Você está na página 1de 7

Famílias e as

NOVAS GERAÇÕES
Juízes 2: 6 -13

Anderson de Carvalho Borges

Rio de Janeiro
2018

0
FAMÍLIA E AS NOVAS GERAÇÕES

Anderson de Carvalho Borges

Texto bíblico base: Juízes 2:6-13


Depois que Josué despediu os israelitas, eles saíram para ocupar a terra,
cada um a sua herança. O povo prestou culto ao Senhor durante toda a vida de
Josué e dos líderes que continuaram vivos depois de Josué e que tinham visto
todos os grandes feitos que o Senhor realizara em favor de Israel.
Josué, filho de Num, servo do Senhor, morreu com a idade de cento e dez
anos. Foi sepultado na terra de sua herança, em Timnate-Heres, nos montes de
Efraim, ao norte do monte Gaás. Depois que toda aquela geração foi reunida a
seus antepassados, surgiu uma nova geração que não conhecia o Senhor e o
que ele havia feito por Israel. Então os israelitas fizeram o que o Senhor reprova
e prestaram culto aos baalins. Abandonaram o Senhor, o Deus dos seus
antepassados, que os havia tirado do Egito, e seguiram e adoraram vários
deuses dos povos ao seu redor, provocando a ira do Senhor. Abandonaram o
Senhor e prestaram cultos a Baal e aos postes sagrados.

Introdução
Existe um velho provérbio chinês que diz “Uma geração planta árvores e a outra desfruta a
sombra” Esse provérbio é muito interessante, e ele se faz vivo em nossos dias, porque a nossa geração
vive as sombras das árvores que foram plantadas pelos nossos antepassados. Nós desfrutamos à
sombra dos padrões éticos e da educação que de nossos pais e avós plantaram.

“Os perigos da segunda geração”


A cada três gerações, a igreja corre o risco de entrar num processo de
secularização e abandono da fé.
A geração que saiu do Egito morreu no deserto. A geração que nasceu no
deserto entrou na terra prometida. A terceira geração já não conhecia mais o
Senhor.
Talvez nossos avós foram mais comprometidos que nossos pais. Talvez
nossos pais foram mais comprometidos do que nós. Se tivermos cuidado nossos
filhos e nossos netos poderão viver de forma secularizada.
Os filhos do sacerdote Eli não conheciam a Deus, embora fossem
sacerdotes. Os filhos do piedoso profeta Samuel afastaram-se de Deus e por
isso, o povo de Israel pediu um rei e esqueceu-se do Senhor.
Oh, que grande perigo corremos!
Precisamos nos esforçar para que nossos filhos conheçam a Deus. Que
nossos netos herdem uma igreja viva e cheia do Espírito Santo!
Hernandes Dias Lopes

No texto bíblico base de Juízes 2:6-14 traz uma triste realidade, depois da geração vitoriosa de
Josué e seus filhos, surge uma geração que não conhecia o Senhor e nem seus feitos. Na primeira
geração o povo prestou culto a vida toda no deserto, porém a segunda geração do povo não conhecia
ao Senhor e o que Ele havia feito por Israel.

1- Precisamos entender e assumir as responsabilidades em relação a nova geração


É necessário valorizar a nova geração investindo em ensino, em ética, em moral, em como servir
ao nosso Deus. Lembrando que a nossa geração desfruta a “sombra de árvores” e se não plantarmos

1
árvores a nova geração ficará ao sol do liberalismo, da verdade relativa, da incredulidade e não
conhecerão ao nosso Deus.
Temos de ter responsabilidade de transferir as novas gerações o legado bíblico da boa moral,
boa ética, da adoração e mordomia ao nosso Deus, e também transferir o legado das experiências do
que Deus fez e faz em nossas vidas e na nossa sociedade.
Muitos de nós não estamos tendo noção de continuidade social, em especial nós pais, estamos
perdendo a oportunidade de fazermos os nossos filhos de nosso discípulos em especial discípulos de
Cristo. Um exemplo de continuidade social é o templo de nossa igreja, para nós desfrutarmos desse
templo muitos trabalharam, ofertaram e se dedicaram suas vidas o para construí-lo e mantê-lo. Outro
exemplo de continuidade é a formação de discípulos e nisso precisamos nos dedicar e colocar em
prática o que está escrito em Mateus 28:19 e 20.
“Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em
nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o
que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos".

O “ide” é muito importante e necessário devemos sim fazê-lo, mas o “ensinai” é mais importante
e mais necessário que o “ide”, porque pode-se ensinar sem fazer o “ide”, porém não adiantará nada
fazer o ide e não culminar o “ensinai”, um exemplo disso, é quando ensina-se as escrituras ao seu filho
ou uma pessoa próxima, você está fazendo o “ensinai” porém não o “ide.
Precisamos assumir essa responsabilidade de ensinar as escrituras às novas gerações. A nova
geração é que dirigirá o país em um futuro próximo, eles serão cidadãos, cônjuges, políticos, crentes,
pastores e lideres. Serão eles quem cuidarão de nós na velhice! Por mais estas razões precisamos
ensiná-los a boa moral, a boa ética e principalmente a adoração ao Senhor. Venhamos refletir que tipo
de pessoas estamos produzindo em nossa sociedade e que venhamos a realizar o que está instruído
em Provérbio 22:6 “Instrua a criança segundo o caminho que ela deve andar, e mesmo quando envelhecer não
se desviará deles”.
Estejamos convictos em fé e não duvidar que “Os filhos são herança do Senhor, e o fruto do ventre é
a sua recompensa” (Salmos 127:3) e hoje é o nosso privilégio ensinar e educar, cuidar de nossos filhos
embora seja algo muito trabalhoso, porém não é algo penoso. Filhos não são fardos e sim privilégios.
Nós temos o privilégio de encaminhar a nova geração.

2- Precisamos transmitir os princípios e valores inegociáveis da Palavra de Deus.


Em nosso texto base de Juízes 2:6-13, após a conquista de Canaã os Israelitas mudaram as
suas prioridades. Durante a peregrinação os Israelitas ensinavam aos seus filhos a cerca da Lei, o
compromisso com Deus, dependência de Deus, sobre as promessas feitas por Deus, sobre os feito de
Deus, já na terra prometida, a terra que mana leite e mel, haviam acabado as dificuldades do deserto,
tinham água a vontade e diversidade de alimentos. A medida que foi passando as gerações, o povo foi
esfriando a sua fé e não ensinava mais sobre o seu Deus e não memorava mais o que Deus havia feito
no deserto.
O resultado dos Israelitas terem mudado as suas prioridades foi uma geração sem compromisso
com Deus e ter cedido aos encantos de Baal, deus da terra, e Astarote, deusa da fertilidade e do prazer.
As novas gerações surgiam e era ensinado todo o tipo de ciências e tecnologia da época, eles eram
hábeis em matemática, em agropecuária e em comercializar, porém já não sabiam se quer orar.
Israel fracassou em sua responsabilidade de ensinar aos seus filhos sobre tudo o que Deus
havia feito em Israel. Quando a geração de pais e adultos não ensina a geração seguinte, esta cresce
sem valores absolutos e tudo passa a ser relativo. A geração seguinte de Israel passou a fazer
corrupção moral, deterioração de suas famílias, apostasia, ou seja, a renuncia e o abandono da fé e
ficaram sem princípios éticos e morais.

2
O que aconteceu com Israel é o que vem acorrendo em nossa geração, por exemplo: as
crianças já não respeitam mais os adultos, as crianças já não tem a educação se comparado aos mais
antigos dessa congregação, a crianças xingam, falam pornografias constantemente, as crianças já não
querem mais vir a igreja, as crianças não querem mais adorar a Deus. Infelizmente vivemos essa
realidade em nosso país.
Os pais já não querem mais educar os seus filhos, os seus filhos são educados pela escola. Os
pais que pagam o colégio particular entendem que por pagarem uma mensalidade onerosa não
precisam ter o trabalho de educar os seus filhos. Os pais que tem os seus filhos na escola pública
entendem que já pagam os seus impostos e, portanto o governo tem a obrigação de educar os seus
filhos. Deixar o governo tomar a frente a educação é um perigo, é uma ameaça as nossas famílias e
sociedade.
Nós cristãos temos sido bombardeados pelos maus ensinos mundanos (1Coríntios 15:33) e
muitos pais têm deixado seus filhos serem educados pela mídia e pela escola, pois muitos pais não
querem ter o trabalho de assumir a responsabilidade de pais e muitos confiam demasiadamente na
escola. O resultado será o mesmo resultado que aconteceu em Israel exposto nesse contexto.
A maioria dos que governam o nosso país querem educar os nossos filhos, porém na educação
que eles acreditam que é a educação da verdade relativa, do liberalismo, do ateísmo, ou seja, sem os
princípios e que Deus nos instruiu pela Sua Palavra. Assim a nova geração vai se desenvolvendo sem
uma educação favorável, sem a educação dos mais antigos dessa congregação e por essa razão as
famílias estão sendo deterioradas, bem como, o conceito de família histórica e tradicional vem sendo
apagando de nossas mentes.
Por decorrência da precariedade do ensino sobre Deus às novas gerações e a tendência ao
avanço do cristianismo não ser suficientemente cristão, às novas gerações tem aderido a doutrina
Humanista que é a supervalorização de nós humanos negando a existência de Deus. O humanismo
coloca o homem como o centro de tudo, de suas vontades, desejos e anseios. Em nossas igrejas tem
crescido uma tendência similar a esta do humanismo, seja nos cultos ou em nossa vida pessoal, tem
sido cada vez mais comum colocarmos o nosso eu no centro de tudo e Deus na periferia de nossas
vidas. Precisamos estar vigilante a este assunto.
A mídia, controlada pelos que “mandam no mundo”, porque quem paga “manda”, tem sido uma
via de ensino sobre a revolução sexual, incentivos a legalização do aborto, legalização da maconha, a
esterilização, a delinquência, a infertilidade, o homossexualismo, a “libertação feminina”, diminuição da
autoridade do pai de família, os direitos das crianças em exaltação a rebelião e a difamação do
cristianismo.
Em nosso país, o governo já remodelou o conceito de família, e tem utilizado raciocínios falazes
e linguagens doces, como exposto em Colossenses 2 :1-10, para que venhamos aceitar com facilidade
esta nova ideologia e para isso usam argumento “a favor da família” mas, na verdade estão de fato
minando esta instituição e vai de encontro o projeto de família elaborada por Deus (Genesis 1: 26-28).
Nesse contexto de remodelo da família, as escolas estão gradativamente excluindo o dia dos
pais e colocando como o dia de quem cuida. Venho dar um alerta aos pais, não aceite perder o direito
de comemorar o dia do pai ou o dia da mãe. Não entenda esse fato como modernidade, evolução dos
tempos e sim como uma ideologia política de Engenharia Social e desconstrução do modelo tradicional
de família. Na verdade por trás dessa remodelagem do novo conceito de família tem o incentivo a
Ideologia de Gênero. Esse é o princípio da instalação do caos e de uma sociedade a deriva,
desorientada e sem sabedoria. Precisamos lembrar que “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o
conhecimento do Santo a prudência” (Proverbio 9:10).
Temos que urgentemente retornarmos as Escrituras Sagradas e assumirmos o compromisso
ensinado no Salmo 78: 1 - 8 que expõe sobre contarmos às gerações vindouras sobre o privilégio de
entoarmos louvores ao Senhor, falar de seu poder e as suas maravilhas e de seus feitos; a fim de que
ponham sua confiança em Deus e não se esqueçam das suas obras, mas guardem seus mandamentos.

3
3- Temos de fornecer as novas gerações modelo e referencial de vida e conduta
Precisamos ter coerência entre o que ensinamos e o que vivemos, não podemos ser similar a
uma peneira em que a água passa por ela com facilidade, e sim temos de reter a Palavra de Deus e
acumular conhecimento bíblico e experiências cristãs para que venhamos passar estes adiante. Temos
de ser como a videira junto ao ribeiro de águas, descrita em Salmos 1. Devemos estar enraizado no
evangelho, assim como a árvores está enraizada no ribeiro de água. É a nossa responsabilidade
vivermos e ensinarmos sobre a cruz de Cristo aos nossos filhos, bem como para toda a nova geração.
É oportuno lembrar que no esporte existe aquela modalidade de corrida onde o bastão é
passado de um corredor para o outro. Hoje o bastão está em nossas mãos e temos a missão de correr
com toda a força e velocidade e entrega-lo a nova geração. No passado esse bastão já esteve nas
mãos da geração anterior e foi passado para nós.
Israel teve excelentes líderes de referência, modelo e conduta, espelhos e exemplos, que
passou a outros líderes da nova geração que não deram a continuidade de formar novos líderes. Hoje
nós que somos do rebanho de Cristo temos a missão de identificar pessoas cheias do Espírito Santo
para formar novos líderes capacitados e para isso é necessário investir tempo em ensinar a Palavra de
Deus. Sabe-se que ensinar é trabalhoso e exige muita dedicação.

Conclusão

Nós valorizamos de fato as famílias e as novas gerações quando nos conscientizamos de


nossas responsabilidades quanto ao exemplo pessoal e ao ensino e aprendizagem da Palavra de Deus.
Sejamos dedicados professores e alunos da Palavra de Deus que não necessitam necessariamente de
diploma. Devemos nos dedicar a aprender mais para poder passar esse conhecimento adiante.

Venhamos plantar a árvore da boa ética, moral e índole de base cristã em tudo e todo
tempo tenhamos Deus no centro de nossas vidas para que a nova geração desfrute as sombras.

O melhor presente que podemos dar a nova geração é o ensino do temor ao senhor
(provérbios 9:10), mas isto só será possível se tivermos este temor em nossos corações.

Temos de nos policiarmos de nossas responsabilidades de passar a mensagem da Cruz


adiante, para que Deus não nos venha nos responsabilizar pela segunda geração, por uma negligência
nossa.

Sejamos como os nossos antepassados que deixaram legados para a nossa geração, como
exemplo disso, a Palavra de Deus que temos em mãos, esta hoje traduzida em variados idiomas, o
templo dessa igreja, pois muitos se dedicaram, se privaram e trabalharam para que tivéssemos ele
erguido, livros teológicos de excelência e etc...

4
Reflexão
Defesa de conservar a boa ética, moral e índole
Em relação ao conservadorismo é necessário recuperar “a consciência que
as coisas admiráveis são facilmente destruídas, mas não são facilmente criadas.
Isso é verdade, sobretudo, em relação às boas coisas que nos chegam como
bens coletivos: paz, liberdade, lei, civilidade, espírito público, a segurança da
propriedade e da vida familiar, tudo o que depende da cooperação com os
demais, visto não termos meios de obtê-las isoladamente. Em relação a tais
coisas, o trabalho de destruição é rápido, fácil e recreativo; o labor da criação é
lento, árduo e maçante. Esta é uma das lições do século XX. Também é uma
razão pela qual os conservadores sofrem desvantagem quando se trata da
opinião pública. Sua posição é verdadeira, mas enfadonha; a de seus oponentes
é excitante, mas falsa."
Autor Roger Scruton

OBS: Sermão compilado das referências bibliográficas apresentadas a seguir e pregado na manhã de domingo na
Igreja Presbiteriana em Turiaçu-Rj, em 20 de maio de 2018.

5
Referências Bibliográficas
Bíblia Ferreira de Almeida século XXI, https://www.bibliaonline.com.br/nvi/jz/2/6-14 , acesso dia 29/05
de 2018.

Bíblia NVI, https://www.bibliaonline.com.br/nvi/jz/2, acesso dia 29/05 de 2018.

Cundall, A. E & Morris, L.. Introdução e comentário, Série Cultural Bíblica, Vida Nova, 1968.

https://guiame.com.br/gospel/mundo-cristao/os-perigos-da-segunda-geracao.html, acesso dia 29/05 de


2018.

http://prkleberson.blogspot.com/2013/06/valorizando-as-novas-geracoes-juizes-26.html, acesso dia


29/05 de 2018.

Você também pode gostar