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O Sistema de Cifras

O sistema de cifras é uma representação de notas e acordes


através de letras. Assim, cada letra representa uma nota (ou acorde):
A = Lá
B = Si
C = Dó
D = Ré
E = Mi
F = Fá
G = Sol
# = Sustenido
b = Bemol
Assim, uma nota (ou acorde) representada por A# lê-se Lá
Sustenido, ou Cb lê-se Dó Bemol. Nesse site nos referiremos às notas
pelas suas respectivas cifras.

Quando uma cifra (letra) se referir a um acorde, ela poderá vir


acompanhada de números ou letras, bem como pelos símbolos de
Sustenido ou Bemol. Assim, se a cifra se referir a um acorde, e não for
seguido de nenhuma outra letra, o acorde é maior. Se for seguido de
um m minúsculo, o acorde é menor. Por exemplo:

A = Acorde de Lá maior

Bm = Acorde de Bi menor

G# = Acorde de Sol Sustenido

Ebm = Acorde de Mi Bemol Menor

Como Afinar a Viola


Afinar a viola caipira pode muitas vezes ser uma tarefa ingrata!
Dependendo do modelo da viola e principalmente das tarrachas, afinar
a viola pode ser muito difícil. Mais difícil ainda pode ser a viola se
manter afinada.
Entretanto, as violas mais modernas já estão se apresentando
com modelos de tarrachas parecidas com de guitarras ou violões de
aço, que seguram bem a afinação e permitem uma boa precisão. A
foto da viola apresentada na página Viola Caipira mostra esse tipo de
tarracha.
Mas se sua viola não possui esse tipo de tarracha, não se
desespere. Ela pode ser afinada, só que com um pouco mais de
trabalho.
Para as pessoas iniciantes, que nunca tocaram nenhum tipo de
instrumento, recomendamos que seja adquirido um afinador
eletrônico, do tipo cromático, que dá todas as notas. Com ele a tarefa
de afinar a viola fica extremamente facilitada.
A seguir, apresentaremos os passos básicos para se afinar uma
viola em Cebolão Ré Maior, utilizando-se um diapasão que dá a nota
Lá 440 Hz. Entretanto, se não tiver um diapasão não tem problema,
um outro instrumento qualquer pode servir de fonte para afinar a
viola.
O gráfico abaixo é muito útil para se afinar a viola. Veja:

(Para aqueles que não conhecem cifras, ou seja, os nomes das


notas representadas por letras, clique aqui. Sempre iremos nos referir
às notas pelas suas letras)
O gráfico acima, representa o braço da viola e a relação entre as
cordas. Ele é como se estivesse com a viola no colo, com as cordas
para cima e a cabeça do instrumento para a esquerda. Assim, o par
que vemos no gráfico como o par de baixo, é o par mais grave, e o par
de cima, o mais agudo.
As notas A, D, F#, A, D, mostradas à esquerda, dentro do que
representa a cabeça da viola, são as notas emitidas por cada par
quando as cordas são tocadas soltas. Assim temos as notas em que
cada corda deve ser afinada:
1º par - uníssono: D (mais agudo)
2º par - uníssono: A
3º par - oitavado: F#
4º par - oitavado: D
5º par - oitavado: A (mais grave)

Primeiro Passo
No gráfico, na sétima casa do 1º par, temos uma nota A
apresentada e um diapasão apontando para ela. Isso significa que, se
se estiver utilizando um diapasão, essa nota será o A 440 Hz. Assim
pressiona-se a 7ª casa do primeiro par e se afina as duas cordas de
acordo com o diapasão.

Se não se tiver um diapasão, qualquer outro instrumento pode


dar a nota necessária para se afinar a viola. Assim, um violão ou um
piano pode dar a nota D para se afinar o primeiro par solto.

Com o primeiro par afinado, pode-se afinar a corda mais fina do


4º par. Essa corda fina do 4º par deve estar afinada em uníssono
(mesma nota e altura) que as duas cordas do primeiro par. Já temos
assim, três cordas afinadas.

Segundo Passo

Pode-se notar, pelo gráfico acima, que ao se tocar o 2º par na


quinta casa, produz-se a nota do 1º par solto. Como nesse momento
já temos as duas cordas do 1º par afinadas, podemos afinar o 2º par,
apertando ou soltando as cordas dele de forma que a nota produzida
seja igual às do 1º par quando tocado solto.

Com as duas cordas do 2º par afinadas, devemos afinar a corda


fina do 5º par (mais grave) com a mesma nota do 2º par, assim como
fizemos no primeiro passo com a corda fina do 4º par. Entretanto,
agora, a corda fina do 5º par deve ser igual às cordas do 2º par solto.
Assim temos seis cordas afinadas ao todo.

Terceiro Passo

Vamos agora afinar a corda grossa do 3º par. Como podemos ver


no gráfico, pressionando-se a corda grossa do 3º par, temos a nota
dada pelo 2º par solto. Assim afinamos somente a corda grossa do 3º
par. Temos 7 cordas afinadas.

Quarto Passo

Da mesma maneira que a corda grossa do 3º par, iremos afinar a


corda grossa do 4º par, só que tocando-a na quarta casa (veja o
gráfico). Temos 8 cordas afinadas.
Quinto Passo

Afinar a corda grossa do 5º par, pressionando-à na quinta casa


(veja o gráfico). Temos 9 cordas afinadas.

Sexto Passo

Falta somente a corda fina do 3º par. Vamos afiná-la através da


corda fina do 4º par, tocada na quarta casa. Pronto, temos as dez
cordas afinadas.

Vale dizer que é sempre bom dar uma repassada na afinação


depois que se executa os seis passos. Isso porque quando a viola está
muito desafinada (principalmente quando se coloca cordas novas), ao
se modificar a tensão de uma corda é através do processo de afinação,
o braço dá uma pequena arqueada, imperceptível aos olhos, mas que
faz com que as outras cordas fiquem ligeiramente desafinadas.

Notas no Braço da Viola


Se a viola estiver afinada em Cebolão em Ré Maior (conforme
explicado no item Como Afinar a Viola, as notas terão a seguinte
disposição no braço:

Nota de Atenção: Chamamos a atenção para o fato de que o


desenho acima, dependendo da resolução que se estiver
utilizando na tela do computador, pode não caber na janela,
podendo ficar parte dele para à esquerda. Desta maneira, pode-
se utilizar a barra de rolagem inferior para se ver o gráfico todo.
Optamos por deixar a figura grande sem caber na tela inteira,
entretanto com uma legibilidade bem maior do que se ela fosse
reduzida para caber na tela.

O Sistema de Tablatura
Nosso método estará baseado em partituras dos exercícios
propostos e, complementarmente, nas tablaturas.

Uma tablatura é uma representação gráfica/numérica das notas


a serem tocadas. Ela se parece muito com uma partitura, entretanto,
as linhas representam as cordas da viola, e os números nela
apresentados, as casas que devem ser tocadas. Veja o exemplo
abaixo.

O conjunto de 5 linhas no topo, com as notas musicais, é a


partitura. Para aqueles que não conhecem a partitura, é muito mais
fácil aprender a ler a tablatura, que é o conjunto de 5 linhas na parte
de baixo da partitura, onde estão os números.

As linhas representam os pares de cordas. A linha de cima


representa o 1º par, ou seja, o mais agudo, e a linha de baixo o 5º
par, o mais grave. Assim, quando olhamos para a tablatura, as linhas
representam os pares da viola como se estivéssemos olhando a viola
deitada no colo, com a cabeça para a esquerda e as cordas para cima.

Por sua vez, os números representam a casa onde os pares


devem ser tocados. Assim, o primeiro número à esquerda (0), indica
que o 5º par deve ser tocado solto (emitindo a nota A).
Já o segundo número, o 2, indica que deve ser tocado o 4º par,
na casa dois (pressionando as cordas na segunda casa, emitindo a
nota E - veja quadro de notas).
Os números seguintes, 0 e 2 alinhados verticalmente, indicam
que devem ser tocados, ao mesmo tempo, o 5º par solto e o 4º par na
segunda casa dois.
Os últimos números, 2 e 2 alinhados verticalmente, indicam que
devem ser tocados os 1º e 2º par, ambos na casa dois.

As Escalas Duetadas
(Vamos dividir o estudo das escalas duetadas em duas páginas de forma que a
página da web não fique muito pesada, pois contém muitas figuras)

A primeira e principal coisa para se aprender a tocar viola é tocar


as escalas duetadas. Elas são escalas em que são tocadas, como o
próprio nome já sugere, notas em dueto, ou seja, duas notas ao
mesmo tempo.

Essas escalas representam uma grande parte do aprendizado da


viola, e com base nela serão efetuados muitos exercícios para se
aprender o ponteado. Sem elas, o violeiro perde a principal ferramenta
para se tocar a viola.

Assim, sugerimos que esse capítulo seja estudado com muito


cuidado e atenção, pois ele será a base para os demais que virão.

Para executar as seguintes escalas, tocaremos, com a mão


esquerda, com o polegar, ferindo as duas cordas indicadas ao mesmo
tempo. Já os dedos da mão esquerda também são indicados abaixo da
tablatura.

Dicas de Execução
Procure tocar as escalas abaixo procurando obter um som limpo,
claro. Também procure tocar as notas em um ritmo constante. Toque
lentamente no início e somente aumente a velocidade quando o som,
na velocidade que estiver tocando, seja limpo e claro. Toque sem
pressa, buscando qualidade de som, e não velocidade na execução. A
velocidade virá com o tempo.
Os dedos das mãos são indicados conforme a figura abaixo:

Escala 1
A primeira escala é tocada nos 4º e 3º par da viola (D e F#
respectivamente):

Note que está sendo indicado, à esquerda da tablatura, o dedo


da mão direita (polegar - p), e abaixo da tablatura, os dedos da mão
esquerda a serem utilizados na execução.

Note também, que, com exceção das primeiras notas que são
executadas no par solto, o dedo 2 sempre toca no 4º par. Assim, o
dedo 2 da mão esquerda funciona como guia para essa escala.

Escala 2
A segunda escala é tocada nos 3º e 2º par da viola (F# e A
respectivamente):
Note que está sendo indicado, à esquerda da tablatura, o dedo
da mão direita (polegar - p), e abaixo da tablatura, os dedos da mão
esquerda a serem utilizados na execução. Aqui não indicamos os
dedos a serem utilizados na escala descendente, uma vez que são os
mesmos dedos utilizados na escala ascendente.

Aqui também temos um dedo guia, o dedo 3 da mão esquerda.

Escala 3
A terceira escala é tocada nos 2º e 1º par da viola (A e D
respectivamente):

Nesta escala, o dedo guia da mão esquerda é o dedo 1.

As Escalas Duetadas - Continuação


Escala 4
Esta escala toca-se exatamente da mesma maneira que a escala
3, com os mesmos dedos da mão esquerda. Note que na escala três
usamos os pares cujas notas soltas são A e D. Na escala 4 também, as
notas soltas são A e D. Assim, o "desenho" da escala é o mesmo, só
que em pares diferentes.

Escala 5

A indicação dos dedos foi omitida para uma parte da escala.


Descubra você mesmo qual deve ser a digitação (Dica: ela deve seguir
os mesmos padrões das notas indicadas).

A escala 5 é diferente das demais anteriormente apresentadas,


uma vez que ela é tocada em pares não consecutivos. Aqui, conforme
indicado, deve ser utilizado o polegar e o indicados da mão direita.

Escala 6
A escala 6 é muito parecida com a 5, mas não é totalmente
igual, atenção!

Escala 7

A escala 7 é uma junção de várias delas. Note que podemos


tocar uma escala duetada sem necessariamente irmos até a 12ª casa
do braço da viola. Podemos tocar uma somente nas cinco primeiras
casas.

Tente descobrir a melhor digitação para essa escala (Dica: siga


as escalas já aprendidas).

Exercícios de Ponteios
Vamos apresentar agora alguns exercícios de ponteio, ou seja,
uma forma típica de tocar viola caipira. Esses exercícios que seguem
seguem uma lógica de dificuldade crescente. São baseados nas escalas
duetadas aprendidas nos capítulos anteriores. Nem todas as escalas
são vislumbradas nos seguintes exercícios, mas se eles forem bem
estudados, certamente gerarão excelente resultados e o aluno poderá
passar a fazer seus próprios exercícios e melodias ponteadas.

Vale dizer que a escrita na partitura é extremamente simplificada


para fins didáticos.
Ponteio 1
Esse primeiro exercício é baseado na escala duetada 1. Muito
simples. Atenção aos indicadores dos dedos que devem ser utilizados
(p - polegar e i - indicador)

Ponteio 2
Esse exercício também é baseado na escala duetada 1. É
derivado do exercício de Ponteio 1, acima.
Quando esses dois exercícios estiverem sendo tocados
habilmente, sugerimos que seja tocado o Estudo 1.
Ponteio 3
Esse exercício também é baseado na escala duetada 1. É
derivado do exercício de Ponteio 2, acima.
Ponteio 4
Esse exercício já se baseia na escala duetada 2. Também é muito
simples. Muita atenção aos dedos indicados, pois eles são diferentes
dos que foram utilizados na escala duetada 2.
Ponteio 5
Esse exercício já possui um nível de dificuldade mais elevado.
Muita atenção deve ser prestada na passagem do segundo para o
terceiro compasso, onde o padrão de ponteio é modificado!

Sugerimos que, nesse momento, seja experimentado o Estudo 2.


Ponteio 6
Exercício baseado na escala duetada 3. Esse exercício é muito
importante, pois muitas músicas se utilizam do recurso que ele
explora, ou seja, a escala 3 junto com os 5º e 4º pares. Muita atenção
deve ser prestada na passagem do segundo para o terceiro compasso,
onde o padrão de ponteio é modificado!

Quando esse exercício estiver sendo executado habilmente,


tentar tocar o Estudo 3.
Ponteio 7
Exercício baseado na escala duetada 5.
Ponteio 8
Esse exercício é uma derivação do exercício anterior. Muita
atenção deve ser prestada na passagem do segundo para o terceiro
compasso, onde o padrão de ponteio é modificado!

Padrões de Escala Maior


Nesse tópico apresentamos os padrões para se tocar uma escala
maior na viola. O estudo das escalas é um dos principais meios de se
conhecer qualquer instrumentos. Anteriormente estudamos as escalas
chamadas duetadas, que nada mais são do que escalas maiores
tocadas com duas notas. Agora vamos ver como tocar uma escala
maior com somente uma nota, em uma determinada posição no braço.
(Para um estudo teórico das escala maiores veja o capítulo 8 da parte
teórica.)
Os gráficos abaixo indicam as notas que devem ser tocadas. Ao
lado (ou abaixo conforme estiver a visualização do seu navegador) dos
gráficos colocamos uma tablatura para demonstrar como o gráfico
deve ser tocado. Por exemplo, o primeiro padrão de escala, que
chamamos de 1, começa na corda A grave (5º par) solta. As
"bolinhas" indicam quais casas devem ser tocadas. Começa-se pelo 5º
par solto, toca-se a segunda casa e depois a quarta. Como não tem
mais bolinhas nessa corda, passa-se para o próximo par solto, depois
a segunda casa. Passa-se então para o 3º par solto e depois a primeira
casa e a terceira casa. Passa-se para o quarto par na segunda casa,
depois na quarta. Por fim o quinto par solto e depois segunda e
quarta casa, depois se volta tocando ao contrário.
As bolinhas com a letra T indicam a tônica da escala. Nos
exemplos abaixo as escalas são de Ré maior, começando por cada um
das notas que a compõem. Caso se queira tocar a escala de Sol maior,
por exemplo, basta tocar qualquer padrão abaixo, transpondo para
uma posição no braço onde o T esteja na nota sol, e não no ré como
abaixo. Por exemplo, uma maneira de se tocar a escala de Sol maior é
utilizando o padrão 2 iniciando na sétima casa, ao invés de na
segunda. Isso vale para qualquer padrão e para qualquer escala maior.
Já os números em romano indicam o traste na viola em que o
padrão deve ser tocado.
Para desenvolver os padrões abaixo tomamos como base a
escala de Ré maior. Entretanto, todas as escalas maiores devem ser
praticadas, em todos os tons. Mas aqueles que não quiserem tocar
todos os tons devem executar pelo menos os tons de D, G e A.
Padrões de Escala Menor

Nesse tópico apresentamos os padrões para se tocar uma escala


menor na viola. Todos os comentários sobre as escalas maiores se
aplicam para as menores também! Aqui tomamos como base a escala
de Si menor, relativa menor da de Ré maior.

Pode-se notar que os padrões são os mesmos da escala maior!!


Só que a tônica aqui é o si, não o ré! Isso ocorre pois a escala de si
maior, como já dito, é a relativa menor da escala de ré maior,
portanto as notas são as mesmas, por isso os padrões sáo iguais. Por
isso também optamos por não colocar as tablaturas ao lado dos
padrões.

Entretanto, todas as escalas menores devem ser praticadas, em


todos os tons. Mas aqueles que não quiserem tocar todos os tons
devem executar pelo menos os tons de Dm, Am e Bm.

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