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Universidade Católica de Moçambique

Faculdade de Ciências de Saúde


Curso de Licenciatura em Farmácia

Fátima Mustafá

ANÁLISE DA CONCENTRAÇÃO DE CLORETOS EM ÁGUA DO POÇO NA CIDADE


DA BEIRA

Trabalho de Investigação de Química Analítica

Beira
2018
FATIMA MUSTAFA

ANÁLISE DA CONCENTRAÇÃO DE CLORETOS EM ÁGUA DO POÇO NA CIDADE


DA BEIRA

Trabalho de investigação de química


analítica, apresentado ao docente da
cadeira como requisito de aquisição
de media de frequência

Docente:
Dr. Saimone B. Lamo

Beira
2018
Trabalho de Investigação de Química analítica

Avaliado por_______________________________
Classificação_________________________ (_______)

Fátima Mustafá
______________

Beira
2018
Índice

1.0 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 4

1.1 Objectivo ........................................................................................................................... 5

2.0 ETAPAS DE UM TRABALHO ANALÍTICO .................................................................... 5

2.1 Identificação do um problema .......................................................................................... 5

2.2 Seleção do método analítico ............................................................................................. 6

2.3 Amostragem ...................................................................................................................... 6

2.3.1 Coleta de amostras de água em poços para análise .................................................... 7

2.4 Processamento da amostra ................................................................................................ 7

2.4.1 Técnicas de determinação .......................................................................................... 8

2.5 Cálculo de concentração de cloretos ................................................................................. 9

2.6 Relatório e interpretação de resultados ............................................................................. 9

2.6.1 Água ........................................................................................................................... 9

2.6.2 Cloretos .................................................................................................................... 10

2.6.3 Interpertação dos resultados ..................................................................................... 11

2.7 Conclusão........................................................................................................................ 12

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 13


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1.0 INTRODUÇÃO

A análise da concentração de cloretos em água, dentro do contexto da química analítica


aplicada, desempenha importante papel avaliador da qualidade e segurança deste líquido. Em
determinados momentos, esta accão torna-se decisiva para equacionar e resolver problemas de
saúde pública e também para definir e complementar ações de vigilância sanitária. Por se
considerar uma substancia vital, para a sua avaliação o analista deverá estar devidamente
treinado, e somente a experiência adquirida ao longo dos anos poderá fornecer segurança
analítica.

Dentre os requisitos essenciais para evidenciar a qualidade de um trabalho laboratorial e


fornecer confiabilidade aos resultados emitidos, a escolha adequada do método analítico é de
grande relevância. De nada adianta um laboratório dispor de instalação e equipamentos de
ponta, se o método analítico selecionado não for apropriado.

A água é importante para a manutenção da vida e a sua sanidade e utilização racional são de
impacto para a economia e preservação da saúde da coletividade. A água para o consumo
humano é aquela cujos parâmetros microbiológicos, físico-químicos e radioativos atendem aos
padrões de potabilidade e não oferecem risco à saúde da população. Essas águas são captadas
de mananciais superficiais.
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1.1 Objectivo

 Determinação da concentração de cloretos em água do poço na cidade da beira.

2.0 ETAPAS DE UM TRABALHO ANALÍTICO

Para a concretização deste trabalho serão seguidas etapas que conferem um trabalho analítico
para a obtenção de resultados fiáveis e precisos as que se seguem:

 Identificação de um problema,
 Seleção de um método analítico,
 Amostragem,
 Processamento da amostra,
 Calculo de resultados,
 Relatório e interpretação de resultados,
 Conclusão.

2.1 Identificação do um problema

A análise da concentração de cloretos consiste em determinação da quantidade presente destes


iões na água para se apurar se esta é própria para o consumo humano.

De acordo com a Fundação Nacional de Saúde (FNS) (2013), os cloretos estão presentes em
águas brutas e tratadas em concentrações que podem variar de traços ate miligramas (mg) e se
apresentam em forma de cloreto de sódio, cálcio e magnésio. A água do mar possui
concentração elevada de cloretos que está em torno de 26.000 mg/L. No entanto, o mesmo autor
refere que, é estabelecido o teor de 250 mg/L como o valor máximo permitido para água
potável. No entanto, Andrade (2010) refere que, o valor do pH da água potável deverá se situar
no intervalo de 6,9 a 7,1 e a concentração mínima de cloro residual livre em qualquer ponto da
rede de distribuição deverá ser 0,2 mg/L.

Paulos (2008) refere que, com o avanço da química foi possível conhecer a composição da água,
sendo a sua qualidade depende, dentre vários aspectos, dos sais dissolvidos onde quanto maior
for a concentração desses sais apresenta um sabor desagradável é pesada no estomago e não
convém o seu uso doméstico.
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A água consumida pela população residente na cidade da beira é abastecida pelo FIPAG, para
alem deste fornecimento, os residentes desta cidade abrem poços em suas residências na
tentativa de reduzir os custos de pagamento a esta empresa, porem a água proveniente destes
furos considera-se impropria para o consumo humano devido ao sabor salubre que apresenta.

Olhando para as condições descritas acima surge a seguinte pergunta: qual é a concentração de
cloretos em água dos poços na cidade da beira?

2.2 Seleção do método analítico

De acordo com o Instituto Adolfo Lutz (IAL) (2008), Dependendo da origem e tratamento
recebido, as características das águas potáveis variam, sendo de grande relevância o conjunto
de determinações físico-químicos que avaliam essas propriedades. Os referidos ensaios são
destinados à verificação da qualidade de águas provenientes de poços, minas, água mineral e
de abastecimento público.

Para a determinação da concentração de cloretos em água de poços que representa o ponto de


referência neste estudo, será aplicada a titulometria que é um método de via húmida de análise
quantitativa. Optou-se pela escolha deste método por estar adequado com a análise a ser feita e
poderá fornecer a exatidão requerida, tem um tempo de manipulação curto e recursos para a sua
aplicação são acessíveis.

Tratando-se de aniões do segundo grupo, estes são titulados com iões prata em solução nítrica
(AgNO3) que vão favorecer a precipitação do cloreto de prata quantitativamente.

2.3 Amostragem

Segundo Skoog (2005), A amostragem é o processo de coletar uma pequena massa ou volume
de um material cuja composição represente exatamente o todo do material que está sendo
amostrado.

De acordo com Skoog (2005), Para gerar informações representativas, uma análise precisa ser
realizada com uma amostra que tem a mesma composição do material do qual ela foi tomada.
Ainda o mesmo autor acrescenta que, não importa que a amostragem seja simples ou complexa,
no entanto, o analísta deve ter a certeza de que a amostra de laboratório é representativa do todo
antes de realizar a análise, pois a amostragem é a etapa mais difícil e a fonte dos maiores erros.
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2.3.1 Coleta de amostras de água em poços para análise

Para este trabalho, amostra de água é uma parte tomada do universo da água de um determinado
poço. Esta amostra deve ser coletada em frascos de vidro branco, boca larga, com tampa de
vidro esmerilhada, bem ajustada, com capacidade de 500ml.

2.3.1.1 Procedimentos para coleta em poços

 Lavar as mãos com água e sabão;


 Coletar a amostra de água;
 Encher com pelo menos ¾ de volume do recipiente;
 Tampar o frasco, Identificá-lo, anotando endereço, a hora e a data da coleta, o estado do
tempo, o nome de quem coletou.
 Marcar o frasco com o número da amostra, correspondente ao ponto de coleta;
 Preencher a ficha de identificação da amostra de água;
 Lacrar, identificar e enviar a caixa para o laboratório.

2.4 Processamento da amostra

De acordo com Skoog (2005), O processamento da amostra representa a terceira etapa em que,
sob certas circunstâncias, nenhum processamento da água não pode ser feita antes de medir o
seu pH diretamente. No entanto, a FNS (2004) diz que, deve-se ajustar o pH entre 7 e 10 se
necessário, com NaOH ou H2SO4. Geralmente deve-se processar a amostra de alguma forma,
a primeira etapa é, muitas vezes, a preparação da amostra de laboratório.

A preparação da amostra de água não exige muitas etapas de processamento, pois sim, se
apresenta de forma liquidas, porem, não se deve deixar em frascos abertos o que pode alterar a
concentração do analito, o frasco da amostra deve ser mantido dentro de um segundo recipiente
selado, talvez durante todo o procedimento analítico, para prevenir a sua contaminação.
Medidas especiais, incluindo a manipulação da amostra e a medida em atmosfera inerte, podem
ser exigidas para preservar a integridade da amostra.

Para o processamento da amostra e outros reagentes é necessário o uso de materiais como:


Banho-maria, balança analítica, copo de Erlenmeyer de 100 mL, bureta de 10 mL, bastão de
vidro, balões volumétricos de 50 e 1000 mL, pipetas volumétricas de 25 e 50 mL.
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Reagentes

 Água (H2O) do poço


 Cromato de potássio (K2CrO4)
 Nitrato de prata (AgNO3)

Prepara-se a solução-padrão de nitrato de prata a 0,03M, Pesando 4,79 g de nitrato de prata e


transfere se para um balão volumétrico de 1000 mL, depois foi dissolvido e completado o
volume com água destilada e deionizada.

Para o Indicador cromato de potássio a 10% m/v, pesa-se 5 g de cromato de potássio, transferido
para um balão volumétrico de 50 mL, posteriormente é dissolvido e completa-se o volume com
água destilada e deionizada.

2.4.1 Técnicas de determinação

A determinação de cloretos sera feita em três amostras coletadas em três pocos diferentes e vai
seguir a mesma técnica. De acordo com IAL (2008), Transfire-se 50 mL da água para o interior
do copo de Erlenmeyer de 100 mL. É Aquecida em banho-maria até reduzir o volume a
aproximadamente 20 mL. Seguidamente adiciona-se 1 mL do indicador cromato de potássio.
Posteriormente é titulado com a solução de nitrato de prata em bureta de 10 mL e o
aparecimento de uma coloração avermelhada se nota depois de 6 mL, 5 mL e 7 mL gastos no
gotejo do nitrato de prata para cada amostra.

Figura 1: Fluxograma de análise de cloretos


Fonte: FNS, 2013.
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2.5 Cálculo de concentração de cloretos

Amostra do poço 1: foi consumida 6mL de AgNO3

M x V(AgNO3) x 35.453 x 1000


C= V(amostra)

0.03mol/L x 0.006L x35.453x1000


C= 0.02L

6.38154
C= 0.02L

C = 319.08 mg/L

Amostra do poço 2: foram consumidos 5mL de AgNO3

0.03𝑚𝑜𝑙/𝐿 𝑥 0.005𝐿 𝑥 35.453 𝑥 1000


𝐶=
0.02𝐿

𝐶 = 265.897 𝑚𝑔/𝐿

Amostra do poço 3: foram consumidos 7mL

0.03𝑥0.007𝑥35.453𝑥1000
𝐶=
0.02

𝐶 = 372.256

2.6 Relatório e interpretação de resultados

2.6.1 Água

De acordo com Andrade (2010), Quimicamente a água é definida como um composto que tem
uma composição definida e constante. Neste contexto, como qualquer composto puro, deveria
exibir características químicas e físicas próprias e previsíveis, o que favoreceria que a água
fosse sempre a mesma, independentemente de sua origem. Contudo, isso não acontece uma vez
que a composição da água depende do tempo de contato da mesma com o solo terrestre, bem
como do tipo de solo da região com que a água está em contato. Cabendo assim, afirmar a
composição de uma água dependerá de sua localização geográfica.

Paulos (2008) refere que, entre os recursos naturais, a água é o elemento mais importante para
a subsistência das espécies que dependem da sua disponibilidade para satisfazer as suas
necessidades. Quase todos os aspectos da vida do homem giram em torno desta, razão pela qual
os povos se desenvolveram, ao longo da história, nas proximidades de fontes de água
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Uma das propriedades físicas da água é de ser um solvente universal, é nesta perspectiva que a
água na natureza raramente encontra-se de uma forma pura. Portanto, a quantidade de
contaminantes presentes em águas naturais depende das características do solo onde a água é
encontrada e da poluição que esta água sofre.

De acordo com Paúlos (2008), as fontes naturais de abastecimento de água são a água da chuva,
as águas superficiais (rios, lagos) e águas subterrâneas (aquíferos, mananciais). Estas fontes são
parte fundamental do sistema ecológico e são imprescindíveis para o desenvolvimento
económico. A água para consumo humano que é captada de fontes superficiais e subterrâneas
é cada vez mais procurada pelas populações, no entanto, cada dia está mais escassa e cara.

2.6.2 Cloretos

Os cloretos são iões extremamente solúveis em água, podendo ser de sódio, cálcio, magnésio e
ferro. Segundo Andrade (2010), os cloretos estão presentes em todas as águas naturais, em
concentrações variáveis. As águas da montanha e de terras altas têm normalmente baixo teor,
enquanto as águas dos rios e subterrâneas podem possuir quantidades apreciáveis. Os mares e
oceanos possuem teores em cloretos elevados. O mesmo autor revela que, o padrão de consumo
de quantidade de iões cloreto em água potável é de 250mg/L.

Andarade (2010) diz que, usando o método de Mohr para determinação de cloretos, o haleto é
titulado com uma solução padrão de nitrato de prata usando-se cromato de potássio como
indicador. No ponto final, quando a precipitação do cloreto for completa, o primeiro excesso
de íoes Ag+ reagirá com o indicador ocasionando a precipitação do cromato de prata, amarelo
avermelhado.

O conhecimento do teor de cloretos da água tem por finalidade obter informações sobre o seu
grau de mineralização ou indícios de poluição, como esgotos domésticos e resíduos industriais
das águas e por essa razão o sua concentração deve ser conhecida e controlada.

Para os materiais e reagentes utilizados assim como os procedimentos da determinação dos


cloretos vide na página 7 e 8.
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2.6.3 Interpertação dos resultados

Dos cálculos de determinação de cloretos na página 9 foram obtidos valores para cada amostra
como ilustra a tabela seguinte.

Amostras Valores obtidos de cloretos em mg/L


Poço 1 319.08
poço 2 265.897
poço 3 372.256
Media 319.078
Tabela 1: Valores de cloretos em mg/L que contem na água do poço.

Olhando para a tabela acima de valores de cloretos obtidos através de análise de 3 amostras de
água, colhidas em igual número de poços da cidade da beira, mostra que a concentração de
cloretos em águas de poços nesta cidade varia de 265.897 a 379.078 mg/L, com uma media de
319.078 mg/L. estes valores são considerados fora do normal permitido, lembrado que Andrade
(2010) e FNS (2013) referem que, o valor máximo permitido do teor de cloretos para água
potável é de 250 mg/L.
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2.7 Conclusão

Partindo da análise química da água tomada nos poços da cidade da beira, conclui-se que a
concentração de cloretos é maior em relação a concentração máxima permitida para água
potável, revelando uma concentração mais elevada naqueles poços mais próximos da praia. Isso
revela que a salinidade da água do poço desta cidade é devido ao contacto do lençol freático
com a água do mar que favorece ao aumento da concentração de cloretos e outros iões como
sódio, cálcio e magnésio, bem como outras substâncias, levando a água a dureza para alem de
apresentar um sabor salubre e a rejeição do seu consumo pelos populares desta urbe. Pois sim,
nestas condições em que se apresenta torna-se improprio para o consumo e uso humano.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Andrade, A. A. (2010). Pratica 2 cloretos. Talemaco borba: PR.

Fundação Nacional de Saúde [FNS]. (2004). Manual prático de análise de água. (2ª ed).
Brasilia: funasa.

Fundação Nacional de Saude [FNS]. (2013). Manual prático de análise de água. (4ª ed).
Brasilia: funaso.

Instituto Adolfo Lutz. (2005). Método físico-químicos para análise de alimentos. (4ª ed). São
paulo. Autor.

Paúlos, E. M. S. (2008). Qualidade da água para o consumo humano. Dissertação de mestrado


em química industrial. Cavilha: UBI.

Skoog, W. H. C. (2005). Fundamentos de química analítica. (8ª ed). América: thpmson.

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