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Mulheres Com Deficiência e Sua Dupla Vulnerabilidade: Contribuições para A Construção Da Integralidade em Saúde
Mulheres Com Deficiência e Sua Dupla Vulnerabilidade: Contribuições para A Construção Da Integralidade em Saúde
Mulheres Com Deficiência e Sua Dupla Vulnerabilidade: Contribuições para A Construção Da Integralidade em Saúde
Abstract Women with disabilities have few mea- Resumo Mulheres com deficiência contam com
sures geared to their needs in the primary health ações inexpressivas nos serviços de atenção básica
care services. Despite the attention given to the em saúde, que embora historicamente privilegiem
female population in these facilities, they still fail a clientela feminina, pouco reconhecem os aspec-
to address specificities of women with disabili- tos relativos aos direitos sexuais e reprodutivos e à
ties, such as issues related to their sexual and re- dupla vulnerabilidade que as acometem por serem
productive rights and their double vulnerability, mulheres e portarem deficiências. Este estudo é
both as women and as disabled individuals. This parte de uma pesquisa qualitativa que objetiva
research is part of a qualitative study to identify identificar dimensões individuais, sociais e pro-
the individual, social and programmed double gramáticas da dupla vulnerabilidade de quinze
vulnerability of fifteen women with different types mulheres com diferentes tipos e graus de deficiên-
and degrees of disabilities, who are frequenters of cia, usuárias de três serviços de atenção básica em
three primary health care facilities in São Paulo saúde na cidade de São Paulo. Destacam-se em suas
city. The women’s narratives highlighted experi- narrativas vivências de rejeição ou superproteção
ences of rejection or overprotection in their fam- familiar, dificuldades em adquirir equipamentos
ily relationships, difficulties in obtaining equip- para sua autonomia, pouco investimento no estu-
ment for their autonomy, poor education and lack do e na qualificação profissional, menor partici-
of professional qualification, lower social partic- pação social, obstáculos à vivencia da sexualidade
ipation, obstacles in their sex lives and mother- e da maternidade, falta de acessibilidade física, co-
hood. They face physical and communication municacional e atitudes pouco receptivas nos ser-
barriers and poor care from primary health care viços de saúde, caracterizando total vulnerabili-
services. All of the dimensions of vulnerability dade. Problematizá-la possibilita a construção de
are present and addressing them makes it possible práticas integrais de saúde que incorporem a di-
to build comprehensive health care practices that mensão dos direitos humanos de grupos que histo-
ensure the human rights of groups that histori- ricamente experimentam a violação dos mesmos:
1
cally experience violations, namely women and mulheres e pessoas com deficiência.
Universidade Federal de
São Carlos. Rod. disabled persons. Palavras-chave Gênero e deficiência, Pessoas com
Washington Luiz km 235. Key words Gender and disability, Disabled per- deficiência, Atenção integral à saúde, Saúde da
13565-905 São Carlos SP.
sons, Comprehensive health care, Women’s health, mulher, Atenção primária à saúde, Vulnerabili-
vawbr@usp.br
2
Faculdade de Medicina, Vulnerability dade
Universidade de São Paulo.
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Nicolau SM et al.
a irmã. Houve uma entrevista que foi realizada periências de superproteção ou rejeição familiar,
somente com a cuidadora (mãe) pelo fato de se pela falta de acesso a serviços de saúde e reabili-
tratar de pessoa com quadro severo de deficiência tação, pela privação de recursos materiais que
motora associado à deficiência intelectual. impediu ou dificultou a aquisição de equipamen-
As entrevistas foram do tipo semiestrutura- tos que garantissem maior autonomia, pela falta
do, gravadas e posteriormente transcritas com de investimento em sua educação e habilitação/
conferência de fidelidade e totalizaram cerca de reabilitação profissional, e, pela vivência em um
10 horas, com uma média de 40 minutos cada meio familiar com atitudes hostis e que desqua-
entrevista. Os nomes citados são fictícios. lificam mulheres e pessoas com deficiência.
Para a análise dos dados, usamos o referen- Neusa (50 anos, deficiência motora) e Mi-
cial da vulnerabilidade, definida como “resultan- riam (39 anos, deficiência intelectual) nasceram
te de um conjunto de fragilidades individuais e em área rural, nunca frequentaram serviços de
precariedades sociais que atingem um sujeito reabilitação, cresceram em famílias com poucas
cujas condições de vida e saúde são influenciadas informações sobre a deficiência, em uma cultura
ou determinadas pelo social e pela história”19. tradicional de gênero e paternalista. Neusa rece-
Ou como esclarece Ayres12: beu sua primeira cadeira de rodas aos 13 anos,
“De modo sumário, os estudos de vulnerabi- idade com a qual ingressou na escola, onde per-
lidade buscam compreender como indivíduos e maneceu por pouco tempo. Adriana (33 anos,
grupos de indivíduos se expõem a dado agravo à deficiência motora) adquiriu artrite reumatoide
saúde a partir de totalidades conformadas por aos 10 anos e abandonou a escola pela dificulda-
sínteses pragmaticamente construídas com base de de locomoção. Luciana (32 anos, deficiência
em três dimensões analíticas: aspectos individu- motora) por sua vez, recebeu grande investimen-
alizáveis (biológicos, comportamentais e afeti- to em sua reabilitação e escolarização por parte
vos), que implicam exposição e suscetibilidade da família, mas revela que a superproteção por
ao agravo em questão; características próprias a parte dos familiares tolheu sua autonomia, pois
contextos e relações socialmente configurados, por ter baixa estatura e fragilidade óssea, sempre
que sobredeterminam aqueles aspectos e, parti- foi tratada por estes como uma criança indefesa,
cularizando a partir destes últimos, o modo e o mesmo após a idade adulta:
sentido em que as tecnologias já operantes nestes Porque a minha infância foi muito regrada,
contextos (políticas, programas, serviços, ações) muito cuidada, muito mimo. Então eu sempre tive
interferem sobre a situação – chamadas, respec- a família presente até demais. Eu fui o tempo todo
tivamente, de dimensão individual, social ou pro- cuidada como uma boneca de louça pela minha
gramática”. deficiência e isso me prejudicou no desenvolvimen-
Nossa análise adota as três dimensões de vul- to. Apesar que também eu sou uma pessoa muito
nerabilidade referidas pelo autor, examinando as alegre, muito enérgica, muito disposta e tenho uma
situações de vulnerabilidades em que nossas vontade de viver muito grande, eu sempre, sempre
mulheres estão inseridas e interpretando suas fui bem precoce, aí com cinco anos eu estudei em
percepções acerca dessas situações. colégio regular, [...] e foi o melhor momento da
minha vida que eu convivia com crianças que não
tinham deficiências e eu me sentia super bem, mas
Resultados e discussão por um lado, ainda era aquela situação, que eu
não me assumia como pessoa com deficiência, e
Das quinze mulheres entrevistadas, oito nasce- das limitações e dos deveres. Eu achava que ia ter
ram com uma deficiência ou a adquiriram ainda uma coisa, que ia acontecer alguma coisa que eu ia
na primeira infância, antes dos dois anos de ida- ficar diferente, sabe, no fundo, no fundo talvez ti-
de, e sete delas adquiriram a deficiência no de- vesse um pouco isso. E a minha família sempre me
correr do ciclo da vida, seja no início da adoles- superprotegeu (Luciana).
cência ou na idade adulta. Embora haja diferen- Via de regra, portanto, a maior autonomia
ças significativas entre conviver com uma defici- raramente foi buscada pelos familiares, como no
ência congênita e com uma deficiência adquirida, caso de Fernanda (39 anos, deficiência motora)
os relatos apontam esforços adaptativos impor- que frequentou instituição educacional especia-
tantes para lidar com esta situação nos dois gru- lizada na infância e início da adolescência, aban-
pos de mulheres. donando-a sem concluir o ensino fundamental,
Pode-se apreender a dimensão individual da com anuência da família, como igualmente rela-
dupla vulnerabilidade dessas mulheres pelas ex- ta Renata (43 anos, deficiência visual):
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Aí os meus irmãos [...] começaram a dizer que social que possa proporcionar-lhes lazer, diver-
a minha gravidez era psicológica; que eu não ia são e possibilidade de relacionamentos afetivo-
engravidar nunca. Imagina, que eu era tão louca sexuais, o que é corroborado pela ausência de
pra engravidar e pra ser mãe, que eu tava com gra- espaços de convivência que sejam receptivos às
videz psicológica. Daí eu fui, peguei o resultado, pessoas com deficiência intelectual fora das insti-
mostrei pro meu marido, li, ficou feliz também, mas tuições especializadas. As cuidadoras se queixam
não mostrou aquela felicidade... aquela coisa... que, que os familiares não se envolvem nessas deman-
de repente, talvez até ele mesmo duvidasse disso, das e por isso elas se sentem sozinhas para res-
porque se ele não duvidasse, ele ia tá ali, vibrando ponder a todas essas necessidades.
junto, daí eu segurei. Quando os meus irmãos vi- A dificuldade em acessar os direitos está rela-
ram a minha barriga, e que eu tava grávida real- cionada à dimensão social da vulnerabilidade.
mente, começaram a falar que o meu filho podia Embora o Brasil conte com um importante apa-
nascer aleijado igual eu, se eu já tinha pensado nes- rato jurídico para promover a equidade de gêne-
sa possibilidade, porque eu tava sonhando muito ro e a inclusão de pessoas com deficiência na vida
alto, e eu era a grávida mais coruja do mundo, eu social, a realidade apresentada pelas entrevista-
conversava com o meu filho o tempo todo na mi- das ainda é marcada por iniquidades.
nha barriga, e eles ficavam: “você só tá pensando no O Brasil é signatário desde 2008 da Conven-
melhor, você não sabe o vai acontecer; e se essa cri- ção dos Direitos das Pessoas com Deficiência, um
ança vim aleijada como você?”[...] O primeiro dia tratado internacional de direitos humanos com
que eu fui fazer o exame de gravidez, o meu ex- maior força jurídica vinculante que os anterio-
marido me levou [...] Quando eu saí, o médico fez res, e que representa um marco na mudança de
eu voltar e perguntou o que tinha acontecido comi- paradigma em relação às pessoas com deficiên-
go. Daí eu falei que era pólio; daí, pelo espanto dele, cia, pois rompe com uma abordagem baseada
eu fiquei preocupada, aí eu perguntei se tinha algu- na assistência e incorpora a dimensão dos direi-
ma coisa; ele falou que não, se fosse de nascença, tos, especialmente os civis e os políticos21.
sim, mas a pólio não tinha nenhuma interferência, Das mulheres entrevistadas somente três de-
então eu fiquei tranquila. E, depois que eu fiquei na las apresentam um discurso sobre si no qual se
gravidez do filho, a gravidez dos nove meses, eu tive reconhecem como cidadãs, pessoas com direitos
uma gravidez maravilhosa, nunca tive problema e responsabilidades, e que se engajaram em mo-
nenhum na gravidez [...] [O parto] foi cesária, vimentos em prol das pessoas com deficiência.
porque ele era muito grande, eu era muito peque- Duas delas citam a Convenção, mas ainda com
ninha... E, eu sei que próximo do meu bebê nascer, certo ceticismo em relação ao seu cumprimento.
cada um falava uma coisa, teve um dia que eu en- Agora a partir de agora o Brasil é obrigado a
trei na paranoia e chorei o dia inteiro, porque eu cumprir a Convenção, o que significa isso, que to-
tinha preparado o berço do nenê, pra me internar e das as leis federais, estaduais e municipais têm que
chegar com ele todo bonitinho, e não sei quem que seguir a Convenção. Mas a gente sabe que isso não
falou se eu já tinha pensado na possibilidade desse acontece porque hoje de todas as leis, a única que
nenê não vir aqui pra casa. Ele podia nascer morto, existe sanção, que tem multa mesmo é a lei de cotas
podia ficar por lá mesmo, então quer dizer, eu me das empresas. As demais leis de acessibilidade, por
tranquei naquele dia, eu chorei que nem louca, exemplo, que os postos de saúde sejam acessíveis,
então eu fiquei o dia inteiro desesperada. Aí, quan- não existe multa, e não existe multa nem fiscaliza-
do o meu marido chegou, aí ele falou “não pensa ção. Tudo bem, o Brasil hoje é um dos países que
besteira, não é por aí as coisas”; daí eu levantei e tem uma das melhores legislações em relação à pes-
continuei de cabeça erguida. Até que, ele nasceu, soa com deficiência, um dos melhores mesmo, com-
nasceu um menino muito grande, bonito (Neusa). parado até aos Estados Unidos, o problema é que
A experiência da maternidade para algumas não tem fiscalização (Luciana).
mulheres com deficiência possibilita a “recaptura” As demais associam seus direitos às possibi-
da identidade feminina perdida. Entretanto, elas lidades de acessarem benefícios sociais, como a
relatam empreender grandes esforços para corres- isenção na tarifa do transporte coletivo e o bene-
ponder às expectativas sociais de serem mães ade- fício de um salário mínimo do INSS caso vivam
quadas, pois, como bem mostrou Neusa, enfren- em situação de pobreza. Nesse sentido, reivindi-
tam o ceticismo do meio social quanto às suas ca- cam menos a participação política e mais uma
pacidades de gerar e cuidar de um filho20. ação assistencial do Estado em relação a elas.
As mulheres com deficiência intelectual, como Os direitos que até agora eu tive foi receber
Tainá e Miriam, relatam o desejo de ter uma rede [...] Eu sou aposentada.[...] Fui [atrás disso] mais
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pensou na questão da relação sexual. Que eu nem permite uma ampliação do nosso olhar para além
sonhava ainda!! Porque eu ainda tava no começo de demandas relativas a alterações morfofunci-
do namoro, sabe, ainda tava em beijos e abraços, onais de seus corpos, assim como para as distin-
imagina, não tinha uma coisa, e se tivesse eu iria ções, que constituem efetivamente desigualdades,
perguntar, eu nunca iria fazer nada, porque eu sou ou discriminações médico-sanitárias, inscritas em
uma pessoa muito responsável, até demais, e mes- suas condições de usuárias de serviços públicos
mo assim não justifica uma atitude dessas. [...] Eu de atenção primária à saúde.
quando fui no médico agora que eu te falei que fiz Tate e Weston18 e Rao3 apontam que as mu-
os últimos exames, foi um homem. O cara não quis lheres com deficiência sofrem discriminação em
nem tocar em mim. Ficou olhando assim, parecia diferentes culturas e sociedades, sendo maior nos
que ficou assustado, aí timidamente ele pergun- países mais pobres e geralmente incrustrada em
tou, depois que perguntou das partes de saúde e tal, valores tradicionais que restringem as chances
falou dos exames, aí ele perguntou: ‘Ah mas você de desenvolvimento pessoal às mulheres. As au-
usa preservativo? cê toma pílula? não sei o que. Em toras apontam a necessidade de investimentos
vez dele logo falar ‘você tem vida sexual ativa?’ na educação e qualificação profissional das mu-
Como é que faz, tem algum problema, tem alguma lheres com deficiência a fim de que consigam
dúvida, tá precisando de alguma coisa? (Luciana) autonomia financeira, além da necessidade de
Outro aspecto levantado diz respeito à atitu- mudanças nas atitudes frente a elas, pois em al-
de do serviço em relação às mulheres com defici- gumas sociedades tradicionais as mulheres só
ência, como a falta de prioridade no atendimen- adquirem uma maior participação na vida social
to, o despreparo e a falta de interesse dos profis- após o casamento, e aquelas com deficiências
sionais às suas demandas específicas. geralmente experimentam o isolamento domici-
Falta um pouquinho de preparação [...] ele liar desde a infância e na vida adulta são mais
devia perguntar: “- É cadeirante? Não é?” Ver se o rejeitadas como esposas.
Posto, às vezes, pode atender.[...] Eu acho que [o Acreditamos ser urgente, portanto, a instau-
serviço não se empenha] porque [...] chega lá, ela ração de outro olhar e outros contextos assisten-
é deficiente, ela não anda, tem problema mental, ciais, regidos por práticas de saúde ampliadas, para
ela não tem tolerância a chegar num Posto de Saú- que os serviços e a equipe de seus profissionais
de e ficar esperando todo mundo passar pra depois possam se aproximar do conjunto diverso de ques-
chegar a vez dela. Ela não. Ela já quer passar [...] tões que se situam nas necessidades de saúde des-
Ninguém passa ela na frente. Tem que aguardar lá. sas mulheres. Olhar para os seus contextos de vida
Esperar. Eles não passam [...] Teve uma vez lá que faz com que as preocupações das práticas de saú-
ela começou a ficar nervosa, começou pedir: “- Eu de se voltem para dimensões da vida relacional
quero ir embora. Eu quero ir embora. Eu quero ir dessas mulheres, captando com maior riqueza
embora.” Aí eu tive que pedir pra pessoa que tava tanto aspectos psicossociais como socioculturais.
na frente, deixar eu passar ela porque... Aí eu falei Nesse sentido, abordagens concebidas a partir dos
com o médico e o médico passou. Porque o [aten- pressupostos da integralidade em saúde nos pare-
dente] lá da frente, eles não colocam, assim, a ficha cem as mais potentes no enfrentamento e supera-
dela. Aí ela fica, ela não tem paciência de chegar e ção das diversas vulnerabilidades às quais as mu-
esperar. Aí já começa: “- Eu quero ir embora. Eu lheres com deficiência estão submetidas.
quero ir embora.” E já começa. Começa a beliscar, Um dos aspectos, porém, que ainda é pouco
apertar a gente, agarrar as pessoas que passam. E estudado e raramente detalhado nas formula-
fica assim. (mãe da Diana). ções de uma atenção integral, é o da incorpora-
ção de conhecimentos, formas de identificação e
ações de promoção dos direitos humanos e soci-
Considerações finais ais nas práticas de saúde cotidianamente desen-
volvidas nos serviços. Embora a pauta dos direi-
Retomando a discriminação socioeconômica e a tos seja sempre lembrada nas políticas de saúde e
excessiva medicalização da deficiência enquanto permeia o discurso programático da atenção in-
os dois eixos enfatizados pela literatura no estu- tegral5,19, pouco se sabe acerca do modo como os
do das mulheres com deficiência, constatamos o direitos são articulados nos processos assisten-
quanto estão presentes nas situações relatadas ciais e nas ações de prevenção ou promoção da
pelas nossas entrevistadas. Por outro lado, a iden- saúde nos serviços.
tificação das diferentes dimensões da vulnerabi- O relatório sobre a situação mundial das pes-
lidade na experiência cotidiana dessas mulheres soas com deficiência22 aponta três razões que jus-
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Colaboradores
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