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CURSO
NA SALA DE AULA
Gra
tuit
o!
INSTRUMENTOS DO JUDICIÁRIO
ACESSO À JUSTIÇA
E EFETIVAÇÃO DOS
DIREITOS
FUNDAMENTAIS
AGAPITO MACHADO JÚNIOR
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FASCÍCULO
Copyright © 2018 by Fundação Demócrito Rocha
C984
Curso Justiça na Sala de Aula: ferramentas pedagógicas para difusão e promoção de temas e
conteúdos sobre o papel da justiça no ambiente escolar / Gerência pedagógica: Viviane Pereira;
coordenação de conteúdo: Gustavo Brígido; ilustrações: Rafael Limaverde. – Fortaleza: Fundação
Demócrito Rocha/Universidade Aberta do Nordeste, 2018.
192 p. : il. color.
Dividido em 12 fascículos.
CDD 340
Todos os direitos desta edição reservados a:
1- Introdução............................................................................................................................................ 68
2- Do Surgimento dos Conflitos Sociais e do Acesso à Justiça ................................... 69
3- Instrumentos de Acesso à Justiça pela Via Jurisdicional.......................................... 70
3.1- Os Custos do Acesso à Justiça e a Assistência Jurídica Gratuita ....................71
3.2- A Proteção dos Direitos Coletivos e Individuais Homogêneos ......................72
3.3- Enfoque do Acesso à Justiça .............................................................................................74
3.3.1- Da Tutela Jurisdicional .............................................................................................74
3.3.2- As Técnicas de Efetivação da Tutela Jurisdicional ...................................76
3.3.3- O Devido Processo Legal: O Procedimento Adequado .........................77
Referências................................................................................................................................................78
Síntese do Fascículo ...........................................................................................................................79
Perfil do Autor ........................................................................................................................................79
OBJETIVO DO FASCÍCULO
Conhecer as características básicas, estrutura e função dos principais
instrumentos oferecidos pelo Judiciário para o cidadão exercitar o acesso à
justiça na busca pela proteção de seus direitos.
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INTRODUÇÃO
O estudo tem o escopo de traçar ao legislador definir e regular
noções básicas acerca dos principais como se dará a proteção aos di-
instrumentos de acesso do cidadão reitos violados por meio da via judi-
ao Poder Judiciário para buscar a ciária, fazendo assim surgir a lei pro-
proteção de seus direitos, não cui- cessual, a qual regulará a forma de
dando, portanto, de outros meios exercício do direito de ação, do dire-
de acesso à justiça por vias extrajudi- to de defesa e da própria jurisdição.
ciais, tais como se daria através da ar- O mesmo legislador deverá criar
bitragem e mediação, por exemplo. e gerir instrumentos aptos a assegu-
Poucas coisas avançaram tanto rar ao cidadão que busca o Poder
no Brasil como a tendência de judi- Judiciário, a resposta mais eficaz, tu-
cialização de conflitos sociais, o que telando ao máximo o direito preten-
muito se relaciona com o maior co- dido, o que envolve, portanto, supe-
nhecimento acerca dos seus direitos rar alguns obstáculos inerentes ao
por parte do cidadão comum. exercício da função jurisdicional, tais
Notadamente após a Constitui- como: estrutura deficitária do Poder
ção Federal de 1988, que trouxe uma Judiciário; o custo do acesso; a falta
pletora de direitos fundamentais, o de capacidade técnica para deman-
cidadão, mesmo o menos instruído, dar; a demora na resposta estatal
passou a ter a noção de que possui (processo lento), a tutela adequada
algo (bem da vida) que lhe foi dado do direito, entre outros.
pela lei (ordenamento jurídico) e Fazem-se necessários, pois, ins-
que os outros não podem lhe tirar trumentos que otimizem o acesso
ou limitar. Surge, portanto, a noção à justiça através do Poder Judiciá-
de “brigar” pelos direitos, ainda que rio, situação esta que já foi objeto
o mesmo cidadão até hoje não te- de estudos em meados do século
nha entendido ou absorvido bem a passado na consagrada obra “Aces-
questão dos deveres que também so à Justiça”, de Mauro Cappelletti e
estão previstos na mesma lei. Bryan Garth.
O certo é que, até culturalmente, Ainda que o presente estudo não
e mesmo em tempos de quase total tenha a intenção de esgotar cada
descrédito nos valores éticos, ainda instrumento processual de acesso à
se enxerga o Poder Judiciário como justiça, terminará traçando uma vi-
o órgão mais legitimado e apto a são panorâmica dos mesmos, tudo
proteger tais direitos quando viola- a fim de que se possa ter um vis-
dos. Como se costuma dizer, o Po- lumbre de como se pode buscar o
der Judiciário é a última trincheira último socorro de justiça através da
da legalidade. Nesse sentido, coube via judicial.
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De fato, não adiantaria o Estado pelo povo, a criação e
criar a norma jurídica atribuindo um aplicação das normas
bem da vida a alguém se os demais jurídicas, sendo que
membros da sociedade não o respei- ele próprio se sujeitará
tassem. Diante disso, e apoiado na às normas criadas,
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malmente a sua pretensão (deman- ainda o risco de se envolver precipi-
da) ao órgão estatal responsável pela tadamente com o conflito, afetando
jurisdição, afirmando, pois, a ameaça a imparcialidade necessária para re-
ou violação a um direito subjetivo, es- solução do conflito.
perando assim receber a tutela (pro- O exercício do direito de ação
teção) de seu suposto direito através
da função jurisdicional, cabendo ao
traduzirá uma série de atos a serem
praticados, o que ainda envolverá
INSTRUMENTOS
Estado, acaso o autor tenha razão, necessariamente a participação da
outra parte supostamente violadora
DE ACESSO À
deferir tal tutela nos moldes reque-
ridos. Numa válida comparação, o do direito do autor, o réu, que terá o JUSTIÇA PELA VIA
direito de contraditar a tese autoral
titular da pretensão seria alguém
doente que não pode se automedi- (o direito de defesa). JURISDICIONAL
car, mas pode pedir ao médico que O órgão julgador terá, portanto,
lhe dê um remédio para o problema, que praticar uma série de atos para
este remédio é a tutela jurisdicional. examinar a tese autoral, a antítese Consoante se verificou, o cidadão,
do réu e ao final formular a síntese, ora jurisdicionado, tem o direito de
entregando a resposta à pedir ao Estado, através do exercício
provocação inicial do au- da jurisdição, a tutela de um suposto
tor, a prestação jurisdi- direito, situação que guarda respaldo
cional, por meio de uma constitucional através do princípio do
decisão judicial, a qual, acesso à justiça (art. 5º, XXXV, da CF/88),
se o autor tiver razão, o qual consubstancia verdadeiro direi-
dar-lhe-à tutela do direito to fundamental. Em tese, não se po-
pretendida. derá impedir o cidadão de provocar a
Vê-se que as partes (au- jurisdição, cabendo ao Estado, dentro
tor e réu), bem como o Es- de certos parâmetros normativos (de-
tado no exercício da função vido processo legal), ofertar-lhe uma
jurisdicional, praticarão uma resposta a essa provocação.
série de atos coordenados Incumbe ao Estado, através da
e sequenciados para alcan- jurisdição, a tutela do direito do ci-
çar um objetivo final, é o que dadão, devendo, contudo, uma vez
chamamos processo, o qual provocado pelo interessado, ofertar
terá uma forma legal para se essa resposta de forma eficaz e em
desenvolver, o procedimento. tempo razoável.
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