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Cap3 PDF
Cap3 PDF
I Controle Contı́nuo 1
1 Introdução 3
1.1 Sistemas de Controle em Malha Aberta e em Malha Fechada . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.2 Componentes de um sistema de controle . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.3 Comparação de Sistemas de Controle em Malha Aberta e em Malha Fechada . . . . . . . 6
1.4 Aplicações em Engenharia Elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.5 Uma breve história da engenharia de controle . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
Controle Contı́nuo
26
CAPÍTULO 3
3.1 Introdução
Este capı́tulo tem como objetivo estudar a resposta no tempo e na freqüência de sistemas dinâmicos e
em particular o uso dos resultados na determinaçào da resposta de sistemas de controle. Estudaremos
a resposta no tempo e a resposta no domı́nio da freqüência. Mostraremos ainda a relação entre as duas
respostas. Um sistema dinâmico invariante no tempo pode ser representado por uma equação diferencial
ordinária ou por sua função de transferência. Neste capı́tulo o interesse maior é na determinação da
resposta a partir do uso da função de transferência.
Os valores usuais de x são 5, 2 e 1. Denotaremos estes tempos de resposta por t r5% , tr2% e tr1% ,
respectivamente.
tr5% = 3 τ (3.3.4)
tr
2%
O tempo de resposta a 2% pode ser calculado por 0.98 K E = K E(1 − e − τ ) ou
E
A resposta do sistema a um degrau U (s) = é dada por
s
K E
Y (s) = (3.3.8)
(1 + sτ1 )(1 + sτ2 ) s
ou, usando a transformada inversa de Laplace, com condições iniciais nulas:
t t
− −
E τ 1 e τ1 E τ 2 e τ2
y(t) = K(E + + ) (3.3.9)
τ2 − τ 1 τ1 − τ 2
Eτ 1 Eτ 2
Definindo-se c1 = e c2 = ,
τ2 − τ 1 τ1 − τ 2
− τt − τt
y(t) = K(E + c1 e 1 + c2 e 2 ) (3.3.10)
Neste caso os pólos são reais e dados por p 1 = − τ11 e p2 = − τ12 , sendo que a resposta pode ser expressa
por
y(t) = K(E + c1 ep1 t + c2 ep2 t ) (3.3.11)
Novamente os pólos determinam a forma da resposta do sistema. Se um dos pólos for dominante,
ou seja, se um dos pólos estiver bem mais próximo do eixo imaginário que o outro, a resposta inicial
apresentará a contribuição dos dois pólos, mas a contribuição do pólo associado à constante de tempo
mais rápida logo desaparece permanecendo somente a contribuição de um único pólo. A resposta do
sistema de segunda ordem será então bem semelhante a uma resposta do tipo primeira ordem.
ωn2
G(s) = K
s2 + 2ζωn + ωn
p
com os pólos dados por p1 = σ ± jωp , onde σ = −ζωn e ωp = ωn 1 − ζ 2 . A resposta no domı́nio do
tempo é dada por
!
E (σ 2 + ωp2 ) e(σ+jωp )t E (σ 2 + ωp2 ) e(σ−jωp )t
y(t) = K + +E (3.3.12)
−2ωp2 + 2σωp j −2ωp2 − 2σωp j
E (σ 2 + ωp2 ) E (σ 2 + ωp2 )
ou, definindo-se c1 = e c 2 = tem-se
−2ωp2 + 2σωp j −2ωp2 − 2σωp j
c1 = ρejφt (3.3.14)
c2 = ρe −jφt
(3.3.15)
ou ainda
y(t) = K(ρ eσt ej(ωp t+φ) + ρ eσt ej(ωp t+φ) ) (3.3.17)
30 Capı́tulo 3: Resposta de sistemas de controle
onde M = 2ρ. Portanto a resposta de um sistema de segunda ordem, com pólos complexos, tem uma
componente senoidal, com uma envoltória dada por e σt . A freqüência da senóide é ωp .
Verfica-se então uma associação entre a posição dos pólos
p no plano complexo e a forma da resposta. Os
pólos complexos podem ser expressos como −ζω n ± jωn 1 − ζ 2 , onde p ζ é o coeficiente de amortecimento
e ωn é a freqüência natural de amortecimento. A freqüência ω p = ωn 1 − ζ 2 é a freqüência natural da
oscilação e corresponde à parte imaginária do pólo. A Figura 3.1 mostra a relação entre a posição dos
pólos no plano complexo e aquelas grandezas. O ângulo θ mostrado na figura é tal que cos θ = ζ.
× ωp
cos θ = ζ ωn
θ
−ζωn
Tempo de subida É o tempo que leva para a resposta variar de 10% a 90% do valor final. Este valor
é dado aaproximadamente por
1.8
ts ≈
ωn
EEL-DAS-UFSC 31
Sobressinal ou ultrapassagem É a diferença entre o valor do primeiro pico da resposta e o valor final
da resposta. Este valor pode ser calculado a partir da resposta do sistema de segunda ordem.
Derivando-se a resposta obtem-se
ζ
−π √
Mp = e 1−ζ 2
Mp
1.0 0.05
0.9
0.1
ts
tp
tr5%
2.2
+++
+ +
1.8 +
+
+
+ +
1.4 + × ×× × ×
+ × ×
×
+ × ×
+ ×
× ×
+ ×
×× ++ +++++ ++ ++
× + ×+ +++ ++
× × × ×× ×××××××××× ×××× ×××××××××××××××××××××××××××××××××××××××
+++ ++++++++++++++ +++++++++++++++++++++++++++++++++++
1.0 + + × ××××
+ ++ + + + × ×××× ×
× + ++ +++
×
0.6
+
×
0.2 ×
Sem zero
×
+
× + + + Com zero em −1
−0.2 × × × Com zero em 1
×
×
×
−0.6
× ×
× ×
×
−1.0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
s=%s;
g=5/(s^2+2*s+5);
g=syslin("c",g);
t=0:0.1:10;
y=csim("step",t,g);
plot2d(t,y);
onde a função de transferência g deve ser modificada para incluir efeito de zeros. Para um zero no
semi-plano esquerdo, em −1, a função de transferência é dada por
5(s + 1)
G(s) =
s2 + 2s + 5
e para um zero no semi-plano direito, em −1, a função de transferência é
5(1 − s)
G(s) =
s2 + 2s + 5
A resposta para os 3 casos é mostrada na Figura 3.3.
Magnitude
db
−10
3 dB
−20
−40
−50
.
Hz
−60
−1 0 1
10 10 10
Do diagrama da Figura 3.4 pode-se observar que a partir da freqüência de corte o ganho dos sistema
é reduzido. Um sinal de entrada rápido tem componentes de freqüência elevada. Componentes do sinal
de entrada com freqüências maiores do que a freqüência de corte são filtradas pelo sistema, além de
sofrerem um atraso maior no tempo, devido à caracterı́stica de fase do sistema. Se a freqüência de corte
for reduzida, o sinal de saı́da terá componentes de baixa freqüência e a resposta do sistema será lenta.
Pode-se então concluir que quanto menor a freqüência de corte, mais componentes de freqüência serão
cortadas e mais lento será o sinal.
Conclui-se então que para se ter um sistema com resposta rápida a freqüência de corte do sistema
deve ser elevada.
Além da banda de passagem, um outro parâmetro de interesse é o pico apresentado pelo diagrama
de Bode, que depende do amortecimento associado aos pólos complexos do sistema. Quando menor o
amortecimento, maior é o valor do pico. Este pico não existe para o caso de pólos reais. Portanto, além
34 Capı́tulo 3: Resposta de sistemas de controle
da informação sobre o tempo de resposta dado pela freqüência de corte, o tamanho do pico no diagrama
de Bode dá uma informação sobre o amortecimento. Para sistemas de ordem mais elevada, a presença
de um ou mais picos de valor elevado indica a presença de pólos pouco amortecidos no sistema.
É interessante analisar o efeito de zeros na função de transferência. Para isto, adicionamos um zero
à função de transferência usada na Figura 3.4. A resposta é mostrada na Figura 3.5. Zeros aumentam
Magnitude
db
10
6
2
−2
−6
−10
−14
−18 3 dB
−22 Banda de passagem Hz
.
−26
−1 0 1
10 10 10
o ganho do sistema a partir da freqüência onde eles ocorrem. Assim o efeito da presença de zeros é
amplificar a magnitude nas freqüência mais altas e portanto tornar a resposta mais rápida.
modelo chamado ruı́do colorido é obtido passando um ruı́do branco através de um filtro linear. Mas a
caracterı́stica do ruı́do é ter componentes significativas em altas freqüências.
Um sistema com resposta rápida tem uma banda de passagem larga e portanto filtra pouco o ruı́do.
Um sistema com resposta lenta tem uma banda de passagem estreita e portanto tem maior efeito de
filtrar o ruı́do.
No projeto de sistemas de controle, deve-se conciliar os requisitos de rapidez de resposta e filtragem
de ruı́do.
Localização dos pólos Quanto mais à esquerda estiver localizado o pólo mais rápida será a componente
da resposta no tempo devida a este pólo. O pólo mais à direta tem uma componente de resposta
mais lenta e domina a resposta temporal.
Zeros próximos de zeros Os zeros de uma função de transferência diminuem o efeito dos pólos que
estão próximos à ele. Quanto mais próximo maior a diminuição.
Variações rápidas de sinais Pólos filtram variações bruscas do sinal de entrada e zeros amplificam.
36 Capı́tulo 3: Resposta de sistemas de controle
Exercı́cios
1. Determine o tempo de resposta a 5% dos seguintes sistemas:
2
• F (s) =
s+3
1
• F (s) =
(s + 4)(s + 2)
1
• F (s) =
4s2 + 3s + 1
2. Para cada um dos casos abaixos, dizer se o sistema é amortecido, sub-amortecido, criticamente
amortecido ou super-amortecido. Determine também o ganho estático, a razão de amortecimento e, onde
aplicável, a frequência natural.
25
• F (s) =
20s2 + 36s + 45
48
• F (s) =
s2 + 10s + 16
15
• F (s) =
25s2+ 16
100
• F (s) =
25s2 + 40s + 16
3. Usando o Scilab trace as curvas de resposta a um degrau de amplitude 2 para cada um dos
sistemas do Exercı́cio 1.
4. Determine os valores de K e T para que o sistema abaixo se comporte como um sistema de segunda
ordem com ξ = 0, 7 e ω = 2 rad/seg.
5. Usando os parâmetros do exemplo anterior, use o Scilab para determinar a resposta no tempo
2
y(t) a um degrau de amplitude 2 em R(t), ou seja R(s) = . Observe o erro do sistema em regime
s
permanente. Qual a razão para este valor de erro?