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Avaliação dos Programas do

FGTS

HABITAÇÃO

Segurança

Lazer

Educação

Saúde

Água

Energia

Infraestrutura

Resultado da Aplicação Nacional


2013
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

VIFUG – VICE-PRESIDÊNCIA DE FUNDOS DE GOVERNO E LOTERIAS


DEFUS – DIRETORIA EXECUTIVA DE FUNDOS DE GOVERNO
SUFUG – SUPERINTENDÊNCIA NACIONAL DO FUNDO DE GARANTIA
GEFOM – GERÊNCIA NACIONAL DO ATIVO FGTS E OPERAÇÕES DE MERCADO

SETOR BANCÁRIO SUL, QUADRA 4, LOTES ¾


CEP 70.092-900 – BRASÍLIA/DF
Fone: (61) 3206-4855

AVALIAÇÃO DOS PROGRAMAS DO FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE


SERVIÇO – FGTS
Resolução CCFGTS 259 de 24 de Abril de 1997

METODOLOGIA DESENVOLVIDA PELA FUNDAÇÃO PARA O INCREMENTO DA PESQUISA


E DO APERFEIÇOAMENTO INDUSTRIAL – FIPAI, VINCULADA À ESCOLA DE ENGENHARIA
DE SÃO CARLOS – EESC/USP.
Introdução

Conforme cronograma estabelecido pela Resolução CCFGTS 636, de 04 de maio


de 2010, em 2013 foi realizada a presente pesquisa que abrangeu os empreendimentos
contratados/concluídos no período de 2009/2010.

A referida pesquisa foi desenvolvida sob a forma reduzida ou simplificada e teve como
foco avaliar os programas Carta de Crédito Associativo – CCA e Carta de Crédito Individual –
CCI, nas modalidades Aquisição de Unidade Habitacional, Construção de Unidade Habitacional
e Cesta de Material de Construção, nos aspectos de Economicidade, Procedimento de Gestão,
Impacto nas Condições de Vida dos Moradores e Atendimento às Necessidades Habitacionais.

A coleta de dados em campo, que visa subsidiar a avaliação dos programas mencionados
anteriormente, foi realizada no período de 18 de julho a 09 de outubro de 2013, em parceria
com a empresa CP2 – Pesquisa e Planejamento Ltda, sediada na cidade de Belo Horizonte -
MG, contratada na forma da lei.

A empresa CP2 utilizou aplicativo específico que possibilitou a inserção dos questionários
em dispositivos eletrônicos, o que facilitou o acompanhamento das entrevistas, o tratamento dos
dados coletados e a localização geográfica dos entrevistadores.

Os trabalhos de pesquisa foram realizados em todo o Brasil, abrangendo 751 municípios


distribuídos em 26 Unidades da Federação, excluindo-se apenas o estado do Amapá, o qual
não foi contemplado na amostra.

A seguir apresentamos o resultado da pesquisa dividido em capítulos, conforme abaixo:

Capítulo I – Conceitos e Condições Gerais dos Programas avaliados

Capítulo II – Coleta de Dados em Campo – Análise de Perfil

Capítulo III – Resultado Analítico da Pesquisa 2013

Anexo I – Metodologia de Avaliação dos Programas do FGTS

Anexo II – Relatórios de Notas por Programa/Modalidade

Anexo III – Glossário


Apresentação

O FGTS é um patrimônio do trabalhador e está cada vez mais presente no cotidiano


dos brasileiros, como agente de transformação e progresso do país, por meio da aplicação de
recursos em programas voltados para a melhoria da qualidade de vida da população.

Dentre esses programas, os financiamentos habitacionais alcançam marcas expressivas


proporcionando além de moradia, infraestrurura adequada e melhores condições de cidadania.

Apresentamos a seguir os conceitos e condições gerais dos programas habitacionais


que foram objetos desta avaliação.

11
1 Programa Carta de Crédito Associativo - CCA

1.1 Objetivo do Programa

Destinar recursos financeiros para a concessão de financiamentos a pessoas físicas


agrupadas em condomínio, sindicatos, cooperativas, associações, COHAB e/ou órgãos
assemelhados ou entidades privadas, voltadas para a produção habitacional, denominadas
entidades organizadoras.

1.2 Modalidades de financiamento

Construção de unidades habitacionais em terreno próprio: objetiva a


execução de obras e serviços que resultem em unidades habitacionais dotadas de padrões
mínimos de habitabilidade, salubridade e segurança, definidos pelas posturas municipais.
Aquisição de terreno e construção de unidades habitacionais: nesta
modalidade o valor do terreno pode ser financiado junto com o valor da construção;
Aquisição de terreno e produção de lotes urbanizados: objetiva a produção de
parcelas legalmente definidas de uma área, em conformidade com as diretrizes de planejamento
urbano municipal ou regional, que disponham de acesso por via pública e, no seu interior, no
mínimo, soluções de abastecimento de água e esgotamento sanitário e, ainda, instalações que
permitam a ligação de energia elétrica. Na apresentação de proposta de produção de lotes
urbanizados, a entidade organizadora do grupo associativo deve demonstrar a viabilidade de 13
execução futura das unidades habitacionais;
Reabilitação urbana: modalidade que objetiva a aquisição de imóveis usados,
conjugada com a execução de obras e serviços voltados à recuperação e ocupação para
fins habitacionais, admitidas ainda obras e serviços necessários à modificação de uso. Serão
adquiridos no âmbito desta modalidade, exclusivamente, imóveis usados que se encontrem
vazios, abandonados ou subutilizados ou ainda em estado de conservação que comprometa
sua habitabilidade, segurança ou salubridade.
Aquisição de material de construção: modalidade que objetiva a aquisição de
material de construção, para fins de construção de unidade habitacional, admitida ainda,
exclusivamente nas áreas rurais, a aquisição para fins de reforma de unidade habitacional.

1.3 Público-Alvo

O enquadramento do beneficiário no programa é feito considerando a renda familiar


mensal bruta do proponente auferida no mês da apuração de sua capacidade de pagamento
ou, no máximo, a do segundo mês anterior ao dessa apuração.

1.4 Requisitos para contratação

Viabilidade técnica de engenharia, jurídica e cadastral;


Apresentação de licenciamento ambiental ou de sua dispensa;
Inexistência de restrição cadastral da entidade organizadora perante o CADIN (Cadastro
Informativo dos créditos não quitados de órgãos e entidades federais);
Situação regular de empreendimentos produzidos pelo proponente ou em execução com
recursos do FGTS;
Inexistência de débito do tomador junto ao FGTS.

1.5 Recomendações

São recomendadas as seguintes providências de preservação ambiental ao executor das


obras:
Minimizar os impactos da obra no meio ambiente;
Aproveitar, passivamente, os recursos naturais do ambiente local;
Realizar a gestão e economia de água e energia na construção;
Promover o uso racional dos materiais de construção;
Arborizar e estimular o plantio de árvores nos terrenos;
Estimular a coleta seletiva de lixo e o reaproveitamento do lixo seco;
Promover discussões e difundir entre seus membros conhecimentos sobre reaproveitamento
de materiais, uso racional dos recursos naturais, medidas alternativas de baixo custo de
aquecimento de água/materiais degradáveis para construção/outros, riscos decorrentes da
não preservação ambiental e demais questões pertinentes.

1.6 Condições operacionais de empréstimo do Agente Operador ao


Agente Financeiro
14
1.6.1 Limite do empréstimo

De acordo com a demanda apresentada pelo agente financeiro, observado o limite de


crédito junto ao Agente Operador e observada a distribuição orçamentária anual e equivalente
à soma dos valores dos financiamentos concedidos aos mutuários finais por empreendimento.

1.6.2 Taxa de juros

Até 6% a.a., definida conforme valor da renda familiar.

1.6.3 Prazos

O prazo de utilização dos recursos do contrato de empréstimo firmado entre o Agente


Operador e o Agente Financeiro é de até 12 meses, contados a partir do mês da assinatura do
contrato, observada a utilização dos recursos dentro do exercício orçamentário, podendo ser
prorrogado pelo Agente Operador.
O prazo de carência é apurado pela média ponderada dos prazos de carência dos
financiamentos aos mutuários vinculados ao contrato de empréstimo firmado entre o Agente
Operador e o Agente Financeiro, contado a partir do mês previsto para o primeiro desembolso.
O prazo de amortização é resultante da média ponderada dos prazos dos financiamentos
concedidos aos mutuários finais, revisado mensalmente com base nas informações prestadas
pelo Agente Financeiro durante o exercício orçamentário.
1.6.4 Prestações

Pagas mensalmente, as prestações são calculadas de acordo com o sistema de


amortização que apresente maior incidência nos financiamentos concedidos pelo Agente
Financeiro aos mutuários finais.

1.7 Condições Operacionais do Financiamento do Agente Financeiro ao


mutuário

1.7.1 Valor do financiamento

O valor do financiamento é definido pelo Agente Financeiro em função da análise da


capacidade de pagamento do mutuário, respeitados os limites de renda familiar bruta e de
valor de venda/avaliação ou investimento, observado, ainda, o percentual de participação
mínima do mutuário no valor de venda ou investimento.

1.7.2 Taxa de juros

Até 8,16% a.a., definida conforme valor da renda familiar.

1.7.3 Prazos

O prazo de Carência é previsto para execução das obras, limitado a 24 meses, contados 15
a partir da data da assinatura do contrato de financiamento, prorrogável pela metade do prazo
original contratado.
O prazo de Amortização é resultante da média ponderada dos prazos dos financiamentos
concedidos aos mutuários finais, limitado a 30 anos.

1.7.4 Prestações

Pagas mensalmente, junto com os demais acessórios que compõem o encargo mensal e
calculadas de acordo com o Sistema de Amortização pactuado entre o Agente Financeiro e o
mutuário final.

Fonte: Manual de Fomento Carta de Crédito FGTS - Pessoa Física


Vigência 02/01/2014
2 Programa Carta de Crédito Individual - CCI
2.1 Objetivo do Programa
Destinar recursos financeiros para a concessão de financiamentos de imóveis residenciais
situados em áreas urbanas ou rurais.

2.2 Modalidades

Aquisição de unidade habitacional nova ou usada: entende-se por unidade


habitacional nova o imóvel com até 180 dias de habite-se ou com prazo superior, desde que
não tenha sido habitado ou alienado e unidade habitacional usada o imóvel com habite-se
expedido e não enquadrado nas duas situações descritas anteriormente;
Construção de unidade habitacional: modalidade de financiamento que objetiva
a execução de obras e serviços que resultem em unidade habitacional dotada de padrões
mínimos de habitabilidade, salubridade e segurança;
Conclusão, ampliação, reforma ou melhoria de unidade habitacional:
modalidade que objetiva a execução de obras e serviços que possibilitem a reforma, ampliação
ou conclusão de unidade habitacional dentro dos padrões mínimos de habitabilidade,
salubridade e segurança;
Aquisição de lote urbanizado: modalidade que objetiva a aquisição de parcela
legalmente definida de uma área, em conformidade com as diretrizes de planejamento urbano
municipal ou regional, que disponha de acesso por via pública e, no seu interior, no mínimo,
17
soluções de abastecimento de água e esgotamento sanitário e, ainda, instalações que permitam
a ligação de energia elétrica;
Aquisição de cesta de material de construção: modalidade que objetiva o
financiamento de material de construção, inclusive com acréscimo dos custos relativos à mão
de obra especializada e assistência técnica, que vise à construção, conclusão, ampliação,
reforma ou melhoria de unidade habitacional.

2.3 Público-Alvo:

O enquadramento do beneficiário no programa é feito considerando a renda familiar


mensal bruta do proponente auferida no mês da apuração de sua capacidade de pagamento
ou, no máximo, a do segundo mês anterior ao dessa apuração.

2.4 Condições operacionais de empréstimo do Agente Operador ao


Agente Financeiro

2.4.1 Limite do empréstimo

O valor de empréstimo do Agente Operador ao Agente Financeiro equivale à soma dos


valores dos financiamentos concedidos aos mutuários finais.
2.4.2 Taxa de juros

Até 6% a.a., definida conforme valor da renda familiar.

2.4.3 Prazos

O prazo de utilização dos recursos do contrato de empréstimo firmado entre o Agente


Operador e o Agente Financeiro é de até 12 meses, contados a partir do mês da assinatura do
contrato, observada a utilização dos recursos dentro do exercício orçamentário, podendo ser
prorrogado pelo Agente Operador.
O prazo de carência é apurado pela média ponderada dos prazos de carência dos
financiamentos aos mutuários vinculados ao contrato de empréstimo firmado entre o Agente
Operador e o Agente Financeiro, contado a partir do mês previsto para o primeiro desembolso.
O prazo de amortização é resultante da média ponderada dos prazos dos financiamentos
concedidos aos mutuários finais, revisado mensalmente com base nas informações prestadas
pelo Agente Financeiro durante o exercício orçamentário.

2.4.4 Prestações

Pagas mensalmente, as prestações são calculadas de acordo com o sistema de


amortização que apresente maior incidência nos financiamentos concedidos pelo Agente
Financeiro.
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2.5 Condições operacionais do financiamento do Agente Financeiro ao


mutuário

2.5.1 Valor do financiamento

O valor do financiamento é definido pelo Agente Financeiro em função da análise da


capacidade de pagamento do mutuário, respeitados os limites de renda familiar bruta e de
valor de venda/avaliação ou investimento, observado, ainda, o percentual de participação
mínima do mutuário no valor de venda ou investimento.

2.5.2 Taxa de juros

Até 8,16% a.a., definida conforme valor da renda familiar.

2.5.3 Prazos

De Carência: é o prazo previsto para execução das obras, limitado a 24 meses, contados
a partir da data da assinatura do contrato de financiamento, prorrogável pela metade do prazo
original contratado.
De Amortização: o prazo de amortização dos financiamentos é de até 30 anos.
2.5.4 Prestações

Pagas mensalmente, junto com os demais acessórios que compõem o encargo mensal e
calculadas de acordo com o Sistema de Amortização pactuado entre o Agente Financeiro e o
mutuário final.

Fonte: Manual de Fomento Carta de Crédito FGTS - Pessoa Física


Vigência 02/01/2014

19
Apresentação

Durante a aplicação da pesquisa de campo e em conformidade com a Metodologia de


Avaliação, descrita no anexo I deste relatório, observaram-se características específicas nos
Programas do FGTS e nos perfis dos entrevistados, as quais destacamos neste capítulo.

As análises apresentadas foram apuradas com base nas respostas disponíveis em banco
de dados, oriundas dos questionários aplicados pela empresa de pesquisa CP2 - Pesquisa e
Planejamento Ltda, sediada na cidade de Belo Horizonte - MG, contratada na forma da lei.

A coleta de dados em campo foi realizada no período de 18 de julho a 09 de outubro


de 2013 e abrangeu 751 municípios distribuídos em 26 Unidades da Federação, excluindo-se
apenas o estado do Amapá, o qual não foi contemplado na amostra.

Neste período foram realizadas 5.113 (cinco mil cento e treze) entrevistas por meio
de visitas a empreendimentos, prefeituras municipais, cooperativas habitacionais, construtoras
responsáveis pela execução das obras e beneficiários finais dos programas do FGTS,
contratados/concluídos entre os anos de 2009 e 2010.

A seguir destacamos algumas informações relativas à distribuição do plano amostral por


região e por programa/modalidade, peculiaridades do tomador de recurso denominado “chefe
de família”, avaliação do entrevistado sobre o imóvel financiado, mudança nas condições de 23
vida, entre outras.
1 Distribuição da amostra por região
Analisando a distribuição dos entrevistados do plano amostral, constata-se no gráfico
abaixo, que houve maior concentração de entrevistas na Região Sudeste, com 47% das
ocorrências, seguido do Nordeste com 22,9%, Sul com 20,8%, Centro-Oeste com 8,7% e,
finalmente, o Norte, com 0,6% da amostra.
A concentração de entrevistas verificadas no Sudeste é justificada pelo maior número de
contratações de empreendimentos que atenderam aos parâmetros da presente pesquisa.

DISTRIBUIÇÃO DA AMOSTRA POR REGIÃO

0,6%
22,9%

24
8,7%

47%
20,8%


Gráfico 1 - Distribuição da amostra por região
2 Distribuição de entrevistas por Programa/
Modalidade
O gráfico abaixo demonstra que houve maior concentração de entrevistas no programa
CCA com 77,83% do Plano Amostral, seguido do CCI, modalidade Construção com 7,43%,
Cesta com 7,39% e Aquisição com 7,35%.

25

Gráfico 2 - Distribuição de entrevistas por Programa/Modalidade


3 Ocupação principal do chefe da família por
Programa/ Modalidade
A ocupação principal do chefe da família apresentou resultado análogo à pesquisa de
2009, onde os trabalhadores de empresas privadas detêm maioria em todos os programas. Em
segundo lugar ficou a categoria “Funcionário Público” que teve destaque nos programas CCA
e CCI - modalidade Aquisição.

26
Gráfico 3 – CCA – Ocupação principal do Chefe de Família

Gráfico 4 – CCI Aquisição – Ocupação principal do Chefe de Família


Gráfico 5– CCI Cesta – Ocupação principal do Chefe de Família

27

Gráfico 6 – CCI Construção – Ocupação principal do Chefe de Família


4 Setor de Ocupação do Chefe de Família
Nos gráficos a seguir apresentamos melhor detalhamento do perfil de ocupação do
trabalhador(a) chefe de família, com a demonstração do setor da economia em que ele(a) atua.
Considerando-se que a ocupação declarada do trabalhador(a) chefe da família está,
em sua maioria, em empresa privada, os quadros abaixo demonstraram que essas empresas
se concentram no setor de serviços.
Observamos, ainda que para o Programa CCI – modalidade Cesta houve destaque para
a declaração “sem trabalho atualmente”.

28

Gráfico 7 – CCA – Setor de ocupação do Chefe de Família

Gráfico 8 – CCI Aquisição – Setor de ocupação do Chefe de Família


Gráfico 9 – CCI Cesta – Setor de ocupação do Chefe de Família

29

Gráfico 10 – CCI Construção – Setor de ocupação do Chefe de Família


5 Renda Familiar
A distribuição dos entrevistados por faixa de renda familiar está demonstrada abaixo
considerando o valor do salário mínimo na época do financiamento/contratação, ou seja,
R$ 678,00 (seiscentos e setenta e oito reais). Podemos observar que em todos os programas
avaliados a faixa de renda de “1,1 a 3 salários mínimos” foi a mais representativa, com
percentuais de 37% no programa CCA e no programa CCI 40% para as modalidades Aquisição
e Construção e 45% para o Cesta.
Em segundo lugar destacou-se a faixa de renda de “3,1 a 5 salários mínimos” que
obteve os percentuais de 30% no programa CCA, 25% no programa CCI – modalidade Cesta
e 33% para Construção. Já para o programa CCI Aquisição, a faixa “Acima de 5,1 salários
mínimos” também obteve quantidade representativa da amostra.

30

Gráfico 11 – CCA – Renda Familiar


Gráfico 12 – CCI Aquisição – Renda Familiar

31

Gráfico 13 – CCI Cesta – Renda Familiar


Gráfico 14 – CCI Construção – Renda Familiar
6 Avaliação do imóvel pelo entrevistado
Conforme declaração dos entrevistados, no tocante à avaliação dos imóveis objeto
de financiamento com recursos do FGTS, os gráficos abaixo demonstram que em todos os
programas a grande maioria declarou estar “satisfeita” com a moradia atual, com percentuais de
86% no programa CCA, 85% no CCI Aquisição, 92% no CCI Cesta e 90% no CCI Construção.

32

Gráfico 15 – CCA –Avaliação da moradia atual

- CCI AQUISIÇÃO -
AVALIAÇÃO DA MORADIA ATUAL

10%
5%

SATISFEITO

NEM SATISFEITO, NEM INSATISFEITO

INSATISFEITO

85%

Gráfico 16 – CCI Aquisição –Avaliação da moradia atual


- CCI CESTA -
AVALIAÇÃO DA MORADIA ATUAL

2% 6%

SATISFEITO

NEM SATISFEITO, NEM INSATISFEITO

INSATISFEITO

92%

Gráfico 17 – CCI Cesta –Avaliação da moradia atual

33

- CCI CONSTRUÇÃO -
AVALIAÇÃO DA MORADIA ATUAL

8%
2%

SATISFEITO

NEM SATISFEITO, NEM INSATISFEITO

INSATISFEITO

90%

Gráfico 18 – CCI Construção – Avaliação da moradia atual


7 Comparação da moradia atual com a anterior
Ainda em relação à moradia do trabalhador, os entrevistados de todos os programas
declararam que, comparativamente, sua moradia atual “melhorou” em relação à anterior. O
percentual para essa observação atingiu 81% dos entrevistados no programa CCA, 83% no
programa CCI Aquisição e 93% nas demais modalidades do programa CCI.

34

Gráfico 19 – CCA – Moradia atual comparada com a anterior

Gráfico 20 – CCI Aquisição – Moradia atual comparada com a anterior


Gráfico 21 – CCI Cesta – Moradia atual comparada com a anterior
35

Gráfico 22 – CCI Construção – Moradia atual comparada com a anterior


8 Origem dos Recursos
Relativamente ao questionamento sobre “conhecimento quanto à origem dos recursos” o
resultado dessa pesquisa seguiu a mesma tendência da pesquisa realizada em 2009, em que
a maioria dos entrevistados, em todos os programas, declarou que os recursos são oriundos da
própria CAIXA e, em segundo lugar, destacou-se a opção “não sabe”.

36
Gráfico 23 – CCA – Conhecimento quanto à origem dos recursos

Gráfico 24 – CCI Aquisição – Conhecimento quanto à origem dos recursos



Gráfico 25 – CCI Cesta – Conhecimento quanto à origem dos recursos

37

Gráfico 26 – CCI Construção – Conhecimento quanto à origem dos recursos


9 Utilização do FGTS
Com relação ao questionamento referente à utilização de FGTS no financiamento, os
gráficos abaixo demonstram que a maioria utilizou esse recurso nos seguintes percentuais: 42%
no programa CCA, 52% no CCI Aquisição e 43% no Construção.
Ressaltamos que, no programa CCI Cesta, apenas 5% utilizaram esse recurso e a maioria
dos entrevistados nesta modalidade não utilizou o recurso porque “não houve necessidade”.
Nesta modalidade é permitida a concessão de financiamento desde que seja para
aplicação no imóvel já financiado e este seja a atual residência do proponente.

38

Gráfico 27 – CCA – Utilização do FGTS no financiamento

Gráfico 28 – CCI Aquisição – Utilização do FGTS no financiamento


Gráfico 29 – CCI Cesta – Utilização do FGTS no financiamento

39

Gráfico 30 – CCI Construção – Utilização do FGTS no financiamento


10 Mudança nas condições de vida
Com relação às mudanças nas condições de vida, comparativamente à moradia anterior,
a pesquisa questionou sobre o acesso ao trabalho, condições de segurança, condições de
saúde, relações familiares e relações com a vizinhança.

10.1 Acesso ao Trabalho

Conforme declaração dos entrevistados e analisando os gráficos abaixo, de todos os


programas, constatamos que a maioria declarou que as condições de acesso ao trabalho
“melhoraram” ou “não houve alteração”.

40

Gráfico 31 – CCA – Condições de acesso ao trabalho

Gráfico 32 – CCI Aquisição – Condições de acesso ao trabalho


Gráfico 33 – CCI Cesta – Condições de acesso ao trabalho

41

Gráfico 34 – CCI Cesta – Condições de acesso ao trabalho


10.2 Condições de Segurança

Analisando os gráficos relativos ao item “condições de segurança” verificamos que no


programa CCA houve destaque para a declaração “melhoraram” e no programa CCI, em
todas as modalidades, a maioria dos entrevistados declarou que “melhoraram” ou “não houve
alteração” em relação à moradia anterior.

42
Gráfico 35 – CCA – Condições de Segurança

Gráfico 36 – CCI Aquisição – Condições de Segurança


Gráfico 37 – CCI Cesta – Condições de Segurança

43

Gráfico 38 – CCI Construção – Condições de Segurança


10.3 Condições de Saúde

Conforme declaração dos entrevistados e analisando os gráficos abaixo, constatamos


que para todos os programas a maioria dos entrevistados declarou que as condições de saúde
“melhoraram” ou “não houve alteração”.

Gráfico 39 – CCA – Condições de Saúde


44

Gráfico 40 – CCI Aquisição – Condições de Saúde


Gráfico 41 – CCI Cesta – Condições de Saúde

45

Gráfico 42 – CCI Construção – Condições de Saúde


10.4 Relações Familiares

Em relação ao item “relações familiares” os gráficos abaixo demonstram que, para


todos os programas avaliados, esta condição melhorou em relação à moradia anterior.

Gráfico 43 – CCA – Relações Familiares


46

Gráfico 44– CCI Aquisição – Relações Familiares


Gráfico 45– CCI Cesta – Relações Familiares

47

Gráfico 46– CCI Construção – Relações Familiares


10.5 Relações de Vizinhança

Conforme declaração dos entrevistados e analisando os gráficos abaixo, constatamos


que, para todos os programas, foi declarado que as condições relativas ao item relações de
vizinhança “melhoraram” ou “não houve alteração”.

48
Gráfico 47– CCA – Relações com a Vizinhança

Gráfico 48– CCI Aquisição – Relações com a Vizinhança


Gráfico 49– CCI Cesta – Relações com a Vizinhança

49

Gráfico 50– CCI Construção – Relações com a Vizinhança


Apresentação

Apresentamos, a seguir, o resultado da pesquisa de avaliação dos Programas do FGTS,


sob a forma reduzida (simplificada), que avalia os programas Carta de Crédito Associativa -
CCA e Carta de Crédito Individual - CCI, nas modalidades aquisição de unidade habitacional,
construção de unidade habitacional e cesta de material de construção, nos aspectos
Economicidade, Procedimento de Gestão, Impacto nas Condições de Vida dos Moradores e
Atendimento às Necessidades Habitacionais.

As análises apresentadas retratam uma síntese do resultado da avaliação realizada no


país, em que são abordadas as notas dos programas “por aspecto”, apuradas em conformidade
com a metodologia de avaliação, descrita no Anexo I deste relatório.

Estes resultados foram obtidos por meio de visitas a empreendimentos, prefeituras


municipais, cooperativas habitacionais, construtoras responsáveis pela execução das obras e
beneficiários finais dos programas do FGTS, contratados/concluídos entre os anos de 2009 e
2010.

Apresentamos, ainda, um paralelo com a pesquisa realizada em 2011 ( empreendimentos


contratados/concluídos entre os anos de 2005 e 2008), de forma que se possa comparar a
evolução/involução dos resultados obtidos nas duas últimas pesquisas realizadas.
53
1 Aspecto Economicidade
O aspecto Economicidade é entendido como a capacidade dos programas em gerar,
mobilizar e gerenciar os recursos aplicados em operações de crédito, garantindo seu retorno
de forma adequada.

Gráfico 51 – Aspecto Economicidade

54
As notas apresentadas no gráfico acima indicam que a gestão dos recursos do FGTS
destinados aos programas de Habitação permanece sendo realizada de forma plenamente
satisfatória, com garantias suficientes e o retorno nos prazos previstos, proporcionando, além
dos ganhos sociais, segurança para o patrimônio do trabalhador.
A seguir apresentamos os gráficos dos indicadores que compõem este aspecto.

Gráfico 52 – Indicador Solvência Financeira


A nota máxima atribuída ao indicador “Solvência Financeira”, para todos os
programas/modalidades avaliados, demonstra que os prazos remanescentes são suficientes
para a liquidação dos contratos e que em caso de inadimplência existem garantias suficientes
para suportar a dívida. Os resultados aferidos ratificam o equilíbrio da carteira de créditos
destinados aos programas habitacionais e as boas práticas de gestão do Agente Operador.

Gráfico 53 – Indicador Recursos Complementares 55

Para a maioria dos programas avaliados, o indicador “Recursos Complementares”


manteve o bom desempenho em relação à avaliação anterior, demonstrando que os programas
possuem boa capacidade de mobilizar recursos próprios dos mutuários além das contrapartidas
mínimas previstas nas normas.
Apenas a modalidade de Cesta de Materiais de Construção, do programa CCI,
apresentou desempenho inferior em relação à avaliação de 2011, tendo sua nota reduzida de
61,07 para 40,00 indicando que para o período avaliado, as contrapartidas apresentadas se
aproximaram do mínimo exigido.
Abaixo demonstramos as notas dos programas avaliados obtidas neste aspecto:

Tabela 1 – Relatório de Notas – Aspecto Economicidade


2 Aspecto Procedimento de Gestão
O aspecto Procedimento de Gestão busca avaliar as principais questões que explicitam
o modelo de gestão adotado pelo programa e trata questões referentes ao atendimento aos
direitos do consumidor e a forma de operação do programa.
Na avaliação deste aspecto procura-se aferir se os propósitos, as estratégias e a
execução do programa estão sendo realizados de acordo com as metas estabelecidas. Trata-
se de verificar a adequação entre meios e fins, com a utilização de critérios de eficácia e
agilidade.

56
Gráfico 54 – Aspecto Procedimento de Gestão

Conforme gráfico acima as variações apresentadas nas notas não indicam mudanças
consideráveis na avaliação deste aspecto em relação à pesquisa anterior, ratificando o bom
desempenho dos programas no que se refere aos procedimentos de gestão, sendo que a
maior variação foi verificada no programa CCI na modalidade de aquisição de unidades
habitacionais que teve a nota reduzida de 82,33 para 68,54.
A seguir apresentamos os gráficos dos indicadores que compõem este aspecto.


Gráfico 55 – Indicador Participação e Gestão do Empreendimento e do Contrato

Gráfico 56 – Indicador Desempenho Operacional

57

Observando os gráficos dos indicadores “participação e gestão do empreendimento e


do contrato” e “desempenho operacional” verificamos que os dois indicadores impactaram na
redução da nota para o programa CCI Aquisição e que para os demais programas não houve
variação significativa.
Na tabela 2 podemos identificar que as variáveis “recebimento de documentação” e
“agilidade no processo de contratação e de obra” causaram maior impacto nas notas do
programa CCI aquisição.
Verificamos ainda que para o programa CCA as notas referentes à participação do
mutuário final, tanto na etapa do projeto como na promoção do empreendimento, permanecem
bem abaixo do esperado, indicando a necessidade de ações que promovam maior participação
e consequente melhoria do desempenho do programa em relação a este indicador.
Abaixo demonstramos as notas dos programas avaliados obtidas neste aspecto:

58

Tabela 2 – Relatório de Notas – Aspecto Procedimento de Gestão


3 Aspecto Impacto nas Condições de Vida dos
Moradores
O aspecto Impacto nas Condições de Vida dos Moradores avalia as principais mudanças
no nível de qualidade de vida da população envolvida no programa. Indica mudanças
qualitativas, buscando-se, para tanto, junto aos mutuários finais, informações relativas às
condições de vida na moradia anterior, as quais são comparadas com as condições após a
mudança para a nova moradia.
Conforme demonstrado no gráfico abaixo, os programas avaliados apresentaram
desempenho semelhante quando comparados à pesquisa de 2011.

59

Gráfico 57 – Aspecto Impacto nas Condições de Vida dos Moradores


Ainda que os programas CCI construção e CCA apresentaram nota 66,58 e 51,87,
respectivamente, pode-se afirmar que estes programas apresentaram bons resultados, uma vez
que conforme análises a seguir, os indicadores de “mudança nas condições de moradia”
e “avaliação dos moradores sobre suas condições de vida” demonstraram desempenho
plenamente satisfatórios.


60 Gráfico 58 – Indicador Mudanças nas Condições de Moradia

O indicador “mudança nas condições de moradia” apresentou desempenho bastante


positivo, com pouquíssima variação em relação à pesquisa anterior, permanecendo todos os
programas avaliados com nota próxima a 80,00.
Observando a tabela 3 percebe-se que as menores notas aferidas estão relacionadas
à variação nas condições de acessibilidade a serviços e equipamentos sociais que avaliam
a mudança no acesso a serviços públicos de transporte, educação, saúde, equipamentos de
esporte e convívio. Estas variáveis compõem o indicador simples “Variação nas Condições de
Acessibilidade a Serviços e Equipamentos Públicos” que contribui com peso 15 na composição
do indicador.
O indicador simples “Segurança no Local da Moradia” que possui peso 10 e, segundo
a metodologia, verifica a existência de postos policiais, delegacias e iluminação pública nas
proximidades da residência também apresentou notas menos expressivas, variando entre
50,00 e 70,00.
A seguir apresentamos as notas deste indicador, para os programas avaliados:

61

Tabela 3 – Relatório de Notas – Aspecto Impacto nas Condições de Vida dos Moradores Indicador 1
No indicador “mudança nas condições de propriedade e da posse”, verificou-se que o
desempenho apresentado foi insuficiente e ainda, para o programa CCA, houve considerável
redução na nota aferida, caindo de 70,46 para 54,77.

Gráfico 59 – Indicador Mudanças nas Condições de Propriedade e da Posse

De acordo com os parâmetros estabelecidos pela metodologia, a nota máxima (100,00)


62 só é alcançada quando a situação atual do mutuário final é “Própria – Quitada” e para
qualquer outra situação averiguada a nota atribuída é 75,00 ou 0,00. Tal fato justifica o baixo
desempenho dos programas com relação a este indicador, uma vez que a amostra é composta
por empreendimentos contratados/concluídos entre 2009 e 2010, sendo que o pouco prazo
decorrido do financiamento indica que a maioria dos contratos se encontra ainda em fase de
amortização.

Gráfico 60 – Indicador Mudanças nos Gastos Mensais com Moradia


As notas apresentadas pelo indicador “mudança nos gastos mensais com moradia”
demonstram baixo desempenho para todos os programas. De acordo com a tabela 4, o
desempenho foi diretamente impactado pela variável “variação no gasto mensal com moradia
versus comprometimento da renda familiar”, que possui peso 70 na composição do indicador
e teve suas notas variando entre 14,00 e 30,00 nos dois períodos avaliados, indicando que os
gastos mensais com moradia comprometem grande parte do orçamento familiar.


Gráfico 61 – Indicador Condições de Sociabilidade, Participação e Organização

Presente apenas no programa CCA, e com peso 15 na composição do aspecto, o


indicador “Condições de Sociabilidade, Participação e Organização” é o que apresentou o 63
pior desempenho em ambos os períodos de avaliação (vide Tabela 4). Engloba os indicadores
simples “vínculos de sociabilidade”, que verifica a existência de atividades sociais como ajuda
entre vizinhos, brincadeiras de rua e jogos, festas e bailes, almoço comunitário, comemorações
religiosas, bazar e atividades culturais, e “ocorrência de processos participativos e ações
educativas”, com variáveis que buscam identificar a existência e participação nas seguintes
formas de organização comunitária: associação de moradores, formação de grupos de
moradores ou similar, grupos de reivindicações (movimento de saúde, creche, pavimentação,
etc), cooperativa de consumo e produção e organização de juventude.

Gráfico 62 – Avaliação do Morador sobre suas Condições de Vida


O indicador “avaliação do morador sobre suas condições de vida” pretende
uma avaliação subjetiva do morador, comparando a sua situação anterior com a atual,
do ponto de vista de relações familiares, relações de vizinhança, condições de saúde,
condições de acesso ao trabalho, condições de segurança e condições de moradia.
Observando o gráfico de notas, percebe-se leve melhoria no desempenho para
o programa CCI e leve redução na nota para o programa CCA caindo de 71,42 para
67,74 (vide Tabela 4).
De acordo com as parametrizações da metodologia, as notas atribuídas são:
• Melhorou = nota 100
• Não houve alteração = nota 50
• Piorou = nota 0

O gráfico a seguir demonstra que, no programa CCA, com exceção da variável


referente às relações familiares, a maioria respondeu que não houve mudança, fato
este que justifica a nota mediana.

64


Gráfico 63 – Avaliação Comparativa do Morador
Abaixo demonstramos as notas dos programas avaliados obtidas neste aspecto:

65

Tabela 4 – Relatório de Notas – Asp. Impacto nas Condições de Vida dos Moradores Indicadores 2, 3, 4 e 5
4 Aspecto Atendimento às Necessidades
Habitacionais
O aspecto Atendimento às Necessidades Habitacionais avalia a capacidade dos
programas em atender ao perfil da demanda constituída pelas famílias com necessidade
de moradia. O objetivo é o de se estabelecer relações entre os resultados alcançados pelo
programa e as diferentes categorias de demanda que podem ser identificadas e agregadas,
muito embora se considere que não é objetivo do FGTS atender o conjunto do déficit, posto que
se trata de um recurso oneroso e que não responde exclusivamente pela política de habitação.

66

Gráfico 64 – Aspecto Atendimento às Necessidades

Com relação a este aspecto, os programas de habitação vêm mantendo um excelente


desempenho, haja vista que as notas permaneceram acima de 90,00 para todos os programas
avaliados.
A seguir apresentamos os gráficos dos indicadores que compõem este aspecto:

Gráfico 65 – Indicador Consecução das Metas Físicas


O gráfico 65 demonstra que o indicador “consecução das metas físicas”, quando
comparado com o período anterior, apresentou redução das notas indicando que a quantidade
de contratações nos anos de 2009 e 2010 ficou abaixo das metas estabelecidas. Para o
programa CCI, nas três modalidades avaliadas, a redução foi mais acentuada saindo da faixa
de 89,00 a 100,00 na avaliação 2011 para 72,00 a 77,00 na avaliação atual.
Conforme informações divulgadas nos relatórios de gestão do FGTS, apesar de não
ter atingido as metas houve considerável crescimento no volume de contratações de unidades
habitacionais, que podemos verificar na tabela 5.

Tabela 5 – Volume de Contratações (Fonte: Relatórios Anuais de Gestão do FGTS)

67

Gráfico 66 – Indicador Atendimento ao Perfil do Déficit

O indicador “atendimento ao perfil do déficit” obteve resultado máximo, indicando que


o direcionamento dos recursos ao público com renda familiar de até 3 salários mínimos e até
5 salários mínimos está de acordo com as diretrizes estabelecidas.
Gráfico 67 – Indicador Permanência das Famílias Atendida

O indicador “permanência das famílias atendidas”, que só é mensurado para o programa


CCA, também permanece com desempenho máximo, indicando que o tempo de permanência
68 das famílias atende plenamente os objetivos pretendidos.

Abaixo demonstramos as notas dos programas avaliados obtidas neste aspecto:

Tabela 6 – Relatório de Notas – Aspecto Atendimento às Necessidades Habitacionais


5 Conclusão
Conforme cronograma estabelecido na Resolução CCFGTS N.º 636/2010, finalizou-se
no mês de dezembro/2013 nova rodada de avaliação dos programas do FGTS, onde foram
contemplados os programas Carta de Crédito Individual nas modalidades de aquisição de
unidade habitacional, construção de unidade habitacional e cesta de material de construção e
programa Carta de Crédito Associativo.
A presente avaliação foi realizada considerando o escopo reduzido onde são avaliados
os aspectos Economicidade, Procedimento de Gestão, Impacto nas Condições de Vida dos
Moradores e Atendimento às Necessidades Habitacionais. Para tanto, além das informações
coletadas nos sistemas e documentos pelo Agente Operador, foram realizadas entrevistas com
os beneficiários finais e tomadores de recursos (pessoa jurídica).

Com relação ao plano amostral e ao perfil dos entrevistados destacamos:

• Justificada pelo maior número de contratações de empreendimentos que


atenderam aos parâmetros da presente pesquisa, a maior concentração de
entrevistas ocorreu na Região Sudeste, com 47% das ocorrências.
• Para todos os programas, a maioria dos entrevistados são empregados de
empresa privada.
• A modalidade de cesta de materiais de construção do programa CCI apresentou
o maior número de entrevistados sem trabalho atualmente.
69
• A maioria dos entrevistados declararam renda familiar até 5 salários mínimos,
sendo 71% para o programa CCA, 68% para o CCI Aquisição, 78% para o
CCI Cesta e 77% para o CCI Construção. Estes números ratificam a tendência
observada nas outras rodadas de avaliação.
• Constatou-se que a grande maioria dos entrevistados declarou estar satisfeita com
os imóveis. Os percentuais de satisfação aferidos chegaram a 86% no programa
CCA e 85% a 92% no programa CCI.

Após a análise das notas, verificou-se pouca variação em comparação à avaliação


anterior, ratificando o bom desempenho dos programas com relação aos 4 (quatro) aspectos
avaliados.
No aspecto economicidade as notas variaram de 94,00 a 99,79, indicando que a gestão
dos recursos do FGTS destinados aos programas de Habitação permanece sendo realizada
de forma plenamente satisfatória, com garantias suficientes e o retorno nos prazos previstos,
proporcionando, além dos ganhos sociais, segurança para o patrimônio do trabalhador.
Para o aspecto Procedimento de Gestão, a maior variação foi verificada no programa
CCI na modalidade de aquisição de unidades habitacionais que teve a nota reduzida de 82,33
para 68,54, sendo as variáveis “recebimento de documentação” e “agilidade no processo de
contratação e de obra” as que mais impactaram negativamente.
O aspecto Impacto nas Condições de Vida dos Moradores manteve praticamente o
mesmo desempenho da avaliação anterior com notas variando de 50,00 a 80,00. Ainda que
os programas CCI construção e CCA apresentaram nota 66,58 e 51,87, respectivamente, pode-
se afirmar que os programas apresentaram bons resultados, com destaque para o indicador
“mudança nas condições de moradia” com notas variando entre 77,78 e 82,83 e o indicador
“avaliação dos moradores sobre suas condições de vida”, cujas notas variaram entre 67,74 e
78,85.
As notas alcançadas no aspecto Atendimento às Necessidades Habitacionais
permaneceram acima de 90,00, demonstrando que todos os programas avaliados mantiveram
o excelente desempenho alcançado nas avaliações anteriores.
Diante dos resultados apresentados verifica-se que a gestão dos recursos do FGTS,
destinados aos programas avaliados vem sendo executada de forma eficiente e eficaz,
mantendo o equilíbrio econômico e financeiro da carteira e ainda, que os programas continuam
proporcionando benefícios significativos à sociedade brasileira, viabilizando o acesso à
moradia própria com infraestrutura adequada.
Por fim, conclui-se que, apesar do bom desempenho apresentado pelos programas no
período avaliado, os resultados deste trabalho podem subsidiar tanto o Conselho Curador do
FGTS como os demais órgãos encarregados da gestão e operação dos recursos do Fundo na
promoção da melhoria contínua e necessária dos programas financiados com estes recursos.

70
1 Apresentação
A Metodologia de Avaliação dos Programas do FGTS foi desenvolvida a partir da
necessidade de o Conselho Curador do FGTS ter instrumento capaz de proporcionar um
acompanhamento do desempenho dos programas lastreados com recursos do Fundo, dos
impactos ocorridos nas condições de vida das famílias beneficiadas e das melhorias nas
cidades onde são aplicados os recursos.
Sua aplicação permite a avaliação dos programas e dos empreendimentos financiados
com recursos do FGTS, sob a ótica de 3 (três) grandes dimensões: Processo, Produto e Impacto.
Dentro de cada uma dessas dimensões são avaliados aspectos cujos resultados espelham
a forma como os processos de financiamentos foram conduzidos, o nível de qualidade dos
produtos contratados e os respectivos impactos por eles causados diretamente aos beneficiados,
às cidades e suas comunidades.
A coleta dos dados que possibilitam a avaliação dos programas ocorre nos processos
de financiamentos, nas prefeituras municipais, imobiliárias locais, junto aos beneficiários finais
dos financiamentos, no empreendimento e no seu respectivo entorno.
Em cada uma dessas fontes de coleta, vários instrumentos (questionários e fichas) são
aplicados por técnicos com o adequado perfil (engenheiros, arquitetos, assistentes sociais –
formados ou estudantes do último ano).
Toda a operacionalização e a aplicação da metodologia vem sendo conduzida pelo
Agente Operador do FGTS (Superintendência Nacional de Fundo de Garantia – SUFUG) que,
para tanto, desenvolveu e vem aprimorando sistema informatizado capaz de realizar a guarda
dos dados, processamento de cálculos e geração de relatórios das avaliações realizadas. 73
Os resultados dessa avaliação possibilitarão o diagnóstico e a promoção de melhorias
nos programas de aplicação, para que os processos fiquem mais ágeis e racionais e os produtos
mais aprimorados, elevando o nível de qualidade de vida das famílias beneficiadas.
Registre-se que a dinâmica de melhoria ocorre não apenas nos programas ou
empreendimentos produzidos com recursos do FGTS, mas também na própria metodologia, que
ao final de cada aplicação pode sofrer um processo de adequação evolutiva, contemplando,
caso necessário, novos programas criados e/ou novos indicadores com finalidades ainda não
abrangidas.
Neste anexo apresentamos, de forma sintética, os principais conceitos, objetivos e
processos relativos à Metodologia de Avaliação dos Programas do FGTS, com o intuito de
facilitar a compreensão e leitura dos seus resultados gerados.
O conteúdo principal concentra-se no resumo dos aspectos sob os quais os programas
são submetidos à avaliação, desmembrando-se os respectivos Indicadores.
A parte final deste anexo contempla o meio pelo qual a avaliação se concretiza, desde
a apresentação dos instrumentos utilizados para a coleta de dados, considerando-se todas as
fontes necessárias, até a explicação dos processos envolvidos para o alcance dos resultados
que a sustentam.
2 Metodologia de Avaliação

2.1 Objetivo Geral

Possibilitar ao Conselho Curador do FGTS, ao Gestor das Aplicações (Ministério das


Cidades) e ao Agente Operador o acompanhamento e a avaliação dos ganhos sociais e do
desempenho dos programas de aplicação do FGTS.

2.2 Objetivos Específicos

1- Mensurar os ganhos sociais alcançados pelas famílias beneficiadas pelos


financiamentos concedidos no âmbito de cada programa.
2- Apontar as eventuais necessidades de alterações/melhorias nos programas de
aplicação em função dos resultados alcançados após cada avaliação.
3- Mensurar as mudanças relativas às condições urbanísticas, à dinâmica imobiliária
e à qualidade ambiental.
4- Avaliar a capacidade do programa em atender ao perfil da demanda constituída
pelas famílias com necessidades de moradias.
5- Incrementar a participação, descentralização e transparência da aplicação dos
recursos do FGTS.
74 6- Viabilizar a melhoria da relação custo/benefício com o intuito de se obter melhor
sustentabilidade econômico-financeira.

2.3 Estrutura orgânica da metodologia

Entende-se por estrutura orgânica da metodologia sua concepção em aspectos ou


indicadores que tratam os programas de forma independente dos empreendimentos, por meio
de informações obtidas dos bancos de dados da CAIXA e da aplicação de questionários em
pesquisa de campo.

2.4 Forma de construção dos aspectos gerais

A construção dos aspectos gerais foi estabelecida a partir de uma cadeia de indicadores
formados pelas variáveis obtidas das respostas dos instrumentos de coleta dos dados aplicados
para os empreendimentos da amostra, conforme estrutura a seguir:
A avaliação de cada um dos aspectos gerais, é o resultado das notas ponderadas
75
obtidas pelos indicadores que compõem o respectivo aspecto conforme quadro abaixo, e que
orientam a definição final dos indicadores bem como os critérios de parametrização que guiam
sua construção e, consequentemente, suas notas.
Aspectos Gerais Valores
Sustentabilidade econômico-financeira; Eficiência; Melhoria da
Economicidade
relação custo/benefício.
Agilidade; Eficácia, Satisfação do usuário; Participação;
Procedimento de Gestão
Descentralização; Transparência.
Qualidade; Conforto; Racionalidade; Sustentabilidade;
Produto
Satisfação do usuário.
Impacto nas condições de vida dos Melhoria na qualidade de vida, respeito aos direitos sociais e à
moradores cidadania e a participação.

Integração e compatibilidade com diretrizes urbanas;


Impacto na cidade e no meio ambiente
Sustentabilidade; Melhoria do entorno.

Atendimento às necessidades Habitacionais Abrangência; Distributivismo; Eficácia; Desempenho.

Além desta avaliação geral por aspecto, indispensável para permitir uma leitura
mais global e clara de cada programa, a metodologia permite conhecer todas as notas dos
indicadores, além dos indicadores simples e, até mesmo, das variáveis que geraram a nota
final.
As notas possibilitam construir tanto séries históricas por aspectos e indicadores, como
também observar questões mais específicas de cada programa, o que transforma a metodologia
num instrumento de gerenciamento para identificar problemas e soluções.

76 3 Critérios para ponderação e parametrização


da avaliação
O estabelecimento de ponderação para definir as notas dos indicadores e aspectos é
central na metodologia e envolve questões de caráter técnico e de caráter subjetivo, vinculadas a
valores que resultam de uma leitura apurada dos objetivos e diretrizes dos próprios programas,
de modo a indicar a importância de cada indicador na avaliação.
Esta questão assume contornos ainda mais complexos diante da necessidade de se
estabelecer critérios e parâmetros nacionais comparáveis, num país de dimensões continentais
e de evidentes diversidades.
Diante deste cenário, a metodologia desenvolvida definiu a utilização dos seguintes
critérios de parametrização:
- critérios estabelecidos pelos próprios programas;
- critérios definidos “tecnicamente”, como as normas estabelecidas por associações
técnicas (como a ABNT), os padrões internacionais criados por entidades como a Organização
Mundial da Saúde, normas criadas pela legislação;
- critérios comparativos, como por exemplo, os estabelecidos na relação com outros países
e os definidos na relação custo/beneficio vis-à-vis com outras possibilidades de investimento
correlato;
- critérios empíricos ou estatísticos, como os endógenos ou os estabelecidos por padrões
estatísticos, correlações etc.
- critérios subjetivos definidos pela opinião dos moradores, técnicos ou mesmo pelo bom
senso.
4 Aspectos e indicadores a serem avaliados,
conceituação e valores
Partindo das dimensões de avaliação estabelecidas inicialmente (processo, produto
e impacto), foram estabelecidos os seis aspectos a serem avaliados em cada programa/
modalidade. Estes aspectos permitem a máxima agregação de indicadores, recebendo uma
nota própria que permite identificar a situação do programa em relação a cada um deles.
Isto permite, se a avaliação for executada a cada dois anos, como se propõe, a elaboração
de séries históricas de avaliação de cada um destes aspectos, verificando em que medida
as iniciativas tomadas pelos órgãos responsáveis pela formulação e implementação destes
programas estão gerando os efeitos previstos.

Os aspectos e indicadores, bem como a estrutura e ponderação ora apresentados podem


variar, dependendo do programa/modalidade avaliado.

A definição de cada um destes aspectos, assim como dos indicadores que os compõe
serão apresentados a seguir.

77
ASPECTO 1
ECONOMICIDADE

O aspecto Economicidade é entendido como a capacidade dos programas em gerar,


mobilizar e gerenciar os recursos aplicados em operações de crédito garantindo seu retorno
de forma adequada. Os valores que orientam a avaliação deste aspecto são: sustentabilidade
econômico-financeira, capacidade de agregação de recursos, efetividade dos recursos
investidos e distributivismo.
Este aspecto é composto pelos seguintes indicadores: solvência financeira, recursos
complementares e efetividade dos recursos investidos.

Indicadores e ponderações do aspecto economicidade

PESOS INDICADOR INDICADOR SIMPLES PESOS

Fator de solvabilidade 30

Fator de segurança dos créditos 50


90 1. SOLVÊNCIA FINANCEIRA
Fator de garantia 20

Subtotal 100
78
* 100
10 2. RECURSOS COMPLEMENTARES
Subtotal 100

Valor médio por m2 equivalente e construído 100


3. EFETIVIDADE DOS RECURSOS
100
INVESTIDOS Avaliação do produto 100

100** Subtotal 100***

* O indicador recursos complementares é construído diretamente por 3 variáveis simples (BD0201 - Listagem dos valores dos investimentos;
BD0102 – Listagem dos valores contratados; BD0308 – Listagem dos empreendimentos – amostra)
** Este valor (100) é resultado da raiz quadrada da soma dos dois primeiros indicadores, multiplicada pelo terceiro.
*** Este subtotal é fruto da raiz quadrada do produto das notas dos 2 indicadores simples.

O indicador Solvência Financeira busca verificar a real capacidade de liquidez na


administração econômica dos contratos firmados com os mutuários, poder público, pessoa
física ou jurídica, sendo composto por três indicadores simples:
- Fator de Solvabilidade que verifica a capacidade de solvência econômica do
financiamento através do sistema de amortização adotado, analisando eventuais impactos
negativos na liquidação da operação;
- Fator de Segurança dos Créditos, elaborado tendo como referência o conceito
definido na Resolução do Banco Central, número 2.682 de 21 de dezembro de 1999, onde
se propugna a provisão contábil do impacto da inadimplência financeira contra o patrimônio,
seguindo uma escala de fatores contendo intervalos cronológicos de atrasos e respectivos valores
financeiros. Este indicador simples permite uma leitura indireta da inadimplência financeira do
programa, pois considera os valores das dívidas vincendas e vencidas de cada contrato da
amostra;
- Fator de Garantia que é a fonte secundária de reembolso da dívida, condição para
a concessão do crédito, podendo constituir-se no fator-chave no procedimento de cobrança
da dívida. Para os casos em que a garantia está relacionada ao valor do imóvel, definiu-
se que o seu valor deve ser atualizado na época da avaliação, tendo em vista a sujeição
do bem às alterações decorrentes de diversos fatores tais como: de ordem macroeconômica,
comportamento do mercado imobiliário e o estado específico de conservação de cada imóvel.

O indicador Recursos Complementares trata da capacidade de agregar recursos


imobilizados e viabilizados a partir do financiamento do programa. Baseia-se no princípio de
que a possibilidade de agregar recursos das mais diversas fontes é elemento fundamental, pois
otimiza o investimento, questão que se destaca face à escassez de recursos disponíveis para
investimentos em programas de habitação e saneamento. Foi utilizado como critério principal
na parametrização do indicador a eficiência em conseguir maiores contrapartidas além da
mínima estabelecida na resolução.

O indicador Efetividade dos Recursos Investidos é o único indicador que se utiliza


da avaliação de um outro aspecto como indicador simples ou seja é composto pelo aspecto
Produto e pelo indicador simples valor médio por família atendida. Este indicador busca aferir
a relação entre o valor médio de investimento por família atendida e a avaliação dos produtos
gerados. O valor médio de investimento é endógeno, construído a partir dos empreendimentos
da amostra selecionados.
Esta análise compara benefícios e custos de um projeto, condiciona a sua aceitação ao 79
fato dos benefícios superarem os custos e incorpora o fato de que os benefícios dos programas
sociais não se expressam necessariamente em moeda, colocando a comparação entre custos,
a relação custos/benefícios, e os produtos e impactos resultantes.
Considerando a escassez de recursos disponíveis e a dimensão das demandas
existentes, optou-se por valorizar o princípio de racionalização e otimização de recursos, ou
seja, valorizar a busca de redução nos custos praticados, mantendo como valor neste indicador
a distribuição dos recursos relacionados com a qualidade do produto construído ou obtido.
ASPECTO 2
PROCEDIMENTO DE GESTÃO
Na avaliação do aspecto Procedimento de gestão procura-se aferir se os propósitos,
as estratégias e a execução do programa estão sendo realizados de acordo com as metas
estabelecidas. Trata-se de verificar a adequação entre meios e fins, com a utilização de critérios
de eficácia e agilidade.
Avaliar a gestão de um programa, no âmbito de uma política pública, implica em deter-se
em uma dimensão específica da montagem da política avaliada, ou seja, implica em focalizar
“o processo”, como o definiu Figueiredo e Figueiredo (Figueiredo, Argelina e Figueiredo,
Marcus – Avaliação política e avaliação de políticas: um quadro de referência teórico, IDESP,
1986). Para estes autores avaliar o processo é aferir se os propósitos, estratégias e execução
do programa estão sendo realizados segundo os propósitos pré-definidos.
Os indicadores que compõem este aspecto são desempenho operacional e participação
e gestão do empreendimento e contrato.

Indicadores e ponderações do aspecto Procedimento de Gestão

PESOS INDICADORES INDICADORES SIMPLES PESOS

80
Participação na etapa do projeto 50

4. PARTICIPAÇÃO E GESTÃO Participação na promoção do empreendimento 20


30 DO EMPREENDIMENTO E DO
CONTRATO Exercício do direito do consumidor 30

Subtotal 100

Consecução das metas 50

70 5. DESEMPENHO OPERACIONAL Agilidade no processo de contratação e de obra 20

Avaliação da tramitação pelo tomador de recurso 30

100 Subtotal 100

Na análise do desempenho operacional, foi empregado o conceito de eficácia funcional,


em que se verifica a adequação dos meios aos fins previstos. Os critérios dos parâmetros
adotados foram endógenos, isto é, levando-se em conta a situação presente nestes programas,
embora tenha sido levantada a importância de estudos comparativos para a definição de
parâmetros mais precisos. Foram utilizados valores como a agilidade na tramitação, cumprimento
de prazos e tempos das obras. Deste modo procurou-se avaliar os resultados quantitativos e
financeiros e a capacidade dos programas em atender o universo dos proponentes.
Além destes valores foram incorporados neste aspecto critérios qualitativos, expressos
no indicador participação e gestão do empreendimento e contrato, que verifica a satisfação
do usuário e sua participação no processo de gestão, sendo que esta deve ser considerada
apenas nos programas em que fizer parte dos seus objetivos. Os direitos do consumidor, valor
de extrema relevância na atualidade, também foram incluídos na avaliação dos modelos de
gestão dos programas e compõem este indicador.
A incorporação de critérios valorativos, como satisfação do usuário, sua participação
da gestão e os direitos do consumidor na avaliação dos procedimentos de gestão, introduz
uma dimensão qualitativa e abre um viés analítico para se questionar os fins estabelecidos, sem
se limitar à verificação da adequação dos meios a eles.
A partir dessa conceituação, definiu-se os indicadores que medem se a estrutura montada
pelo programa é eficaz, se é capaz de gerar resultados pretendidos e como o faz, isto é, qual
o modelo adotado para se chegar aos objetivos, procurando-se responder a duas questões:
se o programa é capaz de gerar resultados compatíveis com a disponibilidade do FGTS para
contratações e qual o modelo adotado para isso: centralizador ou participativo, democrático
ou ditatorial, impõe regras ou valoriza a relação com o usuário/cliente.
Para responder a essas duas questões, foram montados os indicadores desempenho
operacional e participação e gestão do empreendimento e exercício do direito do consumidor
que valem para todos os programas.

O indicador desempenho operacional avalia a capacidade da instituição para


responder, de forma ágil e eficaz, às necessidades dos usuários. Considera-se que, desta
forma, o potencial de utilização dos recursos é maximizado, e que, além disso, minimiza-se o
dispêndio de energia necessária para que os pretendentes ao financiamento possam alcançar
seus objetivos. Este indicador é formado por três indicadores simples:
- consecução das metas orçamentárias, que estabelece uma relação entre 81
realização e metas. Este é um indicador muito utilizado para medir o desempenho de programas
devido à objetividade com que capta a adequação de um processo, isto é: os resultados se
distanciarão ou se aproximarão das metas almejadas caso os objetivos e o desempenho do
programa estejam bem definidos e o aparato processual seja adequado. Nesta proposta, o
indicador relaciona o total dos valores contratados no programa com as metas orçamentárias
estabelecidas pelo Conselho Curador do FGTS;
- agilidade do programa, que avalia os tempos globais de duração das etapas
de contratação e de obra. Do ponto de vista gerencial e de quem deve decidir a aplicação
dos recursos, essa informação torna-se importante na medida em que permite uma avaliação
do quanto demora para transformar “recursos em obras acabadas”, recursos em resultados.
Assim entendida, a agilidade ganha um sentido amplo, ou seja, procura-se verificar quanto
tempo é necessário para que todos os agentes – a entidade organizadora, o agente operador,
a empresa construtora – concretizem o programa. Entendida dessa maneira e associada à
consecução das metas torna-se uma medida de desempenho do programa;
- avaliação do tomador de recursos em relação ao processo de tramitação
traz um outro foco para o desempenho operacional do programa. Apoia-se na opinião de
quem fez “o processo” de quem percorreu as etapas de tramitação e não em dados resultantes
destes procedimentos. Busca-se com este indicador associar aos resultados e à agilidade em
consegui-los, uma componente qualitativa, através das informações do técnico responsável
pela tramitação do setor que contratou o financiamento. Este avaliará aspectos referentes à
satisfação e agilidade do processo, complexidade para obtenção dos documentos, facilidade
de acesso às informações para permitir a contratação e correspondência entre normas e
exigências efetuadas. Com este indicador, além da eficácia e da agilidade, assume-se como
valor a satisfação do usuário.

O indicador participação, gestão do empreendimento e exercício do direito


do consumidor busca observar os principais elementos que identificam o modelo de gestão
adotado para os diferentes programas. Não há um único modelo de gestão na medida em
que existem várias linhas de ação (programas) com o objetivo de atingir diferentes públicos e
abarcar uma ampla parcela da demanda por habitações. Os indicadores simples que compõem
este indicador são:
- participação na etapa de projeto;
- participação na promoção do empreendimento;
- existência de trabalho social;
- exercício do direito do consumidor.
Como se vê, este indicador contempla a questão da participação, seja na concepção
do projeto como na gestão do empreendimento e a dinâmica das relações compactuadas
entre agente financeiro e usuário que garantem seus direitos enquanto consumidor. Com essas
questões abrangem-se três momentos distintos de uma política habitacional no que se refere
às relações entre beneficiário e agente promotor: o antes, através de questões relacionadas
à definição do projeto, quem participou e quem decidiu o que; o durante, sobre como se deu
a fase de tramitação (com acompanhamento ou sem) e de obras (com trabalho ou não, com
acompanhamento ou não) e, por fim, o após contrato, quando o beneficiário transforma-se em
mutuário e cliente.
82 Apesar das várias conotações que a questão da participação tem tido desde os anos
sestenta, neste caso, no âmbito da avaliação de gestão, participação refere-se à possibilidade de
controle e acompanhamento de todo o processo por parte do futuro morador e de interferência
na definição das principais características de sua unidade habitacional.
Porém, nos programas onde a participação não faz parte dos objetivos, essa questão
não será avaliada por mais que este conceito goze hoje de um certo consenso quanto a sua
importância. Inclui-se neste caso, por exemplo, os programas Carta de Crédito Individual, cujo
objetivo é abrir uma linha de crédito para aquisição de um imóvel produzido pelo mercado ou
então adquirir uma cesta de materiais de construção a ser utilizada pelo próprio morador. O
mesmo se coloca em relação à avaliação do trabalho social que somente é requerido no Pró-
Moradia.
Por fim, a avaliação do exercício do direito do consumidor coloca, para cada programa,
a necessidade de regras claras, de compromissos que devem ser respondidos por ambas
as partes, de respeito pelo usuário. Essa postura implica em um novo comportamento por
parte dos promotores dos empreendimentos e dos gestores dos programas: implica em garantir
informações corretas, em transparência nas relações com o usuário, na capacidade de propor
alternativas e na responsabilidade quanto à produção de um bem de qualidade.
ASPECTO 3
PRODUTO
O produto é o resultado concreto e visível dos programas habitacionais, que necessita
ser avaliado a partir de alguns valores que excedam a sua simples construção. Neste sentido,
os indicadores que compõem a avaliação do Produto – habitabilidade (urbana e da unidade
habitacional), espacialidade e construtibilidade, além da satisfação do usuário – agregam as
dimensões valorativas da qualidade do projeto e da obra, em termos arquitetônico-urbanísticos,
do conforto da moradia, da sustentabilidade das soluções técnicas, da racionalidade construtiva
que o produto manifesta, e de sua inserção urbana e ambiental.

Indicadores e ponderações do aspecto Produto

PESOS INDICADORES INDICADORES SIMPLES PESOS


Acessibilidade e oferta de infraestrutura e serviços
65
urbanos
Acessibilidade ao comércio e aos serviços 15

Acessibilidade arquitetônica 10
20 7. HABITABILIDADE URBANA Padrão do Empreendimento 10

Patologias e problemas Projetuais/Construtivos *

Implantação urbana *

Subtotal 100 83
Conforto ergométrico 35

Conforto ambiental da moradia 35


8. HABITABILIDADE DA UNIDADE
25 Salubridade 15
HABITACIONAL (UH)
Acessibilidade intraedifício 15

Subtotal 100

Racionalização do produto 15

Patologias 70
25 9. CONSTRUTIBILIDADE
Padrão da construção 15
Subtotal 100

Diversidade tipológica 50

5 10. ESPACIALIDADE Otimização das áreas 50

Subtotal 100

Do conforto da UH 20

Do tamanho da UH 20
11. AVALIAÇÃO DA MORADIA PELO
25 Da construção 20
USUÁRIO
Quanto a localização 20

Dos serviços urbanos / equipamentos sociais 20

100 Total Subtotal 100

* O valor aferido neste indicador produz um fator multiplicador que deve ser aplicado sobre o valor total obtido pela soma dos indicadores
anteriores. Assim, por exemplo: o bom desempenho de um só indicador ou de um grupo de indicadores pode ser relativizado caso o
desempenho do indicador multiplicador seja baixo.
O indicador habitabilidade da unidade habitacional diz respeito ao conjunto de
aspectos que interferem na qualidade de vida e comodidade dos moradores, bem como na
satisfação de suas necessidades físicas, psicológicas e sociais. Os conceitos mobilizados foram
os de conforto ergonométrico (adequação dos ambientes e equipamentos) do conforto ambiental
luminoso (nível de iluminância e fator de luz diurna), conforto ambiental térmico (transmitância
térmica, atraso térmico e fator de calor solar), conforto ambiental acústico (nível de isolamento
sonoro), segurança do usuário (estrutural, e quanto a incêndios, acidentes atmosféricos e
acessibilidade) e salubridade, aqui se incluindo estanqueidade (a gases e líquidos), higiene e
condições atmosféricas. Em relação aos conceitos de conforto ambiental, deverão ser cruzados
os dados objetivos levantados com a percepção do usuário.
Os indicadores simples que compõem a habitabilidade da unidade são:
- conforto ergonométrico;
- conforto ambiental;
- salubridade;
- acessibilidade intraedifício.

O indicador habitabilidade urbana, parte do pressuposto que moradia é entendida


em seu sentido amplo, conjugando-se ao direito à cidade. Esta avaliação deve verificar em que
medida a habitação responde a esta preocupação, de estar inserida na malha urbana, a partir
de sua relação com a rede de infraestrutura e a possibilidade de acesso aos equipamentos
públicos. Soma-se a isso o estudo da implantação urbana dos empreendimentos através da
análise da acessibilidade física, das barreiras arquitetônicas e das patologias e problemas
84 construtivos que podem se manifestar no conjunto do empreendimento. Para responder a estes
objetivos, os indicadores simples que compõem habitabilidade urbana são:
- acessibilidade e oferta de infraestrutura;
- acessibilidade ao comércio e aos serviços sociais;
- acessibilidade arquitetônica;
- padrão do Empreendimento;
- patologias e problemas projetuais e construtivos;
- implantação urbana.

Quanto à espacialidade, em que são analisados os aspectos que determinam a


configuração físico-espacial de um edifício ou assentamento habitacional, da infraestrutura e dos
equipamentos e mobiliário urbanos, os conceitos empregados foram: implantação do edifício,
diversidade tipológica, acessibilidade arquitetônica (ao edifício e do edifício), ergonometria
e atendimento à legislação vigente. Neste item, os aspectos estéticos, que deveriam aqui ser
considerados, revelaram-se de difícil apreensão nos levantamentos de campo realizados a título
experimental, e, portanto, também difíceis de serem considerados de modo mais aprofundado
na metodologia de avaliação, tendo-se em vista que se trata de fatores marcados por forte
subjetividade (gosto e preferências pessoais e culturais, padrões da moda, etc.). Assim, os
indicadores simples que compõem o indicador espacialidade são apenas:
- diversidade tipológica;
- otimização das áreas.
O indicador construtibilidade refere-se ao conjunto dos aspectos construtivos de um
edifício ou assentamento habitacional, da infraestrutura, equipamentos e mobiliário urbanos que
garantem sua viabilidade, dos pontos de vista tecnológico, ambiental e econômico-financeiro.
Refere-se tanto às qualidades técnico-construtivas do edifício ou assentamento habitacional,
quanto à consideração neles de práticas sócio-culturais locais ou regionais.
Os conceitos aqui empregados foram: tipologias construtivas, em que se verifica o
tipo de sistema construtivo adotado, isto é, seu estágio tecnológico (artesanal, tradicional,
racionalizado, pré-fabricado e industrializado), para cada subsistema construtivo (fundação,
estrutura, vedações, cobertura, instalações hidráulicas, sanitárias e elétricas); racionalização
do produto, que inclui modulação, padronização, normatização e flexibilidade; o conceito de
durabilidade, abrangendo estado de conservação e vida útil dos subsistemas; o conceito de
respeito às práticas sócio-culturais locais ou regionais, em que são avaliados a disponibilidade
de materiais locais, a utilização de materiais regionais, as peculiaridades da mão-de-obra
e o grau de dependência tecnológica; o conceito de eficiência técnico-econômica,
dado pela relação entre o custo de construção da unidade e o valor do financiamento, e pela
produtividade, isto é, o número de unidades por valor de financiamento.
Os indicadores simples que compõem este indicador são;
- racionalidade do produto;
- patologias;
- padrão da construção.

O Indicador avaliação da moradia pelo usuário permite um contraponto à avaliação


técnica, que predomina nos demais indicadores. Sabe-se que a avaliação do usuário apresenta 85
um alto grau de subjetividade e se altera ao longo do tempo, a depender de fatores muitas
vezes totalmente independentes do objeto avaliado. Apesar disto, é de grande importância
considerar a opinião dos moradores e, sendo um indicador, permite tanto uma leitura isolada
como agregada com os demais indicadores técnicos, gerando a nota global de Produto. A
opinião dos usuários é resultante da composição de vários indicadores simples, que aferem a
avaliação dos seguintes elementos:
- conforto da unidade habitacional;
- tamanho da unidade habitacional;
- construção;
- localização;
- serviços urbanos e equipamentos sociais.
ASPECTO 4
IMPACTO NAS CONDIÇÕES DE VIDA DOS
MORADORES
A avaliação no campo social objetiva apreender os múltiplos efeitos e a produção de
impactos imediatos e mediatos na vida dos cidadãos. O objetivo é o de aferir mudanças na
qualidade de vida da população envolvida em determinado programa ou ação pública.
Condições de vida da população é uma expressão ampla que abarca todos os aspectos
da vida social de um grupo, em um determinado contexto histórico, político, econômico e
cultural. O conceito está intimamente ligado, por um lado, a uma visão de qualidade de vida, e
de outro, à identificação de necessidades sociais e indicadores de pobreza. Tem sido utilizado
em pesquisas e estudos enquanto uma categoria genérica que deve ser qualificada de acordo
com o objeto e objetivo do trabalho a ser realizado. Significa que é fundamental definir um
determinado recorte de acordo com o estabelecido no projeto de avaliação.
Nesta metodologia, impacto nas condições de vida dos moradores é entendido como
as mudanças geradas pelos programas nas condições de vida dos beneficiários, tanto no
que se refere à situação posterior à implantação do empreendimento, como na comparação
com a situação anterior. Envolve indicadores de mudança nas condições de moradia, na
obtenção da propriedade e estabilização da posse, nos gastos com moradia e nas condições
de sociabilidade, participação e organização do grupo social beneficiado pelos programas de
86 aplicação dos recursos do FGTS.

Indicadores e ponderações do aspecto Impacto nas condições de vida dos


moradores

PESO INDICADORES INDICADORES SIMPLES PESO


Variação nas condições da unidade
25
habitacional
Variação nas condições de infraestrutura 25

Variação nas condições de risco da moradia 15

12. MUDANÇAS NAS CONDIÇÕES DE Variação das condições de acessibilidade a


25 15
MORADIA serviços e equipamentos sociais
Variação nas condições de acesso ao
10
trabalho
Condições de segurança no local de moradia 10

Subtotal 100
Variação nas condições de propriedade e
13. MUDANÇAS NAS CONDIÇÕES DA 100
20 da posse
PROPRIEDADE E DA POSSE
Subtotal 100

14. MUDANÇAS NOS GASTOS Variação no gasto mensal com moradia 100
25
MENSAIS COM MORADIA Subtotal 100
Vínculos de sociabilidade 20
15. CONDIÇÕES DE SOCIABILIDADE, Ocorrência de processos participativos e
15 80
PARTICIPAÇÃO E ORGANIZAÇÃO organização local
Subtotal 100
16. AVALIAÇÃO DO MORADOR SOBRE Avaliação comparativa do morador sobre
15 100
SUAS CONDIÇÕES DE VIDA suas condições de vida
100 Subtotal 100
Os valores que servem de referência para a avaliação deste aspecto são a melhoria na
qualidade de vida, o respeito aos direitos sociais e à cidadania e a participação.
O foco destes valores, que norteia a construção da maior parte dos indicadores de
impacto nas condições de vida da população, é a melhoria na qualidade de vida, entendida
enquanto um conjunto de aspectos que indicam mudanças qualitativas no cotidiano de vida
da população, dentro de um determinado contexto histórico, político, econômico e cultural.
Assim, é de fundamental importância a obtenção de dados sobre a situação anterior ao
empreendimento, ou seja, ter a informação de quais eram as condições de vida antes da
implantação dos programas, para que se possa comparar e aferir os impactos.
O conceito de qualidade de vida envolve dois elementos: a qualidade propriamente
dita das condições de vida do homem e do meio ambiente e a democratização dos acessos
ao usufruto dos serviços sociais produzidos pela sociedade. Significa a possibilidade do
desenvolvimento de um ambiente saudável, participativo e ecologicamente sustentável e de
construção da cidadania enquanto extensão e consolidação de direitos sociais.
Neste sentido, considera-se Impacto nas Condições de Vida dos Moradores as mudanças
que ocorrem após a implantação dos programas no que se refere às condições de moradia,
estatuto de propriedade do imóvel, condições sócio-econômicas das famílias e mudanças na
sociabilidade, participação e organização do grupo social envolvido na intervenção. Busca-
se detectar as modificações significativas, positivas ou negativas, geradas neste conjunto de
aspectos por determinado empreendimento habitacional, a partir da comparação do que se
convencionou chamar de antes e depois (A/D), do programa ou ação pública.
A proposta metodológica de avaliação de impacto busca analisar as alterações de
uma situação anterior em relação a uma posterior, como também detectar mudanças ocorridas 87
posteriormente, mas, que não necessariamente podem ser comparadas com uma situação
anterior. A comparação dos dados de diferentes momentos possibilita apreciar os avanços e
retrocessos no período considerado e verificar as mudanças ocorridas.
Observa-se que o conjunto de indicadores apresentados pode ou não se aplicar a um
determinado programa ou modalidade, dependendo de suas características e especificidades,
o que pode ser verificado nos quadros de análise referentes a cada programa.

O indicador mudanças nas condições de moradia parte da compreensão de que


o ato de morar não se encerra na casa utilizada, mas abrange o estar na cidade, usufruindo
os serviços que ela propicia, na sua diversidade, conformando no morador um sentimento
de pertencimento, segurança e cidadania. Neste sentido, o conceito envolve os aspectos que
dizem respeito diretamente à unidade habitacional e também os aspectos relativos ao acesso
à cidade. O Indicador mudanças nas condições de moradia engloba os seguintes indicadores
simples:
- variação nas condições da unidade habitacional;
- variação nas condições de infraestrutura;
- variação das condições de acessibilidade a serviços e equipamentos sociais;
- variação nas condições de risco da moradia;
- variação nas condições de acesso ao trabalho;
- condições de segurança no local de moradia.
Ressalta-se que, o impacto nas condições de saúde do morador, cuja avaliação direta
foi excluída devido às dificuldades de levantamento dos dados e de isolar o impacto gerado
especificamente pelo programa de outras intervenções neste campo, pode ser verificado
indiretamente através deste indicador, particularmente no que se refere à densidade de
ocupação e conforto da unidade habitacional ou mesmo através do acesso aos serviços de
saúde, todas integrantes deste indicador.

O indicador impacto da obtenção da propriedade e da posse refere-se à mudança


da condição de propriedade e de posse, como na mudança da situação de inquilino para
proprietário ou na passagem da situação de irregularidade para a regularidade (no caso de
favelas/empreendimento). Engloba um único indicador simples: variação nas condições de
propriedade.

O indicador mudança nos gastos mensais com moradia está diretamente relacionado
com as alterações nas condições sócio-econômicas, no que diz respeito diretamente à composição
da renda familiar e as possibilidades de sustentação financeira da família. A mudança nos
gastos mensais com moradia se expressa através da variação no gasto mensal com prestação
ou aluguel do imóvel, tarifas e taxas de água e esgoto, energia elétrica, condomínio, IPTU e a
variação do percentual da renda familiar comprometida com gasto com moradia. Engloba um
único indicador simples: variação no gasto mensal com moradia.

O indicador condições de sociabilidade, participação e organização refere-


se às diversas formas de relação social estabelecida entre os moradores de determinada
localidade, seja internamente ao conjunto, seja na vizinhança do entorno, que possibilitam o
88 desenvolvimento pessoal, familiar e do grupo social e que garantem a sustentabilidade social
do empreendimento em questão. Engloba apenas dois indicadores simples:
- vínculos de sociabilidade;
- ocorrência de processos participativos e ações educativas.
Cabe destacar que especificamente a avaliação de mudanças na participação e
organização aplica-se nas modalidades dos programas habitacionais que envolvem um grupo
de população e/ou que colocam a exigência de um projeto social, como é o caso do Pró-
Moradia e Carta de Crédito Associativo.

O indicador avaliação do morador sobre suas condições de vida busca captar a


avaliação subjetiva do morador sobre suas condições de vida nos aspectos relativos às relações
familiares, relações de vizinhança, condições de saúde, condições de acesso ao trabalho e
condições de segurança. Esta avaliação se dá a partir da comparação da situação anterior
com a atual, para cada aspecto, identificando a percepção do morador quanto à melhora,
piora, ou manutenção da situação anterior.
ASPECTO 5
IMPACTO NA CIDADE E NO AMBIENTE
Neste aspecto são avaliadas as mudanças relativas às condições urbanísticas, à
dinâmica imobiliária e à qualidade ambiental. Trata-se de uma avaliação de impacto ex-post
– realizada após a ocupação do empreendimento habitacional pelos mutuários –, no entorno
do empreendimento. Para relacionar a avaliação de impacto na cidade e no ambiente às
diferentes situações urbanas em que se implantam os empreendimentos habitacionais, utiliza-
se o conceito de potencial de impacto, dado pela relação entre o porte do empreendimento
(população moradora ou número de unidades) e a população urbana do município onde se
localiza, e pela disparidade entre o padrão do empreendimento e o padrão das edificações
do entorno.
São considerados os valores que dizem respeito às melhorias de intereste coletivo
no entorno, à sustentabilidade ambiental e à adequação às diretrizes de política urbana e
ambiental. Para tanto, foram utilizados os seguintes conceitos: impacto urbanístico, em que se
considera a localização do empreendimento em relação às diretrizes e normas de ocupação
urbana estabelecidas pela administração municipal e à disponibilidade de infraestrutura e
serviços urbanos no entorno; geração de investimento público no entorno, em que se verifica a
melhoria das condições de infraestrutura e de serviços urbanos decorrentes da implantação do
empreendimento; mudanças na dinâmica imobiliária do entorno, incluindo-se aí a valorização
dos imóveis e a indução de novos empreendimentos imobiliários; interferência nas condições
ambientais, que leva em conta a adequação à legislação ambiental vigente e a alteração das 89
condições dos corpos d’água e de saneamento.
Os indicadores que foram utilizados para avaliar este aspecto são: atendimento à
legislação; geração de investimento; mudança na dinâmica imobiliária no entorno; interferência
nas condições ambientais do entorno e potencial de impacto.
Indicadores e ponderações do aspecto Impacto na cidade e no ambiente

PESOS INDICADORES INDICADORES SIMPLES PESOS

Atendimento à legislação municipal 50


17. IMPACTO URBANÍSTICO NO
35 ENTORNO Destinação ou uso anterior da área 50

Subtotal 100

Padrão de Urbanização do entorno 50


18. GERAÇÃO DE INVESTIMENTOS
PÚBLICOS NO ENTORNO Extensão ou complementação de serviços urbanos
25 50
públicos

Subtotal 100

Valorização imobiliária 50
19. IMPACTO NA
10 DINÂMICA IMOBILIÁRIA NO Indução de novos empreendimentos imobiliários 50
ENTORNO
Subtotal 100

Mudanças nas condições do solo 20

Mudanças nas condições dos corpos d’água 20


20. INTERFERÊNCIA NAS CONDIÇÕES
30 AMBIENTAIS DO ENTORNO Presença de lixo 20
Atendimento a legislação ambiental 40

Subtotal 100

100* Total 1
90
Relação entre população/ número de unidades
21. POTENCIAL DE IMPACTO DO do empreendimento e população urbana do 50
município
EMPREENDIMENTO
100
Relação entre o padrão do empreendimento e o
50
padrão do entorno

100* Total 2 Subtotal 100


* A avaliação de Impacto na Cidade e no Ambiente é realizada através de duas notas: a nota TOTAL 1 resultante dos indicadores
17,18,19 e 20 compondo a nota “Condições Urbanísticas e Ambientais”, e outra nota TOTAL 2 referente ao indicador 21.

O indicador atendimento à legislação avalia a localização do empreendimento em


relação às diretrizes e normas de ocupação urbana estabelecidas pela administração municipal
e estadual assim como em relação à disponibilidade de infraestrutura e serviços urbanos.
No caso do programa Pró-Moradia, para as modalidades que impliquem em remoção
de população de áreas impróprias para ocupação (áreas de risco, áreas de proteção a
mananciais, áreas não previstas para ocupação urbana), acrescenta-se à avaliação de
impacto urbanístico a porcentagem da população removida em relação ao total da demanda
que seria removida da área de origem da população beneficiária do empreendimento. Este
total deverá considerar a população removida para outros empreendimentos, sempre que o
empreendimento em processo de avaliação não previr a remoção da totalidade da população
da área de origem.
Os indicadores simples que compõem este indicador são:
- atendimento às diretrizes municipais;
- impacto da remoção na área de origem (apenas nos casos em que há remoção);
- impacto da ocupação de lote e gleba vazia em áreas urbanizadas.
O indicador geração de investimento avalia os investimentos públicos decorrentes
da implantação do empreendimento, em relação ao padrão de urbanização do entorno. O padrão
de urbanização do entorno é caracterizado pelas condições de infraestrutura, de equipamentos
urbanos, de acessibilidade, do tratamento dos espaços públicos, e pela disponibilidade de comércio e
serviços. Os indicadores simples que o compõem são:
- padrão de urbanização do entorno;
- extensão de serviços públicos.

O indicador mudança na dinâmica imobiliária no entorno avalia a variação ocorrida


na procura, na venda e no preço dos imóveis no entorno do empreendimento e a atração de novos
empreendimentos imobiliários após sua implantação. Os indicadores simples que compõem este
indicador são:
- valorização imobiliária;
- indução de novos empreendimentos imobiliários.

O indicador interferência nas condições ambientais do entorno avalia a localização


do empreendimento em relação ao estabelecido na legislação ambiental, e as mudanças ocorridas
nas condições do solo, dos corpos d’água e de saneamento do entorno, após sua implantação. Os
indicadores simples que compõem este indicador são: condições do solo; condições dos corpos
d’água; presença de lixo e atendimento à legislação ambiental.

O indicador potencial de impacto visa dar parâmetros à avaliação de impacto na cidade


91
e no ambiente em função das diferentes situações urbanas em que se inserem os empreendimentos
financiados. A definição da maior ou menor possibilidade de mudanças serem geradas por um
empreendimento em seu entorno é estabelecida a partir do porte e do padrão do empreendimento em
relação à sua localização. Os indicadores simples que compõem o potencial de impacto são:
- relação entre população do empreendimento e população urbana;
- relação entre o padrão do empreendimento e o padrão do entorno.
ASPECTO 6
ATENDIMENTO ÀS NECESSIDADES HABITACIONAIS
Neste aspecto pretende-se avaliar a capacidade dos programas em atender ao perfil da
demanda constituída pelas famílias com necessidade de moradias. Com este objetivo, espera-se
estabelecer relações entre os resultados alcançados pelos programas e as diferentes categorias
de demanda que podem ser identificadas e agregadas. Nesta perspectiva, os indicadores que
compõem este aspecto são: consecução das metas físicas; atendimento ao perfil do déficit;
atendimento às solicitações e permanência das famílias atendidas.

Indicadores e ponderações do aspecto Atendimento às necessidades Habitacionais

PESO INDICADORES INDICADORES SIMPLES PESO

** 100
30 (-)* 22. CONSECUÇÃO DAS METAS FÍSICAS
Subtotal 100
Atendimento ao perfil do déficit até 3 salários
mínimos 50
23. ATENDIMENTO AO PERFIL DO Atendimento ao perfil do déficit até 5 salários
40 (70*) 50
DÉFICIT mínimos

Subtotal 100

** 24. ATENDIMENTO ÀS Relação entre solicitações e resultados


10 (10)*
92 SOLICITAÇÕES Subtotal 100

25. PERMANÊNCIA DAS FAMÍLIAS


20 (20)* *** 100
ATENDIDAS

100 Total Subtotal 100

* Pesos a serem aplicados até a definição das metas físicas pelo CCFGTS.
* Quando o indicador atendimento às solicitações não puder ser aplicado, por indisponibilidade de informação, o respectivo peso será
redistribuído proporcionalmente entre os demais indicadores.

Atendimento ao perfil do déficit - a mais ampla categoria de demanda que pode ser
definida é aquela representada pela quantificação do déficit de moradias que se manifesta de
forma diferenciada segundo regiões do País e faixas de renda. Este aspecto – o atendimento
ao déficit ou mais propriamente impacto no déficit – constitui o horizonte mais palpável a ser
perseguido pela política de habitação. Ademais, o déficit é uma das variáveis que compõem
a equação para a distribuição dos recursos entre as Unidades da Federação e deveria servir
ainda como baliza importante para avaliar os programas.
Assim, entende-se que a avaliação do impacto produzido no déficit resultante da
produção de uma certa quantidade de unidades implementadas pelo conjunto dos programas
torna-se um dos principais indicadores de desempenho da política. No entanto, considerou-se
que não é objetivo do FGTS atender o conjunto do déficit, posto que se trata de um recurso
oneroso e que não responde exclusivamente pela política de habitação. Assim, optou-se por
avaliar apenas em que medida os programas atendem ao perfil do déficit, de acordo com
as resoluções do CCFGTS. Na perspectiva, este indicador é composto por dois indicadores
simples: atendimento ao perfil do déficit até 3 salários mínimos e atendimento ao perfil do
déficit até 5 salários mínimos.
Consecução de metas físicas - outro indicador que permite avaliar os resultados dos
programas é consecução das metas estabelecidas para cada programa. Estas quantificam, ano
a ano e em um prazo mais extenso de tempo, os recursos e os objetivos físicos que o programa
pretende alcançar. Ao serem estabelecidas, dimensionam a contribuição que determinado
programa pretende dar para a eliminação do déficit. Obviamente esta avaliação somente seria
possível se anualmente forem estabelecidas as metas orçamentárias e físicas, por programa, o
que se propõe que seja adotado.
A relação entre metas e resultados, aspecto usual de avaliação de políticas públicas, se
coloca aqui como uma das análises sobre a capacidade que os programas estabeleceram para
atendimento às necessidades da demanda. É, desta forma, um indicador de desempenho dos
programas, na medida em que estabelece um balanço entre as propostas (metas) e a efetiva
realização (resultados). Assim, o único indicador simples relacionado com este indicador é a
relação entre metas físicas e resultados.

O indicador atendimento às solicitações permite apontar em que medida a demanda


propriamente dita do FGTS, que se identifica como a quantidade de interessados em obter
financiamento para um dos programas, é atendida pelo programa. Este conjunto da demanda
não é atendido em sua totalidade por vários motivos, entre os quais, incapacidade de responder
aos quesitos técnicos exigidos, renda inadequada, etc., mas de qualquer forma a relação entre
os resultados e demanda identificável dos programas cria outro indicador de desempenho,
complementar aos demais. O indicador simples que compõe este indicador é a relação entre
solicitações e resultados.
93
O indicador permanência das famílias atendidas trata da mesma problemática -
atendimento às necessidades de habitação - mas partindo-se de um outro ponto de vista: ao
invés de avaliar a entrada nos programas, busca mensurar em que medida o programa tem sido
capaz de evitar que o esforço de atender uma família se perca através da conhecida e intensa
rotatividade que atinge comumente as famílias beneficiadas por financiamentos habitacionais.
5 Instrumentos de coleta das informações
Os instrumentos de coleta dos dados necessários para a implementação desta metodologia
são consequência da sua concepção geral, ou seja, dos aspectos e indicadores que se pretende
avaliar. Para obter as variáveis necessárias para a construção dos indicadores foram criados
diferentes tipos de instrumentos de coleta que adotam vários métodos de pesquisa: pesquisa
documental; pesquisa de campo; entrevistas em profundidade; questionários; vistorias; registro
fotográfico, etc.
Estes instrumentos são a porta de entrada de qualquer informação que será processada
na avaliação. Cada uma das informações coletadas nos instrumentos, chamadas de variáveis
simples, recebe um código, constituindo-se a base de dados que alimenta o sistema informatizado
responsável pela geração das notas da avaliação.
A seguir, será apresentado apenas um breve resumo de cada um dos instrumentos, para
permitir uma visão de conjunto da metodologia proposta.

5.1 Características dos instrumentos de aplicação – Habitação

A figura abaixo mostra os instrumentos utilizados pela metodologia para a área de


habitação, bem como os respectivos programas.

94
5.1.1 Questionário com o beneficiário final – QBF

É um instrumento aplicado diretamente ao mutuário final (perguntas e respostas). O


questionário com o beneficiário final apresenta variações de questões conforme o programa
e/ou modalidade. Para cada situação, o coordenador ou supervisor deverá selecionar qual o
questionário a ser aplicado.

5.1.2 Ficha de observação da unidade – FU

Esta ficha tem como finalidade coletar informações sobre o produto unidade habitacional
que é oferecido pelos Programas Carta de Crédito Associativo, Pró-Moradia na modalidade
produção de conjunto habitacional e Carta de Crédito Individual nas modalidades aquisição de
unidade habitacional, construção de unidade habitacional e cesta de materiais de construção.

5.1.3 Ficha de observação do entorno – FE

A ficha de observação do entorno deve ser aplicada apenas para os empreendimentos


que sejam condomínios e conjuntos habitacionais, verticais. Daí este instrumento se referir
basicamente aos programas Pró-Moradia e Carta de Crédito Associativo. Entretanto, caso
o objeto de pesquisa seja uma unidade financiada por meio do programa Carta de Crédito
Individual e que esteja dentro de um prédio ou conjunto habitacional, a FE deve ser preenchida.
Esta ficha é preenchida a partir de um levantamento em campo realizado numa área
a ser demarcada como entorno do empreendimento, para a qual são estabelecidos critérios. 95
Este levantamento em campo se dá, unicamente, através da observação e registro de aspectos
físico-territoriais.

5.1.4 Coleta de Dados nas Prefeituras – CDP

Instrumento aplicado junto às prefeituras municipais para obter informações sobre


a compatibilidade dos empreendimentos habitacionais com diretrizes de política urbana e
ambiental do município em que se situam, e para complementar e confirmar informações
colhidas através da ficha de observação do entorno e do questionário com imobiliárias.

5.1.5 Ficha de observação da área urbanizada – FA

A ficha de observação das áreas urbanizadas do empreendimento deve ser aplicada


para os empreendimentos financiados pelo programa o Pró-Moradia urbanização de áreas,
cujo objeto é a urbanização de áreas degradadas ou bairros desprovidos de infraestrutura,
como também para avaliar a urbanização de loteamentos novos. Neste último caso, tanto pode
servir a empreendimentos financiados pelo programa Pró-Moradia, como também para os
financiados no programa Carta de Crédito Associativo, quando este for aplicado por empresas
municipais ou estaduais de habitação ou desenvolvimento urbano por exemplo.
5.1.6 Ficha de leitura de projeto e processo – FP

Tem como finalidade coletar informações sobre o processo de concessão do financiamento,


o seu acompanhamento e o projeto para a execução dos empreendimentos habitacionais nos
Programas Carta de Crédito Associativo e Pró-Moradia.

5.1.7 Questionário de tramitação – QT

Estes questionários destinam-se a levantar informações, primordialmente sobre o


processo de tramitação, junto àquelas pessoas que foram responsáveis pelo acompanhamento
do processo de financiamento perante o agente financeiro.
Seu resultado permite avaliar os problemas e a satisfação com o processo por parte do
responsável pela tramitação, e, ainda, algumas questões permitem conhecer outros elementos ou
características do empreendimento contratado ou do tomador de recursos/agente organizador,
como seu tempo de atuação no mercado, número de empréstimos conseguidos com recursos
dos FGTS, valor da receita para investimento do município, a existência de subsídios não
explicitados nos custos, a organização comunitária etc.

5.1.8 Ficha de observação de área coletiva – FC

A ficha de observação das áreas coletivas do empreendimento deve ser aplicada apenas
para os empreendimentos que sejam condomínios e conjuntos habitacionais, verticais ou
96 horizontais, isto é, que contenham, além das unidades de moradia (casas e/ou apartamentos),
áreas e/ou construções de uso coletivo restrito aos moradores do empreendimento, mas que
não são áreas de uso público. Daí este instrumento se referir basicamente aos programas
Pró-Moradia e Carta de Crédito Associativo. Caso o objeto de pesquisa seja uma unidade
financiada por meio do programa Carta de Crédito Individual e que esteja dentro de um
edifício/empreendimento, a FC deve ser preenchida.

5.1.9 Coleta de Dados nas Imobiliárias – CDI

A coleta de dados em imobiliárias está prevista para detectar mudanças na dinâmica


imobiliária no entorno dos empreendimentos habitacionais.
A seleção das imobiliárias para aplicação do questionário deve ser feita a partir da ida
a campo para preenchimento da ficha de observação do entorno.

5.1.10 Questionário de Metas e Orçamentos – QMO

Instrumento destinado a coleta de valores orçamentários e metas físicas definidos pelo


FGTS durante o período de avaliação. Neste instrumento também são registrados os valores
contratados e as quantidades de unidades produzidas no mesmo período para cada Programa/
Modalidade.
6 Fluxograma das fases do processo de avaliação

97

Antes de iniciar a primeira fase da coleta de dados, para facilitar o trabalho e garantir
a segurança dos documentos, todos os processos relativos aos empreendimentos da amostra
são centralizados nas Gerências de Filial do FGTS – GIFUG.
Em seguida uma equipe do instituto de pesquisa contratado, formada por engenheiros e
arquitetos, efetua a coleta de dados nos processos e a montagem de um dossiê que subsidiará
a coleta de dados em campo.
Na segunda fase de coleta as equipes, agora formadas também por entrevistadores,
efetuam visitas aos empreendimentos, unidades habitacionais, entorno, prefeituras, imobiliárias
e operadoras de saneamento para preenchimentos dos demais instrumentos.
Concluído o devido preenchimento de todos os instrumentos, os dados coletados são
inseridos no sistema de avaliação dos programas do FGTS – SIAPG que após validação efetua
os cálculos e gera os respectivos relatórios de notas dos Programas/Modalidades avaliados.
Relatório Geral 2013

80,69

VC‐077 RISENCH ‐ MUDANÇA DAS CONDIÇÕES DE RISCO DE ENCHENTES, INUNDAÇÕES, DESMORONAMENTOS,


EROSÃO DO SOLO E DESLIZAMENTOS

Relatório de Avaliação 2013


Glossário
A
Agente Financeiro do FGTS – Entidades e Órgãos que atuam intermediando a concessão
de financiamentos com recursos do FGTS.

Agente Operador do FGTS – Função atribuída à Superintendência do Fundo de Garantia


da Caixa Econômica Federal para coordenar e controlar a aplicação dos recursos do FGTS.

Avaliação - Determinar a valia ou o valor de determinado bem ou coisa.

B
Beneficiários/Mutuários finais – Pessoas ou entidades que obtiveram financiamento com
recursos do FGTS ou que moram na região beneficiada por empreendimento financiado com
tais recursos.

C
CCFGTS – Conselho Curador do FGTS –- Colegiado composto por representantes dos 105
diversos segmentos da sociedade, os trabalhadores (Confederações e Centrais Sindicais) dos
Empregadores (confederações), e órgãos de Governo (Ministérios, Banco Central e Caixa
Econômica Federal).

F
FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – Fundo constituído criado mediante
contribuição dos empregadores, em nome dos empregados, o qual tem por finalidade garantir
segurança ao trabalhador em caso de demissão, aposentadoria, doenças e calamidades bem
como para fomentar o desenvolvimento de políticas para as áreas de habitação, saneamento
e infraestrutura.

G
GAP/CCFGTS – Grupo de Apoio Permanente ao Conselho Curador do FGTS –- Grupo
constituído para assessoramento técnico aos membros do Conselho Curador do FGTS.

GIDUR – Gerência de Filial de Desenvolvimento Urbano – Representações regionais vinculadas


a área de desenvolvimento urbano da Caixa.

GIFUG – Gerência de Filial do FGTS – Representação regional da área de FGTS da Caixa.


M
Metodologia de Avaliação dos Programas do FGTS – Metodologia criada pela FIPAI
- Fundação para o Incremento da Pesquisa e o aperfeiçoamento Industrial, vinculada à USP,
destinada a estabelecer parâmetros para a realização de avaliação dos programas financiados
com recursos do FGTS.

O
Operadoras de Serviço de Saneamento – Empresas e/ou Órgãos municipais ou
estaduais que atuam na prestação de serviços na área de saneamento, como a água, esgoto,
infra-estrutura urbana.

R
Resolução do Conselho Curador do FGTS – Expediente por intermédio do qual o
Conselho Curador do FGTS delibera e determina providências a serem adotadas com relação
aos recursos do FGTS.

106

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