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HISTÓRIA DO PARANÁ

A história do estado do Paraná começa antes do descobrimento do Brasil, quando o atual


território do estado era habitado por povos indígenas, como os tupi-guaranis, caingangues e
xoclengues.

No século XVI o Paraná, então em grande parte território da coroa Espanhola, foi colonizado
primeiramente pelos Jesuitas. Em 1554, Domingo Martínez de Irala, Governador do Paraguai
fez fundar Ontiveros, a uma légua do Salto das Sete Quedas. Mais tarde, a três léguas de
Ontiveros, fundou a Ciudad Real del Guayrá, na confluência do Rio Piquiri. E em 1576, foi
fundado à margem esquerda do rio Paraná, Vila Rica do Espírito Santo.

Colonização Espanhola no Paraná


Embora os espanhóis se mostrassem muito mais interessados nas jazidas de ouro e prata do
México e Peru, ocorreram também inúmeros exemplos de presença espanhola no território
paranaense.

Em 1541, o “adelantado” Dom Álvãr Nuñez Cabeza de Vaca, governador da província do


Paraguay, partiu do litoral catarinense e cortou o território do Paraná até alcançar Assunção.
Seu objetivo era tomar posse da porção sul da América Espanhola. Um dos principais
objetivos dos espanhóis em terras paranaenses era tomar posse do caminho de Peabiru
(Caminho de Grama Amassada), uma importante via que ligava o oceano Atlântico ao
Oceano Pacífico, partindo de São Vicente, passando por todo o interior do estado do Paraná,
Paraguai, Cordilheira dos Andes, etc.

Utilizando-se do Peabiru, os Espanhóis atingem a região de Guaíra e fundam a Ciudad Real


de Guayrá. Com três cidades e diversas "reduções" ou "pueblos" a região foi denominada
com o status de "Provincia Real del Guaira" que tinha como função diminuir o ímpeto
colonizador dos portugueses na região.

COLONIZAÇÃO PORTUGUESA
Desde os meados do século XVI, portugueses já se aventuravam em território paranaense em
busca de metais preciosos e índios. O grau de informações a respeito do “sertão do Paraná”,
era tão pequeno que os portugueses acreditavam que poderiam facilmente chegar às regiões
produtoras de prata no Peru, somente atravessando alguns quilômetros além da Serra do Mar.

Em 1532, organizou-se uma expedição chefiada por Pero Lobo, com o objetivo de passar pela
Serra do Mar e alcançar o Peru. O que se sabe a respeito da Expedição de Pero Lobo, é que
ele e seus homens foram massacrados pelos índios Carijós. Por volta de 1580, após inúmeras
incursões pelo território paranaense, descobre-se ouro de aluvião em Cananéia, próximo a
Paranaguá.

No século XVII os bandeirantes paulistas faziam incursões periódicas em seu vasto território,
capturando-lhe os índios livres para escravizar-lhes. Já em 1629, os estabelecimentos dos
Padres Jesuitas, com exceção de Loreto e Santo Inácio, estavam completamente devastados
pelos bandeirantes paulistas e, em 1632, Vila Rica, último reduto espanhol capaz de oferecer
resistência, foi sitiado e devastado por Antônio Raposo Tavares. Somente em 1820 o território
ocidental do Paraná passou definitivamente a coroa portuguesa passando a integrar
politicamente a província de São Paulo, sendo conhecida como "Comarca de Curitiba".

No século XVII, descobriu-se na região do Paraná uma área aurífera, anterior ao


descobrimento das Minas Gerais, que provocou o povoamento tanto no litoral quanto no
interior. Com o descobrimento das Minas Gerais, o ouro de Paranaguá perdeu a importância.
As famílias ricas, que possuíam grandes extensões de terra, passaram a se dedicar à criação de
gado, que logo abasteceria a população das Minas Gerais. Mas apenas no século XIX as terras
do centro e do sul do Paraná foram definitivamente ocupadas pelos fazendeiros.

No fim do século XIX, a erva-mate dominou a economia e criou uma nova fonte de riqueza
para os líderes que partilhavam o poder. Com o aparecimento das estradas de ferro, ligando a
região da araucária aos portos e a São Paulo, já no fim do século XIX, ocorreu novo período
de crescimento.

A partir de 1850, o governo provincial de São Paulo empreendeu um amplo programa de


colonização, especialmente de alemães, italianos, poloneses e ucranianos, que contribuíram
decisivamente para a expansão da economia paranaense e para a renovação de sua estrutura
social.

O Paraná era parte da província de São Paulo, da qual se desmembraria apenas em 1853.
Nessa época, a produção de café começou a ganhar destaque. O rápido desenvolvimento da
cultura cafeeira atraiu milhares de imigrantes das províncias do Sul, do Sudeste e do Nordeste
do país.

Um dos principais conflitos ocorridos no Paraná foram o Cerco da Lapa e a Guerra do


Contestado (1912-1916), que foi um dos eventos mais significativos da história do Brasil no
século XX, no limite com o estado de Santa Catarina. Ao longo do século XX, o Paraná
destacou-se pela criação de empresas agrícolas, muitas vezes de capital estrangeiro, o que
acelerou o processo de concentração de terras e de renda. Durante as décadas de 1970 e 1980,
milhares de pequenos camponeses deixaram o campo em direção às cidades ou a outros
estados e até países. No final do século XX e início do XXI, o Paraná atraiu muitos
investimentos externos, e indústrias automobilísticas instalaram-se no estado.

PRIMEIROS NÚCLEOS PORTUGUESES

Até meados do século XVII, litoral sul da capitania de São Vicente, hoje pertencente ao
estado do Paraná, foi esporadicamente visitado por europeus que buscavam madeiras de lei.
No período de domínio espanhol, foi estimulado o contato dos vicentinos com a área do rio da
Prata e tornou-se mais frequente o percurso da costa meridional, cuja exploração intermitente
também seria motivada pela procura de índios e de riquezas minerais. Do litoral os paulistas
adentraram-se para oeste, em busca de indígenas, ao mesmo tempo que, a leste, onde hoje
estão Paranaguá e Curitiba, dedicaram-se à mineração.
As lendas sobre a existência de grandes jazidas de ouro e prata atraíram à região de Paranaguá
numerosos aventureiros. O próprio Salvador Correia de Sá, que em 1613 assumira a
superintendência das minas do sul do Brasil, ali esteve durante três meses, enquanto
trabalhava com cinco especialistas que fizera vir de Portugal. Não encontrou, porém, nem
uma onça de ouro. Sob o governo do marquês de Barbacena, foi para lá enviado o espanhol
Rodrigo Castelo Blanco, grande conhecedor das jazidas do Peru, que em 1680 escreveu ao rei
de Portugal para também desiludi-lo de vez sobre a lenda das minas de prata.

No fim do século XVII, abandonados os sonhos de grandes riquezas minerais, prosseguiu a


cata do ouro de aluvião, dito "de lavagem", mediante a qual os escassos habitantes do lugar
procuravam recursos para a aquisição de produtos de fora. Os índios que escapavam ao
extermínio eram postos na lavoura. Os escravos africanos começaram a ser utilizados no
século XVIII e já em 1798 o censo revelava que seu número, em termos relativos, superava o
dos índios.

A vila de Paranaguá, criada por uma carta régia de 1648, formou com o seu sertão - os
chamados campos de Curitiba, a quase mil metros de altitude - uma só comunidade.
Prevaleceu em Paranaguá o cultivo das terras e, nos campos, a criação de gado. Pouco a
pouco, Curitiba, elevada a vila em 1693, transformou-se no principal núcleo da comunidade
paranaense, e para isso foi fator decisivo a grande estrada do gado que se estabeleceu entre o
Rio Grande do Sul e Sorocaba.

TROPEIRISMO

A descoberta das minas de ouro de Minas Gerais teve como uma de suas consequências a
grande demanda de gado equino e vacum. Por volta de 1720, os paulistas começaram a buscar
o gado do Rio Grande do Sul. Recorreu-se então aos muares xucros da região missioneira do
sul, tocados pela estrada Viamão-Sorocaba, aberta em 1731. Era um caminho que levava o
gado das margens do rio da Prata e da lagoa dos Patos, no Sul, à feira de Sorocaba, em São
Paulo, passando por Curitiba. Com isso, a região de Curitiba ganhou novo impulso e
intensificou-se a ocupação de áreas de campos naturais dos planaltos paranaenses. Ampliava-
se assim a conquista do interior.

Segundo Brasil Pinheiro Machado, a construção dessa estrada foi "acontecimento relevante na
história paranaense". Desligou Curitiba do ciclo litorâneo, distanciando-a socialmente de
Paranaguá e incorporando-a ao sistema histórico das guerras de fronteira, dando-lhe
oportunidade de uma marcha para o sul, para o norte e para oeste, de maneira que Curitiba
passa a significar o caráter de toda a região que será a futura província.

Inaugurava-se assim o ciclo das tropas na história paranaense, que se estendeu até a
década de 1870, quando começou a era do transporte ferroviário. Numerosos habitantes
dedicaram-se ao rendoso negócio de comprar muares no sul, inverná-los em seus campos e
revendê-los nas feiras de Sorocaba. Foi essencialmente com a disseminação das fazendas de
criação e invernagem que se fez a ocupação do território. Com base na propriedade das
pastagens e no trabalho de escravos negros e índios, estabelecem-se as famílias que detêm o
poder regional. Graças às tropas que se estabeleciam ao torno de alguns rios, surgiram
municípios como Lapa, Ponta Grossa e Castro.
EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DO PARANÁ

Por alvará de 19 de fevereiro de 1811, foi criada a comarca de Paranaguá e Curitiba,


pertencente à capitania de São Paulo. A 6 de julho do mesmo ano a câmara municipal de
Paranaguá dirigiu-se ao príncipe regente para pedir a emancipação da comarca e a criação de
nova capitania. Dez anos depois, o movimento denominado Conjura Separatista, liderado por
Floriano Bento Viana, formulou abertamente sua reivindicação separatista, mas ainda sem
obter êxito.

Apesar da atividade política expressa em sucessivas diligências e petições que tinham em


vista a emancipação político-administrativa, e mesmo após a independência, continuaram os
então chamados "parnanguaras" submetidos aos comandantes da tropa local, uma vez que o
governo provincial estava longe e desinteressado daquelas terras. A importância política e
estratégica da região avultava com os anos e evidenciava-se com acontecimentos que
repercutiram no plano nacional, como a Revolução Farroupilha (1835 - 1845) e a Revolução
Liberal de 1842.

Em 29 de maio de 1843, entra em primeira discussão o projeto de lei que elevava a comarca
de Coritiba à categoria de província. Durante os debates, destacaram-se os deputados de
Minas Gerais e São Paulo. Segundo os deputados paulistas, o verdadeiro motivo da criação da
nova província, por desmembramento da Província de São Paulo, seria o de punir esta última
por sua participação na Revolta Liberal de 1842.

Paralelamente, a economia paranaense, a par do comércio de gado, ganhava incremento com a


exportação da erva-mate nativa para os mercados do Prata e do Chile. Eram feitas promessas
de emancipação, enquanto prosseguiam as representações e a luta no Parlamento. Finalmente,
a 28 de agosto de 1853 foi aprovado o projeto de criação da província do Paraná, que teria
como capital provisória (que depois seria confirmada) o município de Curitiba.

A 19 de dezembro do mesmo ano chegou à capital Zacarias de Góis e Vasconcelos, primeiro


presidente da província, que desde logo se empenhou em tomar medidas destinadas a
impulsionar a economia local e conseguir recursos para as ações administrativas que se
faziam necessárias. Procurou encaminhar para outras atividades, mormente de lavoura, parte
da mão-de-obra e dos capitais que se empregavam no preparo e comércio da erva-mate. O
mais lucrativo negócio da província continuava a ser, no entanto, a invernada e a venda de
muares para São Paulo. Essa atividade chegou ao ponto mais alto na década de 1860 e só
entrou em declínio no final do século.

Durante o período provincial, o governo do Paraná não alcançou a necessária continuidade


administrativa, já que a presidência da província, de livre escolha do poder central, teve nada
menos de 55 ocupantes em 36 anos. Os liberais paranaenses organizaram-se sob a liderança
de Jesuíno Marcondes e seu cunhado Manuel Alves de Araújo, pertencentes à família dos
barões de Tibagi e Campos Gerais, na época a mais poderosa oligarquia na região. Os
conservadores eram chefiados por Manuel Antônio Guimarães e Manuel Francisco Correia
Júnior, de famílias que controlavam o comércio do litoral.
CICLOS ECONÔMICOS
O Ciclo do ouro ou da mineração

Como já foi visto, o povoamento do Paraná começou pelo litoral. Isso aconteceu porque era
muito mais fácil chegar por mar as terras que, no futuro, formariam, o estado do Paraná. Além
disso, a partir do século XVII foram descobertas várias minas de ouro e pedras preciosas no
litoral.

A descoberta do ouro e das pedras preciosas atraiu muitas pessoas que estavam atrás de
riqueza fácil e que acabaram por povoar o litoral e o primeiro planalto, fundando cidades
como: Paranaguá, Curitiba, Morretes e Antonina. A busca de ouro e pedras preciosas também
levou à descoberta de novos caminhos entre o litoral e Curitiba. Esses caminhos eram usados
para enviar ouro e pedras preciosas para o governo português.

A carência de gêneros, numa população que se formou subitamente, e que se dedicava


exclusivamente à cara do ouro, criou tremendos problemas de abastecimento, que raiaram
pelo drama da fome. A organização desse abastecimento foi o grande problema enfrentado
pelo governo colonial na primeira parte do século XVIII.

Ciclo da Pecuária (Tropeirismo)

Com o declínio do ciclo do ouro. E aproveitando as ótimas pastagens, o gado que a princípio
era criado solto e só para cobrir as necessidades alimentícias dos povoados, começou a ser
criado em fazendas e a ser comercializado, transformando-se na principal atividade
econômica.

E com isso se inaugurou uma nova fase de atividades econômicas dos habitantes do Paraná e
do sul de São Paulo: o tropeirismo. Consistia o negócio em ir comprar as mulas no Rio
Grande, no Uruguai, na Argentina, conduzi-las em tropas, numa caminhada de três meses pela
estrada de Viamão, inverná-las por alguns meses nos campos do Paraná, e vendê-las na
grande feira anual de Sorocaba, onde vinham comprá-las paulistas, mineiros e fluminenses.

O ciclo das tropas começa em 1731 e se esgota na década de 1870, usando as construções das
estradas de ferro do café, em São Paulo, desvalorizam o muar como meio de transporte. O
comércio do gado fez com que aparecessem os "caminhos de gado", sendo o mais importante
deles a Estada da Mata, que ia de Rio Grande do Sul até a cidade de Sorocaba, no estado de
São Paulo.

O ciclo do gado transformou bastante o nosso Estado, modificando não apenas a economia,
mas também o modo de vida das pessoas, que passaram a ser mais ligadas ao campo do que
aos povoados, as vilas e cidades. A condução do gado de um lugar para o outro fez também
com que surgisse os pousos, locais onde os tropeiros paravam para descansar e se abastecer.

Nesse período surgiram cidades como: Castro, Ponta Gross, Lapa, Palmeira, Jaguaraíva.
Começou nesse ciclo também a agricultura, para alimentar o gado, eles produziam o milho,
depois introduziu-se as plantações de feijão e trigo. O tropeiro desempenhava por conta
própria o trabalho de correio, numa época em que o mesmo era praticamente inexistente no
interior. O tropeiro era o homem que trazia as notícias dos últimos acontecimentos aos
vilarejos por onde passava, era também o portador de bilhetes, recados e o instrumento diário
de muitos negócios.

Ciclo da Erva-Mate

No século XIX, o Paraguai se isola dos outros países, proibindo a exportação de erva-mate
para fora do país. Isto faz a Argentina e o Uruguai substituirem a erva-mate paraguaia pela
brasileira, desenvolvendo o seu cultivo no Paraná e em Santa Catarina, regiões outrora
despovoadas. É o chamado Ciclo da Erva-Mate. Como consequência, o Paraná que constituia
a "Quinta Comarca" da Província de São Paulo dela se emancipa para constituir a Província
do Paraná, no ano de 1853.

A erva-mate, responsável por um dos mais longos e produtivos ciclos econômicos da história
paranaense, teve seu apogeu, no século XIX. O Paraná era a quinta Comarca da Província de
São Paulo, da qual dependia e sofria influência nos negócios internos. Com o início do ciclo
do mate, surgiu uma atividade com técnicas que os paulistas desconheciam, fugindo-lhes das
mãos o controle da florescente indústria.

O mate foi o grande argumento de ordem econômica e o principal responsável pela


Emancipação Política do Paraná, concretizada a 19 de dezembro de 1853.

Impusionado pela economia do mate, que chegou a representar 85 por cento da economia da
nova província, instalaram-se indústrias: em 1853 existiam 90 engenhos de beneficiamento de
mate; surgiram cidades como Guaíra, desbravada e colonizada pela Companhia Matte
Laranjeira S. A., Rio Negro que abrigava uma burguesia ervateira abastada e influente e
tantos outros centros urbanos que evoluíram de portos fluviais como União da Vitória, Porto
Amazonas e São Mateus do Sul. Foi graças a este ciclo, que os transportes tiveram grande
impulso: desenvolveu-se a navegação fluvial no rio Iguaçu; construiu-se a Estrada da
Graciosa e a Ferrovia Curitiba-Paranaguá, concluída em tempo recorde de apenas cinco
anos.A erva mate manteve sua importância até a segunda guerra mundial quando começou a
sofrer concorrência de outras culturas como o café e posteriormente o milho e a soja.

Ciclo da Madeira

Esse ciclo aconteceu ao mesmo tempo em que o da erva-mate. Teve inicio no litoral, com a
exploração do cedro, da peroba e da canela-preta. Com a construção da estrada da Graciosa e
a estrada de ferro Curitiba – Paranaguá, o pinho do Paraná passou a ser exportado para todo o
Brasil e até para o exterior.

O ciclo da madeira trouxe grande desenvolvimento ao nosso Estado através do aumento do


número de estradas, desenvolvimento dos rios Paraná e Iguaçu e do aparecimento de novas
cidades como Palmas, Campo Mourão.

Por outro lado a extração da madeira de forma desordenada também provocou um grande
desmatamento, que modificou a nossa paisagem e alterou o equilíbrio ecológico da região.
O ciclo da madeira resultou no desbravamento do sul do Estado e culminou com a Guerra do
Contestado.

CICLO DO CAFÉ

A cafeicultura paranaense foi uma continuação da “marcha para Oeste” da cafeicultura


paulista. Não tardaria para que paulistas e mineiros voltassem suas atenções para as novas
terras do Norte do Paraná, já na segunda metade do século XIX. Fatores dessa “invasão”:

fase do imperialismo e a formação de uma nova fase do capitalismo, o capitalismo


monopolista, caracterizado pela busca desesperada de lucro e pela disputa por mercados
fornecedores e consumidores;

os empreendimentos agrícolas de exportação nas regiões Sul-Sudeste do Brasil.

ivos do governo do Estado em ocupar terras devolutas de forma permanente e a crise


pela qual passava a cafeicultura brasileira desde 1893, que gerou medidas restritivas em São
Paulo;

Em princípio, o café invade o Norte Pioneiro (Velho), mais precisamente a região de


Wenceslau Braz e Jacarezinho. A partir da segunda metade da década de 1920, expande-se
para a região algodoeira de Assaí, que foi ocupada na segunda metade do século XIX, quando
da implementação da Colônia Militar de Jathay.

Os cafeicultores paulistas e mineiros chegaram à região através do Rio Itararé durante a


segunda metade do século XIX. São destaques desse período: Siqueira Campos (antiga
Colônia Mineira), 1862; Santo Antônio da Platina, 1866; São José da Boa Vista e Wenceslau
Braz, 1867.

Economicamente, o governo do Paraná passou a ter duas preocupações centrais: primeiro, as


questões fiscais, ou seja, a necessidade de se arrecadar impostos, compensando desta forma a
perda de divisas pelo declínio do ciclo ervateiro; a segunda consistia em manter a insipiente
economia cafeeira ligada a São Paulo, uma vez que o Estado era pobre e faltava infra-
estrutura para integrar o Norte Pioneiro do Paraná tradicional e, conseqüentemente, aos portos
de Paranaguá e Antonina. São Paulo já possuía uma razoável estrutura ferroviária, além do
Porto de Santos ser mais eficaz no que se refere à comercialização, pois ali se concentravam
as principais Casas Comissárias.

Os pioneiros paulistas superavam os mineiros no café do Norte Velho, se não em número, em


1capital investido.

Diante da crise de 1929 e da Segunda Guerra Mundial, o Estado de São Paulo engajou-se
mais que qualquer outro Estado no Projeto Nacional de Getúlio Vargas, o qual enfatizava a
industrialização por substituição às importações. Por outro lado, no Norte do Paraná foram
abertas novas regiões pioneiras. A abertura das novas frentes está ligada também à ação das
Companhias Colonizadoras, as quais injetaram um novo dinamismo ao ciclo cafeeiro no
Estado, que atingiu seu apogeu no pós-guerra (1945-1975).

IMIGRAÇÃO

Na segunda metade do século XIX estimulou-se um tipo de colonização orientada para a


criação de uma agricultura que suprisse as necessidades de abastecimento. Providências
conjuntas dos governos imperial e provincial permitiram o estabelecimento de núcleos
coloniais nas proximidades dos centros urbanos, sobretudo no planalto de Curitiba,
constituídos de poloneses que se instalaram principalmente na região norte de Curitiba
formando bairros como Santa Cândida, Tingui e outros da região, alemães, italianos deram
origens a bairros nobres como Santa Felicidade e também a municípios da região
metropolitana como São José dos Pinhais e Colombo que foi a maior colônia italiana do
Paraná no final do século XIX até o século XX e, em grupos menores, suíços, franceses e
ingleses. Esses contingentes de imigrantes imprimiram à fisionomia étnica do Paraná uma
notável variedade e em alguns lugares do Paraná, por exemplo, no município de Castro e
arredores se fala somente o holandês e em algumas outras regiões do estado se fala somente o
alemão, italiano, ucraniano, polonês e até o japonês sem contar as línguas nativas de tribos
indígenas.

O número de escravos diminuiu muito, a partir da metade do século, sobretudo em virtude de


venda ou arrendamento para outras províncias. Um relatório do presidente do Paraná, em
1867, assinalou que o imposto arrecadado sobre escravos que seguiam para São Paulo "era
quase igual ao imposto sobre animais".

A vinda de colonos atendia assim ao problema, agravado pela evasão da mão-de-obra escrava,
da escassez e carestia dos produtos agrícolas. Nas últimas décadas do século XIX, a
construção de estradas de ferro e linhas telegráficas empregou colonos trazidos por sociedades
de imigração. Nesse período e no início do século XX, estabeleceram-se no Paraná mais de
quarenta núcleos coloniais.

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