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INDEX
A ESQUIZOFRENIA
DE ACORDO COM
A ABORDAGEM
BOOKS
COMPORTAMENTAL

GROUPS

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INDEX
Editora da Juruá Psicologia: A na C arolina B ittencourt

ISBN: 978-85-362-4455-6

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Brasil - Av. Munhoz da Rocha. 143 - Juvevé - Fone: (41) 4009-3900
Fax: (41)3252-1311 CEP: 80.030-475 Curitiba - Paraná - Brasil
Europa - Escritório: Av da República, 47 - 9° Dt° - 1050-188 - Lisboa - Portuga)
Loja: Rua General Torres, 1.220 - Lojas 15 e 16 - Centro Comercial
D'Ouro 4400-096 - Vila Nova de Gaia''Porto - Portugal

E d ito r: .losé F.mani de Carvalho Pacheco

Bueno, G ina Nolêto.


B928
GROUPS
A esquizofrenia de acordo com a abordagem compor­
tamental./ Gina Nolêto Bueno, I lma A . Goulart de Souza
Britto./ Curitiba: Juruá, 2013.
182p.
1. Esquizofrenia. í. Britto, Uma A. Goulart de Souza.
11. Título.
C D D 616.8982(22.ed.)
00 2 5 5 C D U 6 1 6 .8 9 5 .8

Visite nossos sites na internet: www.juruapsicologia.com.br e www.editoriafiurua.com


e- mail: psicologia @jurua. com. br

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Doutora em Psicologia pela PUC Goiás. Mestre e graduação em Psicologia pela PUC Goiás. Professora,
supervisora, pesquisadora e professora-orientadora tanto na graduação em Psicologia, como na Pós-Graduação
Lafo Sensu em Psicopatologia, ministrados pela PUC Goiás. Membro da Equipe de Avaliações dos Processos
Seletivos Discentes da PUC Goiás. Membro do Núcleo de Pesquisas Aplicadas a Intervenções Comunitárias
e Clinicas - NUPAICC, da Associação Brasileira de Psicoterapia e Medicina Comportamental - ABPMC
e da Associação Brasileira de Análise do Comportamento - ACBr Psicóloga Clínica com vasta experiência.
Uma A. G ou lart de Souza Britto
Doutora em Ciências Sociais, Antropologia pela PUC/SP. Graduada e Mestre em Psicologia da
Aprendizagem e do Desenvolvimento pela UnB. Professora titular, pesquisadora e professora-orientadora
dos Programas de Pós-Graduação Lalo Sensu e Stricto Sensu da Pontifícia Universidade Católica de
Goiás. Coordenadora do curso de Especialização em Psicopatologia da PUC Goiás. Membro do Núcleo
de Pesquisas Aplicadas a Intervenções Comunitárias e Clinicas e da ABPMC. Sócia plena da ACBr.

INDEXA ESQUIZOFRENIA
DE ACORDO COM
A ABORDAGEM
BOOKSCOMPORTAMENTAL

GROUPS

Curitiba
Juruá Editora
2013

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Integ rantes dos C o n s e lh o s E d ito ria is da W fíU fí EDITORff


nas áreas de P s ic o lo g ia e S a ú d e

Adriano Furtado Holanda cias da Saúde. Esp. em Psiquiatria. Graduado em


Medicina. Prof. Universitário.
Dr. e Me. em Psicologia Graduado em Psicologia.
Prof. Universitário. Gilberto Gaertner
M e. em Engenharia de Produção. Esp. em: For­
Álvaro Roberto Crespo Merlo
mação em Psicologia Somática Biossíntese; For­
Dr. em Sociologia pela Université de Paris Vil - mação em Integração Estrutural Método Rolf;
Denis Diderot em 1996. Prof. e graduado em M e ­ Formação em Bioenergia Raízes; e Psicologia Cor­
dicina. poral -O rgon e.
Ana Magnólia Mendes Irene Pereira Gaeta
Pós-Dra. pelo Conservatoire National des Arts et Dra. e M ,a em Psicologia Clínica. Graduada em
Métiers (CNAM), Paris. Dra. em Psicologia - UnB Psicologia. Prof.3 Universitária.

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e Univeisidade de Bath, Inglaterra. M .a e gradua­
da em Psicologia. Prof.3 Universitária. Joanneliese de Lucas Freitas
Dra. em Psicologia. M .a em Processos de Desen­
Ana Maria Jacó Vilela volvimento Humano e Saúde. Graduada em Psi­
Pós-Dra. em História e Historiografia da Psicolo­ cologia. Prof.3 Universitária.
gia. Dra. e M .a em Psicologia. Graduada em Psi­
cologia. Prof.3 Universitária. Josemar de Campos Maciel
Dr. em Psicologia. M e, em Psicologia e em Teolo­
Benno Becker Junior gia Sistemática pela Pontifícia Universidade Gre­
Dr. em Psicologia pela Universidad de Barcelona, goriana de Roma. Graduado em Filosofia e em
U.B,: Espanha. M e. em Pedagogia. Esp. em M é ­ Teologia. Prof, Universitário,
todos e Técnicas de Ensi™. Graduado em Psico­
logia e em Educação Física. Jorge Broide

BOOKS
Dr. em Psicologia Social. M e. em Psicologia Clíni­
Carlos Diogenes Cortes Tourinho ca. Graduado em Psicologia. Prof, Universitário.
Dr. e Me, em Filosofia. Esp. em Filosofia Contem­
porânea. Graduado em Psicologia e em Filosofia. Julio Cesar Acosta Navarro
Prof. Universitário. Dr. em Cardiologia. Doutorado no Programa de In­
tegração de América Latina. Esp. em Cardiologia
Cristina Maria Carvalho Delou Clinica pela Pós-graduação da Universidade Mayor
Ora., M .a e Esp. em Educação. Graduada e Lic. de San Marcos, Lima, Peru. Graduado em M edi­
em Psicologia. cina Humana - Universidad Nacional Federico
Vülarreal, Lima, Peru. Médico. Prof, Universitário.
D jalm a Lobo Jr.
Psicólogo e Parapsicólogo. Coordena grupos psi- Lêda Gonçalves de Freitas

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coterapêuticos. Dra. em Psicologia Social e do Trabalho. M .a em
Educação, Graduada em Psicologia. Prof.3 Univer­
Emilia Estivalet
sitária.
M .a em Saúde Pública. Graduada em Psicologia.
Psicanalista. Prof.* Universitária. Lis Andréa Pereira Sobotl
Dra. em Medicina Preventiva. M ,a em Administra­
Elza Maria do Socorro Outra
ção. Graduada em Psicologia. Professora.
Dra. em Psicologia Clínica. M .n em Psicologia
Escolar. Graduada em Psicologia. Prof.a Universi­ Luiz Antonio Penteado de Carvalho
tária Me. e Graduado em Medicina. Esp. em Ortopedia
e Traumatologia. Prof. Universitário.
Fatima Lobo
M .a em Psicologia pela UFMG. Graduada em Psi­ Maria Auxiliadora da Silva Campos Dessen
cologia. Prof.3 Universitária. Pós-Dra. pela Universidade de Lancaster, Inglater­
ra, e pelo Instituto M ax Planck para o Desenvol­
Gabriel José Chittó Gauer vimento Humano e Educação. Dra em Psicologia
Pós-Dr. pelo Departamento de Psicologia da Uni­ Experimental pela USP. Graduada em Psicologia
versidade de Maryland. Dr. em Medicina e Ciên­ Prof.a Universitária.

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Miriam Debieux Rosa Rosangela Outra de Moraes


Ora. e M .a em Psicologia (Psicologia Clínica). Gra­ Dra. em Ciências'. Desenvolvimento Socioambien-
duada em Psicologia. Prof.a na Graduação e na tal (NAEA/UFPA), com Doutorado sandwich na
Pós-Graduação. Psicanalista. Faculdade de Psicologia da Universidade Autô­
noma de M adrid, Espanha. Graduada em Psico­
Marília Viana Berzins
logia. Professora.
Dra. em Saúde Pública. M .a em Gerontologia So­
cial, Esp. em Gerontologia. Assistente Social. Ruth Gelehrter da Costa Lopes
Dra. em Saúde Pública. M .a em Psicologia Social.
Roberto Heloani
Graduada em Psicologia. Prof.a Universitária.
Pós-Dr. em Comunicação. Dr. em Psicologia. M e.
em Administração. LD. em Teoria das Organiza­ Sandra Maria Sales Fagundes
ções pela Unicamp. Piof. Universitário. M e, em Educação. Esp. em Saúde Comunitária.
Graduada em Psicologia. Tutora-Professora em EAD
e psicoterapeuta.

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Agradecemos ao Editor Chefe da Revista Brasileira
de Terapia Comportamental e Cognitiva Francisco Lotufo
Neto, bem como aos Editores Associados que gentilmente
permitiram a publicação do texto Abordagem Funcional
para o Delirar e Alucinar.

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GROUPS o c o m p o rta m e n to p s ic ó tic o è sim p le s m e n te
p a tíe e p arcela d o com jxftíam ento humano (...). O estudo do
c o m p o rta m e n to p s ic ó tic o ou n ã o p e r m a n e c e fir m e m e n te
a o fa d o d a s c iê n c ia s n a tu ra is (...) ".
Skinner, 1956/1979, p. 189.

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Dedicamos este resultado aos nossos filhos,
A manda El ta, André Luiz, Bruno, Fernando Augusto
e Lohanna, agentes reforçadores à grande maioria
de nossas ações: são os maiores e mais preciosos
presentes de nossas vidas! Amamos vocês!!!

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APRESENTAÇÃO

O presente livro A Esquizofrenia de Acordo com a Abordagem


Comportamental oriwido da tese de doutorado de Gina Nolêto Bueno abor­
da a esquizofrenia , ou melhor, as falas delirantes e alucinatórias de duas

INDEX
pessoas com o diagnóstico de esquizofrenia, em uma unidade de tratamento.
Este livro oferece o conhecimento sobre os eventos que antecederam e que
mantiveram os comportamentos de delirar e de alucinar, bem como o seu
tratamento, a partir de uma perspectiva analitico-comportamental. Diante
disso, o foco do mesmo é sobre o comportamento do esquizofrênico. Este
livro é didático, inovador e uma ótima escolha pelos resultados apresenta­
dos, tanto para os profissionais como para os estudantes de áreas afins que
lidam com a complexidade do comportamento humano.

BOOKS
De início, alguém poderia sugerir que a esquizofrenia é um tipo de
‘doença cerebral crônica, grave, incurável e incapacitante'. Responder-se-ia
que ainda não se confirmou se no cérebro do esquizofrénico, seja ele de um
esquizofrênico vivo ou de um esquizofrênico morto, haja processos orgânicos
ou neuroquimicos envolvidos em suas causas. Mesmo porque delirar, alucinar,
comportar-se de modo desorganizado e não demonstrar emoções é coisa que
um esquizofrênico faz (comportamento) em vez de algo que ele tenha (doença).
Todavia, isso não significa afirmar que a esquizofrenia ou qual­

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quer outro tipo de transtorno mental, cujos sintomas descrevem topografias
comportamentais, não tenha qualquer base fisiológica. O comportamento é
função conjunta de três fontes de seleção e de variação, a saber: (l) filogê-
nese, a seleção natural, área da biologia; (2) ontogênese, a seleção operan­
te , área da psicologia; (3) cultura, a seleção das práticas culturais, área das
ciências sociais. O analista do comportamento considera que se deve enten­
der cada tipo de seleção e de variação para se compreender de onde vem o
comportamento (Skinner, 1953/2000; 1984). Sendo assim, a principal preo­
cupação neste livro foi com as propriedades funcionais das falas inapro-
priadas (delírios e alucinações) de duas pessoas com o diagnóstico de esqui­
zofrenia, mais do que com as descrições topográficas dessas categorias
comportamentais restritas a sintomas de transtorno psicótico.

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Agora, um breve retorno à história. A palavra esquizofrenia fo i


proposta pelo psiquiatra suíço E. Bleuler e se originou dos termos grego
skhizein (dividida ou partida) e phren (mente). No livro Demeniia Praecox
or the Group o f Schizophrenias, publicado por Bleuler (1911), a esquizo­
frenia fo i descrita como um grupo de psicoses de curso crônico, marcado
por ataques intermitentes: uma doença caracterizada por um tipo especifi­
co de alteração do pensamento que se manifestava por meio de uma desor­
dem dci linguagem. Bleuler (19] 1) enfatiza em sua obra que a linguagem
do paciente esquizofrênico é típica de falas que envolvem problemas, tais
como “Bloqueio, pobreza de ideias, incoerência, nebulosidade, delírios e
anomalias emocionais são expressos na linguagem dos pacientes (...) ” (p.
147). Observa-se, portanto, que ao descrever o paciente esquizofrênico,

INDEX
antes de tudo, Bleuler (1911) referia a alguém que falava de modo dife­
rente, estranho e bizarro.
E evidente que a opinião pessoal de Bleuler se distingue de uma
abordagem cientifica. Ao se referir ao prestigio de um empreendimento
cientifico, Chiesa (1994) argumenta que a ciência está associada a uma
noção de confiabilidade, a noção de que as afirmações científicas são
confiáveis porque foram elaboradas com base em provas e não foram in­
ventadas. As explicações científicas são derivadas da observação e medida

BOOKS
dos fenômenos naturais. Deve ser enfatizado, portanto que, Bleuler (1911)
e seus seguidores não identificaram de modo empírico os marcadores bio­
lógicos em seus pacientes. Logo, Bleuler não descobriu a esquizofrenia,
ele a inventou.
A partir da década de 1950, as explicações sobre as influências
genéticas e bioquímicas das dificuldades comportamentais, sejam na cultura
científica ou popular, aumentaram. Vários transtornos são conceituados
como se possuíssem uma base genética e bioquímica, ainda que não fossem

GROUPS
encontrados os genes e os marcadores biológicos em apoio a essas convic­
ções. Wyatt (2009) apresenta dados de estudos da estrutura e do funciona­
mento cerebral com o uso de scans por emissão de pósitrons (PET) e ima­
gens por ressonância magnética (fMRl), os quais apontam que os dados ,
assim obtidos são correlacionais. Também não é difícil descrever situações
cotidianas em que o comportamento provoca mudanças na estrutura corpo­
ral, por exemplo, indivíduos altamente estressados podem desenvolver úlce­
ras (Sidman, 2005; Wyatt, 2009).
Em uma tabela de um livro publicado na década de 1990, e am­
plamente citada nos compêndios de psicopatologia, Gottesman (1991) apre­
senta os dados de estudos sobre a esquizofrenia com o intuito de demonstrar
as correlações entre esquizofrenia e genética. A conclusão a que chegou o

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seu estado assinala a correlação que existe entre gêmeos monozigóticos e a


possibilidade de desenvolverem esquizofrenia, a saber: taxa aproximada­
mente de 48%.
No entanto, em oposição a esses achados, Wyatt (2009) resume
dados de outros estudos (Faber, 1981: Watson, 1981; Wyatt, 1993; Wyatt,
Posey, Welker <£ Seamons, 1994; Wyatt & Midkiff 2006) dos quais, uma aná­
lise ponderada permite outras conclusões: (a) os gêmeos idênticos não foram
criados separados, mas pela família dos pais biológicos; (b) os gêmeos não
foram separados até os 10 anos de idade; (c) as agências de adoção foram
obrigadas, por contrato, a localizar famílias adotivas que eram similares às
famílias biológicas. Por sua vez, Wong (2006) chama a atenção para o fato
de que os estudos posteriores não conseguiram replicar as correlações entre

INDEX
a genética e a esquizofrenia propostas por Cottesman (1991).
Como a explicação biológica ainda é dominante na cultura e em
sua linguagem, vários tipos de medicamentos têm sido usados como trata­
mento de escolha. E isso obviamente favorece às indústrias farmacêuticas e.
à propaganda alegarem os benefícios dos mais variados tipos de medica­
mentos usados para o tratamento dos transtornos mentais. De acordo com
Wyatt (2009), a indústria famarcêutica subscreve cerca de 75% dos estudos
sobre as drogas que são publicados em revistas de prestigio, por exemplo,

BOOKS
Annafs o f Internai Medicine, Journal o f the American Medicai Association,
Lancet e o New Engiand Journal o f Medicine. “Assim, a indústria está em
uma posição de exercer o controle substancial sobre o que é publicado ”
(p. 52). Wyatt (2009) relata, ainda, que artigos de funcionários dessas em­
presas são publicados como se fossem de autoria de acadêmicos.
Então, como jazer para nos convencer da relevância de todas as
questões aqui expostas? Os problemas gerados pelo tratamento medica­
mentoso da esquizofrenia como transtorno mental ou como uma ‘doença

GROUPS
cerebral crônica e incapacitantesem os devidos marcadores biológicos
tornam-se ainda mais difíceis de serem compreendidos. Um dos pontos de
partida, portanto, será estudar o comportamento de delirar e de alucinar em
relação aos eventos ambientais. Analisá-los funcionalmente. E para estudar
o efeito de uma variável sobre a ouira, ou seja, as ‘relações de causa e de
efeito' é relevante voltarmo-nos para a experimentação, obedecendo a uma
lição cle C. Bernard (1865/1927) que ensinou que "(...) a análise experi­
mental é o nosso único meio de buscar a verdade

Uma A. Goulart de Souza Britto

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SUMARIO

ESTU D O S DA A N Á LISE DO C O M PO R T A M E N T O SO B RE A E SQ U IZ O ­
F R E N IA ............................................................................................................................................. t9

INDEX
M ETO D O LO G IA DE A N Á LISE F lJN C IO N A f..................................................................39

A IM PO R TÂ N C IA DOS E V EN T O S A N T E C ED E N T E S EM C O N T E X T O S
A P L IC A D O S ....................................................................................................................................51

UM A A B O R D A G EM FU N C IO N A L PARA OS C O M PO R T A M E N T O S DE
D E LIR A R F A L U C IN A R ........................................................................................................... 63

O B JE T IV O S DO PRE SE N T E E S T U D O ............................................................................... 75

BOOKS
M É T O D O ......................................................................................................................................... 77

P articip an tes............................................................................................................................... 77

A m b ie n te e M a te r ia is ............................................................................................................................. 7 9

P rocedim ento.............................................................................................................................. 80

1 A v a lia ç ã o fu n cio n a l indireta por m e io d e e n tr e v is ta ................................................... 81

2
GROUPS
Avaliação funcional por observação direta dos comportamentos-problema... 82

2.1 A valiação por observação direta dos relatos de um profissional da


equipe - Essa ocorreu quando um m édico psiquiatra se dispôs a
fornecer dados sobre os com portam entos-problem a dos pacientes
da instituição............................................................................................................ 82

3 A nálise funcional (exp erim ental)................................................................................83

3 .1 D elineam ento de m últiplos elem entos............................................................. 83

3.2 D elineam ento de reversâo-replicação. seguido p o rfollou -u p .................. 85

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R E S U L T A D O S .............................................................................................................................. 91

D IS C U S S Ã O ............................................................................................................ ....................133

R E F E R Ê N C IA S ...........................................................................................................................147

A P Ê N D IC E ................................................................................................................................... 155

Program a de Treinam ento para Cuidadores da In stitu ição .........................................155

T reinam ento Teórieo e P rá tic o ........................................................................................... 155

A N E X O S ........................................................................................................................................169

INDEX
A nexo 1 - Entrevista para A valiação Funcional de C om portam entos.................169

A nexo 2 - Form ulário de O bservação Direta de Com portam entos de Par­


ticipante ............................................................................................................. 172

A nexo 3 - Folha de R egistro de Frequência de Com portam entos V erbais


Apropriados e Inapropriados - Linha de B ase....................................... 173

A nexo 4 - Folha de R egistro de Frequência de C om portam entos V erbais

BOOKS
A propriados e Inapropriados - P ós-treinam ento C uidador em
D R A e L X T ......................................................................................................174

A nexo 5 - Folha de R egistro de M edicação/D osagem M inistrada ao Parti­


cipante ................................................................................................................175

E P ÍL O G O ...................................................................................................................................... 177

ÍNDICE A L F A B É T IC O ............................................................................................................ 179

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ESTUDOS DA ANÁLISE DO
COMPORTAMENTO SOBRE
A ESQUIZOFRENIA

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A o buscar as raízes do estudo do com portam ento do p sicótico, na
década de 1930, são encontradas referências ao trabalho de B. F. Skinner.
Esse autor atentou-se para esse tipo de estudo durante o desenvolvim ento de
seu “som ador verbaP’, para o qual contou com a colaboração de S. R osen-
zw eig. Com base nesse estudo, cujos participantes estavam diagnosticados
com o esquizofrênicos e residiam no Hospital W orcester, Skinner publicou
The verbal sammator and a methodfor lhe study o f latent (Rutherford, 2003;

BOOKS
Skinner, 1936).
Outros estudos ocorreram entre 1953 e 1965 no Hospital M etropo­
litano em W altham, M assachusetts, unidade de saúde especializada na assis­
tência de pacientes psiquiátricos crônicos. C om isso, Skinner e U n d sley ,
ligados ao B ehavior Research Laboratory (B R L ), da Escola de M edicina de
Harvard, ao realizarem essa pesquisa, favoreceram não apenas um maior
c o n h e c im e n to sobre os p r in c íp io s operantes, com o também desenvolveram
inovações técnicas e m etodológicas aplicáveis aos contextos psiquiátricos.

GROUPS
Essas inovações possibilitaram um maior conhecim ento sobre o com porta­
mento humano m ais com plexo, por m eio da análise experimental e a aplica­
ção piloto de m étodos operantes para o estudo psicofarm acológico. O resul­
tado foi uma notável expansão da análise experimental do comportamento
em instituições psiquiátricas a partir da década de 1950 (Rutherford, 2003).
Skinner nom eou, em princípio, o BR L, com o salienta Lindsley
(2001, citado por Rutherford, 2003), de projeto de “A nálise Experimental do
Comportam ento de Pacientes P sicóticos” . Em função de o termo “análise
experim entar' ter produzido reações negativas entre o staffáo hospital, paci­
entes e pais destes, esse laboratório recebeu alguns nom es (L indsley até ela­
borou uma lista com 12 nom es e escolheu: Estudos em Terapia Comporta-
mentai), antes de ter sido nom eado de BRL - Laboratório de Pesquisa Com-

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portamental da Faculdade de M edicina de Harvard, isso dois anos após sua


instalação (Rutherford, 2003), Por isso, o primeiro relatório formal produzi­
do por esse laboratório foi em nom e do Estudo em Terapia Comportamental.
inicialm ente, e de acordo com Rutherford (2003), Skinner e
Lindsley objetivaram verificar se as contingências de reforço do com porta­
mento operante humano alcançariam a m esm a regularidade demonstrada
pelo com portam ento animal, observada pelos registros cum ulativos nas cai­
xas operantes. Com esse propósito, estabeleceram com o foco primário e
técnico de sua pesquisa a gravação, a m ensuração e a avaliação do com por­
tamento humano. Por consequência, o BRL atraiu a atenção também de ou­
tros pesquisadores para as aplicações da ciência do com portam ento

INDEX
(L indsley, 1956; Rutherford, 2 0 0 3 ) e estim ulou a abertura de vários outros
laboratórios para o estudo do comportam ento humano. E, m esm o não sendo
o objetivo inicial de Skinner e Lindsley, esse laboratório tom ou-se relevante
à descrição do com portam ento humano m ais com p lexo. O que, de certo
m odo, favoreceu o desenvolvim ento de estudos experim entais em contextos
aplicados e, dessa forma, possibilitou a importante explicação da relação
entre a A nálise Experimental do Com portam ento (A EC ) e a A nálise do
Comportam ento A plicada (A C A ), cujas expansões técnica e m etodológica
puderam ser observadas a partir da década de 1960.

BOOKS
P essoas com o diagnóstico de esquizofrenia crônica, internadas no
Hospital M etropolitano em W altham, onde foi instalado o BRL, foram os
participantes da pesquisa de Skinner e Lindsley. A partir desse estudo, o
papel da psicofarm acologia pôde ser contextuaiizado e, dessa forma, a p es­
quisa operante contribuiu também para avanços das pesquisas na área farma­
cológica comportamental (Laties, 2003; Rutherford, 2003; Sidman, 2005),
com o descrito a seguir.

GROUPS
O desenvolvim ento observado na farm acologia com portam ental,
ocorrido nas décadas de 1950 e 1960, deve-se, com o salienta Laties (2003),
aos p sicólo g o s influenciados por Skinner. A gentes terapêuticos potentes
(e.g., cloropromazina e reserpina , tranquilizantes e anti-hipertensivos), de
acordo com resultados de pesquisas da época, despertavam cada vez m ais o
interesse de diferentes áreas científicas (e.g., farm acologistas, trabalhadores
em procedim entos terapêuticos experim entais, assim com o representantes de
qualquer outra ciência biológica ou m édica), especialm ente por terem produ­
zido recursos para o controle de com portam entos psicóticos. A s indústrias
farmacêuticas, por exem plo, passaram a contratar p sicólogos com form ação
em condicionam ento operante, especializados em com portam entos de ani­
mais, para contribuírem com o su cesso na busca de novas drogas. E sses psi­
cólogos, com habilidades analítico-com portam entais, assumiram posições de

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destaque, inclusive com o autores e/ou editores do Journal o f Pharm acology


and Experim ental Therapeutics (JPET).
O primeiro psicólogo a publicar no JPET foi Richter, no ano de
1931. Ele concluíra seu doutorado, em 1921, sob a orientação de J. B. Watson.
D epois de Richter, apenas 10 outros p sicólogos contribuíram com o JPET ao
longo dos 25 anos seguintes. Dentre eles, Mettter e Culler, que, na década de
1930, publicaram resultados de pesquisas sobre variáveis “fisio ló g ica s”,
com o a raiva apresentada por m acacos tosados, e Horst e Jenkins, tam bém na
década de 1930, e G oodnow , Bcecher, Brazier, M ostelle e Tagiuri, na década
de 1950, que publicaram estudos sobre tem po de reação. Porém, a partir do
ano de 1956, tom ou-se cada v e z mais frequente p sicólogos que publicavam
apenas em jornais e outros organism os de caráter comportamental, tais com o

INDEX
parte das publicações da Science e da Am erican Psychological A ssociation
{APA), dentre outros, passarem a publicar os resultados de seus estudos tam­
bém no JPET.
A ssim , Skinner contribuiu com estudos sobre os efeitos de drogas
no responder de organism os, inclusive hum anos. N o entanto, Laties (2003)
pontua que o efeito de drogas nas funções p sicológicas tem sido objeto de
investigação de muito pouco interesse tanto por p sicólogos quanto por far-
m acologistas. Daí, as referências serem feitas, frequentemente, de maneira

BOOKS
vaga sobre os efeitos psíquicos de eventos farm acológicos. Poucos desses
estudos aplicaram a investigação experim ental. Portanto, o dom ínio daquilo
que pode ser cham ado de “psicofarm acologia" não é amplo.
P sicólogos com portam entais, com treino em condicionam ento ope­
rante, com o Brady, Estes, Hunt, Boren, Conrad, Shulman, Hill, D ew s, Fers-
ter, dentre outros, estudaram os efeitos da eletroconvulsoterapia. E sses estu­
dos destacaram a aplicação antecipada de técnicas operantes para uma res­
posta fisiológica em questão. Também descreveram as ações de drogas com -

GROUPS
portamentalmente ativas, além de terem mantido foco na avaliação seletiva
de drogas-com portam entos esp ecíficos em relacionam entos afetivos. Os
resultados apontaram para o controle do com portam ento geral e para os dis­
túrbios m otores que, frequentem ente, d esen volvem -se com o efeitos colate­
rais não esp ecífico s da aplicação da droga. A ssim , esses estudos foram im-
prescidíveis para apoiar fortes suposições, tal com o a de que substâncias
quím icas produzem importantes efeitos clín icos.
R etom ando o estudo do com portam ento de pacientes psiquiátricos
no H ospital M etropolitano em W altham, Skinner e Lindsley arranjaram
dois am bientes experim entais. E sses am bientes foram equipados com êm ­
bolo (esp écie de alavanca a ser puxada) que poderia ser operado, rapida­
m ente, para administrar uma variedade de reforços aos participantes da

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pesquisa (L ind sley, 1956). O s “elos de aparelhagens”, na d efin ição de


L indsley, foram assim instalados: êm bolos conectados a relês, situados no
corredor próxim o aos am bientes experim entais, foram program ados para
gravar tem pos cum ulativos, e assim avaliar os com portam entos dos 15
participantes do sex o m asculino. E sses participantes apresentavam d ife­
rentes diagnósticos psiquiátricos, tinham idade m édia de 38 anos e estavam
hospitalizad os, em m édia, desd e os 17 anos (L in dsley & Skinner, 1954;
Skinner, S olom on & L in d sley, 1954).
O procedim ento d esse estudo im plicou apresentar aos participantes
unia variedade de reforçadores potenciais (d o ces, cigarros ou m oedas), para
que selecion assem aqueles que lhes seriam preferidos. Na sala experim ental

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houve a dem onstração de com o deveriam se comportar, e até operar o êm ­
bolo, para serem reforçados. Para alguns dos participantes, nada daquilo
funcionou com o reforçador potencial. A ssim , outras opções foram testadas,
com o a projeção de im agens que poderiam ser interessantes (e.g., calendários
de garotas sem inuas) em uma parede do am biente (Skinner, 1956:
1973/1979). Foram investigados dois esquem as para a disponibilizaçao de
reforços: intervalo variável em m inutos e razão fixa. Skinner e Lindsley c o n ­
cluíram que os efeitos de diferentes esquem as de reforço sobre o com porta­
mento dos indivíduos foram sem elhantes àqueles encontrados com infra-

BOOKS
humanos (ratos, pom bos e cachorros). Daí terem recom endado um estudo
mais aprofundado, incluindo a observação dos efeitos da terapia farm acoló­
gica no com portam ento dos participantes (L ind sley & Skinner, 1954; Ru­
therford, 2003; Skinner et al., 1954).
Adiante, Lindsley salientou que uO com portam ento do paciente
psicótico pode ser investigado com êxito a partir de técnicas de condiciona­
mento operante. O com portam ento gerado é estável e previsível e fornece
uma linha de base uniforme para a investigação farm acológica e de variáveis

GROUPS
fisio ló g ica s” (Lindsley & Skinner, 1954, p. 419). Enquanto Skinner desta­
cou: “(•■•) as gravações obtidas produzem uma excelente linha de base para a
observação dos efeitos das drogas, m om ento a m om ento, ou dos efeitos de
outras formas de terapia” (Skinner et ah, 1954, p. 404). O bserva-se, portanto,
que a grande contribuição do BRL foi a construção de um sensível, contínuo
e confiável m étodo de m edição e registro do com portamento. M étodo esse
que pode ser utilizado para avaliar os efeitos de agentes farm acológicos so ­
bre o com portam ento de pacientes psicóticos. L ogo, o BRL estabeleceu uma
nova técnica de avaliação de pacientes p sicó ticos institucionalizados
(L indsley, 1956).
Em outro estudo sobre reforçam ento diferencial e a frequência de
falas psicóticas, Lindsley (1 9 5 9 ) investigou os e feito s desse tipo de refor-

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çam ento no com portam ento de puxar o em bolo. A extinção dessa classe de
com portam ento foi um resultado esperado. N o entanto, a redução das alu­
cin ações v o ca is em igual ritmo foi um resultado surpreendente. M as quan­
do da reinstrução do reforço para puxar o êm bolo e, em seguida, para as
alucinações, essas aumentaram novam ente, o que levou o pesquisador a
concluir: “Sintom as p sicó tico s vocais parecem estar sob um forte controle
que resiste ao reforçam ento diferencial p o sitiv o ” (L indsley, 1959, p. 269).
Se assim , uma rigorosa avaliação funcional do com portam ento seria n e ce s­
sária antes de qualquer tentativa de mudar o com portam ento. C ontudo o
processo para a avaliação funcional do com portam ento é tem a para outro
m om ento desta obra.
N essa m esm a época, A yllon e M ichael (1 9 6 4 ) fizeram uso do re­

INDEX
forçam ento negativo, por m eio de fuga e de esquiva, com o ob jetivo de
d esenvolver o repertório de “alim entar-se a si própria” em duas partici­
pantes, pacientes psiquiátricas. Estas só se alim entavam se as enferm eiras,
com o suporte de uma colher, colo ca ssem o alim ento em suas bocas. Em
seus históricos havia o registro de serem indiferentes ao reforçamento social,
“(...) mas m uito preocupadas em manter uma aparência visual lim pa” (R eese,
1966/1973, p. 59). A intervenção, por m eio do referido procedim ento, con­
sistiu em derrubar-lhes alim ento (estím ulo aversivo), com binado com re­

BOOKS
com pensas por alim entarem -se a si próprias.
O objetivo dessa intervenção, aplicada por enfermeiras, previa­
mente treinadas, era levá-las a discriminar ser difícil depender das enferm ei­
ras, depois de crescidas, para alim entarem -se. A ssim , essas participantes
poderiam escolher alim entar-se a elas m esm as ou terem suas roupas sujas
pela ação do outro que v iesse a lhes alimentar. A lém disso, ao se alim enta­
rem sozinhas, teriam a enfermeira por perto, durante três m inutos, quando
esta ou dialogava com as participantes ou apenas mantinha-se ao lado delas.
Tudo com o objetivo de levá-las a alim entarem -se a si m esmas.

GROUPS
Outro estudo relevante foi conduzido por Goldiam ond, na década
de 1960, quando este aplicou um experim ento de m odelagem do com porta­
m ento humano para reestabelecer o com portam ento verbal em dois partici­
pantes esquizofrênicos, do tipo catatônico, que eram pacientes psiquiátricos.
Para esse estudo contou com a participação de Thom as e Isaacs.
O participante foi integrado, inicialm ente, à terapia de grupo. Nas
sessõ es de terapia, perm anecia em posição catatônica: olhava para frente,
im óvel e im passível, até quando lhe era oferecido cigarro (diante de seu ros­
to). Porém, em uma das vezes em que Thom as retirava o cigarro de seu bol­
so. um pacote de gom a caiu ao chão acidentalm ente. Então, os olhos do par­
ticipante m overam -se na direção da gom a. A ssim , o experimentador passou a

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usar a gom a no processo de m odelagem da resposta de m over os olhos desse


participante, em sessões individuais. O procedim ento consistiu em o experi­
mentador segurar a gom a até o participante dirigir seu olhar a ela, quando a
recebia com o reforço por essa resposta. A o térm ino de duas sessões, o parti­
cipante já m ovia rapidamente seus olhos.
A segunda resposta que Thom as m odelou n esse participante foi o
m ovim ento labial; posteriorm ente, a vocalização espontânea (requerer goma;
falar seu nom e e idade). E sse repertório verbal inicialm ente ocorria apenas
com o experimentador. D epois foi am pliado a outras pessoas da equipe de
saúde daquele hospital, que interagiam com ele. Esses profissionais não re­
forçaram repertórios não verbais (Isaacs, Thom as & Goldiam ond, 1964).

INDEX
A ssim , quando a relação entre a presença da gom a de mascar, o m ovim ento
dos olhos do participante e a obtenção do reforço foi estabelecida, o pesqui­
sador m anteve a condição am biental definida, porém suspendeu o reforço até
que um leve m ovim ento labial fo sse registrado. Quando essa resposta ocor­
reu e foi reforçada, o experim entador só voltou a liberar o reforço quando
houve a resposta vocal. Portanto, respostas sucessivas ao com portam ento
final desejado (e.g., sons su cessivos e m ais próxim os da palavra “gom a”)
foram sendo gradualmente reforçadas e respostas anteriores foram sendo
extintas (m odelagem ). O resultado desse estudo demonstrou que, ao término

BOOKS
de 18 sessõ es, o participante falava de m odo espontâneo (e.g., “Gom a, por
favor”), bem com o já respondia a perguntas (e.g ., qual é o seu nom e?; qual é
a sua idade?).
A inda nessa década, m ais precisam ente no ano de 1962, Lindsley
publicou um novo estudo, desta feita sobre técnicas de condicionam ento
operante na mensuração da resposta p sico físio ló g ica, quando destacou os
resultados obtidos com quatro estudos de caso, com os quais investigou tanto
os efeitos im ediatos quanto crônicos dos fárm acos benacftzine, methastyri-

GROUPS
done e ipromazid no reforço do com portam ento de puxar o êm bolo no es­
quema de intervalo variável de um minuto. Ele analisou extensivam ente
com portam entos coletados na linha de base, assim com o os efeitos dos com ­
postos m édicos foram avaliados quanto à redução da taxa de com portam ento
vocal alucinatório, com concom itante aumento da taxas de respostas deseja­
das, ou seja, de puxar o êm bolo. Em um dos estudos, o participante foi um
adulto, p sicótico crônico. E le apresentava respostas alucinatórias: falava e
gritava com uma pessoa imaginária (R eese, 1966/1973).
Esse estudo focou-se em duas respostas: (a) resposta de puxar o
êm bolo, reforçada de forma intermitente com doce ou cigarro; e (b) resposta
vocal de alucinação (cla sse de com portam ento essa que foi registrada, de
forma oculta, com o suporte de um m icrofone). E sse com portamento, porém,

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não recebia reforço. A s sessões ocorreram por cinco horas seguidas. Foram
feitos registros contínuos de ambas as respostas (R eese, 1966/1973). N o
início das sessõ es experim entais, eram ministradas ao participante 20m g de
benactyzine, em função de, até então, essa droga ser considerada com o p o si­
tiva ao efeito psicoterapêutico.
Entretanto, o que Lindsley observou foi que, após 18 m inutos de
aplicação da droga, o participante apresentava o com portam ento vocal aluci­
natório, que era mantido por m ais de quatro horas. Sim ultaneam ente foi ob­
servado que a outra resposta, puxar o êm bolo, foi suprimida. Processo esse
iniciado “(...) dezoito m inutos após a ingestão da droga e ocorrendo o m áxi­
mo de redução uma hora e meia depois. Durante a quarta hora, esta resposta
voltou a apresentar uma frequência alta e estável” (R eese, 1966/1973, p. 22).

INDEX
O resultado d esse estudo levou Lindsley a relatar que a henactizina era um
fármaco m ais alucinógeno do que terapêutico, por apresentar respostas alu­
cinógenas com uma latência de 18 m inutos, além de manter essa resposta
psicótica por mais de três horas.
Outro resultado dos estudos com drogas verificou que as sessõ es de
terapia com uma estudante de enferm agem foram “(•••) seis vezes mais efeti­
vas do que lOOmg de iproniazide (...)” (R eese, 1966/1973, p. 23), para a
obtenção de resposta em um esquizofrênico crônico. Lindsley concluiu, tam­

BOOKS
bém, que “A técnica de gravação direta, contínua e simultânea de respostas
sintom áticas e não sintom áticas é o índice mais sensível que nós tem os já
desenvolvido de resíduos de com postos psicoterapêuticos” (L indsley, em
1962, p. 378, citado por Rutheford, 2003). Lindsley também m udou o refor­
ço ao estudar com portam entos diferentes, com o o altruísmo (e.g., puxar o
êm bolo, cuja consequência era produzir leite para um gato fam into) ou o
interesse hom o e heterossexual (e.g., nus artísticos, m asculinos e fem ininos
apresentados por revistas).

GROUPS
Fato interessante ocorreu em 1955, quando, em um evento científi­
co, destinado a profissionais da psiquiatria e áreas afms, Skinner, um dos
palestristas, iniciou sua fala destacando que a área a que pertencia estava um
pouco distante da psiquiatria, e que seu conhecim ento e horas de estudos
sobre psicose, em com paração às horas de estudos daqueles profissionais,
não o tom avam um especialista. Até porque o interesse de Skinner sobre o
com portam ento psicótico era recente. A ssim , esse pesquisador salientou que
o título de sua fala mais adequado seria “o que é com portam ento”, fazendo
uma referência à psiquiatria.
E sobre o com portam ento ele dispunha de credencial, dado o seu
tem po de estudo, uma v ez ter dedicado grande parte de sua vida à análise
experim ental do com portam ento dos organism os, sendo a m aioria de seus

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participantes anim ais infra-hum anos, esp ecialm en te ratos e pom bos. Daí,
ao responder à indagação sobre “O que é C om portam ento P sicótico?-”, e s ­
tabeleceu a seguinte descrição: % ..) o com portam ento p sicó tico é sim ­
p lesm ente parte e parcela do com portam ento hum ano L ogo adiante,
salientou: “O estudo do com portam ento p sicó tico ou não p sicótico perm a­
n ece firm em ente ao lado das ciências naturais, desde que considerem os
com o n osso objeto de estudo a atividade observável do organism o, quando
sc lo co m o v e, perm anece im ó v el, tom a objetos, empurra ( ...) ” (Skinner,
1956: 197 3 /1 9 7 9 , p. 189).
D écadas após esse even to, Lindsley (2 0 0 1 , citado por Rutherford,
20 0 3 ) publicou um artigo no qual avaliou os trabalhos d esen volvid os pelo

INDEX
BRL sobre pesquisas com drogas, realizadas durante sete horas de sessõ e s
com esqu izofrên icos. E sses pacientes/participantes exibiram padrões de
interação entre respostas alucinatórias, estim ulação e outros tipos de res­
postas, diferentes de padrões ex ib id o s por outros pacientes psiquiátricos.
Eles não apresentaram alu cin ações v ocais, tiveram pouco en volvim en to
com as atividades e responderam ininterruptam ente durante as sete horas
de sessão . Tais dados levaram Lindsley a destacar que os participantes
esq u izofrên icos exibiram o que denom inou de “em issão reflexa co exten si-
va”, ou seja, com portam ento vocal alucinatório e estim ulação sobreposta e

BOOKS
alternada com períodos de respostas apropriadas (L indsley, 2 0 0 1 , citado
por Rutherford, 2 003). A nos m ais tarde, Skinner ensinou: “Arranje um tipo
particular de consequência e o com portam ento muda. Introduza novas con ­
sequências e n o v o s com portam entos aparecem e sobrevivem ou desapare­
cem ” (Skinner, 1984, p. 503).
M esm o com resultados relevantes à A nálise do Comportamento e à
psicofarm acologia, em 1965 houve o fecham ento do BRL, m otivado por
diversas questões, inclusive a falta de interesse financeiro governam ental, o

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que produziu, consequentem ente, uma esca ssez na divulgação de estudos
sobre o com portam ento do esquizofrênico. Porém, com o sinalizou Ruther­
ford (2003), o BRL “(...) forneceu uma janela sobre a relação entre a A nálise
do Comportam ento e a psiquiatria nesse período. (...) um montante substan­
cial de pesquisas da A nálise do Com portam ento fo i realizado por p sicólogos
afiliados a escolas m édicas ou instituições psiquiátricas” (p. 275).
Apesar disso, as tentativas de estudar o comportamento de pacien­
tes esquizofrênicos não foram interrompidas. Os resultados desses estudos
apontaram, fortemente, para o uso de reforçadores com o controladores dos
com portam entos, tais com o dinheiro, doces e cigarros, com o demonstrado,
por exem p lo, nos resultados alcançados por Hutchinson e Azrin (1961).
Também A yllon e Haughton (1 9 6 2 ) concluíram que “As vanlagens de utili-

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zar o alim ento com o um rcforçador são autoevidentes. Certamente, o con­


trole do com portam ento psicótico pode ser mais eficaz tom ando o alim ento
contingente aos com portam entos desejados" (p. 343).
A yllon e Haughton (1 9 6 2 , citados por R eese, 1966/1973), ao estu­
darem o com portam ento verbal de uma esquizofrênica crônica, instituciona-
lida havia 16 anos, construíram relevantes resultados dentro dessa m esm a
m etodologia. Essa paciente referia-se à fam ília real, definindo-se com o sen­
do a própria rainha. Os pesquisadores concluíram que esse havia sido o único
tipo de repertório verbal apresentado por essa mulher nos últim os oito anos.
uUm a lobotom ia pré-frontal bilateral não produziu qualquer efeito observá­
vel em seu com portam ento verbal1' (R eese, 1966/1973, p. 25). O reforço e a
extinção a classes de respostas com o ( 1) perguntar que horas eram e (2) re­

INDEX
querer sabonete foram controlados pelas enfermeiras psiquiátricas. Com o
reforço, elas utilizaram cigarro e atenção social. Já para a extinção não lhe
apresentavam tais reforçadores. Os resultados demonstraram haver acentua­
da mudança em seu com portam ento verbal com o reforço das respostas psi­
cóticas e a extinção às neutras: o verbal p sicótico sim plesm ente dobrou de
frequência em relação à linha de base e as respostas neutras praticamente
desapareceram. N a inversão das contingências, os pesquisadores observaram
os m esm os efeitos sobre o conteúdo verbal. A ssim , A yllon e Haughton con ­

BOOKS
cluíram que o verbal bizarro apresentado por pessoas esquizofrênicas pode
ser controlado p elo reforço social. Portanto, “(•••) o m esm o não precisa ser
considerado um sintom a de disfunção de algum processo interior hipotético"
(R eese, 1966/1973, p. 28).
A yllon e Haughton (1 9 6 2 ) também estudaram o controle experi­
mental sobre a resposta alimentar, em uma enfermaria de uma unidade h os­
pitalar psiquiátrica. O controle experim ental foi colocado na entrada da sala
de jantar, único ambiente em que o alim ento era disponibilizado. Esse estudo

GROUPS
objetivou analisar o controle do com portam ento alimentar desejável em pa­
cientes esquizofrênicos. D ele participaram 32 pacientes do sex o fem inino,
sendo que sete delas foram incluídas por problemas alimentares (recusa à
ingestão alimentar) e porque podiam andar. Os dem ais participantes (25)
foram selecionados aleatoriam ente entre uma população de longa data de
hospitalização por esquizofrenia.
Esse estudo estabeleceu um tem po m édio de hospitalização de 20
anos para a inclusão do participante na pesquisa, com idade m édia de 54
anos. Os participantes haviam recebido os seguintes diagnósticos: 30 deles de
esquizofrenia; um de deficiência mental; e um de depressão. Para 28 partici­
pantes não foi prescrita m edicação alguma durante a investigação, ao passo
que para quatro participantes foram administrados derivados de phenothiazine.

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Para a m anutenção do controle sobre o com portam ento alimentar, os enfer­


m eiros foram mantidos longe dos pacientes nos m om entos das refeições,
com a finalidade de remover o reforço social, sob a forma de atenção e sim­
patia pela recusa alimentar.
A ssim , os com portam entos-alvo para o reforço foram dirigir-se à
sala de alim entação e alim entar-se sozinho. Um intervalo de tem po de 30
m inutos para os participantes serem adm itidos na sala de jantar foi estabele­
cido, sem que estes tivessem sido informados sobre esse tem po lim ite. Um
enferm eiro sinalizava o m om ento da refeição, ao tem po em que a sala de
jantar era aberta. A porta era fechada ao térm ino dos 30 minutos.
Os resultados apontaram que os participantes passaram a se dirigir

INDEX
para o refeitório tão logo era feita a sinalização para a refeição, bem com o
passaram a se alimentar apropriadamente. A o térm ino de quatro sem anas, o
tem po lim ite de acesso à sala de jantar foi reduzido para 20 m inutos. Ainda
assim os participantes mantiveram o com portam ento alimentar estável. P os­
teriormente, quando esse tem po foi reduzido para 15 minutos, os pacientes
continuaram a com er suas refeições. Então, esse tem po foi reduzido para
cinco m inutos, quando se observou uma ligeira queda, e temporária, na
quantidade da ingestão alimentar desses participantes, que continuaram a se
alimentar.

BOOKS
Outro estudo realizado por A yllon e Haughton, ainda na década de
1960, dessa vez contou com a parceria de H ughes. E sse trabalho objetivou a
m odificação do com portam ento de uma p essoa, tam bém com diagnóstico de
esquizofrenia crônica, com 23 anos de hospitalização. A participante m anti­
nha-se sempre deitada, ou na cama ou em um divã. Para a m odificação do
comportamento foram utilizados cigarros, uma vez que o comportamento de
fumar era uma das respostas mais recorrentes em seu repertório. Durante a fase
de linha de base, os pesquisadores observaram que, no período em que a parti­

GROUPS
cipante permaneceu acordada, 60% do tempo ficou deitada e 20% ficou senta­
da ou andando. E nunca apresentou a resposta de carregar uma vassoura
(A yllon, Haughton & Hughes, 1965).
Durante o período de observação, a participante obteve apenas um
cigarro por refeição. A topografia de resposta definida pelo estudo a essa parti­
cipante foi: de pé, ereta, deveria carregar uma vassoura. Portanto, o procedi­
mento para a m odificação do comportamento utilizado seria a m odelagem .
N esse sentido, quando a participante ficava de pé, ereta, recebia das m ãos de
uma enfermeira uma vassoura e de outra enfermeira um cigarro. A pós o refor­
ço da resposta de pegar a vassoura, os pesquisadores observaram que a partici­
pante passou a, espontaneamente, pegar o objeto. E sse comportamento foi
mantido por intervalo variável crescente (A y llo n et ai., 1965).

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Então, estabeleceu-se aumento gradual do tem po em que ela deveria


carregar a vassoura: 10, 20, 30 e 40%. Observou-se que a topografia compor-
tamentaJ da participante foi a de permanecer de pé, ereta e carregando a vassou­
ra. As respostas apresentadas pela participante foram submetidas à observação
direta, por m eio de espelho unilateral, sob a condução de um profissional de
outra abordagem e por ele descritas [e.g., andar consistente e com pulsivo,
quando segura a vassoura, pode ser considerado com o um ritual ou uma ação
mágica; a vassoura pode ser vista com o (V) uma criança que lhe oferece amor, e
com o troca, a participante oferece à criança (a vassoura) devoção, (2) sím bolo
fálico e (3) com o cetro de uma rainha onipotente] (A yllon et al., 1965).
O bservou-se que a participante m anteve a resposta de carregar a
vassoura até que o reforço foi-lhe retirado (extinção). Houve, então, a redu­

INDEX
ção gradual da resposta de segurar a vassoura, ao m esm o teinpo que se ob­
servou que a resposta de m anter-se deitada voltou a aumentar de frequência
de ocorrência (A yllon et al., 1965).
N a década de 1970, com o objetivo de manipular o com portam ento
psicótico, foi d esenvolvido um estudo por A yllon e Azrin (1 9 7 4 /1 9 7 8 ). Ao
usarem a retirada do acesso ao reforço “alim ento”, os pesquisadores busca­
ram o controle do com portam ento de “roubar” alim entos, observado em uma
pessoa institucionalizada havia nove anos, com diagnóstico de esquizofrenia,

BOOKS
pesando 112 quilos durante todo esse tem po de hospitalização. Todas as
tentativas de m odificar o com portam ento de “roubo” tinham produzido con ­
sequências infrutíferas.
Esse e s tu d o a p lic o u o se g u in te p ro c e d im e n to : à o c o rrê n c ia d o c o m ­
portamento de “roubo de alim entos”, a participante era removida do ambiente
alimentar, sem o alimento. Em função dessa contingência, o “furto”, com a
consequência da perda de refeições, rapidamente observou-se a redução da
ocorrência da resposta. Outro resultado observado também foi a redução do
peso da participante, uma vez que ela passou a ingerir apenas o alimento que

GROUPS
lhe era institucionalmente liberado (A yllon & Azrin, 1974/1978).
Ainda nessa década, outro trabalho cham ou a atenção para a com ­
preensão do com portam ento verbal de pessoas que recebem o diagnóstico de
esquizofrenia. Desta feita, conduzido por Liberman, Teigen, Parrerson e
Baker (1973). Os com portam entos-alvo foram delírios paranoicos e delírios
de grandeza, observados em duas mulheres e dois hom ens institucionaliza­
dos. Todos com diagnóstico de esquizofrenia crônica, do tipo paranoide. Sua
m édia de hospitalização foi de 17 anos.
Liberman et al. (1973) objetivaram o desenvolvim ento de falas apro­
priadas, por eles definidas com o racionais, nos participantes. Com esse fim, o
repertório verbal dessas pessoas foi exposto a contingências reforçadoras, vi­

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sando a instalação de falas apropriadas, socialm ente reforçadas. O s experi­


mentadores aplicaram um delineam ento de linha de base múltipla. Durante a
linha de base, realizaram quatro entrevistas diárias, com duração de 10 minu­
tos, com cada participante. Os reforçadores foram liberados de forma nào con­
tingente às ocorrências de falas durante as entrevistas. A fase de intervenção
foi com posta por procedim entos que consistiram de duas etapas.
A primeira etapa d esenvolveu -se com a interrupção da entrevista,
assim que eram observadas falas delirantes. O enfermeiro-terapeuta cumpriu
um roteiro de temas para a condução de sua conversação com cada partici­
pante (e.g ., circunstâncias de hospitalização; sentim entos observados quando
das hospitalizações; atitudes observadas na unidade e no staff; qualidade das
relações familiares; con dições financeiras; atividades educacionais e anterio­

INDEX
res às atividades atuais). Com esse recurso, o enferm eiro-terapeuta passava
de um tema a outro do roteiro para a conversação, com a finalidade de con­
trole da possibilidade de que alguns tem as favorecessem a ocorrência de
falas delirantes mais que outros tem as (Liberman et al., 1973),
A segunda etapa ocorreu no período noturno, quando foram realiza­
das sessões de bate-papo informal, com duração de até 30 minutos, entre o
enfermeiro-terapeuta e o participante. N essas sessões havia a liberação de lan­
ches, quando com estíveis agradáveis aos participantes eram disponibilizados

BOOKS
(e.g., café, biscoitos e frutas). Até m esm o cigarros compuseram os itens dispo­
nibilizados aos participantes da pesquisa, com a finalidade de reforçar a partici­
pação na conversação. Esses produtos eram liberados à medida que ocorriam as
“falas racionais” registradas durante a entrevista diuma. Obscrvou-se que du­
rante o bate-papo, no período noturno, o enfermeiro-terapeuta reforçava ver­
balmente qualquer fala emitida pelo participante (Liberman et al., 1973).
Variações foram aplicadas em três fases da intervenção: a primeira
fase já foi acim a descrita. Na segunda fase, h ou ve uma redução gradual dos

GROUPS
reforçadores; e, na terceira, foram aplicados aos participantes desafios em
forma de perguntas, sobre os temas anteriormente descritos. N o entanto, para
essas respostas o enfermeiro-terapeuta apresentava discordâncias (Liberman
et al., 1973).
Os resultados coletados por Liberman et al. (1973) ressaltaram que
as “falas racionais” apresentadas pelos participantes, com o resultados das
entrevistas diárias, alcançaram um importante aumento de sua frequência
com o consequência da intervenção. H ouve um aumento m édio de 350%
dessa classe de operante verbal, se comparada com os operantes verbais re­
gistrados durante a ocorrência da entrevista dium a. Esses dados foram ob­
servados em três dos quatro participantes, até m esm o quando ocorreu a redu­
ção, pela metade, da liberação de reforçadores. Porém, os pesquisadores

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observaram um declínio dessas falas quando os participantes tiveram suas


falas delirantes confrontadas pelo enfermeiro-terapeuta. E sses resultados
favoreceram a Liberman et al. (1 9 7 3 ) concluírem que as contingências ambi­
entais são agentes de controle que favorecem , inclusive, a m odificação efeti­
va de operantes verbais, ainda que delirantes, apresentados por pessoas que
recebem o diagnóstico de esquizofrenia.
Na década de 1990, alucinações auditivas ou com portam entos ver­
bais de pessoas diagnosticadas com o esquizofrênicas foram estudados por
Garcelán e Y ust (1998). Essas respostas foram analisadas a partir de inter­
venções clínicas aplicadas em um participante de 25 anos, com o diagnóstico
de esquizofrenia do tipo paranoide. A pós análises funcionais, os pesquisado­
res identificaram três tipos de situações evocadoras das alucinações: ruído do

INDEX
motor de carros, eventos sociais estressores e ruídos de televisão ou de liqui­
dificadores em funcionam ento, definidos com o barulhos brancos ou chiados
(Garcelán & Yust, 1998).
Os pesquisadores expuseram o participante a diferentes condições,
nas ([uais estavam envolvidos os estím ulos, acima relatados. O registro quan­
titativo era estabelecido por m eio da estalação dos dedos dos pesquisadores, a
qual tinha a finalidade de, também, ensinar ao participante a atribuir-se a auto­
ria das vozes, e não a outros agentes externos (Garcelán & Yust, 1998).

BOOKS
Com esse estudo, Garcelán e Yust (1 9 9 8 ) também objetivaram fa­
vorecer o m anejo das respostas de ansiedade do participante em situações
socialm ente estressoras, as quais lhe favoreciam a exacerbação da ansiedade,
assim com o a m odelação de com portam entos alternativos aos comporta­
m entos de alucinações auditivas, além de aumentar os repertórios de intera­
ção social, bem com o suas ocorrências. Com esse propósito, utilizaram de
procedim entos redutores da ansiedade, favorecedores de relaxam ento, além,
é claro, do treino de repertórios que implicaram exposição do participante a

GROUPS
eventos sociais, dentro da instituição.
Os resultados d esse estudo apontaram para uma importante redução
das falas de conteúdos alucinatórios. O bservou-se, ainda, que o participante
passou a responder, de m odo apropriado, aos mandos dos pesquisadores
(e.g., “Abra a torneira’'; “ Pegue o sabonete” ), durante sua higienizaçao pes­
soal (Garcelán & Yust, 1998).
Outra relevante pesquisa foi a conduzida por Silva (2005), que estu­
dou o comportamento verbal de uma mulher, de 38 anos, diagnosticada com
esquizofrenia crônica e que residia em uma instituição psiquiátrica. O objetivo
do estudo foi reduzir a frequência de ocorrência de comportamentos-problema,
com o “agarrar ou unhar os braços das pessoas” e “reduzir mandos, como: dá
pamonha”, e aumentar a frequência de ocorrência de “falas sobre ela m esm a”,

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de “varrer o pátio da instituição” ou de “realizar atividades requeridas pela


instituição”. Essas sessões tiverani duração de 45 m inutos cada.
Foram realizadas sessões de linha de base e de intervenção, denom i­
nadas I e II. N as sessões de linha de base I e lí, quando a participante agarrava
o braço da pesquisadora e/ou o apertava, a pesquisadora olhava nos olhos da
participante e a instruía (e.g., “Solta meu braço, por favor!”). Caso a instrução
fosse cumprida pela participante, a pesquisadora anotava a resposta na folha de
registro, assinalando um ponto (.); e se a instrução não era seguida pela parti­
cipante, a pesquisadora assinalava essa resposta na folha de registro com um x
(x). Durante a linha de base 1 e II, quando da em issão das respostas soltar o
braço ou não soltar o braço, a participante não recebeu reforço algum.

INDEX
Já nas sessões de intervenção 1 e II, quando a participante agarrava o
braço da pesquisadora, esta lhe dava instrução para soltá-lo. E se a participante
cumpria a instrução, era imediatamente reforçada. A pós essa relação ter sido
estabelecida, a pesquisadora deixou de reforçar essa classe de resposta. Na
etapa seguinte, a pesquisadora conduziu a participante até o local em que havia
outros internos da instituição e a instruiu para ficar na presença destes, por
alguns minutos, sem agarrá-los ou unhá-los. Quando essas respostas ocorre­
ram, a pesquisadora ignorou o comportamento da participante e liberou sua
atenção a outros internos, se afastando da participante por até dois minutos.

BOOKS
Na intervenção I, foram utilizados itens com estíveis e sinal de
aprovação com o reforçadores. E nas sessõ es de linha de base 1 e II não foram
utilizados reforçadores. Em relação á resposta varrer o pátio , nas sessões de
intervenção 1, a pesquisadora se aproximava da participante com uma vas­
soura e, olhando em seus olhos, apresentava-lhe a instrução (e.g., “Quero
que você varra ali pra m im ”, e sinalizava o local). Se o comportamento ocor­
ria, segundo a instrução, a pesquisadora anotava na folha de registro um
ponto (.); em caso negativo, o registro se dava com um x (x). Já nas sessões

GROUPS
de intervenção, em relação a essa m esm a classe de com portam ento, a instru­
ção, já descrita nas fases de linha de base, era disponibilizada com a pesqui­
sadora olhando em seus olhos e chamando-a pelo nom e. Quando das sessões
de intervenção 1, em uma m esa próxima eram expostos pamonha, pão de
queijo, balas e bom bons à vista da participante. Já nas sessões de intervenção
11, a pesquisadora liberou, com o reforçador, apenas o sinal de aprovação. A
ocorrência de resposta positiva pela participante, à instrução, era im ediata­
m ente reforçada e a resposta anotada na folha de registro. Quando respondia
negativam ente à instrução, a resposta era igualm ente anotada. Tam bém fo ­
ram desenvolvidas linha de base I e II e intervenção I e II para três outras
classes de comportamentos: ocupar tempo livre ; mando de pamonha ; e tac­
tos autodescritivos.

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Para a atividade ocupar tempo livre, a participante deveria m ani­


pular lápis de cor, sobre uma folha em branco, onde deveria produzir pelo
m enos um risco, quando a instrução da pesquisadora era liberada (e.g., a
pesquisadora olhava em seus olhos e lhe instruía: ‘T aça um desenho aqui
para m im ”, indicando o local na folha em branco). C aso a participante olhas­
se para o lápis ou tocasse o papel, a pesquisadora registrava esses com porta­
m entos e os reforçava verbalm ente (e.g., “G ostei”; “ Muito bem ” ; “Isso”). Na
ausência d esses com portam entos, além de a pesquisadora registrá-los, ela
saía da sala experim ental, por um período de até dois m inutos, levando con­
sigo todo o material disponibilizado para essa atividade.
N a classe mandos de pamonha , durante as fases de linha de base l e
II, a pesquisadora apenas registrava os m andos da participante a ela (e.g.,

INDEX
“Dá pamonha, dá pamonha, dá pam onha”). N as sessões de intervenção I e 11,
quaisquer outros operantes verbais que não fossem “dá pam onha”, eram
reforçados (e.g., sinais de aprovação, acom panhados de sorriso e de olhar da
pesquisadora), e o registro ocorria, im ediatam ente. Já os mandos “dá pam o­
nha” eram ignorados pela pesquisadora, quando esta se afastava da partici­
pante, dirigindo sua atenção para qualquer outra pessoa que estivesse próxi­
ma, por um período de tem po de 30 segundos a um minuto.
Em relação aos tactos autodescritivos, a pesquisadora, sentada pró­

BOOKS
xim a à participante, a instruía a falar sobre si ou sobre estím ulos próxim os a
ambas. O registro ocorria quando da vocalização desses operantes (m om ento
em que a resposta da participante era reforçada) ou quando da ausência de
vocalização. A m odelagem desses operantes ocorreu com a pesquisadora
liberando reforçadores (e.g., sinalizava aprovação; sorria à participante;
abraçava a participante; verbalizava â participante: “Muito bem ”; “Ó tim o”).
Os resultados demonstraram que os com portam entos indesejáveis, apresen­
tados pela participante, foram dim inuídos em suas ocorrências, enquanto que

GROUPS
os com portam entos desejáveis aumentaram em suas ocorrências.
N o estudo realizado por Britto, Rodrigues, Santos e Ribeiro (2006)
foram utilizados o reforçamento diferencial alternativo de com portam entos
verbais e a extinção para mudar as verbalizações de um participante do sexo
m asculino, de 49 anos, diagnosticado com o esquizofrênico desde os 19 anos
de idade.
A s intervenções foram realizadas em duas classes de respostas: fa­
las inapropriadas que incluíam verbalizações com conteúdos alucinatórios,
tais com o “O diabo não me deixa s o rrir” e falas apropriadas. A eficácia dos
procedim entos foi estabelecida a partir de um delineam ento de reversâo-
replicação do tipo A B A B , seguido por foUo\\'-up. O procedim ento de refor­
çam ento diferencial caracterizou-se peia disponibilização dos reforçadores

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sociais aos com portam entos verbais apropriados em itidos pelo participante,
para os quais as pesquisadoras em itiam palavras com o “Isso!”, “Muito bem !”
e sorriam ou balançavam a cabeça em sinal de aprovação. Quando o partici­
pante em itia uma fala inapropriada, era-lhe retirada toda a atenção social: as
pesquisadoras agiam com o se estivessem interessadas em algum a outra coisa
e, às v ezes, afastavam -se do participante.
Os resultados demonstraram que, durante a fase de linha de base I,
houve alta frequência das falas inapropriadas e baixa ocorrência das falas
apropriadas. Já na fase de intervenção 1, as falas adequadas aumentaram em
suas ocorrências e o com portam ento verbal inapropriado dim inuiu. Durante
o processo de reversão, linha de base II, ambas as classes de com portam ento

INDEX
retomaram aos níveis de linha de base I. Quando os procedim entos usados na
intervenção 1 foram reintroduzidos na fase de intervenção II, houve mudan­
ças importantes nas frequências das duas classes de com portam ento verbal:
as falas apropriadas reforçadas ocorreram no dobro da frequência da linha de
base 1 e o comportam ento verbal inapropriado, não reforçado, praticam ente
desapareceu. E sses dados m antiveram -se 30 dias após o término da interven­
ção II, durante as sessões do follow-up.
Também merece destaque a pesquisa de Santos (2007), que estudou
o repertório verbal de um esquizofrênico com 55 anos, solteiro, com ensino

BOOKS
fundamental com pleto, assim diagnosticado aos 22 anos de idade e com histó­
rico de seis internações em instituições psiquiátricas. O participante falava de
m odo inapropriado, com conteúdos relacionados aos seguintes temas: (1) as­
sociações de palavras com o “no estudo das palavras inglês é lei porque tem a
letra / e a letra /”; (2) espirituais, no sentido de que “ele muda de cor por causa
de encarnações futuras”; (3) controle de forças estranhas com o “toda a verdade
está no ocultism o, o ocultism o que manda eu com er'’; (4) astrologia, criando
”40 tipos de horóscopos que dominam a vida das pessoas”; (5) religiosos, fa­

GROUPS
lando sobre “o fato de que Cristo sofreu no TT porque tem o formato da cruz”;
(6) perseguições de pessoas, entidades ou objetos inexistentes, por exem plo,
“Judás da tribo de Judas, o Marte-A ires, o TT e o D D ”; (7) palavras inexis­
tentes, com o “vveres”, “aja-jacu”, “generis” etc.
O procedim ento cum priu-se com três tipos de intervenções, nas
quais foi utilizado o reforçam ento social para as falas apropriadas. N a inter­
venção I houve a suspensão de atenção social às falas definidas pelo estudo
com o psicóticas. Na intervenção II, utilizou-se da relação funcional para o
estudo do conteúdo das falas psicóticas. E na intervenção III foi aplicado o
treinamento de habilidade verbal. A s atividades da pesquisa incluíram ses­
sões experim entais em formato de atendim ento clín ico, quando houve a apli­
cação de dois delineam entos: intervenções alternadas ( AHACA-follou -up ) e

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de reversão sim ples (A B A -follmv-up). A ssim , a aplicação de am bos os exp e­


rimentos produziu uma configuração de n ove condições e 35 sessõ es. Os
resultados demonstraram efetividade do programa de intervenção, dada a
diferenciação dos com portam entos do participante ao longo do programa. Ao
seu final, as análises relataram dim inuição das “falas p sicóticas’' ou inapro-
priadas e o aumento das falas apropriadas.
Em um outro estudo, Felipe (2 0 0 9 ) analisou funcionalm ente o
com portam ento desorganizado de uma participante de 51 anos de idade,
casada, m ãe de três filhos e com ensino fundamental com pleto. Constava em
seu prontuário que ela foi diagnosticada com o esquizofrênica aos 23 anos de
idade. D esde então, passou por duas internações em instituições psiquiátri­
cas, sendo a primeira aos 24 anos de idade e a última aos 35 anos. A partici­

INDEX
pante sempre se apresentou à instituição, para tratamento, com sacos plásti­
cos envolvidos na região abdom inal, amarrados por debaixo de suas vestes.
O s sacos plásticos eram do tipo de armazenar lixo, de cor azul ou preta e de
tamanhos variados. Um fam iliar relatou à pesquisadora suas inquietações e
constrangim entos em relação ao fato de a mãe andar constantem ente com um
saco plástico en volvido em seu corpo.
A participante relatou à pesquisadora as circunstâncias sob as quais o
comportamento de amarrar sacos no corpo ocorria. Isso porque a pesquisadora

BOOKS
buscou as relações funcionais que controlavam o comportamento da partici­
pante para poder explicá-lo. A resposta verbal da participante de que possuía
uma “pedra de gelo dentro de si'" exem plifica o significado que, para ela, foi
encontrado entre os determinantes de suas respostas. Segurando uma pedra de
gelo na mão e mostrando-a derreter, a pesquisadora esvaneceu o controle que
o estím ulo exercia sobre suas elocuções. C om o resultado do programa de in­
tervenção, a participante retirou os sacos plásticos de seu corpo antes do final
do ténnino da coleta de dados para a conclusão do estudo.

GROUPS
Já Epaminonadas (2 0 1 0 ) utilizou a m odelagem de comportamen-
tos-alvo (e.g., baixo contato olho a olho, baixo volum e de v o z e falas curtas)
com o procedim ento básico para a m odificação de repertórios comportamen-
tais (e.g., contato olho a olho) de um hom em de 47 anos, diagnosticado com
esquizofrenia e em tratam ento/hospitalizações desde os seus 18 anos. Por
m eio de um delineam ento de linha de base múltipla, reforçadores sociais
contingentes aos com portam entos-alvo foram usados.
Para o cum prim ento desse estudo foram realizadas 12 sessões ao
longo de sete sem anas. A linha de base ocorreu sim ultaneam ente em relação
aos três com portam entos-alvo, de m odo que a intervenção iniciou-se com o
comportamento de contato visual, enquanto a linha de base era continuada em
relação aos dem ais comportamentos. Concluída essa intervenção, iniciou-se a

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intervenção no segundo com portam ento-alvo (volu m e de voz); quando esta


foi concluída, foi iniciada a intervenção nas “falas curtas”. Os resultados
desse estudo demonstraram que a intervenção na resposta de “contato visual”
favoreceu a intervenção nas dem ais classes tratadas. Portanto, houve au­
mento da ocorrência desses com portam entos, mas não foi observada altera­
ção em relação às “ falas delirantes” .
Miranda e Britto (2011) conduziram um estudo com uma partici­
pante de 57 anos, com histórico de várias hospitalizações em instituições psi­
quiátricas desde os 18 anos, Para avaliar os comportamentos inapropriados da
participante, foram realizadas: entrevistas de avaliação funcional com a equipe
multiprofissional e feitas observações diretas sobre a interação da participante

INDEX
nos diversos ambientes da instituição. Sete classes de comportamentos-
problema foram selecionadas para serem intervencionadas: manter contato
olho a olho; sozinha, sem atenção; dar tapas, empurrar pessoas e fazer amea­
ças, recusar-se a participar das tarefas ou eventos; executar uma atividade que
possa fazer para ocupar-se durante o tempo livre; beber água no copo de plás­
tico; e interagir socialm ente, batendo palmas ao ritmo de uma música. A s ses­
sões transcorreram-se no pátio da instituição, no quarto da participante, em seu
toalete e no refeitório, durante quatro m eses consecutivos, com uma periodici­
dade de três vezes na semana, com duração de 30 a 4 0 minutos cada.

BOOKS
Com essa finalidade, foi aplicado um delineam ento de reversão, do
tipo A B A B , seguido de folloxv-up . A s fases de linha de base I e II favorece­
ram a coleta de dados, que orientaram a condução das dem ais fases desse
delineam ento. Foram d esenvolvidas oito sessõ es. N elas, a pesquisadora in­
teragia com a participante (e.g., “Olhe nos m eus olh os” ). Respostas com o
“olhar” e “não olhar” eram anotadas na folha de registro.
Em ambas as fases de intervenção (í e II) foram aplicados reforça-
mento positivo, m odelagem e m odelação. Com puseram as fases I e 11 seis

GROUPS
sessões de intervenção para cada classe de com portam ento. A pesquisadora,
por exem plo, reforçava qualquer m ovim ento dos olhos da participante, com
o propósito de modelar nela o com portam ento de olhar nos olhos de outras
pessoas. N a fase 1 reforçadores com estíveis e atenção social aos com porta­
m entos apropriados foram liberados.
Já quando a participante encontrava-se sozinha, sem atenção, esse
evento foi definido pela ausência de m ovim entos (e.g,, a participante permane­
cia cabisbaixa, isolada, enrolada no cobertor, sentada em um banco do pátio da
instituição ou deitada em um leito, por horas). E aproximar-se de uma pessoa
foi definida com o verbalizações espontâneas, perguntas ou comentários feitos
pela participante, instruídos pela pesquisadora (e.g., kkQuero que você se apro­
xim e dela e lhe diga: Bom -dia!”). O número de intervalos em que ocorria a

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resposta era anotado. A os comportamentos proximidade à demanda estabe­


lecida pela pesquisadora, a resposta da participante era reforçada (e.g., com a
liberação de itens com estíveis). Esses reforçadores não eram disponibilizados,
quando a participante apresentava comportamento diferente do requerido pela
pesquisadora. Reforçadores só voltavam a ser liberados quando a participante
passava a apresentar sons vocais, com uma pessoa indicada pela pesquisadora.
Aproximações e vocalizações foram reforçadas pela pesquisadora, até que a
participante passou a desenvolver conversação com pessoas da instituição.
Tarefas indicadas e realizadas pela participante também foram refor­
çadas, com atenção social e com estíveis {e.g., a pesquisadora olhava nos olhos
da participante, sorria-lhe e lhe dizia: “Parabéns!” ou lhe dava um abraço ou
usava a expressão “Muito bem”, liberando-lhe, em seguida, um com estível). A

INDEX
cada nova sessão, mais tem po de interação era requerido da participante. Na
fase de intervenção II foram aplicados apenas reforçadores sociais.
Na classe dar tapas, empurrar pessoas e fazer ameaças, durante as
fases de linha de base I e II, a pesquisadora se aproximava da participante e
depois convidava pessoas da instituição a dela se aproximarem para conver­
sar (e.g., uV ou chamar alguém para conversar com nós duas, ok?” ). C aso os
com portam entos agressivos ocorressem em um tem po de 40 m inutos, essas
respostas eram anotadas.

BOOKS
Já nas fases de intervenção dessa classe de comportamento, foram
utilizados reforçamento positivo e extinção. Quando a participante apresentava
o comportamento, apropriado era reforçada (na fase I, os reforçadores foram
sociais e com estíveis; na fase 11, só sociais). Porém, quando apresentava com ­
portamento agressivo, qualquer que fosse, a pesquisadora ignorava a partici­
pante e dava atenção a outra pessoa, por um período de um a dois minutos.
Para a classe recusar-se a participar de tarefas ou e v e n to s , durante
as fases de linha de base I e 11, a pesquisadora instruía a participante (e.g.,

GROUPS
“Quero que vo cê se aproxim e daquele grupo” ; “Observe o que eles estão
fazendo e perm aneça junto a eles por dois m inutos”, apontando qual era o
grupo). Porém, nessas fases, qualquer que fo sse a resposta dela, não lhe eram
disponibilizados reforçadores. Já nas fases de intervenção, foram utilizados
m o d e la g e m e s in a l de aprovação. A s sessõ es quase sem pre eram iniciadas
no leito da participante, quando a pesquisadora a instruía a sair da cama e
juntar-se a um grupo no pátio da instituição. Os reforçadores, por aproxim a­
ção sucessiva, eram disponibilizados a partir de seu m ovim ento de deixar a
cama, quando a pesquisadora liberava-lhe as instruções já descritas anteri­
ormente. Caso hou vesse recusa da participante, a pesquisadora ampliava as
instruções (e.g ., “Eu te lev o até lá, vam os juntas, está bem?”) e cedia seu
braço para apoiar o caminhar da participante.

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Para a classe oxecutar uma atividade que possa fazer para ocupar-
se durante o tempo livre , selecion ou -se atividade de desenho livre, em que a
participante era instruída a pegar no lápis e fazer qualquer rabisco em uma
folha de papel. A atividade era encerrada após 30 minutos desenhando. A
realização dessa atividade foi reforçada socialm ente (e.g., “Isso!”; “Ficou
muito bom !”; “M uito bem !”).
Durante a classe beber água em copo de plástico , a pesquisadora ia
ao encontro da participante em seu quarto, com um copo plástico, e lhe avi­
sava que estava deixando o cop o junto à torneira de seu toalete, para ela be­
ber água. Quando fosse necessário, a participante deveria pegar o copo, en­
chê-lo com água e beber o líquido. N as fases de intervenção dessa classe de
com portam ento, após a instrução da pesquisadora, quando a participante

INDEX
apresentou a resposta de beber água usando o copo de plástico, recebia refor­
ço social (e.g., “Parabéns!”; “ Muito bem !”; “A ssim é m elhor” ). Qualquer
outro com portam ento era ignorado pela pesquisadora.
Em relação a interagir socialmente, batendo palmas ao ritmo de
músicas, a pesquisadora convidava a participante a juntar-se a seus pares no
centro de recreação da instituição. Então, solicitava à participante que bates­
se palmas ao ritmo da m úsica que era executada. N as fases de linha de base,
suas respostas não eram reforçadas. Já nas fases de intervenção, ao acata­

BOOKS
mento das instruções dadas pela pesquisadora, a participante recebia reforço
(e.g., a pesquisadora olhava nos olhos da participante e em itia falas reforça-
doras, já descritas anteriormente).
Um a lista de com estíveis foi apresentada à participante, para a
identificação de reforçadores potenciais (e.g ., pão de queijo, bolo de cenoura,
requeijão, pamonha, mortadela de frango, abacate, queijo m inas). Os resulta­
dos demonstraram que os procedim entos da A nálise do Com portam ento
foram efetivos para controlar os com portam entos-problem a apresentados
pela participante.
GROUPS
A análise de todos esses estudos favorece a conclusão de que os
com portam entos inapropriados, apresentados por pessoas com diagnóstico
de esquizofrenia, foram sen síveis aos diversos procedim entos experim entais
programados pelos pesquisadores.
Os estudos acima descritos enfatizaram o manejo das consequências
de reforçamento e de extinção para reduzir os comportamentos-problema, foco
das psicopatologias. Porém, destaca-se que é também importante o estudo
dos eventos antecedentes que controlam e mantêm com portam entos, sejam
eles apresentados por pessoas com diagnósticos de autismo, esquizofrenia,
transtornos de personalidade, depressão, ansiedade generalizada ou outros, o
que contribui para a identificação correta de suas causas.

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METODOLOGIA DE ANÁLISE
FUNCIONAL

INDEX
D esd e as primeiras publicações sobre a abordagem da m etodologia
de análise funcional, há m ais de 30 anos, é observada, com o salienta Didden
(2007), uma contribuição significativa à m elhoria da qualidade de vida das
pessoas que apresentam qualquer ordem de prejuízos em seu d esen volvi­
mento. Isso em função de que essa m etodologia se prima por investigar,
sistem aticam ente, as relações entre com portam entos-problem a e eventos
ambientais. D essa forma, a proposta básica da m etodologia de análise funcio­
nal é identificar as variáveis controladoras e mantenedoras do c o m p o rta ­
m ento de interesse e, então, obter recursos apropriados para levantar hipóte­

BOOKS
ses sobre a função d esse tipo de com portam ento, quando será p ossível sele­
cionar um tratamento adequado a essa função. Portanto, não é a topografia
comportamental o agente definidor do tratamento a ser selecionado e aplica­
do durante a intervenção. Isso porque o com portam ento-problem a nâo deve
ser conceitualizado com o um sintom a de uma característica patológica sub­
jacente ou uma anomalia de fase do desenvolvim ento, mas com o uma res­
posta relacionada às condições am bientais.
N e sse sentido, os estudos que demonstraram a relação am biente-

GROUPS
com portam ento, tendo com o participantes p essoas com prejuízos no desen­
volvim ento, foram publicados no princípio da década de 1960 por grupos de
pesquisadores (Berkson & M ason, 1963; Lovaas, Freitag, Gold & Kassorla,
1965, citados por Didden, 2007). Os resultados obtidos demostraram que o
com portam ento-problem a não é uma característica da pessoa, mas sim uma
resposta às cond ições am bientais. Posto isso, os com portam cntos-problem a,
em pessoas com prejuízos no desenvolvim ento, foram conceitualizados
com o uma resposta aprendida, evocada e mantida por condições ambientais,
e influenciados por operações m otivadoras, por antecedentes e por conse­
quentes (D idden, 2007).
Em relação aos antecedentes e consequentes, estes são melhor
com preendidos por quatro classes gerais: (1) o reforço positivo social, (2) o

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reforço negativo social, (3 ) o reforço p ositivo autom ático e (4) o reforço


negativo autom ático (e.g ., reforço negativo autom ático ocorre quando um
com portam ento-alvo produz uma atenuação ou reduçào de um estím ulo
aversivo interno, com o desconforto físico ou tensão, que é atenuado ou en­
cerrado contingente à rem oção de algum evento desconfortável).
A m etodologia de análise funcional, proposta por Iwata, Dorsey,
Slifer, Bauman e Richman (1982/1994), foi usada para estudar o comporta­
mento de autolesão (e.g., autoinjúrias, com o arrranhar a pele) de nove partici­
pantes com o diagnóstico de autismo e atraso no desenvolvim ento, no ambiente
natural desses. O procedim ento consistia em uma série de condições distintas
(e.g., atenção, demanda, sozinho e controle) que foram manipuladas em decor­

INDEX
rência de comportamentos-problema com o autolesões. O reforçamento positi­
vo foi disponibilizado em forma de atenção social (e.g., “N ão faça isso. V ocê
vai se machucar”.) contingente ao comportamento de autolesão, em uma con­
dição definida com o atenção. Para o reforçamento negativo, uma tarefa com
instruções difíceis era apresentada. Se houvesse a autolesão, a tarefa era inter­
rompida em uma condição de demanda. C om o condição controle, cada parti­
cipante era deixado sozinho em uma sala, sem nenhuma instrução, situação
esta intercalada com sessões em que eram disponibilizados objetos preferidos
ou brincadeiras, mas sem demandas. Já na condição de sozinho, o participante

BOOKS
permanecia na sala sem acesso a brinquedos ou dem ais materiais. Os resulta­
dos desse estudo apontaram que o comportamento-problema de autolesão foi
fortemente influenciado pelas consequências reforçadoras da atenção social
{condição atenção) e da fuga de demanda (condição demanda) e fracamente
nas outras duas condições ( condição de sozinho e condição de controle).
D esse m odo é que o manejo das con d ições antecedentes e co n se­
quentes de com portam entos-alvo tem favorecido um importante d esen v o lv i­
mento na área aplicada. N esse sentido, essa m etodologia fornece um quadro

GROUPS
em piricam ente validado tanto para a avaliação das variáveis causadoras e
mantenedoras quanto para a manipulação experim ental destas, isto é, para o
tratamento de qualquer que seja o com portam ento-problem a, ou qualquer
tipo de psicopatologia.
Essa m etodologia inclui m étodos para a avaliação das propriedades
funcionais do com portam ento-problem a. Considera também com o im pres­
cindível a distinção entre os m étodos descritivos e experim ental, por ela
operacionalizados (Iwata & D ozier, 2008). O s m étodos descritivos, ou não
experim entais, referem -se também à avaliação funcional. Já os m étodos e x ­
perimentais ou a análise funcional dizem respeito a procedim entos que ma­
nipulam, sistem aticam ente, as condições am bientais, para avaliar os efeitos
sobre as taxas de com portam entos-problem a (D idden, 2007).

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Porém, com o advertem Martin e Pear (2 0 0 7 /2009),

Há, na literatura, certa confusão a respeito dos term os de m aneira inter-


cambiável. Outros (por exemplo, Cone, 1997; Horner, 1994} fizera m a
distinção entre os termos, como nós (...). Ou seja, uma avaliação fu n c io ­
nai se refere a uma variedade de maneiras de tentar identificar antece­
dentes e consequências de comportamento, enquanto a an álise fu n c io n a l
se refere à m anipulação sistem ática de eventos ambientais p a ra testar
experim entalm ente o p a p el d e tais eventos com o antecedentes ou com o
consequências que controlam e mantêm com portam entos-probfem a espe­
cíficos. (p. 329, grifos dos autores)

INDEX
O ’N e il et al. (1 9 9 7 ) descreveram três estratégias principais n eces­
sárias tanto para coletar inform ações que com põem uma avaliação funcional,
quanto para identificar e descrever eventos que controlam e que mantêm
classes esp ecíficas de com portam entos. A primeira são os m étodos com in­
formantes. A segunda é a observação direta. A terceira é a m anipulação sis­
tem ática das contingências am bientais, isto é, a análise funcional.
A primeira dessas estratégias, m étodos com informantes, é descrita
pelos autores com o conversas com pessoas que convivem ou conhecem “in­
divíduos objeto dc interesse de pesquisa”. Com a finalidade de coletar dados

BOOKS
para essa avaliação funcional, é necessário conversar com a pessoa que apre­
senta o comportamento-problema de interesse, bem com o com outras pessoas
que com ela convivem e que detêm, portanto, conhecim ento sobre sua vida e
seu padrão comportamental (e.g., pais, professores, cuidadores etc.). N esse
sentido, pontuam O ’Neil et al. (1 9 9 7 ) que, tanto entrevistas quanto questio­
nários e escalas de classificação são instrumentos relevantes para a identifi­
cação das variáveis que afetam o com portam ento-alvo do estudo.
O liveira e Britto (2 0 1 1 ) reiteram que “(...) com o uso de unia en­

GROUPS
trevista para avaliação funcional, o pesquisador pode identificar muitas c o i­
sas na história de aprendizado de uma p essoa e na com posição física que
afeta com portam entos, uma v ez que por m eio de entrevista o pesquisador
identifica as variáveis, eventos ou atividades que podem ser alvo de observa­
ções diretas” (p. 23).
Portanto, a a v a lia ç ã o funcional, sugerem O ’N eil et al. (1 9 9 7 ), é
procedim ento que favorece conhecer os antecedentes e consequentes que se
associam ao com portam ento. Até em função de que só será possível mudar
um com portam ento se se prom overem m udanças nos am bientes onde este
ocorre. Daí a obtenção de inform ações sobre os comportamentos objeto de
estudo , sobre os antecedentes (eventos causadores do com portam ento) e
consequentes d esses com portam entos (eventos que aumentam a probabilida­

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de de predição de sua ocorrência no futuro; eventos que o m antêm ), favorece


a identificação de com portam entos alternativos que poderiam promover as
m esm as consequências.
A estratégia de observação direta im plica a observação sistem ática
da pessoa que em ite o com portam ento-problcm a, em seu ambiente natural,
ainda que este seja um am biente institucional, onde resida, inclusive (O ’N eil
et al., 1997). Essa estratégia com põe % ..) a base do uso aplicado de proce­
dim entos com portam entais” (Oliveira & Britto, 2 0 1 1, p. 23). Para esse fim,
observações podem ser feitas por cuidadores, professores, m em bros da fam í­
lia ou da equipe de apoio, isto é, por qualquer p essoa que more ou trabalhe
com a pessoa que apresenta o com portam ento-alvo. Um cuidado, porém, é
vital: as observações não podem interferir na rotina da pessoa observada. A o

INDEX
observar, o observador deve registrar o m om ento de ocorrência do com por­
tam ento, os eventos que ocorriam im ediatam ente antes de sua ocorrência,
bem com o os efeitos produzidos pelo com portam ento. Também deve ser
registrada a própria im pressão do observador sobre o fenôm eno observado,
ou seja, qual função ele observou para a ocorrência daquele comportamento.
Destacam O ’N eil et al. (1 9 9 7 ) e Martin e Pear (2 0 0 7 /2 0 0 9 ) que os dados
coletados por essa avaliação sustentarão o programa de tratamento ou de
intervenção.

BOOKS
A terceira estratégia, a análise funcional, visa coletar inform ações
que instrum entalizem a m anipulação das variáveis que se associam ao com ­
portam ento-alvo, e esta deverá ser sistem ática. Com esse objetivo, durante
sua realização, m onitora-se sistem aticam ente o com portam ento-problem a e,
paralelamente, m anipula-se as consequências contingentes a ele. Exatamente
por isso, O ’N eil et al. (1997) e Martin e Pear (2 0 0 7 /2 0 0 9 ) descrevem a análi­
se funcional com o o instrumento de maior precisão, rigor e controle na con ­
dução de uma avaliação funcional.

GROUPS
C om efeito, a m etodologia de análise funcional em ergiu com o um
padrão para a avaliação da pesquisa clínica em contextos naturais (Iwata &
Dozier, 2008). Isso porque, com essa m etodologia, as operações m otivacio-
nais, que mantêm com portam entos-problem a, podem ser manipuladas (Mar-
con & Britto, 201 la).
Por essa perspectiva de estudo. W ilder, Masuda, O ’Connor e
Baham (2 0 0 1 ) demonstraram que as vocaliza çõ es bizarras e as v o calizações
apropriadas em itidas por um participante de 43 anos de idade, diagnosticado
com o esquizofrênico crônico, do tipo indiferenciado, ocorreram de acordo
com as distintas condições experim entais. Para investigar os eventos antece­
dentes e consequentes dos com portam entos-problem a foi usado um delinea­
mento de m últiplos elem entos. Já para o tratamento foi aplicado o reforça-

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m ento diferencial de com portam entos verbais alternativos (D R A ) e a extin­


ção (EX T ) para com portam entos verbais inapropriados, com o uso de um
delineam ento de reversão-replicação.
N o delineam ento de m últiplos elem entos, quatro condições foram
alternadas random icam ente, sendo cada condição repetida por duas vezes, e
descritas a seguir. 1. Demanda : o pesquisador falava ao participante para
executar uma variedade de atividades cotidianas sim ples e interagia com ele
de fornia breve (verbalizações apropriadas e topograficam ente curtas).
Quando as vocalizações bizarras ocorriam, o pesquisador dizia a frase: “Ok,
isto pode scr estressante para você. Faça uma pausa", e era concedida uma
pausa de 30 segundos. 2. Atenção : o experim entador posicionava-se em
frente ao participante, não fazia contato visual com ele e respondia às ques­

INDEX
tões apropriadas de forma sucinta, com apenas uma palavra. Diante da em is­
são do com portam ento bizarro, o pesquisador mantinha, de forma contin­
gente, contato visual com o participante, inclinando-se para frente na cadeira
e em itindo com portam ento verbal relacionado com a fala bizarra (e.g., “ Você
não deveria falar assim do Bruce L ee” ). 3. Sozinho : o participante permane­
cia sozinho na sala. Essa condição foi testada para determinar se as falas
bizarras ocorriam na ausência de reforçadores sociais. 4. Controle: o pesqui­
sador sentava em frente ao participante e fazia indagações sobre tem as apro­

BOOKS
priados. O experim entador respondia de forma adequada às sentenças, man­
tendo contato visual com o participante. C ontingente às falas inadequadas, o
pesquisador não olhava e não dialogava com o participante durante o tem po
de 10 segundos.
O s resultados obtidos com esse delineam ento, nas diferentes condi­
ções, apontaram que uma maior ocorrência de falas inapropriadas foi obser­
vada nas con d ições de atenção e de demanda. E menor ocorrência, ainda, foi
verificada na condição de controle. N o entanto, não houve em issão desse

GROUPS
tipo de falas na condição de sozinho.
Para o tratamento, W ilder et al. (2 0 0 1 ) utilizaram-se do reforça-
mento diferencial alternativo (D R A ) para as vocalizações apropriadas e e x ­
tinção (EX T) para as vocalizações bizarras. Durante as fases de intervenção,
o pesquisador respondia verbalm ente e fazia contato olho a olho com o parti­
cipante, quando as suas verbalizações eram adequadas. Quando o partici­
pante em itia vocalizações bizarras, o terapeuta olhava para outro lado e não
fazia declarações verbais durante 10 segundos. O bservou-se que a interven­
ção possibilitou um aum ento das v ocalizações adequadas e importante redu­
ção na frequência das vocalizações bizarras. O procedim ento m ostrou-se,
portanto, efetivo na redução das vocalizações bizarras e no aumento das v o ­
calizações apropriadas. Wilder et al. (2001) demonstram que as vocalizações

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bizarras, em indivíduos diagnosticados com o esquizofrênicos, foram m anti­


das pelas consequências da atenção social.
Já D ixon, B enedict e Larson (2001) utilizaram -se de dois delinea­
m entos, de m últiplos elem entos e de reversão, para analisarem a função do
com portam ento verbal de um participante de 25 anos, diagnosticado com
retardo mental moderado e transtorno psicótico. Com o delineam ento de
m últiplos elem entos foram propostas quatro cond ições experim entais usadas
por W ilder et al. (2001). N a condição atenção , o experimentador respondia
às m anifestações verbais inapropriadas do participante com 10 segundos de
atenção, em forma de com entários (e.g., “V ocê sabe que não deve dizer co i­
sas com o esta”.). Na condição demanda , eram apresentadas tarefas acadêm i­
cas básicas ao participante, quando cada ocorrência de com portam ento ver­

INDEX
bal inadequado produzia 10 segundos de fuga da tarefa. Na condição sozi-
nho, o participante era deixado a sós na sala. E na condição controle, o parti­
cipante teve acesso às suas atividades preferidas, enquanto o experimentador
liberava atenção não contingente, a cada 30 segundos. A fase seguinte desse
estudo, a intervenção, consistiu de reforço diferenciai de com portam ento
alternativo (D R A ) para falas apropriadas e extinção (EXT) para falas bizar­
ras. A ssim , as falas apropriadas foram seguidas por atenção social e reforço
verbal, e a atenção social não foi liberada a esse participante quando apre­

BOOKS
sentava falas inapropriadas. Os resultados apontaram que a intervenção
(D R A mais EX T) foi associada com a redução das falas inapropriadas e o
correspondente aumento das falas apropriadas. O bservou-se que esse estudo
obteve os m esm os resultados de W ilder et al. (2001 ).
D ois anos após, D eL eon, Arnold, Rodrigucz-Catter e Uy (2003)
variariam as condições aplicadas por W ilder et al. (2001) e D ixon et al.
(2001), quando desenvolveram uma pesquisa com um hom em de 21 anos,
internado, com vários diagnósticos psiquiátricos e com portam ento verbal

GROUPS
bizarro. Foi utilizado um delineam ento de m últiplos elem entos para identifi­
car as variáveis que mantinham a fala bizarra. N esse estudo, as condições
propostas foram as a seguir descritas.
Na condição atenção , o participante tinha acesso a uma variedade
de itens, com o quebra-cabeças e livros, e o terapeuta o ignorava. Quando ele
emitia com portam ento verbal bizarro, era liberada atenção verbal breve e
contingente a esse tipo de fala (e.g., “ Isto não faz sentido!”). Na condição
demanda, o participante fo i solicitado a com pletar, gradualmente, tarefas.
Caso ocorresse alguma em issão de com portam ento verbal bizarro, o partici­
pante poderia escapar da atividade por 30 segundos. Na condição controle , o
participante tinha acesso às suas atividades preferidas e o terapeuta provi­
denciava breves elogios não contingentes (e.g., “ V ocê está indo bem !”) a

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cada 30 segundos. Iodas as verbalizações bizarras do participante foram


ignoradas. Na condição ignorar, o pesquisador estava presente na sala exp e­
rimental, mas não interagia com o participante. Os dados demonstraram que
nas condições de atenção a frequência do com portam ento verbal bizarro foi
mais alta do que nas dem ais condições. E para o tratamento foi utilizado o
delineam ento de reversão.
N o delineam ento dc reversão foi desenvolvida uma intervenção
que incorporava o reforçamento diferencial de falas apropriadas e a extinção
das falas bizarras. N esse contexto, o conteúdo da atenção liberada contin­
gente às falas não bizarras não se referia às falas bizarras do participante,
mas redirecionava suas falas para outros tem as (c.g., “Hoje não está um dia
bom ?’'’). Essa intervenção alcançou um decréscim o de 54% das falas bizarras

INDEX
(D eL eon et al., 2003).
Então, o delineam ento de m últiplos elem entos foi utilizado, nova­
m ente, dessa vez para exam inar os efeitos do conteúdo da atenção em rela­
ção tanto às falas bizarras com o às não bizarras. Foi demonstrado que a aten­
ção (contingente às duas classes de respostas), com conteúdo relacionado às
falas bizarras do participante, produziu o aumento da em issão das declara­
ções bizarras por parte dele; já a atenção (contingente às duas classes de
respostas), com conteúdo não relacionado às falas bizarras, evocou mais

BOOKS
respostas verbais não bizarras. A s condições propostas foram as que se se­
guem. Atenção relacionada: diante da em issão do com portam ento verbal
bizarro ou não do participante, o terapeuta liberava atenção verbal, fazendo
declarações mínim as com conteúdos bizarros, sim ilares ao repertório bizarro
do participante. Atenção não relacionada: diante da em issão do com porta­
m ento verbal bizarro ou não do participante, o terapeuta liberava atenção
verbal fazendo declarações m ínim as com conteúdos não bizarros. Os resul­
tados da análise dos delineam entos revelaram que (a) a fala bizarra foi m ais

GROUPS
frequente quando a atenção foi relacionada com ela, demonstrando a sensi­
bilidade dessa classe de respostas ao reforçamento social; c (b) as falas do
participante tenderam a refletir o conteúdo da atenção do terapeuta, seja bi­
zarra ou não bizarra (D eL eon et ah, 2003).
Os resultados alcançados por W ilder et al. (2001), D ixon et al.
(2001) e D eL eon et al. (2003) demonstraram de maneira inequívoca o con­
trole da atenção social sobre o com portam ento verbal inapropriado de pes­
soas diagnosticadas com o esquizofrênicas. Parece ter sido essa conclusão
que instigou Lancaster et al. (2 0 0 4 ) a investigarem se não haveria um viés na
literatura analitico-com portam ental, que faz referência ao controle operante
para a exp licação do com portam ento verbal bizarro, uma vez que a literatura
tradicional apresenta causas b iológicas para esse tipo de comportamento.

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Para estudar essas questões, os autores selecionaram , aleatoria­


mente, quatro participantes de uma amostra de 120 pacientes, de uma unida­
de para esse tipo de tratamento, com dois diagnósticos: retardo mental e e s­
quizofrenia. O procedim ento consistiu na aplicação da m etodologia de análi­
se funcional com atenção para as falas bizarras de dois participantes; e para
os outros dois não havia o reforçamento social para suas vocalizações bizar­
ras. D esse m odo, foram programadas tanto a função social com o não social
para a fala bizarra.
O estudo possibilitou o controle das vocalizações bizarras dos par­
ticipantes. D e acordo com as pesquisas analítico-com portam entais, o refor­
çamento social não contingente reduziu as falas bizarras, ao passo que a
atenção contingente aum entou suas frequências. Essa pesquisa confirm ou,

INDEX
mais uma vez, resultados alcançados na literatura analítico-com portam ental.
Os pesquisadores sugeriram também o d esenvolvim ento de estudos adicio­
nais para a investigação de intervenção com portam ental em com binação ou
não com intervenções farm acológicas (Lancaster et al., 2004).
Santana (2008) replicou o estudo conduzido por Britto, Rodrigues,
A lves e Quinta (2010). O estudo de Britto et al. foi realizado no ano de 2006,
porém, sua publicação ocorreu no ano de 2010. A s autoras usaram a m eto­
dologia de análise funcional para avaliar o com portam ento verbal inapropria-

BOOKS
do de participantes adultos com o diagnóstico de esquizofrenia, via delinea­
mento de m últiplos elem entos. A s con dições estabelecidas foram apresen­
tadas na ordem que se segue, ordem essa que, posteriormente, foi invertida
(4, 3, 2 e 1 ). 1. Atenção : os participantes ficavam livres para verbalizarem
sobre qualquer tema. Quando emitiam uma fala inapropriada, as pesquisado­
ras verbalizavam a frase “V o cê deveria falar de maneira diferente”. 2. De­
manda : os participantes eram orientados a executar uma atividade de pintura;
caso ocorresse fala inapropriada haveria até 10 segundos de fuga da tarefa.

GROUPS
3. Atenção-não-contingente: os participantes tinham a seu dispor livros, re­
vistas e jornais. A s pesquisadoras abriam um livro e aparentavam lê-lo, sen­
do que a cada 30 segundos elas verbalizavam uma sentença de uma lista de
12 frases preestabelecidas (e.g., “O dia está ch u v o so ” - ainda que o dia esti­
vesse ensolarado). 4. Sozinho: os participantes foram deixados sozinhos, mas
a filmadora perm aneceu ligada.
Os resultados dessas condições demonstraram maior ocorrência de
falas inapropriadas nas condições atenção, seguidas pelas condições demanda,
e ausência desse tipo de ocorrência nas condições atençào-nâo-contingente e
sozinho.
Marcon e Britto (201 la) pesquisaram o comportamento verbal de uma
mulher de 27 anos de idade, diagnosticada com esquizofrenia. O delineamento

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usado foi o de múltiplas condições. Três foram as condições principais: con­


dição de atenção, descrita com o (A ), condição de sozinho, descrita com o (S),
e condição de controle, descrita com o (C).
Para a condição (A ) foram aplicadas quatro subcondiçoes: ( A l)
atenção, contato olho a olho, na qual a fala inapropriada gerava 10 segundos
de contato olho a olho; (A 2 ) atenção, contato físico, quando as falas inapro-
priadas eram seguidas por 10 segundos de contato físico; (A 3) atenção, co­
mentário, na qual para cada fala inapropriada um com entário era apresentado
(e.g., “Fica difícil com preender quando vo cê fala assim ”); (A 4) atenção,
executar tarefa, quando o com portam ento apropriado foi seguido pela aten­
ção, com sinais de aprovação (M arcon & Britto, 201 la).

INDEX
Para a condição (S) foram definidas duas subcondiçoes: (SI ) so zi­
nha sem demanda, quando a participante era deixada só na sala experim en­
tal; (S 2) sozinha com demanda, condição na qual a participante era deixada
só no am biente natural, porém, tendo que executar demanda estabelecida
pela pesquisadora. Já na condição (C ), à participante cra disponibilizada uma
série de itens (e.g ., tangíveis: revistas, pulseiras, brincos, presilhas de cabelo,
lixa de unha e chaveiro; com estíveis: bolachas e bom bons), na presença da
pesquisadora, que se ocupava de escrever em uma folha de papel (M arcon &
Britto, 201 la ).

BOOKS Essa pesquisa ainda observou com portam entos em ocionais esp ecí­
ficos (e.g., aborrecimento, raiva, prazer, elação, ansiedade, tristeza e alívio).
Para a análise desses com portam entos, foram consideradas as entonações de
v oz da participante e as topografias por ela apresentadas (Marcon & Britto,
2011a).
N e sse estudo ficou evidenciado o quanto a atenção social controlou
o com portam ento verbal. Quanto aos com portam entos em ocionais, os dados

GROUPS
também apontaram que a condição de atenção social foi a que produziu maior
ocorrência dessas respostas. Dentre essas respostas, a raiva foi a que apre­
sentou maior percentual de ocorrência, ao passo que o prazer foi o de menor
ocorrência.
E sses e outros resultados possibilitaram uma maior análise das re­
lações funcionais, ficando evidenciadas inform ações úteis sobre a regulari­
dade de certas condições (e.g., aumento da frequência do comportamento
diante da atenção contingente; nao ocorrência de comportamento verbal na
ausência do ouvinte) e a possibilidade de m anipulação do comportamento
verbal de pessoas com o diagnóstico de esquizofrenia.
N o entanto, estudos por m eio de análises experim entais-epidem io-
lógicas (Iwata et al., 1994) têm demonstrado, também, que uma das funções

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mais com uns que mantêm com portam entos-problem a é a fuga de demandas
(G eiger, Carr & L eBlanc, 2 0 1 0 ). Escapar ou fugir de tarefas d ifíceis, cm
alguns contextos institucionais, tem sido uma resposta tâo prevalente na ma­
nutenção desse tipo de com portam ento quanto a atenção social. N esses estu­
dos foi usada a m etodologia de análise funcional, o que permitiu demonstrar
que o comportam ento de maior ocorrência era o m antido pelo reforço n ega­
tivo. Já os com portam entos m antidos pela atenção social ou os com porta­
m entos m antidos por reforçam ento positivo, intercalados com uma condição
de controle, ocorreram em m enor frequência.
Por essa m esm a perspectiva está o estudo de Iwata et al. (1994),
acima citado, no qual foram avaliadas as fun ções do com portam ento de au-
tolesão em 152 participantes, os quais apresentavam atraso no d esen volvi­

INDEX
m ento. O s resultados apontaram que em 35% deles o com portam ento de
autolesão era mantido pela fuga de demandas. Apontaram, ainda, que em
26% d esses indivíduos o com portam ento de autolesão era mantido pelo re­
forçam ento autom ático e em 23% deles pela atenção social.
A sm us et al. (2004) revisaram estudos conduzidos entre 1996 e
2001, com participantes adultos e crianças, num total de 138. E sses partici­
pantes, que residiam em um centro para tratamento de atraso no d esen volvi­
m ento, ligado à Universidade de low a, apresentavam os mais diferentes tipos

BOOKS
de comportam entos-problem a. A sm us et al. (2 0 0 4 ) demonstraram que o
agente mais vigoroso de controle dessas classes de respostas foi o reforça­
mento negativo. N esses estudos, ficou evidente que a condição de demanda
(e.g., fugir de tarefas difíceis) foi a que exerceu maior controle sobre os
com portam entos-problem a, quando comparada às dem ais condições: aten­
ção, sozinho e controle. Portanto, muitas das desordens comportamentais
graves observadas, por exem plo em indivíduos com deficiências mentais,
podem ser função de reforçam ento negativo em razão de um repertório com -

GROUPS
portamental específico e m oldado ao longo do tem po.
Carr e Durand (1 9 8 5 ) e W eeks e G aylord-R oss (1981) mostraram
que várias diferentes topografias de com portam entos inadequados ocorreram
com maior frequência durante a condição de tarefa difícil quando comparada
a uma condição de tarefa fâciU sugerindo que a condição anterior continha
propriedades aversivas e que o com portam ento resultante era de fuga ou de
evasão motivada.
Carr, N ew som e B inkoff (1976) examinaram as variáveis que o con­
trole de estím ulos aparentemente exercia sobre o comportam ento autopreju-
dicíal de um garoto psicótico. Em um de seus experim entos, submeteram o
menino a três situações alternadas: um período de brincadeira livre, uma
condição em que o experim entador falava frases descritivas para a criança

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(e.g., “O céu é azul”) - c isso foi chamado condição de tato —. e uma terceira
condição, em que o experim entador fornecia instruções para a criança. Essa
foi chamada de condição de mando . N íveis m ais elevados de com portam ento
autoprejudiciais foram associados com a condição de mando.
Em outro estudo, Carr, N ew som e B in k o ff (1980) realizaram uma
análise sem elhante de com portam ento agressivo em dois m eninos, mostran­
do que a agressão era m ais provável de ocorrer quando as demandas eram
apresentadas, do que quando elas estavam ausentes.
Daí ser importante identificar com o os ambientes podem proporcio­
nar o reforço negativo para comportamentos indesejáveis. E o caminho para tal
ação é examinar im ediatam ente as condições antecedentes e consequentes,

INDEX
com a finalidade de descrever com clareza se a diferença entre essas duas
condições proporciona uma redução do estím ulo aversivo. Mas, para isso, é
importante não se perder da análise de que os reforçadores negativos podem
ser tão idiossincráticos quanto os positivos.
Em suma, os analistas aplicados do com portam ento sensibilizaram -
-se para conduzir estudos que manipularam a fuga e a esquiva com o fontes
potencialm ente com uns e de poderoso reforço. A evidência disso pode ser
encontrada no trabalho de graves desordens comportamentais, tais com o

BOOKS
autolesao, em que discussões sobre a etiologia têm se focado principalm ente
em fatores de atenção, em v ez de os relacionar com a fuga (Iwata & Dozier,
2008).
Daí a importância de estudos, com o os acima descritos, para que
sejam avaliadas não apenas a função dos eventos consequentes desses com -
portamentos-problem a, mas também a função dos eventos antecedentes que
os controlam . N e sse sentido, há a necessidade de que os novos estudos fo­
quem -se na importância do manejo desses eventos, sejam eles estím ulos
eliciadores, discrim inativos, estabelecedores ou abatedores.

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A IM PORTANCIA DOS EVENTOS


ANTECEDENTES EM CONTEXTOS
APLICADOS

INDEX
O primeiro estudo do com portam ento controlado pelos eventos
antecedentes foi d esenvolvido p elo fisiologista russo I. Pavlov. Pavlov foi
um dos cientistas pioneiros que sistem atizou o com portam ento com o um
tema objetivo, por m eio de uma manipulação cuidadosa de variáveis am bien­
tais, pouco antes do início do século X X . Pavlov (1 969/1980) desenvolveu
experiências nas quais investigava as secreções digestivas de cães, para m e­
lhor entender as atividades dos hem isférios cerebrais. Ele notou que não

BOOKS
som ente ao colocar o alim ento na boca do animal um fluxo salivar era elicia-
do: a mera aparição do experim entador trazendo o alim ento também eliciava
um fluxo similar.
A nos após, Skinner (1 9 5 3 /2 0 0 0 ) avaliou que a principal d e sc o ­
berta de P avlov foi as relações quantitativas que permitiram, independente
de processos neurais ou h ip óteses neurológicas, dar uma descrição direta do
com portam ento no cam po do reflexo condicionado, ainda que esse tipo de
explicação seja apenas uma parte do com portam ento total dos organism os.

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M illenson (1 9 6 7 /1 9 7 5 ) esclarece que P avlov dem onstrou experim entalm ente
com o os reflexos condicionados eram adquiridos, com o poderiam ser rem o­
vidos e quais aspectos do am biente eram efetivos em sua produção. Por sua
vez, Johnston e Pennypacker (1 9 9 3 ) argumentam que Pavlov não estudou o
com portam ento com o seu próprio valor, m as usou do comportamento para a
análise das funções hem isféricas cerebrais. E aquilo que Pavlov cham ou de
agentes externos, controladores das ações dos hem isférios cerebrais, Skinner
(19 5 3 /2 0 0 0 ) nom eou de estím ulos. O com portam ento por eles controlado,
Skinner nom eou respondentes. Isso im plica que com portam entos respon-
dentes são eliciad os por estím ulos antecedentes, relativamente insensíveis às
consequências, e que ocorrem autom aticam ente na presença desses cliciado-
res (Skinner. 1953/2000).

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C ontudo, Skinner (1 9 5 3 /2 0 0 0 ) estava interessado no estudo do


com portam ento que produz algum efeito no am biente, aquele cuja con se­
quência pode retroagir sobre o organismo. Esse com portam ento está na ori­
gem de grande parte dos problem as humanos e o interesse teórico por ele é
também por suas propriedades singulares e, principalm ente, por sua sensibi­
lidade às consequências. O fo co desse pesquisador, em relação aos antece­
dentes, estava, mais precisam ente, nas cond ições ou nos eventos que exer­
cem efeitos sobre o com portam ento, isto é, nas condições sobre as quais o
com portam ento é alterado d evido a uma relação entre as respostas e as con­
sequências, o controle de estím ulos {Skinner, 1953/2000).
O termo controle de estím ulo é usado para descrever uma operação

INDEX
sinalizadora, ocasião em que uma resposta resulta em uma consequência
particular: o controle discrim inativo (Catania, 1998/1999). Com relação às
variáveis m otivacionais no controle do com portam ento, Skinner as descreveu
em term os de operações de privação, saciaçâo, em oção e de estim ulação
aversiva, enfatizando-as com o variáveis am bientais controladoras do com ­
portamento {Skinner, 1953/2000).
Nas duas últim as décadas, pesquisas baseadas nas estratégias de
avaliação funcional evoluíram . E um dos aspectos da avaliação funcional é a
avaliação da influência dos antecedentes sobre as desordens com portam en-

BOOKS
tais. Portanto, os eventos antecedentes passam a ser analisados com o uma
variedade de fatores que afetam futuras ocorrências de co m portam en tos-
-problema. Os termos com uns usados para descrever esses eventos, de acor­
do com Smith e Iwata (1997), incluem estím ulos discrim inativos (Skinner,
1953/2000), setting events (Kantor, 1959, citado por Smith & Iwata, 1997) e
operações estabelecedoras (M ichael, 1982, 1993).
Abordando os aspectos teóricos, acim a citados, Smith e Iwata
(1997) delinearam, de m odo m ais esp ecífico, a abordagem de M ichael

GROUPS
(1 9 8 2 ,1 9 9 3 ) para a conceituação de eventos antecedentes, observando, em
particular, o conceito de operações estabelecedoras para auxiliar na com pre­
ensão d esses eventos. Os autores revisaram estudos sobre a avaliação e o
tratamento de com portam entos-problem a, nos quais os eventos antecedentes
foram m anipulados cham ando a atenção para as suas funções discrim inativas
ou m otivacionais. N otando as lim itações conceituais e m etodológicas da
maioria d esses estudos e o fato de que as influências antecedentes não foram
devidam ente estudadas, Smith e Iwata (1 9 9 7 ) propuseram ainda novas dire­
ções para futuras pesquisas.
N ão obstante, cumpre esclarecer que Skinner (1 9 5 3 /2 0 0 0 ) e M i­
chael (19 8 2 , 1993) estabeleceram que a variável m otivacional altera a efeti­
vidade reforçadora de um estím ulo ao definir a ocasião para a disponibilida­

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de do reforço. A ssim , m om entaneam ente, (a) altera o valor reforçador das


consequências e, dessa forma, (b) altera a probabilidade da ocorrência do
com portam ento que, anteriormente, produziu tais consequências (M cG ill,
1999; Smith & Iwata, 1997). Em suma, Skinner (1953/2000) e M ichacl
(1982, 1993) concordam que essa variável separada (e.g., uma quarta variá­
vel) no cam po m otivacional é importante na relação de contingência, posto
que afeta futuras ocorrências do com portamento.
A partir dessas evidências, parece que há um aspecto relevante nas
pesquisas sobre m odificação dos com portam entos-problem a que tem sido
pouco explorado nas investigações da aplicação da ciência do com porta­
mento: a influência dos eventos antecedentes. A lém das evidências aponta­
das por Smith e Iwata (1 9 9 7 ), autores com o M cGill (1999), W ilder e Carr

INDEX
(19 9 8 ) e Martin e Pear (2 0 0 7 /2 0 0 9 ) afirmam que a maioria das pesquisas
sobre avaliação funcional tem se centrado na identificação e no d esen volvi­
mento de intervenções com base na função dos com portam entos-problem a
(e.g., controlado por suas consequências), ao invés de desenvolver interven­
ções que incorporem potenciais influências de eventos antecedentes (e.g.,
eventos que precedem o com portam ento).
N esse sentido, Smith e Iwata (1 9 9 7 ) esclarecem que, embora a in­
fluência dos eventos antecedentes tenha sido reconhecida por Skinner, desde

BOOKS
a década de 1950, pode-se notar que a maioria dos m odificadores de com ­
portamento tem enfatizado o manejo das consequências sobre as desordens
com portam entais. E após revisões de pesquisas realizadas com pessoas que
apresentavam problemas de com portam entos diversos, Smith e iwata (1 9 9 7 )
apontaram que a influência dos eventos antecedentes foi praticamente n egli­
genciada naquelas pesquisas: em apenas 11,1% das intervenções realizadas
as variáveis antecedentes foram manipuladas.
Tam bém , W ilder e Carr (1998) revisaram as pesquisas com foco

GROUPS
nas intervenções sobre a eficácia das operações estabelecedoras em diferen­
tes populações que apresentavam desordens com portamentais. N essa revisão,
os autores alertaram para a necessidade de pesquisas sobre o im pacto dos
eventos antecedentes sobre os com portam entos-problem a, argumentando que
há um co n sen so geral no reconhecim ento de que os eventos antecedentes
necessitam ser incorporados dentro dos programas de intervenções aplicadas.
Ademais, M cG ill (1999) ofereceu uma discussão teórica do con­
ceito de operações estabelecedoras, na qual detalhou o papel dessas operações
em estabelecer funções m otivadoras e evocar com portamentos-problema.
N essa discussão foram acrescentados outros aspectos, além daqueles citados
por Smith e Iwata (1997), sobre a relevância das operações estabelecedoras
para a avaliação, o tratamento e a prevenção de com portam entos-problem a.

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Também destacou-se a relevância específica da privação da atenção social


com o uma variável m otivacional, dentre outras condições que produzem e
mantêm com portam entos-problem a m anejados via m etodologia de análise
funcional.
Por sua vez, Martin e Pear (2 0 0 7 /2 0 0 9 ) reiteraram “(...) que os ana­
listas do com portam ento ignoram as causas do com portamento-problema’'1
(p. 461), isto é, “Os m odificadores de com portam entos não deram a devida
importância aos eventos antecedentes”, controladores de com portam entos-
-problema (L. E. Sim onassi, com unicação pessoal, m aio de 2010). Martin e
Pear (20 0 7 /2 0 0 9 ) argumentam que nos estágios iniciais da aplicação da ciên­
cia do com portam ento, “■(...) havia certa justificativa para tal acusação (,..)”

INDEX
(p. 461), uma v ez que o m anejo das consequências reduzia a frequência des­
se tipo de com portam ento, independente de suas causas.
Smith e Iwata (1 9 9 7 ) apontaram dois m otivos para o baixo per­
centual (11,1% ) sobre a falta de ênfase no controle dos eventos antecedentes.
Primeiro, que a tese central da A nálise do Com portamento é que o com por­
tam ento operante ocorre ou não com o função de suas consequências. E as­
sim , a m anipulação destas tornou-se o foco para a mudança comportam ental,
com o uso de reforçamento e punição m ais do que sobre os eventos antece­
dentes, cuja influência sobre o comportam ento foi, muitas vezes, considerada

BOOKS
tanto secundária quanto derivada das consequências. Segundo, que há falta
de consenso em nível teórico sobre a m elhor maneira de descrever ou classi­
ficar as variáveis antecedentes. Essa falta de con senso pode ser notada em
vários estudos publicados dentro da área.
A inda, com efeito, há pelo m enos três correntes bem estruturadas: a
teoria do com portam ento operante de Skinner; o behaviorism o intercompor-
tamental de Kantor; e o sistem a das funções evocativas de M ichael. Para
solucionar a divergência, Smith e Iwata (1997) sugerem que as influências

GROUPS
dos antecedentes sejam descritas usando termos derivados dos princípios
básicos do com portam ento e que suas propriedades funcionais sejam ade­
quadamente interpretadas com o operação discrim inativa ou m otivacional.
D e acordo com Skinner (1 9 5 3 /2 0 0 0 ), caso haja acesso constante ao
reforço, o comportam ento pode ter sua frequência aumentada ou diminuída,
dependendo do estado de privação, saciedade ou do estado em ocional do
organism o. Para além dos estados de privação e saciaçâo, bem com o do es­
tado em ocional, Skinner (1 9 5 3 /2 0 0 0 ) definiu os estím ulos aversivos com o
outra condição antecedente a influenciar o com portam ento. C om o reforço
negativo, descreveu a resposta contingente à term inação ou à evitação de
estím ulos aversivos. A inda que tenha considerado que a estim ulação aversi-
va antecedente compartilhe propriedades com estím ulos discrim inativos.

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Skinner (1 9 5 3 /2 0 0 0 ) a analisou com o um processo separado. N esse sentido,


justificou a análise independente de seus efeitos (Sm ith & lwata, 1997). Para
além disso, M ichael (1 9 8 2 ) com plem enta que a estim ulação aversiva au­
menta a probabilidade de com portam entos que têm sido previam ente refor­
çados com o término dessa estim ulação.
Para Skinner (1 9 5 3 /2 0 0 0 ), assim com o resumiram Smith e lw ata
(1 9 9 7 ), estím ulos em ocion ais alteram a eficá cia de certas formas de refor­
ço, assim com o alteram a frequência de respostas tanto condicionadas
quanto incondicionadas, associadas com o reforço. Portanto, operações
m otivacionais absorvem os efeito s de privação e das em oções, ao definirem
os eventos e variáveis antecedentes a partir de relações funcionais entre as
con d ições am bientais e o com portam ento. Dito de outra maneira, as opera­

INDEX
ções m otivacionais im plicam na variação das con d ições antecedentes, in­
dependente de haver ou não a probabilidade do reforço ou da punição,
com o efeito do com portam ento.
Tanto assim que, norm alm ente, quando se observa que um evento
a n te c e d e n te m o d ific a o com portam ento, porém sem haver ligação com o
reforço, os efeitos desse evento sào inteipretados com o operações m otivacio­
nais. Estas, uma vez associadas ao estudo do comportamento-problema positi­
vam ente reforçado, apresentam grandes oportunidades de pesquisa. M as o

BOOKS
efeito evocativo das operações m otivacionais pode ser confundido, de acordo
com M cG ill (1 9 9 9 ), com os efeitos evocativos sim ilares dos estím ulos dis­
crim inativos (S D). Daí o com prom isso de M ichacl (1982, 1993) em fazer sua
distinção com a finalidade de prom over tanto a análise quanto a intervenção
do com portam ento-problem a (M cG ill, 1999).
Smith e lwata (1 9 9 7 ) argumentam que. embora o termo operações
estabelecedoras tenha sido abordado por K eller e Schoenfeld (1950/1973),
na década de 1950, quem realm ente ofereceu uma articulação m ais clara e

GROUPS
com pleta d e sse s p rocessos fo i J. M ichael, nas décadas de 1980 e 1990. Os
autores afirm am que a operação estabelecedora (O E ) foi definida com o a
variável que altera, m om entaneam ente, a efetiv id ad e reforçadora de um
evento. Portanto, definiram -na co m o uma variável independente e, dessa
form a, estabeleceram co n d içõ es para que ela fo sse m anipulada exp eri­
m entalm ente. Os autores afirm am , ainda, que o ob jetivo de K eller e S ch o ­
enfeld foi fornecer uma estrutura para a interpretação dos efeito s produzi­
dos por m uitas variáveis, cujas propriedades fu ncionais não foram am pla­
m ente identificadas. Por e ssa d efin içã o , o b serva-se a restrição form al so ­
bre a igualdade de oportunidades: o efeito tem porário. O que im plica se­
rem as O Es influên cias dinâm icas, com efeito de natureza m otivacional. E
m esm o que esse term o sugira direcionalidade, e sse tipo de operação pode

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aum entar ou reduzir o valor do reforço (K eller & S ch oen feld , 1950/1973;
Sm ith & Iwata, 1997).
Cabe ressaltar, no entanto, que M ichael {1982, 1993) sinalizou para
a necessidade de se criar um novo termo ou, no m ínim o, reconhecer a falta
deste com o um problema para o m elhor entendim ento dos estím ulos antece­
dentes controladores dos com portam entos. Pautado por esse em penho, fa v o ­
receu um quarto elem ento à análise funcional que até então era realizada
tom ando por base a bem estabelecida contingência de três term os, uma variá­
vel m otivacional (M cG ill, 1999; Smith & Iwata, 1997). Isso se deveu, de
acordo com da Cunha (2 0 0 1 ), em função de estar ele “Preocupado, também,
com a linguagem , ou seja, com a forma de enunciar relações funcionais que

INDEX
envolvam interações do indivíduo com o am biente” (p. 76). O que fica claro
é que, J. M ichael, ao inserir esse termo “O E”, estabeleceu com o essencial a
diferenciação entre as funções discrim inativas (S D) e as funções estalecedo-
ras dos eventos antecedentes (M ichael, 1982, 1993, 2000).
N esse sentido, foram considerados necessários usar o conceito de
estím ulo discrim inativo (S D) e examinar que “(...) a forma de privação afeta
o com portam ento (...)” (M ichael, 1982, p. 149). Para esse autor, “Um SD é
uma condição de estím ulo que tem uma história de correlação com o reforço

BOOKS
diferencial disponível e efica z a um determ inado tipo de com portam ento’1
(M ichael, 1993, p. 193). Os estím ulos discrim inativos, SD e S A são eventos
que têm sido relacionados com a disponibilidade e a indisponibilidade do
reforço: um SD é um estím ulo para reforçamento; e um é um estím ulo
para extinção (Skinner, 1953/2000).
Portanto, um evento antecedente, com o a privação de alimentos, só
pode ser considerado um estímulo discriminativo se: (a) na sua presença, o re­
forço estiver disponível para uma certa classe de resposta; e (b), em sua au­

GROUPS
sência, reforçadores não estiverem disponíveis para essa classe de resposta
(Langthom e & M cG ill, 2009). A o passo que a OE é “Uma operação estabele-
cedora, isto é, qualquer alteração no ambiente, que altera a eficácia de algum
objeto ou evento com o reforço e, simultaneamente, altera a frequência momen­
tânea do comportamento que tem sido seguido por esse reforço” (M ichael,
1982, p. 150). N esse sentido, M cG ill (1 9 9 9 ) e Langthom e e M cG ill (2009)
apontam que o acesso aos alim entos não é m ais provável quando a pessoa
está privada de alim entos e, dessa maneira, a privação de alim entos não é um
SD, m as uma operação m otivacional (OM): o acesso aos alim entos torna-se
mais valioso quando a pessoa está privada.
N a busca desse entendim ento, M ichael (1982, 1993), para além de
considerar os estím ulos antecedentes na explicação dos com portam entos,
apontou para a importância de se considerar outro elem ento, em situações

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esp ecíficas nas quais a mudança de estím ulos funciona mais com o operação
m otivadora, assim com o a privaçào ou a estim ulação aversiva. D esse m odo,
o estudo dos efeitos da privaçào sobre o com portam ento tom a-se relevante, e
não apenas o estudo do com portam ento que é seguido pelo reforçador (S D).
Portanto, diferenciar a função m otivadora e a função alteradora da função
das operações estabelecedoras de um com portam ento é fundamental.
Diante do exposto, observa-se que M ichael (1982, 1993) descreveu
duas importantes relações, com o propósito de delinear o conceito desse
novo elem ento necessário à explicação da variação coniportamental. Para
ele, a função evocativa ocorre quando é p ossív el observar no am biente uma
mudança na frequência de um determinado tipo de com portam ento, enquanto
um novo tipo de com portam ento persiste. Já a função alteradora é observada

INDEX
quando ocorre um evento ambiental - m om ento em que se verifica tam bém a
alteração dc uma resposta de m odo persistente , havendo, por conseguinte,
a relação funcional entre o am biente e o com portam ento (M ichael, 1982,
1993). C onclui-se, portanto, que as variáveis m otivacionais têm a ver com o
reforço diferencial de eventos am bientais, ao passo que as discrim inativas
(S n) referem -se a um reforçam ento diferencial, e efetivo, de um determ inado
tipo de com portam ento (M ichael, 1993).
C onsidere o exem plo: uma mulher passa na seção de produtos ín­

BOOKS
tim os fem ininos, cm um estabelecim ento com ercial e, ao deparar-se com
absorventes que são usados no período mestrual, podem -lhe ser evocados
com portam entos com o o de pegar absorventes e o de colocá-los em seu car­
rinho de compras. O absorvente exposto evocou o com portam ento de com ­
prar o produto, logo função discrim inativa (S 1’). Doutro m odo, essa m esm a
mulher, por ocasião do período menstrual (O M ), não dispondo de absorven­
tes, sai à sua procura. Quando d esse período, a frequência dos comporta­
m entos de buscar o produto aumenta: uma operação motivadora (período

GROUPS
menstrual), m om entânea, para o efeito-altcrador de com portam entos (sair em
busca dc absorventes). Em sum a, uma operação m otivacional - OM (o refi­
namento desse conceito está descrito aditante) - altera o valor das co n se­
quências. Portanto, uma OM muda o quanto uma pessoa deseja algo, ao pas­
so que os SD mudam as chances de essa pessoa conseguir esse algo (M ichael,
1982). D iferenciando a função discrim inativa da função motivadora, M cGill
(1999) sugere que o SD evoca com portam entos com o resultado de uma rela­
ção de disponibilidade do reforçador,
M ichael (1982, 1993) destaca que as relações do comportamento
e suas con dições antecedentes requerem dos analistas do comportamento
duas importantes diferenciações sobre as funções dos estím ulos anteceden­
tes: (a) a função discrim inativa da (b) função m otivacional. Para a função

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discrim inativa, cum pre-se: (1) a efetividade m om entânea do estím ulo refor-
çador; (2) um aum ento da frequência da resposta esp ecífica quando da pre­
sença do estím ulo; e (3), na presença do S , o aum ento da probabilidade
desse padrão de resposta esp ecífico , em função da história de reforça mento
diferencial. Para a função m otivacional, é necessário que as OEs sejam
eventos, estím ulos ou co n d ições antecedentes que alteram, m om entanea­
m ente, a efetividade do estím ulo, tanto reforçadora quanto punidora, e que
evocam respostas que, anteriormente, produziram esse tipo de estím ulo. Em
suma, o SD está relacionado com a disponibilidade de um estím ulo reforçador
e a OE está relacionada com a mudança m om entânea na efetividade reforça­
dora ou punidora de um estím ulo. A m bos evocam respostas (M cG ill, 1999;
M ichael, 1993; Ravagnani & Sério, 2006; Smith & Iwata, 1997).

INDEX
Smith e Iwata (1 9 9 7 ), para identificar e classificar as variáveis an­
tecedentes com o OEs, utilizaram o seguinte critério: se dadas as contigências
constantes entre o com portam ento e as consequências, o com portam ento for
alterado pela presença ou pela ausência das variáveis antecedentes. D esse
m odo, quando as co n d ições antecedentes variarem, independentem ente da
probabilidade de reforço ou de punição, os efeitos comportamentais serão
descritos em term os de OEs.
E sses estudos desmonstraram a sensibilidade das contingências re-

BOOKS
forçadoras e dos efeitos ev o ca tiv o s de eventos antecedentes (Iwata et al.,
1982/1994). M cG ill (1 9 9 9 ) esclarece que m odificando-se as condições, po­
dem também ser identificadas as O Es. O resultado foi tão relevante que esses
autores sugeriram essa abordagem com o estratégia apropriada (assim com o
outras) para a pesquisa das OEs, uma vez que um número relevante de OEs
pode estar operando no am biente natural, bem com o estar temporal mente
distante do com portam ento-problem a. Isso em função de que a OE é um
conceito que avança em relação à análise da contingência de três termos,

GROUPS
uma v e z que altera tanto a evocação do com portam ento-problem a quanto os
efeitos do reforço na m anutenção das consequências do com portam ento-
-problema. D essa forma, M cG ill (1 9 9 9 ) adverte que o controle d esse tipo de
com portam ento só poderá ocorrer se as OEs que o evocam forem interven­
cionadas. Se assim , as alterações com portam entais verificadas devem esta­
belecer m otivação aos analistas do com portam ento para identificar as OEs
evocadoras d os com portam entos-problem a nos am bientes naturais.
Se identificadas as O Es, a intervenção deve centrar-se na m odifica­
ção delas, em sua própria extinção, bem com o na m odificação de classes
específicas de com portam entos evocados. M cG ill (1 9 9 9 ) sinaliza que grande
parte das OEs que estabelecem o com portam ento inapropriado constitui-se
de privação de atenção, privação de rcforçadores tangíveis, privação de esti­

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m ulação e, até m esm o, privação de demandas. Se assim , a intervenção d ev e­


rá premiar a saciedade d esses eventos.
Por essa perspectiva, a m anipulação de reforçadores não con tin ­
gentes e a m anipulação de antecedentes sistem áticos são estratégias apro­
priadas de intervenção. Por isso, M cG ill (1 9 9 3 ) e M cG ill e T oogood (1994,
citados por M cG ill. 1999) advertem que o tratamento, que deve objetivar a
melhoria da qualidade de vida, deverá ser capaz de m odificar o am biente da
pessoa, isto é, reduzir as contingências favorecedoras de com portam entos-
-problema.
D e acordo com Iwata, V ollm er, Z arcone e Rodgers (1 9 9 3 ), a
m od ificação de OEs p od e im plicar a retirada da funcionalidade dos c o m ­

INDEX
portam entos inapropriados e, se confrontada às m esm as con tin gên cias
anteriores, a pessoa pode apresentar e sse s com portam entos cuja interven­
ção não foi capaz de extinguir. Isso em função de o com portam ento-
problem a, co m o pontua M cG ill (1 9 9 9 ), ser hipotetizado com o um estí­
m ulo aversivo que pune a p esso a que assim se comporta (T aylor & Carr,
1992, citados por M cG ill, 1999). A lém d isso, esse tipo de com portam ento,
com o uma OE, evo ca respostas tais com o o forn ecim ento de atenção e/ou
a retirada de dem andas de m aneira eficien te, ainda que essas respostas
sejam inapropriadas.

BOOKS
C om o colocado por fwata, Smith e M ichael (2000), na atualidade
as pesquisas sobre OEs têm se centrado em três focos específicos: (a) tomar
evidente a força das operações estabelecedoras sobre o comportamento; (b)
manipular experim entalm ente condições para tom ar claros os resultados das
avaliações dos com portam entos; e (c) efetuar m anipulações das OEs com o
parte relevante do tratamento que objetiva diminuir e/ou aumentar com por­
tam entos esp ecífico s, com o propósito da m elhoria da qualidade de vida da
pessoa subm etida à intervenção. Pesquisadores da área de avaliação funcio­

GROUPS
nal poderão se beneficiar ainda m ais a partir de uma série de dem onstrações
sim ples de com o m axim izar ou m inim izar a influência de OE durante o pro­
cesso de avaliação (Iwata, Smith & M ichael, 2 000).
Smith e Iwata (1 9 9 7 ) salientam que, quando não é possível esp eci­
ficar as condições suficientes sob as quais os eventos anlecendenles influen­
ciam o com portam ento, interpretações alternativas em termos de operações
discrim inativas ou estabelecedoras são observadas. Futuras pesquisas devem
clarificar e resolver questões dessa natureza, uma vez que esses autores nota­
ram que o conceito de OE, além de não contar com uma boa articulação,
tam bém não era am plam ente entendido quando estudos iniciais foram co n ­
duzidos, e até revistos, para que potenciais estratégias pudessem ser aplica­
das com efetividade.

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Daí, Smitth e Iwata (1 9 9 7 ) terem destacado a escassez de pesquisas


baseadas em intervenções sobre as influências dos eventos antecedentes em
am bientes naturais, onde ocorre a maior parte das desordens comportamen-
tais. E sse fato limita a aplicabilidade da ciência do com portam ento e, ao
m esm o tem po, favorece a v isã o tradicional dom inante de que o com porta­
m ento é um indício ou um sintom a de um transtorno mental subjacente.
E sses desafios levaram ao refinam ento do termo operação estabele-
cedora (O E) para operação m otivacional (O M ), visto que J. M ichael e seus
colaboradores, poT exem plo, Laraway, Snycerski, M ichael e Poling (2003),
destacaram problemas com o uso do termo OE quando da análise de todas as
suas funções e, portanto, ofereceram o conceito de OM. A ssim é que La­
raway et al. (2003) apontaram para a necessidade de um termo m ais genérico

INDEX
e o propuseram: operações m otivadoras, a serem classificadas com base em
dois tipos de efeitos: (1) estabelecedor e (2) abolidor.
Em relação ao efeito (1), as operações m otivadoras receberam de­
nom inações diferenciadas: operações m otivacionais estabelecedoras, se rela­
cionadas à efetividade reforçadora/punidora de um estím ulo; operações m o­
tivacionais abolidoras, se relacionadas à redução da efetividade tanto refor-
çadora quanto punidora de um estím ulo. Já em relação ao efeito (2), as ope­
rações motivadoras foram definidas em relação a operações evocativas, se

BOOKS
relacionadas ao aumento da frequência de respostas; e operações supresso­
ras, se relacionadas ao decréscim o da frequência de respostas. Com essas
novas defin ições, esses autores listaram quatro tipos de OM; operações mo­
tivacionais estabelecedoras relacionadas ao reforço; operações motivacio­
nais estabelecedoras relacionadas à punição; operações motivacionais abo­
lidoras relacionadas ao reforço; operações motivacionais abolidoras relacio­
nadas à punição.
A análise do refinam ento das O ES para O M s demonstra, de certo

GROUPS
m odo, que J. M ichael retom ou o termo m otivação, descrito por Skinner
(1 9 5 3 /2 0 0 0 ) e M illenson (1 9 6 7 /1 9 7 5 ), ainda que considerando os d esd o­
bramentos obtidos com os avan ços na descrição das funções substitutivas,
reflexivas e transitivas das operações estabelecedoras (Laraway et al.,
2003). O bserva-se, tam bém , que a maioria dos autores continua a utilizar o
term o operação estabelecedora (O E) quando se refere às variáveis m otiva­
cionais (O M ) dentro da A n álise do C om portam ento. Embora outros auto­
res, por exem p lo. Martin e Pear (2 0 0 7 /2 0 0 9 ), optem pelo termo operações
m otivacionais.
Langhome, M cG ill e O ’Reilly (2007) argumentam que o conceito de
OM fornece um meio de integrar diversas vertentes de pesquisas sem a inferên­
cia indevida de construções mentalistas. Estudar empiricamente as operações

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m otivacionais em contextos aplicados, as quais produzem consequências mais


ou m enos efetivas, com o reforçadores ou com o punidores, e que favorecem a
ocorrência de comportamentos-problema, tom a-se extremamente urgente.
Estudo inovador, nessa perspectiva, foi aquele d esen volvid o por
Iwata et al. (1 9 8 2 /1 9 9 4 ). A o determinarem as três fontes de reforço que pro­
duzem c mantêm com portam entos-problem a, esses pesquisadores chamaram
a atenção para os efeitos dos eventos antecedentes que alteram a efetividade
reforçadora das consequências com portam entais, quais sejam, operações
m otivacionais (M ichael, 2000).
Ainda, o já citado estudo de Iwata et al. (1 9 8 2 /1994), no qual os
com portam entos-problem a de nove crianças autistas com histórias de autole-

INDEX
são ou autoagressão (e.g ., arranhar-se produzindo ferim entos na pele) foram
estudados. A s observações realizadas no am biente natural dos participantes
demonstraram que esse tipo de com portam ento era mantido pela (1) atenção
social de terceiros: o com entário (e.g., “N ão faça isso, você vai se m achu­
car'’1) que contingente ao com portam ento de autolesão aumentava suas ocor­
rências. A fuga ou esquiva de tarefas difíceis também pode causar com por-
tam entos-problem a, uma v ez que certas (2) demandas, feitas por terceiros,
podem ser aversivas. Quando solicitada a realizar uma tarefa difícil, as crian­
ças se engajavam em autolesão. Esse tipo de com portam ento favorece a in­

BOOKS
terrupção da demanda. Com portam entos-problem a podem ser reforçados
também por estim ulação sensorial, alguma forma de autoestim ulação numa
condição de (3) sozinho , intercalada por uma condição de (4) controle , na
qual a criança tem acesso a reforçadores (Iwata et al., 1982/1994).
A o focalizarem as diferentes condições que envolviam m anipula­
ções de eventos antecedentes e consequentes, que eram fornecidos em fun­
ção da ocorrência de com portam entos-problem a, Iwata et al. (1 9 8 2 /1 9 9 4 )
utilizaram o enfoque de análise funcional m etodológica para o estudo da

GROUPS
autolesão, dentro de contextos naturais esp ecíficos. Os participantes foram
crianças com atraso no d esenvolvim ento e diagnóstico dc autism o (M cG ill,
1999; Smith & Iwata, 1997). Com essa m etodologia, uma série de operações
motivadoras e reforçadores foi manipulada para cada tipo de variável hipo-
tetizada (Britto, 2009).
A relevância d esse estudo pode ser notada em função de que os re­
sultados obtidos permitiram identificar três fontes de reforço que produziam
ou mantinham com portam entos-problem a: reforçam ento positivo (e.g., aten­
ção social contingente ao com portam ento-problem a na condição de atenção ),
reforçam ento negativo (e.g., fuga, em uma condição de demanda ), reforça­
mento autom ático (e.g.. estim ulação sensorial na condição sozinho). Essas
fontes eram intercaladas com uma condição de controle (iw ata et al..

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1982/1994; M cG ill, 1999; Smith & Iwata, 1997, dentre tantos outros). R es­
salta-se que uma consulta ao Google indica quase mil citações d esse estudo
em periódicos internacionais. Outro dado relevante é que, em uma década,
esse estudo foi replicado m ais de 150 v ezes. Isso porque, com o declararam
Langthom e e M cG ill (2 0 0 9 ), as O M s exercem uma ponderosa influência
sobre contingências operantes e são uma parte necessária de um relato com ­
pleto sobre os com portam entos humanos.
Os analistas do com portam ento reconhecem que é de extrem a im­
portância lidar com as O M s que influenciam as relações operantes. N esse
sentido, quem mais ofereceu estudos sobre as condições antecedentes, cha­
madas de operações m otivacionais que alteram, temporariamente, a eficácia

INDEX
das consequências com o reforçadoras ou punidoras, foi J. M ichae! e seus
colaboradores. N o entanto, alguns questionam entos têm sido apresentados
(e.g., Catania, 1993; M cD evitt & F antino,l993; W helan & B am es-H olm es,
2010). E sses questionam entos apontam para a proliferação de termos novos e
abreviações sem justificativas, dificultando sua com preensão. Também d es­
tacam a necessidade de novos estudos, com dados em píricos, sobre as opera­
ções m otivacionais, cujas im p licações são importantes para aqueles que tra­
balham em contextos aplicados.

BOOKS
Em suma, variáveis motivacionais emergiram com o uma importante
área de pesquisa em contextos aplicados para a com preensão e a intervenção de
comportamentos-problema, a partir da década de 1980 (Iwata et al., 1982/1994;
Iwata el al., 2000; Mace et al., 2009; McGinnis, Houchins-Juárez, M cDaniel &
Kennedy, 2010). A necessidade de pesquisas sobre os eventos antecedentes em
contextos aplicados tornou-se, cada vez mais, uma exigência. Resumindo, estu­
dos em píricos com enfoque nos efeitos das operações motivacionais com o va­
riáveis antecedentes, que tomam as consequências, sejam elas reforçadoras ou
punidoras, mais ou menos efetivas no controle dos comportamentos-problema,

GROUPS
contribuem para o avanço da ciência do comportamento.
A ssim é que, por m eio da m etodologia aplicada nesses estudos, foi
possível conhecer o processo de mudança com portamental, bem com o as
condições que favoreciam e mantinham esse tipo de com portamento. N o
entanto, m ais estudos são necessários em função de que a esquizofrenia é
apresentada, dentro da visão tradicional, com o transtorno psicótico controla­
do por fatores orgânicos subjacentes, ainda que seus marcadores biológicos
sejam desconhecidos (Britto, 2 012). Portanto, esses novos estudos poderão
demonstrar a eficácia do uso da m etodologia operante sobre o controle desse
tipo de com portam ento, ou seja, uma abordagem funcional com o instru­
mento para o estudo de qualquer classe dc com portam ento, inclusive, a de
delirar e a de alucinar.

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UMA ABORDAGEM FUNCIONAL PARA


OS COMPORTAMENTOS DE DELIRAR
E ALUCINAR1

INDEXA esquizofrenia é definida com o transtorno psicótico no Manual


D iagnóstico e Estatístico dos Transtornos M entais, o D SM -IV -TR , da A sso ­
ciação Am ericana de Psiquiatria - APA (2 0 0 0 /2 0 0 3 ). O D SM -IV -T R escla­
rece que embora o termo p sicótico tenha recebido historicam ente diferentes
definições, nenhuma delas conquistou aceitação universal. A definição do
termo p sicótico é limitada a delírios ou a alucinações.
Considerando as descrições apresentadas pelo manual da A PA , a

BOOKS
esquizofrenia é definida com o um m isto de sinais e sintom as positivos, com o
delírios e alucinações; e n egativos, com o disfunções cognitivas e em ocionais
marcantes, que persistem por um período entre um a seis m eses, quando se
verifica ainda disfunção social ou ocupacional. Os delírios sao descritos pelo
D SM -IV -T R com o crenças errôneas, ao passo que as alucinações podem ser
observadas em qualquer m odalidade sensorial.
Fica evidente no Manual que. para alguns autores, a desorganiza­
ção do pensam ento é o aspecto mais importante da esquizofrenia. A ssim , a

GROUPS
esquizofrenia é definida com o um comportam ento amplamente desorganiza­
do. A sua m anifestação é esperada para o final da adolescência, em hom ens,
e para o início da fase adulta, em mulheres. E stim a-se que a ocorrência de
esquizofrenia entre adultos seja de 0,5 a 1,5% da população mundial.
C onform e acim a m encionado, d elírios e alucinações são co n sid e­
rados ainda sintom as de transtornos m entais e/ou m ecanism os neurológicos
que ocorrem dentro da pessoa, para os quais são form uladas inferências
causais que se acreditam subjacentes a esses com portam entos, indepen­

1 R ueno. G. N & Britto. 1. À. G. S. (201 I ). Avaliação funcional para o s com portam entos
de delirar e alucinar. Revista Brasileira de Terapia Comportameiital e C ognitiva. 13(3).
04-15.

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dentem ente da falta de achados laboratoriais associados que os justifiquem


(Britto, 2 0 0 4 , 2005).
A visão do D SM -IV -T R expressa “ (...) um anacronism o reducio-
nista do dualism o m ente e corpo” (A P A , 2 0 0 0 /2 0 0 3 , p. 27) dom inante na
cultura ocidental sobre o com portam ento da pessoa diagnosticada com o
esquizofrênica, mais esp ecificam en te, sobre suas falas incom uns, com o
alucinar e delirar. Embora e sse com portam ento seja assim reconhecido, no
Manual pod e ser encontrado que “O problem a criado pela expressão trans­
tornos km en tais’ (...) persiste n o título do D S M -IV , porque ainda não en­
contram os um substituto apropriado” (p. 27, grifos do autor).
T alvez por tudo isso , diferentes term inologias são usadas para

INDEX
descrever o com portam ento verbal de pessoas com d iagn óstico de e sq u izo ­
frenia. A lgum as dessas term inologias podem ser notadas, por exem p lo, nos
estudos de A y llo n e Haughton (1 9 6 4 ) e Britto et al. (2 0 0 6 ), que o d escreve­
ram com o verbalizações psicóticas; nos de Britto et al. (20 1 0 ) e de D ixon
et al. (2 0 0 1 ), com o com portam entos verbais inapropriados e/ou falas ina-
propriadas; de D eL eon et al. (2 0 0 3 ), Lancaster et al. (2 0 0 4 ) e M ace e Lalli
(1 9 9 9 ), co m o falas bizarras ou declarações bizarras; de Epam inondas
(2010), co m o verb alizações delirantes; de F elipe (2 0 0 9 ) e M arcon e Britto
(2011a), co m o falas inapropriadas; de Santana (2 0 0 8 ), com o falas inade­

BOOKS
quadas; de Santos (2 0 0 7 ), com o falas psicóticas; e de W ilder et al. (2 0 0 1 ),
com o voca liza çõ es bizarras, falas alucinatórias e falas delirantes.
D esd e a década de 1950, com o já m encionado, Skinner (1956:
1973/197 9 ) já definia que o com portam ento do esquizofrênico é parte e
parcela do com portam ento hum ano. E que o estudo d esse tipo de com por­
tam ento deveria ser abordado por uma ciên cia natural, desde que se co n si­
derasse com o objeto de estudo a atividade ob servável do organism o quan­
do se lo co m o v e, perm anece im ó v el, toma objetos, empurra e puxa, produz

GROUPS
sons, g esto s e assim por diante. Isso porque observar o com portam ento de
uma p essoa é o m esm o que observar qualquer sistem a físic o ou b io ló g ico .
C om o se nota, a abordagem analítico-comportamental difere da vi­
são proposta pelo D SM -IV-TR. N a abordagem analítico-comportamental, o
comportamento assume um papel primário, em vez de secundário, sem ne­
nhuma outra entidade localizada subjacente. O comportamento é algo que a
pessoa faz. E melhor enfocado na forma de verbos, em função de especifica­
rem ações. O interesse principal dessa abordagem é nas condições ou nos
eventos que exercem efeitos sobre o comportamento (Skinner, 1953/2000). De
acordo com Britto (2004) e Britto et al. (2010), delirar e alucinar são compor­
tamentos operantes e, com o tais. devem ser com preendidos a partir da interação
entre contingências ambientais de reforçamento e punição, históricas e atuais.

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Com uma visão distinta sobre as ações dos organismos e a ênfase no


papel seletivo do ambiente, a visão skinneriana adota a abordagem funcional.
E as abordagens funcionais adotam o m odelo causal de variação e seleção por
consequências da evolução biológica na análise de problemas com os quais
som os confrontados (Skinner, 1981/2007). N a abordagem funcional, o com ­
portamento deve ser estudado pelo seu próprio direito. De acordo com essa
abordagem, a pessoa esquizofrênica é a som a dos efeitos históricos e pre­
sentes, e o seu com portam ento atual interage tanto com as contingências
ambientais de reforçamento e punição quanto com os efeitos de sua história.
D esse m odo, delirar e alucinar não são analisados com o coisas que um e s­
quizofrênico possua, nem sintom as de estruturas subjacentes, tam pouco
com o atividades mentais. São com portam entos verbais controlados pelas

INDEX
consequências verbais e não verbais que produzem (Britto et al.. 2010).
N a abordagem analítico-com portam ental, o comportamento gerado
pelas contingências deve ser analisado de m odo funcional, sem haver a ne­
cessidade de se apelar para estados mentais ou processos neurobiológicos
hipotéticos (Skinner, 1969/1980). Isso porque, se um dado estím ulo não
apresentar certo efeito, im plica apenas que o organism o não o notou. Por­
tanto, pode-se concluir que %••) o estím ulo não teve um papel importante
nas contingências que prevaleceram no m om ento da resposta” (Skinner,

BOOKS
1969/1980, p. 180). .lá o efeito oposto pode ocorrer quando o organism o está
privado da presença de determ inados estím ulos, cuja magnitude exerce efeito
reforçador relevante.
C onsidere o exem plo: quando a filha que estudava fora do país
agendava seu retom o, a m ãe, dada a probabilidade iminente de sua chegada,
“via” a filha ausente e ainda “ouvia-” a sua voz. Esse tipo de visão e audição
condicionada pode ser explicado em função de que tanto o “ver” com o o
‘‘ouvir” não exigem a presença da “coisa vista” ou da “coisa ouvida” (Skin­

GROUPS
ner, 1953/2000). Portanto, ver ou ouvir na ausência do referido estím ulo é
experiência com um (Skinner, 1974/1985). A visão condicionada explica a
tendência que se tem de ver o m undo de acordo com a própria história, uma
vez que os estím ulos que geram essa visão muitas vezes são reforçadores
(Skinner, 1953/2000).
Skinner (1 9 7 4 /1 9 8 5 ) sugere que se deve voltar para a história am ­
biental à procura desses tipos de respostas, p ois quando uma pessoa vê al­
guém em sua im aginação, pode estar apenas fazendo aquilo que faz na pre­
sença desse alguém . Adquirim os “(...) um repertório visual sob o controle de
estím ulos verbais” (p. 73), ou seja, a mãe ouvia e via a filha porque era re­
forçada ao fazê-lo. e o nível de privação da m ãe tinha efeitos m otivacionais.
E o que parece ser uma sim ples resposta sensorial depende também de variá-

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v eis nos cam pos de condicionam ento, m otivação, privação e em oção (Skin-
ner, 1953/2000).
A inda que uma form ulação das interações entre um organism o e o
seu m eio especifique a ocasião na qual ocorre a resposta, a própria resposta e
suas consequências e, ainda, as interrelações entre elas são muito m ais com ­
plexas do que as que ocorrem entre um estím ulo e uma resposta (Skinner,
1969/1980). E sse é o caso que ocorre com o ver ou o ouvir novam ente uma
coisa que já se viu ou já se ouviu. “Num a análise operante, e no behavioris-
mo radical que se constrói sobre ela, o ambiente permanece onde está e onde
sempre esteve - fora do corpo” (Skinner, 1974/1985, p. 66, grifos do autor).
Portanto, uma resposta reforçada tem maior probabilidade de ocorrer em
ocasiões sem elhantes e “(...) respondem os de maneiras idiossincráticas por

INDEX
causa do que já aconteceu quando estivem os anteriormente em contato (...)”
(p. 67). A s variações ocorrem em função de serem diferentes as contingên­
cias, ainda que mantidos os m esm os estím ulos, além de haver a necessidade
de se considerar com o relevante o estado de privação do organism o. Então,
“(...) uma pessoa vê uma coisa com o algum a outra coisa quando a probabili­
dade de ver esta é grande e o controle exercido por aquela é pequeno” (p.
67).
Skinner (1 9 5 3 /2 0 0 0 ) declara que o controle funcional exercido por

BOOKS
um estím ulo permite distinguir entre sentir e outras atividades sugeridas
pelos term os com o ver, ouvir , perceber ou conhecer. O sentir refere-se à
mera recepção do estím ulo. Ver é o com portam ento interpretativo controlado
por um estím ulo e caracteriza uma relação especial entre o comportamento e
os estím ulos. E diferente de sentir, do m esm o m odo que responder é dife­
rente de ser estim ulado. “N ossa ‘percepção1 do m undo - nosso ‘conheci­
m ento’ do m undo - é o nosso comportamento cm relação ao m undo” (p. 86,
grifos do autor). A ssim , recordar, imaginar, lembrar ou relembrar nada mais

GROUPS
é que ver novam ente aquilo que já foi visto, seja pela percepção direta, seja
pelo lembrar ou relembrar. “Poder uma pessoa ver coisas quando nada há
para ser visto deve ter sido uma forte razão para o mundo mental ter sido
inventado” (Skinner, 1974/1985, p. 75).
A ssim , os analistas do com portam ento buscam as contingências
que são responsáveis pelo com portam ento verbal do esquizofrênico e as
circunstâncias pelas quais seus conteúdos verbais se inserem (Britto, 2012).
N ota-se que a atenção social é frequentem ente dispensada ao comportamento
v erb a l inapropriado do esquizofrênico que, de acordo com Miranda e B ritto
(2011), ora fala de m odo estranho, incoerente ou falso, isto é, delira; ora se
comporta com o se visse, ou v isse ou sentisse estím ulos que nào estão pre­
sentes, isto é, alucina. E na tentativa de elucidá-lo, esse tipo de comporta-

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m ento vem se constituindo um importante tema de investigação na ciência


do com portam ento. Britto (2 0 0 4 ) sugere que, para compreender a esq u izo­
frenia, é necessário observar os com portam entos estranhos ou bizarros do
indivíduo diagnosticado, com ênfase na função e no conteúdo de suas verba­
lizações. O bserva-se que a fala do esquizofrênico é, também, na maioria das
vezes, incoerente, indesejada e com conteúdos m isteriosos.
Importante ressaltar que o s com portam entos delirar e alucinar
sào considerados inapropriados sim p lesm en te porque não são caracterís­
ticos do con texto, “(...) o que dificu lta sua com preensão e dá m argens para
e x p lica çõ es baseadas em p ro cesso s m entais e fisio ló g ic o s inferidos, que
ocorrem dentro do ind ivíd uo” (Britto et al., 2 0 1 0 , p. 140). O com porta­
m ento verbal do esq u izofrên ico torna-se assim assunto relevante. Isso em

INDEX
função de ser notado com o uma chave para tentar equacionar determ inados
problem as que têm sido tratados apenas pela via m edicam entosa; ou para
conseguir uma explicação adequada às respostas sensoriais alucinatórias e
c o n v icçõ es delirantes, presentes nos relatos de p essoas com diagnóstico de
esquizofrenia.
Tendo em vista a importância dessas questões, recorrer ao estudo
do com portam ento verbal é im prescindível, à medida que Skinner
(1 9 5 7 /1 9 7 8 ) indicou o cam inho para lidar com os fenôm enos que envolvem

BOOKS
os episódios verbais entre os indivíduos com o relações funcionais próprias
de uma com unidade verbal. A inda que apresente mínimas referências a da­
dos em píricos c ainda que seja um livro teórico interpretativo dos fenôm enos
da linguagem , sua obra procura dar uma versão para o entendim ento da visão
analítico-com portam ental a respeito de tais fenôm enos. Exatamente por isso,
B. F. Skinner não pretendeu responder dúvidas, mas suscitá-las para estim u­
lar a pesquisa do c o m p o rta m e n to verbal, de onde têm surgido respostas às
inúmeras perguntas elaboradas desde a publicação do Verbal Behavior. E,

GROUPS
em relação ao com portam ento verbal do esquizofrênico, perguntas aguardam
respostas, dada a necessidade de se criar tecn ologia operante apropriada
tanto para investigar quanto para intervir nesse tipo de com portamento ver­
bal. N esse sentido, e utilizando-se da perspectiva skinneriana, Sim onassi,
C am eschi, V ilela, V alcacer-C oelho e Figueiredo (2 0 0 7 ) afirmam que o com ­
portamento verbal é um dos padrões com portam entais mais difíceis de serem
subm etidos a estudos experim entais. Se assim , estudar o comportamento
verbal do esquizofrênico não é diferente: a tarefa é desafiadora.
N a abordagem tradicional, palavras são as unidades mínimas anali­
sadas por linguistas, que consideram coisas com o objetos (Chom sky, 1959).
N essa visão, as palavras faladas são sím bolos ou meras superfícies de pro­
cessos profundos e ocultos que não podem ser diretamente observados, mas

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inferidos da m ente de um falante para expressarem significados ou intenções.


D esse m odo, o significado de uma palavra é algo que o falante formula em
sua mente, por m eio de processos que incluem as representações mentais
(M oore, 2000). Uma im plicação desse ponto de vista: delirar e alucinar são
vistos com o uma esp écie de p ossessão mental, m eros sintom as de processos
subjacentes; coisas, objetivos ou entidades autônom as que um esquizofrênico
possui. L onge, portanto, de uma abordagem funcional.
M oore (2000), por sua vez, alertou que palavras não são coisas.
Várias classes de com portam ento verbal são diferenciadas porque as topo­
grafias que as produzem diferem de classe para classe. Salienta o autor que,
quando um falante diz que está se referindo a algum a coisa, ele está esp ecifi­

INDEX
cando para o ouvinte o que está controlando o seu com portam ento verbal ou
sobre o que ele está falando. N e sse sentido, relações funcionais que contro­
lam o comportam ento verbal devem ser buscadas para, dessa forma, sua
explicação tom ar-se possível (Skinner, 1957/1978).
C onsidere o exem plo: em suas respostas sensoriais, nomeadas
com o alucinações, o esquizofrênico relata “Form igas estão cam inhando den­
tro do m eu cérebro” . A lgum as análises são possíveis. A primeira é que esse
tipo de fala envolve com ponentes respondentes e operantes, uma v e z que

BOOKS
imaginar em resposta às palavras é experiência com um . Im aginam os de
m odo que pode parecer realidade (Martin & Pear, 2 0 0 7 /2009). Segunda, ao
imaginar form igas dentro do cérebro, a palavra form iga elicia atividades na
parte visual desse órgão de forma que ele vivência o com portam ento de ver
na ausência do inseto, sendo, portanto, uma visão condicionada; isso porque
ele passou por experiências nas quais olhava e via form igas em sua história
prévia de condicionam ento (Martin & Pear, 2 0 07/2009; Skinner, 1953/2000;
Staats, 1996). A terceira é que esse tipo dc fala pode ser fortemente influen­
ciado pelos efeitos reforçadores da atenção social (Britto et al., 2010; DeLeon

GROUPS
et al., 2003; D ixon et al., 2001; Lancaster et al., 2004; M ace & Lalli, 1999;
Marcon & Britto, 2011b; M ello, 2010; Santana, 2008; W ilder et al., 2001,
dentre outros). E a quarta, a elocução pode evocar com portam entos incom ­
patíveis com funções mais assertivas no am biente laborai do esquizofrênico,
ao permitir que ele se afaste de determinadas atividades, até pelo efeito em o­
cional que esse tipo de fala exerce sobre o ouvinte. Por fim , a quinta, que
aponta ser essa uma fala falsa (delírio) e com estím ulos que não estão pre­
sentes (alucinação), cujo significado para o esquizofrênico deve ser encon­
trado entre os determinantes de sua resposta e nào entre suas propriedades
(Britto, 20 1 2 ).
D essa forma, esforços têm sido requeridos dos analistas do co m ­
portamento: traduzir as falas inapropriadas em itidas por p essoas com o

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diagnóstico de esquizofrenia e, consequentem ente, apontar para relações


confiáveis para se intervir nos agentes eliciadores, evocadores e m antenedo­
res de classes de respostas verbais, com o anteriormente descrito. Sugere-se
que essa deva ser a forma confiável para se estudar as con vicções delirantes
e as respostas sensoriais alucinatórias faladas por pessoas diagnosticadas
com o esquizofrênicas.
Os analistas do com portam ento focam as contingências que são
responsáveis p elo com portam ento verbal. A s fu n ções estão no con texto,
com o os operantes verbais. E dentre tod os os operantes, o com portam ento
verbal é o m ais arbitrário, in clu siv e o com portam ento verbal do esq u iz o ­
frênico. O com portam ento verbal pode organizar as ações de uma p esso a
nas relações que ela esta b elece com os even tos de seu contexto (Skinner,

INDEX
1 9 5 7 /1 9 7 8 ). Então, se ele p ode organizar o com portam ento de uma p e s­
soa, ele tam bém pode d esorgan izá-lo e levá-la a ser diagnosticada com o
psicótica ou esqu izofrên ica. Por con segu in te, a organização do com porta­
m ento do esq u izofrên ico passará tam bém pela organização de seus relatos
verbais.
Para a presente proposta, classes de comportamento verbal de pessoas
com o diagnóstico de esquizofrenia são quase sempre diferenciadas e, na m aio­
ria das vezes, inapropriadas a qualquer ocasião. Considere o relato: “O diabo

BOOKS
aparece para m im , querendo matar Jesus Cristo” (Rodrigues & Bueno, 2009).
A pessoa relata o agente controlador de seu comportamento verbal: a palavra
diabo, estímulo não observável, mas fortemente presente na cultura. Esse tipo
de elocução serviria com o um estím ulo discriminativo (Su), que evocaria outros
comportamentos do falante, com o, por exem plo, permanecer a maior parte do
dia em contato com eventos sagrados. Esse tipo de comportamento verbal afe­
taria o comportamento do ouvinte, ao gerar nele reações em ocionais (Skinner,
1957/1978). O ouvinte, por sua vez, reforçaria o comportamento disponibili­

GROUPS
zando a atenção social contingente. E o efeito reforçador da atenção social po­
deria ser alterado momentaneamente por efeito de uma operação motivacional
(Marcon & Britto, 2011b). E esta, disponibilizada contingente a esse tipo de
relato, aumentaria a probabilidade de suas ocorrências, ainda que seja uma fala
falsa ou um delírio; e com o estím ulo não observável ou alucinação (Britto et al.,
2010). E mais, a pessoa diagnosticada com o esquizofrênica não diz palavras
com o o diabo querendo matar Jesus na presença desses estímulos. Essa forma
de comportamento verbal, em que as palavras não apresentam relações com
eventos ambientais, conduz ao diagnóstico psiquiátrico de portador de transtor­
no psicótico ou de esquizofrenia (Britto, 2012).
Rodrigues e Bueno (2009) estudaram, em contexto de supervisão clí­
nica, o comportamento de uma participante de 29 anos, solteira, ensino funda-

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mental, que residia com os pais. A participante relatou histórias de rejeição,


abandonos, agressões físicas e verbais frequentes, além de, ao longo de sua
vida, ter recebido vários conceitos depreciativos sobre si, imputados por parte
de seu ambiente familiar e social. Foi diagnosticada com o esquizofrênica,
quando passou a ser medicada com antipsicóticos, com dosagens à noite, du­
rante o estudo.
A participante apresentava respostas verbais incom uns que fa­
ziam referên cias à (a) p esso a fam osa, co m o “ Eu sou a Xuxa; tenho cab e­
los loiros e o lh o s a zu is” ; (b) estado c iv il in com p atível à idade “Sou casa­
da desde criança” ; (c) ter Filho p róxim o de sua idade, ao relatar “T enho
uma filha de 21 anos de idade” ; (d) falas sobre estím u lo inobservável “O

INDEX
diabo m e dava com ida estragada e fazia sex o c o m ig o ”; (e) relatos que
en volviam ação sobrenatural “ Eu não d eixo o diabo matar Jesus C risto”;
(f) falas com con teú dos sobrenaturais sobre en tidades relig io sa s “Vi na
igreja D eus, N o ssa Senhora, Jesus C risto e o d ia b o ”; (g ) relatos de e feito s
m ágicos “C o m ecei a rezar e v e io uma ventania e o p ovo pensou que era
chuva. M as não, era apenas a m inha fé e daí eu matei to d o s”; (h) bem
com o falas sobre ganhos de d ivin d ad e “Jesus C risto m e deu um celu lar”,
dentre outras.

BOOKS
A intervenção aplicada visan do o controle dessas respostas ver­
bais pautou -se na busca da relação funcional dos antecedentes e c o n se ­
quentes de ouvir vozes e ver imagens nas ausências dos resp ectivos estí­
m ulos. A participante relatou que via e ouvia pessoas im aginárias sem pre
que n ecessitava de algum tipo de ajuda. Então, foi instruída pela terapeuta
a confrontar suas im agens, isto é, ir ao encontro delas e, se p o ssív e l, tocá-
-las. A partir dessa instrução, a participante aprendeu a diferenciar suas
im agens, o que ela realm ente pensava, sentia e im aginava, daquilo que
acontecia em seu am biente natural. F oi-lhe ensinado tam bém que, ao im a­

GROUPS
ginarm os, a ssociam os palavras com sen sa çõ es de ver as figuras que as
palavras descrevem . Por m eio d essa experiência, a participante relatou que
as p essoas im aginárias quase sem pre eram reforçadoras e surgiam quando
ela buscava ajuda para sanar seu s problem as. Porém , a intervenção aplica­
da favoreceu -lh e discrim inar suas respostas sen soriais e públicas, p o ssib i­
litando a ela m elhor d e s c r e v e r o controle dos estím u los sobre o s quais
respondia (B ritto, 2 004).
Em outro estudo. Silva e B ueno (2 0 1 0 ) trabalharam com o co m ­
portamento verbal inapropriado de uma participante de 49 anos, técnica de
enferm agem , solteira, que residia com os pais e estava aposentada por in­
validez. A participante relatou histórias de su cessivas h ospitalizações em
função de problem as diversos de ordem em ocional e física, in clu sive ten-

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tativa de suicídio. Relatou, tam bém , â terapeuta, que alguns eventos e p e s­


soas a perseguiam por tod os os lugares pelos quais se deslocava. Por c o n ­
sequência, passou a responder de m odo desorganizado (a) a sons, com o o
canto dos pássaros: “Pássaros cantam sem pre quando ch ego aos lugares”;
(b) a veícu lo s em m ovim entos ou estacionados: “ Há pessoas me vigiando
em diversos pontos da cidade” ; (c) a p essoas do am biente social: “Quando
estou em casa e m e proponho a fazer algo, com eçam a fazer barulhos in­
sisten tes” ; (d) a cam inhonetes pretas: % ..) estou sendo perseguida” ; e (e) a
viaturas da p olícia militar: “Por onde ando, a p olícia me seg u e”. C om o
consequên cia, d eixou de sair de casa.
N as se ssõ e s de intervenção, a terapeuta tentou m odificar as c la s­
ses de respostas verbais definid as com o inapropriadas em itidas pela parti­

INDEX
cipante, ocasiã o etn que foram in cluíd os procedim entos direcionados e x ­
clusivam en te à dim inuição d esses tipos de relatos. Inicialm ente, a tera­
peuta con d u ziu a participante até a jan ela da sala de terapia da clín ica -
-esco la e pediu que o b servasse os m ovim entos d os pássaros nas árvores
adjacentes. Hm seguida foi so licita d o que ela d escrevesse, passo a passo, o
que ocorria fora da sala. Por fim , as con seq u ên cias geradas por seus rela­
tos foram analisadas pela díade, com a finalidade de gerar à participante
um n ovo con hecim en to.

BOOKS
Tabela 1 - Fragmentos das falas da participante e da terapeuta
durante a sessão de Intervenção

Falas da Participante

P: Os pássaros m e perseguem .
Falas da Terapeuta

T: Não sei, mas acom panhe-m e até a


ja n ela (...).

ros nie perseguem ?


GROUPS
P: Sim, você não percebe que os pássa­ T: R elate-m e agora tudo o que você vê
lá fora.
P: Tá, bem . V ejo algum as casas, prédios, T: M uito bem! A gora, vam os nos sentar
m uitas árvores, m uito verde. As pessoas e conversar sobre o que acabam os de
andam . O uço barulho de carros. fazer. D iga-m e qual é o habitat natural
dos pássaros?
P: A credito que seja sobre as árvores ou T: Correto. 0 que você pode m e dizer
onde há natureza. sobre os pássaros estarem cantando
durante todo esse tem po?
P: Uai... (pausa), talvez porque tenha 1: Ok. V ocê me diz, então, que onde há
m uitos pássaros aqui; porque eles vivem m uito verde, é bem possível que haja
onde tem m uito verde. m uitos pássaros. Lntendi correto?

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F a la s d a P a rtic ip a n te F a la s d a T e ra p e u ta
P: Sim ... é verdade! Então, isso vai T: É isto m esm o! (a terapeuta tam bém
acontecer sem pre, né? Porque para todo assentiu com m ovim entos da cabeça).
lugar que vou tem árvores (risos), e
tam bém pássaros cantam pra lodo m un­
do. 0 problem a é que fico achando que é
para m im , para cham ar m inha atenção,
para m e perseguir. Mas isso é coisa da
m inha cabeça.
P: E, além disso, os pássaros podem T: Hum - rum... você está correta. E o
cantar quando quiserem . N ão existem que m ais você pode falar?
horários certos, não é?

INDEX
P: É... aprendi a ter m edo de tudo (...) e
com ecei a prestar m uita atenção em
algum as coisas, com o o canto dos pássa­
ros. (...). N ão estava analisando direito a
situação e logo concluía que era com igo.
M as agora vejo por outro ângulo.

Os dados resum idos na Tabela 1 mostram que, gradualmente, a

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participante notou seus eq uívocos em relação ao canto dos pássaros; relatou
que estes não a perseguiam , ao contrário, apenas cantavam. A participante
relatou, ainda, que, em am bientes arborizados, era com um a presença de
pássaros e que estes poderiam cantar a qualquer hora do dia ou da noite,
aleatoriam ente. N as sessões seguintes, a terapeuta instruiu a participante a
escrever em cartões o que im aginava e a confrontar o que ela havia escrito
no cartão com evidências naturais de seu am biente. A participante passou
então a portar e a fazer uso de inúmeros cartões. Quando do retom o às ses­

GROUPS
sões, ela relatou à terapeuta: “N ão é tarefa sim ples ter o delírio persecutório
e depois tentar saber se ele é real ou não. C om o tem me dado trabalho essa
intervenção” . Relatou, ainda: “Hoje, quanto mais acontecem coisas que eu
acho estranhas, mais eu as enfrento. (...). Para mim, enfrentar é não deixar de
fazer as coisas que gosto. A verdade é que não tenho provas de que as pessoas
estejam m e perseguindo”.
A ssim , a participante aprendeu que não havia relação funcional
entre o que ela im aginava e os fatos que ocorriam em seu am biente natural.
Isso porque, de acordo com a perspectiva da A n á lise do Com portam ento,
para m od ificar com portam entos é im prescindível relacioná-los com as
condições que os produziram. E sse entendim ento enfatiza as con d ições
responsáveis pela origem das respostas verbais inapropriadas e as relações

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resultantes dessas classes de respostas. Esse resultado pode ser m ais bem
entendido quando Skinner (1 9 7 4 /1 9 8 5 ) afirma que “Ocorre uma mudança
no com portam ento do paciente se aquilo que ele v ê (ouve, sente etc.) tem o
m esm o efeito p ositivo ou negativam ente reforçador das próprias coisas
quando v ista s” (p. 75).
C om o exposto, estab elece-se que, dentro da perspectiva skinneria-
na, as respostas verbais de esquizofrênicos, com o qualquer outra resposta
verbal, são partes do inundo de eventos observáveis para os quais se aplicam
os m étodos da ciência A nálise do Comportamento e para cuja com preensão
esses m étodos se provaram adequados (Skinner, 1956: 1973/1979). A ssim ,
espera-se que o conhecim ento adquirido pelo cliente durante as sessões tera­
pêuticas resulte-lhe na aprendizagem de novas habilidades. E, dessa forma,

INDEX
essa pessoa com o diagnóstico de esquizofrenia adquira recursos para enga-
jar-se na m elhoria de seus problemas existenciais.
Em síntese, afirmar-se-ia para essa pessoa que os processos de dis­
crim inação são mais relevantes do que as sensações, quando se descreve o
com portam ento com o uma com plexa classe de operante. Relatam-se estí­
m ulos e não percepções ou sensações. “ Embora a atenção social possa ter
função controladora nos com portam entos-problem a de um sujeito, é muito
provável que tipos diferentes de atenção (ou tipos diferentes de estím ulos)

BOOKS
também estejam exercendo essa função em outras pessoas (...)” (Epam inon-
das & Britto, 2010, p. 71).
C onhecer a função d os com portam entos verbais de falar, ouvir e
ver na ausência dos respectivos estím u los (alucinar) é condição sine qna
mm para o estabelecim ento de um programa de intervenção que favoreça a
redução das falas inapropriadas, o aum ento das falas apropriadas e a insta­
lação de n ovos repertórios com portam entais à pessoa com diagnóstico de
esquizofrenia. Porém , requer ainda intervenção n o contexto am biental d es­

GROUPS
sa pessoa, am biente esse que lhe favoreceu a aquisição e a m anutenção
dessa cla sse com p lexa de respostas. Pois, com o salientam M ontes e A lv a ­
res (2 0 1 0 ), a pessoa diagnosticada com o esquizofrênica “(...) costum a en-
contrar-se em p osiçõ es so cia is globalm ente alteradas, costum a enfrentar
con flitos, ter m etas, sofrer rejeições, apresentar desejos e ter esperanças.
(...) um em aranhado histórico-social que proporciona contextos para for-
m ar-se ou para d esfazer-se” (p. 35).
D esta feita, proced im entos próprios da A n álise do C om porta­
m ento, com a função de m odificar e controlar repertórios, devem ser ap li­
cados, com o m odelagem , m od elação, reforçam ento p ositivo, reforçam ento
diferencial de com portam entos alternativos e extinção. Fica claro, tam bém ,
que “(...) o com portam ento em itido por pessoas diagnosticadas com o e s­

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quizofrênicas pode ser d esen v o lv id o , fortalecido, m antido ou extinto pelas


suas próprias con seq ü ên cias” (B ritto, 2 0 0 9 , p. 4 0 0 ). L ogo, con clu i-se que o
com portam ento do esq u izofrên ico, assim com o qualquer outro com porta­
m ento “(...) tem se m ostrado se n sív e l às con tin gên cias quando estudado
funcionalm en te v ia interven ções operantes. Por m eio do controle dos pro­
ced im en tos de reforçam ento fo ca -se a redução de com portam entos inapro-
priados, além de prom over o en sin o sistem ático de com portam entos (...),
possib ilitan d o uma maior inserção so cia l do e sq u izo frên ico ” (B ritto, 2 0 0 9 ,
p. 400).
Por isso, a necessidade de estudos, com o o ora proposto, para que
sejam identificados, com maior precisão, graças a uma tecnologia mais
avançada, os agentes que controlam esses com portam entos. Quando exp lica­

INDEX
ções fantasiosas sobre aquilo que é possível ser conhecido, descrito, contro­
lado, sejam dispensáveis.
Esta obra sobre os efeitos das condições de atenção e de demanda
nas respostas verbais de pessoas com o diagnóstico de esquizofrenia está
organizada dentro da abordagem de investigação indutiva. Os procedim entos
aplicados envolveram dois delineam entos experim entais: (1) delineam ento
de m últiplos elem entos, constituído de quatro cond ições experim entais prin­
cipais ( atenção , demanda, sozinho e controle, além de três subcondições de

BOOKS
atenção); e (2) delineam ento de reversão-replicação, seguido por folknv-up .
Para cada um desses delineam entos houve um m om ento distinto na busca de
suporte apropriado para a sua condução.

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OBJETIVOS DO PRESENTE ESTUDO

Este estudo objetivou avaliar funcionalm ente os efeitos dos eventos


antecedentes e consequentes no controle das respostas verbais de pessoas

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com o diagnóstico de esquizofrenia, bem com o o levantam ento da m edicação
utilizada por esses indivíduos. Para o seu cum prim ento, foram realizadas (a)
entrevistas com m embros da equipe m ultiprofissional da instituição, feitas
(b) observações diretas e aplicado o (c) delineam ento experimental de m últi­
plos elem entos.
Um segundo objetivo foi o de intervir nas classes de respostas ver­
bais: (a) nas inapropriadas, visando a redução de suas frequências; e (b) nas
apropriadas, com a finalidade de aumento de suas ocorrências. Para essa

BOOKS
finalidade, um delineam ento de reversão-replicação, seguido por follow-iip
foi usado.
O bjetivou-se, ainda, treinar, dentro dos princípios básicos da A ná­
lise do Com portam ento, necessários à aplicação do estudo, um profissional
da instituição para conduzir parte das sessões de intervenção: (1) junto com a
pesquisadora e (2) sozinho com os participantes.

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BOOKS
GROUPS

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MÉTODO

P A R T IC IP A N T E S

INDEX
Participaram deste estudo duas pessoas do sex o m asculino e com a
idade acim a de 50 anos. Am bas tinham diagnóstico de esquizofrenia, estavam
em tratamento m édico psiquiátrico há mais de 10 anos, apresentavam respos­
tas verbais inapropriadas (delírio e alucinação) e residiam na instituição onde
foi realizada a pesquisa. Esses participantes serão doravante nomeados: “P I”,
o participante 1, recebeu o nom e de José, UP2”, o participante 2, recebeu o
nom e de Mário.
PI - José, com 57 anos de idade, nascido no interior de G oiás, era

BOOKS
filho do m eio de uma prole de três. N ão chegou a concluir o ensino funda­
mental. Seu pai, representante com ercial, era pessoa trabalhadora, rígida e
conservadora; sua mãe, do lar, era enérgica, pautava a educação dos filhos na
punição verbal e física. Quando tinha m enos de quatro anos, seus pais sepa-
rarani-se em função de seu genitor ter encontrado a esposa com outro h o­
m em em seu quarto. A partir dessa época, o pai deixou a família. Seus três
filhos passaram a ser acolhidos, separadamente, por parentes, o que oca sio ­
nou contínuas mudanças de fam ílias.

GROUPS
Adulto jovem , José casou-se com uma m oça, em sua cidade natal.
Porém, sua esposa iniciou rclacionam ento extraconjugal. Foi nessa época
que José passou a apresentar com portam entos desorganizados (e.g., agressi­
vidade verbal e física; falas persecutórias; com portam entos repetitivos de
andar na área externa de sua casa, em busca de alguém , que dizia estar per-
seguindo-o). N enhum tipo de tratamento especializado, naquele m om ento,
foi-lhe disponibilizado.
C eito dia, José atentou contra a vida do rapaz que relacionava-se
com sua esposa, usando uma faca. Essa sua ação consum ou o fim de seu
casam ento. N esse período, ele e a esposa aguardavam a vinda do primeiro
filho. A criança nasceu (um a m enina), porém José só esteve com ela uma
única vez, quando tinha pouco m ais de dois anos.

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Com o fim de seu casamento, houve a piora de seus estados em ocio­


nais e comportamentais, gerando m edo nos familiares, nos conhecidos e nos
desconhecidos. Seu pai o internou em instituições espíritas. Essa forma de
tratamento ocorreu por quase duas décadas. A s m ulheres de sua fam ília (tias
e primas) foram afastadas de seu con vívio, pois além de José comportar-se
agressivam ente, era também m uito sexualizado, o que o levou a vários ep i­
sódios de tentativas de estupros. Os tratamentos espirituais não foram efi­
cientes para o controle de seus com portam entos. Por isso, José foi levado a
um m édico psiquiatra, quando recebeu o diagnóstico de esquizofrenia. Certa
vez, quando foi morar com seu pai e sua madrasta, José tentou estuprá-la,
por esse m otivo foi retirado da casa de seu genitor e instalado em repúblicas
de estudantes. Um fam iliar hom em esporadicam ente ia ao seu encontro, ape­

INDEX
nas para levar-lhe rem édios e alim entação.
José tom ou-se escritor autodidata, quando fora das crises. Chegou
a trabalhar em empresas de com unicação social, períodos em que suas crises
estiveram sob controle. A qualidade de seu trabalho era tão reconhecida, que
passou a ter acesso a políticos e outras autoridades. Mas o agravamento da
desorganização de seu com portam ento tornou-o, definitivam ente, paciente
institucionalizado.
José residia na instituição havia cinco anos e apresentava com por­

BOOKS
tamentos verbais delirantes (e.g ., “Eu sou o dono da Souza Cruz”) e aluci­
natórios (e.g ., “Fiquei amarrado no avião de jacarandá durante 19 anos”).
Inúmeros ep isód ios de fuga de José da instituição foram registrados. Um
familiar relatou que José perm anecia adjacente à residência do pai por até
dois dias. Os fam iliares obstruíam o seu acesso, dado o temor de agressão ao
pai. Fazia uso de vários tipos de m edicam entos, tais com o: anticolinérgicos,
antiparkinsonianos, anticonvulsivantes, antim aníacos, antipsicóticos, dentre
outros, com dosagens ministradas às 9h, às 15 e às 21h.

GROUPS
P2 - Mário, solteiro à época, com 51 anos e com ensino funda­
mental incom pleto. Órfão de pai e mãe em idade que não foi possível identi­
ficar. A os 1 7 anos, P2 sofreu a sua primeira crise. A partir dessa época pas­
sou a viver e a receber tratamento em instituições psiquiátricas, após ter sido
diagnosticado com o esquizofrênico. Mário estava internado na instituição
onde esta pesquisa foi realizada há 16 anos. Foi uma das primeiras pessoas lá
hospitalizadas.
Seu único irmão, que era também seu curador, faleceu havia mais
de seis anos do início deste estudo. Seus dois únicos sobrinhos nunca m anti­
veram contatos com ele. Posteriorm ente, sua curatela foi transferida a um
dos diretores da instituição. Recorrentem ente ele tentava sair da instituição
para ir ao encontro da mãe, que dizia estar viva. C onversava com o pai, que

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jurava vivo e junto dele. Esse participante cotidianam ente emitia autodiálo-
gos com os pais e outros parentes (todos já falecidos) e, quando alguém o
lembrava das m ortes, respondia agressivam ente.
De acordo com o seu curador, Mário não gostava de fazer nada
dentro da instituição, por afirmar ser o seu m éd ico-chefe. Portanto, julgava
que sua função era a de apenas consultar os internos daquela casa da qual
praticamente não sc ausentava. Numa dessas v ezes, ao ser levado a um hi­
permercado, para a aquisição de produtos para ele, M ário, diante da im ensi­
dão de estím ulos (pessoas, produtos, sons etc.) m ovim entou-se de m odo
abrupto, mostrando instabilidade ao comportar-se.
Mário apreciava banhar-se em água bem morna e vestir-se em c o ­

INDEX
res com binadas, desde as roupas íntimas à calça, à cam isa, a m eias e a sapa­
tos. G ostava também de cigarros e café. O participante apresentava falas
incom preensíveis à com unidade verbal (e.g., “shuschuschu... x isisisxii...
chachachacha”), além de uma ampla classe de com portam entos desorganiza­
dos. Fazia uso de vários tipos de m edicam entos, tais como: antipsicóticos,
anticonvulsivantes, anti-histam ínicos, anti-hipertensivos, diuréticos, antima-
níacos e anticoncul si vantes, dentre outros. M edicações essas prescritas para
manhã e noite. A tarde era-lhe ministrado um antipsicótico, com dosagem de
25m g. Havia rumores de que essa m edicação era sempre aumentada quando

BOOKS
Mário apresentava agitação e desejo de sair da instituição para ir encontrar-se
com seus parentes m ortos, pessoas que afirmava estarem vivas. Porém, não
confirmada cm seu prontuário.

A M B IE N T E E M A T E R IA IS

Este estudo foi desenvolvido em uma instituição particular, um

GROUPS
Centro de A poio a Carentes que cuidava de pessoas com necessidade de
ajuda especial, de forma filantrópica. A instituição, conveniada com o Siste­
ma Ú nico de Saúde (S U S ) e com a rede pública estadual, em parceria com o
m unicípio, tam bém recebia doações de voluntários. Essa instituição oferecia
assistência à saúde física e mental. N ela residiam pessoas adultas e idosas
com os m ais diversos tipos de enferm idades e transtornos mentais, oriundas
de diversas regiões do país. Sua equipe m ultiprofissional era com posta por
m édicos (psiquiatras e neurocirurgião), p sicó lo g o s, técnicos de enferm agem ,
fisioterapeutas, assistente social, terapeuta ocupacional. diretores e coorde­
nadores, além da equipe de lim peza, jardinagem e cozinha, com pondo um
quadro de pessoal com 37 funcionários, além de 10 profissionais voluntários.
A instituição dispunha, inclusive, de um necrotério.

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Seu funcionamento atendia aos critérios estabelecidos pelo Ministério


da Saúde, com estrutura desenvolvida dentro do rigor da legislação de saúde
vigente. Para o atendimento dos residentes e usuários, as equipes multiprofis-
sionais e de coordenadores trabalhavam em uma estrutura física que continha
diversos espaços, com o enfermarias, salas de atendimentos especializados (as­
sistência social, fisioterapia, terapia ocupacional, psicologia e medicina), sala
de TV, refeitório, cozinha, pátio, farmácia, almoxarífado, dentre outros.
A sala experimental possuía um armário, duas m esas, cinco cadei­
ras, uma estante. E para efeitos da pesquisa, foi equipada com uma câmera
film adora/m ini/D V D s, instalada em um tripé próxim o à díade/tríade, e um
aparelho Iphone, o que permitiu registrar os com portam entos verbais e nào

INDEX
verbais dos participantes.
Outros recursos utilizados foram computador, impressora a laser,
canetas esferográficas, pasta de papelão, folhas de registro (A n exos 1, 2, 3, 4
e 5), revistas de inform ações (com periodicidade semanal e veiculação nacio­
nal), aparelho de som , papel chamex, TV LED de 42 polegadas, com recur­
sos de caixas de som am plificadas e aparelho Iphone tanto para gravação de
vídeo quanto para fotografar o am biente da pesquisa. Outros materiais foram
utilizados: caderno, lápis, borracha, apontador, calculadora, m arca-textos

BOOKS
(nas cores verde, amarela e azul).
Ainda foram utilizados no ambiente experimental itens com estíveis
(e.g., bolo, doce de banana, doce de leite, chocolate, balas sabor café, balas
sabor coco, refrigerantes em lata, sorvete em pote pequeno, café pronto para o
consum o) e outros objetos (e.g., cd com m úsicas populares brasileiras, livros e
um exemplar da Bíblia). Os objetos e alimentos disponibilizados foram defini­
dos com o prováveis reforçadores aos participantes, após a conclusão das en­
trevistas de avaliação funcional e após observações diretas desenvolvidas nos
diversos ambientes institucionais, onde esta pesquisa foi realizada.

PROCEDIMENTO
GROUPS
O projeto de pesquisa do presente estudo foi aprovado pelo C om itê
de Ética em Pesquisa (COEP) do IL E S/U L B R A Itumbiara - G oiás (Instituto
Luterano de Ensino Superior - IJLBRA), com o número de protocolo 143-
01/2011. Foi estabelecido contato com o Centro de A poio a Carentes, o ca si­
ão em que foi apresentado o projeto de pesquisa e o pedido de autorização
para a sua realização. Foram destacados os objetivos da pesquisa e o tem po
aproximado de duração da coleta de dados. Os administradores foram infor­
mados que as sessõ es experim entais seriam registradas em vídeo.

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Foram agendados encontros para a entrega do Termo de C on h eci­


mento Livre e Esclarecido (TCLE). O TCLE foi entregue aos responsáveis
pelos participantes, lidos, quando foram esclarecidas dúvidas e, finalm ente,
obtida a autorização, por escrito, para a realização dos procedim entos. N o
TCLE continham cláusulas a respeito do projeto da pesquisa e outras infor­
m ações pertinentes a ela, por exem plo, o período de participação, os riscos
aos participantes, medidas para m inim izar e resolver os riscos, benefícios aos
participantes e garantias de privacidade, dentre outros.
Os critérios de inclusão dos participantes: (a) ter idade acim a de 18
anos: (b) apresentar diagnóstico e tratamento m édico psiquiátrico de esq u izo­
frenia; (c) estar interno na instituição há um ano, no mínimo; (d) estar em
tratamento psiquiátrico, com uso de m edicam entos há um ano, no m ínim o; e

INDEX
(e) apresentar comportam ento verbal delirante e/ou alucinatório. E com o
critérios de exclusão de p o ssív eis participantes foram considerados: (a) não
poder com parecer às sessões da pesquisa; e (b) não haver obtenção de auto­
rização de seus fam iliares/responsáveis para sua inclusão na pesquisa.
Tanto a instituição quanto os familiares dos participantes foram in­
form ados que o material obtido por m eio da pesquisa seria objeto da presente
tese de doutorado, bem com o os resultados seriam publicados parcialmente
em periódicos, congressos e eventos científicos e, integralmente, em livro. A

BOOKS
pesquisadora colocou -se à disposição para a elucidação de quaisquer dúvidas
referentes à coleta de dados e cuidados e sua condução ética.
Durante a coleta de dados deste estudo foi anotada, dos prontuá­
rios de PI e de P2, a m edicação a ele s prescritas, com sua respectiva d osa­
gem e períodos em que deveriam dela fazer uso. E sses dados foram regis­
trados em Folhas de R egistro de M edicação/D osagem Ministrada ao Parti­
cipante (A n ex o 5).

1
GROUPS
Avaliação funcional indireta por meio de entrevista
Entrevistas para avaliação funcional (Anexo 1) foram realizadas
com m embros da equipe m ultiprofissional, de acordo com o m odelo pro­
posto por O 'N eil et al. (1 9 9 7 ), traduzido e adaptado por Oliveira e Britto
(2011). Sua finalidade foi identificar atividades, horários e locais cm que os
com portam entos-problem a dos internos tinham maior probabilidade de ocor­
rer. Sua aplicação foi individual, isto é, entre a pesquisadora e o profissional
que convivia diretamente com os pacientes. Esclareceu-se a função da entre­
vista: coletar inform ações sobre os com portam entos-problem a dos internos.
Foram investigados: (a) os tipos de falas inapropriadas apresenta­
das pelo interno, sua frequência e duração; (b) a definição dos eventos que

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desencadeavam as falas inapropriadas, com horários, am bientes, pessoas,


atividades de maior e de menor probabilidade de ocorrerem; (c) o que afeta­
va o com portam ento verbal dessa pessoa: se quando uma tarefa difícil era-
lhe requerida ou quando queria algo que não estava conseguindo ou quando
recebia ordem ou quando sua rotina era mudada; (d) com o essa pessoa se
com unicava para pedir atenção e alim entos, indicar dor física e descontenta­
mento e rejeitar uma situação; (e) se o interno seguia instruções; (f) de que a
pessoa gostava: com estíveis, objetos, atividades, locais e outros; (g) o que
esse profissional sabia sobre a história de com portam entos indesejáveis dessa
pessoa, com o buscou controlá-los e por quanto tem po esses com portam entos
estavam sendo um problema.
A s entrevistas de avaliação funcional aplicadas aos mem bros da

INDEX
equipe m ultiprofíssíonal (quatro técnicos de enferm agem ; uma fisioterapeu­
ta; uma assistente social; e uma terapeuta ocupacional) tiveram duração que
variou entre 50 minutos e uma hora, cada. O tem po total das entrevistas foi
de 5 horas e 45 minutos. Todas as respostas dos m embros da equipe multi-
profissional foram registradas em vídeo. A o final da entrevista, a pesquisa­
dora agradeceu ao profissional pela contribuição.

2 Avaliação funcional por observação direta dos

BOOKS
comportamentos-problema
A s sessõ es de observação direta ocorreram em vários am bientes da
instituição, em m om entos de atividades rotineiras aos participantes (e.g., sala
da terapia ocupacional, pátio, refeitório, enfermaria e ambiente de higiene).
As sessões foram realizadas nos períodos matutino e vespertino, com dura­
ção que variou entre 5 e 10 m inutos, cada sessão. N essa s sessões a prioridade
era validar eventos antecedentes e consequentes que controlavam os com ­
portamentos verbais inapropriados dos participantes, relatados pelos profis­

GROUPS
sionais cuidadores. Vários m om entos das relações entre os profissionais e os
participantes foram observados e registrados no Formulário de Observação
Direta de Com portam entos de Participante, de acordo com o m odelo de
O ’N eil et al. (1 9 9 7 ), à medida que ocorriam (A n exo 2).

2.1 Avaliação por observação direta dos relatos de um


profissional da equipe - Essa ocorreu quando um
médico psiquiatra se dispôs a fornecer dados sobre os
comportamentos-problema dos pacientes da instituição
Os relatos em itidos pelo m édico foram registrados pelo sistem a de
gravação de vídeo por cerca de 1 hora e 40 m inutos. Durante esse tem po,

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foram feitas algum as indagações sobre os conceitos que ele apresentava


(e.g., “Então, o com prom etim ento do afeto, com o colocado pelo senhor,
seria condição básica para o diagnóstico de esquizofrenia?”; “Q uais, então,
são as variáveis relevantes para a definição da esquizofrenia?"1; “Qual é essa
m edicação 'ressocializante’?”), às quais prontamente o profissional respon­
dia. Posteriorm ente à transcrição dessa entrevista, proccdeu-se a identifica­
ção das categorias, quando surgiam palavras ou frases que designavam os
relatos descritivos de esquizofrenia e seus sintom as. Também foram identifi­
cados relatos indicativos das consequências da esquizofrenia e de seu trata­
mento, agrupados nas categorias descritas a seguir.
Categorias descritivas de esquizofrenia. Relatos que indicaram au­
sência de causa orgânica, fator genético, diagnóstico e prognóstico. Também

INDEX
relatos que informaram o percentual de cura e de que a esquizofrenia não
depende de fator psicológico.
Categorias que descrevem os sintomas de esquizofrenia. Relatos
que indicaram que a alteração do afeto é o sintom a mais importante da es­
quizofrenia e que delírios e/ou alucinações são sintom as secundários.
Categorias descritivas de consequências da esquizofrenia. R ela­
tos sobre os riscos para quem co n v iv e com esq u izofrên icos, cronificação e
cicatrizes.

BOOKS
Categorias que informam sobre o tratamento da esquizofrenia.
Relatos sobre os efeitos positivos e negativos da m edicalizaçao, ações quí­
micas dos m edicam entos, controle dos sintomas e efeitos colaterais.
A pós a identificação das categorias, seguiu-se a realização de aná­
lises quantitativas das frequências de ocorrências das categorias comporta-
mentais selecionadas dos relatos do m édico.

3
GROUPS
Análise funcional (experimental)
Para o controle dos procedim entos foram aplicados dois delinea­
m entos experim entais. Para avaliar os antecedentes e consequentes dos com -
portam entos-problem a dos participantes, foi aplicado o delineam ento de
m últiplos elem entos e o delineam ento de reversão-replicação, seguido por
fòllow-up .

3.1 Delineamento de múltiplos elementos


Esse delineam ento constituiu-se de quatro condições experim entais
principais, sendo: ( l ) condição de atenção, que incluiu três subcondições,
sendo ( l . l ) atenção mínima , (1 .2 ) atenção média e (1.3) atenção máxima;

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(2) condição de demanda ; (3) condição de sozinho; e (4) condição de con­


trole. A ordem de aplicação das condições e das subcondições foi decidida
por sorteio: (1 .3 ) subcondição de atenção máxima; (2) condição de deman­
da ; (4) condição de controle; (1 .2 ) subcondição de atenção média\ (3) con­
dição de sozinho ; e (1.1) subcondição de atenção mínima . A s sessões das
condições e subcondições foram operacionalizadas com o se segue.
(1.1) Subcondição de atenção mínima : a pesquisadora, em pé, à
porta da sala experimental, recebeu o participante, olhou em seus olhos, sorriu,
cumprimentou-o e o agradeceu por ter comparecido à sessão. Logo após, sor­
rindo e dirigindo-se a ele, convidou-o a sentar-se em uma das cadeiras, per­
guntando com o ele estava. Em seguida, ela se afastou e sentou-se em outra
cadeira, encontrando-se distanciados um do outro por uma mesa. Então, a pes­

INDEX
quisadora pegou um livro, que estava sobre a m esa, abriu-o e aparentou lê-lo. A
pesquisadora assim permaneceu até o final da sessão: 5 minutos.
(1.2) Subcondição de atenção média : a pesquisadora, em pé, à porta
da sala experimental, recebeu o participante, olhou em seus olhos, sorriu,
cumprimentou-o e agradeceu-o por ter comparecido à sessão. Logo após, con­
vidou-o a sentar-se em uma das cadeiras, enquanto ela sentou-se em outra
cadeira, encontrando-se distanciados um do outro por uma mesa. Em seguida,
a pesquisadora passou a conversar, de fonna livre, com o participante. A cada

BOOKS
ocorrência de falas inapropriadas (e.g., “Eu voltei aqui de outra vida e acabei
com vocês”), a pesquisadora calava-sc, olhava nos olhos do participante com
expressão séria, não sorria e contava privadamente de um a cinco, enquanto
oferecia a ele até 10 segundos de atenção. Tempo da sessão: 5 minutos.
(1 .3 ) Subcondição de atenção máxima : a pesquisadora, em pé, à
porta da sala experim ental, recebeu o participante, olhou-o em seus olhos e
sorriu; cum prim entou-o e agradeceu-o por ter com parecido à sessão, ao tem ­
po em que lhe ofereceu contato físico (e.g., com a sua mão direita apertou a

GROUPS
mão direita do participante). Em seguida, convidou-o a sentar-se em uma das
cadeiras, enquanto ela sentou-se em outra cadeira, encontrando-se distancia­
dos um do outro por uma m esa. A cada ocorrência de falas inapropriadas
(e.g., “Eu trabalho de m édico”), a pesquisadora calava-se, olhava nos olhos
do participante, sorria, inclinava o corpo em sua direção, m ovim entava a
cabeça em sinal de reprovação, contava privadam ente de 1 a 10, enquanto
oferecia a ele até 20 segundos de atenção. Tem po da sessão: 5 minutos.
(2) Condição demandai a pesquisadora, em pé, à porta da sala exp e­
rimental, recebeu o participante. Em seguida, pegou uma revista de informa­
ções, com periodicidade semanal e de veiculação nacional, abriu-a, aproxi-
mou-se do participante e ordenou: “Folheie esta revista e me diga sobre o que
o senhor lê e o que se vê na página seguinte”. Quando o participante falou de

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modo inapropriado (e.g., “M acho... coisa feira, feira... olha feira”), a pesquisa­
dora suspendeu a tarefa, afastou-se do participante e assim permaneceu du­
rante 30 segundos. Transcorrido esse tempo, a pesquisadora aproxim ava-se do
participante e oferecia-lhe outra demanda. Tempo da sessão: 5 minutos.
(3 ) Condição sozinho : a pesquisadora, em pé, à porta da sala e x ­
perim ental, recebeu o participante. Em seguida, con vid ou -o a sentar-se em
uma das cadeiras e solicito u -lh e que a aguardasse na sala (e.g ., “M e aguar­
de aqui uns instantes que eu já retom o” ). Em seguida, saiu da sala e deixou
a film adora ligada. Transcorridos 5 m inutos, a pesquisadora retom ou à sala
e encerrou a sessão.
(4) Condição controle: a pesquisadora, em pé, à porta da sala experi­
mental, recebcu o participante e o cumprimentou. A sala foi equipada com

INDEX
música e em cim a da mesa encontravam-se materiais com o bolo, doce de bana­
na, doce de leite, chocolate, balas sabor café, balas sabor coco, refrigerantes em
lata, sorvete em pote pequeno, café pronto para o consum o, além de livros e um
exemplar da Bíblia. A pesquisadora sentou-se em uma cadeira junto a uma
mesa paralela à que se encontrava o participante. A pesquisadora instruiu-o que
aqueles materiais que estavam sobre a mesa poderiam ser usados por ele, caso
quisesse, e permaneceu sentada, olhando para baixo, demonstrando estar atenta
à música que era executada no ambiente. Tempo da sessão: 5 minutos.

BOOKS
A o térm ino da aplicação, deu-se in ício às replicações d esse d e li­
neam ento, quando se cum priu a inversão da ordem da aplicação para cada
participante, ou seja: (1.1); (3); (1.2); (4); (2); (1.3). Os m esm os p r o c e d i­
m entos aplicados em cada con dição e sub cond ições da aplicação foram
repetidos na replicação.
A ssim , esse delineam ento com preendeu-se de 12 sessões para cada
participante, totalizando 24 sessões. Os encontros de cada participante com a
pesquisadora ocorreram duas vezes por sem ana, com duas sessões por dia,

GROUPS
com cada participante (totalizando quatro sessões/dia), com duração de 5
m inutos cada e intervalos de no m ínim o 20 m inutos entre uma e outra. Todas
as sessões foram registradas em vídeo. A s transcrições ocorreram separada­
mente em relação a cada participante.

3.2 Delineamento de reversão-replicação, seguido por


follow-up
Para o cum prim ento do segundo delineam ento, um profissional de
enferm agem (E N F) recebeu treinamento para conduzir parte das sessões de
intervenção. Com esse treinam ento procurou-se capacitar ENF a com o dis­
ponibilizar a atenção social para os com portam entos verbais apropriados e a

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extinção para os com portam entos verbais inapropriados. O treinamento foi


iniciado quando ENF recebeu instruções sobre princípios da A nálise do
Com portam ento, com foco nos procedim entos de reforçam ento e de extin­
ção. A o longo do Ireinamento, exem p los de falas dos participantes que mais
se aproxim avam do tipo de fala desejada por uma com unidade verbal deveri­
am ser reforçados. Já as falas incom uns deveriam ser ignoradas. Exem plos
de falas inapropriadas e falas apropriadas foram selecionados e trabalhados
com o forma de exercícios. N o treinamento, foi estabelecido que a passagem
de um passo, que envolvia reforçam ento positivo, para o próxim o passo, que
envolvia extinção, só ocorreria quando ENF aplicasse de m odo correto o
passo anterior. A ssim , o exercício do passo atual só foi dado por encerrado
quando o seu resultado acusou aplicação correta por ENF. Para mais esclare­

INDEX
cim entos sobre todo o processo de treinamento, ver A pêndice.
Para o controle dos procedim entos, foi aplicado o delineam ento de
reversâo-replicaçao, do tipo A B ,B 2B 3 A B ]B 2B 3, seguido por follow-up. A s
fases de linha de base (A ) e intervenção (B ) se alternaram. O delineam ento
iniciou-se com quatro sessõ es para o levantam ento dos dados em fase de
linha de base (L B |). Após a conclu são dessa fase, foram iniciadas as inter­
venções (B ]B 2B3). A s intervenções B |, B 2 e B 3 diferenciaram -se apenas em
termos das pessoas responsáveis pela im plem entação dos procedim entos. Na

BOOKS
fase de intervenção B], a intervenção foi realizada pela pesquisadora; na fase
de intervenção B?, a intervenção foi conduzida pela pesquisadora e ENF; já
na fase de intervenção B 3, a intervenção foi aplicada apenas por ENF.
Linha de base - A s sessões dessa fase foram conduzidas sem 0 esta­
belecim ento de consequências para as respostas verbais, isto é, não foi sinaliza­
do ao participante se ele falava de m odo apropriado ou inapropriado. O conteú­
do verbal das sessões foram temas livres. A s sessões duraram 15 minutos. Fo­
ram realizados dois encontros semanais com cada um dos participantes.

GROUPS
Intervenção - A s intervenções consistiram no reforçamento d ife­
rencial alternativo (D R A ) de todos os com portam entos verbais apropriados
dos participantes e na extinção (E X T ) de seus com portam entos verbais ina­
propriados, com o descritos a seguir.
Fase de intervenção B} ~ N as sessões dessa fase, a cada fala apro­
priada (FA ) do participante (e.g ., “ Hoje estou m ais alegre, m ais satisfeito de
estar aqui”), a pesquisadora olhava em seus olhos, sorria, assentia afirmati­
vam ente com a cabeça, aplaudia-o e cham ava-o p elo nom e e disponibilizava-
Ihc atenção social cm forma de um com entário (e.g., “Eu também estou g o s­
tando m uito de estar aqui conversando com você"). Já para as falas inapro­
priadas (e.g., “ Eu sou filho de Jesus Cristo e de JK ao m esm o tem po’'’), a
pesquisadora não emitia com entário algum sobre o que havia sido dito, d es­

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viava o olhar, voltava o rosto para o lado oposto ao participante, com o se


estivesse interessada em alguma outra coisa e, assim permanecia. Só voltava
a disponibilizar-lhe atenção, quando ele em itia uma fala apropriada. Trans­
corridos 15 m inutos, a sessão era encerrada.
Fase de intervenção Dj - Os procedimentos de reforça mento dos
comportamentos verbais alternativos e a extinção dos comportamentos verbais
inapropriados do participante foram conduzidos nos 5 minutos iniciais pela
pesquisadora e nos 10 minutos finais por HNF. Sentadas uma ao lado da outra,
e de frente para o participante, caso ENF disponibilizasse atenção social às falas
inapropriadas, a pesquisadora lhe sinalizava tocando em seu braço direito com a
mão esquerda. A sinalização, ENF suspendia, imediatamente, a atenção.

INDEX
Pesquisadora e ENF praticamente mantiveram a mesma topografia
tanto para as falas apropriadas quanto para as falas inapropriadas já descritas
na fase B i. Transcorridos os 15 m inutos, a sessão era encerrada. A o término
dessas sessõ es, pesquisadora e ENF analisavam a condução.
F ase d e in te rv e n ç ã o Bs - Ainda que ENF tenha recebido treina­
m ento e participado da fase B 2, a pesquisadora, antes do início das sessões
dessa fase, lem brava-lhe o m odo correto para aplicar o DRA e a EXT, uma
vez que ENF conduziria essas sessõ es. A o término de 15 minutos, a sessão
era encerrada, e pesquisadora e ENF assistiam aos vídeos e analisavam a

BOOKS
condução aplicada por ENF.
A s sessões de intervenções, B (, B 2 e B3, tanto na aplicação quanto
na replicação, foram conduzidas de forma sim ultânea, respeitando um inter­
valo de, no m ínim o, 2 0 m inutos entre elas.
Fase de follow-up Transcorridos 43 dias após o término dos proce­
dim entos das fases anteriores a esta, foi desenvolvida a primeira sessão de
follow-up com ambos os participantes, porém, separadamente. E após 30 dias,

GROUPS
houve a ocorrência da segunda sessão desta fase. Portanto, o follow-up foi
realizado 43 dias e 73 dias ao término dos trabalhos. Todas as sessões do pre­
sente estudo foram registradas em vídeo e ocorreram na sala experimental. A
Tabela 2 resume a aplicação dos dois delineamentos deste estudo, a seguir.
Em resum o, para a condução do delineam ento de reversão-repli-
cação foram realizadas 32 sessõ es com cada participante, sendo quatro da
linha de base 1 e 12 com as três fases de intervenção 1 (B |, B 2 e B^), sendo
quatro sessõ es em cada uma dessas fases. A pós o primeiro bloco de inter­
venção, uma nova linha de base, com m ais duas sessõ es. Em seguida, houve
a replicação das fases de intervenção (B i, B 2 e B 3), para cada participante,
com m ais 12 sessõ es ao todo; e duas sessõ es de follow-up. Portanto, esse
delineam ento com pôs-se de 64 sessõ es em seu total.

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T a b e la 2 D e lin e a m e n to s d e m ú ltip lo s e le m e n to s e d e
follow-up
r e v e r s ã o -r e p lic a ç ã o , s e g u id o p o r
Condição Sessões Duração
A tenção foi disponibilizada nos segun­
1.1. A t M in 6" c 7- 5min
dos iniciais..
As ocorrências de FI, eram oferecidos até
10 segundos de atenção: olhos nos olhos,
1.2. At Méd 4;| e 9a 5 min
expressão séria, sem sorrir, contava-se
Delineamento de múltiplos elem entos

privadam ente de um a cinco.


A s ocorrências de FI, eram oferecidos até
20 segundos dc atenção: olhos nos olhos,

INDEX
1.3. A t Máx 1“ e 12- 5m in sorrisos, inclinação do corpo, m ovim entos
da cabeça em sinal de reprovação e con­
tava-se privadam ente de um a 10.
Participante sozinho, a film adora per­
2. Sozinho 5y c 8- 5min
m aneceu ligada.
D em anda: VLFolheie esta revista e me
diga sobre o que o senhor lê e o que se
3. D em anda 2 - e 11- 5m in
vê na página seg u in te ';; a ocorrência de
FI perm itia a suspensão da tarefa.

BOOKS
Sala com m úsica c sobre a mesa: bolo,
doce de banana, doce de leite, chocolate,
4. C ontrole 3a e I0L' 5min livros etc. A pesquisadora perm aneceu
sentada dem onstrando estar atenta à mú­
sica executada.
I

Quanti­
Fase Duração Procedimento
dade
Delineamento de reversão-replicação

N ão houve consequências para os rela­


LB 1 4 sessões 15min

GROUPS
tos verbais.
Liberação de D RA para as FA e L X T
INT B, 4 sessões 15min
para as FI.
IN I B 2 4 sessões 15 min DRA para FA e LX T para FI.
INT B, 4 sessões 15min DRA para FA c F X T para FI.
N ão houve consequências paia os rela­
LB 2 2 sessões 15 min
tos verbais.
Liberação de DRA para as FA e LX T
IN T D, 4 sessões 15min
para as FI.
INT B 2 4 sessões 15m in D RA para FA e EX T para FL
IN T B 3 4 sessões 15m in DRA para FA e E X T para FI.
F ollow -up 2 sessões 15min R egistros de FA , FI e RV.
I

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3.3. Análise dos dados A pós a aplicação dos dois d elin ea


tos, foi iniciada a transcrição dos m ateriais registrados em víd eo. De m a­
neira cursiva, foram transcritas todas as respostas verbais apresentadas
p elos participantes, na sequência em que ocorreram. Pela observação dos
com portam entos dos participantes e pela transcrição de suas falas regis­
tradas em v íd eo, foi p o ssív el estabelecer uma avaliação geral de seus re­
pertórios verbais.
A variável dependente, respostas verbais, foi categorizada com o
falas apropriadas (FA ) e falas inapropriadas (F l). N a m edida em que as res­
postas verbais ocorreram na forma de sentenças, foram consideradas com o
FA sentenças proferidas pelos participantes resultantes de práticas co n ven ci­
onais de reforçamento de uma com unidade verbal (e.g., “Eu não lembro de

INDEX
tudo o que eu fiz''). Já as Fl foram definidas de acordo com Britto et al.
( 2 0 1 0 ): uma série de palavras em sequência ou sentenças que, inseridas no
contexto verbal do participante, eram incom preensíveis, estranhas, in coe­
rentes, sem nexo, mágicas ou repetitivas, quando comparadas às práticas
convencionais de uma com unidade verbal (e.g., “ M eu chefe na Ford cobriu
todo o m eu corpo com brilhantes1').
A lém das FA e Fl, alguns produtos da resposta de som que pudes­
sem vir a afetar o ouvinte, cotno falas incom preensíveis, sussurros, murmú­

BOOKS
rios ou ruídos, foram identificados e categorizados com o ruídos verbais -
RV (e.g., “Rrum rum rrum rrum rum humrrum... rrum rum rrum rrum rum
humrrum'’). Essas falas, oriundas dos dados, foram categorizadas em função
do número elevado de suas ocorrências. A ssim , uma nova subcategoria de Fl
foi incorporada aos resultados desta pesquisa, o que gerou duas categorias
principais de respostas verbais (FA e Fl) e uma subcategoria (RV).
Portanto, foram d efinidas três categorias de repostas verbais: falas
apropriadas (F A ), falas inapropriadas (F l) e ruídos verbais (R V ), com o

GROUPS
material a ser analisado dos dados registrados em víd eo. O presente estudo
definiu uma sentença com o a fala do participante que encerrou uma infor­
mação.
D esse m odo, todas as sessões de am bos os delineam entos, de m úl­
tiplos elem entos e de reversão-repHcação, foram transcritas. Os vídeos foram
reprisados tantas vezes quantas foram necessárias para a correta transcrição
tanto das Fl quanto das RV, bem com o das FA. Para a identificação dessas
falas, após a transcrição, foi utilizada a ferramenta “cor de realce do texto"
do aplicativo Microsoft Office Word, e assim sinalizadas: as FA com a cor
azul claro; as Fl com a cor verde; e as RV na cor amarela. Foi realizada a
contagem , separadamente, das FA, das Fl e das RV. Esses dados foram ano­
tados nas Folhas de M ensuração de Frequência (A n exo 4).

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N as subcondições de atenção foram registradas as KA, I I e as RV,


de ambos os participantes, porém em Folhas de M ensuraçâo de Frequência
individualizadas. A s FI e RV dos participantes foram assim registradas: (a)
antes de a pesquisadora disponibilizar atenção e <b) após cada atenção dispo­
nibilizada pela pesquisadora. Em relação à condição de ciemanda , as FI e as
RV foram registradas após a instrução da tarefa dada pela pesquisadora e as
FA foram registradas antes de a pesquisadora instruir a tarefa. E nas condi­
ções de sozinho e controle, qualquer fala que ocorresse, fosse FI, RV ou FA,
foi registrada.
Já em relação ao delineam ento de reversão-replicação todas as ses­
sões das fases de linha de base e das fases de intervenção foram transcritas,
assim com o as d q foUow-up. L ogo após foram identificadas as tres categorias

INDEX
de falas. Com esse propósito, foi utilizado o m esm o procedim ento, descrito
anteriormente, para a sinalização específica das FA, FI e RV. O passo se­
guinte foi a contagem , separadamente, das FA , FI e das RV e, depois, a
identificação das frequências e percentuais de cada uma dessas falas em am­
bos os delineam entos.
Cálculo do índice de Concordância - C ontou-se com a colabora­
ção de duas pessoas com o observadores independentes, que registraram
três categorias de respostas verbais. E sse cálcu lo foi realizado utilizando-se

BOOKS
da presente fórmula: [número de concordância / (núm ero de concordâncias
+ núm ero de discordâncias)] x 1 00. Os percentuais de fidedignidade obti­
dos foram: (a) para as FA de 94% e 96%; para as FI de 90% e 94%; e para
as RV de 89% e 92%.

GROUPS

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RESULTADOS

Os dados do presente estudo, obtidos por m eio de entrevistas de


avaliação funcional com a equipe m ultiprofissional da instituição, da avalia­

INDEX
ção por observação direta dos antecedentes e consequentes dos com porta-
m entos-problem a dos participantes (PI e P2) e dos relatos de um profissional
da m edicina psiquiátrica são apresentados no formato de tabelas. Já os dados
obtidos por m eio da aplicação dos delineam entos (a) de m últiplos elem entos
e (b) de reversão-replicação, seguido por Jòllow-up , são apresentados no
fonnato de figuras.
Por últim o, sao apresentados os dados do treinamento sobre princí­
pios básicos da A nálise do Com portam ento aplicado em um profissional de

BOOKS
enferm agem da instituição e. também, o registro diário de m edicam entos
ministrados aos participantes desta pesquisa. Os dados do treinamento e do
registro de m edicam entos são apresentados no formato de tabelas, descritas
adiante.
A Tabela 3 apresenta os dados resumidos sobre as Fl, os eventos que
as desencadeavam ou as afetavam, o m odo de o participante comunicar-se para
a obtenção de consequências reforçadoras, o seguim ento ou não de instruções,
além dos eventos reforçadores para o P l. E a Tabela 4 apresenta esses mesmos
dados em relação ao P2.
GROUPS
A o considerar as Ff, observa-se na Tabela 3 que Pl falava ser go­
vernador de Estado, ser proprietário de grandes empresas, ser médico , in­
clusive afirmava ser Jesus Cristo. N ota-se também, nessa tabela, que Pl
apresentava esse tipo de fala no refeitório, na sala de TO, no pálio e com
terceiros.
Os profissionais entrevistados apontaram que Pl apresentava esse
tipo de fala com o objetivo de obter a atenção de terceiros, contar vantagens
e conquistar a liberação de cigarros e de café fora dos horários estabelecidos
pela instituição. Tam bém o fazia para obter privilégios em relação aos de­
mais internos daquele ambiente.

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T a b e la 3 - C la s s e s c o m p o r ta m e n ta is d e P1 s e g u n d o r e la to s d a
e q u ip e m u ltip r o fis s io n a l

Eventos que desencadeiam as fala»


Falas inapropríadas

“Já govemei o Estado da Bahia". Ambiente: no refeitório, na sala de TO e


"Estou conversando com.,./coronel que pátio.
me pediu ajuda". Pessoas: pares; às refeições; diante dc
"Eu sou o dono da Souza Cruz e do terceiros.
grupo Matarazzo e da Cônsul". Atividade: ao se alimentar; ao pedir
“Eu sou médico. Eu sou engenheiro". cigarros; quando faz caminhada; quando
alguém é servido antes; nas atividades
“Sou o autor das músicas do Roberto

INDEX
de terapia ocupacional.
Carlos'’.
Funçào: obter atenção de terceiros;
"Eu já construí muitas estradas".
conquistar reforço; contar vantagens;
“Eu sou o Millôr Fernandes e já escrevi obter cigarros; obter café.
demais para Veja. Agora, cansei de
escrever”.
"Eu sou filho do presidente Juscelino
Kubitschek".
“Meu nome? W. Kubitschck".

BOOKS
“Eu sou Deus. Eu sou Jesus Cristo".
O co m p ortam en to verbal p od e ser
Como a pessoa se comunica para
afetado
Ao desejar algo e não conseguir. Obter atenção: contar vantagens, delirar,
Ao receber uma demanda. cantarolar, galantear, falar mal, mostrar-
-se nervoso, falar frases confusas.
Ao ter sua rotina alterada.
Obter alimento: exigir preferências (e.g..
Quando a instituição recebe visitante.
falar que é autoridade), mostrar-se gentil

GROUPS ao se expressar.
Relatar dores: comporlar-sc para resol­
ver.
Rejeitar uma situação: agredir fisicamen­
te: empurrar, dar tapas; movimentar-se
abruptamente: agredir verbalmente (e.g.,
dizer ser autoridade e não querer subme­
ter-se a fazer algo; faiar mal).

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Seguir instruções
1. Raras vezes e quando a comunicação era feita dc maneira calma.
2. Na maioria das vezes não, uma vez considerar-se autoridade: não deveria se
submeter a nada.
3. Raríssimas vezes ele seguia instruções. Só seguia sc a atividade o reforçava, o
que era raro.
E ventos reforçadores
1. Comestíveis: cigarro, refrigerante e jomal, doce de leite e de banana, sorvetes,
bolo de fubá.
2. Objetos: recursos para ler e ouvir músicas dos anos 60 e 70 (e.g.. Roberto Car­

INDEX
los), jornal. isqueiro.
3. Atividades; ficar diante de pessoas para contar vantagens; fazercaminhada;
fumar; sessões de TO onde canta, dança, ouve música e fuma.
4. Ambientes: refeitório, sala de TO e da assistência social.
5. Outros: público para ouvir suas histórias dc grandiosidade.

Os profissionais da instituição relataram, ainda, que PI apresentava


FI para indicar insatisfação, relatar dores, assim com o quando ficava horas

BOOKS
junto ao portão da instituição. Quanto a seguir instruções, os profissionais
afirmaram que PI não se subm etia a elas, a não ser quando a obtenção de
ganhos era clara (e.g.. cigarros). E em relação aos eventos reforçadores. os
profissionais dc saúde relataram que cigarros, refrigerantes, m úsicas e contar
vantagens sempre funcionavam com o eventos reforçadores aos com porta­
mentos de P I .

T a b e la 4 - C la s s e s c o m p o r ta m e n ta is d e P 2 s e g u n d o re la to s d a

GROUPS
e q u ip e m u ltip r o fis s io n a l

Eventos q ue desencadeiam as falas


T ipos dé falas inapropriadas
lii apropriadas
Falas com pessoas que morreram: “Mi­ Ambiente: refeitório, pátio e salas de
nha benção, minha mãe". “Mãe. meu atendimento.
pai já está chegando para o almoço", Pessoas: com qualquer pessoa.
“Bom-dia. lio. Meu pai espera pelo
Atividade: requisição dc tarefas ou de
senhor".
banho mais rápido ou de higienizar-se
“A minha mãe é virgem Maria Santa anles do café da manhã: enquanto aguar­
Nossa Senhora”. dava pela distribuição de cigarro.

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T ip o » de fa b s m a p ro p ria d a s E v * B ,0 , ,j ^ d|t ll,lw as fa,as

“ A m inha m ac, a virgem Santa M aria, Função: obter cigarros e café; esquivar
está aqui, olha". de dem andas; g anhar a parceria dos
Ruídos verbais (e.g., shuschuschu... internos e da equipe m ultiprofissional.
xisisisxii... chachachaeha) e '"sussurros". Fa lar na fam ília laleeitla.
O c o m p o r ta m e n to v e r b a l p o d e s e r a fe ta - C o m o a p e s s o a s e c o m u n ic a p a r a
do

Q uando lhe é dada tarefa difícil. O bter atenção: paralisa-se em frente às


Ao desejar algo e não conseguir. pessoas; sorri e encara a pessoa; respon-
. . . de apenas o que quer; às vezes fala: “Dá
A o receber um a ordem . . . .

INDEX
um cigamnho ai!
Q uando há m udanças em sua rotina.
O bter alim ento: com parece ao refeitório,
R elatar dores: nunca reclam a de dor.
R ejeitar um a situação: fica com o olhar
fixo e vago; desorganiza-se ao m ovi­
mentar.
Indicar insatisfação: paralisa-se; fica
com o olhar fixo e vago. Daí, o am biente

BOOKS
infere não estar ele bem.
Seguir Instruções
Sim: para o banho e para as m edicações.
Eventos reforçadores
1. C o m e stív e is: so r v e te , c a fé; e q u a n d o e le e stá b em , a lim e n ta -s e bem .
2. V estu ário: roupas n ovas: c a lç a , m e ia , tu d o c o m b in a n d o tom sob re tom .
3. A tividades: nenhum a, só fumar.

GROUPS
4. A m biente: isola-se com frequência durante horas.

Os dados da Tabela 4 indicam que P2 em itia FI para com unicar-se


com fam iliares já falecidos. Porém, com portava-se com o se estes interagis­
sem com ele, isto é, estivessem v iv o s. R elatos de ruídos, pelos profissionais,
foram frequentes em relação a esse participante. Já em relação a eventos com
função reforçadora ao P2, os profissionais destacaram café, sorvete, cigarros,
roupas novas com binando tom sobre tom, dentre outros.

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Tabela 5 — Eventos antecedentes e consequentes aos


comportamentos de P1

E vento antecedente C om p ortam en tos E ven to consequente


P I está ju n to a um dos “E slou ocupado: converso E: o deixa sussurrando
portões da instituição, com o com andante da PM sozinho.
sozinho, quando E o cha­ do E stado, que quer ajuda
m a para lanchar. para o governador” ; RV
por 52s.
H; “V á escovar os seus P l: '“A qui é lugar de ci­ E ignora P l; internos
dentes agora: estão m uito garro. C adê o cig an o ? A próxim os riem de P l.

INDEX
sujos, senão vou m andar gente não suporta isso” :
arrancá-los“ . RV por 24s.
IO : “ Senta aqui e vem P l: “N ão sento aí não. TO: "N ossa, já tem m uito
trabalhar com a colagem ". Sou filho do JK e quero é tem po que ele não lá bom.
cigarro": cessa os m ovi­ M elhor deixá-lo pra lá".
m entos do corpo; RV por
22s.
A S: “A gora preciso ficar P l: “Eu sou Jesus Cristo AS: “Ra, ra. ra! Jesus
sozinha para term inar de Jacarandá. Sou eu que Cristo! Fntüo fica aí. se­

BOOKS
esses relatórios. Por favor, m ando": RV por 33s. nhor Jesus” .
saia".
E: “ Leva pra mim o tele­ P l: “V ou nada. Eu quero E: "N âo adianta fazer
fone lá para (m enciona o é cigarro"; p assa a cam i­ essas esquisitices, pois
nom e de outra profissio­ n har saltando as riscas do não vou dar o cigarro".
nal)'*. piso.
I O: “O que é isto? V ocê P l: “O oculista c o dono TO: “ Hoje é daqueles
vai se m achucar. V olta da televisão. L ele faz dias, heim? (EN F passa a

GROUPS
seu corpo para o n o r m a r . m al": RV por 35s; cruza
os braços e fixa o olhar no
chão.
se ocupar de outros inter­
nos)".

A S: "V am os ligar pra seu P l: “'F u já falei com m eu A S: "E ntão você vai ficar
p ai” . pai, JK de Jesus. N ão vou sem falar (passou a dar
falar com nieu padrasto atenção a outros inter­
nâo". n o s)” .
L: ‘Com quem vocc esta P l: “Jesus me ensinou que E: “ Vixe... hoje ele am a­
falando?“ a liíb lia é o livro mais nheceu virado (passou a
m entiroso da face da ter­ ignorá-lo)”.
ra... vou tom ar café” .
Obs.: TO = Terapeuta Ociipacional: A S = A ssistente Social; R - Tnfenneiros

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A Tabela 5 e a Tabela 6 resum em os dados sobre os eventos ante­


cedentes e os consequentes das F1 tanto em relação ao PI quanto ao P2, res­
pectivam ente, obtidos com o resultado da avaliação por observaçào direta. Os
dados demonstram com o os profissionais lidavam com o padrão comporta-
mental apresentado por ambos os participantes. Demonstram também o pa­
drão comportamental da equipe m ultiprofissional. A análise desses dados
favorece, por exem plo, observar a interação de uma profissional com P l,
com a finalidade que este execute uma atividade. Diante das Fl, a profissio­
nal relata já haver muito tem po que P l não está bem, dessa forma, m elhor
deixá-lo. Em outro exem plo, uma profissional negocia, com P2, sua adesão
ao banho, com cigarro.

INDEX
Tabela 6 - Eventos antecedentes e consequentes aos
comportamentos de P2

E vento antecedente C om p ortam en tos Evento con sequ en te


A S: “V ocê tem que ir RV por 5s; m ãos entre as P2: n ão foi tom ar banho e
tom ar banho, pois o cheiro pernas, balançando-as de A S continuou a preencher
do xixi está aqui no meu um lado para o outro. seus relatórios.

BOOKS
nariz. Vai tom ar banho!"
"V ocê sabe que só ganha­ RV; fixa os olhos na pro­ P2: não foi tom ar banho
rá o que você quer se fissional, por 15s. enquanto a AS insistia
lom ar b an h o “. com ele.
E: “V occ tá fedendo xixi. P2: “Já banhei”, (ainda Sem outra instrução. P2
Vá tom ar banho“'. que todo m olhado de fica sem higienizar-sc.
xixi); RV por 10s.
AS: “’P ara de teim ar e vai “Já tom ei b an h o '; (daí Profissional insiste e P2
iogo tom ar banho. Assim passa a sussurrar os ruídos paralisa todos os m o v i­
você vai tlcar cheiroso“.
GROUPS
por 37 segundos). m entos em form a de m eia
lua ao contrário. P rofissi­
onal desiste.
AS: “ Foi ontem que você P2: “ Num vou. Eu já ba­ P2: seguiu em direção
tom ou banho. Hoje você nhei” ; RV por 22s; fica de oposta ao banheiro.
está sujo e todo m olhado perfil para AS.
de xixi. A nda, vai toinar
b anho'1.
V isitante na C linica (tia de P2: “Já falei que tomei A visitante o ignora e
outro intem o): “T om ar banho” ; m ovim enta os dirige-se a outro intem o.
banho é bom. Vai lá!". lábios com o se m astigasse
algo, com o olhar fixo em
um ponto do ambienLe.

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F: "V ou ter que levar à P2: RV por 18s; m ovi­ P2: desvencilha-se de L.
força, pois está atrasand o m enta bruscam ente os
a lim p eza dos banheiros. braços.
V am os agora, chega de
m entir que j á banhou. O
banheiro p reeisa ser lim ­
po".
F: “ Se você vier tom ar P2: “Cigarro?!!” P2: seguiu para o banho,
banho eu dou cigarros sem opor-se.
para v o cê” .
P2: entra na sala de TO P2: continua denlro da TO: “V ocê só faz o que

INDEX
fum ando quando a TO o sala fum ando. quer, heim ?". enquanto P2
instrui: “A qui não pode fum a todo o cigarro dentro
lum ar” . da sala.
TO; "L eia esta revista". P2: braços cruzados e TO: coloca a revista em
olhos fixos em seu colo; seu coto.
RV por 27s.
K: "Sai debaixo desses P2: “ Preciso do medico... E: "V ocê não está doente.
cobertores, pois está m uito estou doente. Q uero é F, pura mania de rem édio.

BOOKS
quente. O lanche já está rem édio"; cobre-se até a Levanta e vai tom ar cafc".
servido". cabeça; RV por 7s.
R: "Solta esse quimba. P2: ignora a dem anda. P2: o cigarro perm anece
Sua boca está Ioda quei­ na boca. E a profissional
m ada” . relata: “N ão adianta m es­
mo. FJes fum am até se
queim ar".

GROUPS
Já a Tabela 7 ev id en cia os dados obtidos com a avaliação por o b ­
servação direta dos relatos verbais de um profissional da m edicina psiquiá­
trica em relação às categorias: descritivas; dos sintom as; das con seq u ên ­
cias da esquizofrenia; e, ainda, categorias sobre o tratamento m ed icam en ­
toso dispensado à p essoa com o d iagn óstico de esquizofrenia. N ela obser-
v a-se que duas das subcategorias descritivas de esquizofrenia apresen­
taram o m esm o percentual de ocorrência (21,5% ); “quanto mais precoce o
d iagn óstico , m ais grave o prognóstico''' e “tratam ento p recoce” . Já em
relação à categoria descritiva dos sintom as de esquizofrenia, a subcate­
goria “o esq u izo frên ico apresenta com prom etim ento do afeto’’ foi a que
apresentou o m ais elevad o percentual de ocorrência: 60%. A s outras qua-

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tro subcategorias apresentaram o m esm o percentual: 10%. O bserva-se,


ainda, na T abela 7, na categoria que d escreveu as con seq u ên cias da esq u i­
zofrenia, que três das oito subcategorias obtiveram o m esm o percentual:
18,2%. A s dem ais alcançaram 9,1% de ocorrência. A categoria sobre o
tratamento para a esquizofrenia alcançou 12 subcategorias. D estas, “m ed i­
cações n ov a s buscam o controle de efeito s colaterais” obteve o m aior per­
centual de ocorrência: 41,4% . Outras seis delas (e.g ., “m edicam entos
prom ovem c essa çã o de d elírios e a lu cin a çõ es” ) alcançaram o m esm o per­
centual de ocorrência: 6,9% . E outras cin co empataram n esse percentual,
representando 3,4% , (e.g ., “m ed icam en tos sedam e controlam pensam en­
tos alterados” ).

INDEX
Tabela 7 - Categorias dos relatos verbais do médico
psiquiatra

Categorias

Não se sabe a causa da esquizofrenia


Frequência Percentual
Categorias descritivas de esquizofrenia
02 14,3

BOOKS
Há a variável genética 01 7.1
Q uanto m ais precoce o diagnóstico m ais grave o prog­ 03 21,5
nóstico
Tratam ento precoce 03 21,5
25% dos pacientes tem cura social 01 7,1
50% dos pacientes alcançam estabilidade da doença 01 7,1
25% dos pacientes evoluem para a dem enciação 01 7.1

GROUPS
A esquizofrenia não depende de fatores psicológicos 02 14,3
J lllllllll 100

Categorias que descrevem os sintomas de esquizofrenia


0 esquizofrênico apresenta com prom etim ento do afeto 06 60
Se não há com prom etim ento do afeto, não há esquizo­ 01 10
frenia
A esquizofrenia implica em vazio em ocional 01 10
D elírios e alucinações são sintom as secundários 01 10
O rosto apresenta a fisionom ia de um a fotografia 01 10
v :-:' ' . 10 100

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Frequência Percentual
Categorias descritivas de consequências da esquizofrenia
Catatônicos agridem as pessoas 02 18.2
Esquizofrenia produz cicatrizes psicológica e psiquiátrica 02 18,2
Esquizofrênicos perdem interesse por seus papeis sociais 01 9,1
Familiares rejeitam o ente querido com esse diagnóstico 01 9,1
O Estado paga mais pela assistência de pacientes agudos 01 9,1
O Fstado paga menos pela assistência de pacientes crôni­ 01 9,1
cos
A política de saúde para o esquizofrênico é deficitária 01 9,1

INDEX
N ão sc busca a estabilidade do esquizofrênico crônico 02 18,2
Total .: ■ 11
Categorias que informam sobre o tratamento da esquizofrenia
M edicam entos prom ovem cessação dc delírios e aluci­ 02 6,9
nações
M edicam entos reduzem a ansiedade 02 6,9
M edicam entos m elhoram respostas de sono 02 6,9

BOOKS
M edicam entos reduzem a desorganização do pensamento 02 6,9
Doses m áxim as reduzem agitação e prom ovem im- 02 6,9
pregnaçao
M edicam entos sedam e controlam pensamentos alterados 01 3,4
M edicam entos são cham ados cam isa de força química 01 3,4
N euleptil® é calm ante, ressocializante e sedante 01 3,4
Fletrochoque controla a catatonia 02 6,9
M edicam entos produzem trem ores e enrijecim ento mus­ 01 3,4
cular
GROUPS
M edicam entos aum entam salivação e suspendem a urina
M edicações novas buscam o controle de efeitos colaterais
01
12
3,4
41,4

S IÍ IB IIIÍ ! 100

Em relação às categorias descritivas de esquizofrenia, a Tabela 7 de­


monstra que o o m édico psiquiatra relatou que ainda não se sabe a causa da es­
quizofrenia e que pessoas com esse diagnóstico evoluem para demenciação.
Relatou também que esse problema não depende de fatores psicológicos. Quanto
aos sintomas da esquizofrenia, o profissional destacou a importância do com ­
prometimento do afeto com o fator relevante à explicação de seus sintomas. Já

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com relação às consequências da esquizofrenia, o profissional salientou que esta


produz “cicatrizes psicológicas e psiquiátricas”. E em relação ao seu tratamento
medicamentoso, o profissional abordou a necessidade de novos medicamentos
para o controle dos efeitos colateriais produzidos. Os dados apontam que essas
últimas categorias compreenderam a maior frequência de relato do m édico (29).
Os resultados apresentados pelas figuras de número 1 a 26 referem-se
aos dados obtidos com o delineamento de múltiplos elem entos, nas quatro con­
dições experimentais: ( 1 ) de atenção, com suas três subcondições: ( 1 . 1 ) aten­
ção mínima; ( 1 .2 ) atenção média; (1.3) atenção máxima; ( 2 ) de demanda; (3)
de sozinho; e (4) de controle, com PI e P2, respectivamente. Ainda que a or­
dem de aplicação tenha sido conhecida por sorteio randômico para aplicação -
( 1.3), (2), (4), ( 1.2), (3) e ( 1.1 ) - , e ordem inversa para a replicação, os resulta­

INDEX
dos, ora apresentados, estão organizados por cada condição/subcondição, tanto
na aplicação quanto na replicação, com o descrito no procedimento.
A Figura 1 revela a frequência das respostas verbais (FA, FI e RV)
apresentadas por P l, tanto na fase de aplicação quanto na de replicação, em
relação à subcondição ( 1 . 1 ) atenção mínima, em cada minuto de ocorrência de
ambas as sessões. De acordo com a figura, Pl apresentou a maior frequência
de ocorrência de FA no primeiro e no terceiro minutos, respectivamente 4 e 2,
da fase de aplicação ( 6~ sessão). N o s demais minutos dessa sessão, a frequên­

BOOKS
cia foi 1. Já na sessão de replicação (1~ sessão), a maior frequência ocorreu no
terceiro minuto: 2 ; no primeiro, no segundo e no quinto minutos, a frequência
foi zero.

GROUPS

Figura 1 - Frequência de FA, FI e RV na condição (1.1) atenção


mínima por P1

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A Figura 1 demonstra, ainda, que as m aiores ocorrências de FI fo­


ram registradas no quarto, terceiro e quinto m inutos, por ordem de frequên­
cia: 8 , 7 e 5. N ão houve em issão de FI apenas no primeiro minuto. N a fase
de replicação (7- sessão do delineam ento), a única frequência observada
ocorreu no segundo minuto: 1. N o s demais m inutos, verificou-se ausência de
ocorrência d esse tipo de fata. Essa figura ainda revela que as m aiores fre­
quências de ocorrência de RV foram observadas no primeiro e no quinto
minutos (3), seguidas pelo terceiro e quarto m inutos, respectivam ente (2). Na
fase de replicação, a maior ocorrência de RV foi registrada no primeiro e no
terceiro m inutos ( 2 ) e a ausência desse tipo de fala foi registrada no segundo
e quarto m inutos dessa sessão.
Os dados apresentados pela Figura 2 destacam a frequência de

INDEX
(1.1) atenção mínima disponibilizada pela pesquisadora ao P l, minuto a
minuto das sessões das fase de aplicação e de replicação (portanto, 6~ e 7a
sessões do delineam ento). Em ambas as fases, de acordo com os dados, a
pesquisadora disponibilizou atenção ao participante apenas no primeiro m i­
n u to da se ssã o . A F ig u ra 2 d e s ta c a q u e , na fase d e aplicação, a f re q u ê n c ia foi
3 c, n a fase de replicação, foi 2.

BOOKS
GROUPS
Figura 2 - (1.1) Atenção mínima disponibilizada pela
pesquisadora ao P1

A Figura 3 apresenta os dados coletados com a condição (1.2)


atenção média com P I . A cada ocorrência de FI ou RV, a pesquisadora cala­
va-se, olhava nos olhos do participante, com expressão séria, sem sorrir, e
oferecia-lh e até 10 segundos de atenção. A sessão de aplicação dessa condi­
ção foi a 4- do delineam ento e a de replicação a 9a.

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O b serva-se, na Figura 3, que PI em itiu a m aior frequência de


FA, na fase de aplicação (4 a se ssã o ), no segundo e quarto m inutos: 3 e 2,
resp ectivam en te. Já no quinto m inuto, não em itiu e sse tipo de fala. N a fase
de rep licação (9~ sessã o ), a m aior ocorrência de FA d eu -se no prim eiro
m inuto ( 8 ), seguid a p elo quarto e segun d o m inutos ( 6 e 5, respectivam en­
te). N o ta -se, tam bém , que, n essa fase houve ocorrência de FA em toda a
sessão.
Em relação às F l, os dados dem onstram ter havido alta frequên­
cia de em issã o de Fl na fase de ap licação, em tod os os m inutos da sessã o
(1 5 , 8 , 11, 10 e 5, resp ectivam en te). Porém , resultado diferente é observa­
do na fase de replicação 5, 0, 3, 6 e 3. E em relação às R V , de acordo com

INDEX
a Figura 3, na primeira ap licação, PI apresentou as m enores frequências
de ocorrência: um ruído verbal no prim eiro, terceiro c quinto m inutos e
ausência de em issã o de RV nos dem ais m inutos dessa sessão. M as, na
segunda ap licação, a frequência de RV variou entre zero (no segundo m i­
nuto) e 4 (no quinto m inuto).

BOOKS
GROUPS
Figura 3 - Frequência de FA, Fl e RV na condição (1.2) atenção
média por P1

Os dados expostos na Figura 4 demonstram que a pesquisadora, na


fase de aplicação (4- sessão do delineam ento), disponibilizou atenção ao
participante em todos os m inutos da referida sessão (condição de [ 1 . 2 ] aten­
ção média). Porém, com o observa-se, no primeiro m inuto da sessão houve o
maior registro: 6 . E o m enor registro é observado no quinto minuto: 1.

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Figura 4 - (1.2) Atenção média disponibilizada pela


pesquisadora ao P1

INDEX Ainda considerando os dados apresentados na Figura 4, a pesquisa­


dora, quando da replicaçâo (9 5 sessão do delineam ento), disponibilizou aten­
ção ao participante de m odo variável: no primeiro minuto a frequência foi 6 ;
no segundo minuto, não houve disponibilizaçao da atenção; no terceiro, fo­
ram registradas 2 ocorrências; no quarto minuto, a frequência elevou -se para
6 , ao passo que, no quinto m inuto, caiu para 4.

A Figura 5 traz os resultados de PI coletados na subcondição de

BOOKS
(1.3) atenção máxima, nas fases de aplicação ( l â sessão do delineam ento) e
replicaçâo (1 2 a sessão do delineam ento). N essa subcondição, a pesquisadora
ofereceu ao participante contato físico (aperto de m ãos) e, quando da ocor­
rência de FI/RV, calou-se, olhou nos olhos do participante, sorriu, inclinou o
seu corpo na direção de P l, m ovim entou a cabeça em sinal de reprovação ao
dispensar-lhe até 2 0 segundos de atenção.

GROUPS

Figura 5 - Frequência de FA, Fl e RV na condição (1.3) atenção


máxima por P1

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Pela Figura 5 é p ossível observar que PI apresentou maior ocor­


rência de FA no terceiro minuto da sessão: 3. N os dem ais minutos da referi­
da sessão, apresentou a m esm a frequência de em issão: 2. Contudo, foi no
quarto m inuto da replicação o maior registro de ocorrência de FA: 5. N o
quinto minuto houve ausência d esse tipo de fala.
A frequência de ocorrência de FI, com o demonstra a Figura 5, o s­
cilou, na primeira aplicação, entre 1 (no terceiro m inuto) e 4 (nos segundo e
quarto m inutos). Mas foi na replicação que houve as maiores frequências de
em issões de FI. E no primeiro m inuto da sessão observa-se a maior frequên­
cia de FI registrada nessa fase: 16. V erifica-se, ainda, que as RV não ocorre­
ram no primeiro, segundo e quinto m inutos da primeira aplicação, e registra­

INDEX
ram frequência 2 no terceiro e no quarto m inutos. Já na fase de replicação, as
maiores ocorrências são observadas no segundo e no quinto m inutos (4), e a
menor frequência ( 1 ) ocorreu no quarto minuto.
Os resultados expostos na Figura 7 destacam a frequência de dis-
ponibilização de (1.3) atenção máxima pela pesquisadora ao P l. Pela figura
verifica-se que a pesquisadora disponibilizou maior frequência de atenção no
quarto m inuto da sessão de aplicação ( I a sessão do delineam ento) [4], e m e­
nor frequência no quinto minuto (1). Entre o primeiro e o terceiro minuto, a

BOOKS
atenção disponibilizada variou entre 2 e 3.

GROUPS

Figura 6 - (1.3) Atenção máxima disponibilizada pela


pesquisadora ao P1

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A Figura 6 também apresenta os dados da fase de replicação (1 2 a


sessão do delineam ento) sobre a atenção que a pesquisadora disponibilizou
ao P l. O bserva-se que a maior frequência registrada foi no primeiro minuto
da sessão: 7. ian to no segundo quanto no terceiro m inutos verifica-se fre­
quência: 4. Já a m enor frequência é observada no quarto minuto: 1. Porém, a
sessão foi encerrada com uma frequência 3.

INDEX
Figura 7 - Frequência de FA, Fl e RV na (2) condição demanda

BOOKS
por P1

A Figura 7 detalha a frequência de ocorrência tanto de FA quanto


de FI, assim com o de RV, apresentada por PI por ocasião da 2- c da 11E ses­
sões, fases de aplicação e replicação do delineam ento em relação à ( 2 ) con­
dição demando. N essa s sessões/con d ição, a pesquisadora apresentou dem an­
das a serem cumpridas pelo participante. Porém, quando da em issão de Fl ou
de RV, a tarefa foi suspensa, m om ento em que a pesquisadora afastava-se de

GROUPS
Pl por 30 segundos. A o término d esse tempo, voltava a se aproximar e nova
demanda era-lhe apresentada.
Pela Figura 7 é possível observar que a m enor frequência de ocor­
rência, se considerados os três tipos de falas (FA , FI e RV), nessa condição,
tanto na aplicação quanto na replicação, foi de FA. Na primeira aplicação,
esse tipo de fala variou entre zero (no primeiro e quarto m inutos) e 2 (no
segundo e no quinto m inutos). A maior frequência foi registrada na fase de
replicação: 4 (no primeiro e no quarto m inutos) e 3 (no terceiro minuto). N ão
houve em issão desse tipo de fala no segundo minuto.
E ssa figura dem onstra, tam bém , que as falas que obtiveram
m aior frequência de ocorrência, no geral, foram as FI, em ambas as fases

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de ap licação. E sua m aior em issã o (1 5 ) d eu -se no segundo m inuto da


sessã o , seg u id a pelo prim eiro m inuto (9 ) e p elo terceiro m inuto (7). E as
m aiores ocorrências observadas na rep licaçao d essa con d ição foram 6 (no
segundo e no terceiro m inu tos) e 4 (n o prim eiro, no quarto c no quinto
m inutos).
Já as RV alcançaram a segunda maior em issão geral dessa catego­
ria. N a primeira aplicação, variaram entre 5 (no primeiro minuto) e zero (no
quarto m inuto). N a replicaçao, a em issão desse tipo de fala oscilou entre 2
(no segundo m inuto) e 5 (no terceiro minuto). M esm a frequência de ocorrên­
cia é observada no segundo e quinto minutos: 3.
Os resultados ex p ostos na Figura 8 dizem respeito aos dados c o ­

INDEX
letados, com P l, na (3) condição sozinho , cuja aplicacação deu-se na 52
sessão d esse delineam ento e sua replicaçao, na 8 - sessão. N e ssa condição, o
participante foi deixado na sala experim ental, sozinho, e com a câmera
ligada. A an álise da figura revela não ter havido a em issão de nenhum dos
tipos de respostas verbais, FA, FI e RV, nem na fase de aplicação nem na
de replicação.

BOOKS
GROUPS
Figura 8 - Frequência de FA, FI e RV na (3) condição sozinho
por P1

Pela Figura 9 é p ossív el observar os resultados obtidos por Pl na


(4) condição controle, em ambas as fases de aplicação (3- e 10- sessõ es do
delineam ento). Para essas sessõ es, a pesquisadora preparou o am biente ex p e­
rimental com m úsica, itens com estíveis, objetos e livros. P l foi instruído,

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pela pesquisadora, de que poderia fazer uso daqueles materiais e, inclusive,


ingerir os alim entos disponibilizados.
C om o demonstrado na referida figura, PI apresentou, dentre os três
tipos de falas (FA , FI e RV), maior em issão de FA tanto na aplicação quanto
na replicaçao. A frequência de FA variou na primeira aplicação de 1 (no
terceiro e quarto m inutos) a 4 (no segundo m inuto). Já na segunda aplicação,
a frequência oscilou entre 3 (nos segundo, terceiro e quarto m inutos) e 4 (no
primeiro e no quinto m inutos).
P l, de acordo com a Figura 9, não em itiu FI em nenhum dos m i­
nutos da fase de aplicação. E, na fase de replicaçao, a única ocorrência desse
tipo de fala foi registrada no quarto minuto: 4. Resultado sem elhante é ob­

INDEX
servado em relação às RV, cuja m esm a ocorrência é observada apenas no
quarto m inuto de ambas as aplicações: 2 .

BOOKS
Figura 9 - GROUPS
Frequência de FA, FI e RV na (4) condição controie
por P1

De acordo com os dados apresentados na Figura 10, são observa­


dos os resultados obtidos por P2, relacionados à (1.1) condição de atenção
mínima, em ambas as fases de aplicação (6~ e 1~ sessões do delineam ento).
Procedim ento idêntico ao aplicado em Pl foi desenvolvido com P2. V eriflca-
-se que o participante não em itiu nem FA, nem FI, tam pouco RV ao longo de
todas as sessões de aplicação e de replicaçao.

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INDEX
Figura 10 - Frequência de FA, Fl e RV na (1.1) condição atenção
mínima por P2

A a n álise sobre o detalham ento apresentado pela Figura 11, na


qual está dem onstrada a frequência de ( 1 . 1 ) atenção mínima d isp o n ib ili­

BOOKS
zada pela pesquisadora ao P2, quando das s e ssõ e s de aplicação e replica-
ção ( 6 a e 1~ s e ssõ e s do d elin ea m en to ), apresenta dados relevantes. O bser­
va -se que, no prim eiro m inuto de am bas as se ssõ e s, a frequência de aten­
ção liberada pela pesquisadora ao participante fo i a m esm a: 2. N o s d e­
m ais m inutos d essas se ssõ e s, a pesquisadora não m ais d isp o n ib ilizo u
atenção ao P2.

GROUPS

Figura 11 - (1.1.) Atenção mínima disponibilizada pela


pesquisadora ao P2

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Já a Figura 12 rcfcre-sc aos dados obtidos por P2 na condição de


( 1 .2 ) atenção média , nas fases de aplicação e replicação, desenvolvidas du­
rante a 4a e a 9 3 sessões do delineam ento de m últiplos elem entos.

INDEX
Figura 12 - Frequência de FA, Fl e RV na condição (1.2) atenção
média por P2

BOOKS Pela Figura 12 é p o ssív el verificar que, dentre os três tipos de


falas, FA som ou a maior frequência total, sendo que, na fase de aplicação,
P2 registrou uma variação entre 1 e 5 d essas falas, N o s três m inutos in i­
ciais, estão concentradas as m aiores frequências, respectivam ente 5, 4 e 4.
E, nos dois ú ltim os m inutos, as m enores frequências se repetem: 1. Na
replicação, ob serva-se que P2 apresentou maior frequência de FA no
quarto m inuto: 5. A s m enores frequências são observadas no terceiro e no
quinto m inutos: 1 .
GROUPS
A ocorrência de FI nessa condição foi maior na aplicação: 3, 2 e 1
no segundo, no terceiro e no primeiro m inutos da sessão. N os dem ais m inu­
tos não houve a em issão dessa fala. Resultado sem elhante é observado na
replicação, fase em que se registrou a ocorrência dessa fala apenas no quinto
minuto da sessão: 2 ,
A Figura 12 ainda destaca as RV apresentadas por P2. N a primeira
aplicação houve uma oscilação de zero a 5, observada no quinto c no prim ei­
ro m inutos, respectivam ente. N o entanto, durante a segunda aplicação, P2
apresentou maior frequência de RV no segundo e no quinto minutos: 4 ocor-

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rências registradas. A menor frequência desse tipo de fala pode ser verificada
no terceiro m inuto da sessão: 1 .

INDEX
Figura 13 - (1.2) Atenção média disponibilizada pela
pesquisadora ao P2

BOOKS
Por m eio da Figura 13 é possível analisar os dados sobre a (1.2)
atenção média disponibilizada pela pesquisadora ao P2, seguindo procedi­
mento idêntico ao aplicado em P l. Os dados apresentados pela figura reve­
lam que a liberação da atenção, na fase de aplicação, foi gradativamente
dim inuindo. N o primeiro minuto, a pesquisadora liberou-lhe por 5 vezes a
atenção e, nos m inutos seguintes, a frequência de ocorrência de atenção dis­
ponibilizada foi reduzida para 2 , no segundo e no terceiro m inutos, depois
para 1, no quarto minuto. Já no quinto minuto, a pesquisadora não liberou
atenção ao participante.

GROUPS
N a fase de rep licação, uma o scila çã o ainda m aior é observada:
no prim eiro m inuto, a pesquisadora liberou-lhe atenção com uma o co r­
rência de 3. Esta e le v o u -se a 4 no segun do m inuto. D ep ois, reduziu-se a 1
no terceiro m inuto; a seguir, subiu para 2 no quarto m inuto. Finalm ente,
no quinto m inuto, a pesquisadora liberou por 5 v e z e s atenção ao partici­
pante.

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INDEX
Figura 1 4 - Frequência de FA, Fl e RV na condição (1.3) atenção
máxima por P2

A condição de (1.3) atenção máxima foi investigada com P2 na \~


e na \2~ sessõ es do delineam ento e cumpriu as fases de aplicação e de repli-
cação, assim com o o m esm o procedim ento aplicado em P l. Os resultados

BOOKS
dessa condição estão apresentados na Figura 14, na qual observa-se que, nos
três primeiros m inutos da sessão aplicação, P2 apresentou a maior frequência
de ocorrência de FA: 2. Já nos dois últim os m inutos, não houve registro des­
se tipo de fala. N a replicaçâo, verifica-se que as m aiores frequências ocorre­
ram no quinto minuto (14), seguida pelo quarto minuto (10). Também regis­
traram frequências relevantes os três primeiros minutos dessa sessão: 8 , 7 e
5, respectivam ente.
Em relação às FI, P2 apresentou as m aiores frequências na fase de

GROUPS
replicaçâo: 15, n o quarto minuto; 1 1 , no quinto minuto; e 8 , no segundo m i­
nuto. Já em relação às RV, as m aiores frequências também são observadas
na segunda aplicação: 9 e 7 no quinto e no quarto minutos, respectivam ente.
N ão houve em issão desse tipo de fala no primeiro e no segundo minutos da
sessão replicaçâo.
A atenção disponibilizad a pela pesquisadora ao P2, quando da
condição de (1 .3 ) atenção máxima , está detalhada na Figura 15. O bserva-se
que a pesquisadora, na fase de aplicação, apresentou oscilação na liberação
de atenção ao participante: iniciou com uma frequência de 6 , no primeiro
minuto; reduziu para 2, no segundo; aum entou para 4, no terceiro, e m ante­
ve essa frequência no quarto m inuto; voltou a reduzir para 3, no quinto

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minuto. O scilação maior ainda é observada na segunda aplicação: de 1 (nos


prim eiro e terceiro m inutos) a 8 no quarto m inuto. Por fim , verifica-se que
no últim o m inuto da sessão, a pesquisadora lhe d isponibilizou a atenção
por 6 v ezes.

INDEX
BOOKS
Figura 15 (1.3) Atenção máxima disponibilizada pela
pesquisadora ao P2

A Figura 16 expõe os resultados alcançados por P2 por ocasião da


condição ( 2 ) demanda, na qual se cumpriu o m esm o procedimento aplicado
com P l, tanto para a fase de aplicação (2 3 sessão do delineam ento) quanto para
a fase de replicação (11- sessão do delineam ento). Por essa figura é possível
verificar, em relação à fase de aplicação, que P2 apresentou FA apenas no
primeiro minuto (2), no terceiro minuto (1) e no quinto minuto (2). Porém,

GROUPS
durante a replicação, observa-se que a frequência de ocorrência de FA foi maior,
oscilando entre zero (no quarto minuto) e 5 (no terceiro minuto). N os dois mi­
nutos iniciais a frequência desse tipo de fala foi a mesma: 3.
A Figura 16 mostra não ter havido a em issão de FI na fase de apli­
cação. N a fase de replicação, observa-se ter havido a ocorrência desse tipo
de fala apenas no minuto inicial (1). N o entanto, a frequência de ocorrência
de RV foi a maior dentre os três tipos de falas, e em ambas as fases. N a apli­
cação. a menor frequência foi 3. Esta repetiu-se nos três últim os m inutos. A
maior frequência foi 6 , registrada no primeiro minuto da sessão. Frequência
alta também é observada na fase de replicação, em que aquela oscilou entre 1
(no quinto m inuto) e 6 (no terceiro minuto).

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INDEX
Figura 16 - Frequência de FA, Fl e RV na condição (2) demanda
por P2
A Figura 17 expõe os resultados, apontados por P2, na condição (4)
controle, em que se seguiu o m esm o procedim ento aplicado com o P l. Por
essa figura, nota-se que P2 apresentou a maior frequência de ocorrência de
FA, considerando os três tipos de falas, tanto na fase de aplicação quanto na

BOOKS
de replicação. N a aplicação, a menor frequência ocorreu no terceiro minuto
(2) e a maior foi registrada no segundo minuto ( 8 ). N a fase de replicação, a
em issão de FA foi ainda maior: a m enor frequência foi 6 (no quinto minuto)
e a maior foi 1 1 (no segundo m inuto).

GROUPS

Figura 17 - Frequência de FA, Fl e RV na condição (4) controle


por P2

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Pela Figura 17 ainda é p ossível verificar, considerando ambas as


fases de aplicação, que a menor em issão deu-se com as Fl: na primeira fase,
a frequência variou entre zero (no quinto m inuto) e 3 (no terceiro m inuto). E,
na segunda aplicação, não houve em issão desse tipo de fala. Já as RV alcan­
çaram o segundo maior registro, se consideradas ambas as fases e os três
tipos de falas: na primeira aplicação, a em issão o scilou entre 1 (no segundo
minuto) e 4 (no quarto minuto); na segunda aplicação, verifica-se que as RV
variaram entre 1 (no terceiro m inuto) e 5 (no quinto m inuto).

INDEX
BOOKS
Figura 18 - Frequência de FA, Fl e RV na condição (2) sozinho
por P2

A análise dos dados constantes na Figura 18 demonstra que P2 não

GROUPS
em itiu nenhum dos três tipos de falas, objeto deste estudo (FA, Fl e RV).
D estaca-se que o procedim ento aplicado tanto na fase de aplicação quanto na
de replicação foi o m esm o cum prido com P l.
Os dados expostos pelas figuras de número 19 a 24 demonstram o
percentual de ocorrência de cada tipo de fala (FA , Fl e RV), tanto na fase de
aplicação quanto na de replicação relacionados a todas as condições estabe­
lecidas pelo delineam ento de m últiplos elem entos. Inicialm ente são apre­
sentados os resultados obtidos com o P l. Em seguida, os dados coletados
com P2.
A Figura 19 revela os percentuais obtidos por Pl em relação à
ocorrência de FA em ambas as fases: aplicação e replicação. O bserva-se que
a condição (4) controle foi a que apresentou os m aiores percentuais nas duas

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fases de aplicação: 86% e 68%, respectivam ente. Já a (3) condição sozinho


apresentou percentual zero.

INDEX
F ig u ra 19 - P e rc e n tu a l d e o c o r r ê n c ia d e F A , p o r P 1 , e m to d a s a s
c o n d iç õ e s d o d e lin e a m e n to d e m ú ltip lo s e le m e n to s

BOOKS
GROUPS

F ig u ra 2 0 - P e rc e n tu a l d e o c o r r ê n c ia d e F I, p o r P 1 , e m to d a s a s
c o n d iç õ e s d o d e lin e a m e n to d e m ú ltip lo s e le m e n to s

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C onform e revela a Figura 20, a condição que gerou o maior per­


centual de FI, em itida por P l, foi a de (1.2) atenção média , na fase de aplica­
ção: 80%. Já na fase de replicação, o maior percentual é observado na (1.3)
condição de atenção máxima: 60%. Em ambas as fases, aplicação e replica­
ção, verifica-se que a condição (3) sozinho alcançou o m esm o percentual:
0%. Zero também foi o percentual registrado na condição (4) controle, na
fase de aplicação.
A Figura 21 apresenta os dados obtidos em relação às RV em itidas
por P l. O bserva-se que, na fase de aplicação, a condição (2) demanda obteve
o maior percentual de RV: 28%. O maior percentual de RV, na fase de repli­
cação, foi registrado na condição (1. 1) atenção mínima : 56%. N ota-se que,

INDEX
na condição (3) sozinho , em ambas as fases desse delineam ento, P l apre­
sentou o m esm o percentual: 0%. E, na condição (2) demanda, observa-se
que os percentuais de ocorrência de RV, por P l, foram bem próxim os 28% e
32%, respectivam ente.

BOOKS
GROUPS
Figura 21 - Percentual de ocorrência de RV, por P1, em todas as
condições do delineamento de múltiplos elementos

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INDEX
F ig u ra 2 2 - P e rc e n tu a l d e o c o r r ê n c ia d e F A , p o r P 2 , e m to d a s a s
c o n d iç õ e s d o d e lin e a m e n to d e m ú ltip lo s e le m e n to s

BOOKS
Os resultados de FA, apresentados por P2, com o demonstra a
Figura 22, apontam a condição (4) controle c o m o a que maiores percen­
tuais alcançou em ambas as fases do delineamento: 59% e 77%, respecti­
vam ente. Mostram, também, não ter havido em issão de FA, na duas apli­
cações, nas c o n d iç õ e s (1.1) atenção mínima e (3) sozinho , o que repre­
senta: 0%.
A Figura 23 apresenta os percentuais de ocorrência de FI por P2

GROUPS
em todas as c o n d ições e su b con d içõ es do primeiro delineam ento. O bser­
va-se que a co ndiçã o (1.3) atenção máxima , tanto na aplicação quanto na
replicaçào, obteve o maior percentual: 54% e 40%, respectivamente. N e s ­
sas m esm as fases, aplicação e replicação, verifica-se que as c o n d ições de
( 1. 1) atenção mínima e (3) sozinho alcançaram o m esm o resultado: 0%.
Esse m e sm o percentual foi registrado na fase de aplicação da condição
(2) demanda.

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INDEX
BOOKS
Figura 23 - Percentual de ocorrência de Fl, por P2, em todas as
condições do delineamento de múltiplos elementos

Em relação às RVs apresentadas por P2, a Figura 24 destaca que,


na condição (2) demanda , tanto na fase de aplicação quanto de replicação,

GROUPS
estão os m aiores percentuais registrados com esse tipo de fala: 74% e 58%,
respectivam ente. Essa figura demonstra, ainda, que o menor percentual foi
obtido com as condições (1.1) atenção mínima e (3) sozinho , em ambas as
fases: 0%.

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INDEX
Figura 24 - Percentual de ocorrência de RV, por P2, em todas as
condições do delineamento de múltiplos elementos

BOOKS
GROUPS
Figura 25 - Número de demandas apresentadas pela
pesquisadora ao P1

O s dados apresentados pela Figura 25 dem onstram a quantidade


de dem andas que a pesquisadora apresentou ao P l, tanto na fase de aplica­

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ção quanto de replicação, ou seja, nas 2 * e I I a se ssõ e s do delineam ento de


m últiplos elem en tos, m inuto a m inuto. O bserva-se que, no m inuto inicial
da primeira aplicação, a pesquisadora liberou 2 dem andas. N o segundo
m inuto, dim inuiu para 1 dem anda, voltando a 2 dem andas, no terceiro m i­
nuto, e n os dois últim os m inutos dessa sessã o , h ouve a m anutenção da
m esm a quantidade de demandas: 3. N a replicação, com o dem onstra a F igu­
ra 26, um núm ero maior de dem andas foi apresentado ao P l. Pela ordem
crescente dos m inutos dessa sessã o , a pesquisadora liberou 3, 2, 3, 4 e 3
dem andas, respectivam ente.

INDEX
BOOKS
Figura 26 - Número de demandas apresentadas pela
pesquisadora ao P2

GROUPS
A Figura 26 apresenta a quantidade de dem andas que a pesquisado­
ra requereu ao P2 durante as 2 3 e l l 1 sessões do delineam ento de m últiplos
elem entos. A análise da figura denota que foi no primeiro minuto da sessão
aplicação que a pesquisadora apresentou a maior quantidade de demandas a
esse participante: 5. N os três m inutos posteriores, essa quantidade foi gra­
dualmente reduzindo: 4, 3 e 2, respectivam ente. Porém, no minuto de encer­
ramento da sessão, o número de demandas subiu para 3. Já na fase de repli­
cação, foi registrada uma variação ainda maior. N o minuto inicial houve o
registro da maior quantidade de demandas: 4. N o s dem ais m inutos, a pesqui­
sadora oscilou a apresentação de dem andas entre 2 e 3.

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A Tabela 8 apresenta dados do programa de treinamento oferecido


à ENF, sobre princípios básicos da A nálise do Com portam ento (A pêndice).
O treinamento ocorreu durante oito encontros. Entre os dados observados na
referida tabela, há relatos importantes de ENF, com o: “N ossa, agora vai ser
difícil mesm o: a gente tá viciado a dar atenção para os com portam entos e s­
quisitos deles".

Tabela 8 - Treinamento ENF em princípios básicos da Análise


do Comportamento

o $ :

INDEX
§■:lr:: <>• P r á tic a d o co n ­ R elato » v e rb a is
ou í C o n te ú d o T arefas
.- pE*3■■■iGMâ te ú d o ENF
:;gjfl;; :

1* lh 0 que é Pesquisas para a EN F participa 'Nossa, c tudo que


coniporta- qualidade de vida ativam ente estam os precisan­
rncnlo das pessoas do treinam ento do aqui!"

2~ lh C om porta­ Exercícios para Realizações de 10 “ A gora vejo que a


m ento pú­ identificação de exercícios: seis gente não entende

BOOKS
blico e classes com porta- acertos e quatro eles, pois mais se
privado mentais que foram corrigi­ com portam de
dos m odo privado do
que a gente vê” .
3" lh A tenção Exercícios práticos Realizados três “Vixe, a gente dá
social e suas com dados da exercícios: dois atenção m esm o é
consequên­ observação direta corretos; um par­ pros delírios e
cias sobre o da pesquisadora e cialm ente correio. alucinações, por
com porta­ de FNF Falhas corrigidas pura ignorância.

4« lli
m ento

Reforçado-
GROUPS
E:\ercicios práticos Realizados seis
quando querem os
o contrário!"
“ Vejo agora que
res positivos com as observa­ exercícios: acertou estam os reforçan­
e reforça do­ ções diretas de cinco c apresentou do tudo errado.
res negati­ ENF falhas em uni. Tem os que corri­
vos Falhas corrigidas gir".
5S lh Punição Coleta de dados de Realizados oito “Nossa, tudo que
positiva e observação direta exercícios: seis mais fazemos é
punição e análise das con­ acertos e duas punir. Mas não c
negativa sequências falhas. Falhas isso que quere­
corrigidas mos” .

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P rática d o con ­ R elatos verbais


C onteú do
teú d o
Tarefas

6- lh Extinção e Observação direta Realizados quatro "Nossa, agoru vai


revisão de de interações na exercícios com os ser difícil mesmo:
conteúdo instituição; análise dados de observa­ a gente tá viciado
ministrado dos dados obser­ ções. Correção a dar atenção para
vados sim u ltân ea os comportamen­
tos esquisitos
deles'".

INDEX
7e lh Modelagem Passos para des- Foram realizados ”A imitação é
e modelação envolver os com­ dois exercícios de muito mais fácil
portamentos de modelagem e dois do que a modela­
higienização; de modelação. gem. Que difícil é
definição de um Correção simultâ­ a modelagem!"
modelo “engolir o nea
remédio"
8“ lh Treino para Exercícios aplica- Dois exercícios “Me scnli cm casa
identificar dos com dados das com texlo impres­ com esse conteú­

BOOKS
falas apro- sessões do l ü so; dois exercícios do, pois é tudo que
priadas e delineamento com texlo na tela aqui observamos”.
falas ina- do notebook
propriadas

A s Figuras de número 27 a 32 apresentam os resultados obtidos com


o delineam ento de reversão-replicação, em relação às linhas de base (primeira
c segunda) e às fases de intervenção (aplicação, replicação) e follow-up, dc

GROUPS
P ie de P2, respectivamente.
N a Figura 27, na primeira linha de base, é possível observar os per­
centuais de falas apresentados por P l: FA, F1 e RV. A s FA apresentaram os
menores resultados: variando entre 4% e 6 %. Já as RV demonstraram oscila­
ção: 14%, 7%, 10% e 10%, enquanto as F1 alcançaram os maiores percentuais:
82%, 8 8 %, 85% e 84%, respectivam ente. Porém, na fase de intervenção B |,
entre as sessõ es 5~ e 8 \ verifica-se uma inversão de percentuais nos três tipos
de falas. A s RV apresentaram os m enores valores, variando entre 0%, 3%,
10% e 4%. Os m aiores resultados são observados nas FA, ainda que com
oscilações em seus percentuais superiores a 74%.

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INDEX
Figura 27 - Percentuais de FA, Fl e RV apresentados por P1
durante as fases de linhas de base, as fases
de intervenção (Bi): reforçamento diferencial

BOOKS
alternativo mais extinção e a fase de follow-up

Na Figura 27, as 9^ e 103 sessões destacam os resultados obtidos com


a segunda linha de base, quando houve a retirada dos procedimentos de inter­
venção aplicados na fase anterior (D R A para FA e EXT para Fl e RV). Verifí-
ca-se que a retirada da intervenção produziu um efeito de aumento das Fl, que
oscilaram entre 43% e 73%. Já as RV reduziram de 8 % para 6 %. Também
houve redução das FA: de 49% para 21%. Na fase de replicação das interven­

GROUPS
ções, entre as sessões 11- e 14a, nota-se aumento das FA, entre 58% e 87%, e
redução tanto das Fl, de 32% para 6 %, quanto das RV, de 10% para 7%.
Durante a fase de follow-up (15a e 16a sessões), observa-se que PI
passou a apresentar aumento relevante das Fl: de 57%, na 15a sessão, para
62%, na 16-. Já as FA apresentaram redução de 32% na 15a sessào para 19%
na 163. A s RV, que na 15- sessão apresentaram o percentual de 11%, avança­
ram para 19% na 16- sessão.
Pela Figura 28 é possível analisar os resultados da fase de interven­
ção B 2. D estaca-se que os dados das fases de linha de base (primeira e se ­
gunda), assim com o da fase de follow-up já foram analisados anteriormente,
0 que favorece, n esse m om ento, a análise apenas dos dados da intervenção,
tanto na aplicação quanto na replicação, em relação ao P I .

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INDEX
Figura 28 - Percentuais de FA, Fl e RV apresentadas por P1
durante as fases de linha de base, fases de
intervenção B2: reforçamento diferencial

BOOKS
alternativo mais extinção e de follow-up

Os dados apresentados entre as 5- e 8 - sessões mostram que as FAs


obtiveram os m aiores resultados: 82% , 85%, 87% e 79%. Ainda que a última
sessão dessa fase tenha apresentado o menor valor em relação às dem ais
sessões, o resultado foi muito superior, se considerados os outros tipos de
falas. Já as FI reduziram -se, em relação à primeira linha de base: variaram
entre 15% e 8 %; e as RVs, que iniciaram essa fase com 3% de ocorrência, ao
final alcançaram 1 2 %.
GROUPS
Durante a replicação das intervenções, ocorrida entre as l l n e 14â
sessões, com o destaca a Figura 28, as FA aumentaram de 69% para 87%,
enquanto as FI apresentaram uma redução de 19% para 5% e as RV de 12%
para 8 %.
A Figura 29 apresenta os resultados obtidos com a intervenção B 3,
em relação ao P l , já consideradas as análises de ambas as linhas de base e a
fase d efollow-up, anteriormente realizadas. Entre as 5~ e 8 ~ sessões, observa-
-se um aum ento das FA: na 5~ sessão, de 89% e, na 8 a, de 78%. Por outro
lado, as FI, que na 5~ sessão alcançaram o percentual de 8 %, aumentaram
para 11%. A s R V s apresentaram um acréscim o que variou de 3% a 11%,

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INDEX BOOKS GROUPS: perpetuando impressões!

Ainda que as Fls e RVs tenham apresentado crescim ento, seus percentuais
ficaram muito abaixo daqueles obtidos pelas FA.
Na Figura 29, a partir da 1 Ia sessão, observam -se os resultados al­
cançados com a replicaçào da intervenção B 3. Por m eio deles é possível ob­
servar que as FA, que haviam sido reduzidas na segunda linha de base (9- e
10- sessões), portanto, na retirada do D RA para as FA e da EXT para as FI e
RV, voltaram a apresentar m aiores percentuais de ocorrência: entre 77% e
85%. O bserva-se, ainda, que entre as 12- e 13- sessões houve uma pequena
redução nas FA: 74% e 75%, respectivam ente.
Pela Figura 29 é p ossível observar, também, a redução das falas
inapropriadas durante a fase de replicação do reforçamento diferencial e da

INDEX
extinção. Os dados demonstram que as FI reduziram -se de 12% para 5% e
que as RV também apresentaram um ligeiro aum ento em relação à segunda
linha de base: 11%, 10%, 8 % e 10%, respectivam ente. V erifica-se, também,
uma inversão de percentuais na fase d e foilow-up.

BOOKS
GROUPS
Figura 29 - Percentuais de FA, FI e RV apresentadas por P1
durante as fases de linha de base, fases de
intervenção B3: reforçamento diferencial
alternativo mais extinção e de follow-up

N a Figura 30, as primeiras quatro sessões mostram os dados da pri­


meira linha de base, com as quais é possível observar os percentuais de falas

INDEX BOOKS GROUPS: perpetuando impressões!


INDEX BOOKS GROUPS: perpetuando impressões!

apresentadas por P2: FA, FI e RV. Os maiores resultados foram obtidos com as
FI, pela ordem de aplicação das sessões: 84%, 57%, 78% e 67%. O segundo
lugar de resultados mais elevados é observado com as RV: 11%, 30%, 15% e
25%. Portanto, os menores percentuais ficaram com as FA: 5%, 13%, 7% e
8 %. Ainda que observando uma variação nos percentuais dos três tipos de falas,
verifica-se que as falas inapropriadas, FI e RV, foram superiores às FA. N ota-se
que foi na 2ã sessão dessa fase que as FI reduziram-se em relação à Ia sessão, ao
tempo em que as RV apresentaram uin aumento relevante, igualmente em rela­
ção à l ã sessão. Dado semelhante também é observado em relação à FA: de 5%,
na \~ sessão, aumentou para 13%, na 2- sessão. Já a fase de aplicação de B t,
com o demonstra a Figura 30, ocorrida entre as sessões 5a e 8 -, uma relevante
inversão de percentuais nos três tipos de falas é observada.

INDEX
BOOKS
GROUPS
Figura 30 - Percentuais de FA, FI e RV apresentadas por P2
durante as fases de linha de base, fases de
intervenção reforçamento diferencial
alternativo mais extinção e de follow-up

A inda de acordo com a Figura 30, as FA apresentaram um aumento


crescente: de 58% para 91%, consideradas as quatro sessões. Mas foi na 1~
sessão o maior percentual de ocorrência: 94%. Já as FI reduziram-se de 26%
para 4%. E as RV abaixaram de 16% para 5%. Porém, na segunda linha de
base, na qual houve a retirada dos procedim entos de intervenção, verifica-se
que as FI apresentaram os seguintes resultados: 62% e 50% de ocorrência,

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respectivamente, ao tem po em que as RV aumentaram de 8 % para 34% e as


FA reduziram-se de 30% para 16%. Mas durante a replicação dos procedi­
m entos de intervenção, previstos para essa fase, Bi, observa-se um importante
aumento das FA: de 65% para 85%. Verifica-se, também, uma redução das F!
de 22% para 9%. E em relação às RV, observa-se que essas decresceram de
13% para 6 %. E possível, também, analisar que, dentre os três tipos de falas,
FA, F1 e RV, a que apresentou maior frequência foi RV: 42% e 54%. A s FI
apresentaram a segunda maior frequência, 41% e 35%, enquanto as FA apre­
sentaram as menores: 17% e 11%. Porém, foram superiores às frequências
observadas com esse tipo de fala na primeira linha de base.

INDEX
BOOKS
Figura 31 - Percentuais de FA, FI e RV apresentadas por P2

GROUPS
durante as fases de linha de base, fases de
intervenção B2: reforçamento diferencial
alternativo mais extinção e de follow~up

A Figura 31 apresenta recursos para a análise dos resultados da


fase de intervenção B2, conquistados por P2. E importante destacar que os
dados das fases de linha de base (primeira e segunda), assim com o os do
follow-up já foram analisados anteriormente, o que favorece, a partir desse
m om ento, a análise apenas dos dados da intervenção tanto na aplicação
quanto na replicação, em relação a esse participante.
De acordo com a Figura 31, os dados obtidos com a aplicação da in­
tervenção revelam que P2 apresentou maior ocorrência de FA. Assim, os dados

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observados entre as 5- e 8 - sessões apontam que as FA obtiveram os maiores


resultados: iniciaram com 82%, valor que se repetiu nas duas primeiras sessões,
avançaram para 95%, na 3- sessão, chegando à última sessão dessa fase com
85% de ocorrência. Já as FI reduziram-se, em relação à primeira linha de base,
com uma variação entre 13%, 13%, 0% e 7%, enquanto as RV aumentaram de
5% para 8 %. Em relação à replicação das intervenções, dados apresentados
entre a 1 Ia e a 14a sessões, as FA aumentaram de forma relevante de 70% para
85%, enquanto as F1 reduziram de 18% para 10% e as RV de 12% para 5%.
Já a Figura 32 apresenta os resultados obtidos por P2 durante a inter­
venção B3. Salienta-se que já foram consideradas as análises de ambas as linhas
de base e follow-up , anteriormente feitas. Pela figura é possível observar que as
FA, na fase de aplicação da intervenção, apresentaram os maiores resultados,

INDEX
entre 8 6 % e 89%. Por outro lado, as FI oscilaram entre 9%, 9%, 6 % e 9%. Já as
RV apresentaram o seguinte resultado: 5%, 5%, 6 % e 2%, respectivamente.
Observa-se ainda, nessa figura, que os resultados da replicação da intervenção
apontam a inversão dos resultados das falas, se consideradas as sessões da se­
gunda linha de base: as FA avançaram (76%, 87%, 87%) e registraram na 14a
sessão o percentual de 8 6 %. Já as FI oscilaram entre 16%, 8 %, 8 % e 10%. En­
quanto os dados obtidos com as RV demonstram redução importante ao longo
das quatro sessões da replicação da intervenção B 3: dc 8 % para 4%.

BOOKS
GROUPS

Figura 32 - Percentuais de FA, FI e RV apresentadas por P2


durante as fases de linha de base, fases de
intervenção B3: reforçamento diferencial
alternativo mais extinção e fase de follow-up

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A Tabela 9 e a Tabela 10 destacam a quantidade diária de m edica­


m entos prescritos aos participantes desta pesquisa, PI e P2, respectivam ente,
nos m eses de outubro e dezem bro de 2 0 1 1 e no período de janeiro a março
de 2 0 1 2 .

Tabela 9 - Histórico diário de medicamentos prescritos ao P1


entre outubro de 2011 e março de 2012

Manhâ Tarde Noite


A nticolincrgico e antiparkinsoniano 2mg 2mg 2ing
A nticonvulsivante 100m g lOOmg

INDEX
-
A m iconvulsivante e antim aníaco 200mg 200m g 200m g
I0m g 1Omg lOmg
A ntipsicótico
lOOmg - lOOmg
lOmg lOmg lOmg
A nticolinérgico e antiparkinsoniano 2mg 2mg 2mg
A nsiolítico 2mg - -
A nticonvulsivante lOOmg - lOOmg

BOOKS
A nticonvulsivante e anlim aníaco 200mg - 200m g
1Omg 1Omg lOrng
50mg . 5 Omg
A ntipsicótico
lOmg - 1Omg
lOgts - -
A nticolinérgico e antiparkinsoniano 2mg 2ing 2m g
A nsiolítico 2mg - -
A nticonvulsivante
GROUPS
A nticonvulsivante e antim aníaco
lOOmg
200mg
1Omg
-
-
lOmg
lOOmg
200m g
lOmg
50mg . 5 Omg
A ntipsicótico
1Omg - 1Omg
lOgts - -
A nticolincrgico c antiparkinsoniano 2mg 2mg 2mg
A nsiolítico 2 mg - -
A nticonvulsivante lOOmg - lOOing
A nticonvulsivante c antim aníaco 200mg - 200m g

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Grupo M anhâ Tarde


10mg lüing lOmg
50m g 50m g
A ntipsicótico
10mg _ 1Omg
lOgts - -
A nticolinérgico e antiparkinsonian« 2 mg 2mg 2m g
A nticonvulsivante lOOmg - 1OOmg
A nticonvulsivante e antim aníaco 200nig - 200m g
5 mg 5 mg 5 mg
A ntipsicótico 2 5 mg - 25m g

INDEX
10mg - 1Omg

Tabela 10 - Histórico diário de medicamentos precritos ao P2


entre outubro de 2011 e março de 2012

Grupo Manhã Tarde Noite

BOOKS
A nticonvulsivante e antim aníaco 200m g - 200m g
A nti-hipertensivo 5 Omg - 5 Omg
A nti-hipertensivo e diurético 25 mg - 2 5 mg
A nti-histam ínico - 25m g 2 mg
A nticonvulsivante 1OOmg - 1OOmg
lOmg - 1Omg
A ntipsicótico
1OOmg - 1OOmg

A nti-hipertensivo GROUPS
A nticonvulsivante e antim aníaco

A nti-hipertensivo e diurético
200mg
5 Omg
2 5 mg
-
-
-
200m g
5 Omg
2 5m g
A nti-histam ínico - 25 mg 2nig
A nticonvulsivante lOOmg - lOOmg
lOmg - lOmg
A ntipsicótico
lOOmg - 1OOmg
A nticonvulsivante e antim aníaco 200m g - 2 OOmg
A nti-hipertensivo 50mg - 5 Omg
A nti-histam ínico 2 5 mg 25m g 2 5 mg

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Manhã Tarde Noite


A nti-hipertensivo e diurético 2 5 mg - -
A nticonvulsivante lOOmg - lOOmg
lüm g lOmg lOmg
A ntipsicótico lOOmg 1OOmg lOOmg
lOgts - -
A nticonvulsivante e antim aníaco 200nig - 200m g
A nti-hipertensivo 50mg - 50mg
A nti-histam ínico 25mg 25m g 25m g
A nti-hipertensivo e diurético 2 5 mg - -

INDEX
A nticonvulsivante lOOmg - lOOmg
lOmg lOmg lOmg
A ntipsicótico
lOOmg 10Omg lOOmg
A nti-hipertensivo 50mg - 50m g
A nti-histam ínico 25 mg 25m g 25m g
A nti-hiperlensivo e diurético 40m g - 40m g
A nticonvulsivante lOOmg - -

BOOKS
lOmg 5mg 5mg
A ntipsicótico
1OOmg lOOmg

Os dados evidenciados em ambas as Tabelas 9 e 10 indicam que o


tratamento dispensado às pessoas que recebem o diagnóstico de esquizofre­
nia pressupõe, ainda que com variações em relação ao grupo de fárm acos,
diferentes tipos de m edicam entos durante a intervenção biológica, assim

GROUPS
com o diferentes doses ao longo do dia: manhã, tarde e noite.
N essas tabelas também são apresentados o grupo e a variação das
doses ao longo dos três períodos do dia de cada um dos m edicam entos in­
cluídos no tratamento dos participantes desta pesquisa, ao longo de cinco
m eses.

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INDEX
BOOKS
GROUPS

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DISCUSSÃO

O presente estudo con d uziu, in icialm ente, uma avaliação fu n ci­


onal para identificar uma série de even to s que antecederam e con seq u en -

INDEX
ciaram as respostas verbais inapropriadas de duas p esso a s, PI e P2, com
o d ia g n óstico de esqu izofren ia. Para essa finalidade, foram aplicadas en ­
trevistas de avaliação funcional com os m em bros da equipe m ultiprofis-
sional e avaliação por o b serv a çõ es diretas d os com portam entos-problem a
no am biente institu cional, onde os participantes residiam e recebiam tra­
tam ento.
Para com plem entar o p rocesso de avaliação funcional, cuja e s ­
trutura é tam bém a de um experim ento (Iwata & D ozier, 2008; O ’N eil et

BOOKS
al., 1997; Martin & Pear, 2 0 0 7 /2 0 0 9 ), foram m anipuladas diferentes c o n ­
d ições de atenção , de demanda , de controle e de sozinho , por m eio do
delineam ento de m últiplos elem en to s (Iwata et al., 1 982/1994). E ssas c o n ­
d ições, ainda que com algum as variações, prim eiram ente foram d e se n v o l­
vidas por Iwata et al. (1 9 8 2 /1 9 9 4 ) para estudar o com portam ento de auto-
lesão, apresentado por crianças com o d iagn óstico de autism o e atraso no
d esen volv im en to .
D esse m odo, no presente estudo, os participantes foram expostos

GROUPS
a uma série de co n d içõ es em que even tos antecedentes e consequentes fo ­
ram sistem aticam ente m anipulados, enquanto os seus efeitos sobre as FA,
FI e RV eram observados. E. m ediante a identificação d esses agentes con ­
troladores e m antenedores, tornou-se p o ssív el, tam bém , falar em con fiab i­
lidade, uma vez que as afirm ações, aqui apresentadas, foram elaboradas
com base em observação e registro desses fenôm enos no ambiente natural
dos participantes.
A Tabela 11 demonstra as condições experim entais que controla­
vam as respostas verbais dos dois participantes do presente estudo.

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Tabela 11 -Operações e funções para as respostas verbais


inapropriadas dos participantes

O p e r a ^ s j t f o t iv a - F un ções d as FI e R V C onsequências

Privação de atenção Obter a atenção (e.g., de membros Reforçamento positivo


da equipe; dc visitantes; de fami­
liares)
Privação de tangíveis Obtenção de tangíveis (e.g., ci- Reforçamento positivo
■::r:: p:;; ■:J:!i:ri:[i;;:mÍ:i;::Q! Ií ;i:;i li ;!e IíÍSÍ S l l iihSi::-

Privação de eventos Obter privilégios (e.g., passeios) Reforçamento positivo

INDEX
sociais
Estimulação aversiva Escapar de demandas ínstítucio- Reforçamento negativo
nais (e.g., adiar banhos; eliminar
tarefas)

Em relação aos eventos que antecederam (e.g., operações m otiva­


doras) e controlaram as respostas verbais dos participantes, os dados do pre­
sente estudo apontaram que a privação de atenção de terceiros, própria de

BOOKS
ambientes institucionais, pode funcionar com o vigorosas operações m otiva­
doras. Os resultados não deixam dúvidas de que as respostas verbais dos
participantes mudavam com o resultado da m anipulação dessas operações.
E specificam ente porque a em issão de falas inapropriadas (e.g., FI e
RV), com o observado nos resultados obtidos tanto com PI quanto com P2,
permitia a eles a obtenção de atenção social, assim com o a obtenção de tan­
gíveis ou de algum tipo de privilégio dentro da instituição. Também foi p os­
sível verificar que, diante de estim ulação aversiva (e.g., tomar banho; h ig ie­

GROUPS
nizar a boca), as FI/RV permitiam o escape ou a fuga das referidas tarefas
instruídas. C om o consequências de suas respostas verbais, PI e P2 escapa­
vam de dem andas institucionais.
"Nesse ponto, o presente estudo demonstrou que a m anipulação des­
sas variáveis funcionou com o um poderoso m étodo para reduzir as FI e RV e
aumentar as ocorrências das FA. isso porque, operações m otivadoras, com o
as variações das condições de atenção social, condição de demanda , condi­
ção de sozinho e condição de controle para o estudo das FA, FI e RV foram
implementadas. Quanto aos seus efeitos, foi observado o que esses tipos de
respostas verbais, de PI e P2, produziam -lhes; obter reforçadores, eliminar,
minimizar ou adiar tarefas difíceis e, até m esm o, escapar de estím ulos aver-
sivos (Martin & Pear, 2007/2009).

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Para aumentar as classes de respostas verbais apropriadas (F A ) e


diminuir as classes de respostas verbais inapropriadas (FI e RV), apresenta­
das por ambos os participantes, por ocasião da aplicação do delineam ento
experimental de reversão-replicação, foi usado o D R A . De acordo com Mar­
tin e Pear (2 0 0 7 /2 0 0 9 ), o DR A será eficaz quando usado o reforçador que
estava mantendo o comportam ento indesejado. Por m eio dessa intervenção,
quando a atenção social foi retirada para as respostas verbais inapropriadas
(FI e RV) e disponibilizada para as respostas verbais apropriadas (FA ), o
efeito produzido, com o demonstram as figuras sobre as diferentes fases de
intervenção (com a pesquisadora [BiJ, com a pesquisadora mais ENF [B 2] e
apenas com ENF [B^]), os resultados obtidos não deixam dúvidas quanto à
eficácia dos procedim entos adotados.

INDEX
Sob o efeito do reforçam ento diferencial de respostas verbais alter­
nativas, houve relevante aumento da frequência de ocorrência de FA, ao
passo que, sob o efeito da extinção para as Fí e as RV, se observou uma
drástica dim inuição em suas ocorrências. Mais uma vez os resultados do
presente estudo corroboram dados da literatura (Britto et al., 2006; D eL eon
et al., 2003; D ixon et al., 2001; Lancaster et al., 2004; Santana, 2008; W ilder
et al., 2 0 0 1 ).
C om o advento da análise funcional (experim ental) em am bientes

BOOKS
naturais, a relevância das operações m otivadoras (Faraway et al., 2003;
M ichael, 2 0 0 0 ) para as FA, FI e R V , em contextos institucionais, tom ou -se
evidente. N e sse sentido, M arcon e Britto (201 1b) afirmam que o valor re­
forçador da atenção social pode ser influenciado por operações m otivad o­
ras cstabelecedoras, e que estas evocariam com portam entos-problem a.
A ssim com o nos vários estudos já realizados (Britto et al., 2010;
D eLeon et al., 2003; D ix o n et al., 2001; Lancaster et al., 2004; Santana,
2008; W ilder et al., 2001), bem co m o no presente estudo, a análise fu n cio­

GROUPS
nal (experim ental) tem favorecid o a produção de resultados relevantes
sobre as respostas verbais de p esso a s com o d iagn óstico de esquizofrenia.
N a q u eles e neste estudo, as falas inapropriadas dos participantes ocorre­
ram, com m aior frequência, nas co n d içõ es de atenção e de demanda e.
com m enor frequência, na con d ição controle. Porém , não ocorreram na
condição de sozinho (Britto et al., 2 010; D eL eon et al., 2003; D ixon et al.,
2001; Lancaster et al., 2 004; M arcon & Britto, 2011a; Santana, 2008;
W ilder et al., 2 0 0 1 ).
A ssim é que a análise funcional (experim ental) tem sido aplicada a
uma ampla faixa de com portam entos-problem a apresentados por pessoas
com os m ais diferentes d iagnósticos dentro das psicopatologias (Britto,
2012). E com o demonstram os resultados do presente estudo, a avaliação

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funcional foi útil durante a investigação. A s inform ações obtidas permitiram


identificar os eventos antecedentes e consequentes que afetavam as ocorrên­
cias das FA, FI e RV em itidas por PI e P2, assim com o nelas intervir, bus­
cando o seu controle.
D estaca-se que os resultados obtidos com PI e P2 corroboram os
achados da literatura. Porém, com P2, embora as falas inapropriadas tenham
ocorrido nas subcondições de atenção média e de máxima, não houve o re­
gistro d esse tipo de fala na subcondição de atenção mínima. Outro dado que
m erece destaque - e que parece contrariar aqueles obtidos por D ixon et al.
(2001), W ilder et al. (2001), D eLeon et al. (2 0 0 3 ), Lancaster et al. (2004),
Santana (2 0 0 8 ), Britto et al. (2 0 1 0 ) e Marcon e Britto (2011 a), nos quais a
maior frequência de F1 foi observada na condição de atenção - é que, com

INDEX
P2, o maior registro desse tipo de fala ocorreu na condição dc demanda.
É p ossível que, em am bientes institucionais sim ilares ao am biente
onde esta pesquisa desenvolveu -se, seja com um a um observador atento no­
tar o quanto as falas inapropriadas, ora definidas com o F1 e RV, permitem a
fuga ou o adiam ento de dem andas. A alta frequência verificada na condição
de demanda com P2 ratifica os resultados dem onstrados nos estudos epidc-
m iológicos conduzidos por Iwata et al. (1 9 9 4 ), A sm us et al. (2 0 0 4 ), G eiger

BOOKS
et al. (2 0 1 0 ), dentre outros. N aqueles estudos, assim com o os achados do
presente, ficou demonstrado que a fala inapropriada, mantida pela fuga de
demandas, foi a resposta mais prevalente.
D e todo m odo, tanto naqueles quanto neste estudo, as falas inapro­
priadas de pessoas com o d iagnóstico de esquizofrenia, ainda que com algu­
mas variações, foram controladas por m últiplas condições: seja para obter a
atenção (e.g., reforçamento positivo), seja para escapar de demandas (e.g.,
reforçamento negativo). Daí afirmar-se-ia que o com portam ento m ais com ­

GROUPS
plexo de pessoas com o diagnóstico de esquizofrenia possui m últiplas fontes
de controle (Langthom e & M cG ill, 2009; M cG il, 1999; Smith & Iwata,
1997; W ilder & Carr, 1998, dentre outros).
Por conseguinte, resultados com o os que aqui estão sendo discuti­
dos sugerem que futuros pesquisadores atentem -se para essas múltiplas fon­
tes de controle de com portam entos-problem a apresentados pelas pessoas,
inclusive aqueles que favorecem o diagnóstico de esquizofrenia, sob pena de
não se observar resultados relevantes para o controle desses tipos de com ­
portamentos advindos de programas de intervenção propostos (Isaacs et al.,
1964; Miranda & Britto, 201 1; O 'N eil et al., 1997; dentre outros).
Há na literatura d iscu ssões cujos argum entos defendem que a aten­
ção social, por efeito de uma OM (M arcon & Britto, 201 lb ), pode ter adqui­

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rido valor reforçador. Isso favorece a ocorrência das falas inapropriadas: se a


atenção social é escassa, insta la-sc unia condição de privação de atenção
(OM ), o que altera a efetividade da atenção social. Posto isso, a atenção so ­
cial torna-se um potente reforçador. Marcon e Britto (2011b) destacam a
importância das OM e da atenção social com o eventos relevantes para o e s­
tudo de falas inapropriadas de pessoas com o diagnóstico de esquizofrenia.
Salientam , ainda, que o pouco a cesso à atenção, fato com um em am bientes
instituicionais, funciona com o uma OM , que estabeleceria a atenção com o
um reforçador e, assim , evocaria quaisquer respostas que, no passado, pro­
duziram atençào.
M ichael (2000) dem onstrou a necessidade de se estudar, experi­
mentalm ente, as operações de reforçam ento para casos especiais de com -

INDEX
portam entos-problem a com o eventos antecedentes que alterariam a efetiv i­
dade reforçadora das consequências com portam entais. Por sua vez, esses
reforçadores corresponderiam ao efeito de uma O E. O conceito de OE, pro­
posto por M ichael (1982, 1993. 2000), e, posteriorm ente, refinado para OM
(Laraway et al., 2003), tom ou-se cada vez mais presente nas aplicações da
área analítico-com portam ental, por exercer influência sobre a eficácia de
qualquer intervenção que envolva a m anipulação das consequências.
N e sse sentido, os resultados obtidos pelo presente estudo, por

BOOKS
m eio da m anipulação das co n d içõ es de atenção e de demanda , demonstra­
ram que o valor reforçador, seja pela busca de atenção, seja pelo escape de
dem andas, foi alterado por efeito s de uma OM . E sses resultados confirm am
o que já foi atestado por Langthorne e M cG ill (2 0 0 9 ), M cG ill (1 9 9 9 ),
Sm ith e Iwata (1 9 9 7 ). D estaca-se, portanto, a im portância das intervenções
baseadas em estratégias de avaliação funcional para se investigar as in­
fluências dos even tos antecedentes, e não apenas d os eventos consequentes,
sobre as desordens com portam entais, resultados obtidos em outros estudos

GROUPS
com o de Iwata e D ozier (2 0 0 8 ), M cG ill (1 9 9 9 ), O 'N eil et al. (1 9 9 7 ) e
Smith e Iwata (1 9 9 7 ).
As entrevistas de avaliação funcional, realizadas com a equipe
m ultiprofissional da instituição, favoreceram conhecer a função dos com -
portam entos-problem a apresentados por seus internos. C om o advertem
O 'N eil et al. (1 9 9 7 ), conversar com as p essoas que conhecem aquelas que
apresentam o comporta m ento-probl em a é cond ição fundamental para se
conduzir uma análise funcional. P rocedim ento esse necessário para se
identificar os agentes controladores e m antenedores do com portam ento-
-alvo. Só assim será p o ssív el selecionar e aplicar um programa de interven­
ção eficien te para a m od ificação d esse padrão de respostas (Martin & Pear,
2 0 0 7 /2 0 0 9 ; O ’N e il, 1997).

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A o térm ino dessa etapa, h o u v e a observação direta, quando os


eventos antecedentes e con seq uen tes dos com portam entos-problem a dos
internos foram registrados, com a finalidade de se conhecer o padrão com -
portamental não apenas destes, co m o tam bém da equipe m ultiprofissional
para com eles. A im portância dessa etapa foi exatam ente a de confrontação
entre os dados obtidos por m eio das entrevistas de avaliação funcional,
com os profission ais da instituição, e os dados da observação direta. A lém
disso, esses resultados permitiram selecion ar as cla sses de com portam en-
tos-alvo para o programa de intervenção. Iwata e D ozier (2 0 0 8 ), Martin e
Pear (2 0 0 7 /2 0 0 9 ), O 'N eil et al. (1 9 9 7 ), dentre outros, chegaram a co n clu ­
sões sem elhantes.

INDEX
A lguns fatos nos am bientes institucionais m erecem destaque. Du­
rante as sessõ es dc observação direta, desenvolvidas em vários am bientes da
instituição onde esta pesquisa foi realizada, quando das atividades rotineiras
dos internos, inclusive dos participantes deste estudo, houve coleta de dados
relevantes. Foi p ossível observar, por exem plo, que PI entrou no refeitório,
desconsiderou a fila, direcionou-se ao balcão onde uma auxiliar de cozinha
servia a refeição. Um interno reclam ou e ele respondeu “Sou Juscelino Ku-
bitschek”, “Sou autoridade... e, com o autoridade, não entro em fila”, en­
quanto gritava e batia a mão no balcão. E sses com portam entos despertaram

BOOKS
atenção de terceiros: a auxiliar im ediatam ente o serviu e falou “Essa é a úni­
ca forma de controlá-lo, isto é, servindo-o antes de todos, pois senão, ele fica
muito nervoso” .
Em outro m om ento, uma auxiliar de enferm agem chamou PI para
tomar banho, uma vez que este havia acordado todo m olhado de urina. Ele
respondeu que não iria se banhar: “Já tom ei o meu banho, pois já despachei
do Palácio da Alvorada. Vou receber Jesus Cristo agora para o café: vou ao
refeitório. Pegue cigarros. Jesus Cristo vai querer fumar. Ele sabe que sou o

GROUPS
dono da Souza Cruz” . A auxiliar insistiu pegando-o p elo braço, ao tem po em
que ele gritou: “V ocê tem que m e respeitar: sou filho do JK e vou acom pa­
nhar meu pai agora”, m om ento em que esmurrou a parede. A profissional
comentou: “Ele hoje tá nervoso... ele quer é café e cigarro. M elhor ele ir para
o refeitório. Ele vai acalmar”.. Ele se voltou para a profissional e, então,
determinou: “ Pega cigarros para m im , pois Jesus Cristo de Jacarandá quer
dos cigarros que produzo” (olhando para o bolso desta, onde havia uma car­
teira de cigarros). Ela retirou um cigarro do bolso e lho entregou.
T am bém o com portam ento desorganizado foi observado no pátio
da instituição. Por exem plo, P2 andava alternando os m ovim entos de per­
nas e braços, co m o se b u sca sse equilibrar-se em uma corda suspensa. D e
repente parava, m antendo o pé esquerdo susp en so e o pé direito apoiado

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ao chão, e os braços em m ovim entos. Em ato contínuo, paralisava o m o ­


vim ento dos braços, m antendo o direito para frente e o esquerdo para trás,
em um ângulo de aproxim adam ente 45 graus, e assim perm anecia por
alguns m inutos.
Outras classes de respostas foram observadas tia sala de terapia
ocupacional. P2 entrou na sala fum ando e um dos profissionais sinalizou-lhe
não poder fumar ali. P2 continuou a fumar, ao m esm o tempo que apresenta­
va ruídos verbais. Então passou a comportar-se assim: ora colocava uma mão
na cabeça e a outra apontando para frente, de olhos abertos; ora olhava para
cima; ora com eçava a andar e parava no m eio do cam inho; ora fechava os
olhos, de pé, sem m ovim ento por alguns minutos; ora sentava-se à m esa com
revista e, m esm o com um cuidador colocando uma revista à sua frente, sem i-

INDEX
cerrava os olhos e assim ficava; ora sentava-se em um banco e passava a
emitir sons com o se estivesse dormindo/roncando, porém com os olhos
abertos, sem m ovim entar-se. Daí a pouco andava sem pre caminhando em
direção a outro ambiente, quando passava a emitir ruídos verbais com o se
estivesse resmungando. N esse m om ento, deixava a sala e acendia um cigar­
ro. Isso se repetiu durante 50 m inutos, tem po em que consum iu oito cigarros.
Em seguida, no pátio, sozinho, P2 fum ou e com portou-se sem nenhuma rigi­
dez ou estereotipia.

BOOKS
A análise dos dados descritivos destaca que as falas inapropriadas,
apresentadas por PI (Tabelas 3 e 5), denotaram poder político, empresarial,
jornalístico e cultural, dentre outros. A lém de sem pre terem ocorrido em
ambientes co letivos, indicando a função de obtenção de atenção de terceiros
e de conquista de consequências reforçadoras. E sses dados corroboram Lin-
desley (1 9 5 9 ) que concluiu serem as respostas “psicóticas vocais” controla­
das por reforçam ento diferencial positivo.
Os dados de PI (Tabelas 3 e 5) corroboram sua própria história de

GROUPS
vida (ver subseção “Participantes”, na seção “M étodo”). Esse participante
atuou em veícu los de com unicação social, nos quais foi reconhecido com o
profissional de com petência. N esse período, con viveu com autoridades polí-
tico-adm inistrativas, com o destacam os dados obtidos pelo presente estudo.
Já em relação ao P2 (Tabelas 4 e 6), verifica-se que os seus comportamentos
verbais eram afetados, especialm ente, quando a tem ática família era aborda­
da, bem com o quando demandas eram -lhe instruídas.
O bserva-se, tam bém , uma frequência relevante de falas in com ­
preen síveis, sussurros (R V ) apresentados por esse participante. Por c o n se ­
quência, vários dos entrevistados advertiram a pesquisadora a não in clu í-lo
neste estudo, salientando: “E le não fala nada. Faz apenas ruídos”; “Ele não
faz nada que a gente pede pra e le ” ; “ Ele fica apenas delirando e alucinan­

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do: não vai ajudar em seus estu d os” . Skinner (1956: 19 7 3 /1 9 7 9 ) já adverti­
ra ser esse tipo de com portam ento (e.g ., p sicó tico ) parle e parcela do co m ­
portam ento hum ano.
A o considerar essa advertência de Skinner (1956: 1973/1979), m o­
tivada por seus conhecim entos advindos das pesquisas no BRL (L indsley &
Skinner, 1954; Skinner, et al., 1954, dentre outros), e apenas olhando para as
contingências am bientais com as quais os participantes do presente estudo
interagiam, é possível descrever funcionalm ente seus com portam entos. Ora
apresentavam com portam entos de fuga, ora de esquiva, ora de busca de re-
forçadores esp ecífico s. E sses m esm os tipos de com portam entos já foram
descritos em estudos publicados na ampla literatura (A yllon & Azrin, 1978;

INDEX
A yllon & M ichael, 1964; A yllon & Haughton, 1962; Isaacs et al., 1964;
Lindsley & Skinner, 1954; L indsley, 1959; W ilder ct al., 2001).
A com preensão sobre vocalizações bizarras é objeto de estudo des­
de a década de 1930. Essas respostas têm sido analisadas tanto experim en­
talmente, quanto por m eio de intervenções clínicas, com o as descritas no
estudo d esen volvid o por Garcelán e Yust (1998). O manejo de contingências
em situações socialm ente estressoras e a m odelação de com portam entos
alternativos aos com portam entos de alucinar e delirar têm favorecido a com ­
preensão sobre essas classes de respostas, possibilitando a construção de uma

BOOKS
tecnologia diferenciada de intervenção e de controle, mediante avaliação
funcional (Britto et al., 2010; D eLeon et al., 2003; D ixon et al., 2001; Mar-
con & Britto, 2011a, 2011b; Skinner, 1969/1989, 1953/2000, 1981/2007;
W ilder et al., 2 0 0 1 , dentre outros).
Outras análises relevantes podem ser feitas com base nos dados do
presente estudo. Por exem plo, os profissionais apenas liberavam demandas,
mas não estabeleciam m odificações nem nas contingências, tam pouco nas
classes de respostas verbais inapropriadas. A ssim tam bém demonstraram os

GROUPS
estudos realizados por Isaacs et al. (1 9 6 4 ), Liberman et al. (1973), Rodrigues
e Bueno (2 0 0 9 ), Silva e Bueno (2 0 1 0 ), Wilder et al. (2001), dentre outros,
isso parece explicar a baixa frequência de adesão às atividades propostas
pela instituição. Para que efeitos contrários pudessem ocorrer, haveria a n e­
cessidade de se capacitar os cuidadores desses internos para aplicarem um
padrão com portam ental apropriado. A eficácia d esse recurso já foi com pro­
vada por A yllon e Haughton (1 9 6 2 ), Miranda e Britto (2011), Rodrigues e
Bueno (20 0 9 ), dentre outros.
Foi p ossível observar, tanto nos prontuários de P1 quanto nos de
P2, escassez de dados sobre suas histórias de vida (e.g., se casados ou não, se
possuíam filhos ou não, dentre outros aspectos históricos relevantes), esp eci­
almente, anteriores à sua hospitalização. Fato esse que requereu o envida-

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mento de esforços extras na busca desses eventos junto a familiares e outras


pessoas que tiveram contato com eles ao longo de suas vidas.
Outro importante resultado conquistado por este estudo foi por
m eio da a v a lia ç ã o p o r o b s e r v a ç ã o d ir e ta d o s r e la to s d e um p r o fis s io n a l d a
e q u ip e . Na realidade, esse era um resultado para ter sido coletado com a
entrevista de avaliação funcional, que estava sendo aplicada nos membros da
equipe m ultiprofissional da instituição, a fim de se identificar atividades,
horários e locais em que os com portam entos-problem a dos internos tinham
maior probabilidade de ocorrer.
A pesquisadora apresentou-se a esse profissional em seu consultó­
rio, em dia e horário por ele agendados, para seguir seu roteiro da entrevista
de avaliação funcional (A n exo 1). Foram-lhe apresentados os objetivos da

INDEX
pesquisa. Em seguida, o m édico, solícito, fez um breve relato de todos os
seus pacientes naquela instituição, informando, inclusive, o diagnóstico e a
forma de tratamento dispensada a cada um deles. Posteriormente a esse re­
passe de inform ações, a pesquisadora iniciou a coleta de dados. N o entanto,
ao com eçar a aplicação da entrevista, o profissional assim interveio: “V ou ler
que te ensinar o que é esquizofrenia. Ela é uma doença muita com plexa. N ão
é da área da psicologia. V ocê quer aprender?”. A essa indagação, a pesquisa­
dora respondeu assentindo com a cabeça de forma positiva. Os dados conti­

BOOKS
dos na Tabela 7 falam por eles m esm os.
Já os dados sum arizados na Tabela 8 dizem respeito ao treinamento
de ENF em princípios básicos da A n álise do Com portam ento, com a função
de que esse profissional adquirisse repertórios necessários à sua participação
cm duas das condições de intervenções do delineam ento de reversão-repli-
cação, seguido por fo llo w -itp ( B 2 e B 3). Esses dados ratificam a advertência
de Skinner (1 9 8 4 ), quando, enfaticam ente, ele concluiu que novas con se­
quências provocam mudanças no padrão com portam ental, ou seja, repertó­

GROUPS
rios são extintos e repertórios são reforçados. A análise dos dados apresenta­
dos na Tabela 8 demontra, ainda, que no 4e encontro, ENF relatou: “ Vejo
agora que estam os reforçando tudo errado. T em os que corrigir”.
Líberman et al. (1 9 7 3 ), ao estudarem as respostas verbais de quatro
pessoas diagnosticadas com o esquizofrênicas, e institucionalizadas, con clu í­
ram ser as contingências am bientais agentes de controle que favorecem a
m odificação efetiva de operantes, inclusive os verbais. Já no 8fi encontro,
quando dos exercícios para identificar falas apropriadas e falas inapropria-
das, ENF sinalizou: “ M e s e n t i e m casa com esse conteúdo, pois é tudo que
aqui observam os” . Essa constatação vai ao encontro do que destacam Britto
et al. (2 0 1 0 ), para as quais delirar e alucinar são classes de respostas verbais
inapropriadas apenas por não serem características do contexto. Daí a difi­

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culdade para sua com preensão e, por consequência, reincidência de explica­


ções baseadas em processos m entais e fisio ló g ico s inferidos.
De um lado, os dados da fase de follow-up , relacionados a ambos
os participantes, demonstram que as falas inapropriadas, ainda que com fre­
quência m enor que as verificadas nas linhas de bases, voltaram a apresentar
maior ocorrência, se também consideradas as fases de intervenção. Por outro
lado, as falas apropriadas tiveram suas frequências de ocorrência reduzidas.
D estaca-se, ainda que, na primeira sessão de follow-up , ENF sinalizou à
pesquisadora: “Tenho certeza que os resultados não vão lhe agradar, E que
não tive tem po de aplicar as intervenções ao longo desse tem po que você
ficou fora daqui. E muito difícil ter que cumprir minhas atividades e ainda, e
sozinha, aplicar essas importantes intervenções que aprendi”. E sses dados

INDEX
demonstram a necessidade de que o programa de treinam ento (A pêndice)
seja estendido a todos os m em bros da equipe m uitiprofissional, a fim de que
os efeitos observados por ocasião das fases de intervenção (B h B3 e B3) p os­
sam constituir-se um continuum dentro da instituição.
Pela análise da terapêutica m edicam entosa aplicada aos participan­
tes PI e P2 (Tabelas 9 e 10), constata-se que esta reside no aspecto farma­
cológico, e não no clínico. A base literária para essa análise fundam entou-se
nas “Diretrizes da Federação M undial das Sociedades de Psiquiatria B io ló g i­

BOOKS
ca para o Tratamento B iológico da Esquizofrenia Parte 2: Tratamento de
longo prazo” (Falkai et al., 2 0 0 8 ) e no “C onsenso Brasileiro sobre A ntipsi-
cóticos de Segunda Geração e Distúrbios M etabólicos” (Elkis et al., 2008).
Um dado importante observado em ambos os participantes está fun­
damentado no uso de m edicam entos que são indutores enzim áticos, com o os
anticonvulsivantes e ansioliticos. A s drogas indutoras enzim áticas possuem
capacidade de estimular sua própria biotransform ação (processo orgânico
que prom ove a m odificação m olecular da droga visando, principalmente, à

GROUPS
elim inação desta pelo organism o) (G onzales & Tukey, 2006/2007). Os in­
dutores enzim áticos também podem acelerar o m etabolism o de outras dro­
gas. D essa forma, quando esses m edicam entos são utilizados em situação de
tratamento crônico, há necessidade de aumentar a dose em intervalos con s­
tantes, visando manter a eficácia do tratamento m edicam entoso (G onzales &
Tukey, 2 0 0 6 /2 0 0 7 ).
N esse contexto, a análise da m edicação prescrita e administrada
aos participantes PI e P2 (Tabelas 9 e 10) mostra que esta foi mantida com a
mesma dosagem durante toda a observação realizada por este estudo, ou seja,
durante cin co m eses, não sendo identificada qualquer alteração. D essa for­
ma, farm acologicam ente fundam entado, esses participantes podem não apre­
sentar eficácia, o que ocasiona a associação de m edicam entos presentes na

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terapêutica m edicam entosa, visando conter os sinais e sintom as, principal­


mente para prom over sedação, tratar ansiedade e o efeito hipnótico.
E interessante notar que P2 tem em sua terapêutica (Tabela 10)
classes de m edicam entos anticonvulsivantes. Contudo não há registro, em
seu prontuário, de crises convulsivas. O anticonvulsivante pode ser utilizado
com o ansiolítico também, mas essa propriedade farm acologicam ente não é
compartilhada pela presença de outro anticonvulsivante prescrito. Entretanto,
essa última droga pode estar associada com o estabilizador de humor do qua­
dro esquizofrênico. Porém, se benzodiazepínicos fossem corretamente m i­
nistrados, provavelm ente não haveria a necessidade de estabilizadores de
humor.

INDEX
Quanto aos antipsicóticos, P2 recebe vários tipos desses m edica­
mentos, que são drogas de Ia geração para o tratamento de esquizofrenia. Já
o P l, além desses m edicam entos (Tabela 9), recebe também um tipo de an-
tipsicótico que é de 2- geração (Baldessarini & Tarazi, 2006/2007). Essa d ife­
rença entre os tipos de antipsicóticos é importante, uma vez que aqueles
pertencentes à Ia geração ocasionam efeitos extrapiramidais e reforçam os
efeitos negativos do quadro de esquizofrenia (Baldessarini & Tarazi,
2006/2007).

BOOKS
O aparecimento de efeitos extrapiramidais (e.g., distonia aguda, Pa-
rkinson iatrogênico) justifica no P l o uso de drogas anticolinérgicas. Para a
acatisia, tambcm um efeito colateral extrapiramidal, a literatura recomenda o
uso de betabloqueadores. aplicada no caso do P2, que recebe também antip-
sicátieo de 2~ geração. N o entanto, seria mais indicado um tipo de m edica­
mento que lhe favorecesse uma maior lipossolubilidade. O uso de antipsicó-
tico associado a um anti-hipertemivo pode ocasionar redução de pressão
arterial (Baldessarini & Tarazi, 2006/2007).

GROUPS
O tratamento farm acológico da esquizofrenia é com plexo, pois re­
side na resposta do paciente ao fármaco selecionado, e muitos deles são re-
fratários às drogas de 2~ geração, exigindo, portanto, o uso de drogas da 1-
geração. Segundo as diretrizes da Federação Mundial (Falkai et al.. 2008),
não é recom endado associar drogas de 1- e de 2~ gerações, com o é feito no
caso do P l.
Portanto, em relação a am bos os participantes, sugere-se a im ­
portância de se reavaliar a terapêutica m edicam entosa (Tabelas 9 e 10),
alterando as d o ses das drogas indutoras enzim áticas e a dos an tip sicóticos
usados, in clu siv e prom ovendo a substituição de algum as m ed icações com
a Finalidade de m elhorar a sua eficá cia e de dim inuir o s custos para a in s­
tituição.

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C om o salientado por Laties (2 0 0 3 ), houve um desenvolvim ento


importante da farm acologia com portam ental. Porém, com o advertido por
esse autor, há uma demanda bastante grande, ainda nos tem pos atuais, de
estudos sobre o efeito de drogas nas funções p sicológicas. Pesquisas condu­
zidas por G oldiam ond, com a participação de Thom as e Isaacs, com esq u izo­
frênicos do tipo catatônico, utilizando técnicas operantes (e.g., goma com o
reforçador), produziram resultados relevantes. A o término de 18 sessões o
participante falava, de m odo espontâneo, bem com o respondia a perguntas
(Jsaacs et al., 1964). Já em outro estudo com drogas, foi possível observar
que as sessõ es de terapia, com uma estudante de enferm agem , alcançaram
resultados seis vezes m ais eficazes do que lOOmg de ipromazid (R esse,
1966/1973).

INDEX
Estudos com o os d esenvolvid os por Brady, Estes, Boren, Conrad,
Shulman, H ill, D ew s, Ferster e outros, destacados por Laties (2003), de­
monstraram que a aplicação de técnicas operantes para respostas fisiológicas
específicas, bem com o para avaliar com portam entos-alvo em relacionam en­
tos afetivos, proporcionaram o controle do com portam ento geral e dos dis­
túrbios m otores desenvolvidos por efeitos colaterais não esp ecíficos da apli­
cação de drogas.
Também Lindsley (1 9 6 2 , citado por R eese, 1966/1973) utilizou

BOOKS
técnicas do condicionam ento operante na mensuração da resposta psicofar-
m acológica. Os resultados levaram o autor a concluir que a referida droga
( benactizina ) era um fármaco m ais alucinógeno do que terapêutico, dado que
produziu respostas alucinógenas, com uma latência de 18 m inutos, e as
manteve por m ais de quatro horas.
Em suma, é importante salientar que os resultados obtidos tanto
com PI quanto com P2 permitem a conclusão de que eles foram sen síveis ao
arranjo das contingências de reforço que foram programadas pelos delinea­

GROUPS
mentos de m últiplos elem entos e de reversão-replicação. Dados esses que
corroboram resultados observados nos estudos de Miranda e Britto (2011),
Santana (2 0 0 8 ), Santos (2 0 0 7 ) e Silva (2005), dentre outros.
A partir do primeiro estudo sobre o com portam ento psicótico, ocor­
rido na década de 1930 do sécu lo passado, por B. F. Skinner, em parceria
com S. R osen zw eig, um am plo conhecim ento sobre os princípios operantes,
bem com o sobre o d esenvolvim ento das técnicas e m etodologias aplicadas
em contextos psiquiátricos tem sido possível. Esses resultados têm favoreci­
do a com preensão objetiva sobre o comportam ento humano m ais com plexo.
Portanto, cada v e z sobra m enos espaço para exp licações m entalistas àquilo
que o hom em faz o hom em fazer (Britto. 2004; L indsley, 1956; Lindsley &
Skinner, 1954; Rutherford, 2003; Skinner et al., 1954; Skinner, 1936, 1983).

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A o considerar todos esses resultados, tom a-se relevante destacar


que a realização desta pesquisa foi evento impactante à pesquisadora. O pri­
meiro desafio foi obter o consentim ento do C om itê de Ética que, em geral,
im põe obstáculos quando se propõe estudar o com portam ento verbal dc p es­
soas com o diagnóstico de esquizofrenia, portanto tidas e tratadas com o d o ­
entes. Foi necessário demonstrar, m ais de uma vez, que o foco eram as res­
postas verbais, que seriam investigadas e m anipuladas por procedim entos
com o os aqui desenvolvidos.
Outro desafio enfrentado foi o de conquistar a adesão de institui­
ções que perm itissem o acesso a alguém que chega com um projeto de pes­
quisa, com câmeras film adoras, com gravadores, para conduzir um estudo
dessa natureza. Isso, de certo m odo, interferiria na rotina daquelas pessoas,

INDEX
além de favorecer uma investigação sobre as consequências produzidas por
tais rotinas. O terceiro desafio foi o de requerer da pesquisadora a aceitação
para os diferentes pontos de vista sobre o m esm o fenôm eno descrito pela
categoria de m edicina psiquiátrica, a esquizofrenia.
Já q u a n d o da a p lic a ç ã o d c a m b o s o s d e lin e a m e n to s , e s p e c if ic a ­
m e n te d u r a n te as in te r v e n ç õ e s , o c o n ta to c o m o s p a r tic ip a n te s , b em c o m o o
c o n ta to c o m E N F , foi e x tr e m a m e n te re f o rç a d o r à p e s q u is a d o r a . P o d e r o b ­
s e rv a r o s e f e ito s d a a p lic a ç ã o d e a lg u n s d o s p r in c íp io s d a A n á lis e d o C o m ­

BOOKS
p o r ta m e n to e m a m b ie n te in s titu c io n a l, ta n to e m P l , q u a n to em P 2 , a s s im
c o m o e m E N F , foi a lg o e x tra o rd in á r io : a c o m p ro v a ç ã o d a te o ria c o m a
p rá tic a . N e s s e s e n tid o , o b s e r v a - s e q u e os a n a lis ta s d o c o m p o rta m e n to o f e ­
re c e m a lte r n a tiv a s p a r a se e s tu d a r o s f e n ô m e n o s c o m p o rta m e n ta is h u m a ­
n o s, c o m o a e s q u iz o f r e n ia , q u e tr a d ic io n a lm e n te é tr a ta d a a p e n a s p e la v ia
m e d ic a m e to s a .
Concluindo, os dados obtidos por este estudo sugerem que uma in­
vestigação do comportam ento hum ano mais com plexo, sob a perspectiva da

GROUPS
A nálise do Comportamento, pode produzir resultados, com o os que ora são
apresentados. Resultados esses que remetem a Skinner (1953/2000), quando
salienta: “ Se pudermos observar cuidadosam ente o com portam ento humano,
de um ponto de vista objetivo, e chegar a com preendê-lo pelo que é, pode­
remos ser capazes de adotar um curso mais sensato de ação. A necessidade
de estabelecer este equilíbrio é hoje am plam ente sentida (...)” (p. 6).

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BOOKS
GROUPS

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APENDICE

PROGRAMA DE TREINAMENTO PARA CUIDADORES DA


INSTITUIÇÃO

INDEX Este programa foi desenvolvido especificam ente para a condução do


treinamento dos cuidadores da instituição, com o parte dos procedimentos do
presente estudo. O seu objetivo foi treinar utn profissional da equipe de enfer­
magem (ENF) para aplicar os princípios da Análise do Comportamento, com
foco no DR A reforçamento diferencial de comportamentos alternativos. Sua
finalidade foi a de modificar comportamentos-alvo apresentados pelos partici­
pantes (e.g., reduzir a frequência de ocorrência das faias inapropriadas - Fí - e

BOOKS
aumentar a frequência de ocorrência das falas apropriadas - FA). Assim , esse
treinamento teve por objetivo básico levar o cuidador da instituição a disponi­
bilizar, adequadamente, a atenção social para os comportamentos apropriados e
a ignorar os comportamentos inapropriados, inicialmente para o cumprimento
desta pesquisa, posteriormente, para o benefício da instituição, com a m odifica­
ção de comportamentos de cuidadores e pessoas ali institucionalizadas.
O treinam ento sobre os princípios básicos da A nálise do C om por­
tamento, com fo co em D R A , foi aplicado considerando tanto o treino teórico

GROUPS
quanto o prático. Todas as atividades pertinentes a ele ocorreram dentro da
instituição, na sala experim ental, após a própria direção da instituição ter
definido, dentre os profissionais de enferm agem , aquele que a ele seria sub­
metido, quando houve o agendam ento de dias e horários para sua aplicação
pela pesquisadora.

TREINAMENTO TEÓRICO E PRÁTICO

E sse treinamento foi desenvolvido ao longo de oito encontros, com


duração de uma hora. Caso h ouvesse a necessidade de estender esse tem po,
com o propósito de garantir a aprendizagem do cuidador, foi prevista uma

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flexibilidade. Tem áticas esp ecíficas compreenderam cada encontro, progra­


mado e realizado dentro da m etodologia da didática, visando favorecer a
aprendizagem do cuidador (EN F), o qual as estaria aplicando na fase poste­
rior desse treinam ento {fase prática), com o suporte da pesquisadora.
/ - E n con tro - Esse 1" encontro com pôs-se dc três momentos. No
momento inicial, a pesquisadora apresentou ao cuidador (ENF) a m etodologia e
o programa estabelecidos para a realização do treinamento: atividades teóricas,
programadas para ocorrerem dentro da sala experimental da instituição, quando
a pesquisadora, de posse de um n o teb o o k e do so ftw a re p o w e r p o in t , ensinou
conceitos básicos da A nálise do Comportamento, com foco em D RA, utilizan­
do inclusive de exem plificações reais sobre eventos observados dentro da ins­

INDEX
tituição. N o segundo m omento, propôs atividades práticas, quando o cuidador
foi submetido a duas fornias de treinamento. Na primeira, dentro da sala expe­
rimental, foi submetido a exercícios e respondeu a questões pertinentes a even­
tos coletados pela pesquisadora dentro da instituição, utilizando os conceitos
teóricos ministrados. Na segunda, a pesquisadora e ENF visitaram ambientes
específicos da instituição para que o cuidador pudesse observar os efeitos da
atenção social disponibilizada, fosse por profissionais da equipe multiprofissio-
nal ou por internos da instituição, tanto na ocorrência de FA quanto de Fl.
Com pondo o terceiro m omento deste \9 encontro, pesquisadora e ENF retorna­

BOOKS
ram à sala experimental para ampla discussão dos dados observados direta­
mente por ENF e para ajustes na aplicação desses conceitos. Ficou claro a ENF
que o término do treinamento ocorreria quando tivesse adquirido a aprendiza­
gem , tanto teórica quanto prática, de lodo o conteúdo ministrado.
De acordo com Catânia (1998/1999), a aprendizagem ocorre quando
se observa a modificação do comportamento. Skinner (1953/2000) salienta que
comportamentos são melhores descritos por verbos, isto é: as pessoas andam,
falam, sentem, pensam, choram, portanto, fazem coisas. Dessa fonna, o resul­

GROUPS
tado do con teú do a p re n d id o seria definido a partir do dom ínio e da capacidade
operativa do cuidador para aplicar esses novos recursos em contextos, inicial­
mente, estabelecidos pela pesquisadora. Então, foi-lhe informado que ele con­
duziria, conjuntamente com a pesquisadora, uma das etapas do delineamento de
reversão-replicação, seguido por f o llo w - u p , fase B i, e sozinho conduziria a fase
B 3 desse delineamento, tanto na aplicação quanto na rcplicaçao. Esse encontro
foi concluído com a adesão do cuidador a todas as etapas do treinamento, assim
com o à condução das fases B2 e B 3 do delineamento de reversão-replicação
(A B ]B 2B3A B iB 2B 3), seguido de fo llo w -u p .
2- E n con tro - O objetivo desse encontro foi levar o cuidador (ENF) a
conhecer, teoricamente, e de forma básica, princípios da Análise do Compor­
tamento. A o cuidador, a pesquisadora entregou um caderno e uma bolsinha

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contendo lápis, borracha, apontador, calculadora, caneta e três marca-textos


(um na cor verde, outro na cor amarela e outro na cor azul). De posse de um
n o teb o o k e do so ftw a re p o w e r p o in t , a pesquisadora apresentou-lhe alguns con­
ceitos (e.g., “o que é a Análise do Comportamento”; “o que é a m odificação do
comportamento”; “com o pode ser descrito o ambiente e o estim ulo”; “o com ­
portamento do indivíduo”; “com o que trabalha o modificador do comporta­
mento”; “o que promove a m odificação do comportamento”; “déficits e exces­
sos comportamentais”, dentre outros). Ao término de ampla discussão, com
exem plificações passo a passo, visando a aprendizagem de ENF, a pesquisado­
ra entregou-lhe uma pasta de papelão, com abas de elástico, contendo todo o
material teórico e prático que fora objeto do treinamento nesse encontro.
Skinner (1953/2000) destaca que “A ciência é antes de tudo um

INDEX
conjunto de atitudes, E uma disposição de tratar com os fatos, de preferência, e
não com o que se possa ter dito sobre eles” (p. 12). Continua o autor: “A ciên­
cia é uma disposição de aceitar os fatos m esm o quando eles são opostos aos
desejos” (p. 13). E por ser o comportamento uma matéria difícil, exatamente
por ser de extrema com plexidade, ainda que acessível, a Análise do Compor­
tamento é a ciência que se propõe a avançar no desenvolvim ento tecnológico
de seu estudo. Com essa proposta ela é o estudo científico das leis que gover­
nam o comportamento dos organism os, portanto, é a ciência na qual a m odifi­

BOOKS
cação do comportamento se baseia (Martin & Pear, 2007/2009).
D e acordo com Krasner e Ullmann (1965/1972), esse termo, m odifi­
cação do comportamento, especificam ente trata da influência no comporta­
mento. E sses autores destacam ser o melhor conceito apresentado por Watson,
no ano de 1962: “N um sentido mais amplo, o tópico de m odificação do com ­
portamento está relacionado com todo o campo da aprendizagem. Os estudos
de m odificação de comportamento são estudos de aprendizagem, com um
intento particular - o objetivo clínico de tratamento” (p. 2). N o entanto, o as­
pecto mais importante da m odificação de comportamento é verificado pela

GROUPS
forte ênfase quanto à definição dos problemas que afligem os organismos e
que possam , de alguma forma, ser mensurados. M edida essa relevante para a
melhor descrição do problema avaliado (Martin & Pear, 2007/2009).
E sses autores estabelecem que outra importante característica da m o­
dificação de comportamento “(...) é que su as té cn ica s e p ro c e d im e n to s d e in ter­
ven çã o sã o fo r m a s d e a lte ra r o a m b ien te atu al d e um in d ivíd u o , para ajudar tal
indivíduo a atuar de maneira mais com pleta” (p. 9, grifos dos autores).
O termo am biente refere-se a eventos do mundo, sejam eles exter­
nos ou internos, que afetam as pessoas, objetos presentes que atingem os
seus receptores sensoriais e. por conseguinte, afetam suas ações. Pessoas,
objetos, portanto quaisquer tipos de eventos que com põem o ambiente de

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utna pessoa são nom eados de estím ulos. Exatam ente por considerar esses
dados, Skinner (1 9 5 3 /2 0 0 0 ) sentenciou que, quando o com portam ento é fun­
ção do am biente, isto é, de qualquer um dos eventos m encionados, esses
eventos disponíveis no universo têm a capacidade de afetar o organism o. E,
se assim , “O com portam ento do próprio indivíduo também pode ser parte do
ambiente que influencia o com portam ento subsequente desse indivíduo”
(Martin & Pear, 2007 /2 0 0 9 , p. 9).
Posto isso, “’M odificação do comportamento significa alteração de
comportamento humano” (Krasner & Ullmann, 1965/1972, p. 4). E “(...) um
modificador de comportamento frequentemente se envolve ativamente na rees­
truturação do ambiente diário do cliente, a fim de fortalecer comportamentos

INDEX
adequados, ao invés de gastar um grande período de tempo discutindo expe­
riências passadas do cliente” (Martin & Pear, 2007/2009, p. 10).
N esse sentido, a tecnologia de m odificação do com portam ento in­
clui todas as aplicações explícitas dos princípios do comportamento com um
propósito singular: melhorar comportamentos públicos e privados das pessoas.
E essa melhoria pode sc dar tanto no am biente da clínica ou não, apresentan­
do ou não, no sentido explícito, o controle de variáveis (Skinner, 1953/2000;
Krasner & Ullm ann, 1965/1972; Martin & Pear, 2 0 07/2009).

BOOKS
E “Um comportam ento que alguém gostaria de melhorar pode ser
classificado com o um déficit comportamental ou com o um excesso compor-
tamental, e pode ser público ou privado” (Martin & Pear, 2007/2009, p. 13).
Com o dem onstrado na ampla literatura da A nálise do Comportamento, o
elem ento a determinar um com portam ento-problem a com o déficit ou com o
excesso é basicam ente com posto pelas práticas da cultura desse indivíduo
que está sendo observado e analisado.
3a e 4~ E n con tros ~ Esses encontros tiveram por finalidade disponi­
bilizar ao cuidador (EN F) o procedim ento foco desse treinamento: o DRA.

GROUPS
Para levá-lo a aprender os efeitos produzidos pelo reforçamento diferencial de
comportamento alternativo, a pesquisadora utilizou-se de um n o teb o o k e do
s o ftw a re p o w e r p o in t. Então, apresentou-lhe conceitos específicos (e.g., com ­
portamento-problema; exem plos de reforçamento diferencial para a instalação
do comportamento-problema; falas apropriadas; falas in apropria das; atenção
social e os efeitos da atenção social; reforçamento positivo; efeitos do refor­
çamento positivo; reforçamento negativo; e efeitos do reforçamento negativo).
Esses conceitos foram-lhe entregues impressos em papel A 4 para serem in­
cluídos na pasta já disponibilizada no 2° encontro.
R e fo rça m e n to D ife re n c ia l d e C o m p o rta m e n to A lte r n a tiv o - D RA -
N esta etapa foi enfatizado para ENF que o reforçamento e a extinção são
dois princípios primordiais da A nálise do Com portam ento. Esses princípios

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demonstram com o um organism o adquire c sofre perdas em seus repertórios


(Ferster, Culbertson & Boren, 1968/1979). A perspectiva de Ferster
(1965/1972) sobre o com portam ento-problem a difere da visão tradicional: “A
sociedade na qual vive o indivíduo determina tanto o conteúdo do seu com ­
portamento com o as pessoas que o ‘m odelam '. O com portam ento desajusta­
do pode ser definido em tên n os do comportam ento que as pessoas significa­
tivas no m eio do indivíduo (seus reforçadores sociais) desejam aumentar,
reduzir ou mudar’' (p. 8, grifos do autor).
Isso em função de que o reforçamento diferencial de uma resposta,
em um dado m om ento, bem com o o seu não-reforçam ento em outra ocasião,
especifica um tipo de controle de com portam ento. E esse controle pode, de
fonna potencial, enfraquecer o com portam ento dessa pessoa. Por consequên­

INDEX
cia, será observada uma discrepância entre o repertório habitual dela e as
práticas reforçadoras de seu am biente social.
A ssim , o reforçamento diferencial de com portam ento alternativo é
um procedimento com preendido pela extinção de um com portam ento-
problema, com binada com o reforçam ento de um com portam ento alternati­
vo, topograficam ente diferente, embora não necessariam ente incom patível
com o com portam ento-problem a. Skinner (1 9 5 3 /2 0 00) adverte que “A con ­
tingência que aperfeiçoa a habilidade é o reforço diferencial de respostas que

BOOKS
possui propriedades especiais. (...) O reforço que desenvolve a habilidade
deve ser imediato. De outro m odo, a precisão do efeito diferencial se perde”,
(p. 106, grifos do autor). A ssim , Skinner, define a condição: “Se as contin­
gências diferenciais mudarem, a topografia do com portam ento mudará com
elas” (p. 107). Adiante ele explica: “ U sam os reforço diferencial para moldar
e intensificar o com portam ento de outros no que pode ser chamado (...) de
controle deliberado” (p. 108).
Por exemplo: (a) reforçar falas apropriadas e ignorar falas inapro-

GROUPS
priadas; ou (b) reforçar a concordância em executar algum a tarefa e ignorar
com portam entos agressivos.
Falas apropriadas Hsta pesquisa definiu as FA com o falas com ­
patíveis a eventos que estejam ocorrendo no am biente da pessoa, portanto,
com patíveis com a com unidade verbal.
Por exemplo: se você pergunta ao interno “com o você está?” e ele
responde “hoje estou um pouco melhor. Mas ainda sinto muita tristeza pela
perda do m eu irmão”, essa fala dele está com patível com o que você perguntou.
Falas mapropriadas —N esta pesquisa, as FI foram definidas com o
lima série de palavras em sequência ou sentenças que, inseridas no contexto
verbal do participante, eram incom preensíveis, estranhas, incoerentes, sem

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nexo, m ágicas ou repetitivas, quando comparadas às práticas convencionais


de uma com unidade verbal (Britto ct al., 2010). A lém destas, este estudo
considerou as falas incom preensíveis, com o FI. D enom inou-se sentença, um
relato que encerrou uma inform ação.
Exemplo de falas inapropriadas - Em uma sessão de observação
direta que a pesquisadora realizou, encontrou um interno, junto a um dos
portões de a cesso à instituição, sozinho e conversando de forma incom preen­
sível. D irigiu-se a ele e perguntou-lhe:
Pesquisadora - Com quem o senhor está conversando? (E ele res­
pondeu-lhe): Interno - Com m eu pai, JK, presidente do Brasil. Ele sabe que
eu sou o dono da Cônsul, da Brastemp e da Souza Cruz. Prcciso ir para Bra­

INDEX
sília. Organize o meu avião de jacarandá.
Outro conceito importante à aplicação do DRA é o de atenção so ­
cial. N esta pesquisa, o efeito da atenção social ao com portam ento verbal de
esquizofrênicos foi assim descrito: “N ota-se que a atenção social é frequen­
tem ente dispensada ao com portam ento verbal inapropriado do esquizofrêni­
co que, de acordo com Miranda e Britto (2 0 1 1 ), ora fala de m odo estranho,
incoerente ou falso, isto é, delira; ora se comporta com o se visse, ou visse ou
sentisse estím ulos que nâo estão presentes, isto é, alucina” (pp. 41-42).

BOOKS
Outros relevantes conceitos para o D R A são: reforçamento positivo
e negativo, punição positiva e negativa, extinção, m odelagem e m odelação.
Reforço positivo é um evento que, quando apresentado im ediata­
mente após um com portam ento, produz o aum ento da probabilidade da fre­
quência de ocorrência desse com portam ento, dada sua consequência reforça-
dora (Skinner, 1953/2000). O termo reforçador p ositivo é um sinônim o
aproximado da palavra recompensa (Catânia, 1998/1999). “Um a v ez que se
determinou que um evento funciona com o reforçador positivo para um de­

GROUPS
terminado indivíduo numa determinada situação, esse evento pode ser usado
para fortalecer outros com portam entos desse indivíduo em outras situações’'’
(Martin & Pear, 200 7 /2 0 0 9 , p. 39).
A maior parte de nossos comportamentos produz consequências no
ambiente. Essas consequências vão influenciar a ocorrência futura do com ­
portamento ou não. A ssim , algum as dessas consequências aumentam a pro­
babilidade de o com portam ento voltar a ocorrer, por terem sido reforçadoras.
D essa forma, reforço é um tipo de consequência do comportamento
que aumenta a probabilidade de um determinado com portam ento voltar a
ocorrer. Positivo : porque a m odificação produzida no am biente é a adição de
um estím ulo.

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Exemplos de reforçadores positivos ao comportamento inapro-


priado - A pesquisadora apresentou ao cuidador d escrições textuais de
observações diretas ocorridas durante o prim eiro delineam ento desta p es­
quisa (d elin eam en to de m últiplas con d içõ es), para que ele an alisasse o
efeito da d isp on ib iiização do reforçam ento p ositivo a com portam entos
inapropriados:
Exemplo 1 Diálogo dentro da instituição:
Pesquisadora - M e desculpe, eu não entendi o que o senhor dizia.
Participante - V ocê não fala com ela d esse jeito?!
Pesquisadora - D o que o senhor tá falando?
Participante - Eu tô falando da pessoa que estava falando com

INDEX
você agora. Ela m ancou (ruídos, por 6 segundos)... falou com você agora.
Pesquisadora - 'fente me falar um pouquinho mais disso.
Participante - em ite urna série de ruídos por 9 segundos. Daí diz à
pesquisadora: Fala!
Pesquisadora —O que o senhor quer que eu fale?
Participante - Emite uma série de ruídos, por 6 segundos. D epois
fica em silên cio por 14 segundos.

BOOKS
Exemplo 2:

Interno faz birra para C uidadores dão-lhe o L dessa forma aum entam
que os cuidadores o que deseja. as chances (probabilidade)
atendam, de que. da próxima vez que
o intem o desejar algo, se
com porte da m esm a forma.

GROUPS
Portanto, neste exem plo, receber o que estava pedindo, foi um reforço para o com ­
portam ento de fazer birras.

Lembrete Reforçam ento Positivo: de acordo com Catânia (1998/1999). esse tipo de
reforço ocorre quando, após ação de um pessoa, verifica-se a adição. a produção ou o
aparecimento de algum evento novo, que não estava lá antes de essa açào ter ocorrido.

Reforço negativo - “(...) é definido com o um procedim ento no


qual há a retirada ou a evitação de um estím ulo aversivo contingente a uma
resposta, que aum enta a freqüência posteriorm ente” (D elitti & Thom az,
2004, p. 56). D e acordo com Skinner (1 9 5 3 /2 0 0 0 ), duas operações caracte-

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rizam esp ecificam en te esse tipo de reforçador: (a) fuga e (b) esquiva. A
operação (a) tem a propriedade de estabelecer o fim do contato com o esti­
m ulo aversivo. E a operação (b) estab elece a evitação do contato com esse
estím ulo.
Exemplo de reforço negativo:
• O interno que está sozinho e vai ao encontro de um cuidador em
busca de cigarro.
• D ep ois de muito insistir com esse cuidador, ainda que não seja o
m om ento de receber o cigarro, o cuidador libera o cigarro para
ele.

INDEX
• O cuidador lhe instrui que “vá tomar banho”, por ser esse o
m om ento para a higiene pessoal dele (e.g., “agora é a hora do
seu banho”; “vo cê está todo m olhado de x ix i’'; “vá tomar banho,
agora” ; “não é a hora de cigarros”)
• A cada instrução do cuidador, ele em itia uma série de ruídos.
• A pós as em issões incom preensíveis do interno, o cuidador acaba
por disponibilizar-lhe o cigarro.
• Resultado: a em issão das F1 do interno possibilitou a retirada da

BOOKS
ordem para que ele fo sse tomar banho (reforço negativo) e ainda
a conquista do cigarro (reforço positivo).
Reflexão sobre o fim do contato com o estímulo aversivo
> Qual será a probabilidade de que esse interno venha a se com ­
portar dessa maneira no futuro?
• Para responder a essa pergunta, considere que a instituição havia
definido horário de higienizaçao pessoal e horário para liberação

GROUPS
de cigarro aos internos;
• A nalise que o cuidador estava sob pressão pela série de ativida­
des que tinha para realizar;
• A nalise que o cuidador buscou aplicar as regras da instituição;
• A nalise os efeitos do com portam ento do interno sobre o cuida­
dor e do cuidador sobre o interno.

Lembrete - R eforçam ento N egativo: “(...) um a ação subtrai, rem ove ou elim ina
algo, fazendo com que algum a condição ou coisa que estava lá anles do alo desapa­
recesse" (C atânia, 1998/1999, p. 55).

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5~, 6~ e 7- E n c o n tro s E sses encontros tiveram por finalidade


dar continuidade à d isp on ib ilização para 0 cuidador (E N F ) de p rocedi­
m entos relevantes ao D R A . Im portantes tem áticas os com puseram e foram
apresentadas pela pesquisadora com o suporte de um n o te b o o k c do
s o jh v a r e p o w e r p o in t (e.g ., punição positiva; punição negativa; extinção
do com portam ento; efeito s da baixa atenção social ao com portam ento;
m odelagem do com portam ento; e m odelação do com portam ento). E sses
con ceitos foram -lhe entregues im pressos em papel A 4 a serem in clu íd os
na pasta já disp onib ilizad a no 2 - encontro.
Punição: operação de controle de comportamentos-aho - “N a pu­
nição, uma (1) resposta é seguida pela (2) rem oção de um reforçador positivo
ou (3) apresentação de um reforçador n egativo’' (H olland & Skinner,

INDEX
1961/1973, p. 246). Banaco (2004) esclarece a punição “(...) com o um con ­
junto de m eios que se com binam para a obtenção de um certo resultado ou
com o com ponente de uma técnica (entendida, por sua vez, com o um con ­
junto de processos com um objetivo esp ecífico )” (p. 62). Positiva quando
ocorre a adição de evento avcrsivo ao com portam ento e n e g a tiv a quando há
a rem oção de evento reforçador, por consequência do comportamento.
Sidman (1 9 8 9 /1 9 9 5 ) conclui que:

BOOKS
Sempre que tivermos que fazer alguma coisa sobre nossa esquiva in­
duzida pela coerção, ou a de qualquer outra pessoa - começar tera­
pia, defender-nos ou aprender a nos adaptar - nada conseguiremos
fazer a menos que dois passos preparatórios sejam dados: primeiro,
reconhecer o comportamento-problema como esquiva: segundo, ana­
lisar ambas as contingências passadas e atuais que podem estar
mantendo o comportamento. (...) Buscar as causas da ação no passa­
do e presente, em vez de no futuro, ê um avanço na análise comporta­
mental. (p. 139)

GROUPS
P rossegue Sidman (1 9 8 9 /1 9 9 5 ) nessa advertência, quando aponta
que só será p o ssív e l fazer algo a respeito do com portam ento de esquiva, se
for dado um curso efetiv o para a identificação das contingências controla­
doras dele: “A q uelas relações entre sinais, com portam ento e choques gera­
ram as ações de m edo ou ansiedade e agora m antêm am bos. Alterar as
contingências mudará o ato de esquiva e seus acom panham entos e m o cio ­
nais. Tentar lidar com os sentim entos sem alterar as contingências será
infrutífero" (p. 142).

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Lembrete - Punição positiva: diminui a probabilidade dc o comportamento voltar a


ocorrer novamente, isso em função da adição de um estímulo aversivo (punitivo) ao
ambiente. Enquanto que na punição negativa o que se observa é a diminuição da
probabilidade de o comportamento voltar a ocorrer pela retirada dc um estímulo
r^lor^adoi^do^am bienkM J^eí^o^^1oreir^^^edeiros^2007)^^^_^^^^^^^^

Extinção de Comportamentos - Outro co n ceito relevante dentro


da A n á lise do C om portam ento é o procedim ento de extin ção de com por­
tam entos e s p e c ífic o s , anteriorm ente reforçados. Postula M illen son
(1 9 6 7 /1 9 7 5 ) que esse processo d escrev e todas as m o d ifica çõ es de c o m ­
portam entos ocorridas p elo não reforçam ento de uma dada resposta,
quando nu m erosas respostas não reforçadas ocorrem , até que se verifica o

INDEX
d eclín io da taxa de frequência de ocorrência de uma dada resposta.
C om o propósito de reforçar a aprendizagem do cuidador, a p es­
quisadora ap resen tou -lhe um fragm ento de uma sessã o do d elin eam en to
de m últiplas co n d iç õ e s, aplicado por esta p esq u isa, na qual o participante
recebeu baixa atenção social da pesquisadora:
Efeito da baixa atenção social ao comportamento
Exemplo:

BOOKS
Pesquisadora - C ham ei o senhor aqui um pouquinho e vou p e­
dir pro senhor ficar aqui um pouquin ho c o m ig o . Mas eu tenho que ler um
pedacinho de um livro. V ou ler baixinho, tá? M as vou pedir pro senhor
ficar aqui um tem p in h o, pode ser?
Participante - Pode ser (d esv ia n d o o olhar da pesquisadora e
sorrindo). D ep o is de 1 m inuto em silê n c io , o participante passa a em itir
ora ruídos ora falas inapropriadas (e .g ., “ Eu sou um avião dc jacarandá1').
Pesquisadora - C ontinua a ler o seu livro.

GROUPS
Resultado - Pesquisadora dá extin ção aos relatos verbais do
participante.

Lembrete - Extinção: ocorre quando o reforço deixa de ser liberado e, por conse­
quência, a resposta toma menos e menos frequente (Skinner, 1953/2000). Portanto,
como propõe esse autor, é um modo efetivo de modificar o repertório de um orga­
nismo.

Desenvolver um novo repertório de comportamento — A modela­


gem é um procedim ento usado com a finalidade de desenvolver uma classe
de resposta esp ecífica. Para o alcance desse resultado, reforça-se, por apro-

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xim ações su cessivas, o com portam ento desejado. Durante sua aplicação,
“(...) o reforço não apenas fortalece uma resposta particular que é reforçada,
com o também aumenta a probabilidade de ocorrência de aproxim ações m ais
próximas; é por essa razão que a m odelagem funciona” (R eese, 1966/1973,
p. 38). A o m esm o tem po que novas aproxim ações ao com portam ento-alvo
são alcançadas pela pessoa, e esta recebe o reforço de seu ambiente social,
responsável p elo desenvolvim ento dessa classe de com portam ento, respostas
anteriores são extintas.

Lem brete - A m odelagem : desenvolvim ento de um novo com portam ento por meio
do reforçam ento sucessivo de respostas sem pre mais próxim as do com portam ento
final desejado, com a concom itante extinçào de respostas anteriorm ente em itidas.

INDEX
(M artin & Pear, 2007/2009)

Aprendizagem por observação ou efeito modelador - A imitação,


com o descrevem Derdyk e Groberman (2004, p. 103), “(...) é um processo de
aprendizagem pelo qual os indivíduos aprendem com portam entos novos ou
m odificam antigos por m eio da observação de um m od elo”. Na perspectiva
skinneriana, a im itação é um processo natural da seleção natural e do condi­
cionam ento operante, e ocorre em função de os com portam entos dessas p es­

BOOKS
soas serem reforçados quando assim se comportam, seja pelo reforçamento
positivo, seja pelo reforçamento negativo.

Lem brete - M odelação é a técnica de aprendizagem m ais sim ples: % ..) o m odêlo
exibe respostas que o observador ainda não aprendera a executar e êle deve repro­
duzi-las dc form a substancialm ente idêntica" (R andura. 1965/1972. p. 407).

8” Encontro - E sse encontro durou uma hora, quando foi iniciado o


GROUPS
treino do cuidador (ENF) visando a aprendizagem para a identificação cor­
reta tanto de FA quanto de FI. Esse treino ocorreu, inicialm ente, por m eio de
textos descritivos de eventos naturais registrados com participantes desta
pesquisa, dentro da instituição, e disponibilizados pela pesquisadora de for­
ma impressa. D epois, avançou-se para a coleta de relatos verbais dos partici­
pantes e de outros internos, feita pela pesquisadora e pelo cuidador na sala de
TO, m om ento em que ocorriam atividades da instituição. Foi finalizado com
a análise desses dados, mensuradas as FA e as Fl.
Com essa finalidade, transcrições de eventos ocorridos dentro da
instituição foram apresentados para ENF, para que ele, usando o marca-texto
de cor verde, selecionasse as FA; e com o marca-texto de cor amarela identi-

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ficasse as FI. Um exem plo, dentre os que lhe foram disponibilizados, é apre­
sentado a seguir:
Interno - Sou dono de dois hotéis em Goiânia: o Rodoviária e o
Central. Ah! Também fui muito bonito com o artista de cinem a, com o o Giu-
liano Gemma: as mulheres não m e davam sossego.
Visitante da instituição - O que na realidade o senhor fazia?
Interno - Eu dava conta de todas elas (com uma resposta de e x ­
citação v isív e l em seu rosto). A té m e juntei com a Darcy, dos 26 aos 31
anos, em Jataí, onde era m otorista. Mas ela m e traiu. N o sso relacion a­
m ento ocorreu nas G uianas Francesas. M as no fundo eu queria ter sido
m éd ico ou advogado. E não fui nem uma coisa nem outra (lam entou-se).

INDEX
Mas virei m otorista. E quem cuida de m im é um Juiz Criminal do Estado
de G oiás, que é m eu irmão. Foi ele quem me trouxe para cá, quando esta­
va sofrendo de depressão. V ou fazer 61 anos no dia 26 de novem bro, mas
não sou tão v e lh o nâo.
Instruções para a identificação de FA e FI
1. Com o texto im presso, desejo que você, usando o m arca-texto
de cor verde, encontre as FA em itidas p elo intem o em todo ele.

BOOKS
2. D epois de concluída a elapa descrita no item “ 1”, agora, com o
marca-texto de cor amarela, identifique as FI que esse intem o
em itiu, neste m esm o texto.
3. Análise dos resultados - A pesquisadora fe z a correção de cada
uma das respostas (sobre as FA e as FI) apresentadas pelo cui­
dador, com o propósito de favorecer-lhe a aprendizagem correta
quanto a análise e a identificação tanto das FA quanto das FI.
N e sse encontro, pesquisadora e cuidador dirigiram -se à sala de TO,

GROUPS
onde um número significativo de internos, in clusive aqueles com diagnóstico
de esquizofrenia, estavam . D e p osse de um Iphone, gravaram falas apresen­
tadas por um dos participantes da pesquisa. Então, retomaram para a sala
experimental, onde ouviram várias vezes a gravação, quando foi requerido
do cuidador que identificasse as FA e FI apresentadas pelo interno. A instru­
ção feita pela pesquisadora foi:
1. Agora vam os continuar a identificar FA e FI de relatos dos in­
ternos, porém, nosso foco será, especialm ente, quanto ao reper­
tório verbal dos participantes desta pesquisa.
2. V am os coletar, na sala de TO, de posse de um Iphone, falas na­
turais apresentadas pelos participantes da pesquisa.

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3. Com os dados coletados, voltarem os à sala experimental, onde


ouvirem os várias vezes a gravação para que você, caro cuidador,
possa me dizer:
3.1. quais as FA ocorridas; e
3.2. quais as FI apresentadas pelo participante.
4. Então, eu analisarei a mensuração apresentada por você, com a
finalidade de lhe treinar corretamente.
5. Encerraremos esse treinam ento quando m e for possível verificar
sua com pleta aprendizagem sobre FA e FI.
Essa etapa do treinam ento foi encerrada com o cuidador tendo al­

INDEX
cançado 100% de acerto na identificação das FA e das FI.
O Programa de Treinam ento para Cuidadores da Instituição foi en­
cerrado com o cumprimento de oito encontros entre a pesquisadora e o cui­
dador (EN F).

BOOKS
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INDEX
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ANEXOS

(A N E X O 1) - E N T R E V IS T A P A R A A V A L IA Ç Ã O F U N C IO N A L D E
COM PORTAM ENTOS

N o m e:,_____________________________________________ Id ad e:_____ Sexo: _

a)
INDEX
Data da a v a lia ç ã o :____ /____ /________
1) Identificação dos com portam entos verbais inapropriados dos internos

Fala Inapropriada Frequência D uração C om entário

BOOKS
b)

c)

d)

e)

0
GROUPS
g)

2) D efinição dos eventos que desencadeiam as falas inapropriadas:


HORÁRIO: q u a n d o as falas têm m aior/menor probabilidade de ocorrer?
M aior probabilidade _________________________________________________
M enor probabilidade _________________________________________________
AM BIENTE: o n d e as falas têm m aior/menor probabilidade de ocorrer?

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Maior probabilidade ___________ _______________ _________________________


M enor p r o b a b i l i d a d e ______________________ ___________ ______________
PESSOAS: c o m q u e m as falas têm maior/menor probabilidade de ocorrer?
Maior probabilidade _________________ ________________
Menor probabilidade __ _______________________________ _ _ _ ______
ATIV ID A D E : q u a is a tiv id a d e s têm m aior/m enor probabilidade de produzir
as falas?
Maior probabilidade ______ ____________________________ _ _ _ _ _ __________
Menor p r o b a b ilid a d e____________ _______________ ____________ _ _ _ _

INDEX
3) O com portam ento verbal da pessoa diagnosticada com o esquizofrênica é
afetado se:
a) V ocê lhe pede uma tarefa difícil _______ ___________________________

b) Se quer algo, mas não consegue:

BOOKS
c) Se você lhe dá uma ordem:

d) Se você muda sua rotina:

4) Com o a pessoa esquizofrênica se com unica com as outras pessoas para:

Pedir alim entos


GROUPS
Pedir atenção: _ _ _ ______ __________________ _________________________
___________________ ____________________ _
Indicar dor fís ic a :______ _______________________________ ___________
Rejeitar uma s i t u a ç ã o : _________________________ _________________
Indicar descontentam ento: ______________ _______________ _________________
5) A pessoa diagnosticada com o esquizofrênica segue instruções? (enumere-
as em caso positivo)

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6) Quais as coisas de que essa pessoa diagnosticada com o esquizofrênica


gosta?
6.1 C om estíveis: ____________________
6.2 O b j e t o s : _____________________________________ ______ ____________________
6.3 A tiv id a d e s:__________________________________________________________
6.4 L o c a is ____________ ___________ _______________________________________
6.5 O u tr o s:______________________________________________________________
7) O que você sabe sobre a história dos comportamentos indesejáveis dessa
pessoa diagnosticada com o esquizofrênica?

7.1)
INDEX
Houve tentativas de dim inuí-los? Descreva-as, em caso positivo.

BOOKS
7.2) Por quanto tem po esses com portam entos indesejáveis têm sido um pro­
blema?

GROUPS
Obrigada por sua colaboração!

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(A N E X O 2) - F O R M U L Á R IO D E O B S E R V A Ç Ã O D IR E T A D E C O M P O R T A M E N T O S D E
P A R T IC IP A N T E

N om e: _________ ______Duração da observação:___________ _ _ _ _


Data: / /

LO C A L

PATIO
INDEX
COM PORTAM ENTOS

O BTER
?3
~o

~o
•C3
T3
FUNÇÕ ES

E V IT A R

c<U
O QUE A C O N T E C E U :
A NTES? E D EPO IS?
BREVES C O M E N T Á R IO S

BOOKS
-3 3 -o
7Í O

QUARTO
REFEITO-RIO
BANHEIRO
SALA DE'":
( )T O
ou
( ) ENF
GROUPS
OUTROS

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(ANEXO 3) - FOLHA DE REGISTRO DE FREQUÊNCIA DE


COMPORTAMENTOS VERBAIS APROPRIADOS E
INAPROPRIADOS - LINHA DE BASE

D elineam ento E xperim ental de M últiplas C ondições

TO e Participante: Mx”

Sessão Dia H orário V erbal A propriado V erbal Inapropriado

INDEX
BOOKS
GROUPS

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(ANEXO 4) - FOLHA DE REGISTRO DE FREQUÊNCIA DE


COMPORTAMENTOS VERBAIS APROPRIADOS E
INAPROPRIADOS - PÓS-TREINAMENTO CUIDADOR
EM DRA E EXT

C uidador e Participante:

DRA

INDEX
Sessão Dia H orário DRA? V erbal A propriado
( ) Sim ( ) N ão
( ) Sim ( ) Não
( ) Sim ( ) Não
( ) Sim ( ) N ão
( ) Sim ( ) Não
( ) Sim ( ) Não

BOOKS
( ) Sim ( ) N ão
EXT
Sessão Dia H orário EXT? Verbal inapropriado
( ) Sim ( ) N ão
( ) Sim ( ) N ão
( ) Sim ( ) Não
( ) Sim ( ) Não

GROUPS { ) Sim (
( ) Sim (
( ) Sim (
) Não
) N ão
)N ã o

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(ANEXO 5) - FOLHA DE REGISTRO DE MEDICAÇÃO/DOSAGEM


MINISTRADA AO PARTICIPANTE

Identificação do Participante: ( ) P1 ou ( ) P2

M ês/A no
Dia M edicação D osagem M anhã T arde N oite

INDEX
BOOKS
GROUPS

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INDEX
BOOKS
GROUPS

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EPÍLOGO

Em uma das dezenas de vezes em que a pesquisadora esteve na


instituição, um dos internos encontrava-se em estado de rigidez muscular,

INDEX
com ausência de m ovim entos. A pesquisadora perguntou a um cuidador o
que ocorria, e esse respondeu: “E o quadro de catatonia. Quando ele fica
assim, só muita medicação e eletrochoque. Já estamos providenciando ”.
N esse m om ento, a pesquisadora sinalizou ao cuidador que iria ao encontro
do interno, quando este a advertiu: “Não vá. Não se aproxime dele. Quando
estão em catatonia, eles se tornam ameaçadores, pois podem sair dela e
agredir quem por perto estiver”, A pesquisadora agradeceu a advertência e
dirigiu-se até o interno. Este estava com os cabelos cortados bem junto ao
couro cabeludo. A pesquisadora passou a dialogar com o interno, explican­

BOOKS
do* lhe que ali estava para conversar, interagir e confraternizar-se com ele.
Explicava-lhe, à medida em que passava suas mãos na cabeça do interno, de
forma contrária à posição dos fios curtos de seus cabelos: “Você não está
mais só neste momento. Estou aqui com você'1. Durante 5 m inutos e 35 se ­
gundos a pesquisadora tocou o couro cabeludo do interno, com ele dialogan­
do, sem obter resposta alguma, Quando, de repente, o interno, passando suas
duas m ãos sobre o couro cabeludo, expressando-se sorrindo, disse à pesqui­
sadora: “ Você tá bagunçando meus cabelos , você tá bagunçando meus ca­

GROUPS
b e l o s A esses relatos, a pesquisadora pediu desculpas ao interno, disse-lhe
que organizaria seus fios de cabelos (e assim o fez), quando observou um
sinal de aprovação, seguido de sorrisos do interno. Então, convidou-o a se
dirigir ao refeitório da instituição onde o lanche era servido. E este pronta­
mente a atendeu. Encerrado esse encontro com o interno, o cuidador dirigiu-se
à pesquisadora e sentenciou: “ Você os faz parecerem normais".

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BOOKS
GROUPS

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ÍN D IC E ALFABÉTICO

INDEX
• A lucinação. U m a abordagem funcional para os com portam entos de delirar e
alu cin ar........................................................................................................................................... 63
• Ambiente e materiais..........................................................................................................79
• A nálise funcional. M etodologia de análise fu n c io n a l......................................................39
■ Análise funcional (experimental).....................................................................................83
• Anexo l . Entrevista para Avaliação funcional de Comportamentos.................... 169
• A nexo 2. Form ulário de O bservação D ireta de C om portam entos de Partici­

BOOKS
p a n te ............................................................................................................................................172
• Anexo 3. Folha de Registro de Frequência de Comportamentos Verbais Apro­
priados e Inapropriados. Linha de B a se..................................................................... 173
• A nexo 4. I olha de Registro de Frequência de Com portam entos Verbais A pro­
priados e Inapropriados. Pós-treinaniento C uidador cm D RA e EXT................... 174
• A nexo 5. Folha dc Registro de M edicação/D osagem M inistrada ao Partici­
p a n te ............................................................................................................................................175
• A n e x o s .......................................................................................................................................169
• Antcccdcntcs. Importância dos eventos antecedentes em contextos aplicados......51

GROUPS
• Apêndice.......................................................................................................................... 155
• Aplicação. Delineamento de reversão-rcplicação. seguido porfollow-iip................ 85
• A valiação funcional indireta por m eio de en trev ista........................................................ 81
• Avaliação funcional por observação direta dos comportainentos-problema............82
• Avaliação por observação direta dos relatos de um profissional da equipe.
Fssa ocorreu quando um m édico psiquiatra se dispôs a fornecer dados sobre
os com portam entos-problcm a dos pacientes da in stituição ........................................... 82

c
• Coinportamento-p roble ma. Avaliação funcional por observação direta dos
comportamentos-problema................................................................................................82

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• Comportamento-problema. Avaliação por observação direta dos relatos de uni


profissional da equipe. Essa ocorreu quando um médico psiquiatra se dispôs a
fornecer dados sobre os comportamentos-problema dos pacientes da instituição......82
• Comportamento. Estudos da análise do comportamento sobre a esquizofrenia...... 19
• Comportamento. Uma abordagem funcional para os comportamentos de deli­
rar e alucinar.........................................................................................................................63
• Contexto aplicado. Importância dos eventos antecedentes em contextos apli­
cados ......................................................................................................................................51
• Cuidadores. Programa de Treinamento para Cuidadores da Instituição................155

INDEX
• Delineamento de múltiplos elem entos............................................................................ 83
• Delineamento de reversão-replicação, seguido porfollow-up.....................................85
• Delírio. IJma abordagem funcional para os comportamentos de delirar e alucinar.... 63
• Discussão......................................................................................................................... 133

• Entrevista para Avaliação Funcional de Comportamentos. Anexo 1 .................... 169

BOOKS
• Entrevista. Avaliação funcional indireta por meio de entrevista................................ 8 1
• Epílogo..............................................................................................................................177
• Esquizofrenia. Estudos da análise do comportamento sobre a esquizofrenia...........19
• Estudo. Objetivos do presente estudo.............................................................................. 75
• Estudos da análise do comportamento sobre a esquizofrenia......................................19
• Experimental. Análise funcional (experimental)......................................................... .83

GROUPS
• Folha de Registro de Frequência de Comportamentos Verbais Apropriados e
Inapropriados. Linha de Base. Anexo 3 ......................................................................173
• Folha de Registro de Frequcncia de Comportamentos Verbais Apropriados e
Inapropriados. Pós-lreinamento Cuidador em DRA e EXT. Anexo 4 ................... 174
• Folha de Registro de Medicação/Dosagem Ministrada ao Participante. Anexo 5... 175
• Follow-up. Delineamento de reversão-replicação, seguido porfollow-up ............... 85
• Formulário de Observação Direta de Comportamentos de Participante. Anexo 2 ... 172

• Importância dos eventos antecedentes em contextos aplicados................................. 51


• Instituição. Programa de Treinamento para Cuidadores da Instituição.................155

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■ Materiais e ambiente.......................................................................................................... 79
• M élodo.................................................................................................................................. 77
• Metodologia de análise funcional.....................................................................................39
• Múltiplos elementos. Delineamento de múltiplos elementos...................................... 83

• Objetivos do presente estudo............................................................................................. 75




• INDEX
Participantes.........................................................................................................................77
Prática. Treinamento teórico c prático.......................................................................... 155
Procedimento...................................................................................................................... 80
Profissão. Avaliação por observação direta dos relatos de uni profissional da
equipe. Essa ocorreu quando um médico psiquiatra se dispôs a fornecer dados
sobre os comportamcntos-problema dos pacientes da instituição..............................82
• Programa de Treinamento para Cuidadores da Instituição.........................................155

BOOKS
• Psiquiatria. Avaliação por observação direta dos relatos de uin profissional da
equipe. Essa ocorreu quando um médico psiquiatra se dispôs a fornecer dados
sobre os comportamentos-problema dos pacientes da instituição..............................82

• Referências......................................................................................................................... 147
• Resultados............................................................................................................................ 91
• Reversão. Delineamento de reversão-replieaçào. seguido por follow-up..................85

GROUPS T

• Teoria. Treinamento teórico c prático...........................................................................155


• Treinamento teórico e prático.........................................................................................155
• Treinamento. Programa de Treinamento para Cuidadores da Instituição...............155

u
• IJma abordagem funcional para os comportamentos de delirar e alucinar............... 63

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f lU R U
EDITORA

Esta obra foi impressa em oficinas próprias,


utilizando moderno sistema de impressão digital.
Ela é fruto do trabalho das seguintes pessoas:

INDEX
E ditoração:
Elisabeth Padilha
Elizete Sizanoski

ín d ices:
Emilio Sabatovski
A cabam ento:
Afonso P. T. Neto
Anderson A. Marques
Bibiane A. Rodrigues
Carlos A. P. Teixeira
Lucia H. Rodrigues

BOOKS
Iara P. Fontoura Luciana de Melo
Tania Saiki Maria José V. Rocha
Marilene de O. Guimarães
Im pressão: Nádia Sabatovski
Lucas Fontoura Rosinilda G. Machado
Marcelo Schwb Terezinha F. Oliveira
Willian A. Rodrigues

GROUPS
“A alma não tem segredo que o comportamento não revele/’
Lao-Tsé

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I f f J u n ta E d ito ra

INDEX
BOOKS
O Hlha per AsfoiSo

Fwfpwto:15*2km
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PfH * J=8h<i* pqr M o f *0 «»
Boat•Cit&MsstKm,
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P *t«(uk»«ku
twtrvmeiitazpartCeiehc
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Qu«Wwi*M:|
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M a n ue l p a ts A p tso do re s ;

GROUPS
Udia W e b e f '2 1 8 p L td is W e b d - 2 5 4j> Or^:liifeW(;twfe lidi»Weter, An*PaulsS*ivs
tSSty B33i5M3?-8 ;: tSB«.- «573MS12-4. M3M3A.O«se(t-282p *OIMj(trai>r)*ii>ti!g-KKtji’J

Ado{ao A d o ta o Adonic-2?«j. - Ooutrir.} e A d o ^ jo In te m a c io n i) ArimioparaHoniQMenuals


De /WfTTiir»
Cf!»i>i», V m i H ia o rk tie (sp e n t e A m o r iraifc*■ComConyenlirits Pm ced'T^rtos legait l u n Carles; de Esrros
a
as Cnanfa Fliha VanSieginaMirant •iup <iAfavaier,1?Ado;sn ie> Conforme 3 Afoia
La de rij? u e if« k i - i liSp
l^giaSantaMaris IS 6 N :'i» ? S 8 5 ‘« 2 2 2 3 [ V l n .o io / m A t f o p o 1st 1 2 .0 1 0 /0 9 ISSN. 85735M 936-S
Ayfi.1!-H i p f.jnirs*f*fre R ■
n ,'■
)'•'- VifdodS.Capua 178p
S7Jg53MJ24S-5 ISB* ‘i788.r!)E22781-8 ISBN:97fl85J62it'W1

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ftd o çio p o * rtouiosseiruiii ComtPÍarioi a Nova lei Nàoonal D» M o ç S o Homapareutalidade


A f iiy t í iij H o m n p & iin t*! io b o da Adoção - i ei 12 010/09 M?ttmida<k às/, HomoiH-xiiaK D i/e ito A Aík>;Aí> e HcfírcuiiiçSo
íi>
Oí !>:jí itt K k nlog Itirídirt
AprcscnUtfo(Â’VateMjWí P la tte n do Oiretto ( l f FniruJij í i a V ijh iiis J íio p tó) Adoção 6 h u i j u r j A ssatitís p o i rz s iis
autor d o fitôjêta á í t t i 1,756/03,
Mâriana de 0 . farias e Ana C. çú e s e m u ite è a s fiie i Simoo« F. B eehr« - 320p R e p roà u çio A f f i t f f o Homsjàiettvos
êortotoui 2A&p u m m 1SBN:97gSSJ62iG2J-í Vtra Lutia S. SatAa • ISõp Silvia 0 . R. Mostfietta • 134(>
ISBN' 97885362231&-6 lu ii Carlos S ■i80p S 8 N '.8 W 6 2 0 â 2 frl ISS«: 97S2SÍG226S&-6
tSBN: 97385J622726-9

WKMMSsWÊ-

vidè
INDEX
A E j t r e l i n l u D is tra íd a
M oçSo a s n çTi»nps
Pintando e p e rcifb e n th sua
/» s t ix f â d e
Hália « ftew ta Pauliv
de Souia - 21 p
farmatD: 15K2krm
ISBN;R536203919
A H a b ttiia ç ia d e M u ito s
Neí«3 Feria; de MeUc
ia u iiM H fe p
ISetH- 8 5 3 6 2 0 0 *3 X
Arte e Educação
Di ítM io hKtrtimeMitf J
Knatmjliditteím<jfT.:i(wfôri>
Cândida Alayde C
BrttçncWft • *5Sp
IS6M: &53620S91-1
A t iv id a d e s l ú d k a s
Sua í.nportènas
álfybeteêçác
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A d r ia n a P. R o s a e Jo s ia n e
di Ni m - 128p
ft&N: 8S7B4191 X
Oeiannptitafiiio a Esaita
8 « í f t â ■ Consider^ôes z
te p í-K u eh O eÍK Ípnas V iiu ol
Rosane C. tójcfísdo ■■Coautíir:
Eugênio A. 0Í3! Merino ■Wp
lie « ; S 7 S S S 3 fe 2 W 4 -í

BOOKS
D ific u ld a d e s d e
V ed.
A p r e n d iz a d o -
M w iiÀi/joaiuPiu e
Divã para
VWlibulandos ■V ed.
C o fK ilijrd u emoção e ru ã o
Ê d u c a ç à o e A p r e n d i; a g e m
C o fitfib u i^ ò ci du P sicologii
():£ : V e -u R . H ic js riü IS Íp
H tK ica çS o S ilt n g u t j w a iu n í o s
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( ( ’.■ » L íIO ífe
Im plkJi Õe$ y ijtk u i
r d t j i ^ ã o E $ p e c ia l
í a L M ír s ü íã c (to
fro/e vioí r !'.* t i f 'lim o

GROUPS
P rviesioras p a n u íp c w ilef j t h s is c n : -s im u n ím A Vilms G ílortiiki ■1 JAp R il J O ^ ít

JomanoCopetti lf>2p £ liara baleria líO p ISÊfí 97SB53se22S2e-0 M it iu e K u b a ■1 4 2 p


M íN : 978855621932$ i$ 8M : ‘n m m m n ISfifJ- 97B2S3622298 1

LiçÃcs i t Vida A Magia <U E ífU íSíJo Verbai


C scita« l«itura Formação Docente para o lú d k o t A S f > b e t í« í 3 o
C ifíé m .V j f r f i ji -Jo ítlvcadcir
A fV ntfupa cte h ú /ttiy irtK te na tm in o Superior T«cn(46pco
Vterci iíegir.â Mirafida • 82p
Ct!3id. ÂílriáiMPasõ•ÜQp Akànwto C G im '- â ::!
íx p e rü n u a iite u u ê A e r o n á u t ic o 15B« S5362M 37 0 M a iw t o • % p
? a r a s t e : ? í ‘.« iO t r i
teoíiírco f' ú? AJnpKtó • í ÍÜp iuísAVietons•lôOfi IS3N. K5 3 6 2 0 2 3 4 3
I58N: Si36^ôi®ü
IÍ6N 978853í224bfr7 IS B N . y , ' s a i t o 2 2 ü [ j i y

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M i l -ír ta r na iáuaç& o M e d ia ç io M a t e « » ao Mom*rrtos wn fîk o fo g iï O rietttaçio Pto S m íw w I no Con­ O ffc n ta tâ o S en u al


0 S n fiim e n ío P iíq u k v d e U e s e trv o M m c n to C a g n itiïO (la ed, texto da Detícííndn Auditiva Ccwráníáaçfci,
Prci^í^rei- C r ó r ç » c o ro tJe fro frcc i-s V is it a i CarmemRorf-tigitesda’~.o'.’.‘:. 0 » ^ > fr> S P jp t t » , f la n c s T. KJcii; e NeresvdáófcfcMarlc
KojinaMàïcîip.AgiiijreSsnds»F. AisCustinoB.?3äCüiihaeScnia S ónja M s fiä fio n ts jtio ■ Ijr a f s j s r e (fö S. W is n es ty - 25 4p H ilia Pauliv (te Scuu - U 4p
C.deftJjTietda-USp R f E n ttm y - i 2 6 p ïlijs b e & R .d e S .-H O p tS 8N .'ÎS ?39«S lï-6 tS8N. 97$$536231Q6-*
ISBN: 9 7 8 3 5 3 6 2 2 Í 3 2 -2 B S N 3 7 S 8 S 3 6 2 3 8 ÍU -4 ISËN:S5ii!Mü3S-î

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Pedagogia w jím it w Superkx P ro fe s s o re s d e M ú s ic a Su c m m > n o v s s t A u f a *


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CARACTERÍSTICAS C o o p e r a i jv t s i n o
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MORAL 5

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C ara rterfsttò » do C OfcSgo PÍNS5AA8R Comunicação t Saude do C ooperativim a e Subjetividade G e s t i c d e P & is o a s e D is c u rs o
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I m p jc t ô Psitjiu to e S o d o ta /n iliff i / w a « .í/iw p s ic v p o » t o A m D i t a d u r a n o B ra s il S e g u n d o C rtcti from m A P íic o fo g io A n í it it iw ÍJominoEW
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ViwtKútsifoJogador 0 i$ u l t v l G 8 T IS8N 9 ? 8 S » 6 2 2 2 0 4 -9 Nascimefflo ■17Sp B e m iq u e P e r e i t a , l S 4 p
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V IO L Ê N C IA C O N T R A A CRIAüHpA E O A D O L E S C E N T E

ADOlEjfêfNlES
PRiVAÍÍOS
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A b u s o S e x u a f e m M e n in o s A b u s o 5 > e * u a l-2 * « I . A í lo lt s i é r t c ia A dokstentes Privados C r ia n ç a s n o t a b i r ín f o


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Q r ç i.: r ía b f jf i
INDEX
Fühos e V itim a s 4 a T e m p o d »
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Cíiffíca e ■) Atloínceriie
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INDEX BOOKS GROUPS: perpetuando impressões!


INDEX BOOKS GROUPS: perpetuando impressões!

K a n t a F rrm J ; 0 Laço Social na TíúdJ P s ic a n á lis e : A N oção fre u d w n j de


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I5BN; 3/8853622-W?ü lSBN:978$536222SS-2 ISBN. 97 562220
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Kcumat C W in iíf • 142p
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GESTÃO DE ENSINO

G í i t à o d t In s titu rç ò e s d o G e s t ã o f s t r a t é g líâ R r íJ e x Ô Ê i S e lw e i b c o l a U n t v e f íi d a d e e D e s e n v o t ó -
( n s in o S u p e r io r In lo r m a ç a o . d o C o n h e c ir o ín t o C iar tf ft)íc’V;í ík í>tò, 05 Akmoi m e n t o R e g io n a l ■0 Auoic t íjs
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S jd irio 1’afis filho - I M u
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M aura C. lãvareç l^O p
Viscoíwt-tas • jS íp K1á(;ti;K> A. Serra 4?üp
i.-ÜN.9;S85á$22-i52-0 ISBN: 5mHÍ223Ql-4 ISBK-?7Sa53fe22/-1v-S

E//M/ w w w . j u r u a . c o m . b r

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Gina Nolêto Bueno

Doutora em Psicologia
pela PUC Goiás. Mestre
e graduada em Psico­
logia pela PUC Goiás.
Professora, supervisora,

NDEX
pesquisadora e profes-
sora-orientadora tanto na
graduação em Psicologia,
como na Pós-Graduação
Lato Sensu em Psicopato-
logia ministrados pela PUC
Goiás. Membro da Equipe

BOOK
de Avaliações dos Proces­
sos Seletivos Discentes
da PUC Goiás. Membro
do Núcleo de Pesquisas
Aplicadas a Intervenções
Comunitárias e Clínicas -
NUPAICC, da Associação
Brasileira de Psicotera-
GROUPS
pia e Medicina Compor-
tamental - ABPMC e da
Associação Brasileira de
Análise do Comportamen­
to - ACBr. Psicóloga Clíni­
ca com vasta experiência.

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lima A. Goulart de Souza


Britto

Doutora em Ciências So­


ciais, Antropologia pela
PUC/SP. Graduada e
Mestre em Psicologia da

NDEX
Aprendizagem e do De­
senvolvimento pela UnB.
Professora titular, pesqui­
sadora e professora orien­
tadora dos Programas
de Pós-Graduação Lato
Sensu e Stricto Sensu da

BOOK
Pontifícia Universidade
Católica de Goiás. Coor­
denadora do curso de
Especialização em Psico-
patologia da PUC Goiás.
Membro do Núcleo de
Pesquisa Aplicada a In­

GROUPS
tervenções Comunitárias
e Clínicas e da ABPMC.
Sócia plena da ACBr.

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A presente obra objetivou avaliar funcionalmente os efeitos dos


eventos antecedentes e consequentes no controle das respos­
tas verbais de pessoas com o diagnóstico de esquizofrenia, bem
como o levantamento da medicação utilizada por esses indiví­
duos. Para o seu cumprimento, foram realizadas entrevistas com
membros da equipe multiprofissional da instituição, observações
diretas e aplicado o delineamento experimental de múltiplos

INDEX
elementos.
Um segundo objetivo foi o de intervir nas classes de respostas
verbais: nas inapropriadas, visando a redução de suas frequên­
cias; e nas apropriadas, com a finalidade de aumento de suas
ocorrências. Para essa finalidade, um delineamento de rever-
são-replicação, seguido por follow-up foi usado.
Objetívou-se, ainda, treinar, dentro dos princípios básicos da

BOOKS
Análise do Comportamento, necessários à aplicação do estudo,
um profissional da instituição para conduzir parte das sessões
de intervenção: junto com a pesquisadora e sozinho com os
participantes.

GROUPS

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