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RESUMO

O avanço da tecnologia e o crescimento populacional vem gerando impactos


significativos na sociedade. Associado a esse crescimento pode-se notar o aumento
da produção de alimentos e consequentemente a geração de resíduos orgânicos, que
na maioria das vezes são descartados de forma incorreta. O presente trabalho tem por
finalidade apresentar um sistema de vermicompostagem, que transforma o alimento
em composto sólido e líquido, por meio da ultilização de minhocas que aceleram o
processo de decomposição de resíduos orgânicos. Esta é uma alternativa doméstica
para o aproveitamento dos resquícios alimentares, com isso minimizar os efeitos
sofridos pelo meio ambiente e até mesmo economizar ou complentar a renda familiar.

Palavras-Chave: Vermicompostagem. Resíduos orgânicos. Decomposição.


ABSTRACT

The advancement of technology and population growth has generated significant


impacts on society. Associated with this growth can be noticed the increase of food
production and consequently the generation of organic waste, which most of the time
are discarded incorrectly. The present work has the purpose of presenting a
vermicompost system that transforms the food into a solid and liquid compound, through
the use of earthworms that accelerate the process of decomposition of organic residues.
This is a domestic alternative for the use of food remnants, thereby minimizing the
effects suffered by the environment and even saving or complementing family income.

Keyword: Vermicomposting; organic waste; decomposition.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Ciclo da materia organica .......................................................................... 08


Figura 2: Ilustração do sistema de compostagem .................................................... 09
Figura 3: Horta domiciliar .......................................................................................... 11
Figura 4: Prototipo vermicomposteira ....................................................................... 17
Figura 5: Tampa prototipo ........................................................................................ 17
Figura 6: Substrato fresco ........................................................................................ 17
Figura 7: Substrato em processo .............................................................................. 17
Figura 8: Imagem ilustrativa do protótipo final............................................................19
SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 6
1.1 Problema e objetivos.............................................................................................11
1.2 Justificativa............................................................................................................11
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..............................................................................12
2.1 Relação do Objeto de Estudo com as disciplinas................................................13
3. MATERIAL E MÉTODOS EMPREGADOS............................................................14
4. PROJETO DE INTERVENÇÃO..............................................................................16
4.1 Projeto Inicial........................................................................................................ 16
4.2 Feedback sobre o Protótipo Inicial....................................................................... 18
4.3 Projeto Final...................................................................................................... 18
5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS....................................................................... 20
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................... 21
REFERÊNCIAS.......................................................................................................... 23
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1.INTRODUÇÃO

Toda atividade do homem tem como consequência a produção de


resíduos e a alteração do meio que o cerca. O desenvolvimento dos grandes
centros urbanos tem conduzido a um aumento desordenado na geração de
resíduos e a consequente poluição ambiental o projeto e os dados levantado
foram ambos realizados em Votuporanga, interior de São Paulo.
Cada pessoa produz cerca de um quilo de lixo todos os dias. Metade é de origem
orgânica, como restos de comida, que podem virar adubo e fertilizante. Cerca de
50% da parte restante também pode ser reciclada, mas, no Brasil, isso não
acontece. Por exemplo, em Votuporanga onde reside nosso projeto de pesquisa,
a população estimada é de aproximadamente 93 mil, o que geraria cerca de 46,5
ton/dia de lixo orgânico. Uma família de 5 pessoas gera em média 17,5 quilos de
resíduos orgânicos por semana, o que totaliza 840 quilos de compostos
orgânicos em 1 ano.
O Brasil recicla menos de 1% das 774 milhões de toneladas de resíduos sólidos
orgânicos gerados por ano. O dado alarmante foi levantado durante audiência
pública, proposta pelo deputado federal Carlos Gomes (PRB), para tratar da
compostagem. O encontro nesta terça-feira (16/04/218), contou com a presença
de representantes do Poder Público e de entidades do setor para debater
políticas de incentivo à técnica de reaproveitamento do lixo orgânico.
Lixo orgânico é todo resíduo de origem vegetal ou animal, ou seja, todo lixo
originário de um ser vivo. Este tipo de lixo é produzido nas residências, escolas,
empresas e pela natureza.
Podemos citar como exemplos de lixo orgânico: restos de alimentos orgânicos
(carnes, vegetais, frutos, cascas de ovos), papel, madeira, ossos, sementes, etc.
Este tipo de lixo precisa ser tratado com todo cuidado, pois pode gerar
consequências indesejadas para os seres humanos como, por exemplo, mau
cheiro, desenvolvimento de bactérias e fungos, aparecimento de ratos e insetos.
Nestes casos, várias doenças podem surgir, através da contaminação do solo e
da água. No processo de decomposição (apodrecimento) do lixo orgânico é
produzido o chorume, que é um líquido viscoso e de cheiro forte e desagradável.
5

O chorume também é um elemento que pode provocar a contaminação do solo


e das águas (rios, lagos, lençóis freáticos). O lixo orgânico deve ser depositado
em aterros sanitários, seguindo todas as normas de saneamento básico e
tratamento de lixo. A população também pode contribuir para o tratamento deste
lixo, favorecendo a coleta seletiva do lixo e a reciclagem bem como o processo
de vermicompostagem.
O metano também é produzido através dos processos naturais de decomposição
de lixo orgânico. O metano (CH4) é um gás incolor e inodoro. Quando adicionado
ao ar, torna-se altamente explosivo. Como ele pode ser produzido através de
matéria orgânica, pode ser chamado de biogás. Desta forma, é utilizado como
fonte de energia. Um dos aspectos negativos do metano é que ele participa da
formação do efeito estufa, colaborando, desta forma, para o aquecimento global.
Se inalado, o metano pode causar asfixia, parada cardíaca, inconsciência e até
mesmo danos no sistema nervoso central.
O interesse no uso de resíduos orgânicos na agricultura brasileira,
quando devidamente tratados e/ou compostados, está fundamentado nos
elevados teores de C de compostos orgânicos (CO) e de nutrientes neles
contidos, no aumento da capacidade de troca de cátions (CTC) e na
neutralização da acidez. Aumentar os teores de CO e de nutrientes do
solo pode significar melhorias nas suas propriedades físicas e químicas e,
consequentemente, incrementos na produtividade e na qualidade dos
produtos agrícolas, bem como redução nos custos de produção.
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Figura 1

Reciclar é importante para preservação do meio ambiente e o produto da


reciclagem pode ser utilizado como adubo para as plantas. Assim diminui-se a
quantidade de lixo depositado em aterros sanitários e lixões.

A vermicompostagem é um tipo de compostagem que faz uso de vermes, mais


especificamente, as minhocas, e pode ser realizada em casas e apartamentos
com uso da composteira doméstica. Com essa técnica, há a formação do
vermicomposto, que é o produto obtido por meio da ação das minhocas em
resíduos orgânicos. O vermicomposto é também conhecido como húmus de
minhocas e é um ótimo adubo orgânico, muito rico em flora bacteriana.
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Figura 2

A compostagem é um processo natural que decompõem resíduos orgânicos


(resíduos de jardinagem, por exemplo) num material escuro com aspecto de
solo, chamado “composto”.

Vantagens da compostagem:
- A compostagem fornece um material rico em nutrientes que melhora o
desenvolvimento de plantas, jardins e relvados.
- O composto atua no solo como uma esponja, ajudando o solo a reter a
humidade e os nutrientes.
- O composto ajuda a melhorar as características de solos, quer sejam solos
argilosos ou arenosos, concedendo-lhes outra estrutura.
- Os solos ricos em composto são menos afetados pela erosão.
- O uso de composto aumenta os nutrientes desse solo, reduzindo o recurso ao
uso de fertilizantes químicos.
- A compostagem dos resíduos reduz significativamente a quantidade de
resíduos a depositar em aterro.
A Compostagem é um processo de fácil implementação, em meio a todas as
vantagens, ainda vale apontar que o cultivo de uma horta caseira não é
complicado: dedicando tempo aos cuidados com irrigação e adubagem,
observando a saúde das plantas e atentando-se para as necessidades de cada
8

espécie é possível obter alimentos de qualidade que podem fazer toda a


diferença na alimentação da sua família.
Falta de quintal não é motivo para não ter horta! Casas com pouco espaço ou
apartamentos também podem dispor de um cantinho para o plantio de uma horta
– basta escolher um local que receba algumas horas de luz solar direta. Na hora
de escolher o melhor modo de plantar a sua horta, pense no espaço disponível,
considere as espécies que deseja cultivar e avalie qual modelo melhor se integra
à decoração e estilo da sua casa. Algumas formas de cultivar as plantas são:
Direto na terra: ideal para quem tem quintal com espaço, nesse modelo
tradicional as sementes ou mudas são plantadas direto na terra.
Vasos: vasos são alternativas práticas tanto para quem mora em casa quanto
em apartamento, com várias opções de tamanhos, materiais, formatos e cores.
Embalagens recicladas: garrafas pet, latas de refrigerante ou alimentos, caixas
de leite, potes de vidro. É uma saída barata, rápida e sustentável.
Floreiras: oferecendo um bom espaço, as floreiras são ótimas para uma horta
compacta em pequenos espaços.
Caixas de madeira: espaçosos e baratos, caixotes de madeira e paletes podem
ser boas escolhas.
Horta vertical: ideal para quem mora em apartamento, esse modelo consiste em
montar a horta aproveitando espaços próximos a paredes. A horta vertical pode
ser plantada em vasos, embalagens recicladas, estruturas de madeira e
sapateiras.
A jardinagem é um hobby nos permite colocar as mãos na terra, ter maior contato
com a natureza, mesmo morando em um apartamento. Os benefícios desta
atividade foram comprovados em vários estudos, ela é muito boa para a saúde
física e mental. Auxilia no combate ao estresse e à depressão.
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Figura 3

1.1 Problema e objetivos

O problema que motivou este trabalho foi a necessidade de reduzir resíduos


orgânicos gerados nas residências, e que, na maioria das vezes, não são tratados
adequadamente, sendo transportados para aterros sanitários ou até lixões, gerando
odores e contaminações no solo e lençol freático.

Tem como objetivo apresentar um sistema de vermicompostagem, que aproveita


os restos alimentares domésticos e os transformam em fertilizante natural, por meio da
utilização de minhocas que aceleram o processo de decomposição dos resíduos
orgânicos.

1.2. Justificativa

Este trabalho justifica-se pela crescente preocupação com o descarte de grande


quantidade resíduos orgânicos e a importância de reutilizá-los de modo sustentável.
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Segundo Pereira Neto (1989), a compostagem é definida como um método


aeróbio monitorado, concebido por uma colônia mista de microrganismos, realizadas
em fases distintas: a inicial, ocorre quando as reações bioquímicas de oxidação mais
intensas predominantemente termofílicas, a seguinte, ou fase de maturação, quando
ocorre o processo de humificação. O período de compostagem varia conforme o
processo utilizado e do tipo de resíduo a ser compostado. Geralmente varia entre 25 a
35 dias a fase inicial e de 30 a 60 dias para a fase posterior.
Em outra definição, Massukado (2016), a compostagem é um processo
controlado de decomposição de resíduos orgânicos na presença de oxigênio, por meio
da de microrganismos. Nesse processo, ocorre a alteração de moléculas orgânicas
mais complexas em um complexo químico mais simples e estável, denominado
composto orgânico. Durante todo esse processo, ocorre também a liberação de gases,
principalmente de gás carbônico, e de vapor de água.
O conceito de resíduo na natureza passou a existir com a sua excessiva geração
aliada à crescente produção e uso de materiais sintéticos que não se degradam
facilmente, além da utilização de substâncias químicas perigosas, como tintas,
solventes e metais pesados utilizados em baterias, entre outras (FIGUEIREDO, 1995).
Conforme CORRÊA et al. (2015), a espécie de minhoca Eisenia foetida processa
uma enorme diversidade de materiais orgânicos, proporcionando uma celeridade da
maturação do composto.
De acordo com GONÇALVES & POGGIANI (1996), o vermicomposto tem como
vantagens : boa consistência dentro dos recipientes, média a alta porosidade e
drenagem, alta capacidade de retenção de água e nutrientes, elevada fertilidade, boa
formação do sistema radicial, entre outros: favorece o equilíbrio do pH e propicia o
controle biológico de patógenos e doenças (ANTONIOLLI et al., 1995), em média, o
húmus produzido pelas minhocas é 70% mais rico do que os convencionais (LONGO,
1987).
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2.1 Relação do Objeto de Estudo com as disciplinas

Para o desenvolvimento do projeto integrador, fez-se necessário a utilização dos


conhecimentos adquiridos durante o estudo de algumas disciplinas do curso
Engenharia de Produção.
Diretamente relacionada ao objeto de estudo, pode-se citar a disciplina SOCIEDADE E
CULTURA, que traz uma abordagem esclarecedora da evolução das sociedades, o
crescimento populacional e as alterações na forma de consumo bem como do
comportamento cultural de diferentes povos.
Para o desenvolvimento das pesquisas referentes ao tema apresentado pelo grupo, os
conceitos aprendidos na disciplina METODOLOGIA CIENTÍFICA foram fundamentais.
Aspectos como seleção de materiais, fontes confiáveis de pesquisa e interpretação de
dados garantiram o sucesso na elaboração do projeto.
Para expor as ideias de forma clara, fez-se necessário a elaboração de textos
coerentes, objetivos e coesos. A disciplina PRODUÇÃO DE TEXTOS teve contribuição
significativa nesta etapa do projeto.
Na disciplina INGLÊS, encontramos subsídios para a elaboração do elemento
pré-textual Abstract, item obrigatório no projeto integrador.
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3. MATERIAL E MÉTODOS EMPREGADOS

Para a vermicompostagem domiciliar utilizou-se a composteira doméstica, sendo esse


o local em que as minhocas atuam para degradar os resíduos orgânicos para geração
do vermicomposto em dois estados: sólido (húmus, com aparência de terra na cor
preta); e líquido (chorume rico em nutrientes, com coloração marrom). Basicamente, o
dispositivo consiste em três caixas empilháveis de plástico não transparente, onde o
tamanho varia de acordo com a quantidade de material orgânico produzido.
Nesse sistema, duas caixas são as chamadas caixas digestoras e uma terceira caixa a
chamada caixa coletora, onde:
A primeira caixa digestora da pilha – no sentido superior para inferior – necessitou de
tampa e de furos no seu fundo. Essa caixa foi forrada com húmus e nela depositaram-
se as minhocas. A segunda caixa digestora – a caixa localizada na parte central da
composteira –necessitou apenas de furos em seu fundo. Nessa caixa, foram
espalhados húmus e matéria vegetal seca (serragem) para forrar seu fundo. A terceira
e última serve como coletora para armazenar o chorume orgânico produzido, tendo um
furo em sua lateral para encaixe de uma torneira, para que seja possível tirar o
composto líquido (rico em nutrientes).
Para iniciar a compostagem, após o sistema ter sido montado e pronto para receber os
resíduos orgânicos, seguiram-se essas etapas:
• Os resíduos orgânicos foram depositados na caixa de cima em um monte
pequeno, sem serem espalhados;

• Os resíduos recém-colocados foram misturados com matéria vegetal seca


(serragem) e cobertos completamente, para haver um processo de
decomposição eficaz e evitar a incidência de moscas, larvas e mau cheiro;

• Quando a caixa digestora de cima encheu, realizou-se a troca de posição com a


caixa digestora do meio. A caixa que estava no meio e acaba de subir começou
então a receber os novos resíduos orgânicos. As minhocas subiram para a caixa
digestora superior naturalmente através dos furos, em busca de novos
alimentos.
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• No momento da troca das caixas foi realizado o esvaziamento e lavagem da


caixa coletora;

• As minhocas processaram os resíduos orgânicos da caixa do meio


transformando-os em vermicomposto;

• Quando a caixa de cima encher novamente, ela deve ser trocada de lugar com
a caixa do meio, e o adubo desta será retirado, para abrir espaço para os
próximos resíduos orgânicos que serão inseridos na composteira.

• Havendo alimento nas caixas, as minhocas sobrevivem por até três meses sem
novas introduções de alimentos.

Para retirada do composto sólido no prazo necessário:


• Quando houver a troca das caixas digestoras, será colocada a caixa do meio
aberta ao sol. Devido à intensidade da luz, as minhocas mergulharão no
composto;
• Com isso ealiza-se, aos poucos, a raspagem do adubo, repetindo esse
procedimento até a camada de adubo ficar com 5 a 7 cm de altura ou com grande
concentração de minhocas;

Para retirada do composto líquido quando necessário:


• Para evitar o excesso de umidade, será necessário a retirado do composto
líquido periodicamente da caixa, evitando o afogamento das minhocas;

Por questões de maior tempo necessário para o processo de compostagem, surgimento


de odores, possíveis contaminações ou até óbito das minhocas, alimentos com muita
proteína (carnes), ácidos (limão e demais frutas cítricas), temperos fortes, óleos,
gorduras, líquidos (iogurtes, leite, caldos de sopa, feijão), fezes de animais e papéis,
não podem ser colocados na composteira.
Resíduos orgânicos possíveis de serem colocados são: frutas, legumes, verduras,
grãos, sementes, sachê de chá, erva de chimarrão, alimentos cozidos, laticínios,
guardanapos, papel tolha, flores e ervas.
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4. PROJETO DE INTERVENÇÃO

A partir da análise dos dados coletados durante o levantamento detalhado dos


problemas decorrentes do descarte incorreto de resíduos orgânicos, pôde-se
desenvolver o protótipo inicial da Vermicomposteira.
Para a construção do sistema, utilizou-se materiais recicláveis, como embalagens
plásticas de alimentos industrializados e ferramentas de fácil manuseio, visando facilitar
a fabricação dentro do ambiente familiar.
Ao interpretar os relatos obtidos com o feedback do protótipo inicial, implementaram-se
melhorias pontuais visando a otimização do processo e a harmonia do equipamento
com o ambiente.

4.1 Projeto Inicial

Para a montagem da vermicomposteira doméstica que criamos para nosso


projeto foi necessárias 3 caixas plásticas (sendo uma com tampa), folhas secas,
serragem e galhos pequenos e cerca de 0,5 kg de minhocas. As caixas deverão ser
empilhadas em três níveis. Nas duas superiores devem haver pequenos furos, que
serão responsável pela comunicação entre uma caixa e outra. São nessas caixas que
será feita a compostagem o processo de decomposição natural. A última caixa será
utilizada apenas para coletar o resíduo líquido orgânico, que, se diluído, pode ser
utilizado como fertilizante para regar e nutrir plantas e hortas. O primeiro passo é forrar
o fundo da caixa superior com as secas e pequenos galhos ou serragem. Esta primeira
camada vai funcionar como dreno para a vermicomposteira. Em seguida deve-se
colocar a terra com as minhocas e logo acima os resíduos orgânicos.
É importante que os resíduos sejam cobertos com outra camada de folhas secas
para contribuir com a oxigenação. Isso também garante que não se gere um mal odor
pelo processo.
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Figura 4 Figura 5

Figura 6 Figura 7
16

4.2 Feedback sobre o protótipo inicial

Obtivemos o feedback referente ao projeto foi visitado algumas famílias e foi


colhido informações estatistas de produção de composto orgânicos e também foi
apresentado a ideia e a viabilidade do projeto da vermicompostagem. Pode-se observar
que as famílias entrevistadas produzem em média de sete a oito quilos de resíduos
orgânicos semanalmente. Diante desta situação ficou clara a necessidade do
remodelamento do protótipo criado na construção do projeto, nota-se que em uma
porcentagem de famílias precisaríamos de uma vermicomposteira com capacidade de
processamento de resíduos maior para atendimento da demanda.
Após o levantamento de dados calculamos um novo dimensional da geometria
para o melhor aproveitamento de espaço visando a funcionalidade do equipamento e a
melhor harmonia do ambiente.
Também obtivemos questionamentos sobre o mau cheiro e fizemos pesquisas
afim de encontrar novas alternativas para redução do mau cheiro, para viabilidade da
aplicação do projeto em ambientes fechados. E pesquisa para a melhor forma do uso
o chorume como fertilizante de forma que não afetaria a harmonia do ambiente.
O custo sobre a implantação do projeto foi questionado em nossas pesquisas e
integrantes do projeto desenvolveram estudos e pesquisas relacionadas ao emprego
de diferentes tipos de materiais para a construção das caixas de contenção existentes
no projeto visando facilitar a montagem e baratear os custos de fabricação.
Também desenvolvemos estudos e pesquisas relacionadas ao tipo ideal de
minhocas para a construção do sistema de vermicompostagem levando em conta
adversidades como temperatura, acidez da matéria orgânica e a criação em cativeiro.
Estudos sobre as minhocas detritívoras, sobretudo as da espécie Eisenia Andrei, as
mais indicadas para a vermicompostagem. Além de alimentarem-se de matéria
orgânica morta, este tipo de minhoca suporta melhor a temperatura e acidez ocorridas
durante o processo de decomposição.

4.3 Projeto Final

Para a construção do projeto final, realizaram-se as seguinte alterações:


a) ESPAÇO INTERNO: Aumento do espaço interno das caixas de contenção, visto
que em média, as famílias brasileiras produzem de sete a oito quilos de resíduos
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orgânicos semanalmente. Para que não haja a necessidade de grandes espaços


destinados ao conjunto, em apenas um ambiente da residência, pode-se optar por
trabalhar com dois ou mais aparelhos em locais diferentes. Cabe ressaltar que,
deve-se preconizar a utilização de materiais recicláveis para a fabricação das caixas
de contenção da vermicomposteira.

b) MAU CHEIRO: Melhorias no sistema de ventilação interna na caixa de contenção


de resíduos, visando garantir a aeração adequada e redução do ph. Sobre a
camada de serragem, adicionou-se folhas secas que são ricas em carbono e ajudam
a reduzir o odor. Acrescentou-se cravo triturado sobre as folhas secas, alternativa
eficaz para tornar o ambiente onde o equipamento estiver instalado agradável.

c) SUBSTITUIÇÃO DAS MINHOCAS: Atualmente, estão descritas e catalogadas no


Brasil em torno de 350 espécies de minhocas, entre nativas e exóticas. Para o
melhor aproveitamento do sistema de vermicompostagem, trocaram-se as
minhocas utilizadas inicialmente, por minhocas detritívoras da espécie Eisenia
Andrei. Estas minhocas alimentam-se de matéria orgânica morta, suportam melhor
a temperatura e acidez decorrentes do processo de decomposição.

Figura 8
18

5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Os resultados encontrados no presente estudo demonstram a crescente


necessidade da proposição de ideias e projetos para minimizar os efeitos do descarte
incorreto de resíduos orgânicos e o acúmulo de materiais em aterros sanitários e lixões.
Os dados levantados apontam para um cenário preocupante quanto à produção e
consumo de material orgânico pelas famílias brasileiras. Os relatos obtidos durante a
construção deste projeto mostram a quantidade de resíduos orgânicos gerados
semanalmente e a falta de preocupação em relação ao descarte correto e à reciclagem
deste tipo de lixo.
Diante deste cenário, a elaboração de um sistema doméstico de vemicompostagem foi
a melhor alternativa identificada pelo grupo. Os materiais utilizados na construção do
protótipo bem como as ferramentas empregadas colaboram para uma construção
simples e caseira.
É possível afirmar que o protótipo sugerido neste estudo é capaz de produzir chorume
(fertilizante) a partir de uma montagem simplificada, aproveitamento do lixo orgânico e
a utilização de consumíveis de baixo custo.
19

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base na dieta do brasileiro comum e na crescente mudança para umadieta

mais saudável por parte da população, que buscam longevidade e bem-estar, a

geração de lixo orgânico tem tido uma crescente expansão e a tendência deveaumentar

devido a uma inserção de produtos orgânicos em sua rotina diária.Ambientalmente, a

busca por métodos de reciclagem se torna mais essenciais emrazão do volume de lixo

gerado e seu impacto ao meio ambiente.

Baseado neste problema, concluímos que o sistema de vermicompostagem se torna

em:

- Primeira instância ideal para as pessoas que desejam fazer o descarte correto dos

resíduos gerados em suas residências de forma simples e sem necessidade de grandes

espaços.

- Em segunda instância com resultado do processo os húmus e o chorume para serem

utilizados em sua própria horta. Fato que, com sua utilização, é possível diminuir a

renda que é mensalmente comprometida com alimentação e a certeza daprocedência

dos alimentos cultivados para a sua própria horta.

- E em terceira instância, a possibilidade de geração de negócios, pois temos grandes

geradores de resíduos orgânicos como redes de fast food, restaurantes, empresas

alimentícias e produtores rurais que não tem políticas de destinação para seus detritos.

E havendo uma gestão de coleta desses materiais, pode-se ter a produção em grande

escala de chorume e húmus para comercialização.

Vale ressaltar que, a conscientização da população e políticas de gestão publicas

direcionadas aos descartes de resíduos, em conjunto com a vermicompostagem e

outras técnicas de reciclagem farão com que o índice de degradação do meio ambiente

e da camada de ozônio se reduzam ao longo do tempo.


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Portanto, esperamos uma grande aceitação por parte da população em aderir a

vermicompostagem, realizando a separação do lixo orgânico dos demais, usando o

húmus e o chorume como fertilizantes para gerar seus próprios alimentos ou como uma

fonte de renda extra.


21

REFERÊNCIAS

ANTONIOLLI, Z.I.; GIRACCA, E.M.N.; BAUER, C.V. Vermicompostagem. Santa


Maria: CCR/UFSM, 1995. 3p. (Informe Técnico, 02).
CORRÊA, C. T.; DOS SANTOS, J. S. Vermicompostagem no tratamento de
resíduos orgânicos. XI Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-graduação – SEPesq,
2015
FIGUEIREDO, P.J.M. A sociedade do lixo: os resíduos, a questão energética e a
crise ambiental. 2 ed. Piracicaba: Editora Unicamp, 1995.
GONÇALVES, J.L.M.; POGGIANI, F. Substrato para produção de mudas florestais.
In: SOLO-SUELO - CONGRESSO LATINO AMERICANO DE CIÊNCIA DO SOLO, 13.;
1996, Águas de Lindóia-SP.
JUNIOR, C. H. A., et al. "Uso agrícola de resíduos orgânicos potencialmente
poluentes: Propriedades químicas do solo e produção vegetal." Tópicos em
ciência do solo 4 (2005): 391-470.
LONGO, A.D. Minhoca, de fertilizadora do solo a fonte alimentar. São Paulo: Ed.
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MASSUKADO, L. M. Compostagem: nada se cria, nada se perde; tudo se
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PEREIRA NETO, J.T. (1989). Conceitos Modernos de Compostagem. Engenharia
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