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Evolução de UTI PDF
Evolução de UTI PDF
Evolução de UTI
GERAL: Começa com o Nome, Idade e Sexo do paciente,os dias de internação no Hospital e os
dias de internação na UTI, os seus principais diagnósticos e/ou hipóteses . Além
disso,COLOCAR DATA E HORÁRIO DA HISTÓRIA sempre!Exemplo:
12/03/2008 19:00
Fulano de Tal, 63 anos, masculino. 14° de Internação Hospitalar e 4° dia na UTI por:
- Choque Séptico
Sondas e Cateteres: Portador de Sonda Vesical de Demora há 8 dias, Cateter Venoso Central (há
3 dias) em Subclávia Direita Monolúmen, sem sinais de hiperemia ou aumento de temperatura, Sonda
Nasogástrica para dieta enteral.
Estado Geral: EGR, anictérico, normocorado,acianótico, afebril nas últimas 24hs,com perda de
630g de ontem p/ hoje.
NEURO/SEDAÇÃO: Veja que no exame físico da UTI há uma mescla de parâmetros do desse e
de aspectos farmacológicos e laboratoriais. Nessa parte do exame é importaníssimo saber se
há o uso de drogas sedo-analgésicas ( benzodiazepínicos, propofol, opióides, etc) qual a sua
taxa de infusão e termos noção de há quanto tempo. O primeiro motivo disso é saber qual
escala de avaliação do nível de consciência iremos utilizar. Em pacientes sem sedo-analgesia a
utilizada é a Escala de Coma de Glasgow ( O; 4 V:5 M: 6) que varia de 3 a 15. (ver Anexos) e em
pacientes sob efeito de sedo-analgesia utilizaremos a Escala de Ramsay ( 1 a 6),Escala de
Sedação e Agitação de Richmond (ver Anexos, ao final do texto) .Além disso, é importantes
sabermos da presença de Sedo-analgésicos para termos um noção do quão o estado do
paciente se deve há uma patologia primária ( um AVC, por exemplo) ou apenas do efeito
farmacológico das drogas.Idealmente, todo paciente deveria ter suas drogas desmamadas
diariamente para uma melhor avaliação do sue Estado Geral.Reflexos superficiais e Profundos,
Posição de Flexão ou Extensão?, Pupilas ( simetria, fotoreagentes?), Letargia, sonolência,
insônia
Ramsay 3. Pupilas mióticas, com 3 mm de diâmetro, isocóricas e fotoreagentes. Sem déficits focais.
Cardio/Vascular: RCR, 2T, BNF,s/s. Em uso de noradrenalina 20 ml/h por cateter central.
PAinvasiva ( 2° dia) em artéria radial esquerda 103x56 mmHg ( PAM= 72 mmHg). Enzimas cardíacas
negativas.
HCO3= 13 mEq:L Lactato = 2,3mEq/L. Feita TCAR de Toráx janela pra pulmão hoje ás 9:00hs que mostrou
infiltrado alveolar em lobo inferior direito, aguardo laudo definitivo.
Gaso Arterial as 5:00h: Ph= 7,32 , PaO2= 110 mmHg PaCO2 = 33 mmHg (FiO2= 45%) HCO3=
13mEq/L BE= - 4
CHECAR EXAMES: Anotar os resultados dos últimos exames do dia e os laudos. É comum em
Hospitais Escola que Profissionais assistentes ou acadêmicos de medicina se interessem por
resultados de exames complementares que mostrem achados interessantes ou raros. Por isso,
não é raro que, com o passar do tempo,alguns ‘ECGs’ interessantes ou ‘Raios-X’ raros sejam
retirados do prontuário do paciente para fins acadêmicos. Lembre-se que o prontuário é do
paciente, e não seu. Retirar exames do prontuário além de má prática médica é crime. Não
esqueça que a comparação de resultados de exames ao longo da internação é fundamental
para se ter noção da evolução clínico-laboratorial do paciente e,assim, termos noção
prognóstica do paciente. Portanto, para aqueles que gostam da ciência sugere-se o uso de
outros meios para registrar achados como, por exemplo, um máquina fotográfica.
-Sumário de Urina
-Gasometria Arterial ou Venosa ( pH, PaCO2, Pa02, Sat 02, HCO3, Base Excess)
-Broncoscopia
-Raio-X
-Ultra-som
-Ressonância Magnética
- Cintilografia
-Angiografia/Angioplastia
-Outros
SOLICITO:
- Escrever qualquer tipo de exame que vai ser solicitado.Lembrar que dependendo do serviço
há sempre exames de rotina que são pedidos numa freqüência de 24h,12h, 6h ou outros
horários a depender do serviço. É de fundamental importância, então, que você se familiarize
com os exames que são feitos de rotina no seu serviço e quais não são. Além disso, se possível,
colocar o motivo da solicitação dos exames.
ANOTAR A CONDUTA:
-Vai manter conduta?Vai pedir mais exames?Vai iniciar ou mudar algum dos itens da
prescrição( Hidratação, ATB, drogas vasoativas, sedação, transfusão, anticoagulação,
etc)?Transferir pra semi-intensiva ou enfermaria?Vai pedir parecer de alguma especialidade?
ASSINAR!!!!!!!!!
Ficha de Prescrição
Leito: 12
Itens de Prescrição:
3) Drogas que vão atuar mais ‘diretamente’ no tratamento. É interessante que se coloque
ao lado desses itens o dia de uso. Por exemplo:
a. Antibióticos
b. Drogas Vasoativas
c. Hemocomponentes ou Hemoderivados
d. Antiarritmicos
e. Trombolíticos
f. Anti-Coagulantes
g. Anti-Neoplásicos
h. Drogas Sedo-Analgésicas
Dentre outros
4) Sintomáticos:
a. Antitérmicos
b. Analgésicos
c. Anti-Inflamatórios
d. Anti-eméticos
e. Anti-diarréicos
Dentre Outros
5) Outros: Faz parte da prescrição médica e deve ser relatado, sempre, os procedimentos
a serem tomados em relação ao paciente, p.e, passar um CVC ou uma sonda urinária,
bem como quaisquer outra condição que façam parte da prescrição médica.
g. Monitorização Eletrocardiográfica
h. Oximetria de Pulso
j. Intubação Orotraqueal
k. Solicitação de Parecer
l. Solicitação de Transferência
m. Horário do óbito
Dentre Outros
FAST HUG
Uma regra para Lembrar da Sua prescrição BÁSICA em todo paciente em UTI é
a Mnemônica: FAST HUG. O autor que preconiza esse uso recomenda que seja dado
um Fast Hug (Abraço rápido, tradução livre) no paciente de UTI pelo menos 1 vez ao
dia. É importante frisar que toda a equipe que trabalha na unidade deve estar
familiarizada com estes sete tópicos ( principalmente a equipe de enfermagem) e
alertar o médico sobre eventuais ausências dos itens prescritos ou de trocas recentes
para que possa entender o porque das mudanças. Seria o FAST HUG uma espécie de
check-list do seu paciente. Há outras menmônicas também utilizadas para que não se
deixem passar em brancos itens fundamentais da prescrição como a SUSPEITA PARA O
BEM, apresentada no final desse texto.
F- Tipo de Alimentação: Por SNG, via oral, branda, hipossódica(...). Avalie qualquer
tipo de intolerância a dieta (diarréia?vômitos?), se há possibilidade sair da enteral para
oral,etc( Feeding)
A – Analgesia: Avaliar dor do paciente associada ou não a procedimentos, avaliar
analgesia profilática. Lembrar que prevenir a dor é melhor do que tratar a sua
existência.
S- Sedação: Se seu paciente está Sedado avaliar grau de Sedação. Avalie se há na sua
Unidade protocolos para retirada de sedação diária e reavaliação do paciente
Drakulovic MB, Torres A, Bauer TT,Nicolas JM, Nogue S, Ferrer M. Supine body position
as risk factor for nosocomial pneumonia in mechanically ventilated patients: randomised Trial.
Lancet 1999;27;354 (9193):1851-8.
Sedação: O paciente sedado não pode ter seu sensório ou mesmo o nível de sedação
avaliado pela Escala de Coma de Glasgow. Para esse procedimento deverão ser utilizadas
escalas feitas para essa função. A Escala de Ramsay, de 1974, foi consagrada pelo seu uso e
hoje é utlizada em mais de 70% das UTIs, apesar da ausência de validação científica (ver
Anexos).Ela varia de 1 a 6 e o objetivo é que se consigam valores entre 2 e 3. Valores menores
suscitam mais sedativo e maiores a reavaliação e,possivelmente, diminuição dos valores. Há
outras Escalas de Sedação disponíveis no meio médico e que, talvez, reflitam melhor o estado
do paciente sob influência de drogas sedativas ( ver Anexos, ao final do texto). Estudo recente
publicado no Critical Care Medicine – 2009 avaliou os pacientes quanto a utilização de
Sedação Superficial e Profunda e foi visto que, nos pacientes em sedação superficial, foram
menores as taxas de permanência na UTI e de dias de VM, e não afetaram o paciente quanto
as taxas de stress pós-traumático ou outras perturbações mentais. Já se sabe que a
administração contínua de sedativos é um preditor independente de maior duração da
ventilação mecânica, maior permanência na UTI e no Hospital e é recomendação do último
Consenso Brasileiro de VM que seja tentada a interrupção diária da mesma.Por isso, é
importante, também, que seja verificado o protocolo de sua unidade e discutido com o Médico
Coordenador ou Diarista a possibilidade de Desmame da Sedação diária para novas avaliações
do Status Menta e re-titulação da droga infundidade.l. Importante lembrar que os Protocolos
da Unidade de UTI devem ser, sempre que possível, implementados de acordo com as
peculiaridades do serviço e com uma participação multiprofissional.
''São contadas as mais fantásticas lendas biológicas. Por exemplo, que é perigoso ter
ácido no estômago.''
Para melhor avaliação das recomendações em questão sugere-se a leitura dos artigos
originais que estão disponibilizados abaixo:
Jean-Pierre Quenot, Nadiejda Thiery and Saber Barbar. When should stress ulcer
prophylaxis be used in the ICU. Current Opinion in Critical Care 2009,15:139–143
Uma vez decido pelo controle glicêmico há um grande dilema sobre qual deverá ser a
melhor forma de fazê-lo. Em 2001, Van den Berghe e cols, mostraram uma redução de
mortalidade em pacientes cirúrgicos de uma única instituição com o uso de controle glicêmico
para alvos de glicemia baixos (entre 80-110mg/dl mg/dl) comparados com pacientes
randomizados para níveis ais altos (180-200mg/dl). Esse trabalho revolucionou a comunidade
intensivista haja vista que até aquela época era freqüente se afirmar que a hiperglicemia era
uma resposta fisiológica e benigna ao stress ao qual o paciente estava sendo submetido
(trauma, sepse, cirurgia, etc..). Contudo, algumas críticas foram feitas ao trabalho em relação a
‘capacidade’ de generalização dessa conclusão para população geral atendida em UTI. A base
dessas críticas era relacionado ao fato de a pesquisa ser unicêntrica, ‘n’ relativamente
pequeno e também de só ter incluído pacientes cirúrgicos.
Para melhor avaliação das recomendações em questão sugere-se a leitura dos artigos
originais que estão disponibilizados abaixo:
Jean-Louis Vincent. Give your patient a fast hug (at least) once a day*.Crit Care Med
2005 Vol. 33, No. 6
Renda Soylemez Wiener; Daniel C. Wiener; Robin J. Larson. Benefits and Risks of Tight
Glucose Control in Critically Ill Adults: A Meta-analysis. JAMA. 2008;300(8):933-944
(doi:10.1001/jama.300.8.933)
Griesdale DE, de Souza RJ, van Dam RM, Heyland DK, Cook DJ, Malhotra A, Dhaliwal R,
Henderson WR, Chittock DR, Finfer S, Talmor D. Intensive insulin therapy and mortality among
critically ill patients: a meta-analysis including NICE-SUGAR study data. CMAJ. 2009 Apr
14;180(8):799-800.
Van den Berghe G et al. Intensive insulin theraphy in critically ill patients.N Eng J Med
2001; 345:1359-67.
Note que o protocolo abaixo exposto vem com medidas que servem apenas de
exemplo e você, futuro médico ou médico intensivista, é autônomo para mudar algumas
configurações baseado na literatura mais atual. Por exemplo, no item Faixa Alvo onde no
protocolo se vê 80-140mg/dl, hoje sabe-se que os valores devem ser maiores e próximos a 150
mg/dl.Por isso, o que se deve é absorver o ‘esqueleto’ do protocolo e ajustá-lo continuamente
em sintonia com a literatura.
Retirado de Diener e cols 2006:18:3:268-275 RBTI
DIENER, José Roberto Carvalho; PRAZERES, Carlos Eduardo Elias dos; ROSA, Cilmar
Mello da and ALBERTON, Urubatan Collaço. Avaliação da efetividade e segurança do
protocolo de infusão de insulina de Yale para o controle glicêmico intensivo. Rev. bras. ter.
intensiva [online]. 2006, vol.18, n.3, pp. 268-275. ISSN 0103-507X.
Antibiótico: Os antibióticos foram descritos (na verdade a Penicilina) como uma das 10
maiores descobertas médicas. Na UTI, o uso de antioticoterapia é freqüente. Por isso, avalie o
seu paciente quanto a necessidade de iniciar, suspender, mudar ou acrescentar antibióticos ao
seu manejo clínico. Não considere febre sinônimo de infecção. Muito longe disso. Busque
saber sobre a realização de culturas (hemoculturas, cultura de cateter, urinocultura...) e dos
possíveis resultados, bem como da necessidade de solicitação de novas. Avalie, sempre, após o
isolamente de um germe e da realização do antibiograma, a possibilidade de reduzir o seu
espectro para um antibiótico mais específico para o microorganismo isolado.
Tenha uma relação estreita com a CCIH e saiba quais os germes da sua flora
hospitalar,bem como sobre o perfil de resistência dos mesmos.
Grosso modo, os pacientes que preencherem os itens acima devem ter discutida a
possibilidade de testes para desmame da Ventilação. O III Consenso Brasileiro de Ventilação
Mecânica, 2007, mais uma vez, apresenta um texto mais detalhado sobre ‘como fazer’ a
extubação.
1) Observe o paciente:
a. Ele está alerta, inquieto ou agitado. Escore ai de 0 a +4.
2) Se não está alerta diga o Nome do Paciente e peça para abrir os olhos e acompanhar o
movimento de sua mão com os olhos:
a. Abre os olhos e mantém > 10 seg Escore -1
b. Abre os olhos e mantém < 10 seg Escore -2
c. Movimenta os olhos mas não mantém contato ocular Escore -3
Por exemplo,
Um Homem de 150cm terá um peso ideal de aproximadamente 47,83 kg, podendo se
arredondadar para 48kg.
Para calibrar a pressão intracuff com esse conjunto de peças, o profissional retira o
manguito de látex do esfigmomanômetro de coluna de mercúrio (F) e pode adaptar em seu
lugar (D) um pedaço da sonda de aspiração (C), a qual está ligada à torneira de três vias que
também está ligada à seringa de 5mL (A); o outro ramo da torneira de três vias (B) liga-se ao
balonete-piloto (E) do tubo endotraqueal do paciente. Dessa forma ao se manipular a seringa o
profissional pode calibrar a pressão intracuff no valor desejável. Nesse caso, a pressão
apontada no aparelho de pressão será dada em mmHg. Portanto, deverá ficar entre 15 e 25
mmHg. É importante ressaltar que esse método alternativo custa cerca de 300x menos do que
o Cuffômetro ($300) e pode ser feito em qualquer lugar.
Retirado de Armando Carlos Franco de GODOY e Ronan José VIEIRA, PRESSÕES
INTRACUFF: MÉTODO ECONÔMICO PARA CALIBRAGEM. Rev. Ciênc. Méd., Campinas,
15(3):267-269, maio/jun., 2006