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Pregadores
Arquidiocese de Maringá
Renovação Carismática Católica
Ministério de Pregação
Maringá – Paraná
2010
2
Apresentação
A missão do Ministério de Pregação é a formação de pregadores da Renovação
Carismática Católica (RCC), conduzindo-os à unidade de fé e do conhecimento de Jesus Cristo,
a partir da vivência do Batismo no Espírito Santo, buscando a santidade, reavivando-lhes a
consciência de nossa identidade e capacitando-os para o eficaz exercício do ministério de
pregação.
Este curso básico tem como base principal as diretrizes do Ministério de Pregação
da RCC Brasil (2008-2009), o Curso de Comunicadores da Mensagem Cristã, Cristã , da Editora
Pelicano, desenvolvido pela Evangelização 2000 e a apostila Curso de Pregadores elaborada
pela Comunidade Atos. Outros textos serviram de fonte como Anuncia-Me,
Anuncia-Me, cujo objetivo é
despertar e reavivar os carismas da pregação e do ensino, bem como desenvolver o senso de
Evangelho. Arautos da Salvação que visa capacitar os
responsabilidade pelo primeiro anúncio do Evangelho. Arautos
pregadores a anunciarem o Evangelho utilizando o querigma. Oratória Sacra, Sacra, que tem como
objeti
objetivos
vos:: capaci
capacitar
tar os pregad
pregadore
oress e formad
formadore
oress a con
confec
feccio
cionar
narem
em roteir
roteiros
os com eficá
eficácia
cia e
segurança e dotar os pregadores e os formadores dos conhecimentos básicos e do treinamento
nece
necess
ssár
ário
io para
para rece
recebe
berem
rem a forma
formaçã
çãoo sobr
sobree comu
comuni
nica
caçã
çãoo gest
gestoo verb
verbal
al,, comu
comuninica
caçã
çãoo
interpessoal, organização do pensamento, noções de artes cênica e didática. Além disso, constam
neste manual as oficinas: Voz e Unção, Palavra Viva, Roteirização, Verbalização e TV . TV . Portanto,
os módulos da metodologia com poder do Espírito Santo propostos pela RCC que serão
abordados nesta apostila serão: I – Fundamental : Roteirização, Pregação, Voz e Unção e
Palavra Viva. II – Missão: Anuncia-me, Arautos da Salvação, Aprofundamento da Mensagem e
III – Bíblico : Onde buscar a mensagem bíblica.
Aprender a pregar não se limita a uma técnica de oratória, mas a seguir os passos
do mistério da encarnação, em que a palavra e acontecimento se unem indivisivelmente. Trata-se
de imitar o maior pregador da história, que não apenas chegou a ser o tema de pregação de
muitos, mas também muitos mártires deram suas vidas por ele (Salvador Gomes e José H. Prado
Flores, 1988).
Aprenda com Jesus! Aprenda com a Igreja! O pregador, por mais capaz que seja
não tem autoridade por si mesmo. Tem que ser enviado, quer dizer, unido aos pastores da Igreja.
“Ide por todo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. ... Estes milagres
acompanharão os que crerem: expulsarão os demônios em meu nome, falarão novas línguas,
manusearão serpentes e, se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal; imporão as mãos
aos enfermos e eles ficarão curados.” (Mc 16, 15-18).
Avante, caros arautos da salvação!
salvação! Marchemos para conquistar almas para o
Senhor!
“Proclama a Palavra, anuncia a Boa Notícia!” (II Tim 4, 1-5).
Revisão:
Claudinéia Almeida da Silva Faustino (Grupo de Oração Rainha dos Anjos)
Gustavo Cioli (Grupo de Oração Frutos da Aliança)
2
Apresentação
A missão do Ministério de Pregação é a formação de pregadores da Renovação
Carismática Católica (RCC), conduzindo-os à unidade de fé e do conhecimento de Jesus Cristo,
a partir da vivência do Batismo no Espírito Santo, buscando a santidade, reavivando-lhes a
consciência de nossa identidade e capacitando-os para o eficaz exercício do ministério de
pregação.
Este curso básico tem como base principal as diretrizes do Ministério de Pregação
da RCC Brasil (2008-2009), o Curso de Comunicadores da Mensagem Cristã, Cristã , da Editora
Pelicano, desenvolvido pela Evangelização 2000 e a apostila Curso de Pregadores elaborada
pela Comunidade Atos. Outros textos serviram de fonte como Anuncia-Me,
Anuncia-Me, cujo objetivo é
despertar e reavivar os carismas da pregação e do ensino, bem como desenvolver o senso de
Evangelho. Arautos da Salvação que visa capacitar os
responsabilidade pelo primeiro anúncio do Evangelho. Arautos
pregadores a anunciarem o Evangelho utilizando o querigma. Oratória Sacra, Sacra, que tem como
objeti
objetivos
vos:: capaci
capacitar
tar os pregad
pregadore
oress e formad
formadore
oress a con
confec
feccio
cionar
narem
em roteir
roteiros
os com eficá
eficácia
cia e
segurança e dotar os pregadores e os formadores dos conhecimentos básicos e do treinamento
nece
necess
ssár
ário
io para
para rece
recebe
berem
rem a forma
formaçã
çãoo sobr
sobree comu
comuni
nica
caçã
çãoo gest
gestoo verb
verbal
al,, comu
comuninica
caçã
çãoo
interpessoal, organização do pensamento, noções de artes cênica e didática. Além disso, constam
neste manual as oficinas: Voz e Unção, Palavra Viva, Roteirização, Verbalização e TV . TV . Portanto,
os módulos da metodologia com poder do Espírito Santo propostos pela RCC que serão
abordados nesta apostila serão: I – Fundamental : Roteirização, Pregação, Voz e Unção e
Palavra Viva. II – Missão: Anuncia-me, Arautos da Salvação, Aprofundamento da Mensagem e
III – Bíblico : Onde buscar a mensagem bíblica.
Aprender a pregar não se limita a uma técnica de oratória, mas a seguir os passos
do mistério da encarnação, em que a palavra e acontecimento se unem indivisivelmente. Trata-se
de imitar o maior pregador da história, que não apenas chegou a ser o tema de pregação de
muitos, mas também muitos mártires deram suas vidas por ele (Salvador Gomes e José H. Prado
Flores, 1988).
Aprenda com Jesus! Aprenda com a Igreja! O pregador, por mais capaz que seja
não tem autoridade por si mesmo. Tem que ser enviado, quer dizer, unido aos pastores da Igreja.
“Ide por todo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. ... Estes milagres
acompanharão os que crerem: expulsarão os demônios em meu nome, falarão novas línguas,
manusearão serpentes e, se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal; imporão as mãos
aos enfermos e eles ficarão curados.” (Mc 16, 15-18).
Avante, caros arautos da salvação!
salvação! Marchemos para conquistar almas para o
Senhor!
“Proclama a Palavra, anuncia a Boa Notícia!” (II Tim 4, 1-5).
Revisão:
Claudinéia Almeida da Silva Faustino (Grupo de Oração Rainha dos Anjos)
Gustavo Cioli (Grupo de Oração Frutos da Aliança)
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Sumário
Apresentação ............
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..... 02
Sumário ...........
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1° Tema – Arautos da Salvação ............ .................. ...........
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1. Arautos
Arautos da Salvação
Salvação ............
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2. Quem pode ser pregador? .............. .................... ...........
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.......... 04
3. Exemplos
Exemplos de arautos arautos ............
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........ 05
4. O pregador
pregador ............
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..... 06
5. Obstáculos
Obstáculos do pregador pregador ............
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............ 06
6. Decálogo
Decálogo do orador orador sacro ............. ................... ...........
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.......... 06
2° Tema – Pregação ............
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1. Conceito
Conceito de pregação
pregação ............
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2. A necessidad
necessidadee da pregação pregação ................
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3. Objetivos
Objetivos da pregação
pregação ............
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..... 08
4. Anunciar
Anunciar a Boa Nova ........... .................
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........ 09
3° Tema – Revelação para a pregação ........... ................. ............
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1. Bíblia Sagrada
Sagrada ...........
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2. Sagrada
Sagrada Tradição
Tradição ...........
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3. Magistério
Magistério da Igreja ........... .................
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4. Senso sobrenatural
sobrenatural da fé ........... .................
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5. Fontes compleme
complementare ntaress (Via cosmológica cosmológica e antropológ antropológica) ica) ..........
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4° Tema – Tipos de mensagem ........... .................
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1. Mensagem
Mensagem querigmátic
querigmáticaa ............ .............................
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2. Mensagem
Mensagem catequétic
catequéticaa ...........
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3. Mensagem
Mensagem de perseveranperseverança ça ............
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5° Tema – Buscando a mensagem na Bíblia ............ ................. ...........
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1. Parábolas
Parábolas ...........
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2. Milagres
Milagres ...........
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3. Personagens
Personagens ............
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4. Guerras
Guerras ............
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5. Perguntas
Perguntas ............
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6. Diálogos
Diálogos ...........
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7. Discursos
Discursos ............
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8. Costumes,
Costumes, comidas
comidas e festas festas ...........
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9. Visões,
Visões, sonhos
sonhos e revelações
revelações ................
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10. Lugares
Lugares ............
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11. Objetos
Objetos ...........
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12. Orações
Orações ...........
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6° Tema – Técnicas para aprofundar a pregação ........... .............................
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1. Significado
Significado das palavras ou semântica semântica .............. ................... ...........
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2. Opostos,
Opostos, antônimos
antônimos ou contrários contrários ................
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3. Contexto
Contexto ............
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4. Comparação
Comparação de mensagens mensagens ........... ............................
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7° Tema – Como organizar a pregação (Roteirização) ............ .............................
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1. Roteiro proposto pelo livro Formação de pregadores ...... ...............
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2. Roteiro proposto pela RCC Brasil ............. ................... ............
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8° Tema – Técnicas de pregação ............ ................. ...........
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1. Ruídos de comunicaçã
comunicaçãoo ........... .................
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2. Espécies
Espécies de técnicas
técnicas de pregação pregação ...............
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9° Tema – Oficinas de pregação ............ ................. ...........
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1. Voz e unção ............
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2. Palavra
Palavra viva ...........
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3. Roteirizaçã
Roteirizaçãoo ...........
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4. Verbalizaçã
Verbalizaçãoo ............
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5. A arte de falar na TV ........... .................
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Referências ...........
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4
B) Testemunho de vida (viver o que se prega) - A vida fala muito mais do que as
palavras. O testemunho autenticamente cristão é o primeiro meio de evangelizar. São Pedro
exprimia isto muito bem quando evocava a singularidade de uma vida pura e respeitável, para
que, aqueles que "não obedecem a palavra, venham a ser conquistados sem palavras, pelo
procedimento" (E.N. N 41). °
C) Zelo pelo evangelho (ser apaixonado por Jesus) - para que Cristo seja conhecido,
amado e servido por todos os homens. "O Senhor quer que nós, que um dia recebemos o anúncio
da palavra, não deixemos desaparecer o primeiro amor que nos leva a proclamar para todos o
amor com que Deus nos amou" (Ap 2,3-4). Faz parte do zelo, o cuidado para não disseminar
confusão ao anunciar o evangelho. "Pregar, não as nossas próprias pessoas ou as nossas idéias
pessoais, mas sim um evangelho do qual não somos senhores e proprietários absolutos" (E.N. N °
15).
3. Exemplos de arautos
1) Moisés (Ex 5-11) vai ao faraó seguindo às ordens de Deus para a salvação do povo. A) Na
primeira vez o faraó diz não (Ex 5, 2). B) Na segunda vez o faraó disse que adorassem dentro do
Egito (Ex 8, 25). C) Na terceira vez o faraó permitiu que fossem, porém não deveriam ir longe
(Ex 8, 28). D) Na quarta vez o faraó disse para não levarem os filhos (Ex 10, 9-11).
2) Paulo (At 27, 13-44) salva os tripulantes de uma embarcação na tempestade. A) Paulo os
exorta e os leva a crer (vs. 21 – 25). B) Paulo os corrige e os encoraja (vs. 31 – 34). C) Paulo os
conduz são e salvos (vs. 44).
3) João Paulo II conduziu o rebanho de Deus entre lobos. Ex. Um repórter lhe perguntou se não
estava na hora de deixar de ser Papa em virtude de sua saúde e outras coisas. O Papa respondeu:
Jesus só desceu da cruz depois de morto.
6
4. O Pregador
O pregador ou arauto da salvação é uma pessoa guiada pelo Espírito Santo, com o
objetivo único de conquistar as pessoas para Jesus. Ele é a voz que clama, é a seta que indica o
caminho. Mas não é, jamais, a Palavra, o Caminho. Por isto é muito importante que o pregador
do grupo de oração seja uma pessoa madura na fé, que conheça bem Jesus, que é o Verbo do Pai,
a Palavra verdadeira, o único caminho.
O perigo de um pregador imaturo é de que, não conhecendo a Verdade, ele desvie muitas
pessoas do verdadeiro caminho. São Paulo orienta que para ser capaz de ensinar a pessoa “ não
pode ser um recém-convertido, para não acontecer que, ofuscado pela vaidade, venha a cair na
mesma condenação que o demônio. Importa, outrossim, que goze de boa consideração por parte
dos de fora, para que não se exponha ao desprezo e caia assim nas ciladas diabólicas (...) Antes
de poderem exercer o seu ninistério, sejam provados para que se tenha certeza de que são
irrepreensíveis” (I Tim. 3, 6-7, 10).
O que podemos entender por Verdade? A verdade é o próprio Jesus, conforme a Igreja
Católica Apostólica Romana ensina ( Declaração Dominus Iesus). Mas o que vem a ser um
pregador maduro? Pergunta um tanto difícil de responder, tendo em vista que estamos falando de
fé, de conhecimentos sobrenaturais, de graça. Mas, como disse Jesus: são pelos frutos que
conhecereis a árvore. Assim, cabe à comunidade de fé, aos membros do grupo, em especial à
equipe de serviço, decidir sobre quem deve pregar no grupo de oração.
5. Obstáculos do pregador
a) Ativismo - se o demônio não nos pega pela omissão (preguiça), poderá nos pegar pelo
excesso de atividades boas (religiosas). O ativista não tem tempo para a amizade com Jesus
(oração pessoal), como acontece com Pedro e Jesus em Jo 21, 15ss ( Pedro, tu me amas?).
b) A falta de pureza nas intenções - O homem vê o exterior, Deus perscruta as intenções do
coração (1Sm 16,7). Uma ação vale para Deus quanto vale a intenção com a qual é feita. O
Espírito Santo não pode agir na evangelização se o movente não é puro. Deus não se faz
cúmplice de mentira e não valoriza a vaidade.
c) Falta de humildade - Não pregar a si mesmo: "De Fato, não nos pregamos a nós mesmos,
mas a Jesus Cristo, o Senhor" (2Cor 4,5). Não buscar a glória pessoal: "Eu não busco a minha
glória!" (Jo 8,50).
d) Excesso de amor-próprio (a si mesmo) - Astúcias do amor próprio: "O ego quer ser admirado
e amado"; Ostentação de vaidade; Desejo de agradar aos outros para conseguir vantagens;
Desejo de tornar-se célebre (com muita fama); Centralizar-se em si mesmo. "Nem todo
aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a
vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não
pregamos nós em vosso nome, e não foi em vosso nome que expulsamos os demônios e
fizemos muitos milagres? E, no entanto, eu lhes direi: nunca vos conheci retirai-vos de mim,
operários maus!” (Mt 7,21-23).
e) Incredulidade.
DINÂMICAS
1. Convide alguns participantes para irem à frente e testemunharem quem foi o seu arauto.
Citando quem foi, em que época, se ainda tem contato com ele ou não e outras
particularidades que quiserem. Façam uma oração para estes arautos.
2. Chamar alguns participantes para irem a frente testemunhar seu primeiro (encontro com
Jesus ressuscitado) ou segundo (Batismo no Espírito Santo) toque de Deus.
3. Convidamos a todos que se coloquem de pé, em atitude de prontidão para acolherem o
chamado e o envio de nosso Senhor Jesus Cristo, a fim de, também nós, nos tornarmos como
Ele, anunciadores da Boa Nova.
2° Tema – Pregação
1. Conceito de pregação 3
Pregação é o anúncio do Evangelho sob a unção do Espírito Santo, mediante o uso dos
recursos e métodos da oratória (arte de falar em público) e da retórica (estudo do uso persuasivo
da linguagem, em especial para o treinamento de oradores).
Oratória Sacra é um método de pregação que, com docilidade ao Espírito Santo e
dependendo de sua unção, anuncia o Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo empregando as
técnicas e os recursos de comunicação ensinados pela retórica e utilizados pela oratória. Sua raiz
remota são as homilias feitas pelos primeiros cristãos; nasceu quando os pregadores cristãos
perceberam que podiam usar a retórica grega ou a oratória romana. Uma das funções da oratória
é apresentar uma tese, sustentá-la e deixar os ouvintes em condições de decidir por ela. Cada
tema de pregação assemelha-se a uma tese.
A) Partes da Oratória:
Invenção: planejamento estratégico (busca de idéias, provas, argumentos) = Acolhimento
da revelação para a pregação.
Disposição: organização da forma mais didática possível.
Elocução: exposição das idéias de forma estética e convincente.
B) Eloquência
Habilidade de falar e exprimir-se com facilidade. É a arte e o talento de persuadir,
convencer, deleitar ou comover por meio da palavra. Em estudos da linguagem é a arte de falar
bem. Ex. Apolo.
2. A necessidade da pregação
A pregação é uma necessidade no plano de Deus – I Cor. 1, 21 e Rom. 10, 14 – Porém,
como invocarão aquele em quem não têm fé? E como crerão naquele de quem não ouviram
falar? E como ouvirão falar, se não houver quem pregue?
Ensina Lumen Gentium (L.G.) Nº 1338 e 1339: Impõe-se pois a todos os cristãos o dever
luminoso de colaborar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e acolhida por
todos os homens em toda a parte. (...) Para exercerem tal apostolado, o Espírito Santo – que
opera a santificação do povo de Deus através do ministério e dos sacramentos – confere ainda
dons peculiares aos fiéis (cf. I Cor. 12,7) “distribuindo-os a todos, um por um, conforme quer”
(I Cor. 12,11). (...) Da aceitação dos carismas, mesmo dos mais simples, nasce em favor de cada
um dos fiéis o direito e o dever de exercê-los para o bem dos homens e a edificação da Igreja,
dentro da Igreja e do mundo, na liberdade do Espírito Santo (...).
3
Apostila Oratória Sacra – Verbalização, RCC Nacional.
8
1ª Necessidade – a fé: Através da pregação que recebemos a fé (Rm 10, 9-19) e a fé é
condição para a salvação: A) (vers. 9) se com tua boca... com suas palavras, com seu raciocínio
dêem razão de sua fé. Será salvo! B) (vers. 9) em teu coração... com suas ações, com seus
testemunhos viva a sua fé. Será salvo! C) (vers. 13) por que todo aquele que invocar o nome do
Senhor será salvo! Então agora ficou muito simples a questão da salvação: para sermos salvos
precisamos invocar com a boca e o coração o nome do Senhor. D) (vers. 14,) Como invocarão...
como poderá alguém invocar a salvação sendo que não crê porque não ouviu falar que Jesus é o
salvador. E) (vers. 14) e como ouvirá se ... muitos estão se perdendo por nossa causa, porque não
estamos falando. Não se espante o dia que entrar em um grupo de oração e ver uma pedra
falando (Lc 19, 40). Ex. A arte nasce da inspiração, a filosofia do raciocínio, a tecnologia do
cálculo e da experimentação. A fé é a única que nasce do ouvir (Pe. Ranierro Cantalamessa).
F) (vers. 18) Acaso não ouviram? A resposta foi sim. Sim, ouvimos! G) (vers. 19) Acaso não
compreenderam? A resposta foi sim. Sim, compreendemos. H) (Rm 11,1) Acaso rejeitou Deus o
seu povo? A resposta foi não. Deus não rejeita um povo que vive empunhado a arma que Ele deu
como sinal da vitória contra o mundo: a nossa fé (1 Jo 5,4) .
2ª Necessidade – a esperança: É através da pregação que se renova a esperança (Êx 14,
10-16). A) (vers. 10-12) invocaram o Senhor... O mundo está passando por uma crise de falta de
esperança. Pessoas com doenças não esperam solução por parte de médicos e hospitais. Pessoas
em dificuldades financeiras não esperam ajuda de bancos ou agências financeiras, pessoas sem
empregos não acreditam em empresários. B) (vers. 13) Não temais... nos momentos difíceis de
nossa vida, onde procuramos amigos para nos consolar, com certeza encontraremos nas
pregações, na palavra de Deus não somente consolo, mas direção para caminhar no rumo certo.
Ex. em algumas traduções bíblicas há 365 citações dizendo “Não temais”. Uma reflexão: que
lindo, uma para cada dia do ano em nossa vida. C) (vers. 14) O Senhor ... Pela esperança é que
alcançamos a salvação, em esperar as maravilhas do céu. Ganhar o céu é esperar até o último
momento. D) (vers. 16) para que os israelitas... Diante do mar vermelho, Moisés se viu sem
esperança. De um lado o mar de outro o exército dos Egípcios. Nada humanamente poderia vir
em auxílio do povo de Deus. Sem saída, sem armas e sem guerreiros, Moisés só tinha esperança
em uma promessa feita pelo Senhor dos exércitos; e agarrado a essa esperança ele e todo o povo
viu a vitória dos que esperam no Senhor. Jesus é nossa esperança! (1 Tm 1, 1). Vivemos pela
esperança: esperar morrer no lugar e na hora certa. Ex. Dimas o bom ladrão.
3ª Necessidade – o amor: Através da pregação é que progredimos no amor (1 Sm 1, 1-9).
A) (vers. 5) porção dupla... O esperado era que ele desse a Ana o mesmo que dava à Fenena,
mas o verdadeiro amor é dotado de generosidade e excede as expectativas. Se o esperado é lavar
louça, enxugue também. Todos nós sabemos como é maravilhoso quando todas as nossas
expectativas são superadas. Não podemos deixar que o egoísmo mine a beleza do amor, mas a
cada dia devemos nos superar na doação e na entrega, porque progredir no amor é ir além do
esperado. B) (vers. 2) Ana, porém, não os tinha... Se progredir no amor é ir além do esperado,
também é certo que o verdadeiro amor permanece, mesmo quando recebemos aquém do
esperado. Elcana amava Ana mesmo ela não lhe dando o que esperava. Ana nesse sentido ficava
aquém das expectativas, mas isso não era motivo para que ele a amasse menos. Quero dizer algo
para vocês: em alguns aspectos vocês estarão aquém das expectativas do outro, por melhor que
você seja. Por isso lembrem-se: mesmo que você vá além do esperado, não faça cobranças
naquilo em que suas expectativas forem frustradas. Não amem menos, pelo contrário, amem
mais, pois essa é a grandeza do amor. O amor não é troca, mas sim entrega e isso é progredir no
amor. C) (vers. 8) Não valho eu... progredir no amor é ser para os outros melhor que o sonho
mais profundo de seus corações. Há um momento que Ana se desespera – quer filhos, mas eles
não vêm. O seu sonho maior não se realiza. Quem tem um grande sonho e não o vê realizado
sabe o que Ana sentiu. Elcana com convicção afirma para ela que ele vale dez vezes mais do que
o sonho maior de sua vida, ter um filho. Ser a realização dos sonhos do outro é dez vezes mais
progredir no amor. D) (vers. 21-23) Ana, porém não foi... Mas Deus em sua misericórdia
concede o sonho do coração de Ana. É nesse momento que Elcana demonstra mais uma vez o
9
que é o amor. Ele é solidário e compreensivo quando ela diz que não subirá com ele ao Santuário
enquanto a criança não estiver desmamada. Lendo o texto hoje, não compreendemos a riqueza
do que isso significa. Aquela era uma época patriarcal, os direitos do homem dentro da casa
eram absolutos. Uma mulher ter vontades e ser compreendida não era algo comum. Amar não é
apenas estar ao lado nos momentos fáceis, de calmaria, mas nos momentos de tempestades, e
isso é progredir no amor.
3. Objetivos da pregação
O objetivo da pregação no grupo de oração é levar as pessoas a conhecerem Jesus. Haja
vista que, muitas, algumas, ou até mesmo uma, pode nunca ter ouvido falar Dele. Por ser aberto
a todas as pessoas, em cada reunião de oração deve-se anunciar a Boa Nova do Reino de Deus.
Este é o grande desafio do leigo carismático.
Sobre a missão de pregar o querigma ensina o documento L. G. N.º 1335: “Os leigos,
por sua vez, participantes do múnus sacerdotal, profético e régio de Cristo, realizam
verdadeiramente apostolado quando se dedicam a evangelizar e santificar os homens e animar e
aperfeiçoar a ordem temporal com o espírito do Evangelho, de maneira a dar com a sua ação
neste campo claro testemunho de Cristo e a ajudar à salvação dos homens”.
A pregação tem dois objetivos que precisam ser alcançados. O cego descrito por Marcos
(8, 22-26) é o único a ser curado com dois toques de Jesus, enquanto todos os outros cegos foram
curados com apenas um toque. Assim como nossa pregação também necessita de dois toques.
Primeiro toque - Experiência salvífica de Jesus Cristo. Em Lc 7, 18-23, Jesus disse: ide
anunciar a João o que tendes visto e ouvido: A) Os cegos vêem: cegueira espiritual. O pior cego
é o que não quer enxergar. A visão deste mundo cega os olhos da carne para ver a beleza das
coisas espirituais. B) Os coxos andam: os piores tipos de deficiências dos quais Jesus veio nos
libertar é a derrota; as cadeias do medo, da culpa, do desespero, do ódio, da depressão, pois todas
essas coisas cercam o Espírito. C) Os leprosos ficam limpos: a pior lepra que nos ataca hoje em
dia é o pecado (O mundo perdeu a noção do pecado – Papa Paulo VI). D) Os surdos ouvem: o
pior tipo de surdez é escutar as mentiras de satanás, o pai da mentira. E) Os mortos ressuscitam:
temos quinze minutos no grupo de oração para ressuscitar os mortos. Morte no nosso íntimo – há
áreas de nossa vida que não foram tocadas pelo Espírito de Jesus, que não estão sob o senhorio
de Jesus e às quais ele quer levar vida. F) Aos pobres é anunciado o Evangelho: quem são os
pobres? Podemos ser nós mesmos, pois a maior pobreza é não conhecer o Senhor. Pode haver
milionários mergulhados em grande pobreza.
Segundo toque - Experiência no Espírito Santo. Em At 1, 5-8, Jesus disse: vós sereis
batizados no Espírito Santo. A) Daqui a poucos dias: em sua ascensão, Jesus marca o tempo para
o cumprimento da promessa feita pelos profetas Ezequiel e Joel. B) Ides restaurar o reino de
Israel: Jesus estava falando da promessa espiritual e os apóstolos preocupavam-se com a
promessa material, pois sua visão ainda era a deste mundo. C) E vos dará força: temos também o
poder (dínamus) para realizar sua obra nesse mundo através de seus dons, carismas e frutos.
* Dons – disposições permanentes dadas pelo Espírito Santo (CAT 1830): sabedoria, ciência,
entendimento, conselho, fortaleza, piedade e temor de Deus. * Carismas – são graças especiais
(CAT 798): profecia, palavra de sabedoria e ciência, fé, discernimento, dom de línguas e
interpretação. * Frutos – nossa resposta à ação do Espírito (CAT 1832): paciência, caridade, paz,
alegria, modéstia, bondade, castidade, mansidão ... (Gal 5). D) E sereis minhas testemunhas:
Testemunhas de minha encarnação, minha paixão, minha morte e minha ressurreição. E) Até os
confins do mundo: não temos limites para levar a Boa Nova. Em outras palavras, isso quer dizer
que devemos anunciar por todos os lugares da Terra e durante toda a história da humanidade.
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4. Anunciar a Boa Nova 4
4.1 Anunciar com Amor
Qual sentimento deve motivar um pregador a anunciar o Evangelho? É o Amor, vocês
devem estar pensando, mas que espécie de amor? Amor a quem? Em Jo 21, 15-17 Jesus diz a
Pedro quem ele deve amar para ser pregador, e ele entendeu.
Porque Deus enviou Jesus ao mundo por amor: “Com efeito, de tal modo Deus amou o
mundo, que lhe deu seu filho único.” (João 3, 16). A humanidade é muito querida por Deus Pai...
Com amor eterno te amei; (Jer 31, 3). "Vendo a multidão, ficou tomado de compaixão, porque
estavam enfraquecidos e abatidos como ovelhas sem pastor" (Mt 9, 36; 15, 32). Jesus amou o seu
povo com o mesmo amor com que o Pai o amava (Jo 17, 23). Para provar sua entrega deu a
prova máxima do amor: a sua vida (Jo 15, 13).
Paulo anunciava o Evangelho por amor (1 Ts 2, 1-8). Por amor os apóstolos entregavam
sua vida, tempo, bens materiais para proclamar o evangelho a toda criatura.
Santa Terezinha, exemplo de amor missionário, dizia: "Minha Vocação é o amor, minha
escola é o amor. Compreendi que o amor abrange todas as vocações alcançando todos os tempos
e todos os lugares. Compreendi que só o amor fazia os membros da igreja atuar, e que se o amor
se extinguisse os apóstolos já não anunciariam o evangelho. Portanto, escolhe o caminho mais
breve para chegar a Deus e aos irmãos." Um século depois da sua morte, seu desejo se realizou:
em 14 de outubro de 1994 suas relíquias saem pela primeira vez de Lisieux para percorrer o
mundo em testemunho do amor a Jesus. "Quisera percorrer a terra. Quisera ser missionária, não
só um dia, mas até a consumação dos séculos, para tornar Jesus conhecido e amado por todos".
Madre Tereza de Calcutá nos ensina que "podemos não realizar grandes coisas, bastam
pequenas coisas com grande amor". E ainda: “qualquer trabalho de amor leva a pessoa face a
face com Deus.” Quando ela anunciava o Evangelho, dificilmente as pessoas se continham, pois
suas palavras eram carregadas de tanto amor que transpassavam os corações dos ouvintes.
Seremos julgados pelo amor (Mt 25, 40.45). O evangelho do amor não se pode anunciar
senão por amor. "A obra do evangelizador supõe um amor fraternal para com aqueles a quem se
evangeliza." (E.N. 79). Jesus nos dá o exemplo: “Vendo a multidão, ficou tomado de compaixão,
porque estavam enfraquecidos e abatidos como ovelhas sem pastor" (Mt 9, 36-38).
O pregador deve entrar nesta economia do amor. (Jo 13, 34-35). Deve amar os homens,
os abandonados, os pecadores, para poder dar a eles a palavra da vida. Não se pode dar Jesus
senão pelo amor, nunca através de censuras ou julgamentos, quase desabando o mundo contra o
povo.
Jonas não amava os ninivitas (Jn 4, 10). Jonas ficou visivelmente mais contente quando
pôde gritar "Mais quarenta dias e Nínive será destruída!", do que quando teve que anunciar o
perdão de Deus e a salvação de Nínive. Deus teve que trabalhar mais para converter o pregador
Jonas do que para converter os habitantes de Nínive. Pregação sem amor pode transformar as
palavras em pedras. É bom perguntar a Deus e a si mesmo: amo estas pessoas como o Senhor os
ama? Se a resposta for não, é preciso se converter, pedir a Jesus o seu amor, junto com a sua
Palavra.
A) Partes do testemunho:
√ Como éramos antes e como estávamos necessitados de salvação: aqui se sublinha nossa vida
longe do senhor e como ele foi tecendo o caminho para encontrar-nos (Jr 2, 3-14).
√ O encontro pessoal com Jesus pela fé: Apresenta-se o que ocorreu e como aceitamos a salvação
de Jesus, centrando-se na misericórdia de Deus que tomou a iniciativa para nos encontrar (pode
ter sido diretamente ou por meio de pessoas, fatos ou circunstâncias).
√ Depois de Cristo, a mudança de tudo o que enumerou no primeiro ponto: não nos apresentamos
como perfeitos, senão como simples testemunhas nas quais Deus realizou sua obra salvífica (II
Cor 4, 16).
√ Motivação: conclui-se o testemunho motivando os ouvintes, explicitamente, a experimentarem a
graça de Deus: "Se fez em mim pode fazer em ti; se por mim, fará por ti".
ORAÇÃO
1. Para sermos capacitados a amar, fiquemos de pé e oremos. Pedindo também que nossas
pregações sejam acompanhadas por sinais e outros prodígios, que anunciemos com a força da
Palavra de Deus e para recebermos o dom da coragem (parresia).
6
“(...) parresia, que significa falar com coragem e desembaraço; (...)” (Redemptoris Missio, 45). Parresia pode
significar também entusiasmo e vigor (At 2,29; 4.13.29.31; 9,27.28; 13,46; 14,3; 18,26; 19.8.26; 28,31).
15
3° Tema – Revelação para a Pregação
Vejamos uma passagem muito conhecida: Mateus 2, 1-12. Na narrativa dos magos que
vêm do Oriente para adorar Jesus Menino, a Escritura nos propõe um desafio. Estes homens,
oriundos de outras nações e credos, buscavam de todo o coração o Deus Verdadeiro e Ele se
deixou encontrar, aceitando as suas oferendas.
O pregador é aquele que tem a consciência que Deus se deixa encontrar, porque já O
encontrou. E por tê-lo encontrado, busca conhecê-lo cada dia mais e mais. Não há como falar de
Deus, sem conhecê-lo. Então, onde buscar este conhecimento? O Catecismo ensina que as fontes
para o conhecimento de Deus são: a Bíblia Sagrada, a Sagrada Tradição, o Magistério da Igreja e
o Senso sobrenatural da fé.
1. Bíblia Sagrada
Ensina o Catecismo da Igreja 7 que Deus, para revelar-se aos homens, fala-lhes em
palavras humanas. Da mesma forma que o Verbo do Pai se fez carne, fazendo-se semelhante aos
homens, a palavras de Deus foi expressa por línguas humanas, fez-se semelhante à linguagem. 8
Por este motivo, a Igreja sempre venerou as divinas Escrituras como venera também o Corpo do
Senhor. Ou seja, a eucaristia, Pão da vida, é tomada da Mesa da Palavra de Deus e do Corpo de
Cristo.
A Igreja venera as Sagradas Escrituras e se esforça para conseguir cada dia uma
compreensão mais profunda da mesma. Afirma, a Igreja, que é tão grande a força poderosa que
se encerra na palavra de Deus, que ela constitui sustentáculo vigoroso para a Igreja, firmeza na
fé para seus filhos, alimento da alma, perene e pura fonte de vida espiritual.9 Assim, se você tem
sentido fraqueza na sua fé, sua alma não está saciada, a solução, diz a Igreja, está na força
poderosa da Palavra de Deus.
A Igreja RECOMENDA A LEITURA DA SAGRADA ESCRITURA , orientando aos
que se consagram ao ministério da palavra (podemos colocar aqui o Ministério de Pregação), que
se apeguem às Escrituras, mediante assídua leitura e cuidadoso estudo das mesmas, para que
não venha a ser “vão pregador da palavra de Deus externamente, quem a ela não presta ouvido
interiormente” 10. - g. n. É como disse São Jerônimo: IGNORAR AS ESCRITURAS É IGNORAR
CRISTO.
Como nasceu a Bíblia? Foi no seio do povo hebreu que nasceu a Bíblia. A Igreja ensina
que o autor primário é Deus, que inspirou homens escolhidos para redigi-la. Por serem homens,
os autores bíblicos imprimiram na sua obra traços característicos de sua personalidade, além da
cultura e do ambiente em que cada um vivia. Deus utilizou-Se deles sem tirar-lhes o uso das
próprias capacidades e faculdades, afim de que, agindo Ele próprio neles e por eles,
consignassem por escrito, como verdadeiro autores, aquilo tudo e só aquilo que Ele próprio
quisesse.11 Leia: II Tim. 3, 16-17.
A Bíblia contém 73 escritos (ou 72, se contar Jr. e Lm. juntos). Divide-se em duas
grandes partes, o Antigo (46) e o Novo Testamento (27). A Igreja rechaça a idéia de que o Novo
teria feito o Antigo Testamento caducar, para ela é uma parte inalienável da Sagrada
Escritura12.
Vejamos sua história. A Palavra de Deus foi revelada gradualmente, para só depois de
algum tempo, ou séculos, ser escrita. A tradição oral após escrita, passou por um processo de
discernimento no mundo judaico (no caso do Pentateuco, Profetas e Escritos) que, somados aos
7
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, N.º 101 e 103.
8
Constituição Dogmática Dei Verbum, n.º 13.
9
Constituição Dogmática Dei Verbum, n.º 21 e 23.
10
Constituição Dogmática Dei Verbum, n.º 25.
11
Constituição Dogmática Dei Verbum, n.º 11.
12
Catecismo, n.º 121 e 123.
16
livros escritos por judeus da diáspora (escritos em grego) e os escritos do Novo Testamento,
foram cuidadosamente aceitos como inspirados pelo mundo Católico.
Analisemos a composição da Bíblia no mundo Judaico, Católico e Protestante: Para os
judeus, após a destruição do Templo de Jerusalém, no ano 72 d.C., alguns elementos tornaram-
se, em substituição ao Templo, essenciais para manter a unidade da Tradição Judaica. Um destes
elementos escolhidos foi a valorização da língua hebraica como língua escolhida pelo Senhor
para se revelar. Isto posto, o mundo judaico abandona os escritos em língua grega para só aceitar
aqueles escritos originariamente em hebraico.
O Antigo Testamento, escrito pelo povo judeu, divide-se em 03 partes: a Torah (a Lei),
que contém o pentateuco; os Profetas, que reúne os livros dos profetas e os livros históricos; e
os Escritos, que são os Salmos, os Provérbios, Jó, Cântico dos Cânticos, Rute, Lamentações,
Eclesiastes, Ester, Daniel, Esdras, Neemias e Crônicas. Com base nesta divisão é que Jesus
falou, por diversas vezes, da Lei e dos Profetas mencionando a Torah e os Profetas, uma vez que
quando dos escritos do Novo Testamento, ainda não tinham os judeus fixado definitivamente seu
Cânon, assim, os Escritos ainda não estavam definidos.
A Igreja nascente, assim como a maioria dos judeus, utilizava a Tradução para língua
grega das Escrituras conhecida como "Tradução dos Setenta" (nome proveniente de uma antiga
lenda). Rompendo com o judaísmo, a Igreja aceitou como inspirados os livros que compõem esta
tradução. Quanto ao Novo Testamento, a Igreja recolheu entre as centenas de cartas e os vários
evangelhos lidos nas diversas comunidades e, após muitos anos de estudos e debates, compôs a
relação (Cânon) dos livros do Novo Testamento. O Cânon do Novo Testamento foi definido por
volta do ano 120-130. A escolha baseou-se em dois critérios: catolicidade (lida e considerada por
todos como Palavra de Deus) e apostolicidade (vinda dos apóstolos).
Os seguidores de Lutero, no século XVI, deram-se ao luxo de aceitar a tradição judaica
para os livros do Antigo Testamento e a tradição católica para os livros do Novo Testamento.
Porém, fixemo-nos no recolhimento e formação dos livros do Novo Testamento: quem foram os
homens que se debruçaram sobre os diversos escritos para buscar neles elementos incontestáveis
de inspiração divina? Quem foram os homens que criaram os critérios que deveriam ser
preenchidos para que um livro fosse aceito como Palavra de Deus? Quem deu a estes homens
autoridade para julgar aquilo que seria ou não Palavra de Deus? Quem solicitou deles semelhante
serviço? Como é possível que tal trabalho tenha resultado um compêndio de livros aceitos por
todo o mundo cristão? Sem necessitar grandes tratados teológicos, percebemos aqui esta
importantíssima fonte de Revelação: A Sagrada Tradição Católica.
Importa lembrar sempre que, a há unidade dos dois Testamentos, visto que ambos
decorrem do projeto de Deus e da sua Revelação: o Antigo Testamento prepara o Novo, ao
passo que este último cumpre o Antigo; os dois se iluminam reciprocamente; os dois são
verdadeira Palavra de Deus (Catecismo 140).
Neste sentido, a Palavra de Deus deve se fazer carne em nós, porque a nossa religião não
é um livro, ma é a do Verbo Encarnado e Vivo. Como diz o padre Jonas: a Bíblia é uma pessoa,
ame-a!
2. Sagrada Tradição
Há uma estrita relação entre a Sagrada Escritura e a Sagrada Tradição. Elas são
estritamente unidas e comunicantes. Pois promanando ambas da mesma fonte divina formam de
certo modo um só todo e tendem para o mesmo fim ( Dei Verbum 7). O que chamamos de
Sagrada Tradição é comumente chamado de Tradição Apostólica.
Mas o quê é a Sagrada Tradição? É a transmissão dos acontecimentos e ensinamentos dos
Apóstolos e de outros de sua geração. Aqueles primeiros que escutam uma notícia conseguem
transmiti-la com mais autenticidade, do que aqueles que escutam posteriormente. A Sagrada
Tradição conserva toda a autenticidade e o calor do anúncio de Jesus, pois dela fazem parte os
primeiros que escutaram (os Apóstolos) e os outros de sua geração próxima.
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A Sagrada Escritura é a "fala" de Deus enquanto é redigida sob a moção do Espírito
Santo. A Sagrada Tradição é a transmissão, pelos Apóstolos, da palavra de Deus confiada a eles
por Jesus e o Espírito Santo, para que fielmente a conservem e difundam. Resulta, assim, que
não é apenas através da Escritura que a Igreja consegue sua certeza a respeito de tudo o que foi
revelado ( Dei Verbum, 9). Nisto consiste a relação entre Sagrada Tradição e Sagrada Escritura.
A transmissão da Sagrada Tradição ocorreu de duas maneiras (Catecismo, 76):
a) Oralmente: por meio de pregações, exemplos e instituições;
b) Por escrito: pelos apóstolos e varões apostólicos que, sob inspiração do Espírito Santo,
puseram por escrito a mensagem da salvação.
O Magistério da Igreja considerou Sagrada Tradição, os escritos fiéis, a quatro princípios:
fidelidade doutrinária; aprovação eclesial; antigüidade e santidade do autor.
Cabe fazer a distinção entre Sagrada Tradição e demais tradições teológicas, ou seja,
tradições disciplinares, litúrgicas ou devocionais surgidas ao longo do tempo nas Igrejas locais.
A Sagrada Tradição é a que vem do tempo dos Apóstolos. As outras constituem formas
particulares sob as quais a grande Tradição recebe expressões adaptadas aos diversos lugares e às
diversas épocas. É a luz da grande Tradição que estas podem ser mantidas, modificadas ou
mesmo abandonadas, sob a guia do Magistério da Igreja (Catecismo, 83).
3. Magistério da Igreja
"Antes de Tudo, sabei que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal"
(II Pe 1, 20). Por Magistério, palavra derivada de magister que se traduz por mestre,
compreende-se o conjunto de ensinamentos da Igreja, repassado principalmente através de
documentos. Estes ensinamentos são elaborados por mestres, auxiliados por outros incontáveis
colaboradores espalhados pelo mundo. Ao iniciar um trabalho sobre determinado tema, consulta-
se o máximo de autoridades sobre aquele assunto e busca-se o senso comum, ou seja, o que o
conjunto da Igreja, do mais humilde fiel até a opinião pessoal do Papa, pensa sobre aquele tema.
Enfim, o Magistério tende a representar o senso comum do mundo Católico sobre todos os
aspectos da vida humana e sua relação com o homem e com Deus.
Em certo aspecto, podemos afirmar que foi este Magistério, em sua fase embrionária, que
guiou, com o Espírito Santo, os trabalhos de compilação do conjunto de livros que hoje
afirmamos ser Palavra de Deus. E é a partir destas Escrituras que o Magistério procura manter a
fidelidade ao plano salvífico de Deus.
O depósito da fé contido na Escritura e na Tradição foi confiado à Igreja. Desta forma, a
Mãe Igreja procura conhecer esse depósito, santamente o guarda e fielmente o expõe, tirando
dele o que nos propõe para ser crido como divinamente revelado (Catecismo 84 e 85). Como diz
São Paulo, a Igreja é o receptáculo da graça (Ef 1, 23). A interpretação autêntica da Palavra de
Deus escrita ou transmitida pertence unicamente ao Magistério da Igreja, ou seja, os bispos em
comunhão com o sucessor de Pedro, o Papa ( Dei Verbum 10).
Também faz parte do Magistério da Igreja todo o conjunto de escritos dos chamados
"Padres da Igreja" ou "Santos Padres". Estes Padres escreveram, na maioria das vezes, para
defender a fé de elementos estranhos a sua pureza, naquilo que chamamos apologética, isto é,
defesa da fé. Neste contexto, temos que o Magistério está inserido na Sagrada Tradição.
A divisão dos documentos da Igreja (Magistério) pode ser feita conforme a sua
destinação. Assim, há os destinados: à Igreja Universal - para toda a Igreja (ex.: Catecismo da
Igreja Católica, Compêndio do Concílio Varticano II, Encíclicas, e outros); à Igreja Latino-
Americana - emitidos pela Conferência Episcopal da América Latina, destinada ao nosso
continente (ex.: Aparecida, São Domingo, Puebla, etc.); e à Igreja no Brasil - elaborados pela
CNBB (ex.: documento 45 e 43).
Importante ressaltar que o Magistério não está acima da Palavra de Deus, mas a serviço
dela, não ensinando senão o que foi transmitido (Catecismo 86). Por isto, vale lembrar as
palavras de Jesus ao enviar os 72 em missão: Quem vos ouve, a mim ouve (Lc 10,16). Escutar a
Igreja é corresponder a esta orientação de Jesus. O pregador precisa conhecer a mensagem cristã
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das fontes seguras, entre estas, o Magistério da Igreja. Para tanto, buscando as riquezas da
revelação divina, incumbe ao pregador ler os documentos da Santa Mãe Igreja, mergulhando e
ampliando seu conhecimento de Deus.
Quando São Paulo disse “...não quero que vivais na ignorância...”(I Cor. 12,1) , com
certeza sua vontade não se referia somente aos dons espirituais, mas a toda sabedoria divina,
visto que na mesma carta exorta dizendo porque alguns vivem na total ignorância de Deus -
para vergonha vossa o digo (I Cor. 15, 34b).
4. Senso sobrenatural da Fé
O Catecismo da Igreja, ao ensinar sobre a transmissão da revelação divina, diz que
“todos os leigos participam da compreensão e da transmissão da verdade revelada. Receberam
a unção do Espírito Santo que os instrui e os conduz à verdade na sua totalidade” (N.º 91).
Havendo um consenso universal sobre questões de fé e costumes, sobre a direção do
Magistério da Igreja, haverá o senso sobrenatural da fé. Ensina a Mãe Igreja: “o conjunto dos
fiéis... não pode enganar-se no ato de fé” (L.G. 12).
Este senso é adquirido “pela contemplação e estudo dos que crêem, os quais meditam em
seu coração; é em especial a pesquisa teológica que aprofunda o conhecimento da verdade
revelada. Pela íntima compreensão que os fiéis desfrutam das coisas espirituais, as palavras
divinas crescem com o leitor” (Catecismo 94 - citações).
5. Fontes complementares
O Catecismo ensina que há certas vias ou caminhos comprovam a existência de Deus.
Porém, tais caminhos não são as provas no sentido que as ciências naturais buscam, mas no
sentido de “argumentos convergentes e convincentes” que permitem chegar a verdadeiras
certezas (n.º 31, in fine). O ponto de partida para descobrirmos estas provas está na criação: o
mundo material (via cosmológica/natureza) e o ser humano (via antropológica/homem).
Conforme o Concílio Vaticano I (DS 3026), a Igreja ensina que o Deus único e
verdadeiro, nosso Criador e Senhor, pode ser conhecido com certeza através das suas obras
graças à luz natural da razão humana (g.n.). E ainda, menciona o Catecismo que todas as
criaturas trazem em si uma certa semelhança com Deus, muito particularmente o homem criado
à sua imagem e semelhança (n.º 41).
Assim, através destas vias, o homem pode chegar ao conhecimento da existência de
Deus, como dizia São Tomás de Aquino. Por isto, passaremos a estudá-las um pouco, para que
possamos utilizá-la em nossa pregação ou ensinamento.
Já dizia São Paulo: porquanto o que se pode conhecer de Deus eles o lêem em si
mesmos; porque Deus lho revelou com evidência. Pois desde a criação do mundo, a perfeições
invisíveis de Deus, o seu sempiterno poder e divindade, se tornam visíveis à inteligência, por
suas obras, de modo que não se podem escusar (Rom. 1, 19-20).
DINÂMICAS
1. Via cosmológica
a) Encontrar exemplos da natureza que sirvam para a pregação.
b) Nomear cinco animais que aparecem nos Evangelhos e dizer o que significam.
c) A que elementos da natureza Jesus comparou o Reino dos Céus?
2. Via antropológica
a) Encontrar um exemplo da história, do qual se possa tirar uma aplicação.
b) Encontrar uma anedota ou exemplo que ilustre algum ensinamento.
c) Tomar como base alguma canção da atualidade e tirar alguma aplicação.
d) Tomar como ponto de partida um comercial e contrasta-lo com o Evangelho.
14
In: Formação de Pregadores, Apostila da Escola Paulo Apóstolo, ano 2000, Módulo Serviço (Secretaria Pedro),
p. 27.
21
3. Sagrada Escritura
Aplicar o teste bíblico com 21 questões.
A) FREQUENTEMENTE A BÍBLIA MENCIONA A NOITE.
1. Quem disse: “Mestre trabalhamos toda a noite e não pescamos nada”?
( ) Simão ( ) João ( ) Marcos
2. A quem se referia São Paulo quando escreveu: “...sempre, de noite e de dia, lembro-me de ti
em minhas orações”?
( ) Josué ( ) Malaquias ( ) Timóteo
3. Quem chamou dez de seus servos e fez o que o Senhor lhe ordenara... de noite, temendo por
sua família e pelo povo de sua cidade?
( ) Natã ( ) Gedeão ( ) Moisés
E) IDENTIFIQUE OS PARENTES.
13. Como se chamava o filho mais velho de Davi?
( ) Aarão ( ) Amon ( ) Absalão
14. Jesus curou a sogra de quem?
( ) Mateus ( ) João ( ) Pedro
22
15. Quem foi salvo de um atentado graças ao sobrinho?
( ) Onésimo ( ) Paulo ( ) Herodes
F) IDENTIFIQUE OS PROFETAS.
16. Qual profeta escreveu: “Sob seu reinado será salvo Judá, e viverá Israel em segurança.”
( ) Jeremias ( ) Ezequiel ( ) Habacuc
17. “Os que tiverem sido inteligentes fulgirão como o brilho do firmamento...”
( ) Amós ( ) Isaías ( ) Daniel
18. “...até que me conduza para a luz e que eu contemple a sua justiça.”
( ) Miquéias ( ) Joel ( ) Sofonias
G) ÚLTIMAS QUESTÕES.
19. Quem se decepcionou com a compaixão de Deus?
( ) Maria Madalena ( ) Jonas ( ) Lia
20. O que Jó e Jeremias tiveram em comum?
( ) Nunca tomavam banho.
( ) Amaldiçoaram o dia que nasceram.
( ) Eram propensos à gula.
21. Quantos livros do Antigo Testamento terminam em “ias”?
( ) Cinco ( ) Oito ( ) Dez
5. Sagrada Tradição
O grupo receberá um livro que contenha os escritos dos Santos Padres da Igreja. Cada grupo
escolherá livremente um destes escritos que será exposto a todos em forma de noticiário popular
de rádio ou televisão. Material: livro “Operários da Primeira Hora – Perfis dos Padres da Igreja”.
Autor: Silvano Cola – Cidade Nova Editora.
1. MENSAGEM QUERIGMÁTICA
Embora didaticamente façamos uma divisão para explicação dos temas, a mensagem
central será sempre o enfoque de Jesus morto e ressuscitado – Jesus Salvador. O conteúdo do
querigma não deve ser mudado – Jesus é o mesmo ontem, hoje e sempre. Porém, ao pregar
podemos adaptá-lo
adaptá-lo à realidade, mas
mas não mudá-lo.
A pregação do querigma é o primeiro anúncio da Boa Nova. Diante deste anúncio,
aqueles que ainda não se reconheceram cristãos se encontram presos às armadilhas do mundo.
15
Apostila Formação de Pregadores,
Pregadores, Módulo Serviço, Secretaria Pedro, ano 2000, p. 28.
16
Há várias divisões sobre os tipos de mensagens, pela didática, decidimos adotar a divisão feita pela Apostila do
Curso de Comunicadores da Mensagem Cristã, editora Pelicano, série cursos – 01, Evangelização 2000, p. 72 a 75.
17
Idem, p. 73.
24
Esta pregação tem o poder para abalar o inferno e resgatar as almas perdidas. A pregação
querigmática necessita ser atual, falar do hoje, do Deus que faz e não que fez. Deve ser
proclamada diretamente à pessoa e não à massa, essa pregação é para você. Os temas precisam
ser cuidadosamente em ordem, para maior eficácia.
Na pregação querigmática se faz um resumo da história da salvação: Deus nos criou por
Na pregação
amor, pecamos por orgulho, Jesus nos salva pela sua morte e ressurreição, somos hoje chamados
a crer e se converter pelo poder do Espírito Santo que nos leva à Igreja para vivermos servindo a
Deus e aos irmãos.
A pregação de Pedro em Pentecostes mostra como o querigma apostólico é precisamente
uma profissão de fé, vivida no Espírito de santidade e comunhão.
A dinâmica do querigma é a situação existencial daquele que anuncia Jesus Cristo e
daquele que o acolhe, no dom da fé. De um lado, temos
t emos o que anuncia que é testemunha de Jesus
e de outro lado, está o destinatário da boa nova da salvação. Por sua vez aquele que recebeu a
palavra e teve sua experiência agora passa a ser um arauto de Cristo.
O querigma introduz os ouvintes da Palavra de Deus no caminho progressivo da salvação
em Cristo. E isto é importante, pois não se trata de comunicar uma doutrina, mas testemunhar
uma experiência vivida. A Palavra de Deus é viva.
A novidade do querigma consiste, precisamente nisto: nós devemos continuar a missão
que o Pai confiou ao Filho.
1. Temas do querigma
1) Amor de Deus
A) Objetivo: Deus ama você. Deus é um Pai Amoroso que lhe ama pessoal e
incondicionalmente, e quer o melhor para você. Não lhe ama porque você é bom, mas porque Ele
é bom. Mostra a face paterna/materna de Deus, que Ele ama incondicionalmente a todos os
homens, com amor eterno.
B) Motivação: Não pede a você que o ame, mas que deixe Ele te amar.
C) Fundamentação Bíblica: Jr 31, 3; 1 Jo 4, 8; Is 54, 10; Is 43, 1-5; Lc 15, 11-32.
2) Pecado
A) Objetivo: Você não pode se salvar. O pecado consiste em não confiar nem depender de Deus,
é uma grande barreira que impede de experimentar o Amor Divino. Você é pecador necessitado
de salvação, porque não é capaz de vencer a Satanás, nem se libertar do poder do pecado. O
homem ao afastar-se de Deus caiu no pecado – o homem tentado pelo Diabo deixou morrer em
seu coração a confiança em seu Criador e, abusando da sua liberdade desobedeceu ao
mandamento de Deus. Foi nisto que consistiu o primeiro pecado do homem. Todo pecado, daí
em diante, será uma desobediência a Deus e uma falta de confiança em sua bondade. 18
B) Motivação: Reconhece teu pecado diante d’Ele.
C) Fundamentação Bíblica: Rm 3, 23; Jo 8,24; Rm 6, 23.
3) Salvação em Jesus
A) Objetivo: Jesus é a única solução, aqui entra em cena o único meio de transpor a barreira do
pecado: Jesus Cristo morto, ressuscitado, glorificado, Salvador, Senhor e Messias. Ele já lhe
salvou. Existe uma Boa Notícia: Jesus já salvou você e perdoou-lhe, pagando o saldo pendente,
ao preço de sangue. Com sua morte e ressurreição deu a você a vida. Jesus morto e ressuscitado
remiu o mundo, dando-nos de novo livre acesso ao Pai.
B) Motivação: Jesus não me salva. Já me salvou.
C) Fundamentação Bíblica: Jo 3, 16-17; Jo 10, 10; Rm 4, 24-25.
18
Catecismo da Igreja Católica, n.º 397.
25
4) Fé e conversão
A) Objetivo: Aceita o dom da salvação. Jesus já ganhou a vida nova para você. Recebe-a crendo
e convertendo-se. Crer na salvação que é Jesus é renunciar a qualquer outro meio de salvação
fora Dele. Ao ouvir a proposta
proposta de salvação
salvação,, cabe ao homem respondê-l
respondê-la,
a, aceitando-a
aceitando-a numa
adesão de fé, dispondo-se a uma mudança radical de valores e de vida, passando agora a
caminhar conforme os ensinamentos cristãos. Converter é trocar a sua vida pela vida de Jesus.
B) Motivação: Abre as portas de teu coração a Jesus que chama.
C) Fundamentação Bíblica: Ef 2, 8; Jo 3, 3; At 3, 19; Ap 3, 20.
5) Espírito Santo
A) Objetivo: A promessa é para você. Jesus se faz presente com sua salvação por meio de seu
Espírito. Ele está sedento para dar-lhe a água viva do Espírito de filiação, que clama: Abba, Pai.
Ele é Deus, faz parte da Trindade. É Ele que toca e muda o coração do homem, que o fortalece,
que revela as verdades e nos leva a adorar ao Pai em verdade. Daí a necessidade de clamarmos
pelo seu batismo, para recebermos a capacidade de vivermos a vida nova proposta.
proposta.
B) Motivação: Pede e recebe o dom do espírito Santo.
C) Fundamentação Bíblica: Ez 36, 26; At 1, 5; At 2, 39; Ap 22, 17.
6) Comunidade cristã
A) Objetivo: Jesus está no irmão. Não basta nascer, você terá que crescer na vida nova. Para isso
é necessário manter-se unido à videira (Jesus), vivendo como parte do Corpo de Cristo, em união
com todos os outros membros. A Trindade é comunidade. Para sermos iguais a Pai, como Jesus
nos pediu, temos que viver em comunidade. Já diz o provérbio ninguém vive sozinho. O escopo
final do querigma é que o recém evangelizado seja integrado à Igreja que é a comunidade dos
filhos e filhas de Deus, onde todos estão unidos na mesma peregrinação rumo à santidade.
B) Motivação: Perseverar com Jesus na comunidade.
C) Fundamentação Bíblica: Rm 12, 5; Cl 2, 19; 1 Pd 2, 9-10.
A meta da pregação querigmática é levar o ouvinte a fazer a grande pergunta de sua vida:
o que fazer? Agora que sei do grande amor de Deus por mim? Uma pergunta sempre nos leva a
uma resposta. Não se trata, portanto, de querer convencer, de seduzir e muito menos de enganar
ou chantagear o outro. Contudo, diante da pessoa de Cristo, diga-se um sim total, ou um não.
Que a decisão seja tomada: estou com Cristo ou contra Cristo.
2. MENSAGEM CATEQUÉTICA
Nesta mensagem,
mensagem, como já mencionamos
mencionamos acima, a finalidade será de ensinar. É o alimento
alimento
sólido mencionado pelo autor de Hebreus 5, 11-13. Este alimento será os ensinamentos da
doutrina ou moral cristã (doutrinária). Abrange as verdades contidas no Credo, nos sacramentos,
nos mandamentos de Deus e da Igreja, etc.
Temas como Maria, eucaristia, sexualidade, família e outros, ministrados, inclusive em
encontros de 1º anúncio, não são querigmáticos, mas sim catequéticos. O ideal é que sejam
aplicados em cursos ou aprofundamentos, visto que parte-se do princípio que a pessoa já ouviu
falar de Jesus e aderiu à fé cristã. Ex. I Cor 7, 1-6; I Cor 11, 23-29.
As mensagens apologéticas (em defesa da fé), fé), que tratam de explicar sobre pontos
polêmicos da doutrina, fazem parte da catequese. Não devem ser vistas com a finalidade de
causar discussão e travar batalhas, mas sim de descobrir os erros doutrinais com respeito à fé,
visando implantar o Reino na mente e no coração dos ouvintes 19.
Para o estudo das mensagens catequéticas é indispensável ao pregador o acesso aos
documentos da Igreja, em especial o Catecismo. Há diversos livros que abordam sobre a
catequese, com temas específicos. Um santo que tratou dos mais diversos assuntos catequéticos
19
Apostila Formação de Pregadores,
Pregadores, Ob. Cit., p. 28.
26
foi Santo Agostinho, cujos livros estão à nossa disposição para um bom estudo. Além dele,
destacaram-se também São Tomás de Aquino, Santa Tereza D’Àvila, Santa Terezinha, e outros.
3. MENSAGEM DE PERSEVERANÇA
Os temas a serem abordados neste tópico são:
a) ESPIRITUALIDADE: relacionamento do homem com Deus, ou seja, motivação à
oração, vivência sacramental, adoração, leitura bíblica, contemplação, etc.;
b) COMPROMISSO: relacionamento com os irmãos, ou seja, temas como perdão,
compreensão, afabilidade, ministérios, colaboração, e outros. Ex. Jo 15, 12-17.
c) FORTALECIMENTO: é uma mensagem que visa animar as pessoas ante a
dificuldades, tribulações, provações e outras situações difíceis. É uma injeção de
vitaminas para os enfraquecidos pelo cansaço e fadigas comuns a quem está numa
caminhada.20 Reacendem o ânimo, destina-se a levantar os caídos ;
d) CONTRIÇÃO: são mensagens de quebrantamento do coração, deve despertar a
pessoa para determinada situação contrária à caminhada de povo de Deus. São
exortações, o chamado puxão de orelha. Deve ser feito com muito amor e
discernimento. Ex. II Sm 12, 1-13; Gal 3, 1-4.
Resumindo: antes de ir pregar, o pregador deve fazer a análise do solo (saber o que a
comunidade precisa ouvir), após selecionar o tipo de mensagem que irá transmitir (com base na
análise, escolher o que é oportuno para o momento). Finalmente, evitar falar às pessoas tudo o
que elas deveriam escutar ao longo do ano, ou seja, dar várias mensagens. 21
1. Parábolas
Jesus, o grande Mestre, utilizou diversas parábolas como veículos de transmissão da
mensagem divina. Somente nos Evangelhos são 38 parábolas, através das quais ele ministrava
seu ensinamento.
Toda a Bíblia está repleta de parábolas. No Antigo Testamento encontramos parábolas
como a da vinha em Is 5, 12. No Novo Testamento 2 Pd 2, 22; 2 Tim 2, 4-6, etc. Porém, o
pregador não se atém ao óbvio e elementar expresso nas parábolas. Ele extrai novas mensagens e
apropriadas para cada momento.
Exemplo – o filho pródigo – Lc 15, 11-32. Com a impulsividade própria dos
adolescentes, este jovem pensou que sua vida estava melhor em suas mãos que nas de seu pai. Só
aqueles que não tem experiência, acreditam poder viver melhor fora da casa do pai que é Deus.
Depois de uma curta temporada em que tudo parecia ir bem, esse filho aventureiro teve
que pagar um alto preço: solidão, fome e pobreza. Em meio desta situação, diz a Bíblia, “por fim
se pôs a pensar” e voltou para sua casa com vontade de trabalhar. A conversão não é somente
clamar: “pai, perdoa-me”. A melhor maneira de demonstrá-la é trabalhando.
Aplicação: nunca perca seu tempo recordando seu passado. A atitude mais construtiva é a
deste filho que diz: “Pai, quero trabalhar. Ponha-me nos serviços mais pesados, porque aqui eis
um homem curtido no sofrimento. Se cuidei de porcos, com não cuidarei de teu rebanho de
ovelhas...”.
EXERCÍCIO PRÁTICO: Extrair uma mensagem original das seguintes parábolas:
a) O joio e o trigo (Mt 13, 24-30)
b) Os dois filhos (Mt 21, 28-32)
c) O tesouro e a peróla (Mt 13, 44-45)
d) O semeador (Mt 13, 1-9)
2. Milagres
O marco onde se deram os milagres é exatamente o mesmo que o de nossa sociedade.
Portanto, podemos explorar esses trechos tão maravilhosos para que voltem a acontecer no
presente. Não se trata de referir-nos apenas ao que passou “naquele tempo” com certos
personagens privilegiados. O que aconteceu na época pode acontecer-nos hoje. Por não fazê-lo
assim, desperdiçamos a oportunidade de oferecer uma mensagem atual que transforme o homem
28
de hoje e ainda, omitimos a realidade de que Jesus vive e é o mesmo, pronto para agir na vida
dos que tem fé.
Exemplo – o cego de Betsaida – Mc 8, 22-26. O cego passou por um processo até ser
milagrosamente curado. Saiu da escuridão, embora aos poucos, e começou a ver. Nós muitas
vezes fazemos o processo contrário, vemos a luz, mas vamos caminhando para um processo de
total escuridão. Por isto que a conversão é diária, dia após dia, temos que estar revendo nossos
atos e percebemos se estamos na luz ou nas trevas.
3. Personagens
O pregador aplica grande parte do seu tempo estudando a vida, as mensagens e os
ensinamentos que nos vem dos diversos personagens que compõem o elenco da Sagrada
Escritura. A vida e personalidade destes homens e mulheres estão repletas de mensagens para
nós. Devemos analisar do primeiro ao último personagem, lendo em cada um, as linhas escritas
pelo próprio Deus.
Exemplo – Simeão – Lc 2, 25-28. Homem justo e piedoso que, mesmo antes da vinda
abundante do Espírito em Pentecostes, sabia viver sob a condução deste Espírito Santo que nele
habitava.
EXERCÍCIO PRÁTICO: Resumir em uma frase a mensagem da vida desses personagens:
a) Nicodemos (Jo 3, 1-21)
b) O cego de nascimento (Jo 9)
c) Barrabás (Mc 15, 6-7)
d) Zaqueu (Lc 19, 1-11)
e) O dono do burro (Mc 11, 1-11)
f) Rute, a moabita (livro de Rute)
g) Raab (Js 2-6)
h) Gedeão (Jz 6, 11-39)
4. Guerras
Todas as batalhas bíblicas, ainda que às vezes apresentadas sob uma roupagem cruel e
sangrenta, são símbolos da luta diária dos que crêem, contra o mal. Aborda-las sob esta ótica dá-
lhes novo significado.
Exemplo – 2 Sm 11, 1-5. Davi, o herói das batalhas do povo de Deus, perde apenas uma,
contras as próprias paixões. Fica claro que o mérito de suas vitórias não era seu, mas de Deus.
EXERCÍCIO PRÁTICO: Que mensagem poderia extrair da:
a) Guerra de Israel contra os amalecitas (Ex 17, 8-16)
b) Davi e Golias (1 Sm 17, 48-50)
c) Conquista de Jericó (Js 6)
d) Queda de Jerusalém (2 Cr 36, 17-21)
5. Perguntas
São numerosas as interrogações na Bíblia. Perguntas que o homem faz a Deus ou que
Deus faz ao homem e também, perguntas do homem a si mesmo ou a outros homens. Jesus não
ensinava impondo a sua doutrina, preferia que a resposta surgisse do fundo do coração humano.
Ao longo dos Evangelhos são encontradas mais de 50 perguntas feitas por ele, tais como: “E
vós, quem dizeis que eu sou?”; “Tu me amas?”; “Por que choras?”;...
29
Exemplo – Gn 3, 9 – Adão, onde estás? Isto seria suficiente para uma pregação. Tu sabes
onde estás? Qual é tua verdadeira situação presente? Se desconhecemos nossa situação atual, não
convém dar nenhum passo, apenas nos confundiríamos mais.
EXERCÍCIO PRÁTICO: Encontre cinco perguntas no Evangelho e responde-as.
6. Diálogos
Ao longo das Escrituras encontramos um extenso mundo de diálogos e conversações:
Deus e Moisés no Horeb, Abraão e os anjos, Jó e seus amigos, Eva e a serpente, a samaritana e
Jesus, Maria e Isabel, Pedro e Jesus, etc. Aqui é importante centrar-se no conteúdo dos diálogos
e não em seus personagens.
Exemplo – Jesus e Marta – Jo 11, 21-27.39-40. É fácil dizer “creio”; difícil é dar passos
de fé. Sobretudo quando acreditamos que tudo está perdido e que já não há solução. O passo de
fé que Jesus esperava de Marta era que ela removesse a pedra, ou seja, removesse os obstáculos
para que ela cresse. E a você, que passo Jesus está pedindo?
EXERCÍCIO PRÁTICO: Extrair uma mensagem original dos seguintes diálogos:
a) Os pais do cego de nascimento (Jo 9, 18-23)
b) Cléofas (Lc 24, 18-24)
7. Discursos
Vários personagens bíblicos tiveram ocasião propícia para discursar ao povo de Deus.
Estes discursos constituem-se numa imensa variedade de mensagens de Deus. Existem discursos
breves e longos.
Exemplo – Ne 2, 17-18. "Disse-lhes então: Vede a miséria em que estamos; Jerusalém
devastada, suas portas consumidas pelo fogo! Vinde; reconstruamos as muralhas da cidade e
ponhamos termo a esta humilhante situação. Contei-lhes em seguida como a mão de meu Deus
me favorecera e narrei-lhes tudo o que dissera o rei. Gritaram todos: Vamos! Reconstruamos! E
com coragem puseram-se a trabalhar nessa boa obra" . No contexto deste discurso os judeus
acabam de ser mais uma vez libertos do cativeiro pela mão poderosa de Deus e regressam a
Jerusalém. Ao chegar ali a encontram em ruínas e sentam-se tristes, desanimados e sem
esperança de sobrevivência. Neemias, ao saber disso, pede e consegue permissão para ver como
se encontram os seus irmãos e qual a real situação de Jerusalém. Depois de andar ao redor da
cidade com uma comitiva, convoca todo o povo e anuncia este discurso de reconstrução. Quando
Neemias acaba de falar o povo todo se levanta e, arregaçando as mangas, põe-se a reconstruir
sua cidade. Uma das mensagens que podemos tirar: assim como Neemias, João Paulo II desde o
inicio do seu pontificado não permaneceu apenas sentado em sua cátedra de Roma, mas saiu para
visitar as ovelhas a si confiadas em todo mundo e certificar-se da real situação da Igreja que é a
nossa Jerusalém. Ao ver a Igreja em crise, João Paulo II convoca toda a Igreja e diz que é hora
de empreender uma Nova Evangelização (Haiti, 1983).
EXERCÍCIO PRÁTICO: Extrair uma mensagem original do discurso de Jesus sobre o Pão da
Vida (Jo 6).
10. Lugares
São milhares os lugares bíblicos, cidades, povoados, montes, estradas, construções, etc.
Analisando o lugar em conexão com os fatos nele ocorridos descobrimos diversas mensagens de
Deus.
Exemplo – Marcos 4, 38 – Jesus estava na popa do barco - que é um lugar. Meditemos
sobre a popa: a popa é na parte de trás do barco. Tirando como mensagem, podemos nos
31
perguntar: Jesus está na parte de trás ou está à frente? Em qual lugar Ele está? Como Ele tem te
guiado?
EXERCÍCIO PRÁTICO: Analisar os seguintes lugares:
a) Sinagoga de Cafarnaum e a casa de Pedro (Mc 1, 29)
b) Janela de Êutico (At 20, 7)
11. Objetos
As relações dos homens com as coisas também ganham, no contexto bíblico, dimensões
que possibilitam ao pregador a percepção de mensagens escondidas, tanto nestas relações quanto
nas próprias coisas ou objetos. Há uma riqueza inesgotável de objetos bíblicos: vestes, véus,
cortinas, espelhos, vasos, perfumes, candelabros, pedras, altares, etc.
Exemplo – Hb 9, 4 – a arca da Aliança. A arca era o objeto que ocupava o centro da
religiosidade judaica, dentro da qual repousavam outros objetos: uma urna de ouro contendo o
maná, a vara de Aarão e as tábuas da Aliança. Maria é intitulada Arca da Aliança porque ela
trouxe dentro de si não os símbolos, mas o próprio Cristo que encarnou nela, pois o Maná é o
símbolo da Eucaristia, a vara de Aarão é o símbolo do Sumo Sacerdote e as tábuas são o símbolo
de toda a Palavra de Deus que é o seu Verbo, Jesus Cristo.
EXERCÍCIO PRÁTICO: O que significava:
a) O manto para um homem (Jo 13, 4; Mc 10, 50)
b) O vaso de alabrasto da prostituta (Lc 7, 37)
c) Rasgar as vestimentas (Mt 26, 65)
d) A dracma perdida (Lc 15, 8)
e) As vestimentas do sacerdote (Ex 28, 9)
f) A bacia de bronze (Ex 38, 8)
12. Orações
Na oração, como em nenhum outro momento, o homem se apresenta desnudo diante de
Deus: às vezes exibindo sua miséria, ou reclamando e discutindo, sem faltar as queixas. Por
agradecimento, seu coração explode num hino de louvor. A partir de Enos (Gn 4, 26) centenas de
pessoas cultivaram o costume de orar a Deus e encheram a Sagrada Escritura expressando sua fé
através de preciosas orações repletas de mensagens de Deus.
Exemplo – At 4, 24b-30. Os apóstolos nos mostram que a primeira coisa que devemos
fazer quando temos um problema é apresentá-lo a Deus mediante a oração. No decorrer da
oração notamos que eles não pedem que Deus resolva os problemas para eles. Eles pedem que
Deus lhe dê forças para que eles enfrentem o problema e o resolvam.
EXERCÍCIO PRÁTICO: Descobrir as mensagens nas orações:
a) Tobias por sua esposa (Tb 8, 4-9)
b) O cântico de Moisés (Ex 15)
c) Jesus no horto (Mc 14, 32-42)
DINÂMICA
Cada cursista ou grupo preparará um tipo de mensagem encontrada através de um recurso
bíblico:
1. Mensagem querigmática encontrada em um diálogo.
2. Mensagem de espiritualidade encontrada em um lugar.
3. Mensagem doutrinal encontrada em uma festa.
4. Mensagem de fortalecimento encontrada em revelações.
32
6° Tema – Técnicas para aprofundar a pregação
Esta técnica consiste em olhar e meditar a passagem bíblica, mergulhando em
determinados pontos, trazendo à tona toda a sua riqueza. Por isso é denominada técnica para
aprofundar. Segundo a Bíblia não será omitido nem um só “i” das Escrituras. O “i” é
consoante no alfabeto hebraico, e é a menor consoante. O autor quer dizer que nem a menor
consoante pode ser omitida. Isso nos traz a idéia de que as 22 letras (consoantes) deste alfabeto
tem conteúdo teológico. Obviamente, o mesmo ocorre com as palavras, os nomes, as idéias, etc..
Assim, toda a Escritura tem conteúdo teológico. E porque se trata da Palavra de Deus, o
conteúdo teológico é infinito. Como já mencionamos no tema anterior, a exploração da Escritura
é a exploração do próprio Deus. Este é o mundo judaico, o padrão de todo o conteúdo religioso.
Portanto, o convite de mergulharmos na Palavra de Deus, significa mergulharmos em
Deus, num mundo teológico infinito, que possui riquezas infinitas, no qual podemos buscar e
trazer maravilhas para as outras pessoas. As pérolas preciosas existem para serem vistas e
admiradas. Assim, será a pregação enriquecida com a técnica de aprofundar a mensagem.
Lembre-se: tal técnica não consiste em inovar nada, mas trazer à tona aquilo que estava lá
no fundo, que sabia que estava lá, e trazemos à tona. É o caso do poço no qual eu trago água para
cima, para que isto ocorra primeiro preciso saber que a água estava lá. Esta é a leitura-busca da
Palavra de Deus, o MIDRASH. Mergulha-se na fé de que podemos descobrir riquezas não só
para mim, mas para toda a comunidade. Porém, como já mencionamos, este mergulho deve ser
feito com os equipamentos necessários, para que não ocorra que ninguém, ao mergulhar, morra
por falta de material básico para mergulho.
Passaremos a expor algumas dicas para mergulhar na Palavra de Deus: 23
24
DICIONÁRIO AURÉLIO, folha de S. Paulo.
35
DINÂMICA
Cada um preparará uma mensagem querigmática de 5 minutos utilizando um recurso distinto
para encontrar a mensagem na Bíblia e uma das técnicas para aprofundá-la:
1. Perguntas e Opostos
2. Costumes e Contextos
3. Objetos e Comparação de passagens
4. Visões e Semântica
25
Dercides Pires da Silva, Livro Oratória Sacra - Roteirização, Volume II, RCC Brasil.
36
Tempo ideal – é o tempo necessário para o evangelizador imbuir-se do assunto, ou seja, é
o tempo que ele precisa para encher a mente do que deve anunciar, bem como para compreender
o assunto em questão.
Tempo prático – é o tempo que realmente é colocado a disposição do evangelizador. Se
formos convidados a pregar com antecedência de um ano, o tempo prático que temos é, portanto,
um ano. Caso sejamos convidados com antecedência de uma semana, sete dias serão nosso
tempo prático. Mas se o convite vier para anunciarmos a Boa Nova dentro de alguns minutos ou
segundos, esse será nosso tempo prático. Cabe-nos, em oração, no tempo que nos for
disponibilizado, organizar sabiamente nossa experiência de Deus, com bons fundamentos
bíblicos e doutrinários, e, acolhendo a unção do Espírito Santo, pregar conforme o caso.
Podemos dizer, de forma prática e com base na fé, que o tempo necessário para organizar
nossas pregações é aquele que Deus nos dá. Também com base na fé podemos crer que Deus nos
dá o tempo por intermédio da pessoa que nos convida. O que importa é que aproveitemos ao
máximo o tempo que nos for concedido, seja ele um segundo, um minuto, uma hora, um dia,
uma semana, um mês, um ano ou mais. Podemos pregar confiando na promessa de Jesus "Não
vos preocupeis nem pela maneira com que haveis de falar, nem pelo que haveis de dizer:
naquele momento ser-vos-á inspirado o que haveis de dizer" (Mt 10,19).
Toda organização exige uma técnica, um esquema. Os times esportivos, tanto de futebol,
voleibol, basquetebol, e outros, embora possam ter os melhores jogadores, precisam de uma
equipe técnica que esquematiza todas as jogadas, para que juntos, atletas e técnico tenham a
vitória. No nosso caso, os atletas seriam as técnicas anteriormente expostas, que precisam agora
serem esquematizadas, organizadas, de tal forma que a mensagem possua uma estrutura.
Podemos dizer que dispor a mensagem é seguir determinados passos, organizando sua
meditação, de tal forma que o esqueleto (estrutura ora apresentada) possa ser revestido.
Teremos agora um dos pontos mais importantes destes estudos que completa e organiza
revelação para a pregação e propicia sua comunicação aos evangelizandos. O que Deus revela
para pregar deve ser organizado adequadamente para produzir mais frutos. Essa organização se
dá precisamente com um roteiro. Nós veremos dois modelos, o primeiro proposto pelo livro
Formação de Pregadores26 e o segundo proposto pela RCC Brasil 27 .
a) MOTIVAÇÃO INICIAL: Para começar uma pregação é necessário que as pessoas estejam
motivadas a ouvir a mensagem, como nem sempre todos os ouvintes já estão motivados, cabe
ao pregador, antes de abordar o tema, motivar as pessoas para que escutem e bebam daquilo
que será transmitido. É preparar o ambiente, descontrair as pessoas, criar certa curiosidade a
respeito do que vai comunicar, enfim, fazer um ambiente de expectativa para que todos
fiquem bem dispostos a ouví-lo até o final.
26
Salvador Gómez e José H. Prado Flores, Livro Formação de Pregadores, Ed. Louva Deus, 1990.
27
Dercides Pires da Silva, Livro Oratória Sacra - Roteirização, Volume II, RCC Brasil.
28
Salvador Gómez e José H. Prado Flores, Livro Formação de Pregadores, Ed. Louva Deus, 1990.
29
Novamente adotamos a estrutura proposta pela Apostila do Curso de Comunicadores da Mensagem Cristã, Ob.
Cit., p. 78 - 86.
37
Muitos pregadores aprenderam a iniciar as pregações desmotivando totalmente as
pessoas, dizendo coisas como: “Confesso que não tenho o dom da palavra, mal sei me
comunicar, mas peço que tenham paciência e me escutem...” Outros, dando uma impressão
de falsa humildade, dizem: “Eu sei que não sou nada, nem mesmo sei o que dizer a
vocês,...” Pior ainda são os que, por preguiça ou relaxamento, dizem: “Eu não preparei nada
para dizer a vocês, mas espero que o Espírito Santo me use para falar a cada um...”
Realmente o Espírito Santo usa tais pregadores para nos ensinar que precisamos respeitar a
Palavra de Deus e não colocá-lo à prova, ao invés, devemos estar preparados para que o
Senhor nos use como seus instrumentos.
O próprio ambiente, cartazes, faixas, enfeites, etc, podem nos oferecer elementos
aproveitáveis para uma motivação inicial. Podemos começar fazendo perguntas como estas:
“Quantos estão aqui pela primeira vez?” Depois que estes levantarem as mãos pode-se
dizer-lhes: “Você não veio pelo convite de uma pessoa qualquer, ou porque quis vir, você
está aqui porque Deus o chamou e tem uma mensagem especial que há muito tempo queria
lhe dar. Você deseja ouvi-la?” Depois dirija-se aos demais que já estiveram ali outras vezes:
“Vocês que já estiveram aqui, tenho certeza que já ouviram muitas mensagens maravilhosas
de Deus. Mas a que vão ouvir hoje vai levá-los, sem sombra de dúvidas, a ter uma
experiência real com este Deus que tanto nos ama”.
Há dezenas de outras formas de se introduzir a pregação, dependendo do momento e do
ambiente, a motivação poderá ser uma música onde se aproveitará a letra. Pode-se também
fazer uma oração pedindo a Deus que abra a mente e o coração dos presentes para acolher e
entender o que ele quer dizer-lhes através desta mensagem. Pode ser uma “historieta” que
ilustre o teor da mensagem a ser dada.
"Paulo, em pé no meio do Areópago, disse: Homens de Atenas, em tudo vos vejo
muitíssimo religiosos. Percorrendo a cidade e considerando os monumentos do vosso culto,
encontrei também um altar com esta inscrição: A um Deus desconhecido. O que adorais sem
o conhecer, eu vo-lo anuncio!" (At 17,22-23) . Percebe como Paulo soube introduzir a sua
mensagem e cria uma expectativa da parte dos ouvintes. Ver também At 26, 2-3.
b) LEITURA: O segundo passo, após motivar as pessoas, é a leitura das Sagradas Escrituras, a
qual deve ser proclamada em voz alta, com segurança, clareza, pausadamente e observando a
pontuação. Já mencionamos a importância da Bíblia, no segundo tema, porém convém repetir
o que ensina o N.º130 do Dei Verbum: a Igreja sempre venerou as divinas Escrituras como
venera também o Corpo do Senhor. Assim, da mesma forma que com o Corpo de Cristo
temos respeito, admiração e amor, temos que ter com a Sagrada Escritura, sendo solene o
momento de sua leitura.
É importante que o pregador trate com respeito a sua Bíblia, dentro ou fora dos
momentos de pregação, para testemunhar que ela não é um objeto qualquer, mas uma
Biblioteca Sagrada que contém a revelação do nosso Deus que é Amor. Deve-se procurar ao
máximo não encher a Bíblia de papéis e outros objetos, os mesmos poderão cair durante a
pregação e distrair tanto o comunicador quanto seus receptores.
O comunicador deve saber exatamente qual o texto bíblico irá utilizar e onde o mesmo
está localizado para não perder tempo, nem distrair as pessoas enquanto procura. Após a
proclamação deve aclamar a Palavra de Deus dizendo “Palavra da Salvação”, se o texto for
pertencente a um dos quatro Evangelhos; ou “Palavra do Senhor”, se for um texto de
qualquer dos outros livros da Bíblia. Para melhor atenção dos receptores é aconselhável que
se selecione para a leitura não mais de 10 versículos.
f) RESUMO: Estamos chegando ao fim da pregação e o pregador tem que saber que não deve
encher lingüiça, como diz o ditado popular, ou seja, ficar alongando sem motivos a pregação,
reportando a assuntos já ditos, contando outros, somente porque não consegue terminar.
Assim, a técnica da organização ensina que após a aplicação e os exemplos, deve o pregador
resumir a mensagem. Resumir é condensar toda a idéia transmitida em poucas palavras. É o
arremate final para deixar bem cravada a mensagem. 30 Lembre-se: inexiste resumo maior
que o texto a ser resumido, o resumo é algo sucinto, curto, mas capaz de conter toda a idéia
central anunciada. Trata-se de concentrar a pregação numa frase que a pessoa possa gravar
em sua mente e logo repetir.
Se pregamos sobre nossa missão: Evangelizar não é optativo, é imperativo. Se
apresentamos o problema do mundo: Se não eras parte da solução, eras parte do problema.
Para ilustrar esta estrutura de organização da mensagem podemos usar o fato de quando
uma pessoa fica enferma e precisa ser levada para uma farmácia, para tomar uma injeção 31.
Vejamos:
- o enfermo é a assembléia;
- a injeção = a mensagem;
- a motivação inicial = a conscientização do enfermo que precisa ser medicado;
- leitura = conhecimento do conteúdo necessário que ele vai receber, ou seja, o nome do
remédio e a quantidade expressa na receita médica;
- ambientação é ouvir o ruído da ampola que se quebra, o levantar da camisa e esperar a ...;
- aplicação da mensagem = a aplicação da injeção, o momento em que a injeção é aplicada no
enfermo, quando o seu conteúdo passa para o interior e invade todo o organismo humano;
- exemplificação = quando o enfermeiro segura no lugar e coloca o algodão macio;
- resumo = é o comprimido que o enfermo terá que tomar;
- imperativo = o enfermo irá se cuidar, tomando as providências indicadas;
- oração final = é o retorno à casa Paterna.
DINÂMICA
Cada um preparará uma mensagem querigmática de 10 minutos (dividir em 4 grupos);
1. Encontrada em um Diálogo, aprofundada pela técnica dos Contextos e exemplificada na
Antropologia.
2. Encontrada em um Milagre, aprofundada pela técnica dos Opostos e exemplificada no
Magistério.
3. Encontrada em uma Parábola, aprofundada pela técnica da Comparação de passagens e
exemplificada na Cosmologia.
4. Encontrada em um Discurso, aprofundada pela técnica da Semântica e exemplificada na
Sagrada Tradição.
Como a estrutura do seu corpo é dividida em três partes principais – cabeça, tronco e
membros, a estrutura do plano de pregação é composta de introdução, desenvolvimento e
peroração.
2.1) INTRODUÇÃO: é a preparação para se fazer algo maior. É um desafio para o pregador,
no que concerne a depender do Espírito Santo e a colocar à disposição dele todos os seus
dons naturais, bem como no que se refere a fazer uso adequado tanto desses dons
31
Idem, p. 81-86.
32
Dercides Pires da Silva, Livro Oratória Sacra - Roteirização, Volume II, RCC Brasil, 2005.
33
Taciano Ferreira Barbosa, Livro Formação de Pregadores: metodologia com poder do Espírito Santo: manual,
teoria e prática, Editora Santuário, 1997.
41
naturais, quanto dos sobrenaturais, a fim de ganhar a atenção dos ouvintes ou de não lhes
perder interesse.
A introdução é uma das partes mais importantes da pregação. Conforme Maurício Góis 34,
o máximo de atenção espontânea que se consegue de um auditório chega a três minutos. Mas em
média dura apenas alguns segundos em pessoas normais, que são a maioria da população. Então
durante os três minutos iniciais o pregador pode ter quase cem por cento da atenção dos ouvintes.
Essa atenção só volta a subir, curiosamente, na conclusão. Assim, o pregador deve aproveitar ao
máximo esses minutos para transmitir o essencial da pregação, ora em forma de introdução, ora
em forma de conclusão. Durante a pregação o pregador deve orar para permanecer ungido, e
assim utilizar todos os recursos disponíveis para conquistar a atenção dos irmãos.
Com a introdução o pregador tem a oportunidade de colaborar com a ação do Espírito
Santo, no sentido de provocar no irmão-ouvinte um desejo sincero de ouvir e entender a
pregação. Podemos dizer que a introdução é o cartão de visitas da pregação e do pregador.
Conforme for a introdução, será a pregação.
a) Finalidades da introdução
As finalidades da introdução da pregação são: abrir o apetite dos ouvintes, captar o seu
interesse, obter a sua aceitação, ganhar a sua simpatia e atenção e demonstrar-lhes a importância
da pregação anunciando as idéias fundamentais.
Uma das melhores formas de cativar os ouvintes é apresentar-lhes o tema e os itens
principais, que são as idéias-chave. Isso chega a ser óbvio. Ninguém, hoje em dia, tem tempo
para ser desperdiçado. Cremos também que Jesus não reúne suas ovelhas para serem despedidas
de mãos vazias. Enquanto o evangelizador faz a introdução, nasce no sentimento das pessoas a
esperança de ouvi-lo desenvolver as idéias que foram esquematizadas.
b) Características da introdução
A introdução deve ser breve. A sua brevidade é necessária porque ela ainda não é o
desenvolvimento da pregação e também porque o pregador deve aproveitar ao máximo a atenção
inicial dos ouvintes para colocar em seus corações as idéias principais que serão desenvolvidas.
Não é bom gastar mais do que um minuto na introdução. Em nenhuma hipótese poder-se-ia
estender a introdução além de dois minutos. Embora breve, deve ser rica em conteúdo , densa de
idéias significativas.
A introdução desejável é também comunicativa. A boa comunicação não carece de um
milhão de palavras. Uma palavra pode valer por um livro. Às vezes nem uma palavra é
necessária, basta um gesto. Em oração o pregador deve acolher do Senhor as palavras adequadas.
Outra qualidade importante é a alegria. Entretanto, essa alegria deve ser temperada com
a sobriedade. Isso equivale a dizer que ela deve ser despida de sensacionalismo. O pregador não
deve deixar que a euforia humana tome o lugar do verdadeiro entusiasmo. O verdadeiro
entusiasmo que vem do Espírito de Deus. Com ele o pregador conseguirá temperar a alegria com
a sobriedade e refugiar-se em Deus.
Por fim, temos que a introdução deve ser bem preparada . Cremos que todos nós já
entendemos o porquê. Uma das razões é que ela ocupa um espaço precioso, na verdade um
tempo privilegiado, na atenção dos ouvintes. Temos de fazer bom uso dela.
34
Maurício Gósi, Livro Curso Pratico de Comunicação Verbal , Bolsa Nacional do Livro, Curitiba, 1989.
42
Há várias razões pelas quais a apresentação do pregador deve ser feita por outra pessoa.
Uma delas é a ordem prática, pois quase todas as pregações, são realizadas em grupos de oração,
nos quais o tempo destinado a elas varia de dez e quinze minutos. Caso o pregador faça a sua
apresentação perderá tempo muito precioso. Outra razão se liga à técnica de pregação. É que a
pregação se serve da oratória. Oratória em seu sentido clássico, na qual impera a eloqüência. A
impostação de voz e a postura que se requerem para a pregação não guardam quase nenhuma
semelhança com o tom que se exige na auto-apresentação. Nela a voz deve ser muito serena,
calma, embora alegre. A postura deve primar pela modéstia. Elevar a voz na apresentação, ou
mesmo impostá-la um pouquinho mais garbosamente, poderá levar a assembléia a fazer mau
juízo do pregador. Com efeito, poderá pensar que ele é pedante, soberbo e vaidoso.
O animador deve apresentá-lo pelo nome, estado civil, função que exerce na RCC,
alguma função paroquial, bem como outras informações consideradas interessantes.
O conteúdo da introdução pode conter variações, bem como ser composto de histórias,
parábolas, textos bíblicos, testemunhos e outras coisas julgadas importantes. Mas o pregador
precisa vigiar para não inserir informações excessivas.
A ordem em que se faz a motivação ou apresentação de uma pregação não é importante.
Isso equivale a dizer que podemos primeiro motivar, depois apresentar a pregação, ou primeiro
apresentá-la, para em seguida motivar.
Na apresentação da pregação inicia-se a proclamação das revelações para a pregação,
condensada em um resumo. Aqui todo empenho do pregador é bem vindo. O pregador promete
demonstrar que as idéias iniciais são verdadeiras ou não. Os ouvintes esperam que as afirmações
iniciais sejam comprovadas durante a pregação.
d) Exemplo de introdução
Parece que muitos de nós acreditamos em Deus, mas no fundo duvidamos. Isso impede que Deus aja
poderosamente em nossas vidas, resolvendo nossos problemas, desde os pequeninos até os grandes. Para Deus não
existe diferença entre o tamanho dos nossos problemas. Ele quer cuidar de todos, mas nossas dúvidas O impedem.
Vamos acabar com elas hoje. Desde já convido a todos para acabar com nossas dúvidas hoje. Dúvidas sobre a
existência de Deus, sobre a capacidade de Deus agir em nosso favor.
Para acabar com nossas dúvidas demonstraremos a partir da Bíblia que Deus Existe. Este é o nosso tema:
DEUS EXISTE.
Veremos que na Bíblia existe prova da existência de Deus. Veremos também que na Bíblia encontramos
prova histórica da Ressurreição de Jesus e por fim apresentaremos conclusões importantes a que chegaremos a partir
da Ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo.
Quem crer será salvo. Essa é a promessa do Senhor. Assim como ele salvou Lázaro da morte, pela fé de
suas irmãs, poderá também salvar cada um de nós, bem como aos nossos entes queridos, se crermos.
c) Partes da pregação
No desenvolvimento todas as partes têm a mesma função, que é explicitar e sustentar o
tema. O número de partes varia de acordo com o tempo disponível e as peculiaridades da
assembléia, assim como a complexidade do tema. A precaução que se deve ter é de não utilizar
idéias novas excessivamente. Às vezes é preferível uma idéia bem explicitada, bem aceita,
acolhida convenientemente, a dezenas de idéias atiradas ao léu. A esse respeito o padre Antônio
Vieira já alertava os pregadores do seu tempo: “Jonas durante 40 dias pregou um só assunto, e
nós queremos pregar quarenta assuntos em uma hora” 35.
Cada parte do desenvolvimento é composta por uma idéia-chave que atrai a si uma ou
mais idéias ditas auxiliares. As auxiliares não são menos importantes do que as chaves. É com
elas que se sustentam e se esclarecem as principais. As idéias-chave serão chamadas itens e as
demais, incluindo quaisquer subdivisões que sejam necessárias, serão chamadas subitens. Os
itens ou subitens são sinônimos de tópicos.
d) Conteúdo da pregação
O conteúdo do desenvolvimento é bastante variado, mas, didaticamente, pode ser
subdividido em: conteúdo principal, conteúdo auxiliar e conteúdo diverso. O conteúdo principal
é constituído pelas idéias-chave. O auxiliar pelos subitens e seus desdobramentos, que são as
idéias usadas para explicitá-los. O conteúdo diverso é composto por passagens bíblicas, citações
de documentos da Igreja, citações de livros espirituais, parábolas, histórias, anedotas (que não
firam a santidade e que sejam úteis à pregação), técnicas e recursos pedagógicos, etc.
i. Retenção e emprego das idéias-chave: A memória do ser humano é uma das maiores
dádivas que recebemos do nosso Deus. Mas ela possui alguns mecanismos de funcionamento
que, se bem compreendidos, produzirão muito mais. Um deles, e é o que nos interessa no
momento, é a capacidade que temos de relembrar fatos e idéias mediante associações com
outras idéias, histórias, fatos, circunstâncias, etc., principalmente se estiverem envolvidos
com certa dose de emoções.
Na faculdade da memória de abrir janelas de lembranças por meio da associação é que
reside uma grande importância de usar idéias-chave. Com efeito, dificilmente um ser humano
normal se lembraria de dez por cento do que ouviu em um ensino ou em uma pregação de meia
hora. Mas caso o ouvinte lembre-se do tema, é provável que tal lembrança venha acompanhada
35
Pe. Antônio Vieira, Livro Sermões, tomo 1, p. 41.
44
por alguns itens. Com esses itens chegarão vários subitens. E, a partir dessas lembranças, o
ouvinte terá grandes chances de reconstruir a pregação em sua mente.
ii. Chave: Qual é a função primordial da chave? Abrir e fechar as portas, mas o que nos
interessa no momento é o abrir. Com efeito, as idéias-chave, principalmente quando
conseguem captar a atenção e o interesse dos ouvintes, e naturalmente estando ungidas,
podem se tornar belos instrumentos nas mãos de Deus. Instrumentos que servem para abrir o
entendimento e o coração da assembléia. É com elas que o pregador informa a assembléia
sobre a mensagem que se encontra implícita no tema e na seqüência de itens.
iii. Discernimento e composição de idéias-chave: Talvez você esteja desejoso de saber como
conseguir as idéias-chave. Não é difícil. Elas são obtidas em processo de discernimento.
Lembremos que são importantes as seis fases: conduzir-se pelo Espírito Santo, comunhão
com Deus, perguntar a Deus o que Ele deseja que anunciemos, esperar a resposta, anotar as
idéias que vierem com a escuta e discernir.
Para discernir serão úteis duas espécies de discernimento, o carismático e o reflexivo. O
carismático consiste em perceber os toques do Espírito Santo em nosso íntimo referentes a coisas
e fatos que nos dizem respeito. Normalmente quando algo não está de acordo com a vontade de
Deus, sentimo-nos incomodados interiormente. Quando sentimos incomodados é bom parar,
orar, refletir e avaliar a situação. Essa parada leva-nos ao discernimento reflexivo. Reflexivo é o
discernimento que se faz mediante o uso da razão e do conhecimento adquirido pelo estudo, pela
experiência ou por outro meio de aprendizagem.
Idéias inconvenientes e desnecessárias não devem ser usadas. Muitas pregações se
alongam em demasia porque alguns pregadores ainda não aprenderam a descartar idéias
desnecessárias. Outras idéias que contrariam a Doutrina da Igreja e a Sagrada Escritura também
não devem ser usadas na preparação da pregação.
iv. Composição de idéias-chave e subitens: começamos a montar o desenvolvimento pelas
idéias-chave, mais precisamente pela primeira idéia. Nesta fase a oração é tão importante
quanto a escuta. A propósito, a oração em todas as fases, da escuta à pregação na assembléia,
é garantia de possibilidade de receber ajuda constante de Deus.
Além da oração, o preparo humano também é necessário. Já sabemos que Deus se serve
de nossa natureza. Tanto mais de nossa natureza preparada para a missão. Em verdade, o
aprendizado vem com um pouco de estudo e com a prática. É importante, portanto, que
procuremos nos capacitar para compor roteiros.
A atividade de composição dos roteiros funciona melhor se fizermos em oração, escuta,
reflexão e discernimento. E sempre no final deste ciclo, que pode durar segundos, minutos ou
horas, redigem-se as idéias discernidas. Esse ciclo é, pode e deve ser repetido inúmeras vezes.
e) Exemplo de desenvolvimento
Continuando a pregação proposta, apresentaremos um roteiro para o desenvolvimento do
tema DEUS EXISTE.
1. PROVA BÍBLICA DA EXISTÊNCIA DE DEUS (Idéia-chave)
RESSURREIÇÃO DE JESUS
2. PROVA HISTÓRICA DA RESSURREIÇÃO DE JESUS (Idéia-chave)
TESTEMUNHO DOS APÓSTOLOS
a) A ressurreição de Jesus vista (testemunhada) pelos Apóstolos
• Mateus 28, 1-15
b) Perplexidade (espanto) dos Apóstolos ante a ressurreição de Jesus
• Lucas 24, 9 (As mulheres dão a Boa Notícia da ressurreição de Jesus aos onze Apóstolos)
• João 20, 3-10 (Pedro e João também vão ao Sepulcro; João creu na ressurreição)
• Lucas 24, 13-32 (discípulos de Emaús, 12 Km. de Jerusalém)
• Lucas 24, 34 (Jesus aparece a Pedro)
• Lucas 24, 36-43 (Jesus aparece aos onze Apóstolos e a outros discípulos, ao mesmo tempo; come com eles)
• João 21, 2-3 (os Apóstolos voltaram à vida velha; pescaram à noite toda e nada apanharam)
c) Os Apóstolos creram na ressurreição
45
• João 21, 1-14 (ler)
d) Os Apóstolos testemunharam a ressurreição de Jesus
• Jesus ordena que a ressurreição deve ser testemunhada a todas as pessoas (Lucas 24, 48; Atos 1, 8: os
Apóstolos são testemunhas de tudo o que aconteceu com Jesus, incluindo sua ressurreição)
• Atos 2, 32; 3, 15; 4, 10; 5, 29-32; 17, 31ss
• I Coríntios 15, 3-8
e) Frutos do testemunho na ressurreição de Jesus
• fé e conversão dos que ouviam (Atos 2, 41; 4, 4; 5, 12-16; 8, 14-17)
• perseguição, prisão, torturas e morte dos Apóstolos e outros discípulos (Atos 4, 1-3.16-21; 5, 17-18 (foram
libertados por um anjo: versículo 19). 26-33.34-40; 7, 54-60; 12, 1-2. Todos, menos João, foram
assassinados)
• A Igreja Católica
3. CONCLUSÕES BÍBLICAS QUE A RESSURREIÇÃO DE JESUS NOS DÁ (Idéia-chave)
a) Existência de Deus
• Jesus é Filho de Deus (Lucas 1, 35ss)
• Jesus e o Pai são um
• Jo 14, 6 “Jesus lhe respondeu: Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.
(7) Se me conhecêsseis, também certamente conheceríeis meu Pai; desde agora já o conheceis, pois o
tendes visto. (8) Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai e isso nos basta. (9) Respondeu Jesus: Há tanto
tempo que estou convosco e não me conheceste, Filipe! Aquele que me viu, viu também o Pai. Como, pois,
dizes: Mostra-nos o Pai... (10) Não credes que estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que vos
digo não as digo de mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, é que realiza as suas próprias obras.
(11) Crede-me: estou no Pai, e o Pai em mim. Crede-o ao menos por causa destas obras”.
b) Existência do Espírito Santo (Lucas, 1, 35a; João 21, 22; Lucas 24, 49; Atos 1, 8; Atos 2, 1-4; a própria RCC)
c) Existência de Anjos (Lucas 1, 26-37: anunciando o nascimento de Jesus; Mateus 4, 11: servindo Jesus; Lucas 22,
43, confortando Jesus; Mateus 28, 2-7: explicando a ressurreição de Jesus; Atos 5, 17-21; 12, 3-11: libertando os
Apóstolos.
d) Existência do céu (João 14, 1-3; Lucas 23, 42-43)
e) Existência de demônios (João 8, 44; Mateus 25, 41)
f) Existência do inferno (Mateus 24, 41; Lucas 16, 19-31)
g) Origem divina da Igreja Católica (Mateus 16, 18-19)
f) Jesus escolheu o primeiro papa (João 21, 15-17)
h) Poder sacerdotal (Mateus 16, 19; Lucas 22, 15-20; João 20, 23)
2.3) PERORAÇÃO: é a parte final da pregação, é a arte de terminar bem. Como diz o
provérbio popular: “A última impressão é a que fica”. Nela o pregador costuma atingir o
seu ponto máximo, o momento mais vibrante, mais tocante, mais emocionante. Ela é a
última esperança de tocar o coração dos ouvintes naquela pregação, exige que o pregador
dê o melhor de si.
Na peroração o pregador depende de Jesus, mais do que em qualquer outro momento da
pregação, para ser inflamado pelo Fogo do Espírito Santo, a fim de também incendiar os
ouvintes. A peroração é usada para içar a assembléia e conduzi-la ao alto, para onde está Deus,
para onde Jesus transforma os corações feridos, magoados, ressentidos, duvidosos, incrédulos e
desiludidos, a fim de que o Espírito Santo, Vento de Deus, possa soprá-los para onde quiser.
a) Características da peroração
Existe certa semelhança entre introdução e peroração, pois ambas são compostas por
resumos da matéria tratada no desenvolvimento, por isso também a peroração deve ser breve,
rica em conteúdo, comunicativa, alegre, bem preparada, simples e verdadeira, além de
motivadora e dependente do Espírito Santo.
A peroração deve ser breve, pois o “assunto já foi dissecado em partes, esclarecido em
minúcias e exposto em detalhes” 36 . A motivação na peroração deve fazer parte de cada palavra
pronunciada e até mesmo de cada gesto simplesmente esboçado.
36
Eunice Mendes & L.A. Costacurta Junqueira, Livro Comunicação sem Medo, p. 69.
46
b) Finalidades da peroração
- fixar a mensagem na memória dos ouvintes. Na peroração temos um momento
privilegiado para isso devido ao nível de atenção da assembléia voltar a crescer nesta parte. Por
isso a fixação ocorre de forma natural enquanto se conclui a pregação.
- persuadir e motivar a uma resposta em forma de ação. Todos os filhos de Deus têm
direito de optar livremente pelo que julgarem conveniente. Mas todos os pregadores têm a
missão de fornecer-lhes subsídios para que possam, se desejarem, optar pelo Senhor e pelos bens
sagrados. É aqui que entra o convencimento, pois neste momento o ouvinte deve decidir sobre o
que aceita e deseja. Por isso a peroração deve dar os últimos elementos que poderão ajudar o
evangelizando a se convencer no sentido de acolher a proposta que lhe será feita no final da
pregação.
c) Importância da peroração
A peroração é útil para o pregador ressaltar as idéias fundamentais, fixar o conteúdo na
mente dos ouvintes e provocar atitudes práticas.
d) Conteúdo da peroração
O conteúdo da peroração compõe-se de um resumo das principais idéias da pregação e
por aquela mensagem formada pela idéia central que REALMENTE O SENHOR queria que o
povo ouvisse.
O cuidado que se deve ter é de não reiniciar a pregação durante o resumo. Pois iria
destruir a pregação. É que ao se perder na peroração seria difícil o pregador encontrar o caminho
de volta. Isso explica o aparecimento de algumas pregações rosca sem fim, coisa-que-não-se-
acaba, pois o pregador, estando desorientado, demora a encontrar o ponto de chegada.
O convite à ação também faz parte da peroração. Ele é o real fim da pregação. A oração
final não integra a pregação e pode ser conduzida pelo pregador ou alguém da coordenação.
e) Exemplo de peroração
Agora faremos a peroração da pregação sobre o tema DEUS EXISTE, iniciado em a.4 e
desenvolvido em b.5.
IRMÃOS, ACABAMOS DE PROVAR, HISTORICAMENTE, PELO TESTEMUNHO DO
APÓSTOLOS, QUE JESUS CRISTO RESSUSCITOU VERDADEIRAMENTE. COM A RESSURREIÇÃO DE
JESUS PROVAMOS, BIBLICAMENTE, A EXISTÊNCIA DE DEUS, A EXISTÊNCIA DO ESPÍRITO SANTO,
A EXISTÊNCIA DE ANJOS, A EXISTÊNCIA DO CÉU E ATÉ A EXISTÊNCIA DO MALIGNO, DOS SEUS
DEMÔNIOS E DO INFERNO. TAMBÉM PROVAMOS A ÍNTIMA LIGAÇÃO CELESTIAL E TEMPORAL
ENTRE O PAI, O FILHO E O ESPÍRITO SANTO COM A NOSSA IGREJA, POIS ELA FOI CRIADA POR
JESUS, É CONDUZIDA PELO ESPÍRITO SANTO E RECEBEU A MISSÃO DE EXERCER NESTE MUNDO
UMA PARCELA DO PODER DE DEUS.
VIMOS ENTÃO QUE PODEMOS CRER EM DEUS, PORQUE ELE EXISTE MESMO. NOSSA FÉ
TEM UM CAMINHO MUITO CLARO E SEGURO NA SAGRADA ESCRITURA, QUE VAI DO
TESTEMUNHO DOS APÓSTOLOS, PASSA PELA RESSURREIÇÃO DE JESUS E CHEGA ÀS REALIDADES
CELESTES (ESPIRITUAIS). PORTANTO NÃO SOMOS OBRIGADOS A NOS DEIXAR ESCRAVIZAR
PELOS ATEUS E SUAS INCREDULIDADES. TEMOS TODO O DIREITO DE TER FÉ. JESUS COM SUA
MORTE E RESSURREIÇÃO CONQUISTOU PARA NÓS O DIREITO DE SERMOS CRÉDULOS, O DIREITO
DE ACREDITAR NA SAGRADA ESCRITURA. MUITOS CRISTÃOS MORRERAM PARA QUE A HISTÓRIA
DA RESSURREIÇÃO DE JESUS FOSSE CONSERVADA E CHEGASSE ATÉ NÓS, A COMEÇAR DOS
APÓSTOLOS. MUITAS VIDAS FORAM DOADAS CORAJOSAMENTE PARA QUE NÓS TIVÉSSEMOS A
CHANCE DE TER FÉ.
COM FUNDAMENTO EM TUDO ISSO, IRMÃOS PODEMOS CONCLUIR QUE A NOSSA BÍBLIA É
VERDADE. TUDO O QUE ESTÁ NELA É VERDADE. O QUE NELA SE LÊ ESTÁ PROVADO PELA
RESSURREIÇÃO DE JESUS, QUE, POR SUA VEZ, É PROVADA PELO TESTEMUNHO DOS APÓSTOLOS.
NÓS NÃO VEMOS DEUS, NÓS NÃO VEMOS O ESPÍRITO SANTO, NÓS NÃO VEMOS JESUS
RESSUSCITADO, NEM ANJOS SE MOSTRAM COMUMENTE AOS FILHOS DE DEUS. MAS TEMOS O
TESTEMUNHO DOS APÓSTOLOS PARA NOS LEVAR À RESSURREIÇÃO DE JESUS. ESTA
RESSURREIÇÃO ABRE NOSSO CORAÇÃO PARA ACREDITARMOS EM DEUS, MESMO SEM TÊ-LO
47
VISTO, CONFORME HEBREUS 11, 1. ISTO É FELICIDADE. POR ISSO PODEMOS AFIRMAR QUE DEUS
EXISTE. ISSO NO BASTA, POIS O JUSTO VIVE DA FÉ.
PORTANTO IRMÃOS, JÁ QUE A FÉ É A CERTEZA A RESPEITO DO QUE NÃO SE VÊ, JÁ QUE A
FÉ CRISTÃ É ACEITAR QUE A SAGRADA ESCRITURA É VERDADE, EU OS CONVIDO NESTE
MOMENTO, COM BASE NA RESSURREIÇÃO DE JESUS CRISTO E NO TESTEMUNHO DOS
APÓSTOLOS, A ABRIREM SEUS CORAÇÕES PARA RECEBEREM DO ESPÍRITO SANTO A FÉ QUE DEUS
PREPAROU PARA NÓS. NINGUÉM PODERÁ SAIR DESTA IGREJA SEM A CERTEZA DA EXISTÊNCIA
DE DEUS E DE TUDO QUANTO SE REFERE A ELE.
FIQUEMOS DE PÉ, PARA ORARMOS E RECEBERMOS O DOM DA FÉ.
I – INTRODUÇÃO
(parte única)
II - DESENVOLVIMENTO
1. ITEM (idéia chave)
a) Subitem
b) Subitem
c) Subitem
2. ITEM (idéia chave)
a) Subitem
b) Subitem
c) Subitem
3. ITEM (idéia chave)
a) Subitem
b) Subitem
c) Subitem
III – PERORAÇÃO
ORAÇÃO FINAL
II – DESENVOLVIMENTO
1. JESUS (apresentação de Jesus)
• Filho de Deus (do Deus vivo: Mt 16,16)
• A palavra “Jesus” significa Javé salva
• Jesus: Messias, cumprimento da promessa do Pai
2. SALVAÇÃO
a) Conceito
• História (dramatizada) sobre um homem que estava caindo em um abismo cujo fundo estava cheio de
estacas de pontas para cima. Este homem, no limite final de suas forças, foi alcançado por um amigo,
livrando-se da morte certa.
b) Jesus já nos salvou
b.1) Único salvador
b.2) Jesus é o caminho e a vida (Jô 14,6)
37
Dercides Pires da Silva, Apostila Roteirização, p. 19-20.
48
c) Salvação do pecado (livro “Como Evangelizar os Batizados”, do Prado Flores)
c.1) Salvação das consequências do pecado
c.2) Salvação das suas causas
c.3) Justificação
c.4) Remissão/remição
c.5) Redenção
d) Salvação em situações concretas da vida
• Jo 4,1-39
• Jo 8,1-11
3. A SALVAÇÃO, EM TERMOS PRÁTICOS
a) Pessoas salvas por Jesus :
• Zaqueu (Lc 19,1-11)
• A mulher adúltera (Jo 8,1-11)
• Pedro, no lago (Mt 14,30-31)
• O ladrão na cruz (Lc 23,42-43)
b) Chave da Salvação (At 4,12; Rm 10,9-13)
• Crer de coração, confessar a fé com os lábios e invocar a salvação ao Senhor.
III – PERORAÇÃO
• Idéias centrais: Jesus é o filho de Deus e é nosso salvador. A salvação está em seu próprio nome. Ele nos
salva do pecado, de suas causas e consequências. Ele nos salva também em situações concretas de nossa
vida, como salvou Pedro de morrer afogado e a mulher adúltera de morrer apedrejada.
• Jesus realmente pode nos salvar . Ele veio para isso, e o demonstrou levando o ladrão da cruz ao Paraíso.
E está esperando que você creia nele de coração, confesse com os lábios esta fé e clame por sua salvação,
como Pedro clamou no lago e o ladrão clamou na cruz. Quando você fizer isso, ouvirá o Senhor dizer-lhe o
que disse a Zaqueu: “Hoje a salvação entrou nesta casa”, e ouvirá, no final da vida terrena, Ele dizer-lhe o
que disse ao ladrão no alto da cruz: “Hoje estarás comigo no Paraíso”.
ORAÇÃO FINAL
• Orar para que todos creiam em Jesus, de coração.
• Renovar as promessas do batismo, com ênfase para a confissão da fé em Jesus Cristo ressuscitado,
salvador, senhor e messias, bem como em sua aceitação como salvador pessoal.
• Levar todos a invocarem a salvação de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna e para as situações de
sofrimento da vida terrena, situações concretas, situações que estejam vivendo no momento.
Amém.
2. Imagine que o quadro abaixo seja um armário, com quatro prateleiras. Coloque cada item
listado na sua prateleira correspondente:
Itens = Feijão, colher, prato, frigideira, arroz, açúcar, faca, xícara, pires, chaleira, leiteira,
macarrão, garfo, baixela, jarra, panela, pratinho.
ALIMENTOS TALHERES
LOUÇAS PANELAS
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3. Ligue cada palavra bíblica ou frase com o tema correto:
4. Faça um resumo de cada texto abaixo, usando tópicos ou itens com no máximo oito
palavras, como no exemplo número I.
I - O amor aos irmãos é a melhor forma de agradar a Deus, pois ele é o Pai dos nossos
irmãos, e nada agrada mais ao Pai do que fazer bem ao seu filho. O amor aos irmãos foi
apresentado por Deus, nos tempos antigos de Israel, por meio do profeta Moisés, em sete
regras que fazem parte dos “mandamentos da lei de Deus”. São, precisamente, os 4º, 5º, 6º,
7º, 8º, 9º e 10º mandamentos. O amor aos irmãos é, portanto, um mandamento da lei de
Deus e uma vocação para os discípulos de Jesus. E mais, é um dom do Espírito Santo que
nos capacita a amar os irmãos com o sentimento e gestos concretos.
Resumo ou idéia chave do texto acima (= item):
Amor aos irmãos: mandamento de Deus .
II - Deus não cobra nada para te amar. Ele não exige que você reze, que você vá a missa para
te amar. Ele te ama porque Ele é bom e não porque você seja bom. O amor dele é gratuito.
Resumo ou idéia chave do texto acima (que é um item):
____________________________________________________________
III- O que é conversão? Conversão é mudar de direção, virar , eu estou indo numa reta e
quero convergir a direita. Então a conversão espiritual é sair da direção do mundo e
seguir na direção de Jesus. É a transformação de mentalidade. Deixar de pensar como o
mundo e pensar como Cristo; deixar de agir como o mundo, para agir como Jesus.
Resumo ou idéia chave do texto acima ( que é um item):
____________________________________________________________
5. Monte uma pregação, colocando item e sub-item, usando estas passagens bíblicas:
6. Coloque certo (C) para todo sub-item que corresponde ao item (ou tópico) e errado (E) para
cada item não correspondente ao tópico:
Item ou Tópico: “CARACTERÍSTICAS DO AMOR DE DEUS.”
Sub-itens:
( ) incomensurável.
( ) caridoso.
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( ) eterno.
( ) O Espírito Santo é terceira pessoa da Santíssima trindade.
( ) cuidadoso, protetor, apaixonado.
( ) o pecado leva à morte.
( ) fiel.
( ) incansável, misericordioso, compassivo, perfeito.
( ) zeloso, ciumento.
DINÂMICA 1
Realizar um roteiro escrito com giz no quadro negro. Neste exercício o formador irá junto com
os formandos elaborar um roteiro. Utilizar passo a passo a forma de se preparar um roteiro
demonstrando todos os passos, explicando e dirimindo as dúvidas.
1. Usar o ciclo carismático (oração, escuta, reflexão e discernimento) e fazer a chuva de idéias.
2. Anotar tudo e registrar todas as idéias.
3. Após as anotações faz-se o discernimento reflexivo e carismático.
4. Após fazer as exclusões e/ou alterações necessárias inicia-se a montagem do roteiro da
pregação.
5. Elaborar o desenvolvimento com itens e sub-itens.
6. Elaborar a motivação inicial.
7. Elaborar a peroração.
DINÂMICA 2
1. Dar 15 minutos para que cada formando prepare um roteiro.
2. O tema pode ser livre, mas cada um tem que elabora-lo passo a passo.
3. Depois todos escrevem seu roteiro no quadro negro, se possível. Dependendo do tamanho do
quadro, pode-se dividi-lo em duas ou mais partes para otimizar o tempo.
4. A idéia é cada um escreva seu roteiro no quadro e explique como o fez. NÃO É PARA
PREGAR E SIM EXPLICAR COMO FEZ O ROTEIRO.
5. O mais importante é que todos participem. Dependendo do tempo pode-se debater os dois
primeiros roteiros e os restantes somente serem apresentados pelos formandos sem abrir o
debate.
6. É extremamente importante que o formador conduza este momento com sabedoria para que
não se prendam em apenas um roteiro. Deve-se evitar que os formandos preguem ao invés de
explicarem como fizeram seus respectivos roteiros.
1. Ruídos de comunicação 39
Ruídos de comunicação são todas as coisas que desviam do pregador a atenção das
pessoas. Assim se durante a pregação alguém entra ou sai do local, se há barulho no ventilador,
no condicionador de ar, na aparelhagem do som, conversas paralelas, folguedos infantis, roncos
de motores e outros, estaremos diante de ruídos de comunicação.
Os próprios pregadores podem gerar ruídos de comunicação, como o pregador que tem
vícios de linguagem, nervosismo ou dificuldades de pronunciar determinadas palavras.
Os ruídos podem chegar ao infinito, eis alguns deles:
- má articulação (gagueira ou dificuldade de pronunciar determinadas palavras – isto
aumenta a ansiedade e nervosismo),
- ambigüidade (idéias que levam a duas possibilidades faz com que a assembléia perca
tempo para escolher e com isso, perde parte da pregação),
- desconhecimento da norma gramatical (grau de escolaridade),
- inadequação vocabular (uso de dicionário),
- inibição, nervosismo, insegurança, expressão de abatimento e de inferioridade (cansaço,
depressão), expressão de superioridade (narcisismo, excesso de altivez, presunção, excesso de
autoconfiança), falsa humildade, prepotência, vaidade, competição, descrença e preconceito
(pode tornar o pregador antipático aos ouvintes, e estes passarão a prestar atenção nos defeitos
dos pregadores e deixa de ouvi-los atentamente),
- emprego inadequado da concisão (falar muito pouco ou muito mais do que deveria
falar),
- desconhecimento das leis da comunicação verbal coletiva (os ouvintes expressam sua
insatisfação dizendo que não gostaram da pregação),
- exagero de expressões desconhecidas e de palavras “difíceis” (os ouvintes esforçam-se
para compreenderem a pregação),
- discurso decorado de forma mecanizada (leva os ouvintes a criticarem o pregador),
- usar a imaginação em desfavor de si mesmo (levam os ouvintes a prestarem atenção nos
defeitos do pregador),
- velocidade vocal inadequada (pregar muito rápido ou muito devagar),
- mau uso do aparelho fonador (má colocação da voz, exagero de articulação não
natural),
- exagero de citações comentadas (bíblicas, doutrinárias), exagero de citações sem
comentários, exagero de ilustrações e exemplos, exagero no uso das figuras de linguagem (rouba
a atenção da assembléia),
- imitação inconsciente de outro pregador,
- excessos de cortesias, delicadezas artificiais, maneirismo (causa sentimentos de
repulsa),
- excesso de movimento, imobilidade, repetição constante de um mesmo gesto (leva os
ouvintes a não darem ouvidos ao pregador),
39
Dercides Pires da Silva, Livro Formação de Pregadores- Metodologia com poder do Espírito Santo, Vol. 3, RCC
Brasil, 2010.
52
- levar os ouvintes para trechos e não para a idéia principal (várias idéias desconexas,
atirar-para-todos-os-lados),
- olhos voltados para dentro da pregação e não para dentro da realidade do ouvinte,
- inobservância de simples combinações de vestuário (imaginem o Agostinho da Grande
Família pregando),
- falar de forma monótona (os ouvintes desviam a atenção da mensagem anunciada),
- vulgaridade (gestos, semblante ou nas palavras – piadas de mau gosto),
- negatividade (centra-se nos problemas e não nas soluções),
- belicosidade (pessoa que parece sempre estar disposto a brigar, nas pregações criticam
de forma direta ou indireta),
- visão limitada (quando o pregador tem pouco conhecimento do assunto, chavões – isto
tem que ser assim, senão...),
- mau uso da aparelhagem de som (microfone, amplificador, etc.), etc.
2.3) CACHOEIRA: essa técnica é simples. Ela consiste em pregar ininterruptamente. O que
ela mais exige do pregador é a eloqüência. Guarda certa semelhança com as água da
cachoeira. Assim como as águas não param espontaneamente, o pregador também não
pára de pregar, até que termine sua pregação. Nesta técnica não sobra muito espaço para
o irmão-ouvinte se questionar, ou questionar o pregador. Ele quase sempre, só ouve,
normalmente com grande atenção. Enquanto ouve, o Espírito Santo trabalha em seu
coração para que ele creia no que está sendo anunciado.
2.5) REPETIÇÃO: esta técnica foi muito utilizada por Jesus. Ele por exemplo, repetiu sua
pregação sobre o Reino por várias vezes. Foi muito útil no tempo de Jesus. Hoje ainda é
útil. É um ótimo recurso para memorização.
Para o emprego desta técnica é essencial que o pregador varie o estilo, a fim de evitar as
repetições enfadonhas. É, em verdade, uma grande arte. É simples de entender, porém, não tão
simples de ser bem praticada. Um dos bons recursos é chamar os irmãos-ouvintes à participação,
pondo-os para repetir o que foi ou está sendo anunciado. Mesmo assim, prevalece o alerta: toda a
sabedoria no seu emprego é necessária.
2.7) CRIAR UM SUSPENSE: o pregador cria um pouco de suspense sobre o que está
dizendo. Atenção: sem sabedoria ela pode danificar a pregação, tornando-a chata e
indigesta. Passagem interessante é aquela descrita em João 8. Ao ser inquirido sobre o
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que deveria fazer com a mulher pega em adultério, antes de responder, criou um
suspense, atiçou a curiosidade de todos, simplesmente riscando o chão. Quando todos
entraram em si e esperavam ansiosos a resposta, já com pedras para atirar na pecadora.
Ele simplesmente, diz: “Quem não tem pecado atire a primeira pedra”. Aqueles homens,
ao invés de lapidarem uma pecadora, levaram consigo uma lapidar lição de verdade e de
amor.
2.8) PIADAS: para cada tema você pode encontrar ou criar uma anedota apropriada. A
anedota é apropriada quando ajuda a entender o tema ou quando o reforça.
2.9) SINAIS E PRODÍGIOS: consiste em ser o pregador livre para a ação do Espírito Santo
enquanto prega. Durante a pregação, o Espírito Santo, com liberdade, move-se no meio
da assembléia realizando curas, milagres e libertações. Ao pregador cabe proclama-las
quando lhe forem reveladas.
2.11) NARRAÇÃO: é o contar histórias. Histórias que se constituem de fatos reais, tanto da
História da Salvação, biblicamente revelada, quanto da história da salvação de cada um
de nós.
2.12) VISUALIZAÇÃO : O que as pessoas vêem são de grande fonte para ajudar na
memorização. Assim, esta técnica consiste em desenhar os detalhes mais significativos
de um acontecimento e, visualizando o desenho, observar algo mais que apenas na
leitura não foi possível captar . É preciso imaginar a passagem que se está estudando,
pensar em cada detalhe, observar a reação dos personagens, perceber as cores, o
movimento e até captar os odores, para então iniciar o desenho. 40
Exemplo:
At 28, 1-6: mostrar no “data-show” ou retroprojetor o desenho abaixo:
Meditação:
Vemos que Paulo para acabar com o frio que fazia, busca feixe de gravetos para aquecer
a comunidade (que é a fogueira). Paulo é o líder, e quando o líder percebe que a comunidade está
esfriando, ele deve buscar ajuda para aquece-la novamente. A víbora – satanás – visa o líder, ela
mordeu Paulo. E o que ele faz? Ele vai até a comunidade (a fogueira) sacudir a víbora. Quando
40
Apostila do Curso de Comunicadores da Mensagem Cristã, Ob. Cit., p. 68.
57
somos picados por satanás, temos que ir à comunidade, sacudir no fogo do Espírito todo o
veneno, para que não venhamos a morrer.
OBS.: nesta técnica é importante reportar ao desenho, apontar, etc...
2.13) OUTRAS: as “outras” técnicas ficarão para você descobrir, irmão e irmã pregadores.
Elas estão em algum lugar em seu coração, em algum cantinho de sua mente, em algum
depósito de sua criatividade. Uma dica: o Espírito Santo sabe onde elas estão. Pergunte-
lhe. Ele é especialista neste tipo de ajuda aos pregadores.
DINÂMICA
Cada grupo escolherá um episódio da História Sagrada e preparará uma dramatização que
envolva todos os membros do grupo. Podem-se utilizar todos os recursos possíveis para a
montagem e apresentação.
1.1) OBJETIVO
Dotar os pregadores de conhecimentos fundamentais sobre os cuidados que se deve ter
com o aparelho fonador. Capacitar os pregadores a utilizarem a voz adequadamente, nos quesitos
de impostação, entonação, ênfase, ritmo, articulação e cadência.
1.2) INTRODUÇÃO
“Fala para que eu te veja” (Sócrates)
Uma das principais características observadas na história da humanidade é a
comunicação, a qual é fundamental para as relações humanas, tendo grande importância para a
satisfação das necessidades básicas, assim como para a aquisição de novos conhecimentos e,
para a expressão e compreensão da linguagem nos diversos contextos sociais, sejam eles:
familiar, de lazer ou de trabalho (Mac-KAY, 2004). Infante (1999, p.13), afirma que pela
comunicação, o homem aprende a ser membro da sociedade, sendo-lhe transmitido os valores e a
própria cultura. O mesmo exalta a comunicação referindo que esta se “confunde com a própria
vida”.
Andrade (1996, p. 43), reforça esta idéia de que a comunicação é característica humana,
afirmando que ela tem um papel “fundamental para a saúde e felicidade”, nas mais diversas
idades: crianças, jovens, adultos e idosos.
Diversos autores referem que a comunicação pode ocorrer de modo verbal e não-verbal,
assumindo assim vária formas, transmitindo informações por meio da expressão emocional, das
vocalizações e ações motoras. A comunicação não-verbal ocorre através da postura, gestos,
expressões, olhares, hesitações, entre outros, sendo que estes fatores, muitas vezes, transmitem a
intenção desejada ou complementam a fala. Um dos elementos mais importantes na comunicação
humana é a voz.
A voz, muito mais do que resultado da ação de vários mecanismos de nosso organismo,
pode ser considerada como expressão de nossos sentimentos, veículo de representação de nossas
intenções emocionais e comunicativas, contribuindo significativamente para a persuasão e
sedução de um discurso, diálogo e/ou conversação.
Hersan (1989) refere que o homem se caracteriza pela sua voz, de forma exclusiva e
única, podendo esta ser comparada às impressões digitais e à fisionomia. Além disso, o autor
menciona o fato de que pela voz é possível conhecer a emoção do indivíduo, assim como os
sentidos do mesmo.
58
No decorrer da história da humanidade, grandes homens, como Sócrates, Josué, João
Batista e o próprio Jesus, utilizaram a voz como requisito fundamental para a transmissão de
seus conhecimentos, idéias e para o anúncio da Palavra. Atualmente, muitos são aqueles que
utilizam a voz como instrumento de trabalho e de evangelização, entre eles, encontram-se
professores, formadores, cantores, padres e pregadores.
Com base no que já foi exposto, vejamos a seguir fatores importantes para uma
comunicação mais efetiva, a qual pode influenciar na eficácia da pregação da Palavra:
I. Elementos da Comunicação
• Postura corporal;
• Voz;
• Articulação da Fala;
• Ritmo;
• Audição;
• Linguagem corporal;
• Expressão facial.
Voz é identidade pessoal. Cada pessoa tem um timbre. Timbre: personalidade de cada
voz. A qualidade do timbre é obtida pelo aspecto muscular, controle de uso do ar, manutenção do
lugar de ressonância. A voz é um atributo altamente pessoal, mas ela pode ser trabalhada,
modificada e melhorada.
II. Respiração
A respiração com técnica de apoio protege o mecanismo laríngeo, sobretudo a voz em
alta freqüência (aguda) e grande volume. É importante saber usar para não sobrecarregar a
laringe – voz com esforço dificulta boa emissão e pode causar problemas vocais.
III. Ressonância
Aumento das vibrações aéreas, o som fica amplificado devido a existência de cavidades
por onde o ar passa. O “moldar” do som que vem das pregas vocais dá condições de modelar o
timbre. O equilíbrio no uso das cavidades de ressonância proporciona uma voz agradável.
A capacidade de gerar um som “rico” depende de: prega vocal saudável que produza
grande quantidade de harmônicos e caixa de ressonância configurada de forma a valorizar mais e
melhor os harmônicos da voz.
VI. Articulação
Os articuladores correspondem aos dentes, lábios, línguas, mandíbula, “céu da boca”. A
boa dicção inclui pronúncia correta, movimentos musculares livres e depende da ação correta do
sistema articulatório.
A eficiência da musculatura articulatória é fundamental para a precisão na emissão dos
sons e para a inteligibilidade da fala.
É importante que tenhamos uma articulação precisa de todos os fonemas do português
para que a fala ocorra com clareza. Não omita os “erres” e “esses” finais das palavras. Articula
claramente as sílabas finais.
Bastante prejudicial também para a inteligibilidade da fala é quando se tem uma
movimentação insuficiente dos lábios, com a articulação travada, com pouca abertura de boca,
dando a impressão de se falar para dentro.
O tempo envolvido na articulação é um recurso que contribui para valorizar o que se está
falando.
Desaquecimento vocal:
É tão importante quanto o aquecimento.
/m/ mastigado
/b/ prolongado
Bocejar
Ficar no mínimo 5 minutos em repouso vocal após a utilização leve ou intensa
da voz (ficar em silêncio)
I- COMO GESTICULAR?
O gesto tem que ser naturalmente.
Dale Carnegie dizia: A gesticulação de um homem bem como sua escova de dentes, devem ser
coisas muito especiais.
Nós temos que aumentar nossa coleção de gestos.
O orador é um ator?
Ele tem que fazer os gestos, mas sem extrapolar sua personalidade como os atores. Ele tem que
encenar continuando na sua personalidade.
2- GESTO DE REJEIÇÃO:
A mão ou as mãos sobem lentamente até a altura do peito e avança um pouco para a frente,
palmas para baixo.
O objetivo de aversão pode estar imaginariamente à nossa frente, à direita ou esquerda, acima ou
abaixo.
5- GESTO DE APONTAR:
Apontar com o indicador de modo esticado e imperativo.
7- GESTOS DE CONTENÇÃO:
Mão aberta, braço estendido à altura do peito, palma virada para frente.
8- GESTO DE DESAGRADO:
Devemos volver a cabeça em direção oposta ao suposto objeto, de desagrado, os olhos se fecham
como se não quisessem ver, mãos elevadas até a altura do peito e empurra imaginariamente a
coisa que provoca aversão.
9- GESTO DE SURPRESA:
Os olhos devem arregalar-se de repente e a boca abrir-se em espanto.
A B
C D
E F
G H
*
3. OFICINA ROTEIRIZAÇÃO
Pregações escritas
Vantagens
• Possibilita ao evangelizador ter sempre à mão o que pregar ou ensinar
• Libera o evangelizador da preocupação de saber o que dizer
Desvantagens
• Possibilita pregações e ensinos “engessados”
• Dificulta o acolhimento de novas inspirações, moções, profecias, etc.
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
3) Escolha três idéias chaves (Itens) para montar o desenvolvimento da pregação.
a) _______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
b) _______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
c) _______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
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4) Para cada idéia chave (Item), anote dois sub-itens (pode conter citações bíblicas,
testemunhos, anedotas, etc.)
a.1) _________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
a.2) _________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
a.3) _________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
b.1) _________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
b.2) _________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
b.3) _________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
c.1) _________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
c.2) _________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
c.3) _________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
5) Desenvolva uma motivação criativa para a pregação.
Conteúdo: Demonstração da importância da pregação, apresentação de pelo menos um ganho
prático aos ouvintes. Pode ser apresentada uma história, uma parábola, um texto bíblico, etc..
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
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_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
7) Agora vamos preparar o roteiro para a pregação:
• Na pregação o pregador não se apresenta. Ele deve ser apresentado pelo coordenador do
evento.
• A introdução da pregação é composta de uma parte única (uma só parte).
• A um só tempo o pregador apresenta a pregação e motiva a assembléia, ou vice-versa.
I. INTRODUÇÃO
Tema: ________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
68
II. DESENVOLVIMENTO
(Anote aqui os itens e sub-itens)
a) (ITEM)
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
a.1) (Sub-item)
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
a.2) (Sub-item)
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
a.3) (Sub-item)
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
b) (ITEM)
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
b.1) (Sub-item)
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
b.2) (Sub-item)
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
b.3) (Sub-item)
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
69
c) (ITEM)
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
c.1) (Sub-item)
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
c.2) (Sub-item)
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
c.3) (Sub-item)
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
III. PERORAÇÃO
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
Oração Final
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
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4. OFICINA VERBALIZAÇÃO