado brasileiro, pois as
pragas habitualmente não têm distribuição uniforme. O percurso na lavoura deve ser em espiral,
fazendo-se primeiro a área referente às bordaduras e posteriormente atingindo o interior da cultura,
enquanto o caminhamento deve ser em ziguezague (DEGRANDE, 1998a, b);
Rev. bras. ol. fibros., Campina Grande, v.10, n.3, p.1119-1146, set./dez. 2006
1132 C.S. BASTOS, et al.
No caso específico do bicudo do algodoeiro, dados de Pierozzi Jr. et al. (1996) demonstram
que, como a amostragem é destrutiva, o plano de amostragem deve variar em função da área
amostrada e ser realizado com freqüência semanal. Assim, para lavouras com área entre 1-10 ha,
amostrar 100 plantas e/ou frutos; com área entre 11-50 ha, amostrar 150 plantas e/ou frutos;
com área entre 51-150 ha, amostrar 200 plantas e/ou frutos; com área entre 151 – 250 ha,
amostrar 230 plantas e/ou frutos e com área entre 251-350 ha, amostrar 250 plantas e/ou frutos.
Lavouras áreas maiores que 350 hectares devem ser divididas em áreas menores, as quais devem
ser consideradas separadamente em relação ao índice de infestação, aplicando-se o tamanho da
amostra para a área de cada divisão.
Pizzamiglio et al. (1989) também recomendam que seja utilizado número de amostras variável
em função da densidade das espécies Eutinobothrus brasiliensis (Hambleton, 1937) (Coleoptera:
Curculionidae), Alabama argillacea (Hübner, 1818) (Lepidoptera: Noctuidae) e Dysdercus sp.
(Hemiptera: Pyrrhocoridae). Entretanto, no caso de A. gossypii, os autores ressaltam que a
ocorrência deste inseto na lavoura em altas densidades populacionais torna os planos de amostragem
baseados em presença e ausência do inseto mais adequados para sua amostragem. Desta forma,
a proporção de plantas infestadas por A. gossypii pode ser facilmente convertida, para a densidade
do inseto que ocorre infestando as plantas, através de modelos criados para este fim, tornando a
estimativa menos subjetiva. De acordo com plano de amostragem proposto por estes autores,
para um mesmo nível de acurácia, à medida que a densidade de insetos cai, o número de amostras,
requeridas para a tomada de decisão, aumenta.
STERLING et al. (1996) atentam para o fato de que, apesar dos NC’s serem amplamente
empregados no MIP do algodoeiro, existe a necessidade de inclusão de mais variáveis no cálculo
destes NC’s, com o objetivo de que sejam levadas em consideração todas as variáveis que influenciem
os custos, os benefícios e os lucros obtidos com o emprego de uma dada tática. Para tal, estes
autores têm sugerido o cálculo do Comprehensive Economic Thresholds ou nível de controle
compreensivo, via construção de modelos multidimensionais, como o TEXCIM50 (STERLING et
al., 1992), o TEXCIM for Windows (STERLING et al., 1993), o TEXCOT ou o ICEMM (LANDIVAR
et al., 1991) os quais permitem simular os efeitos de muitas variáveis simultaneamente, ao invés
de focar simplesmente a densidade da praga ou injúria.
De toda maneira, algumas regiões da Austrália e dos Estados Unidos incluem em seus planos
de amostragem convencional, além do monitoramento da praga, o monitoramento do hospedeiro
e, em alguns casos, alguns grupos de inimigos naturais (FARREL e JOHNSON, 2005; BOHMFALK
et al., 1996; UNIVERSITY OF CALIFORNIA, 1996).
Rev. bras. ol. fibros., Campina Grande, v.10, n.3, p.1119-1146, set./dez. 2006
C.S. BASTOS, et al. 1133
Continua...
Rev. bras. ol. fibros., Campina Grande, v.10, n.3, p.1119-1146, set./dez. 2006
1134 SISTEMAS DE AMOSTRAGEM E TOMADA DE DECISÃO NO MANEJO
TABELA 1. Continuação...
Rev. bras. ol. fibros., Campina Grande, v.10, n.3, p.1119-1146, set./dez. 2006
C.S. BASTOS, et al. 1135
em diferentes pontos de talhões de no máximo 50 ha; pano de batida: amostrar pelo menos 8-10
metros por campo; rede entomológica: pelo menos seis amostras de batida de rede/ campo); 3)
amostragem dos níveis de parasitismo de ovos por Trichogramma spp. (Hymenoptera:
Trichogrammatidae) e Telenomus spp. (Hymenoptera: Scelionidae); 4) amostragem do parasitismo
larval por Microplitis spp. (Hymenoptera: Braconidae); 5) frequência de amostragem semanal ou
antes que uma pulverização seja realizada; 6) monitoramento do hospedeiro (algodoeiro); 6) adoção
de níveis de controle dinâmicos em função das características do hospedeiro (estruturas danificadas,
abortadas, retenção de estruturas reprodutivas, etc); 7) amostragem de predadores para cálculo
da taxa predação = predadores (joaninhas, percevejos Nabidae e Reduviidae, bicho-lixeiro, Geocoris
(Hemiptera: Lygaeidae), etc)/praga [(Ovos de Helicoverpa spp. – % de ovos parasitados) + larvas
muito pequenas + larvas pequenas]. Todos estes fatores são levados em conta na tomada de
decisão do manejo integrado de pragas do algodoeiro (FARREL e JOHNSON, 2005).
O plano de amostragem convencional adotado por algumas regiões dos EUA para o manejo
integrado de pragas do algodoeiro considera: 1) o desenvolvimento do hospedeiro (número de
botões e maçãs de primeira, segunda e terceira posição no ramo reprodutivo, altura da planta,
número de ramos abaixo do primeiro ramo reprodutivo, número de nós acima da primeira flor
branca, número de nós acima do primeiro capulho, retenção de botões na primeira posição dos
primeiros cinco ramos reprodutivos a partir do ápice das plantas, retenção de botões e maçãs nos
primeiro cinco ramos reprodutivos a partir da base das plantas); 2) as taxas altura/nó, taxa de
crescimento, % de retenção de frutos nos primeiro cinco ramos reprodutivos superiores ou inferiores,
número médio de nós de ramos frutíferos de primeira posição, número médio de nós acima da
primeira flor branca e acima dos capulhos; 3) os graus-dias acumulados pelas plantas; 3) amostragem
de insetos através da contagem visual e por intermédio de redes entomológicas (no caso de
percevejos); 4) uso de armadilhas contendo feromônios, armadilhas adesivas amarelas e de graus-
dia acumulados pela praga para monitoramento dos ciclos das populações das pragas; 5) adoção
de um dos tipos de caminhamento na lavoura apresentados na Figura 3 (BOHMFALK et al.., 1996;
UNIVERSITY OF CALIFORNIA, 1996).
Algumas regiões dos EUA já possuem plano de amostragem sequencial para H. zea, H.
virescens, P. gossypiella e algumas espécies de ácaros, bem como tomada de decisão, associada
ao número de adultos de bicudo coletados por armadilha contendo feromônio (BOHMFALK et al.,
1996; UNIVERSITY OF CALIFORNIA, 1996).
No caso da amostragem sequencial, recentemente alguns modelos têm sido propostos para
amostragem de pragas do algodoeiro no Brasil. Na Tabela 2 apresenta-se um plano de amostragem
sequencial proposto para Spodoptera frugiperda (JE Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuidae) em
algodoeiro. Fernandes et al. (2003) também propuseram um modelo de amostragem sequencial
para o curuquerê do algodoeiro (Tabela 2). De acordo com o plano proposto por Fernandes et al.
(2003), a Tabela 1 deve ser utilizada para amostragem da praga, procedendo-se da seguinte
Rev. bras. ol. fibros., Campina Grande, v.10, n.3, p.1119-1146, set./dez. 2006
1136 C.S. BASTOS, et al.
TABELA 2. Plano de amostragem sequencial para avaliar a infestação de Spodoptera frugiperda na cultura
do algodoeiro. Adaptado de: FERNANDES et al. (2002).
ND – Não Definido.
Rev. bras. ol. fibros., Campina Grande, v.10, n.3, p.1119-1146, set./dez. 2006
SISTEMAS DE AMOSTRAGEM E TOMADA DE DECISÃO NO MANEJO 1137
A acurácia da técnica amostral empregada será comprometida nos casos em que as pragas
não se distribuem ao acaso pelos campos de amostragem (HIGLEY e PEDIGO, 1996), já que,
apesar da distribuição espacial das espécies-praga dentro da lavoura e da planta variar
consideravelmente, muitos autores recomendam a utilização de um padrão espacial único para a
obtenção das unidades amostrais (GALLO et al., 2002; ALMEIDA e SILVA, 1999; DEGRANDE,
Rev. bras. ol. fibros., Campina Grande, v.10, n.3, p.1119-1146, set./dez. 2006
1138 C.S. BASTOS, et al.
ND - Não Definido
Rev. bras. ol. fibros., Campina Grande, v.10, n.3, p.1119-1146, set./dez. 2006
SISTEMAS DE AMOSTRAGEM E TOMADA DE DECISÃO NO MANEJO 1139
4 Estratégias
De acordo com PEDIGO (2002) uma estratégia para manejo de uma praga pode ser
considerada como o plano a ser adotado, visando eliminar ou minimizar o problema real ou percebido
advindo do ataque de pragas, via alteração do estatus desta praga para não-praga ou praga não
econômica. Como o estatus da praga é determinado tanto pelo inseto como pela cultura, o programa
de manejo a ser utilizado envolve a modificação de um destes componentes ou de ambos. Assim,
as possíveis estratégias envolvem:
• Não fazer nada: adotar uma ação não é justificável, seja pelo fato da praga não ter alcançado
o NC, seja pelo fato do recurso a ser empregado no manejo superar o ganho líquido esperado; neste
caso, nenhuma tática é implementada.
• Reduzir a população das pragas: esta estratégia é empregada de uma maneira terapêutica,
sempre que as densidades das pragas atinjam o NC, ou de uma maneira preventiva, baseanda no
histórico de problemas anteriores. Os métodos mais apropriados de uso desta estratégia envolvem
ações que possibilitem reduzir a adequabilidade do ambiente às pragas e reduzir a sua habilidade
reprodutiva e de sobrevivência.
5 Táticas
Rev. bras. ol. fibros., Campina Grande, v.10, n.3, p.1119-1146, set./dez. 2006
1140 C.S. BASTOS, et al.
6 Tomada de decisão
Uma limitação da adoção de níveis de controle é que estes são mais bem empregados
quando se planeja adotar uma ação isolada e curativa para o controle de pragas (como o controle
químico). A determinação da injúria econômica (ou da densidade de insetos capaz de causar dano
econômico) possui valor restrito, caso as únicas opções de controle disponíveis devam ser empregadas
antes da infecção ou do dano ter ocorrido. A amostragem visando identificar se uma praga atingiu
o nível de dano econômico ou o nível de controle só terá valor para as táticas preventivas, quando
se objetiva avaliar o seu sucesso e não a necessidade de utilização destas (PEDIGO, 2002; HIGLEY
e PEDIGO, 1996;).
7 Considerações finais
No caso do Brasil, o panorama atual demonstra que o país encontra-se defasado, em muitos
aspectos, em relação à forma como o manejo de pragas do algodoeiro é praticado em outros
países produtores e competidores no mercado mundial. A sustentabilidade da cultura encontra-se
seriamente ameaçada, em grande parte, devido a um custo de produção elevado, do qual grande
parte deve-se aos gastos com controle de pragas. Logo, a tendência do manejo de pragas do
algodoeiro no Brasil é, a exemplo do que vem ocorrendo mundialmente, absorver as novas tecnologias,
aprimorando os sistemas de amostragem, de tomada de decisão e de convívio com as pragas, a
fim de que o país possa manter sua importância no cenário mundial de produção de algodão.
8 Referências Bibliográficas
ALMEIDA, R.P. de; SILVA, C.A.D. da. Manejo integrado de pragas do algodoeiro. In: BELTRÃO,
N.E. de M. O agronegócio do algodão no Brasil. v.2. Brasília: Embrapa Comunicação para
Transferência de Tecnologia, 1999. p.753-820.
Rev. bras. ol. fibros., Campina Grande, v.10, n.3, p.1119-1146, set./dez. 2006
SISTEMAS DE AMOSTRAGEM E TOMADA DE DECISÃO NO MANEJO 1141
ARAÚJO, L.H.A.; BLEICHER, E.; HAJI, F.N.P.; BARBOSA, F.R.; SILVA, P.H.S. da; CARNEIRO, J.
Da S.; ALENCAR, J.A. de. Proposta de manejo da mosca branca Bemisia argentifolii Bellows e
Perring em algodão. In: EMBRAPA. Manejo integrado da mosca-branca – plano emergencial para
o controle da mosca branca. Brasília: Embrapa, s.a. 85 p.
ATAKAM, E.; COLL, M.; ROSEN, D. Within-plant distribution of thrips and their predators: effects
of cotton variety and developmental stage. Bulletin of Entomological Research, v.86, p.641-646,
1996.
BASTOS, C.S.; PEREIRA, M.J.B.; TAKIZAWA, E.K.; OHL, G.; AQUINO, V.R. de. Bicudo do
algodoeiro: identificação, biologia, amostragem e táticas de controle. Campina Grande: Embrapa/
Syngenta, 2005. 31p. (Circular Técnica: 79).
BINNS, M.R.; NYROP, J.P.; VAN DER WERF, W. Sampling and monitoring in crop protection: the
theoretical basis for developing practical decision guides. Wallingford: CABI, 2000. 284p.
BOHMFALK, G.T; FRISBIE, R.E.; STERLING, W.L.; METZER, R.B.; KNUTSON, A.E. Identification,
biology and sampling of cotton insects. Texas: The Texas A&M University, 1996. 44p. (Bulletins:
B-933).
BRADLEY JR., J.R. Major developments in management of insect and mite pests in cotton. In:
KING, E.G.; PHILLIPS, J.R.; COLEMAN, R.J. (ed.). Cotton insects and mites: characterization and
management. Memphis: The Cotton Foundation Publisher, 1996. p. 1-14.
CHU, C.; HENNEBERRY, T.J. Development of a new whitefly trap. Journal of Cotton Science, v.2,
p.104-109, 1998.
DEGRANDE, P.E. Manejo integrado de pragas do algodoeiro. In: EMBRAPA AGROPECUÁRIA OESTE/
EMBRAPA ALGODÃO. Algodão: informações técnicas. 1999a. p.154-191. (Circular Técnica: 7.)
DEGRANDE, P.E. Guia prático de controle das pragas do algodoeiro. Dourados: UFMS, 1998b.
60p.
DENT, D.R.; WALTON, M.P. Methods in ecological & agricultural entomology. Wallingford: CABI,
1997. 387p.
Rev. bras. ol. fibros., Campina Grande, v.10, n.3, p.1119-1146, set./dez. 2006
1142 C.S. BASTOS, et al.
distribution and sampling indices of thrip population on cotton; a 4-year survey from central Greece.
Journal of Applied Entomology, v.126, p.343-348, 2002.
DIRAVIAM, J.; UTHAMASAMY, S. A new sampling technique involving yellow sticky traps for
monitoring of thrips infesting different crops. Journal of Entomological Research, v.16, p.78-81,
1992.
DUGGER, P.; RICHTER, D. Perspectives on sampling for Lygus in cotton: applications of quadrat-
based sampling schemes. In: BELTWIDE COTTON CONFERENCES, v.2, 1998, San Diego, USA.
Proceedings... Memphis, USA: National Cotton Council, 1998. p.928-933.
DUGGER, P.; RICHTER, D. Monitoring for and management of stink bugs. In: BELTWIDE COTTON
CONFERENCES, v.2, 2000, San Antonio, USA. Proceedings... Memphis, USA: National Cotton
Council, 2000. p.1120-1122.
EL SALAM, N.M.A.; RASHAD, A.M.; MOAWAD, G.M.; EL HAMAKY, M.A. Initiation and evaluation
of cotton bollworms control parameter on basis of counts of young larvae in the infested bolls.
Bulletin of the Entomological Society of Egypt, v.19, p.33-39, 1992.
EL ZANAN, A.A.S. & EL HAWAY, I.S. Infestation with cotton leafworm and bollworms in relation
to pheromone and light trap catches in cotton fields. Egyptian Journal of Agricultural Research,
v.77, p.647-661, 1999.
ELLINGTON, J.; SOUTHWARD, M. Quadrat sample precision and cost with a high-vacuum insect
sampling machine in cotton ecosystems. Environmental Entomology, v.28, p.722-728, 1999.
FARREL, T.; JOHNSON, A. Cotton pest management guide 2005/06. New South Wales: NSW
Department of Primary Industries, 2005. 99p.
FERNANDES, M.G.; BUSOLI, A.C.; BARBOSA, J.C. Amostragem sequencial de Alabama argillacea
(Hubner) (Lepidoptera: Noctuidae) em algodoeiro. Neotropical Entomology, v.32, p.117-122, 2003.
GALLO, D.; NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; CARVALHO, R.P.L.; BAPTISTA, G.C. de; BERTI
FILHO, E.; PARRA, J.R.P.; ZUCCHI, R.A.; ALVES, S.B.; VENDRAMIM, J.D.; MARCHINI, L.C.;
LOPES, J.R.S.; OMOTO, C. Entomologia agrícola. Piracicaba: Fealq, 2002. 920p.
GOZE, E.; NIBOUCHE, S.; DEGUINE, J.P. Spatial and probability distribution of Helicoverpa armigera
(Hubner) (Lepidoptera: Noctuidae) in cotton: systematic sampling, exact confidence intervals and
sequential test. Environmental Entomology, v.32, p.1203-1210, 2003.
Rev. bras. ol. fibros., Campina Grande, v.10, n.3, p.1119-1146, set./dez. 2006
SISTEMAS DE AMOSTRAGEM E TOMADA DE DECISÃO NO MANEJO 1143
HANEY, P.B.; LEWIS, W.J.; PHATAK, S. Continued studies of insect population dynamics in crimson
clover and refugia/cotton systems. Part II: pitfall trap sampling. In: BELTWIDE COTTON
CONFERENCES, v.2, 1996, Nashville, USA. Proceedings... Memphis, USA: National Cotton Council,
1996. p.1115-1119.
HARDEE, D.D.; SMITH, M.T.; WEATHERSBEE, A.A.; SNODGRASS, G.L. Sampling of the cotton
aphid (Homoptera: Aphididae) in cotton. Southwestern Entomologist, v.19, p.33-44, 1994.
HIGLEY, L.G.; PEDIGO, L.P. (Eds.). Economic thresholds for integrated pest management. Lincoln:
University of Nebraska Press, 1996. 327p.
HUTCHISON, W.D. Review and analysis of damage functions and monitoring systems for pink
bollworm (Lepidoptera: Gelechiidae) in southwestern United States cotton. Southwestern
Entomologist, v.24, p.339-362, 1999.
JOGINDER, S.; MAHAL, M.S.; RAJWANT, S.; BRAR, D.S.; DHALIWAL, Z.S.; BALRAJ, S. A plan
for sampling cotton jassid and whitefly populations on Hirsutum cotton. Journal of Research, v.32,
p.46-50, 1995.
KALRA, V.K.; SHARMA, P.D. Standardization of sampling technique and sample size for recording
bollworm incidence in green bolls of cotton – a preliminary study. Crop Research Hisar, v.5,
p.541-544, 1992.
KHARBOUTLI, M.S.; ALLEN, C.T. Comparison of sampling techniques for tarnished plant bug and
predaceous arthropods. Special Report Arkansas Agricultural Experiment Station, v.198, p.167-
171, 2000.
KING, E.G.; PHILLIPS, J.R.; COLEMAN, R.J. (ed.). Cotton insects and mites: characterization and
management. Memphis: The Cotton Foundation Publisher, 1996. 1.008p.
KNUTSON, A.E.; WILSON, W.T. The beat bucket: a rapid, reliable method for sampling predatory
insects and spiders in cotton. In: BELTWIDE COTTON CONFERENCES, v.2, 1999, Orlando, USA.
Proceedings... Memphis, USA: National Cotton Council, 1999. p.1120-1125.
LANDIVAR, J.A.; EDDLEMAN, B.R.; BENEDICT, D.J.; LAWLER, D.J.; RING, D.; GARDINER, D.T.
ICEMM, an integrated crop ecosystem management model: agronomic component. In: BELTWIDE
COTTON CONFERENCES, v.2, 1991, Orlando, USA. Proceedings... Memphis, USA: National Cotton
Council, 1991. p.453-457.
LEGGET, J.E.; LISSY, O.; ANTILLA, L. Pink bollworm moth catches with perimeter and in-field
gossyplure baited delta traps. Southwestern Entomologist, v.19, p.147-155, 1994.
Rev. bras. ol. fibros., Campina Grande, v.10, n.3, p.1119-1146, set./dez. 2006
1144 C.S. BASTOS, et al.
MICINSKI, S.; KIRKPATRICK, T.L.; COLYER, P.D. An improved plant washing procedure for
monitoring early season insect pest in cotton. Southwestern Entomologist, v.20, p.17-24, 1995.
NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; ZUCCHI, R.A. Entomologia econômica. Piracicaba: Esalq, 1981.
314p.
NARANJO, S.E.; FLINT, H.M.; HENNEBERRY, T.J. Comparative analysis of selected sampling
methods for adult Bemisia tabaci (Homoptera: Aleyrodidae) in cotton. Journal of Economic
Entomology, v.88, p.1666-1678, 1995.
NARANJO, S.E.; FLINT, H.M. Spatial distribution of adult Bemisia tabaci (Homoptera: Aleyrodidae)
in cotton and development and validation of fixed-precision sampling plans for estimating population
density. Environmental Entomology, v.24, p.261-270, 1995.
NATWICK, E.T.; TOSCANO, N.C.; YATES, L. Comparisons of adult whitefly sampling techniques
in cotton with whitefly adult populations from whole plant samples. Southwestern Entomologist,
v.20, p.33-41, 1995.
NIBOUCHE, S.; BEYO, J.; GOZE, E. Sampling plans for threshold protection programs against
cotton bollworms. Savanes Africaines, p.4-7, 2003.
NIBOUCHE, S.; BABIN, R.; BEYO, J.; GOZE, E. Within-plant distribution of cotton boll-infesting
lepidoptera: application to sampling. Environmental Entomology, v.33, p.1458-1464, 2004.
PEDIGO, L.P. Entomology and pest management. 4.ed. Upper Saddle River: Prentice Hall, 2002.
742p.
PIEROZZI JR., I.; RAGAZZI, S.; HABIB, M.E.M. Tamanho mínimo de amostra de plantas e frutos
do algodoeiro para monitoramento das populações de Anthonomus grandis Boh. (Coleoptera:
Curculionidae). Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, v.25, p.191-197, 1996.
PIZZAMIGLIO, M.A.; GUTIERREZ, A.P.; SANTOS, W.J. dos; GALLAGHER, K.D.; OLIVEIRA, W.S.
de; FUJITA, Z.H. Phenological patterns and sampling decision rules for arthropods in cotton fields
in Paraná, Brazil: before boll weevil. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.24, p.337-345, 1989.
PRICE, P.W. Insect ecology. 3.ed. New York: John Wiley & Sons, 1997. 874p.
QURESHI, Z.A.; AHMAD, N.; HUSSAIN, T. Pheromone trap catches as a mean of predicting
damage by pink bollworm larvae in cotton. Crop Protection, v.12, p.597-600, 1993.
RAO, N.V.; REDDY, A.S.; RAO, K.T. A method to monitor whitefly (Bemisia tabaci) in cotton
(Gossypium hirsutum). Indian Journal of Agricultural Sciences, v.59, p.459-461, 1989.
RAULSTON, J.R.; SPURGEON, D.W.; SPARKS JR., A.N. Influence of fruit on sampling and control
of adult boll weevils in cotton. Southwestern Entomologist, v.23, p.1-10, 1998.
Rev. bras. ol. fibros., Campina Grande, v.10, n.3, p.1119-1146, set./dez. 2006
SISTEMAS DE AMOSTRAGEM E TOMADA DE DECISÃO NO MANEJO 1145
RICHETI, A.; MELO FILHO, G.A. Estimativa do custo de produção de algodão, safra 2004/2005,
para Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Dourados: Embrapa Agropecuária Oeste, 2004. 17 p.
(Circular Técnica: 91).
RUMMEL, D.R.; ARNOLD, M.D. Estimating thrips populations in cotton with conventional sampling
and a plant washing technique. Southwestern Entomologist, v.14, p.279-285, 1989.
SANTOS, W.J. dos; GUTIERREZ, A.P.; PIZZAMIGLIO, M.A. Economic damage caused by the
cotton stem borer in southern Brazil. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.24, p.297-305, 1989.
SANTOS, W.J. dos. Pragas do algodoeiro. In: FUNDAÇÃO MATO GROSSO. Mato Grosso: liderança
e competitividade, 1999. 140p.
SIEBERT, M.W.; LEONARD, B.R.; GABLE, R.H.; LAMOTTE, L.R. Cotton boll age influences feeding
preference by brown stink bug (Heteroptera: Pentatomidae). Journal of Economic Entomology,
v.98, p.82-87, 2005.
SMITH, J.D. e STEWART, S.D. Comparison between drop cloth and suction sampling in cotton
during 1998. In: BELTWIDE COTTON CONFERENCES, v.2, 1999, Orlando, USA. Proceedings...
Memphis, USA: National Cotton Council, 1999. p.3-7.
SNODGRASS, G.L.; SCOTT, W.P. A conversion factor for correcting numbers of adult tarnished
plant bugs (Heteroptera: Miridae) captured with a sweep net in cotton. Southwestern Entomologist,
v.22, p.189-193, 1997.
SOUTHWOOD, T.R.E. Ecological methods: with particular reference to the study of insect
populations. 2.Ed. London: Chapman and Hall, 1978. 524p.
SPURGEON, D.W.; RAULSTON, J.R. Comparative evaluation of a tractor mounted sampler for
sampling arthropods in cotton. Southwestern Entomologist, v.22, p.439-447, 1997.
STERLING, W.L.; HARTSTACK, A.W.; DEAN, D.A. The Texas cotton-insect model TEXCIM version
5.0. Texas Agricultural Experiment Station Miscellaneous Publication, MP-1646, 1992.
STERLING, W.L.; HARTSTACK, A.W.; DEAN, D.A.; SHAHED, S.; BURUDGUNTE, R. The Texas
cotton-insect model TEXCIM for Windows. Texas Agricultural Experiment Station Miscellaneous
Publication, MP-1646, 1993, 290p.
STERLING, W.L.; HARTSTACK, A.W.; DEAN, D.A. Toward comprehensive economic thresholds
for crop management. In: KING, E.G.; PHILLIPS, J.R.; COLEMAN, R.J. (ed.). Cotton insects and
mites: characterization and management. Memphis: The Cotton Foundation Publisher, 1996. p.250-
282.
UNIVERSITY OF CALIFORNIA. Integrated pest management for cotton in the Western region of
Rev. bras. ol. fibros., Campina Grande, v.10, n.3, p.1119-1146, set./dez. 2006
1146 C.S. BASTOS, et al.
the United States. 2.Ed. Oakland: University of California, 1996. 164p. (University of California:
Publication, 3305).
WANG, S.; LU, J.; CHEN, Q.; KUANG, C.; MA, Q. Researches on the spatial distribution pattern
and sampling techniques of bollworms in Huabei District of Anhui Province. China Cottons, v.27,
p.15-17, 2000.
WILLERS, J.L.; SEAL, M.R.; LUTTREL, R.G. Remote sensing, line-intercept sampling for tarnished
plant bugs (Heteroptera: Miridae) in mid-south cotton. Journal of Cotton Science, v.3, p.160-170,
1999.
WILLERS, J.L. e AKINS, D.C. Sampling for tarnished plant bugs in cotton. Southwestern
Entomologist, v.23, p.39-57, 2000.
WILLERS, J.L.; JENKINS, J.N.; LADNER, W.L.; GERARD, P.D.; BOYKIN, D.L.; HOOD, K.B.;
MCKIBBEN, P.L.; SAMSON, S.A.; BETHEL, M.M. Site-specific approaches to cotton insect control.
Sampling and remote sensing analysis techniques. Precision Agriculture, v.6, p.431-452, 2005.
WITZ, J.A.; LOPEZ JR., J.D.; LATHEEF, M.A. Field density estimates of Heliothis virescens
(Lepidoptera: Noctuidae) from catches in sex pheromone-baited traps. Bulletin of Entomological
Research, v.82, p.281-286, 1992.
WOLFENBARGER, D.A. & NORMAN JR., J.W. Adequacy of 100 square per field sampling technique
for estimating damage by boll weevil (Coleoptera: Curculionidae), Heliothis virescens (F.) and
Helicoverpa zea (Boddie), (Lepidoptera: Noctuidae) in an area-wide cotton IPM program. In:
BELTWIDE COTTON CONFERENCES, v.2, 1999, Orlando, USA. Proceedings... Memphis, USA:
National Cotton Council, 1999. p.1250-1254.
YOUNG, L.J.; YOUNG, J.H. Statistical ecology. Boston: Kluwer Academic Publishers, 1998. 565p.
YU, Y.; FENG, B.; YANG, Z.; ZHOU, X.; ZHU, S. The spatial distribution pattern and sampling
technique of egg of cotton bollworm on the cotton fields. Acta Agriculturae Zhejiangensis, v.9,
p.140-142, 1997.
ZHOU, Y.L.; LUO, Z.Y. Research on the distribution characteristic of pink bollworm eggs in cotton
fields and cotton plant. Contributions from Shanghai Institute of Entomology, v.7, p.35-43, 1987.
ZINK, A.G.; ROSENHEIM, J.A. State-dependent sampling bias in insects: implications for monitoring
western tarnished plant bugs. Entomologia Experimentalis et Applicata, v.113, p.117-123, 2004.
Rev. bras. ol. fibros., Campina Grande, v.10, n.3, p.1119-1146, set./dez. 2006