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ISSN 2446-7014

BOLETIM
GEOCORRENTE

ANO 4 • Nº 73 • 25 DE MAIO DE 2018

O Boletim Geocorrente é uma publicação quinzenal do Núcleo de NORMAS DE PUBLICAÇÃO


Avaliação da Conjuntura (NAC), vinculado à Superintendência de Para publicar nesse Boletim, faz-se necessário que o autor seja
Pesquisa e Pós-Graduação (SPP) da Escola de Guerra Naval (EGN). pesquisador do Grupo de Geopolítica Corrente, do NAC e submeta seu
O NAC acompanha a Conjuntura Internacional sob o olhar teórico da artigo contendo até 350 palavras ao processo avaliativo por pares.
Geopolítica, a fim de fornecer mais uma alternativa para a demanda
Os textos contidos neste Boletim são de responsabilidade única
global de informação, tornando-a acessível e integrando a sociedade
dos autores, não retratando a opinião oficial da EGN ou da
aos temas de segurança e defesa. Além disso, proporciona a difusão
Marinha do Brasil.
do conhecimento sobre crises e conflitos internacionais procurando
corresponder às demandas do Estado-Maior da Armada.
CORRESPONDÊNCIA
O Boletim tem como finalidade a publicação de artigos compactos
Escola de Guerra Naval – Superintendência de Pesquisa e Pós-
tratando de assuntos atuais de dez macrorregiões do globo, a saber:
Graduação.
América do Sul; América do Norte e Central; África Subsaariana;
Av. Pasteur, 480 - Praia Vermelha – Urca - CEP 22290-255 - Rio de
Oriente Médio e Norte da África; Europa; Rússia e ex-URSS; Sul da
Janeiro/RJ - Brasil
Ásia; Leste Asiático; Sudeste Asiático e Oceania; Ártico e Antártica.
TEL.: (21) 2546-9394 | E-mail: geocorrentenac@gmail.com
Ademais, algumas edições contam com a seção “Temas Especiais”.
O grupo de pesquisa ligado ao Boletim conta com integrantes de
Os textos do BOLETIM GEOCORRENTE poderão ser encontrados
diversas áreas do conhecimento, cuja pluralidade de formações e
na home page da EGN:
experiências proporciona uma análise ampla da conjuntura e dos
<https://www.egn.mar.mil.br/boletimgeocorrente.php>
problemas correntes internacionais. Assim, procura-se identificar
os elementos agravantes, motivadores e contribuintes para a
escalada de conflitos e crises em andamento, bem como seus
desdobramentos.

ESCOLA DE GUERRA NAVAL


SUPERINTENDÊNCIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
NÚCLEO DE AVALIAÇÃO DA CONJUNTURA
ÍNDICE
CONSELHO EDITORIAL
EDITOR RESPONSÁVEL
Leonardo Faria de Mattos (Egn)

EDITOR CIENTÍFICO
Francisco Eduardo Alves de Almeida (Egn)
AMÉRICA DO SUL
EDITORES ADJUNTOS A Hidrovia Paraná-Paraguai: oportunidades para Paraguai e Bolívia................ 3
Deterioração do cenário econômico argentino: desdobramentos na Política
Jéssica Germano de Lima Silva (Egn)
Internacional....................................................................................................... 3
Luciane Noronha Moreira de Oliveira (Egn)
Noele de Freitas Peigo (Facamp)
________________________________________________________ AMÉRICA DO NORTE & CENTRAL
PEQUISADORES DO NÚCLEO DE AVALIAÇÃO DA CONJUNTURA Crise nos Minerais Críticos dos Estados Unidos................................................ 4
Ana Luiza Colares Carneiro (Ufrj)
Adriana Escosteguy Medronho (Ehess)
ÁFRICA SUBSAARIANA
André Figueiredo Nunes (Eceme) Dia zero: mudanças climáticas na África Austral e o papel da cooperação
Ariane Dinalli Francisco (Universität Osnabrück) regional............................................................................................................... 5
Beatriz Mendes Garcia Ferreira (Ufrj)
Beatriz Victória Albuquerque da Silva Ramos (Egn)
EUROPA
Carolina Côrtes Góis (Puc-Rio)
Itália: A formação de um governo antissistema.................................................. 5
Carlos Henrique Ferreira da Silva Júnior (Ufrj)
Daniel Santos Kosinski (Universidade de Praga)
Dominique Marques de Souza (Ufrj) ORIENTE MÉDIO & NORTE DA ÁFRICA
Ely Pereira da Silva Júnior (Uerj) A presença militar iraniana na Síria.................................................................... 6
Felipe Augusto Rodolfo Medeiros (Egn) Repercussões domésticas e internacionais das eleições parlamentares no
Líbano................................................................................................................ 7
Franco Napoleão Aguiar de Alencastro Guimarães (Puc-Rio)
Gabriela Mendes Cardim (Ufrj)
Gabriele Marina Molina Hernandez (Uff) RÚSSIA & EX-URSS
Giulianna Bessa Reis Anveres (Puc-Rio) A Ponte para a Crimeia e as tensões no Mar Negro.......................................... 7
Jéssica Pires Barbosa Barreto (Uerj)
João Victor Marques Cardoso (Unirio)
José Gabriel de Melo Pires (Ufrj) SUL DA ÁSIA
Paquistão e Estados Unidos: impasses e desconfianças ................................. 8
Karine Fernandes Santos (Ufrj)
Lais de Mello Rüdiger (Ufrj)
Louise Marie Hurel Silva Dias (London School of Economics) LESTE ASIÁTICO
Luciane Noronha Moreira de Oliveira (Egn) Expansão chinesa em direção a Taiwan............................................................ 9
Marcelle Torres Alves Okuno (Ibmec)
Matheus Bruno Ferreira Alves Pereira (Ufrj)
SUDESTE ASIÁTICO & OCEANIA
Matheus Souza Galves Mendes (Egn)
Desafios do setor de Defesa: a Marinha Australiana........................................ 10
Pedro Allemand Mancebo Silva (Ufrj)
Pedro Emiliano Kilson Ferreira (Universidade de Santiago)
Pedro Mendes Martins (Eceme) ANTÁRTICA & ÁRTICO
Philipe Alexandre Junqueira (Uerj) A conexão groenlandesa................................................................................... 10
Rebeca Vitória Alves Leite (Ufrj)
Rita de Cássia Oliveira Feodrippe (Egn) Artigos Selecionados & Notícias de Defesa........... 12
Rodrigo Abreu de Barcellos Ribeiro (Ufrj) Calendário Geocorrente......................................... 12
Stefany Lucchesi Simões (Unesp)
Referências............................................................ 13
Taynara Rodrigues Custódio (Ufrj)
Thaïs Abygaëlle Dedeo (Ufrj)
Thayná Fernandes Alves Ribeiro (Ufrj)
Victor Eduardo Kalil Gaspar Filho (Puc-Rio)
Vinícius de Almeida Costa (Egn)
Vinicius Guimarães Reis Gonçalves (Ufrj)
Vivian de Mattos Marciano (Ufrj)
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AMÉRICA DO SUL

A Hidrovia Paraná-Paraguai: oportunidades para Paraguai e Bolívia


Carlos Henrique Ferreira

E m fevereiro, o Paraguai assumiu a presidência pro


tempore do Comitê Intergovernamental da Hidrovia
Paraná-Paraguai, via navegável com 3.442 km que se
Paraná-Paraguai auxilia na superação das barreiras
logísticas características dos países sem acesso direto
ao mar, que tendem a apresentar maiores custos e serem
inicia no porto de Cáceres, no estado do Mato Grosso, no menos atrativos aos investimentos estrangeiros. Além
Brasil, percorrendo a Bolívia, Paraguai e Argentina, e, por disso, a estabilidade governamental contribui para que
fim, termina no porto de Nueva Palmira, no departamento ambos sejam os países com as melhores perspectivas de
de Colonia, no Uruguai. O Paraguai passou a ocupar a crescimento na América do Sul.
posição de 3º maior exportador mundial de soja, à frente
da Argentina, e possui a 3º maior frota fluvial do mundo,
perdendo apenas para os EUA e a China. Em 22 de
abril, foi eleito presidente o conservador Mario Benítez
(Partido Colorado), que entende que o investimento na
logística de transportes do país será fundamental para a
continuidade do crescimento (média de 4,5% nos últimos
10 anos), a fim de alcançar os 6,8% previstos no Plan
Nacional de Desarrollo 2014-2030. Lançado durante
a gestão de Horacio Cartes (2013-2018), esse plano
realça a estabilidade econômica, bem como a localização
estratégica do país como vantagens para o investimento
estrangeiro.
A Bolívia, que mantém o anseio histórico de retomar
seu acesso para o Oceano Pacífico, também quer
se aproveitar do acesso ao Atlântico. O embaixador
boliviano no Paraguai, Reynaldo Llanque, reuniu-se com
o presidente recém eleito, a fim de discutir sobre o uso
da hidrovia, por onde seu país escoou, em 2016, cerca de
19% da sua carga fluvial, e a produção de barcaças, já
que a Bolívia não possui frota fluvial própria na via.
Dessa maneira, é possível observar uma estratégia
de uso de recursos que favorece a integração regional
como instrumentos de desenvolvimento nacional e
Fonte: GCOM MT
projeção internacional. Destaca-se que a Hidrovia

Deterioração do cenário econômico argentino: desdobramentos na Política Internacional


Pedro Kilson

D esde a segunda metade do século XX e início


do XXI, a economia argentina demonstra
significativas oscilações, tendo o fenômeno inflacionário
destinadas à superação dos efeitos do enfraquecimento
financeiro e inserção política, em âmbito global. A
ascensão dos governos Kirchner, a partir de 2003,
caracterizado as crises de 1975, 1981, 1989 e a de 2001. representou uma reorientação das políticas de Estado
Posteriormente ao desenvolvimento da crise que abarcou ao paradigma heterodoxo, perspectiva conhecida por
o período 1999-2001, o país experimentou mudanças Nuevo Desarrollismo, desafiando os preceitos anteriores
significativas no que concerne às políticas econômicas de ajuste fiscal, de caráter ortodoxo. O intervencionismo

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estatal fundamentou, portanto, as dinâmicas econômicas exportadoras que operam na Argentina são estrangeiras,
argentinas na primeira década do século, ilustrando um que polarizam os lucros remetidos às economias centrais.
cenário latino-americano caracterizado por uma guinada Ademais, a matriz de exportação, de caráter alimentício,
à esquerda. Nesse aspecto, a eleição de Mauricio Macri ganha centralidade, em razão do encarecimento, no
para o Executivo argentino, em dezembro de 2015, âmbito do mercado doméstico, de produtos como trigo,
revelou um retorno aos preceitos liberais de conduta soja, milho e carne.
econômica. No que concerne às questões sociopolíticas, o
As históricas oscilações da economia argentina desenvolvimento da crise pode ser capaz de reorientar
materializam um contexto de crise, na atualidade, a política internacional no continente latino-americano,
marcado não somente por aspectos econômicos, mas especialmente no que se refere à questão migratória, uma
também sociopolíticos. O quadro de crise contemporânea vez que a Argentina recebe um contingente considerável
é destacado pelas altas taxas de inflação (em torno dos de imigrantes haitianos e venezuelanos. Sob essa lógica,
24%), bem como a retirada de subsídios dos serviços de a crise pode representar mais um ponto delicado das
fornecimento de água, energia elétrica e gás. A dolarização relações políticas da América Latina, considerando, como
da economia do país torna-se mais presente, engendrando umas das facetas, a debilidade institucional de espaços
uma desvalorização permanente do peso argentino, como a União de Nações Sul-Americanas (UNASUL).
considerando, também, que em torno de 70% das

AMÉRICA DO NORTE & CENTRAL

Crise nos Minerais Críticos dos Estados Unidos


Victor Gaspar Filho

A conjuntura atual da mineração crítica nos Estados


Unidos revela uma séria dependência do mercado
externo, onde pelo menos 20 destes minerais são
Pass na Califórnia foi vendida por US$ 20,5 milhões à
MP Mine Operations LLC, um consórcio chinês. Deve-se
considerar que pela falta de plantas de mineração, refino
exclusivamente importados da China. Considera-se e processamento de minerais em escala comercial em
como mineral crítico: o que é insubstituível, o que não é território estadunidense, o material prospectado no país é
utilizado para a fabricação de combustíveis, cuja cadeia enviado para a China antes de retornar processado. Além
de produção encontra-se vulnerável a intercorrências e disso, medidas regulatórias, em especial aquelas ligadas
cuja ausência causaria danos significativos à economia à proteção ambiental, são impostas aos interessados em
bem como à segurança nacional. investir, que acabam por aguardar de sete a dez anos
Em uma Ordem Executiva de novembro de 2017, para conseguir entrar no mercado de mineração norte-
o presidente Donald Trump manifestou que além das americano.
possíveis oscilações de preço que podem prejudicar a Os chineses, a despeito do acirramento das relações
demanda, a possibilidade de desastres naturais na China, políticas e diplomáticas bilaterais, têm interesse em
principal exportador, bem como outros eventos, poderia manter os compradores norte-americanos desses minerais,
comprometer a compra desses minerais. No documento, levando em conta que a indústria bélica estadunidense é
o presidente demonstrou forte interesse em fomentar a altamente dependente deles. Até o momento, parece que os
exploração dentro do país por parte da iniciativa privada. interesses econômicos prevalecem. Diante desse cenário,
Em 2015, a Molycorp, única empresa prospectora espera-se que o Pentágono vá efetivamente investir na
de minerais raros dos Estados Unidos, declarou falência prospecção no próprio território norte-americano, mas
após a impossibilidade de concorrer com os produtos também, buscar alternativas de fornecedores, em especial
importados da China. No último ano, a mina Mountain aqueles que não sejam potenciais rivais estratégicos.

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ÁFRICA SUBSAARIANA
Dia zero: mudanças climáticas na África Austral e o papel da cooperação regional
Vivian Mattos

A região do extremo sul da África austral tem


vivenciado, nos últimos dez anos, irregularidades
climáticas que têm causado fortes chuvas no norte de
também a distribuição de água para suprir as indústrias,
a agricultura, a pecuária e, principalmente, o setor de
mineração. Isto, por sua vez, prejudicaria ainda mais a
Moçambique, e seca no sul do país, na África do Sul e economia sul-africana, que vem sofrendo redução dos
no Lesoto. Tal cenário, causado pelo aquecimento global seus índices de crescimento, logo após uma década de
e intensificado pelo fenômeno do El Niño de 2016, tem bons números econômicos.
afetado gravemente a capital legislativa da África do Sul, Ademais, os esforços para conter as consequências
a Cidade do Cabo, que enfrenta severa seca há três anos. das mudanças climáticas na África Austral vêm
Dessa forma, a cidade pode ser a primeira capital do mundo sendo fortemente discutidas pela Comunidade de
a não ter distribuição de água encanada, provocando o Desenvolvimento da África Austral (SADC, sigla em
chamado “Dia Zero” em 2019.O racionamento de água inglês). No entanto, os empreendimentos têm ficado
na cidade tem sido realizado desde 2015, a partir da majoritariamente no campo do discurso, tendo em vista
restrição que limitou o uso a 50 litros de água, por dia que muitos dos projetos debatidos não foram colocados
e por família. Todavia, o uso contínuo da população fez em prática. As interdependências econômica, política
com que os reservatórios de água atingissem cerca de e alimentar dos demais países da SADC em relação à
20% de capacidade. África do Sul, ressaltam a necessidade de construção de
Apesar da Cidade do Cabo ser a região mais afetada infraestrutura para a gestão compartilhada de recursos
pela seca, as mudanças climáticas vêm sensibilizando hídricos no processo de integração regional. Uma vez que
a economia e preocupando os sul-africanos com uma países membros da SADC vem sofrendo com intensos
possível intensificação e transbordamento da seca índices de pluviosidade e outros vivenciam a escassez
para as demais cidades e províncias do país. Seriam provocada pela seca.
afetados não apenas o abastecimento doméstico, mas

EUROPA

Itália: A formação de um governo antissistema


Thaïs Dedeo

A pós as eleições legislativas, a Itália busca formar


uma coalizão, uma vez que nenhum dos partidos
políticos atingiu a maioria necessária (Boletim 68). Os
autonomia dentro da UE, abertura em relação à Rússia
e a revisão da governança europeia e dos acordos
com parceiros europeus. A Itália é um dos países mais
partidos mais votados, a Liga e o Movimento 5 Estrelas, prejudicados pelas sanções econômicas da UE impostas
de vertente populista e eurocética, anunciaram uma à Rússia após a anexação da Crimeia: suas exportações
coalizão no último dia 14. Esses partidos criticam o atual para Moscou caíram 1/3 em 2015, o que pode vir a minar
sistema político italiano e as políticas da União Europeia a coesão da política de sanções da UE. Entretanto, os
(UE), especialmente quanto à migração. Independente partidos supracitados reforçam o seu comprometimento
de possuírem alguns objetivos em comum, estes partidos com a Aliança Atlântica e os Estados Unidos.
possuem divergências entre si e, por isso, foi cogitado um A formação do primeiro governo italiano antissistema
outsider da política para o cargo de primeiro-ministro: também pode vir a influenciar as eleições do parlamento
o jurista e professor da Universidade de Florença, europeu em 2019, nas quais se espera o fortalecimento
Giuseppe Conte. da extrema-direita. Caso bem-sucedida, essa coalizão
Apesar do caráter extremista da Liga, um acordo está pode vir a incentivar a mobilização de forças de mesma
em discussão, a partir do qual um possível “Italexit” foi corrente. Contudo, a instabilidade é um padrão da política
negado, a coalizão concorda com a busca pela maior italiana, que teve 70 governos nos últimos 75 anos.

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Por ser membro fundador da UE, terceira economia instabilidade da Itália numa UE que enfrenta tensões em
da zona do euro e posicionada estrategicamente no relação à situação da Catalunha e do BREXIT, além o
Mediterrâneo, a Itália é a principal entrada de imigrantes fortalecimento dos nacionalismos e da extrema-direita,
e plataforma logística para bases e tropas estadunidenses, pode vir a ser um golpe fatal para projetos conjuntos de
tratando-se, portanto, de um aliado importante. A desenvolvimento da defesa europeia.

ORIENTE MÉDIO & NORTE DA ÁFRICA

A presença militar iraniana na Síria


Ana Luiza Colares

N o início deste mês, as forças militares israelenses


atingiram diversas instalações do sistema iraniano
de defesa na Síria, como postos de munição e complexos
fronteira Israel-Líbano ou Israel-Síria.
Cabe ressaltar que Israel tem nos Estados Unidos
(EUA) seu mais forte aliado. O presidente Trump, no dia
de logística militar. A decisão foi tomada como uma 08 de maio, anunciou a saída dos EUA do Acordo Nuclear
retaliação ao considerar um suposto ataque das forças com o Irã, aumentando ainda mais a tensão na região,
do Irã contra as posições israelenses nas Colinas de e a crise foi agravada pela formalização da mudança da
Golã, território ocupado em grande parte por Israel, embaixada norte-americana de Tel Aviv para Jerusalém,
desde 1967. A principal narrativa das forças israelenses no dia 14. A situação no local segue instável e passível
é a de que os ataques foram direcionados de modo a da insurgência de futuros conflitos armados. Golã, que
evitar possíveis ofensivas iranianas, as quais teriam foi tomada dos sírios por Israel na guerra de 1967, parece
como objetivo reduzir a liberdade operacional de Israel ser o mais provável campo de batalha para uma reação
no espaço aéreo da conflituosa região. Desta maneira, iraniana, em parceria com a Síria e o Hezbollah.
o ataque aos alvos tornou-se uma tentativa
de redução da presença militar de um dos
principais aliados da Síria, prevenindo o
uso de baterias antiaéreas, drones e demais
recursos contra as forças aéreas israelenses.
A presença do Irã no local, juntamente
com as forças russas e o Hezbollah libanês,
é muito relevante como apoio às forças
de defesa do governo de Bashar al-Assad.
Devido aos supostos ataques das bases
iranianas contra a força aérea israelense e
sua contraofensiva, torna-se cada vez mais
iminente a eclosão de um conflito entre Irã
e Israel. Contudo, pela distância geográfica
entre os dois países, o enfrentamento pode
vir a se concretizar por meio de ações na
Fonte: New York Times

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Repercussões domésticas e internacionais das eleições parlamentares no Líbano


Taynara Custódio

A pós cinco anos de prorrogações, os libaneses foram


às urnas no dia 06 de maio para eleger um novo
Parlamento pela primeira vez desde 2009. O mandato
Aoun (Coalizão 8 de Março), e Movimento do Futuro
de Hariri (Coalizão 14 de Março) contra a oposição do
parlamentar Nabih Berri (Coalizão 8 de Março) e do líder
parlamentar no Líbano havia sido estendido por duas druso Walid Jumblatt (Coalizão 14 de Março).
vezes consecutivas (em 2013 e 2014), em decorrência da O resultado eleitoral refletiu, portanto, o ambiente
dificuldade de um consenso sobre a nova lei eleitoral e de volatilidade das alianças políticas internas e trouxe o
também da instabilidade na fronteira síria. desafio de um consenso das partes acerca da posterior
Com base na representação proporcional, o sistema formação do Gabinete. Do ponto de vista externo, a
acordado dividiu o país em 15 distritos eleitorais em eleição de partidos e políticos que apoiam o porte de
oposição aos 26 existentes no ano de 2009 e, como já era armas do Hezbollah traz o risco de complicar a política
esperado, o maior beneficiado em termos quantitativos externa do Líbano, que vem apostando na ajuda de
foi o grupo xiita Hezbollah, que, junto a outros partidos potências ocidentais para revitalizar sua economia e
e políticos alinhados, conquistou 43 dos 128 assentos no a capacidade de suas Forças Armadas. Além disso, é
Parlamento do Líbano. Apesar da vitória do Hezbollah, possível que as tensões entre Irã, EUA, Arábia Saudita e
outras variáveis devem ser levadas em consideração para Israel, decorrentes da retirada de Washington do Acordo
se compreender a dinâmica da nova linha divisória da Nuclear com o Irã, reverberem também no Líbano, fato
política libanesa. que pode intensificar as tensões na região.
Enquanto a coalizão xiita entre
o Hezbollah e o “Movimento
Amal” garantiram o poder de
vetar qualquer legislação que seja
contra seus interesses, o partido
sunita “Movimento do Futuro”,
fundado pelo primeiro ministro
Saad Hariri, obteve uma queda de
representatividade de 33 assentos,
em 2009, para 21, em 2018. Em
termos de política doméstica, o
ponto fulcral para compreender a
lógica da nova dinâmica política
no Líbano não passa mais pelas
coalizões “8 e 14 de Março”, mas,
sim, pelos desdobramentos do
Acordo de 2016, que uniu partidos
rivais em aliança: Movimento
Patriótico Livre, do presidente
Fonte: Anadolu Agency

RÚSSIA & EX-URSS

A Ponte para a Crimeia e as tensões no Mar Negro


Pedro Martins e Rodrigo Abreu

N o dia 16 de maio, o governo russo realizou uma


cerimônia de abertura da ponte que liga a cidade
russa de Krasnodar até a península da Crimeia pelo estreito
de Kerch, no Mar Negro. Na ocasião da cerimônia, uma
caravana de caminhões liderado pelo presidente Putin
marcou a inauguração da ponte, de 19 km de extensão e

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que custou US$ 12 bilhões aos cofres russos. como grande constrangimento para a Rússia, que se vê
Cercado por três Estados-membros da Organização numa situação em que seu acesso ao Mediterrâneo pode
do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) - Bulgária, ser facilmente ameaçado. Por outro lado, a Esquadra do
Romênia e Turquia -, pela Rússia, Ucrânia e Geórgia, o Mar Negro da Marinha russa serve para contrabalançar
Mar Negro é um dos maiores palcos de confronto entre o controle turco dos estreitos de Bósforo e Dardanelos.
a Federação Russa e as potências do Ocidente. Após a Portanto, a construção da ponte que liga o território
anexação da Crimeia e a militarização da mesma pela continental russo à Crimeia, assim como a militarização
Rússia, em 2014, os Estados Unidos decidiram ampliar a da Península, devem ser entendidos como partes do
sua presença na região, gerando uma série de “situações esforço da Rússia em manter uma pressão militar e
de risco” entre as duas Forças Armadas. política na região, além de reprimir quaisquer maiores
O Mar Negro possui destaque estratégico e geopolítico: aproximações por parte da OTAN para com a Geórgia e
é a única saída para “águas quentes” da Rússia, isto a Ucrânia. Perder a influência sobre esses países, assim
é, que pode ser usada durante a totalidade do ano pela como aconteceu com a Romênia e com a Bulgária, em
Marinha russa. No entanto, além do estreito de Bósforo, 2004, colocaria em risco toda e qualquer influência russa
a própria presença da Turquia na OTAN acaba servindo no Mar Negro.

Fonte: Novite

SUL DA ÁSIA

Paquistão e Estados Unidos: impasses e desconfianças


Rebeca Leite

O mês de abril foi marcado por constrangimentos


diplomáticos entre Paquistão e Estados Unidos
(EUA). Isso porque os representantes de Estado foram
exacerbadas entre ambos.
Desde a chegada de Trump ao poder, é possível listar
alguns fatos que vêm contribuindo para a deterioração da
previamente coibidos a ultrapassarem o raio de 40 relação entre os países: a redução da ajuda financeira norte-
km desses países a partir de seus respectivos locais de americana, os obstáculos para a venda de equipamentos
trabalho, tanto em Islamabad como em Washington D.C. militares para Islamabad e as acusações recorrentes de
No entanto, até o presente momento, tal deliberação que o Paquistão abriga terroristas, conforme citado
foi adiada numa tentativa de minimizar as tensões já pelo discurso do presidente norte-americano durante o

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anúncio da nova política para o Sul da Ásia. projeto Corredor Econômico China-Paquistão (CPEC, da
Além disso, o fator Afeganistão é o grande entrave sigla em inglês), ultrapassem os US$ 60 bilhões, além
para o diálogo entre Washington e Islamabad, dadas as dos memorandos no setor de defesa, energia e comércio.
queixas de que o Paquistão assiste grupos terroristas que Frente à deterioração do diálogo com os norte-americanos,
realizam ataques no Afeganistão, conforme mencionado. a tendência aponta para dois caminhos: primeiramente,
Por outro lado, os EUA usufruem do território paquistanês para ações pouco sólidas por parte de Islamabad contra os
para manejar as tropas americanas – e as da OTAN – que grupos terroristas baseados em seu território. Tal cenário,
atuam em solo afegão. por sua vez, prejudica os esforços ocidentais no Afeganistão,
Assim, é significante analisar até que ponto os EUA tornando mais longínqua a possibilidade de uma solução
conseguirão pressionar o Paquistão a minar os grupos para o conflito. Em segundo lugar, o afastamento crescente
rebeldes a partir das sanções, haja vista o crescente apoio em relação ao Ocidente tende a aprofundar a aproximação do
econômico e político da China ao Paquistão. Estima-se Paquistão com a China, limitando a capacidade de projeção
que os investimentos chineses, principalmente através do norte-americana na região frente a Pequim.

LESTE ASIÁTICO

Expansão chinesa em direção a Taiwan


Philipe Alexandre

O portal de notícias Defense News publicou, em 15 de


maio, a notícia de que a China está ampliando a sua
base aérea da costa leste do país, situada a 260 km de
movimentos emancipacionistas na ilha e a presença de
potências extrarregionais. O atual governo em Taipei é
pró-independência, tendo buscado, inclusive, o diálogo
Taipei, capital de Taiwan; e a 360 km das ilhas Diaoyu/ direto com o presidente norte-americano, Donald Trump.
Senkaku, territórios disputados por Pequim e Japão no Evitar uma possível independência taiwanesa é o objetivo
Mar da China Oriental. primário; o secundário, para o longo prazo, de acordo
De acordo com o site, fotos de satélite feitas em com o legislador norte-americano, Richard D. Fisher,
abril mostram que a construção de 24 novos galpões é usar a ilha para projetar poder e isolar uma possível
para aeronaves, pistas para vias de circulação e prédios atuação de Índia e Japão na região. Percebe-se, portanto,
adicionais está quase concluída. As novas instalações como Taiwan é indispensável para a agenda internacional
para aeronaves estão sendo concebidas de forma pouco de Pequim.
dispersa em seis aglomerados de quatro prédios, sendo
dois destes construídos perto do fim da
pista de 2,73 km, e o restante localizado
em uma das duas áreas de dispersão de
aeronaves, que já tem 15 dos 20 galpões
camuflados na base. Cada um deles
mede aproximadamente 30,5 metros de
comprimento e 18,3 metros de largura,
o que é mais do que suficiente para
acomodar os caças Sukhoi Su-30/35 e
Shenyang J-11/15/16 Flanker da China.
Nesse sentido, destacam-se os
sobrevoos de caças e bombardeiros
portadores de mísseis de cruzeiro "H-
6K" nos arredores de Taiwan nos dias
18 de abril e 11 de maio deste ano.
Sendo assim, todo o cenário evidencia o
objetivo chinês de demonstração de força
como forma de constranger possíveis Fonte: Army Times

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SUDESTE ASIÁTICO & OCEANIA

Desafios do setor de Defesa: a Marinha Australiana


Thayná Fernandes

A proximadamente 90% do comércio mundial é


realizado pelo mar, sendo, portanto, importante a
existência das marinhas para a preservação e proteção
nos anos que antecederam e acompanharam a I Guerra
Mundial, quando participou junto aos Aliados de diversas
operações. Contudo, no período entre guerras, o país
das linhas de comunicação entre os países. Nesse assinou e ratificou o Tratado Naval de Washington que,
sentido, é esperado que países insulares ou de extensos preventivo a uma corrida armamentista, limitava o gasto
litorais tenham a tendência a investir em suas marinhas. com a indústria de defesa. Assim, Camberra ficou sob a
Contudo, esse nem sempre é o caso. proteção inglesa, diminuindo e restringindo sua marinha
Assim como no Brasil, também há na Austrália a em termos de meios e de pessoal.
dificuldade para a difusão de uma cultura de defesa. Apesar de nos últimos anos o governo australiano ter
A justificativa brasileira para isso é a de que não realizado tentativas de investimentos e desenvolvimentos
há percepção de ameaças à soberania do Estado ou em defesa, sobretudo após o lançamento do White Paper
iminência de um possível conflito armado internacional de 2016 e com o direcionamento de 2% fixos do PIB
na região. Apesar de esse ser um argumento passível de ao setor, não houve consistência ou continuidade das
discussão, a situação australiana é mais complexa: de um políticas de incentivos nos últimos anos. Com 8 fragatas
lado está a China; do outro, a Índia. De acordo com dados da classe “Anzac”, 4 da classe “Adelaide”, 14 navios-
do Stockholm International Peace Research Institute patrulha e 6 submarinos da classe “Collins”; como
(SIPRI), em 2017, a China investiu cerca de US$ 215 afirmado pelo ex-comandante da Marinha australiana,
bilhões no setor de defesa; e, a Índia, US$ 56 bilhões. Já Richard Mehinick, será preciso mais que 2% do PIB para
os australianos investiram US$ 25 bilhões, US$ 1 bilhão preparação diante de um possível conflito na região Ásia-
a mais que o Brasil. Pacífico, área de interesse direto da "ilha-continente".
A Royal Australian Navy teve seu período de auge

ÁRTICO & ANTÁRTICA

A conexão groenlandesa
Pedro Allemand

N o dia 24 de abril, cidadãos groenlandeses foram


às urnas para escolher seu novo governo. No
dia 04 de maio, as negociações para a formação da
desde 1943, a base aérea norte-americana de Thule em
seu território, aproveitada para a política de contenção
da URSS e para projeção poder sobre o Atlântico Norte.
coalizão de governo se encerraram e o primeiro ministro Desde 2009, a Groenlândia possui o self rule, ou seja, a
groenlandês, Kim Kielsen, foi reconduzido ao cargo. capacidade de definir suas políticas internas a partir de
O partido dominante - o social-democrata Siumut - suas próprias instituições, bem como de gerir os próprios
conseguiu manter sua hegemonia a partir da coalizão recursos (naturais ou financeiros). Com a recente inserção
com mais três partidos. Fatores internos - alguns com do Ártico nas disputas geopolíticas, a possibilidade da
peso geopolítico - dominaram o debate eleitoral, e a independência groenlandesa pode assumir um caráter
questão da independência da Dinamarca se mostrou um desestabilizador para os países interessados na região.
consenso entre os partidos da ilha. Nos últimos anos, a China tem fechado parcerias com
A Groenlândia tem posição estratégica para o controle empresas locais para a exploração de minérios. De forma
dos mares do Ártico, compondo o extremo ocidental da semelhante, a expansão da infraestrutura aeroportuária
passagem GIRU (que inclui, além da ilha em questão, da ilha também aproxima os atores com Pequim. Além
Islândia e Reino Unido), adicionalmente possuindo, disso, pesquisas recentes apontam que 77% da população

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são favoráveis à independência apenas na medida em que e em sua posição estratégica, e articula-se às disputas
ela preserve (ou melhore) os atuais níveis de qualidade geopolíticas da região. Atores como a China, em busca
de vida. Por fim, é importante lembrar que 50% do de inserção econômica no Ártico, podem aproveitar as
orçamento da ilha vêm de contribuições dinamarquesas. tensões causadas pelo projeto de independência para
A independência groenlandesa - seja enquanto projeto aumentarem sua presença neste espaço de crescente
ou discurso - mobiliza os interesses nos recursos naturais importância estratégica.

Fonte: Geological Survey of Greenland and Denmark

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ARTIGOS SELECIONADOS E NOTÍCIAS DE DEFESA

• FOREIGN POLICY • CIMSEC


Regime change for dummies Why peacetime naval buildups are
difficult
• GEOPOLITICAL FUTURES
The role of political leaders • YALE GLOBAL
Electoral tsunami for Malaysia
• PROJECT SYNDICATE
Where the water is • EL PAIS
El petróleo no salvará a Maduro
• CSIS
The enemy gets a vote • STRATFOR
What a populist president would mean
• THE ATLANTIC for Mexico
What the North Koreans told me about
their plans • TIME
Ebola outbreak in Congo is not yet a
global emergency

CALENDÁRIO GEOCORRENTE

8-9
44ª Cúpula do G7

24
Eleições gerais Turquia

MAIO JUNHO JULHO

27 01
Eleições presidenciais colom- Eleições no México (presidenciais e legislativas)
bianas
09
Eleições no Sudão do Sul (presidenciais e parlamentares)

11-12
Cúpula da Otan

17-18
Cimeira de Chefes de Estado da Comunidade de Países de
Língua Portuguesa (CPLP)

24-25
Cúpula da Aliança do Pacífico

25-27
Cúpula dos BRICS

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REFERÊNCIAS

• A Hidrovia Paraná-Paraguai: oportunidades para • Repercussões domésticas e internacionais das


Paraguai e Bolívia eleições parlamentares no Líbano
Incerteza eleitoral afeta recuperação econômica da América Latina. WIMMEN, Heiko. In Lebanon’s Elections, More of the Same is Mostly
Deutsche Welle Brasil. 12 mai. 2018. Acesso em: 18 mai. 2018. Good News. 2018. Acesso em: 18 mai. 2018.
Paraguay se consolida como gran exportador de soja: cosecha récord de MACARON, Joe. Was Hezbollah really the winner of Lebanon's
10 milliones de toneladas. MercoPress. 2018. Acesso em: 15 mai. 2018. elections? 2018. Acesso em: 9 mai. 2018.

• Deterioração do cenário econômico argentino: • A Ponte para a Crimeia e as tensões no Mar Negro
desdobramentos na Política Internacional ROSS, Angus; SAVCHENKO, Andrew. The Black Sea: How Russia Is
ARCEO, Enrique. Argentina en la periferia próspera: renta internacional, Looking to Cause Chaos for NATO. 2018. Acesso em: 18 mai. 2018.
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Syria state media: 'Enemy missiles' fired against government outposts.
Acesso em 05 mai. 2018.

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