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Universidade Tecnológica Federal do Paraná

METALURGIA DA SOLDAGEM
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METALURGIA DA SOLDAGEM
A operação de soldagem causa alterações localizadas e bruscas de
temperatura no material sendo soldado
 podem provocar mudanças estruturais e, portanto, nas propriedades do
material.
 em geral, estas alterações se dão na forma de uma degradação nas
propriedades.
 O que pode ter importantes implicações na futura utilização da peça
soldada.

Existem duas principais maneiras de se enfrentar este problema.


 A primeira é desenvolver materiais que sejam menos sensíveis à
soldagem, isto é, melhorar a "soldabilidade" dos materiais.

 A segunda é controlar a operação de soldagem (e, possivelmente,


executar operações complementares) de modo a minimizar, ou remover,
a degradação de propriedades da peça.
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FLUXO DE CALOR

 Fontes de calor (Chama , Arco) – 1.000 a 20.000°C (Chama, Arco)


 Calor concentrado em poucos milímetros da junta ( alta intensidade )
 Resultam na formação da solda pela fusão e solidificação localizadas da junta

O calor causa variações dimensionais e microestruturais que


resultam em:
 Tensões residuais e distorções

 Deterioração de propriedades mecânicas ( ductilidade, tenacidade, resistência

mecânica)

 Formação de trincas devido aos itens anteriores

 Deterioração de propriedades físicas e químicas.


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FLUXO DE CALOR
Energia de soldagem – H
Quantidade de energia gerada pela fonte de calor por unidade de comprimento da junta

q q/t P
H  
L L/t v

Em soldagem a Arco elétrico, com corrente e Tensão constantes

P  VI
Onde:
q = calor gerado pela fonte VI
L = comprimento da junta
t = tempo de soldagem
H H = kJ/mm ou kJ/cm
P = potência (energia/tempo) v
v = velocidade de soldagem
V= Tensão
I = Corrente
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FLUXO DE CALOR
Energia Líquida de Soldagem (Aporte Térmico) – HL
quantidade de energia transferida para a peça sendo soldada

H L  H

 = rendimento térmico ( 1)
O restante da energia, (1-η)H, representa as perdas do processo.
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FLUXO DE CALOR
Balanço térmico na soldagem por fusão
Entradas de Calor
fonte de calor utilizada (chama, arco, resistência de contato)
reações metalúrgicas exotérmicas (desoxidação do aço pelo Si)
Saídas de Calor
Condução através da peça
Condução através do eletrodo
Perdas por radiação e convecção
Reações Endotérmicas .
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METALURGIA
FLUXO DE
DACALOR
SOLDAGEM
Estudo do fluxo de calor
Podemos simplicar a Solda em:
um ponto na superfície -(cordão de solda em uma chapa relativamente espessa)
-Fluxo tridimensional
uma linha que atravessa a chapa- soldagem de uma chapa fina com penetração total
-Fluxo Bidimensional
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FLUXO DE CALOR

Estudo do Fluxo de Calor

Distribuição de temperaturas no plano xz da poça de fusão previstas por Rosenthal.


Figura superior – fluxo tri-dimensional – fonte de calor pontual chapa espessa
Figura inferior – fluxo bi-dimensional – fonte de calor em linha chapa fina
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FLUXO DE CALOR

Ciclo Térmico da Soldagem


• A variação de temperatura durante a soldagem em um ponto da peça é descrita pelo
seu CicloTérmico de Soldagem.
Tp = temperatura de pico
Tc e T´c = temperaturas críticas na qual ocorrem
transformações microestruturais ou de propriedades
tc = tempo de permanência acima da temperatura crítica
t = tempo de resfriamento
= velocidade de resfriamento

Cada ponto é submetido a um ciclo térmico particular


que depende, entre outros fatores, da localização do
ponto em relação à solda.
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FLUXO DE CALOR
Ciclo Térmico da Soldagem

Velocidade de Resfriamento “”


• Importante na determinação da microestrutura em materiais como os aços estruturais
comuns, que podem sofrer transformações de fase durante o resfriamento.
• Para uma temperatura específica a Velocidade de Resfriamento é dada pela inclinação
(derivada) da curva do ciclo térmico nesta temperatura.
• Com o aumento da Energia de Soldagem diminui-se a taxa de resfriamento (inclinação).
• Aumentar a Temperatura de preaquecimento também diminui taxa de resfriamento.
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METALURGIA DA SOLDAGEM
Diagrama de Equilíbrio Fe-C

Fases e estruturas do aço resfriado lentamente (No Equilíbrio).

 Abaixo de 727ºC
A Ferrita (α)-CCC e Cementita (Fe3C) são
fases estáveis.

 A partir de 727ºC (Acima da linha GSE)


Austenita (γ)-CFC capaz de dissolver maiores
teores de C começa a se formar.
No Resfriamento lento- Abaixo de GSE a α fica
instável e começa a se transformar em α nos aços
com menos de 0,78% e Fe3C nos aços acima de
0,78%.
Abaixo de 727ºC toda α remanescente se
transforma numa estrutura com camadas alternadas
de α e Fe3C (Perlita)
Em geral a ferrita é dúctil e macia e A Fe3C dura
e frágil. Perlita tem propriedades intermediárias.
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METALURGIA DA SOLDAGEM
Diagrama de Equilíbrio Fe-C
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METALURGIA DA SOLDAGEM
Fora do Equilíbrio Fe-C
 Para maiores velocidades de Resfriamento a Temperatura na qual a austenita se forma cai.

 Isso resulta em menor mobilidade atômica e maior dificuldade para se formar α e Fe3C,
resultando numa perlita mais fina.

 Abaixo de 500ºC não se forma mais perlita, mas sim bainita (agulhas de ferrita com uma
fina dispersão de carbonetos) que geralmente aumenta a resitência mecânica.

 Se a taxa de resfriamento for muito elevada se forma Martensita (TCC), fase metaestável
em forma de agulhas, muito dura e frágil.
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FLUXO DE CALOR
Influência dos Parâmetros Operacionais
Condutividade Térmica da Peça:
• Materiais de menor condutividade térmica dissipam o calor por condução mais
lentamente.
• Materiais de elevada condutividade térmica dissipam rapidamente o calor, dificultando
a fusão localizada e exigindo, em geral, fontes de calor mais intensas ou, em certos
casos, a utilização de pré-aquecimento para a obtenção de uma fusão adequada.
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FLUXO DE CALOR
Espessura da Junta:
• Uma junta de maior espessura permite um escoamento mais fácil do calor por condução.

Geometria da Junta
Influencia a velocidade de resfriamento de uma
solda de forma importante. Por exemplo, esta
velocidade será maior na soldagem de juntas em
T do que em juntas de topo,
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METALURGIA DA SOLDAGEM
MACROESTRUTURAS DE SOLDAS POR FUSÃO

Zona Fundida – região onde o material foi fundido durante a soldagem e


caracterizado por temperaturas de pico superiores à temperatura de fusão.
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METALURGIA DA SOLDAGEM – ZONA FUNDIDA


ZONA FUNDIDA

A – região misturada
B – região não misturada
C – região parcialmente fundida

CARACTERÍSTICAS

1. INTERAÇÕES METAL – GÁS

2. INTERAÇÕES METAL – ESCÓRIA

3. DILUIÇÃO

4. FORMAÇÃO DA ZONA FUNDIDA


Universidade Tecnológica Federal do Paraná Prof. Ossimar Maranho

METALURGIA DA SOLDAGEM – ZONA FUNDIDA


1- INTERAÇÕES METAL - GÁS

- argônio e hélio: não reagem com os metais líquidos


- N2,O2,H2: Podem se dissociar e serem dissolvidos no líquido.
- CO,CO2, H2O, SO2: São formados por espécies atômicas diferentes, também podem
se dissociar e serem incorporados na poça de fusão.

Resultam da formação de descontinuidades e degradação de propriedades

Absorção de gás pelo metal fundido (proteção de gás adequada, limpeza, eletrodos
secos, livre de correntes de ar)
Reação entre o gás e outros elementos da poça de fusão (poros ou fase insolúveis-
inclusões que reduzem ductilidade)
Evolução do gás durante o resfriamento e a solidificação da poça
Permanência do componente em solução na solda após a solidificação (formando
precipitados ou solução sólida super-saturada-reduz ductilidade)
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METALURGIA DA SOLDAGEM – ZONA FUNDIDA


Evolução do gás no resfriamento e solidificação da poça de fusão

Solubilidade de um gás diatomico em um líquido (Eq. Sievert)


com a temperatura e mecanismo de formação de porosidade
na solda pela evolução de gás.
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METALURGIA DA SOLDAGEM – ZONA FUNDIDA


2- INTERAÇÕES METAL - ESCÓRIA
Escória gerada por um fluxo
Revestimento (SMAW), Fluxo interno (FCAW), Fluxo (SAW)*

Escória protetora (inativa)


- baixa permeabilidade a passagem de gases
- difusão mais lenta dos gases ( p/escórias mais viscosas)
Escória fluxante (ativa)
- estabilizar o arco e fornecer elementos de liga
- remoção de camadas de óxido e outras contaminações
- escorificação (remoção de elementos nocivos a solda)
3-DILUIÇÃO (δ)
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METALURGIA DA SOLDAGEM – ZONA FUNDIDA


D) SOLIDIFICAÇÃO DA POÇA DE FUSÃO
Temperatura de fusão= Temperatura de Soldificação?

Liquidus = temperatura onde existe equilíbrio entre o


líquido e os primeiros núcleos de sólido que se
formaram. Acima desta temperatura a fase líquida é a
fase estável.
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METALURGIA DA SOLDAGEM – ZONA FUNDIDA


SOLIDIFICAÇÃO DA POÇA DE FUSÃO

 Quando um metal solidifica, os cristais sólidos só aparecem no líquido


quando se atinge uma temperatura ligeiramente inferior à temperatura
de fusão (Super-resfriamento ΔT).

 Isto se deve ao fato da energia libertada pelo líquido na transformação


para a fase sólida ser menor do que a energia necessária para se criar
a interface sólido-líquido.

 Paredes frias em contato com metal fundido podem fornecer sítios que
facilitam a nucleação ( como no caso de moldes de lingotes) pois o
metal líquido irá perder calor para essas “paredes”.

 Impurezas também podem servir como sítios para criação de novos


núcleos de sólido.
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METALURGIA DA SOLDAGEM – ZONA FUNDIDA


SOLIDIFICAÇÃO DA POÇA DE FUSÃO
Estrutura de solidificação de um lingote:
ZONA COQUILHADA
elevada taxa de nucleação
(parede do molde e isolantes
usados no molde)– função do
grande super-resfriamento

ZONA COLUNAR
taxa de nucleação reduzida –

ZONA CENTRAL
grãos equiaxiais –
favorecida pela maior
concentração de soluto e
impurezas e pelo resfriamento
do líquido no centro do molde.
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METALURGIA DA SOLDAGEM – ZONA FUNDIDA


SOLIDIFICAÇÃO DA POÇA DE FUSÃO
Em soldagem as condições existentes na poça de fusão são desfavoráveis à formação das
regiões coquilhada e de grãos equiaxiais e a estrutura da solda tende a ser formada, em
geral, apenas pela região de grãos colunares (Crescimento Epitaxial).
Crescimento epitaxial
- grãos da ZF se formam de um prolongamento dos grãos da ZTA
- devido a gradientes térmicos elevados – contato líquido/sólido de composição semelhante
- Estas condições dificultam a nucleação de novos grãos e facilitam o crescimento direto do
sólido no líquido a partir dos grãos da ZTA.

Crescimento epitaxial dos grãos de


uma solda autógena em um aço
inox ferrítico. A linha marca a
fronteira entre a ZTA e a ZF.
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METALURGIA DA SOLDAGEM – ZONA FUNDIDA


SOLIDIFICAÇÃO DA POÇA DE FUSÃO
Crescimento competitivo

- tendência dos cristais crescerem


segundo direção preferencial
- grãos melhor orientados em relação à
direção de extração de calor crescem a
frente dos outros grãos
-- direção de extração de calor
corresponde a normal a frente de
solidificação
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METALURGIA DA SOLDAGEM – ZONA FUNDIDA


SOLIDIFICAÇÃO DA POÇA DE FUSÃO
a) Poça de fusão elíptica
– baixas veloc. de soldagem – mudança
contínua da orientação frente de solidificação
b) Poça de fusão em gota
– altas veloc. de soldagem – frente de
solidificação com orientação mais constantes

O encontro de duas frentes de solidificação numa poça em gota


cria uma linha que favorece a segregação central.
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METALURGIA DA SOLDAGEM – ZONA FUNDIDA


SOLIDIFICAÇÃO DA POÇA DE FUSÃO
A formação de subestruturas de solidificação pode ser
favorecida pelo: enriquecimento do líquido adjacente à
interface sólido-líquido em solutos. (ligas )
- devido a elevadas velocidade de solidificação e
concentração de soluto elevadas.

•O primeiro sólido que se forma tem a composição C1.


•Rejeitando para a fase líquida átomos de soluto,
•até que esta fase atinja a concentração C2

A temperatura da fase líquida varia com distância da interface


Essa mudança de composição entre C1 e C2 causa uma redução na
temperatura na frente de solidificação (Super-resfriamento Constitucional).
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METALURGIA DA SOLDAGEM – ZONA FUNDIDA


SOLIDIFICAÇÃO DA POÇA DE FUSÃO
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METALURGIA DA SOLDAGEM – ZONA FUNDIDA


SOLIDIFICAÇÃO DA POÇA DE FUSÃO

Segregação – depende do espaçamento (distâncias) entre as subestruturas de solidificação


(células, dendritas, ramos de dendrita)
-Esta pode causar variações de propriedades mecânicas ao
longo do material e, em casos mais graves, problemas de fissuração.
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METALURGIA DA SOLDAGEM – ZONA FUNDIDA


SOLIDIFICAÇÃO DA POÇA DE FUSÃO
Formação de grãos de equiaxiais – refino de grão

Inoculantes
- Carbonetos e Nitretos de Titânio
- Alumínio e Nitrogênio

Meios mecânicos
- Oscilação ou vibração do eletrodo
- pulsação ou oscilação eletromagnética
do arco
- agitação da poça por ultrassom
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METALURGIA DA SOLDAGEM - ZTA


ZONA TERMICAMENTE AFETADA

 A ZTA compreende as regiões do metal base cuja estrutura ou propriedades


foram alteradas pelas variações de temperatura durante a soldagem.

 desenvolvimento de um complexo estado de tensões e deformações.

 Influenciada por características do metal base e pelos fatores que determinam


o ciclo térmico de soldagem.

 Para sistematizar a discussão da formação da ZTA em função do metal base,


as diferentes ligas metálicas serão agrupadas em quatro tipos básicos:

 Ligas endurecidas por solução sólida


 Ligas endurecidas por encruamento
 Ligas endurecíveis por precipitação
 Ligas transformáveis
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METALURGIA DA SOLDAGEM - ZTA


Ligas endurecidas por solução sólida
Ligas de Cobre, Níquel e Alumínio
Aços inoxidáveis austeníticos e ferríticos
Do ponto de Vista da ZTA- Fáceis de Soldar

Crescimento do grão – depende da temperatura de pico (Tp) e tempo de permanência (tc)


afetados pela energia de soldagem
Ligas CCC (Inox ferríticos)
aumento da temperatura ductil-frágil
diminuição da tenacidade a temperatura ambiente (Crescimento de grão)
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METALURGIA DA SOLDAGEM - ZTA

Sensitização (450 a 800ºC)– menor resistência


a corrosão nos contornos de grão – precipitação
de carbonetos (Cr23C6)– retirada de cromo da
solução

Pode levar a corrosão intergranular.

Fragilização – precipitação
de carbonetos ou
intermetálicos inter ou
intragranular
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METALURGIA DA SOLDAGEM - ZTA


Ligas endurecidas por encruamento
Ligas de Cobre, Níquel e Alumínio, aços inoxidáveis austeníticos e ferríticos
deformados a frio – aumento da resistência mecânica
Aços baixo carbono – comportamento similar com diferenças devido a austenitização

Região a - recristalização – ciclo térmico recristaliza regiões deformadas do material

Região b - crescimento do grão

A ZF e ZTA desses materiais apresentam menor resistência mecânica em relação ao metal


base por causa da recristalização.
Softening of work-hardened material caused by welding: (a) thermal
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cycles; Federal
(b) strength or hardness profile. do Paraná Prof. Ossimar Maranho

METALURGIA DA SOLDAGEM - ZTA


Ligas endurecidas por encruamento
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METALURGIA DA SOLDAGEM - ZTA


Ligas endurecidas por precipitação
Ligas de Alumínio e Cobre, Alumínio e Zinco, Ligas de Titânio e alguns aços inoxidáveis

1- Na temperatura ambiente tem-se α+β


2- Aquece a T1, dissolução de β

3- Resfria-se rapidamente para impedir


que essa fase se precipite de novo,
formando assim uma solução sólida
supersaturada de β que tende a ser
macia e dúctil (Solubilização)
4- Se o material for aquecido a uma
temperatura moderada T2 a fase β
3 2 ou outra pode se precipitar em uma
1
forma muito fina endurecendo o
material. (envelhecimento)
Se a temperatura for inadequada os
4 precipitados podem ser grandes
causando perda da dureza.
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METALURGIA DA SOLDAGEM - ZTA


Ligas endurecidas por precipitação
Medidas para minimizar a perda de resistência mecânica:

- tratar termicamente (solubilização e envelhecimento) toda a estrutura.

- submeter a junta a um tratamento de envelhecimento - pode recuperar parte da


resistência da região solubilizada, mas não afeta a região super-envelhecida.

- soldar a peça na condição solubilizada e envelhecer toda a peça após a


soldagem. Novamente, a região super-envelhecida permanecerá com menor
resistência.

prever a perda de resistência e compensá-la aumentando a espessura da peça na


região da solda. Esta alternativa é raramente justificável devido aos altos custos
envolvidos na usinagem e perdas de material.

utilizar processos que permitam a execução da junta com uma menor energia de
soldagem e, portanto, com uma menor ZTA.
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METALURGIA DA SOLDAGEM - ZTA


Ligas transformáveis
Aços carbono e os aços de baixa e média liga, ferros fundidos, ligas de cobre e de titânio
ZTA mais complexa

A – região de granulação grosseira (GGZTA) C – região intercrítica (ICZTA)


B – região de granulação fina (GFZTA) D – região subcrítica (ISZTA)
Ligas endurecidas por transformação de fases
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METALURGIA DA SOLDAGEM - ZTA


Ligas transformáveis
A – região de granulação grosseira (GGZTA)
Tp superior a 1200 °C
grande tamanho de grão austenítico
rica em constituintes acicular – bainita e martensita
pode apresentar elevada dureza e baixa tenacidade
local comum para formação de trincas

B – região de granulação fina (GFZTA)


Tp entre 1200 °C e A3
granulação fina – semelhante material normalizado
geralmente não é problemática na soldagem dos aços

C – região intercrítica (ICZTA)


Tp entre A3 e A1
transformação parcial da estrutura
multipasses – formação de constituintes de alta dureza e baixa tenacidade

D – região subcrítica (ISZTA)


metal base com Tp menores que A1
aços tratados térmicamente – pode ocorrer super-envelhecimento
perda de resistência ou dureza em relação ao metal base
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METALURGIA DA SOLDAGEM - ZTA


Influência dos parâmetros de processo
Energia de soldagem e temperatura de preaquecimento
Energia de soldagem
maior energia - maior a extensão da ZTA – maior tempo permanência
região de granulação grosseira - mais extensa e maior tamanho de grão
Velocidade de resfriamento
grandes (menor energia de soldagem) – têmpera dos aços
pequenas (maior energia de soldagem) – formação de produtos mais dúcteis

Pré-aquecimento.
Reduz Velocidade de Resfriamento
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METALURGIA DA SOLDAGEM - ZTA


Tensões Residuais e Distorções
Operação de soldagem - aquecimento extremamente localizado - material fica sujeito
a variações volumétricas.
- desenvolvem deformações na ZF e na ZTA.
-Tensões elásticas e alterações na estrutura soldada podem levar a deformações.
Tensões transientes –
- são desenvolvidas durante a operação de soldagem e variam com o tempo enquanto
existirem diferenças apreciáveis de temperatura na estrutura.

Tensões residuais –
- são as tensões internas remanescentes na estrutura ao final do processo, após toda ela atingir a
temperatura ambiente.

Tensões transientes e residuais podem afetar as propriedades do componente


soldado e propiciar o aparecimento de descontinuidades, particularmente trincas,
afetando o seu desempenho em serviço.

Distorções –
- são mudanças permanentes de forma e dimensão
- podem ocorrer na estrutura como resultado de todo este processo.
- fonte comum de problemas na montagem de componentes soldados .
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METALURGIA DA SOLDAGEM
TRINCAS (FISSURAS)
Trincas - um dos tipos mais graves de descontinuidade
Formam-se quando ocorre a associação de:
- tensões de tração;
- material fragilizado (incapaz de absorver as tensões por def. plástica)

Tensões de tração elevadas ocorrem na solda devido:


- as expansões e contrações térmicas localizadas (aquecimento não
uniforme do ciclo térmico);
- das variações de volume devido a transformações de fase;
- como resultado das ligações entre as peças sendo soldadas e o
restante da estrutura.

A fragilização na região da solda resultam de:


- mudanças estruturais;
- absorção de elementos nocivos;
- alterações posteriores (tratamento térmico)
- em serviço
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METALURGIA DA SOLDAGEM
TRINCAS (FISSURAS)
Trincas a Quente
- ocorrem durante a soldagem com o material aquecido a altas temperaturas
acima da metade de sua temperatura liquidus ( em K)
Trincas de solidificação
Trincas por liquação na ZTA
Trincas por perda de ductilidade
Trincas a Frio
-ocorrem durante ou após a soldagem com o material em temperaturas
abaixo da metade de sua temperatura líquidus. (em K)
Trincas por hidrogênio (trincas a frio)
Decoesão lamelar
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METALURGIA DA SOLDAGEM
Trincas a quente - Trincas de Solidificação
Características
-está associado com a presença de segregações que levam à formação de filmes
líquidos intergranulares, nas etapas finais da solidificação.
-aparece entre os contornos de grão, contornos interdendríticos ou entre células –
morfologia intergranular em relação à estrutura primária de solidificação.
-sua superfície apresenta-se geralmente oxidada, refletindo a sua alta temperatura de
formação.’
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METALURGIA DA SOLDAGEM
Trincas a quente - Trincas de Solidificação

Mecanismo de Formação

Efeito combinado de líquido


eutético residual com tensões Distribuição de tensões em torno de
de contração fonte de calor móvel na soldagem
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METALURGIA DA SOLDAGEM
Trincas a quente - Trincas de Solidificação
Materiais Susceptíveis
- pode ocorrer na soldagem da maioria das ligas usadas industrialmente e com
todos os processos de soldagem. Mais comum em estruturas austeníticas.

Fatores influentes:
-capacidade do líquido de molhar os contornos de grão, isto é, a sua capacidade de se
espalhar, na forma de finos filmes.
o Manganês, que tende a globulizar os sulfetos, ajuda a prevenir a fissuração da solda em
aços por reduzir a molhabilidade dos sulfetos.

Fragilização pode ocorrer nas etapas finais do processo de solidificação, quando os grãos ainda
estão largamente separados por filmes de material líquido, existindo apenas poucos pontos de
contato entre os grãos.
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METALURGIA DA SOLDAGEM

EVITAR TRINCAS DE SOLIDIFICAÇÃO

Controle da Microestrutura de Solidificação


. Refino de grãos
. Oscilação Magnética do Arco

Uso de condições favoráveis de soldagem


. Reduzindo deformações
. Melhorando a geometria da solda
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METALURGIA DA SOLDAGEM
Trincas a quente - Trincas por Liquação na ZTA
Características
- formadas na ZTA, em regiões aquecidas a temperaturas próximas do sólidus
do metal base, e que são associadas com a formação, por diferentes causas,
de bolsões de material líquido nesta região.
- o líquido em contato com contornos de grão pode espalhar-se entre os grãos
na forma de um fino filme. Nestas condições, o material fica fragilizado e trincas
podem se formar no resfriamento, com o aparecimento de tensões trativas.
- ocorrem sempre próxima a linha de fusão
- apresentam aspecto serrilhado com ocorrência ao longo do contornos de grão
Materiais Susceptíveis
Aços austeníticos e ligas não ferrosas

Fatores influentes
Fusão de inclusões e precipitados durante o ciclo térmico de soldagem:
- inclusões de sulfetos
- carbonetos e carbonitretos
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METALURGIA DA SOLDAGEM
Trincas a quente - Trincas por Liquação na ZTA
Em T3, acima da temperatura eutética, as
regiões da matriz mais enriquecidas em β
se transformam em líquido.

Em T2, o precipitado está se dissolvendo.


Mas, pelo rápido aquecimento, a região da
matriz adjacente ao precipitado fica rica em β

Em T1, na condição inicial do material, ele é


formado por uma matriz α e precipitados de
β. Na figura é mostrado um precipitado no
contorno de grão.

Modelo para a formação de líquido durante o


aquecimento rápido da ZTA na soldagem.
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METALURGIA DA SOLDAGEM
Trincas a quente - Trincas por perda de ductilidade
Características
observadas a altas temperaturas sem a formação de fase líquida.
associada a perda de ductilidade a temperaturas elevadas
ocorre a menores temperaturas em relação as anteriores – mais distantes da
linha de fusão

Materiais Susceptíveis
aços cromo-níquel – estrutura completamente austenítica
ligas de níquel e cromo níquel

Fatores influentes
- segregação, durante exposição a temperaturas elevadas, de impurezas,
principalmente o fósforo, e de elementos de liga, como o níquel, para contornos
de grão.
- paralelamente, a ocorrência de precipitação no interior dos grãos causaria um
endurecimento destes concentrando os esforços nos contornos.
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METALURGIA DA SOLDAGEM
Trincas a frio - Trincas pelo Hidrogênio
Características

- localiza-se principalmente na ZTA – região de crescimento de grão


- pode levar a fratura frágil, ou por fadiga, da peça
- podem ser longitudinais, transversais, superficiais ou sub-superficiais
- originam-se em pontos concentradores de tensões – margem ou raiz da solda
- é intensa a temperatura ambiente

Fatores influentes
- ocorrem na presença simultânea de 4 fatores
1. presença de hidrogênio na região da solda
2. formação de microestrutura frágil de elevada dureza – (normalmente Martensita)
3. solicitação de tensões residuais e externas
4. temperatura adequada ( ocorre entre 100 e 200 °C)
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METALURGIA DA SOLDAGEM
Trincas a frio - Trincas pelo Hidrogênio
Hidrogênio – mecanismo de difusão na região da solda
 O H2 se decompõe na atmosfera do
arco liberando H atômico ou iônico(H+).

A solda no estado líquido dissolve


quantidades consideráveis de H; a
solubilidade cai com a queda de Temp.
Ficando super-saturada de H.

A solda geralmente tem menos carbono


que na ZTA ( menor temperabilidade),
assim o H migra para ZTA.

A martensita tem baixa tenacidade e


saturada de carbono fica mais frágil.
Combinando os 4 fatores.
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METALURGIA DA SOLDAGEM
Trincas a frio - Trincas por Decoesão Lamelar – trinca lamelar
Características
- ocorre no metal base (e às vezes na ZTA), em planos que são essencialmente
paralelos à superfície da chapa.
- é típica em soldas de vários passes em juntas em T feitas em chapas ou placas
laminadas de aço com espessura entre cerca de 12 e 60 mm.
- apresenta aparência típica em degraus.
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METALURGIA DA SOLDAGEM
Trincas a frio - Trincas por Decoesão Lamelar – trinca lamelar
Mecanismo de formação
- decoesão ou fissuração de inclusões alongadas, quando o material é submetido a
tensões de tração no sentido da espessura
- os vazios formados crescem e se unem por rasgamento plástico da matriz entre as
inclusões ao longo de planos horizontais e verticais

Forma de prevenção
-redução do teor de enxofre no aço e/ou adição de elementos de liga que tendem a tornar
as inclusões menos deformáveis (p.ex. Mn)

-Aliviar tensões:
- martelamento entre passes
- soldagem com processos de baixo hidrogênio.
- amanteigamento (Deposição de camada intermediária de alta ductilidade)
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METALURGIA DA SOLDAGEM
Trincas em Serviço – Trincas de Fadiga
Características

-são causadas por esforços mecânicos variáveis.


- concentradores de tensão - mordeduras, falta de penetração na raiz, trincas pré-
existentes, porosidade
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METALURGIA DA SOLDAGEM
Trincas em Serviço – Trincas de Corrosão sob tensão
Características
- podem aparecer em soldas de diferentes materiais quando em contato com um dado
ambiente corrosivo.
- é facilitada pela presença de um nível elevado de tensões residuais.
- as trincas são ramificadas, podendo ser intergranulares ou transgranulares.
-o problema depende da microestrutura e presença de deformações plásticas no material.
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SOLDABILIDADE
Definição
AWS
- Capacidade de um material ser soldado nas condições de fabricação impostas por
uma estrutura específica projetada de forma adequada e de se comportar
adequadamente em serviço.
- A facilidade relativa com que uma solda satisfatória, que resulte em uma junta similar
ao metal sendo soldado, pode ser produzida.

Avaliação da junta
-Idealmente a junta deve apresentar: resistência mecânica, ductilidade, tenacidade,
resistência à fadiga e a corrosão uniformes ao longo da solda e similares às
propriedades do material adjacente
- na realidade apresentam descontinuidades
- importante conhecer os problemas relacionados ao tipo de material a ser soldado
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SOLDABILIDADE
CE – deve ser calculado para a composição real do aço quando desconhecida usa-se os
maiores teores
% Mn % Mo %Cr % P % Ni %Cu
CE  %C      
6 4 5 3 15 15
Para soldagem com SMAW
CE < 0,40 - material facilmente soldável
- Acima deve-se utilizar processo de baixo hidrogênio com preaquecimento
CE > 0,60 – deve-se utilizar preaquecimento para juntas acima de 20 mm
CE > 0,90 – utilizar preaquecimento a elevadas temperaturas para todos os casos

Temperaturas típicas de pré-aquecimento


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SOLDABILIDADE
Soldagem dos aços baixo carbono e aço doce
- Incluem as séries AISI C-1008 e C-1025
- %C 0,10 e 0,25 - %Mn 0,25 e 1,5 - %P máximo 0,4 e %S máximo 0,5
- Aços mais comumente usados em fabricação e construção
- Facilmente soldáveis por qualquer processo a arco, gás ou resistência

- Soldagem com eletrodo revestido


- eletrodos da classe AWS E60XX – para aços com LE inferior a 350 MPa
- eletrodos da classe AWS E70XX – para aços com LE de até 420 Mpa.

Soldagem dos aços médio carbono

- Incluem as séries AISI C-1030 até C-1050


- %C 0,30 e 0,50 - %Mn 0,60 e 1,65 - %P e %S idênticos aos aços baixo carbono
- Recomendado eletrodo de baixo hidrogênio – p/ peças espessas
- Preaquecimento entre 150 e 260 °C – pós aquecimento recomendado p/ alívio de
-tensões e reduzir dureza da ZTA
- Soldagem com os mesmos processos do caso anterior.
-Facilmente soldáveis por qualquer processo a arco, gás ou resistência
-desde que respeitadas as sugestões anteriores
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SOLDABILIDADE
Soldagem dos aços alto carbono

- Incluem as séries AISI C-1050 até C-1095


- %C 0,50 e 1,03 - %Mn 0,30 e 1,00 - %P e %S
idênticos aos aços baixo carbono
- Necessita de cuidados especiais:
-Eletrodo e processo de baixo hidrogênio
- Preaquecimento entre 200 e 320 °C
- Tratamento térmico posterior – alivio de
tensões ou recozimento

Soldagem dos aços baixa liga -quantidade


total de elementos de liga inferior a 2%

-Soldados pelo processo SMAW com eletrodos das


classes E80XX, E90XX e E100XX
-com Mo que aumenta resistência em elevadas
temperaturas.
-Na seleção do metal de adição considerar:
propriedades mecânicas e composição química.
--Dependendo do teor de Carbono necessita
cuidados especiais.
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SOLDABILIDADE
Soldagem dos aços inoxidáveis (excelente resistência à corrosão)
Basicamente ligas Fe-Cr ou Fe-Cr-Ni, podendo conter, ainda, elementos como C, N, Mo, Mn, Nb, Ti, etc, seja
como elementos de liga seja como residuais.

Aços inoxidáveis ferriticos – AISI 430 (mais comum)


-Ligas Fe-Cr com teores de Cromo entre 11 e 30 % e carbono inferior a 0,12%
-Não são temperáveis.-Refino de grão apenas com combinação de trabalho mecânico e recozimento
-Tempos longos a temperaturas próximas a 500 ° C-Fragilização por precipitação de intermetálicos
-No estado recozido, sua ductilidade e tenacidade à temperatura ambiente são geralmente satisfatórias
-Apresentam boa resistência à corrosão e à oxidação, inclusive a alta temperatura
-Utilizados na fabricação de eletrodomésticos, utensílios para cozinha e aplicações a alta temperatura

AÇOS INOXIDÁVEIS MARTENSÍTICOS – AISI 410 (mais comum)


-Ligas Fe-Cr-C com teores entre 11 e 18 % Cr e entre 0,1 e 1%C. *Maior %C, Maior temperabilidade.
-Altamente temperáveis - Mesmo a baixas velo. de resfriamento podem apresentar estrutura martensítica.
-Ligas endurecíveis por tratamento térmico.
-Menor resistência a corrosão que Ferríticos e Austeníticos.
-Aplicações que requer elevada resistência mecânica, dureza, resistência ao desgaste
-Utilizados em componentes de turbina a gás ou vapor, mancais e peças de cutelaria
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SOLDABILIDADE

Aços inoxidáveis austeníticos – AISI 304 (mais comum)


-Ligas Fe-Cr-Ni com teores de Cromo entre 16 e 30, Níquel entre 6 e 26% e carbono até 0,3%
-Estrutura austenítica a temperatura ambiente – não Endurecível por TT
-Baixo limite de escoamento, alto limite de resistência e grande ductilidade
-Melhor soldabilidade – entre os inox.
-Boa resistência elevadas temperaturas mas não recomendado para meios salinos.
-Utilizados na industria química, alimentícia e de petróleo

Aços inoxidáveis duplex


-Ligas Fe-Cr-Ni-Mo-N, podendo ter adições de Cu e outros elementos de liga
-Apresentam estrutura austenítica-ferritica com 50% em cada caso
-Elevada resistência mecânica e resistência a corrosão .
-Em meios contendo cloretos (onde os auteníticos tem pior desempenho)
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SOLDABILIDADE
Soldagem dos aços inoxidáveis austeníticos

- Fáceis de soldar
- Apresentam maior coeficiente de expansão térmica (~45%), maior resistência
elétrica e menor condutividade térmica em relação aos aços carbono
- Para teores de C superior a 0,06% - precipitação de carbonetos nos contornos de
grão da ZTA – prejudica a resistência a corrosão
-Minimizar o problema recomenda-se soldar com maior Velocidade de soldagem.
- Menor corrente de soldagem em relação aos aços carbono
-devido a menor temperatura de fusão e menor condução de calor
- Maior tendência a distorção devido ao maior coeficiente de expansão térmica
-prever dispositivo de fixação e ponteamento adequado.
- Com solidificação completamente austenítica - sensível a trincas de solidificação

-solução: selecionar metal de adição que produza microestrutura austeno-ferrítica na solidificação


com cerca de 4 a 10% de ferrita

-onde não é possível estrutura austeno-ferritica (meios altamente corrosivos) – utiliza-se eletrodos
com baixo teores de enxofre e fosfóro e uma elevada relação Mn/S e procedimento de soldagem
que minimize o nível de tensões na soldagem
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SOLDABILIDADE
Soldagem dos aços inoxidáveis ferríticos

-Apresentam coeficiente de expansão térmica similar aos aços carbono


-Tendo menor tendência à distorção
-Problemas de perda de ductilidade, de tenacidade e resistência a corrosão
-Devido a formação de granulação grosseira, precipitação de carbonetos e nitretos e a
formação de martensita ao longo dos contornos de grão da ferrita.
- Para minimizar o problema utiliza-se metal de adição austeníticos.
- Novos tipos de aços inoxidáveis ferríticos tem sido desenvolvidos para
utilização em tubulações, trocadores de calor e sistema de escapamento de
automóveis
- materiais com extra baixo teor de intersticiais (C + N < 0,03%)
- adição de Nb e Ti (elementos que se ligam fortemente aos intersticiais e reduzem a
influência negativa na soldagem)
Universidade Tecnológica Federal do Paraná Prof. Ossimar Maranho

SOLDABILIDADE
Soldagem dos aços inoxidáveis martensíticos

- Aços martensíticos de baixo teor de carbono são facilmente soldáveis


-Para teores de C acima de 0,15% os aços são temperáveis ao ar, logo precisam de:
-Pré-aquecimento a temperaturas entre 230 e 290 °C
-Pós-aquecimento imediatamente após a soldagem em temperaturas entre 600 e 750°C, seguido
de resfriamento lento até a temperatura ambiente
-Pré e pós aquecimento levam a formação de trincas de têmpera na região da solda
-Na impossibilidade de preaquecimento utilizar metal de adição austenítico
Universidade Tecnológica Federal do Paraná Prof. Ossimar Maranho

SOLDABILIDADE
Soldagem dos aços inoxidáveis duplex

-Facilmente soldáveis com os cuidados necessários


-Resfriamento muito rápido – aumenta teor de ferrita e a precipitação de nitretos
de Cr na ZF e ZTA
-Prejudica a tenacidade e a resistência a corrosão da solda
-Resfriamento muito lento e tempos longos em temperaturas entre 1000 e 600°C –
precipitação de compostos intermetálicos
-Prejudicam as propriedades mecânicas e químicas da solda

-Portanto o controle da energia de soldagem e temperatura de preaquecimento é


essencial
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SOLDABILIDADE
Soldagem dos aços inoxidáveis – Previsão da microestrutura
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SOLDABILIDADE
Soldagem dos aços inoxidáveis – Possibilidade de Problemas

1 – trinca de
solidificação ou por
perda de ductilidade
acima de 1250 °C

1 2 – formação de fases
intermetálicas após
aquecimento entre 450 e
2 900 °C

3 – crescimento de grão na
5 ZTA

4 – fragilização e trincas
por formação de martensita
4
3 5 – Esta área não é atingida
por nenhum dos problemas
indicados.
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SOLDABILIDADE
Soldagem dos aços inoxidáveis – Exemplo
Como um exemplo, suponha-se que um aço inoxidável ferrítico ABNT430 (0,03%C, 0,9%Mn, 0,4%Si e
17,3%Cr) tenha sido soldado com um eletrodo AWS E309 (0,06%C, 0,7%Mn, 0,7%Si, 22,1%Cr e12,5%Ni).
A diluição foi de 30%. Qual a Microestrutura da Zona Fundida?
Exemplo:

Aço ABNT 430


0,03 %C, 0,9 %Mn, 17,3 %Cr,
0,4%Si

Eletrodo AWS E309


0,06 %C, 0,7 %Mn, 0,7 %Si,
MA 22,1 % Cr e 12,5 %Ni
ZF
Metal Base (MB)
Cr eq = 17,9 e Ni eq = 1,4%

Metal de adição (MA)


Cr eq = 23,2 e Ni eq = 14,7
MB

Zona Fundida(ZF)
Austenita com 15% de Ferrita
Diagrama de Schaeffler mostrando os pontos correspondentes ao metal base (MB),
metal de adição (MA) e a solda (ZF) para uma diluição de 30%.

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