DICAS IMPORTANTES NA PREVENÇÃO DE

CÂNCER DE PELE
Texto: versão 2003
A melhor prevenção é o cuidado com a
exposição solar, principalmente em pessoas
com muitas “pintas”, manchas senis e lesões
Dr. Mario Grinblat, chefe do setor de
Dermatologia do Hospital Israelita Albert Einstein
Prevenção do
queratósicas (manchas de coloração castanha
que aparecem, geralmente, em áreas expostas
ao sol, especialmente em pessoas de pele clara).
CÂNCER DE PELE
Utilizar filtro solar de acordo com seu tipo de
pele:
• pele muito clara (tipo I e II) – pessoas ruivas
e loiras: filtro solar de alto poder de proteção
(FPS maior ou igual a 30), pois esses indivíduos
sempre se queimam e nunca se bronzeiam
quando expostos ao sol.
• pele morena clara (tipo III e IV): permitido
filtro solar com índice de proteção menor (FPS
15).
• os mulatos, pardos e negros (pele tipo V e VI) Para mais informações ligue:
Fone Saúde: 3747-1200
não terão necessidade de utilizar protetor solar, 2ª a 6ª feira: das 7 às 19h e aos sábados: das 10 às 16h
pois têm grande quantidade de melanina, que
é a proteção natural da pele contra os efeitos
nocivos dos raios ultravioleta.

Pessoas com muitas “pintas” devem,

periodicamente, ser examinadas por
dermatologista e submetidas, se necessário,
à dermatoscopia (também chamada de
videodermatoscopia), exame especializado para
acompanhamento de lesões pigmentadas,
principalmente daqueles que tiverem histórico
familiar de melanoma.
Vale lembrar ainda:
• todas as pessoas, em todas as idades e
independentemente do tipo de pele, devem
evitar exposição aos raios solares das 10 às 16
horas;
• ingerir líquidos sempre que se expuser ao sol.
Pele hidratada é pele saudável!
METADESIGN

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O câncer de pele é um dos mais freqüentes tumores
existentes. Para se ter uma idéia, mais da metade de todos
os tumores malignos dos Estados Unidos são de pele.
Em 2001, foram diagnosticados um milhão de carcinomas
(basocelulares e espinocelulares) e cinqüenta mil
melanomas. Os carcinomas basocelulares são os mais
benignos dos tumores de pele, pois não costumam provocar
metástases. Os espinocelulares têm maior malignidade,
podendo causar metástase.
Mortes por melanomas vêm aumentando de modo
alarmante, embora os casos de morte por tumores não
melanômicos sejam de grande preocupação, igualando-
se às mortes por câncer de útero e por doença de Hodgkin.
O câncer de pele também causa impactos significativos,
sendo associado a uma considerável morbidade e problemas
cosméticos. Por esse motivo, é muito importante
entendermos a origem e o mecanismo pelo qual se
desenvolve os tumores de pele e aprimorarmos as
terapêuticas não deformantes, reduzindo a morbidade e
a mortalidade.
O fator mais importante na origem de tumores de pele é
a exposição ao sol (radiação ultravioleta). O poder
carcinogênico da radiação ultravioleta é atribuído a sua
capacidade de alterar o DNA e causar mutações de sua
atividade imunossupressora.
A associação da radiação ultravioleta (RUV) com o câncer
de pele tem suporte clínico, epidemiológico e experimental.
Também são implicados no desenvolvimento do câncer
cutâneo produtos químicos como resultado de exposições
ambientais, ocupacionais e médicas (cigarro, fuligem,
piche, óleos, arsênico, secantes de roupas, ”fiberglass”,
psoralênicos, mostarda nitrogenada, imunossupressores,
radiações ionizantes). Na verdade, esses fatores não têm
a mesma importância da exposição ao sol na origem dos
cânceres de pele, mas têm que ser citados.
LESÕES PRÉ-CANCEROSAS EPITELIAIS
Uma lesão pré-maligna é aquela que tem grande capacidade
de transformar-se em maligna. Vamos abordar aquelas mais
importantes, pois podem tornar-se carcinomas invasivos,
especificamente em carcinomas espinocelulares.
QUERATOSE ACTÍNICA
São lesões que aparecem geralmente em pessoas de pele
clara, em áreas expostas ao sol, normalmente após os 40
anos de idade. É a terceira queixa, em freqüência, nos
consultórios médicos dermatológicos.
• Em pessoas de pele clara, entre 20 e 29 anos, menos de
10% tem a afecção e, entre 60 e 69 anos, 80% são portadores
destas lesões.
• Os homens são mais afetados que as mulheres. Muito
comum em pessoas ruivas de olhos azuis. Pessoas com
alteração genética (como albinismo e xeroderma pigmentoso,
doença dermatológica hereditária grave) têm maior risco em
desenvolver queratose actínica.
Fator negativo são os bronzeamentos artificiais.
PREVENÇÃO
Limitar a exposição ao sol, desde a infância até a adolescência,
especialmente o sol do meio-dia.
Uso de roupas apropriadas, bonés e filtros solares de alto
fator de proteção. Segundo algumas referências, dietas pobres
em gorduras podem diminuir a incidência.
Uso de retinóides orais (medicamentos derivados de vitamina
A) e ácido cis-retinóico também são efetivos, especialmente
em pacientes de alto risco, como transplantados e com
xeroderma pigmentoso.
SINAIS E SINTOMAS
Presença de lesões maculopapulares ásperas (manchas
elevadas e sólidas), recobertas por escamas secas, duras,
de coloração avermelhada, amarelada ou castanho-escura,
de tamanhos variados e que podem confluir formando placas.
São localizadas em áreas expostas, como face, pescoço,
dorso das mãos e couro cabeludo em pessoas calvas.
DOENÇAS DE BOWEN
É um carcinoma espinocelular (derivado da camada espinhosa
da epiderme) e tem potencial de malignização importante.
Comum em ambos os sexos, acima de 60 anos.
Acomete qualquer parte da pele, principalmente em tronco
e membros inferiores.
É rara, pois atinge 140 em 100 mil pessoas.
Lesão avermelhada, geralmente única.
LEUCOPLASIA
É a alteração comum importante de queratinização (passagem
da célula da camada basal até a camada de queratina) da
mucosa oral. São manchas infiltradas e esbranquiçadas na
mucosa da boca e da língua. O fumo é o principal fator
contribuinte, porém a irritação mecânica (por próteses
dentárias, por exemplo) pode ser também responsável por
esta lesão.
ERITROPLASIA
É um carcinoma espinocelular intra-epitelial na mucosa
e corresponde à doença de Bowen na pele. Acomete
glande ou prepúcio (em mucosa genital feminina e
masculina) e mucosa oral.
MELANOMA
O melanoma é o mais maligno dos tumores cutâneos.
Ocorre geralmente entre 30 e 60 anos e é mais freqüente
no sexo feminino e em raça branca. Origina-se do nevo
melanocítico de junção ou composto, localizado na
junção da derme com a epiderme.
São de grande importância na sua formação:
• Fator genético: tem sido descrito caso familiar em 5%
das ocorrências.
• Fator físico: radiação ultravioleta.
• Fator biológico: a ocorrência rara do melanoma pré-
púbere (antes da puberdade) induziu-se a pensar na
influência hormonal, fato que, no entanto, nunca pode
ser constatado.
SINAIS E SINTOMAS
De acordo com suas características clínicas e aspecto,
as lesões são classificadas em quatro tipos:
1 – ”Lentigo maligno melanoma”: mancha acastanhada
(mais comum em mulheres), que pode transformar-se em
melanoma maligno.
2 – Melanoma extensivo superficial: lesão elevada
arciforme (em forma de arco), de margens denteadas, de
coloração que varia de acastanhada a negra e, às vezes,
com áreas azuladas, esbranquiçadas e acinzentadas.
3 – ”Melanoma nodular”: lesão nódulo-tumoral, negra
azulada.
4 – ”Melanoma lentiginoso acral”: ocorre nas palmas
das mãos, solas dos pés, falanges terminais (sob as unhas
ou em volta das cutículas).
Os melanomas podem surgir em qualquer área da pele.
Aumento do tamanho, mudança na pigmentação
(coloração), ulceração, sangramento, formação de crostas
e aparecimento de ‘lesões satélites’ em nevo pigmentar
são indicativos de seu desenvolvimento.
Os melanomas têm alto potencial de metastatização
(capacidade que as células malignas têm em sair do
tumor original e alojar-se noutro local), dando origem
a um novo tumor, sendo que os linfonodos (gânglios nas
proximidades das lesões iniciais) são precocemente
atingidos, podendo existir disseminação por meio do
sangue, afetando fígado, pulmões e cérebro.