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Sobre a disciplina

Unidade IV - Tipos de Intervenções


Ergonomia • Métodos e técnicas
• Análise ergonômica da demanda
• Análise ergonômica do trabalho
UNIFRA • Análise ergonômica da tarefa, atividades e posto de
trabalho
Engenharia de • Laudo ergonômico*
Segurança do Trabalho
*Texto que contém um parecer técnico, uma opinião especializada,
sobre determinado assunto: laudo médico. Documento em que se
2018 encontra esse parecer técnico, essa opinião especializada.

Métodos e técnicas

Pesquisa descritiva

Métodos e Técnicas em Ergonomia A pesquisa descritiva visa descobrir, observar,


descrever, classificar e interpretar a realidade
sem nela interferir
Principais subdivisões:
• Observação
• Inquirição

Métodos e técnicas Métodos e técnicas

Observação Observação assistemática


• Meio para se obter informação sobre algum • Não há planejamento quanto aos fenômenos
aspecto da realidade que serão observados e recursos implicados
• Apresenta-se como observação sistemática e para seu registro
assistemática
• Geralmente ocorre de modo casual e direto
(isto é, os sentidos são aplicados diretamente
Inquirição sobre o objeto observado)
• Busca metódica de informações e a
quantificação dos resultados sempre que
possível
• Compreende entrevista, verbalização,
questionário e escala de avaliação

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Métodos e técnicas Métodos e técnicas

Observação sistemática Observação sistemática


• Também denominada de planejada, Subdivide-se em:
estruturada ou controlada • observação sistemática direta (aplicação dos
• Há planejamento prévio quanto aos sentidos)
fenômenos que serão observados, recursos • observação sistemática indireta (uso de
necessários e forma pela qual as informações instrumentos ou inferência para obter a
serão registradas informação)
• registro do comportamento (posturas, exploração
visual/tomada de informação, manipulação
acional, deslocamentos, comunicações verbais e
não verbais, etc)

Métodos e técnicas Métodos e técnicas

Inquirição Inquirição
Entrevista Tipos de entrevista
• Interação entre investigador e investigado – aberta (conversação iniciada a partir de uma
(ou grupo de indivíduos); diálogo pergunta ou tema)
assimétrico – semi-estruturada (apresenta perguntas
formuladas previamente, mas é flexível para
inserção de outras questões para melhor
entendimento ou aprofundamento da
problemática em questão)
– estruturada (orientada aos objetivos e
objetos da pesquisa)

Métodos e técnicas Métodos e técnicas

Inquirição Pesquisa Experimental


Verbalização
• Consiste no relato das atividades da tarefa A pesquisa experimental interfere ou
pelo operador, imprescindível na análise manipula algum aspecto da realidade a fim
ergonômica da tarefa de verificar, sob controle rigoroso, relações
entre variáveis (de que modo ou por que o
fenômeno foi gerado?)

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Tipos de Intervenção em
Ergonomia

• Análise ergonômica da demanda


Tipos de Intervenção em • Análise ergonômica do trabalho
Ergonomia • Análise ergonômica da tarefa, atividades e
posto de trabalho
• Laudo ergonômico

Análise Ergonômica da Análise Ergonômica do


Demanda (MTE, 2002) Trabalho (MTE, 2002)

A Análise Ergonômica do Trabalho A AET é um processo construtivo e


(AET) tem origem em uma Demanda participativo para a resolução de um
que pode ter diferentes origens: problema complexo que exige o
• índice de doenças ou acidentes conhecimento das tarefas, da atividade
• reclamações de sindicato desenvolvida para realizá-las e das
• notificação de auditores-fiscais do trabalho dificuldades enfrentadas para se atingirem o
• ações civis públicas desempenho e a produtividade exigidos
• questões internas da empresa
O objetivo principal da realização desta
análise é a modificação das situações de
trabalho

Análise Ergonômica do Análise Ergonômica do


Trabalho (MTE, 2002) Trabalho (MTE, 2002)

As etapas da Análise Ergonômica do (continuação):


Trabalho propostas no Manual de 7 Observação sistemática da atividade, bem como dos
Aplicação da NR 17 (MTE, 2002, p. 17) meios disponíveis para realizar a tarefa
são: 8 Diagnóstico ou diagnósticos
9 Validação do diagnóstico
1 Análise da demanda e do contexto 10 Projeto de modificações/alterações
2 Análise global da empresa 11 Cronograma de implementação das
3 Análise da população de trabalhadores modificações/alterações
4 Definição das situações de trabalho a serem estudadas 12 Acompanhamento das modificações/alterações
5 Descrição das tarefas prescritas, das tarefas reais e das
atividades desenvolvidas para executá-las
6 Estabelecimento de um pré-diagnóstico

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Análise Ergonômica da tarefa,
Sobre a disciplina
atividades e posto de trabalho
arquivo AET - Mont’Alvão e Morais Unidade V – Processo de ergonomia nas empresas
• Processo ergonômico
• Programa ergonômico
• Comitê de ergonomia

Unidade VI – Cases de sucesso

Contextualização: legislação e
Ergonomia na empresa

- Norma Regulamentadora de Ergonomia


(NR 17) e seu Manual de Aplicação
Processos de Ergonomia nas
(MTE)
Empresas
- Normas Brasileiras (NBRs)
- International Organization for
Standardization (ISOs)

Contextualização: objetivos da
Contextualização: gestão
Ergonomia na empresa

Qual a diferença?
• Atendimento à Norma Regulamentadora de
Ergonomia (NR 17)
• Prevenção/redução dos índices de LER/DORT • Programa ergonômico
e acidentes típicos do trabalho • Processo ergonômico
• Promoção da qualidade de vida no trabalho • Comitê de ergonomia
• Melhoria dos índices de produtividade e de
qualidade dos produtos e serviços
• Implantação de um processo contínuo/cultura
de melhorias em ergonomia

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Programa ergonômico

“Os programas de ação ergonômica se


constituem na peça chave para a
Programa Ergonômico implementação da cultura de ergonomia
na empresa” (Vidal, 2002, p. 185)

Programa ergonômico Programa ergonômico

“A existência de um programa ação “Seja no diagnóstico, na intervenção, no


ergonômica não significa uma ou outra projeto de postos, no nível
forma de se trabalhar com ergonomia na macroergonômico ou no antropotecnológico,
empresa, e sim a criação de condições a ideia mestra do programa é dar suporte
concretas para tanto, através de um em todos estes níveis e direções da prática
ambiente e de um contexto para que a ergonômica da empresa formando um
equipe de ergonomia possa trabalhar de núcleo de competência” (Vidal, 2002, p.
forma metódica dentro das práticas” (Vidal, 186)
2002, p. 186)

Programa ergonômico Programa ergonômico

Segundo Vidal (2002, p. 190), um Reativos (Vidal, 2002, p. 186)


Programa de Ergonomia na Empresa Resposta a problemas já existentes na
(PROERGO) é: empresa; dependendo da problemática
poderá ter uma ação coorporativa ou uma
- “(...) uma gestão integrada do trabalho, ação pontual
ambiente interno e saúde, que combina e Ex.: problema em uma máquina ou leiaute
estrutura as ações integrantes das diversas
intervenções que compõe o programa”
- sua implantação pode ser vista do ponto
reativo ou proativo

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Programa ergonômico Programa ergonômico

Proativos (Vidal, 2002, p. 186) “Os programas de ergonomia tem como


Antecipa os problemas e garante a objetivo básico viabilizar a prática de
efetividade a longo prazo ergonomia na empresa de forma perene,
Ex.: incorporar ferramentas (DFA, DFE, progressiva e articulada, em contraposição
FMEA, etc) na concepção do produto ao trabalho eventual, pontual e localizado.
Portanto, tem como características mais
gerais seu alcance, seus critérios de
efetividade e sua estrutura” (Vidal, 2002,
p. 187)

Programa ergonômico Programa ergonômico

Características dos programas de Características dos programas de


ergonomia (Vidal, 2002) ergonomia (Vidal, 2002)
Alcance - escopo e extensão
Exemplos: (i) enfocar somente um Efetividade - alcance dos resultados
programa de saúde ocupacional de Exemplos: (i) redução de custos humanos
modestas proporções e resultados do trabalho e da produção; (ii) adequação à
(campanhas); (ii) integrar o delineamento legislação.
produtivo de produtos e processos e até
mesmo incorporar decisões estratégicas de
modernização.

Programa ergonômico Programa ergonômico

Características dos programas de Características dos programas de


ergonomia (Vidal, 2002) ergonomia (Vidal, 2002)
Estrutura - o programa de ergonomia Estrutura - o programa de ergonomia
deverá articular deverá articular
- condução pela direção e participação dos
trabalhadores - treinamento constante
- identificação, análise prevenção e controle - avaliação contínua da efetividade das
de riscos ergonômicos ações
- informação e comunicação permanente
-

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Processo ergonômico

MTE

Processo de Ergonômico A AET é um processo construtivo e


participativo para a resolução de um
problema complexo que exige o
conhecimento das tarefas, da atividade
desenvolvida para realizá-las e das
dificuldades enfrentadas para se atingirem
o desempenho e a produtividade
exigidos

Processo ergonômico Processo ergonômico

MTE MTE

O objetivo principal da realização desta “É necessária a participação dos


análise é a modificação das situações de trabalhadores no processo de elaboração
trabalho da Análise Ergonômica do Trabalho e na
definição e implantação da efetiva
adaptação das condições de trabalho às
características psicofisiológicas dos
trabalhadores” (MTE, 2002, p. 5).

Quem faz a Ergonomia na


Fatores a considerar
empresa
• Cultura de ergonomia
• Capacitação em ergonomia
• Comitê de Ergonomia (COERGO)
• Enfoque interdisciplinar
• Participação dos trabalhadores de diferentes
áreas e níveis hierárquicos

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Quem faz a ergonomia na
empresa
Trabalhadores de diferentes áreas de
conhecimento e níveis hierárquicos da
organização que possuem interface ou estão COERGO
diretamente envolvidos com produtos, Comitê de Ergonomia
processos, saúde, segurança do trabalho e
recursos humanos

COERGO: definição COERGO: objetivos e ações

Grupo de trabalhadores capacitado e Os objetivos e ações do COERGO podem variar


organizado para disseminar e implantar a dentro do contexto de cada empresa, porém,
ergonomia, de forma integrada e progressiva, devem, basicamente
na empresa - Disseminar o conceito e a prática da Ergonomia
na empresa
- Desenvolver ações que já vem sendo realizadas
por algum setor da empresa com interface à
ergonomia
- Desenvolver, monitorar e acompanhar as metas
ergonômicas

COERGO: objetivos e ações COERGO: objetivos e ações

Os objetivos e ações do COERGO podem variar - Avaliar condições de trabalho e propor


dentro do contexto de cada empresa, porém, adequações (melhorias)
devem, basicamente - Implantar melhorias
- Manter um sistema único de registro das - Restituir e validar melhorias
informações ergonômicas - Registrar melhorias
- Qualificar a equipe para construção, implantação e
manutenção do COERGO e do Processo de
Ergonomia
- Multiplicar conhecimentos para envolver um maior
número de pessoas

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COERGO – Exemplo de COERGO – Exemplo de
Documentação Documentação
Validação pelos trabalhadores

Data:___/___/___
Turno: _________
( ) Aprovado
( ) Reprovado
Observações: __________________________
_____________________________________

COERGO: dinâmica COERGO: falência

A dinâmica do COERGO varia dentro do Fatores que podem levar à “falência do


contexto de cada empresa, porém, deve COERGO”:
estar atenta para:
- Enfocar a cultura organizacional da empresa - Afastamento da média e/ou alta gerência do
(processos de mudança) grupo (poder de decisão)
- Estruturar COERGO em consonância com a - Ausência de liderança e/ou responsável pelas
gestão/estrutura da organização maior (empresa)
- Definir responsável pelo COERGO na empresa ações do grupo
(ou líder natural com o decorrer do tempo) - Ausência de funcionários com conhecimentos
- Estabelecer metas e objetivos considerando técnicos (nível médio e 3º grau)
horizontes de médio, curto e longo prazo
- Elaborar plano de ação para cada item - Composição majoritária de funcionários novatos,
- Delegar funções e responsabilidades dos com pouco conhecimento do trabalho para a
integrantes do COERGO em relação a cada item proposição de melhorias
- Etc

COERGO: falência COERGO: fatores a considerar

Fatores que podem levar à “falência do • Seu objetivo


COERGO”: • Composição do grupo
- Utilização do COERGO para promoção pessoal
• Liderança e/ou supervisão
- Perder o “foco” (geralmente em empresas muito • Responsabilidades
grandes)
• Reuniões sistemáticas
- DINHEIRO (expectativa x satisfação ou frustração
x ausência de indicadores)
• Registro e documentação

- ALOCAÇÃO DE TEMPO (prever horas x


sobrecarga)

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Referências Referências

ABERGO. Associação Brasileira de Ergonomia. Disponível em GUÉRIN, F.; LAVILLE, A; DANIELLOU, F.; DURAFFOURG, J;
http://www.abergo.org.br/internas.php?pg=o_que_e_ergono KERGUELEN, A.(2001). Trabalho, Tarefa, atividade. In:
mia Compreender o trabalho para transformá-lo – prática da
ergonomia. São Paulo: Edgar Blücher. Cap. 2, p. 7 – 40.
BROWN Jr (1995). Ogden, The development and domain of
participatory Ergonomics. In: IEA WORLD CONFERENCE, MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO - MTE (2002). Manual
LATIN AMERICAN CONGRESS, 3, BRAZILIAN ERGONOMICS de Aplicação da Norma Regulamentadora Nº 17. 2º Edição.
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FISCHER, D.; GUIMARÃES, L.B. de M. (2001). Efeitos positivos MORAES, Anamaria de, e MONT´ALVÃO, C (1998) . Ergonomia:
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2001.
NAGAMACHI, M. (1996). Relationship between Job Design,
FISCHER, D.; PASTRE, T. M; KMITA, S. (2001). Dinâmica de Macroergonomics and Productivity. Human Factors and
comitês de ergonomia em diferentes organizações. ABERGO Ergonomics in Manufacturing. New York: John Willey. v. 6, n.
2001. 4, p. 309-322, summer 1996.
VIDAL, M. C. R. (2002). Ergonomia na empresa: útil, prática e
aplicada. 2ª edição. Rio de Janeiro: EVC.

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