Você está na página 1de 5

1

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DO SERVIÇO DE INATIVOS E


PENSIONISTAS – CASIPEx/EAD/2014

ASSUNTO: Legislação de inativos militares – UDIII.2

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
- Identificar as leis que tratam de inativos militares (Anexo); e
- Identificar as normas técnicas da DCIPAS que tratam de inativos militares.

INTRODUÇÃO
Os ex-combatentes e os anistiados políticos militares serão tratados na fase Presencial
do curso. Abordaremos, sucintamente, a Transferência para a Reserva Remunerada, a
situação de Prestador de Tarefa por Tempo Certo - PTTC e a Reforma.

DESENVOLVIMENTO
A transferência para a reserva remunerada é um marco na sua existência. Sua
identidade militar não se esvai com o ato, ao contrário, com ele permanece e se propaga
por intermédio dos seus beneficiários. Daí a importância de manter em ordem e em dia
todas as suas alterações 1, pois as mesmas darão respaldo para a análise de várias
demandas e benefícios a serem pleiteados.
Como ponto de partida, listamos a seguinte legislação para que possa ser passada em
revista:
- Decreto-Lei 3.940-41 - Regula a inatividade dos militares do Exército.
- Decreto-Lei 9.698-46 - Estatuto dos Militares.
- Lei 283-48 – Regula a licença especial não gozada.
- Lei 2.370-54 - Regula a inatividade dos militares.
- Lei 4.902-65 - Inatividade dos militares.
- Decreto-Lei 1.029-69 - Estatuto dos Militares.
- Lei 5.774-71 - Estatuto dos Militares.
- Lei 6.880-80 - Estatuto dos Militares (com alterações).
- Medida Provisória 2215-10/01 (Altera a Lei 6880-80).
- Decreto nº 4.307 - de 18 Jul de 2002 – regulamenta a Medida Provisória 2215-10/01.
- Portaria 181-99/Min Ex – Equivalência de Cursos.
- Portaria 197-DGP_09 - Avaliação psicológica - para porte de arma pelos militares
inativos.
- Portaria 348-01/Cmt Ex - Regula a opção pela utilização das Licenças Especiais - LE
adquiridas e não gozadas.
- Portaria 466-01/Cmt Ex - Estabelece critérios para percepção dos Adicionais de
Tempo de Sv e de Permanência.
- Lei 11421-06 - Altera o valor do auxilio-invalidez.

1
Registros da carreira. Nota do professor.
2

Toda a legislação será tratada com maior ou menor profundidade na fase Presencial.
Nesta etapa de EAD manteremos o foco sobre aspectos de relevância para o momento.
Comecemos com a Transferência para a Reserva Remunerada. Ela começa na
DCIPAS e, nesta mesma Diretoria é feita a gestão dos processos de Dispensa do Serviço
Ativo, pois a designação e/ou a prorrogação para o Serviço Ativo (retorno para a ativa)
é de responsabilidade da DCEM e a nomeação, prorrogação e exoneração de
Prestadores de Tarefa por Tempo Certo (PTTC).
Desta feita, a abordagem da Lei nº 6.880, de 09/12/1980 – Estatuto dos Militares, com
prioridade, torna-se imperiosa, tendo por destaque inicial os seus Art. 96, 97 e 98:

“Art. 96. A passagem do militar à situação de inatividade,


mediante transferência para a reserva remunerada, se efetua:
I - a pedido; e
II - "ex-officio".

Art. 97. A transferência para a reserva remunerada, a pedido, será


concedida mediante requerimento, ao militar que contar, no mínimo,
30 (trinta) anos de serviço.

Art. 98. A transferência para a reserva remunerada, "ex-officio",


verificar-se-á sempre
que o militar incidir em um dos seguintes casos2:
I - atingir as seguintes idades-limite:
II - completar o Oficial-General 4 (quatro) anos no último posto.
III - completar os seguintes tempos de serviço como Oficial-General:
a) até o posto de General-de-Exército, 12 (doze) anos;
b) até o posto de General-de-Divisão 8 (oito) anos; e
c) até o posto de General-de-Brigada 4 (quatro) anos;
V - for o oficial abrangido pela quota compulsória;
VII - for o oficial considerado não-habilitado para o acesso em Quadro
de Acesso ou Lista de Escolha;
XII - ultrapassar 2 (dois) anos, contínuos ou não, em licença para
tratar de interesse particular;
XVI - ser diplomado em cargo eletivo.”

As ações definidas no Estatuto dos Militares reverberam na Medida Provisória no 2.215-10,


de 31 Ago 2001, em seu CAPÍTULO II - DOS DIREITOS PECUNIÁRIOS AO
PASSAR PARA A INATIVIDADE, particularmente:

Art. 9º O militar, ao ser transferido para a inatividade


remunerada, além dos direitos previstos nos art. 10 e 11 desta Medida
Provisória, faz jus:
I - à ajuda de custo prevista na alínea "b“, do inciso XI, do art.
3°, desta Medida Provisória; e
II - ao valor relativo ao período integral das férias a que tiver
direito e, ao incompleto, na proporção de um doze avos por mês de
efetivo serviço.
§ 1º No caso do inciso II deste artigo, a fração igual ou superior a
quinze dias é considerada como mês integral.

2
Redação dada pela Lei nº 7.659, de 1988: Nota do professor
3

Art. 10. Os proventos na inatividade remunerada são


constituídos das seguintes parcelas:
I - soldo ou quotas de soldo;
II - adicional militar (Cb e Sd – 13%, ST e Sgt -
16%, Ten – 19%, Cap 22%, Of Sp – 25%, Of Gen – 28%) ;
III - adicional de habilitação (Formação – 12%, Esp
– 16%, Aperf – 20%, Altos Estudos Cat II - 25%, Altos Estudos
Cat I – 30%);
IV - adicional de tempo de serviço, observado o
disposto no art. 30 desta Medida Provisória;
V - adicional de compensação orgânica; e
VI - adicional de permanência3.

A situação do militar inativo na condição de PTTC, estabelecida pela Portaria nº152,


de 22 Abr 2002 (alterada pela Portaria nº875 – Cmt Ex, de 27 Nov 2006), é uma
realidade crescente e muito tem contribuído na área administrativa das Regiões
Militares e, em especial, na gestão dos processos das SSIP. As Instruções Reguladoras
para a Prestação de Tarefa por Tempo Certo – IR 30 15 foram aprovadas pela Portaria
nº68-DGP, de 27 Abr 2005.
O militar inativo, para a prestação de tarefa por tempo certo, deverá satisfazer os
seguintes requisitos:
- não ter sido reformado por incapacidade definitiva para o serviço ativo do Exército;
- completar um ano na reserva remunerada, em caso de transferência para reserva a
pedido; e
- outros, a critério do Comandante do Exército.

A prestação de tarefa por tempo certo terá a duração máxima de 26 meses, podendo
ser prorrogada por períodos sucessivos iguais ou inferiores ao da nomeação, observados
a permanência máxima de cento e quatro meses e o limite de idade previsto (setenta
anos).

O Estatuto dos Militares, em seu Art. 106, aborda os aspectos a serem considerados
para a gestão dos processos de Reforma “ex-officio”. A situação de inatividade do
militar da reserva remunerada, quando reformado por limite de idade, não sofre solução
de continuidade, exceto quanto às condições de mobilização. (Lei nº 6.880, DE
09/12/1980).
A Reforma por Incapacidade Física é considerada quando:
- Incapaz definitivamente para o serviço do Exército (Reformado).
- Inválido: acidente em serviço, doença capitulada e relação de causa e efeito com o
serviço (Proventos de Grau Hierárquico Superior/Melhoria de Reforma).
- Necessita de assistência ou cuidados permanentes de enfermagem ou hospitalização
(Auxílio-Invalidez).

A incapacidade definitiva pode sobrevir em conseqüência de:

3
Portaria nº466, de 13 Set 2001: Nota do professor
4

a. ferimento recebido em campanha ou na manutenção da ordem pública;


b. enfermidade contraída em campanha ou na manutenção da ordem pública, ou
enfermidade cuja causa eficiente decorra de uma dessas situações;
c. acidente em serviço;
d. doença, moléstia ou enfermidade adquirida em tempo de paz, com relação de causa
e efeito a condições inerentes ao serviço;
e. tuberculose ativa, alienação mental, neoplasia maligna, cegueira, lepra, paralisia
irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, mal de Parkinson, pênfigo,
espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave e outras moléstias que a lei indicar com
base nas conclusões da medicina especializada; e
f. acidente ou doença, moléstia ou enfermidade, sem relação de causa e efeito com o
serviço.
O militar da ativa ou da reserva remunerada, julgado incapaz definitivamente por
ferimento recebido em campanha (letra “a”) ou enfermidade contraída em campanha
(letra “b”), será reformado com a remuneração calculada com base no soldo
correspondente ao grau hierárquico imediato ao que possuir ou que possuía na ativa,
respectivamente. (Lei nº 7.580, de 23/12/1986). Da mesma forma é considerado o
cálculo para as situações das letras “c”, “d” e “e” acima se verificada a incapacidade
definitiva e for o militar considerado inválido, isto é, impossibilitado total e
permanentemente para qualquer trabalho (Art. 108 e 110).

O militar da ativa julgado incapaz definitivamente por acidente ou doença, moléstia


ou enfermidade, sem relação de causa e efeito com o serviço será reformado:
I - com remuneração proporcional ao tempo de serviço, se oficial ou praça com
estabilidade assegurada, e
II - com remuneração calculada com base no soldo integral do posto ou
graduação, desde que, com qualquer tempo de serviço, seja considerado inválido, isto é,
impossibilitado total e permanentemente para qualquer trabalho. (Lei nº 6.880, DE
09/12/1980)

CONCLUSÃO

1. É de fundamental importância que os documentos (certidões) do militar e de seus


dependentes estejam, em ordem e em dia, arquivados na SSIP/OP de vinculação do
militar.

2. A Portaria de Transferência para a Reserva Remunerada, a Ficha de Controle e a


Declaração de Beneficiários – DB são documentos essenciais para salvaguardar seus
beneficiários habilitáveis.

3. A legislação existente desde 1941 tem aplicabilidade na condição de direito


adquirido e deve ser considerada. Os diplomas legais de maior uso na atualidade, além
das normas técincas, são:
- Lei 6.880-80 - Estatuto dos Militares (com alterações);
- Medida Provisória 2215-10/01 (Altera a Lei 6880-80); e
- Decreto nº 4.307 - de 18 Jul de 2002 – regulamenta a Medida Provisória 2215-10/01.
5

4. A situação do militar inativo na condição de PTTC é uma realidade crescente e


muito tem contribuído na área administrativa das Regiões Militares e, em especial, na
gestão dos processos das SSIP.

5. O militar inativo permanece em “disponibilidade”, para efeito de mobilização, até a


sua passagem para a reforma.

..........................................................................................................................................

Anexo (LEGISLAÇÃO SOBRE INATIVOS MILITARES) à Aula 2 da UD 3

- Decreto-Lei 3940-41 - Regula a inatividade dos militares do Exército.


- Decreto-Lei 9698-46 - Estatuto dos Militares.
- Lei 283-48 – Regula a licença especial não gozada.
- Lei 2370-54 - Regula a inatividade dos militares.
- Lei 4902-65 - inatividade dos militares.
- Decreto-Lei 1029-69 - Estatuto dos Militares.
- Lei 5774-71 - Estatuto dos Militares.
- Lei 6880-80 - Estatuto dos Militares (com alterações).
- Medida Provisória 2215-10/01 Altera a Lei 6880-80.
- Portaria 181-99/Min Ex – Equivalência de Cursos.
- Portaria 197-DGP_09 - Avaliação psicológica - para porte de arma pelos
militares inativos.
- Portaria 348-01/Cmt Ex - Regula a opção pela utilização das LE adquiridas e não
gozadas.
- Portaria 466-01/Cmt Ex - Estabelece critérios para percepção dos Adicionais de
Tempo de Sv e de Permanência.
- Lei 11421-06 - Altera o valor do auxilio-invalidez.

Você também pode gostar