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Luis Vassallo

Ilustrações Pablo Braz

Livro
das
Portas
1a edição

São Paulo – 2015


Copyright © Editora Patuá, 2015.
O livro das portas © Texto de Luis Vassallo e
Sumário
Ilustrações de Pablo Braz, 2015.
Porta de entrada 7
Todos os direitos desta edição reservados à Porta social 8
Editora Patuá
Rua Lobato, 86 Porta de serviço 11
CEP 03288-010 São Paulo - SP Brasil Porta do cofre 12
Tel.: (11) 2911-8156
www.editorapatua.com.br Porta do armário 15
Porta da cidade 16
Coordenação editorial
Eduardo Lacerda Porta vip 19
Edição Porta de papelão 20
Solange Argon
Porta de filme de terror 23
Revisão
Porta antiga 24
Mônica Di Giacomo
Capa e projeto gráfico Porta automática 27
Pablo Braz Porta real 28
Porta do céu 31
Porta de filme de velho-oeste 32
Catalogação na fonte
Bibliotecária Janaina Ramos – CRB-8/9166
Porta invisível 35
V465o
Vassallo, Luis Porta falsa 36
O livro das portas. / Luis Vassallo; ilustrações de Pablo
Braz – São Paulo: Patuá, 2015.
Porta giratória 39
48 p.; 13,5x20,5 cm; il. color.
ISBN: 978-85-8297-180-2 Porta da jaula 40
1. Literatura infantojuvenil I. Vassallo, Luis II. Braz,
Pablo III. Título Porta de saída 43
CDD 028.5
Índice para catálogo sistemático GUIA DO ALUNO 44
I. Literatura infantojuvenil
T
odo mundo sabe que um livro é
feito de páginas e não de portas.
Mas, neste livro, ambas não são
coisas tão diferentes assim, pois toda vez
que viramos uma página temos a sensação
de estar girando uma maçaneta e entrando
em um novo lugar.

E você já reparou como as portas são parecidas


com os lugares onde elas estão e com as pessoas
que por ali transitam? Por isso, resolvemos
contar um pouco mais sobre elas.

Só não estranhe se você ouvir uma dobradiça


rangendo ao folhear estas páginas, pois as
portas estão sempre se abrindo para leitores
convidados a entrar sem bater.

Boa leitura!
A
porta do cofre guarda um segredo
com ela. Quem conhece esse segre-
do consegue abri-la. Já quem não
conhece, é melhor desistir, pois ela é muito
séria e carrancuda e não o revela a ninguém.

A verdade é que quando tentamos digitar o


segredo, no pequeno teclado que fica na porta,
ela, que é tão sisuda, sente cócegas. O som
que ouvimos quando apertamos um botão do
teclado é a risada que ela tenta esconder.

Quando alguém que esqueceu o segredo fica


muito tempo apertando os botões, a porta
dá tanta risada, mas tanta risada, que acaba
esquecendo o segredo também.

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À
primeira vista, a porta de papelão
não se parece com uma porta.
Mas ninguém se importa com
isso, pois ela costuma ficar em casas que não
parecem casas, construídas em ruas que não
parecem ruas. E ninguém se importa com
isso também, pois lá mora uma gente que não
parece gente, que veste roupas que não pare-
cem roupas e que come uma comida que não
parece comida. A verdade é que essa porta
e os que vivem à sua volta estão tão acostu-
mados com o descaso das outras pessoas que
também já não se importam com isso. Afinal
de contas, não adianta querer que as pesso-
as enxerguem a realidade se elas só têm esses
olhos, que nem parecem olhos.

20
A
porta de filme de velho-oeste fe-
cha-se sozinha logo depois de ser
aberta. Ela se fecha tão rápido que
dizem que é mais rápida que o gatilho mais
rápido de todo o oeste. Mocinhos e bandidos
tentam desafiá-la para um duelo na rua prin-
cipal da cidade, mas ela nunca aceita. Deve
ser porque não gosta de aparecer ou, talvez,
porque não quer ser a estrela do filme. O fato
é que é uma porta muito tranquila e procura
não chamar a atenção. Mas, se o mocinho co-
meça a ficar convencido, ela trata de se fechar
de repente, bem no nariz dele, só para mos-
trar quem é o mais rápido do oeste.

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