Entre as décadas de 70 a 90 do século passado, conheci muitos professores, do primário
ao universitário, que honravam nossa tradição cristã da maioria do povo brasileiro, que tinham fontes mais diversas de suas convicções políticas, mesmo vivendo numa “ditadura militar”, como apregoa a esquerda, na verdade, um período com mais liberdade do que os dias de hoje, não tínhamos receio de assaltos e nem invasões domiciliares, onde sempre havia uma arma. Muitos desses professores que conheci foram hipnotizados pelo canto da sereia e se tornaram unilateral a partir da era cutista, com a tomada de todos os sindicatos e impostação do método Paulo Freire em todos os níveis da Educação , prevalecendo na formação apenas uma corrente de pensamento. Por conseguinte, não há razoabilidade onde apenas há apenas uma visão do objeto a ser conhecido. Assimetria. Fui professor no regime militar, democrático sim, pois havia eleições para vereadores, prefeitos, deputdos estaduais e federias, com apenas dois partidos, Movimento Democrático Brasileiro (MDB), de oposição e abrigos de comunisas disfarçados, e Aliança Renovadora Nacional (Arena), da situação ou direita. Governadores eram indicados justamente para evitar a corrupção e suas escolhas eram de integrantes do partido. Havia, sim, nestes governos os interesses de compadrios marcantes, mas os desvios de conduta eram severamente punidos pelos militares, que tentavam criar uma nova prática de política baseada nos valores da meritocracia e não no nepotismo enraizado na cultura brasileira, desde Pero Vaz de Caminha, que na sua célebre carta anunciando ao rei português o desembarque em novas terras não titubeou em pedir um cargo para um parente. A minha incursão no magistério durou pouco, quase dois anos, em Rondonópolis, no antigo Mato Grosso, nomeado pelo governador José Garcia Neto, para as cadeiras de Educação Moral e Cívica (EMC), para a sétima série, e Organização Social dos Problemas Brasileiros (OSPB), oitava série do curso fundamental. Para assumir tal posto, o professor precisava passar pelo crivo dos militares (Conselho Nacional de Moral e Civismo) justamente para evitar a doutrição comunista que já se fazia nas universidades, além, é óbvio, da idoneidade. Os professores daquela época tinha seu engajamento político, porém fora do ambiente escolar, no qual as reuniões e debates primavam pela solução de problemas pedagógicos e disciplinares. Lembro-me bem que todos os professores, com raras exceções, eram muito respeitados pelos alunos nas salas de aula e fora delas. Atos de indisciplinas eram raros e quando aconteciam as soluções se encontravam no diálogo e não na repressão. Quando comecei meu magistério, as matérias EMC e OSPB, passíveis de reprovação, eram as piores no conceito dos alunos. Em pouco tempo, com uma didática participativa e liberdade de expressão, o interesse dos alunos pelas matérias tomaram um novo rumo e passaram a amar as discussões propostas pela grande do curso. Assim, concluí que o interesse do aluno está diretamente condicionada ao professor e sua didática e, com certeza, a minha passava longe da “Pedagogia do Oprimido” de Paulo Freire, o desconstrutor da Educação brasileira endeusado pelos comunistas. Se o professor não ama o que faz jamais encontrará receptáculos ao saber lato sensus e este amor é aquele advindo da fonte filsófica dos sábios gregos da antiguidade: Sócrates, Platão, Ariostóteles e seus próceres. Havia uma associação de professores que cuidava de seus interesses junto à Secretaria de Educação do Estado à qual eram subordinados, problemas da função em si como a grade escolar, adoção dos livros, burocracia etc. Nada de política partidária, não que fosse proibida mas consenso que tais discussões fogem da esfera dos objetivos da associação. Greve? Jamais passava tal ideia na cabeça dos docentes, comprometidos até o âmago com a responsabilidade de formar cidadãos e capacitados para alçar vôos mais altos. Havia ordem, paz e alegria nas escolas, o que se percebia no brilho dos olhos dos estudantes. Com o fim do regime militar e uma “Constituição Cidadã”, promulgada em 1988, de constituintes esquerdistas, em sua maioria, a Educação assim como toda a organização do Estado sofreu profundas mudanças, para pior, em sua maioria, haja vista que ela traz muito mais direitos do que deveres. Na Educação, as associações se transformaram em poderosos sindicatos que logo seriam dominados pelos comunistas, começando então uma era de incultura a partir da imbecilização coletiva preconizada pelos ideólogos marxistas-gramscistas-marcuse visando a conquista e manutenção e perpetuação no poder com a sonhada instalação de uma ditadura, sua meta final. Foi o começo do fim da paz nas escolas, como se pode depreender hoje pelos incontáveis casos de violências de alunos contra professores e total desordem no ambiente escolar. A Central Única dos Trabalhos, braço sindical dos comunistas, tomou de assalto todos os sindicatos e, então, passou à lavagem cerebral e doutrinação dos professores e a qualidade do ensino despencou a níveis inimaginávies colocando o Brasil nos últimos lugares do mundo, uma maquiavélica projeção dos comunistas que, junto a outras frentes de ativismo (racismo, feminismo, ecologia, LGBT) de tudo que se possa confrontar com a moral e outros valores da família conservadora, considerada por eles como burguesa, formou-se uma legião incomensuável de imbecis coletivos, na expressão do brilhante professor Olavo de Carvalho. Nas universidades este vírus já havia se instalado muito antes de 1964 e a União dos Estudantes (UNE), bem antiga, dominada por eles, de onde sairam uma ruma de terroristas que se enagajaram na luta armada pela causa da ditadura do proletariado, como nos fracassados regimes da Rússia, de Mao Tse Tung, na China e em Cuba dos genocidas irmãos Castros e Guevara. Derrotados, os comunistas adotaram outros planos, inspirados sobretudo em Antônio Gramsci, o ideólogo comunista italiano e seus “Cadernos do Cárcere”, cartilha de ensinamentos de que como chegar ao poder desconstruindo as bases da sociedade, lenta e suavemente, infiltrando-se e dominando a Educação e, principalmente a mídia. Um sucesso coroado com a ascensão carismática de um sindicalista analfabeto ao comando da Nação e total aparelhamento da máquina estatal. Não é por acaso que há décadas nada se produz em termos de conhecimento no país. A literatura é aquela do modismo que sai das prateleiras para serem sumariamente jogada na cesta do esquecimento, ao contrário de um Machado de Assis, de um Lima Barreto, de um José de Alencar e outros. Cultura de folhetim. No pensamento então nem se fala, nada que se encontra em referências nas enciclopédias de excelências no estrangeiro de autores brasileiros. Assassinaram as Ciências Humanas e se comprazem com seus restos putrefatos. O resultado da tentação totalitária do comunismo via Partido dos Trabalhadores não poderia ser mais desastroso para o país: economia combalida, criminalidade, divisionismo das classes; movimentos abortistas, de gays, de feministas, de identidade de gênero nas escolas, do primário ao universitário, de liberalização das drogas e tutti quanti, o país mergulhado numa crise social e política. O caminho da reconstrução e da evolução é a Educação, base de toda Nação, e passa necessariamente pela exclusão definitiva dos conceitos desconstrutivos dos comunistas, sua banição enquanto método, mantendo-se seu estudo apenas para abrir os olhos dos futuros cidadãos quanto ao precipício a que ele conduz. Ou o Brasil se endireita ou se afunda no inferno comunista do qual jamais se reeguerá. (Lucky de Oliveira, 27/10/2018)