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albert@dee.ufcg.edu.br e ecandeia@dee.ufcg.edu.br
2
Capítulo 1
Introdução
O estudo de sistemas de comunicação pode ser dividido em duas partes:
Para cada parte existe uma ferramenta especíca. Na primeira usa-se a análise de Fourier
(técnicas de Fourier) e na segunda e teoria das probabilidades.
Essa divisão é importante mas coloca um problema bastante sério: a diculdade de cobrir
todo o material em um único curso. A segunda parte é mais difícil que a primeira, e em
geral é mais facilmente assimilada se a primeira for bem entendida. Dessa forma o ideal é
termos os dois cursos em sequência, o segundo após o primeiro. Neste texto trataremos da
primeira parte.
1.1 História
O desejo de se comunicar a distância é tão antigo quanto a própria humanidade. No passado
as mensagens eram transportadas por mensageiros, por pombo-correio, tambores ou tochas.
Praticamente todos esses esquemas de comunicação foram suplantados pelos sistemas de
comunicação elétricos (aqueles que usam sinais elétricos para transportar informação) a
longa distância.
Antes de iniciarmos o nosso estudo sobre os princípios de como enviar informação usando
sinais elétricos, vejamos um pequeno histórico desse tipo de
1800-1837 Primeiros passos: Volta inventa a bateria primária. Sistemas telegrácos por Gauss e
Weber. Fouier, Cauchy, Laplace e Lei de Ohm.
1876-1899 Telefonia.
3
1904-1920 Eletrônica aplicada a rádio e telefonia. Flamingo - diodo. Lei de Forest e triodo.
Primeia estação AM de difusão (Broadcasting) KDKA, Pittsburg.
1923-1938 Televisão
1938-1945 II guerra: radar, microondas, FM, Weiner e Kolmogoro métodos estatísticos para
detecção de sinais
A comunicação através de sinais elétricos pode ser feita de forma conável e econômica.
Por exemplo, teleconferência evita o deslocamento de pessoas, Internet, etc.
4
4. Canal: é o meio de comunicação, o, cabo, bra, enlace de rádio
8. Distorção e Ruído: o canal se parece com um tro, atenua o sinal e distorce sua
forma. Em geral, quanto mais distante estiverem fonte e destino mais atenuado será
sinal. A distorção ocorre porque temos atenuações e deslocamentos de fase diferentes
por componentes de frequência diferente do sinal. Este tipo distorção é chamada de
distorção linear e pode ser parcialmente corrigida no receptor por um equalizador
com características de ganho e fase complementares à do canal.
• Distorções não lineares: através da atenuação que varia com a amplitude do sinal.
Também pode ser corrigida no receptor.
• Ruído: o sinal também pode ser contaminado por sinais indesejáveis chamados
de ruído, que são sinais aleatórios e imprevisíveis originados por causas externas
e internas ao canal.
Causas externas: canais vizinhos, ruído gerado pelo homem, relâmpagos, etc.
Com um cuidado adequado alguns desses ruídos podem ser eliminados
Distorcão
Modulador e
Cod. Canal Ruido
Cod. Fonte
5
6
Capítulo 2
Unidade Logarítmica
Medir uma grandeza é um processo de comparação com outra grandeza da mesma natureza
e que serve de referência, chamada de unidade.
É importante escolhermos unidades coerentes com o que desejamos medir, por exemplo,
para medir uma estrada usamos Km e não centímetros, em contrapartida um pedaço de
tecido é medido em cm e não em Km.
A medida de potência de sinais elétricos que mais se adapta para telecomunicações é
mW . Acontece que mesmo o mW pode não ser conveniente, por exemplo, a potência sonora
de uma pessoa pode variar 10.000 para 1 e em casos extremos, esta mesma pessoa gritando,
pode-se chegar a variações ded 10.000.000 para 1.
Pessoa falando baixo: 0,001µW , pessoa falando normal: 10µW . Essa escala imensa
torna pouco prática qualquer medida decimal, problema que pode ser resolvido pelo uso de
logaritmos. Por exemplo, uma variação de 1 para 10.000.000 usando logaritmos decimais
representa uma variação de 0 para 7. Nas próximas seções usaremos o logaritmo para denir
medidas de potência relativa, que serão denominadas de decibéis.
P2
G = 10 log dB quando P2 > P1
P1
caso contrário (P 1 > P 2), ocorre uma perda que é denominada de atenuação (A) que em
decibéis será
P1
A = 10 log10 dB
P2
7
P1 P2
Sistema
Solução
P1 200
A = 10 log = 10 log10 = 16dB
P2 5
Solução
P 1 = (100 × 10−3 )2 /600 ≈ 16, 7µW
e
P2 3 × 10−3
G = 10 log = 10 log ≈ 32, 6dB
P1 16, 7 × 10−6
Se a entrada e a saída do sistema tem a mesma impedância, então
P2 V 2 /R V2
G = 10 log = 10 log 22 = 20 log dB
P1 V1 /R V1
ou
I2
G = 20 log dB
I1
Outra vantagem do uso da medida logarítmica pode ser vista quando temos vários cir-
cuitos em série, como está representado na Figura 2.2.
P1 P2 P3 PN PN+1
C1 C2 C3 ...... CN
8
O ganho em dB de todo o sistema pode ser expresso como
PN +1 PN +1 PN P2
G = 10 log = 10 log × × ... dB
P1 PN PN −1 P1
PN +1 PN P2
= 10 log + 10 log + ...10 log
PN PN −1 P1
= GN + GN −1 + ... + G2 + G1
Solução
G = G2 + G1 = 32, 6 − 16 = 16, 6dB
logo temos um ganho.
O decibel é uma unidade relativa, resulta da comparação entre duas potências. Podemos
denir uma unidade absoluta se xarmos uma das potências como referência. Isto é realizado
considerando P1 = 1mW . Desta forma a potência será dada em dBm ou seja
P2
P = 10 log dBm
1mW
Exemplo 4 Expresse em dBm os seguintes níveis de potência: (i) 1mW, (ii) 1W, (iii)
2mW, (iv) 100mW.
Solução
(i) 1mW = 10 log 1mW
1mW
dBm = 0dBm
9
Solução
P1
(i) 2dBm = 10 log 1mW = 100,2 mW ≈ 1, 6mW ,
logo
2dBm + 2dBm ≈ 1, 6 + 1, 6 = 3, 2mW e
3, 2mW = 10 log 3, 2 ≈ 5dBm assim
2dBm + 2dBm = 5dBm
P2 = gP1
logo podemos fazer P2 /1mW = gP1 /1mW e aplicando o logaritmo e multiplicando por
10 ambos os lados obtem-se
Num sistema de transmissão podemos tomar como referência qualquer uma de suas po-
tências, e as medições logarítmicas tomadas a partir da potência de referência são expressas
em dBr.
A potência no ponto de referência do sistema é
Pr
10 log = 0dBr
Pr
−5dBm
0dBr
10
Solução
O ponto A é uma atenuação para B, logo:
Muitas vezes num sistema de transmissão junto com a informação seguem outros sinais
para ajudar na recuperação dessa informação no receptor (por exemplo, sinais de sincronismo,
frequência piloto).
Em geral esses sinais são medidos em relação à potência do sinal de informação no ponto
de referência zero (0 dBr). Essa nova medida é chamada de dBm0 = dBm − dBr.
Exemplo 7 O Sinal piloto tem −20dBm0 no sistema de transmissão da Figura 2.3. Qual
a potência absoluta nos diversos pontos do sistema para este sinal ?
Solução
Começando pelo ponto B temos que o sinal piloto tem −20dBm0
Pentrada
L=
Psaida
ou em dB
Pentrada
LdB = 10 log10
Psaida
11
No caso de linhas de transmissão, cabos coaxiais e bras ópticas e ondas guiadas a
potência de saída decai exponencialmente com a distância, ou seja
Pentrada 1
LdB = 10 log10 = 10 log10 −αl/10 = αl
Psaida 10
A medida que a distância aumenta a atenuação aumenta, portanto, dependendo da dis-
tância faz-se necessário colocar amplicador ao longo do caminho para garantir um determi-
nada potência mínima de saída.
2 2
4πl 4πf l
L= =
λ c
sendo λ o comprimento de onda, f a frequência do sinal e c a velocidade da luz.
12
L
g g
T R
Pin Pout
l
9
Se l for expresso em Km e f em Giga Hertz (10 Hz ) então
Note que as perdas crescem com o logarítmo de l, assim dobrar a distância implica em
aumentar as perdas em 6dB .
As antenas direcionais tem um efeito de foco que funciona como um amplicador de
forma que
gT gR
Pout = Pin
L
sendo gT e gR os ganhos das antenas no transmissor e no receptor respectivamente.
Estes ganhos dependem da área de abertura efetiva Ae da antena,
4πAe 4πAe f 2
g= =
λ2 c2
O valor da área efetiva de uma antena corneta, o prato, é aproximadamente igual a sua
área física, parabólicas podem ter ganhos de até 60dB .
Exemplo 9 Seja o sistema de retransmissão por satélite, mostrado na Figura 2.5. O satélite
está a aproximadamente 40.000Km de cada estação terrestre, o sinal a ser retransmitido tem
frequência de 6GHz . As antenas terrestres tem os ganhos de gT v = 70dB para o enlace de
subida e de gRd = 50dB para o enlace de descida. No satélite a antena receptora tem
gRu = 30dB e gT d = 30dB . O amplicador no satélite dá um ganho de gamp = 80dB e a
potência de entrada Pin = 100W = 50dBm. Calcule as perdas e a potência de saída Pout
Solução
Temos que LdB = 92, 4 + 20 log fGHz + 20 log lKm representando a perda no espaço livre, as
perdas nos enlaces são iguais e dadas por
13
g
amp
g g Td
Ru
Lu Ld
g 40.000Km
Tu g
R
Pin Pout
5000Km
Exercício 2 Repita o exemplo anterior e caso seja necessário o uso de repetidores indique
qual a melhor distância para colocá-los para
14
Capítulo 3
Análise de Sinais
Estamos acostumados a analisar sinais via sua especicação no tempo, porém nesse capítulo
vamos mostrar que é possível analisar um sinal no domínio da frequência. Vamos mostrar
que qualquer sinal que pode ser produzido em laboratório pode ser expresso como uma soma
de senóides de várias frequências.
A nossa análise começa na próxima seção pela representação de sinais periódicos pela
soma de senóides, conhecida como série de Fourier.
Como foi dito, vamos representar um sinal g(t) periódico por uma soma de senóides, ou
seja:
15
x(t)
t (ms)
k
X
g(t + T0 ) = a0 + [(an cos n(2πf0 (t + T0 )) + bn sin n(2πf0 (t + T0 ))]
n=1
Xk
= a0 + [(an cos(2nπf0 t + 2πn) + bn sin(2nπf0 t + 2πn)]
n=1
= g(t) (3.2)
∞
X
g(t) = a0 + [(an cos nω0 t + bn sin nω0 t)] (3.3)
n=1
Z t0 +T0
0 se k 6= n
cos kω0 t cos nω0 tdt = (3.4)
t0 T0 /2 se k = n
Z t0 +T0
0 se k 6= n
sin kω0 t sin nω0 tdt = (3.5)
t0 T0 /2 se k = n
Z t0 +T0
sin kω0 t cos nω0 tdt = 0 (3.6)
t0
16
Integrando ambos os lados de 3.3 obtemos
Z t0 +T0
1
a0 = g(t)dt (3.7)
T0 t0
agora multiplicando ambos os lados de 3.3 por cos kω0 t e integrando sobre um período
(t0 , t0 + T0 ) temos
Z t0 +T
2
an = g(t) cos nω0 tdt (3.8)
T0 t0
da mesma forma se multiplicarmos 3.3 por sin kω0 t e integrarmos obtemos
Z t0 +T
2
bn = g(t) sin nω0 tdt (3.9)
T0 t0
A Equação 3.3 pode ser escrita de uma forma mais compacta e mais signicativa:
∞
X
g(t) = C0 + Cn cos(nω0 t + θn ) (3.10)
n=1
sendo
C = a0
p 0
Cn = a2n + b2n
bn
θn = tan−1 . (3.11)
an
O quadrante em que θn se encontra é dado pelos sinais de bn e an , observe que para
determinação do quadrante
−1
tan−1 6= tan−1 (1)
−1
Da Equação 3.10 podemos dizer que a n-ésima harmônica
Cn cos(nω0 t + θn )
tem amplitude Cn que é sempre positiva e fase θn . Dessa forma podemos desenhar (mais
facilmente) uma gráco que represente o espectro de amplitudes (Cn × ω) e o espectro de
fase (θn × ω).
Ainda tem-se as seguintes considerações
Exemplo 10 Determine a série de Fourier para um trem de pulsos retangular k(t) mostrado
na Figura 3.2.
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k(t)
τ
A
t
T0
Solução do exemplo
2π
Sendo ω0 = 2πf0 = T0
escolheremos o período de integração de −T0 /2 a T0 /2 assim
Z T0 /2 Z τ /2
1 1 Aτ
a0 = k(t)dt = Adt = (3.12)
T0 −T0 /2 T0 −τ /2 T0
Z τ /2
2 2Aτ τ /2
an = A cos nω0 tdt = sin nω0 t |−τ /2
T0 −τ /2 T0 nω0
2A
= (sin nω0 τ /2 − sin nω0 (−τ /2))
T0 2π
T0
n
2A nπτ
= sin (3.13)
πn T0
e bn = 0 (Por que?).
Como,
∞
X
k(t) = C0 + Cn cos(nω0 T + θn ) (3.14)
n=1
p p
Aτ 2A nπτ
tem-se C n = a0 = T0
e Cn = a2n + b2n = a2n = an logo Cn = πn
sin T0
e θn =
−tan−1 abnn = −tan−1 0 = 0 donde
∞
Aτ X 2A nπτ
k(t) = + sin cos nωo t (3.15)
T0 n=1
πn T0
AT0 /2 A
Se τ = T0 /2 temos um trem de pulsos quadrados e C0 = T0
= 2
e
2A nπT0 /2 2A nπ
Cn = sin = sin
πn T0 πn 2
2A
πn
(−1)(n−1)/2 n ímpar
= (3.16)
0 n par
18
Assim,
∞
A 2A X (−1)(n−1)/2
k(t) = + cos nω0 t
2 π n=1,3,5,.. n
A 2A 1 1
= + (cos ω0 t − cos 3ω0 t + cos 5ω0 t...) (3.17)
2 π 3 5
observe que as harmônicas 3, 7, 11 ... tem sinais negativos, como explicar esse fato?
A fase é π e −π , por exemplo a terceira harmônica 2A
3π
cos(3ω0 t−π) ou θ3 = −tan−1 0
−2A/3
=
−π .
Quando bn = 0 podemos dizer que existem amplitudes negativas com fases iguais a zero.
Nesse caso precisamos apenas do espectro de amplitudes representado na Figura 3.3.
Cn
A/2
3ω0 7ω 0
ω 5ω 0 ω
0
2A
sin nπ
Se xarmos τ = T0 /5 temos C0 = A/5 πn
e Cn =
5
θn = 0.
τ
Observe que o gráco de amplitudes é discreto e nos pontos ± ±nT0 o sinal é descontí-
2
nuo. Nesses pontos a série de Fourier tende para metade da amplitude da descontinuidade.
Por exemplo, a onda quadrada é caracterizada pela equação
A 2A 1 1
k(t) = + cos ω0 t − cos 3ωo t + cos 5ω0 t... (3.18)
2 π 3 5
τ
A 2A 2π τ 1 6π τ 1 10π τ
k = + cos − cos + cos + ... como T0 = τ /2 tem-se
2 2 π T0 2 3 T0 2 5 T0 2
A 2A 2π T0 1 6π T0 1 10π T0
= + cos − cos + cos + ...
2 π T0 4 3 T0 4 5 T0 4
A 2A π 1 3π 1 5π
= + cos − cos + cos + ...
2 π 2 3 2 5 2
A
= (3.19)
2
19
e isso vale para todas as outras descontinuidades.
Um caso interessante é quando τ →0 e A→∞ de tal forma que Aτ = 1, ou seja, cada
pulso se torna um impulso unitário e nosso sinal se transforma num trem de impulsos como
mostrado na Figura 3.4.
g(t)
....... .......
−2T0 T0 T0 2T0 t
0
∞
X ∞
X
g(t) = δ(t − N T0 ) = C0 + Cn cos nω0 t (3.20)
n=−∞ n=1
como Aτ = 1 e τ →0 tem-se
Aτ 1
C0 = = (3.21)
T0 T0
2A nπτ
Cn = lim sin
τ →0 πn T0
2AT0 nπτ
= lim sin
τ →0 πnAτ T0 T0
nπτ
2 sin T0
= lim
τ →0 T0 nπτ /T0
2 sin x
= lim (3.22)
T0 x→0 x
2 cosx 2
Cn = lim = (3.23)
T0 x→0 1 T0
donde
∞
X 1
g(t) = δ(t − nT0 ) = [1 + 2(cos ω0 t + cos 2ω0 t + ...) (3.24)
n=−∞
T0
20
Cn
2/T 0
..........
1/T 0
ω0 2ω 0 3ω 0 ω
Z t0 +T0 ∞ Z
X t0 +T0
−jkω0 t
g(t)e dt = Gn ej(n−k)ω0 t dt
t0 n=−∞ t0
mas Z t0 +T0
−j(n−k)ω0 t 0 n 6= k
e dt =
t0 T0 n = k
logo
Z t0 +T0
g(t)e−jkω0 t dt = Gk T0
t0
Z t0 +T0
1
Gk = g(t)e−jkω0 t dt (3.27)
T0 t0
A Equação 3.26 é chamada de série exponencial de Fourier para representar sinais perió-
dicos. O parâmetro t0 é arbitrário e se for escolhido com algum critério pode simplicar a
integração em 3.27.
21
A série trigonométrica e a exponencial são duas maneiras diferentes de escrever a mesma
coisa. Daí pode-se armar que
a0 = G0
an = Gn + G−n
n 6= 0 (3.28)
bn = j(Gn − G−n )
1
Gn = (an − jbn ) e
2
1
G−n = (an + jbn ) (3.29)
2
Se g(t), an e bn são reais G−n = G∗n ( G∗n é o conjugado de G−n ), assim se
Gn = | Gn | ejθn
G−n = | Gn | e−jθn
sendo | Gn | a amplitude e θn é a fase de Gn . Então para g(t) real | G−n |=| Gn | e o espectro
de amplitude Gn × ω é uma função par, do mesmo modo o espectro de fase θn × ω é um
função ímpar pois θn = −θ−n .
22
A/2 Kn
τ = T0
−7 ω −3ω 3ω 7ω 0
0 0 0
−5ω −ω ω 5ω 0 ω
0 0 0
a Kn × ω
Para o caso de τ →0 e Aτ = 1
1 sin nπτ
T 1
Kn = lim nπτ
= e
τ →0 T0 T0
T
∞ ∞
X 1 X jnω0 t
δ(t − nT0 ) = e
n=−∞
T0 n=−∞
comparar com o exemplo anterior.
23
C0 = G0 e Cn = 2 | Gn |=| Gn | + | G∗n |
Como a série exponencial tem suas vantagens ela será usada no restante do texto. Tra-
tamos até aqui de sinais periódicos idéias que existem de −∞ < t < ∞. Quando queremos
estender os resultados anteriores para sinais não periódicos usamos a Transformada de Fou-
rier.
g(t)
g (t)
P
gP (t) é g(t) repetido a cada T0 segundos. gP (t) é periódico e pode ser representado pela
série exponencial da Fourier. No limite quando T0 → ∞ temos
se
∞
X
gp (t) = Gn ejnω0 t
n=−∞
e
Z T0 /2
1
Gn = gp (t)e−jnω0 t dt (3.32)
T0 −T0 /2
24
e
2π
ω0 =
T0
A medida que T0 aumenta ω0 diminui e o espectro ca mais denso. As componentes
Gn também tornam-se menores. A forma do espectro no entanto permanece inalterada. Já
vimos isto nos exemplos.
Em T0 → ∞ (no limite) cada componente torna-se innitamente pequena, mas agora
existe um número innito de frequências pois ω0 → 0.
O espectro passa a existir para todo ω e deixa de ser discreto, ou seja é uma função
contínua de ω.
Como T0 → ∞ ⇒ ω0 → 0 vamos representar ω0 por ∆ω .
2π 2π
T0 = =
ω0 ∆ω
de 3.32 Z T0 /2
T0 Gn = gp (t)e−jn∆ωt dt (3.33)
−T0 /2
T0 Gn = G(n∆ω) (3.34)
∞
X G(n∆ω) jn∆ωt
gp (t) = e
n=−∞
T0
∞
X G(n∆ω)
= ∆ω ejn∆ωt (3.35)
n=−∞
2π
∞
X G(n∆ω)
g(t) = lim gp (t) = lim ∆ωejn∆ωt
T0 →∞ ∆ω→0
n=−∞
2π
de 3.33 e 3.34 Z T0 /2
lim G(n∆ω) = lim gp (t)e−jn∆ωt dt
T0 →∞ T0 →∞ −T0 /2
Z ∞
G(ω) = g(t)e−jωt dt
−∞
25
Recapitulando Z ∞
1
g(t) = G(ω)ejωt dω (3.36)
2π −∞
Z ∞
G(ω) = g(t)e−jωt dt (3.37)
−∞
26
com isso pode-se garantir a existência da transformada. Entretanto, algumas funções não
satisfazem 3.38 e ainda podem ser transformadas.
Lembrando que se uma tensão g(t) é aplicada a um resistor de 1Ω, a energia dissipada é
dada por
Z ∞
Eg = g 2 (t)dt (3.40)
−∞
e é denida como a energia de um sinal real g(t). Se um sinal tiver energia nita ele tem
Transformada de Fourier.
g(t)
1
e−at
Solução
Antes de prosseguirmos vamos introduzir a denição da função degrau unitário
0 para t<0
u(t) = (3.42)
1 para t≥0
27
Assim g(t) pode ser denida como
g(t) = u(t)e−at
Z ∞
G(ω) = u(t)e−at e−jωt dt
Z−∞
∞
= e−(a+jω)t dt
0
1
= − e−(a+jω)t |∞
0
a + jω
1
= quando a > 0
a + jω
|G( ω )|
π/2 1/a
θ g(ω) −π/2
Π(t)
t
−1/2 1/2
28
Π(t/τ )
t
−τ /2 τ /2
Com uma função g(t/a) é a função g(t) expandida por um fator a > 1 na escala de tempo,
Π(t/τ ) é a função porta expandida por τ , como está representado na Figura 3.12.
Como
1 τt < 1/2
t
Π =
τ 0 τt > 1/2
logo
Z τ /2
t 1
F Π = e−jωt dt = − [e−jωτ /2 − ejωτ /2 ]
τ −τ /2 jω
1 jωτ /2
= [e − e−jωτ /2 ]
jω
2
= sin(ωτ /2)
ω
sin(ωτ /2)
= τ (3.43)
ωτ /2
representada na Figura ??.
A função sin(x)/x, representada na Figura 3.13 tem um papel importante na teoria de
comunicações e em geral tem uma forma mais compacta de notação dada por
sin πx
Sinc(x) = (3.44)
πx
Assim 3.43 teria a forma
Π(t/τ ) ↔ τ Sinc(ωτ /2π).
29
X(ω)
ω
−4π −2π 2π 4π
τ τ τ τ
Sgn(t)
1
t
−1
lembrando que
sgn(t) = u(t) − u(−t)
temos
Z ∞
F[Sgn(t))] = lim [e−at u(t) − e−at u(−t)]e−jωt dt
a→0
−∞
Z ∞ Z 0
−at −jωt −at −jωt
= lim [e e dt − e e dt
a→0 0 −∞
−1 −(a+jω)t ∞ 1
= lim e |0 − ea−æωt |0−∞
a→0 a + jω a − jω
1 1 2
= lim − = .
→0 a + jω a − jω jω
30
Dirac deniu o impulso unitário como
Z ∞
δ(t) = 1
−∞
e δ(t) = 0 para t 6= 0. O impulso unitário poder ser considerado com um pulso estreito de
área 1 no limite quando sua largura →0 e sua altura 1/ → ∞, Figura 3.15.
1/
t
−/2 /2
Z ∞ Z /2
φ(0)
φ(t)δ(t)dt = lim dt = φ(0)
−∞ →0 −/2
Z ∞
F [δ(t)] = δ(t)e−jωt dt = 1 (3.48)
−∞
31
δ(t) F[ δ (t)]
t ω
assim Z ∞ Z ∞
1 jωt 1
δ(t) = G(ω)e dω = ejωt dω
2π −∞ 2π −∞
fazendo ω = −x e dω = −dx então
Z −∞ Z ∞
−jxt
2πδ(t) = − e dx = e−jxt dx (3.49)
∞ −∞
assim Z ∞ Z ∞
−jωt
G(ω) = F[g(t)] = F[1] = g(t)e dt = e−jωt dt
−∞ −∞
fazendo t=x e comparando com 3.49 temos
Z ∞ Z ∞
−jωx
F[1] = e dx = e−jxωt dx = 2πδ(ω)
−∞ −∞
logo
1 ↔ 2πδ(ω). (3.50)
É de se esperar que o efeito na frequência de deslocar o sinal tempo seja similar ao efeito
no tempo de deslocar o sinal da frequência. Vamos mostrar as propriedades sem demonstrá-
las
32
Simetria ou Dualidade
Se
g(t) ↔ G(ω)
então
G(t) ↔ 2πg(−ω).
Com o uso dessa propriedade ca fácil calcular a transformada de Fourier, por exemplo
vamos observar o sinal g(t) = 1, nesse caso δ(t) ↔ 1 e 1 ↔ 2πδ(−ω) = 2πδ(ω).
Escalonamento
Se
g(t) ↔ G(ω)
então para um valor a real e constante
1 ω
g(at) ↔ G .
|a| a
Dessa propriedade nota-se que g(at) é uma versão comprimida por um fator a de um
g(t) e G ωa é uma versão expandida por um fator a de G(ω). Logo conclui-se que
sinal
compressão no domínio do tempo implica em expansão no domínio da frequência e vice-versa.
Deslocamento no Tempo
Se
g(t) ↔ G(ω)
então
g(t − t0 ) ↔ G(ω)e−jωt0 .
Este resultado diz claramente que um deslocamento no tempo de t0 deixa o espectro de
magnitude inalterado, mas o espectro de fase ganha um termo adicional −ωt0 .
Deslocamento na Frequência
Se
g(t) ↔ G(ω)
então
g(t)ejω0 t ↔ G(ω − ω0 ).
O resultado acima mostra que um deslocamento do sinal em frequência é equivalente a
jω t
multiplicar o sinal no tempo por e 0 . Dito de outra forma: se multiplicarmos um sinal g(t)
jω t
por um fator e 0 isso translada todo o espectro G(ω) por ω0 .
33
Nos sistemas de comunicação, geralmente é desejável transladar o espectro de frequência.
Isto é realizado multiplicando-se g(t) por um sinal senoidal. Este processo é chamado dede
modulação e pode visto como
1
g(t) cos ω0 t = [g(t)ejω0 t + g(t)e−jω0 t ]
2
usando a propriedade acima, segue
1
g(t) cos ω0 t ↔ [G(ω + ω0 ) + G(ω − ω0 )] (3.52)
2
como está representado na Figura 3.17.
G( ω)
g(t) A
t ω
g(t)cos ω 0 t
A/2
t
−ω0 ω0 ω
Lembrando que se g(t) for periódico ele pode ser representado por uma série exponencial
de Fourier
∞
X
g(t) = Gn ejnω0 t
n=−∞
" ∞
#
X
F[g(t)] = F Gn ejnω0 t
n=−∞
∞
X
= F[Gn ejnω0 t ]
n=−∞
X∞
= Gn F[ejnω0 t ]
n=−∞
34
que é a transformada de 1 deslocada de nω0 t, logo
∞
X
F[g(t)] = Gn 2πδ(ω − nω0 )
n=−∞
X∞
= 2π Gn δ(ω − nω0 ). (3.53)
n=−∞
Usando o resultado do exemplo anterior substituindo Gn por 1/T0 , lembrando que g(t) é
um sinal periódico qualquer, então:
∞ ∞
X 2π X
δ(t − nT0 ) ↔ δ(ω − nω0 )
n=−∞
T0 n=−∞
∞
X
↔ ω0 δ(ω − nω0 ) (3.54)
n=−∞
g(t) G(ω )
35
Diferenciação em Frequência
Se g(t) ↔ G(ω) então
d
−jtg(t) ↔ G(ω) (3.56)
dω
Teorema da Convolução
Dados dois sinais g1 (t) e g2 (t) a convolução destes sinais é denida como
Z ∞
g1 (t) ∗ g2 (t) = g1 (x)g2 (t − x)dx (3.57)
−∞
g1 (t) ↔ G1 (ω)
e
g2 (t) ↔ G2 (ω)
então
g1 (t) ∗ g2 (t) ↔ G1 (ω)G2 (ω) convolução no tempo (3.59)
Interpretação Gráca
O cálculo da convolução não é mais difícil que o cálculo de uma integral comum quando
as duas funções são contínuas para todo t. Acontece que em alguns casos uma das (ou
ambas) funções envolvidas é denida por partes, e nesse caso uma interpretação gráca da
convolução é bastante útil.
Temos da Equação 3.57 que
Z ∞
g(t) = g1 (t) ∗ g2 (t) = g1 (x)g2 (t − x)dx
−∞
note que a função resultante da convolução é função do tempo, assim como as funções
envolvidas. Na integral t é a variável independente e x é a variável muda.
Sejam as funções como mostradas na Figura 3.19.
A função g1 (x) é a mesma função que g1 (t) trocando t por x. Para construirmos g2 (t − x)
primeiro construímos g2 (−x), Figura 3.20. Em seguida deslocamos a função g2 (−x) de t
obtendo a função da Figura 3.21.
36
g1(t) g2(t)
−1 1 t 3 t
g2(−x)
−3 x
Fazemos então o produto de g1 (x) por g2 (t − x) e tomamos a área denida por este
produto, como mostrado na Figura 3.22.
ou de outra forma g(t) ↔ G(ω) e δ(t) ↔ 1 donde g(t) ∗ δ(t) = g(t). Este resultado também
é óbvio gracamente.
Z ∞ Z ∞
−jωt 1
g1 (t)g2 (t)e dt = G1 (µ)G2 (ω − µ)dµ
−∞ 2π −∞
37
g (t−x)
2
t−3 t x
1111
0000
0000
1111
0000
1111
0000
1111
0000
1111
0000
1111
t−3 t x
tomando ω = 0, obtemos
Z ∞ Z ∞
1
g1 (t)g2 (t)dt = G1 (µ)G2 (−µ)dµ
−∞ 2π −∞
Z ∞
1
= G1 (ω)G2 (−ω)dω
2π −∞
Z ∞
1
= G1 (−ω)G2 (ω)dω (3.61)
2π −∞
Se g(t) = g1 (t) = g2 (t) então
Z ∞ Z ∞
2 1
g (t)dt = G(ω)G(−ω)dω
−∞ 2π −∞
38
g (t )
−2 −1 1 2 3 4 t
3.9 Exercícios
Exercício 6 Quais os coecientes de Fourier (série) para o sinal
s(t) = d cos ωt + e sin ωt
Exercício 8 Encontre a série exponencial de Fourier para o sinal s(t) = d cos ωt + e sin ωt
e desenhe os espectros de amplitude e fase
39
40
Capítulo 4
Transmissão de Sinais
Durante a propagação entre o transmissor e o receptor o sinal é alterado pelo meio em que
ele se propaga. Neste capítulo vamos discutir os efeitos das características desse meio de
transmissão sobre o sinal.
s(t) r(t)
Transmissor Canal Receptor
O sinal enviado s(t) se propagará pelo canal de comunicação e estará sujeito à interfe-
rências impostas pelo canal. Sendo F [] a função que descreve o comportamento do canal, a
relação da entrada com a saída será
r(t) = F [s(t)].
1. a resposta a uma soma de excitações é igual a soma das respostas das excitações
tomadas individualmente, ou seja, se a entrada for dada por
X
s(t) = ak sk (t)
k
41
sendo os ak constantes, então a saída será dada por
X
r(t) = ak F [sk (t)];
k
F [s(t − td )] = r(t − td ).
s(t) r(t)
Sistema
Linear
h(t)
R(ω) = S(ω)H(ω)
ou seja
1. que relações devem existir entre | H(ω) |, θh (ω) e | G(ω) | e θg (ω) para preservar a
forma de onda do sinal de entrada na saída
2. que ltro é obtido na forma de onda da saída em comparação com a entrada pelas
variações de | H(ω) |?
42
3. o mesmo para θh (ω)
Iniciemos pela primeira questão, pois nos sistemas de comunicação queremos sempre
minimizar as distorções causadas pelas imperfeições do canal, e no caso ideal obter uma
transmissão sem distorção.
Uma transmissão é dita sem distorção se a entrada e a saída tem a mesma forma de onda,
possivelmente escalonada (multiplicada por um fator k que pode atenuar ou amplicar o
1
sinal) . Como o sinal levará um tempo para atingir a saída do sistema, será incluindo um
atraso, porém uma transmissão que inclua um atraso na saída e que mantenha a forma de
onda de entrada ainda é considerada sem distorção.
Assim, para uma transmissão sem distorção
r(t) = ks(t − td )
sendo td um atraso que não altera a forma de onda do sinal transmitido. Pela propriedade
do deslocamento
R(ω) = kS(ω)e−ωtd
= ke−jωtd S(ω) = H(ω)S(ω) (4.2)
logo
H(ω) = ke−jωtd .
Fazer | H(ω) |= k implica que todas as componentes de frequência devem sofrer a mesma
atenuação ou amplicação.
Além disso deve-se ter θH (ω) = −ωtd e isto quer dizer que a fase é proporcional a ω , de
forma que todas as componentes de frequência sofram o mesmo atraso td (cos ω(t − td ) =
cos(ωt − ωtd )).
Dessa forma, para uma transmissão sem distorção o módulo e a fase de H(ω) devem ter
o formato mostrado na Figura 4.3, e como já foi dito, sistemas reais são no máximo uma
aproximação dos sistemas sem distorção.
******************* *******************
43
|H(ω )|
θh(ω )
Figura 4.3: Módulo e fase da função H(ω) que não distorce o sinal de entrada.
3
R = 10 Ω
g(t) −9 y(t)
C = 10 f
Solução
Para o circuito da Figura 4.4 tem-se
Zc 1/jωC 1
H(ω) = = =
ZR + Zc R + 1/jωC (jRωC + 1)
1/RC a
= =
1/RC + jω a + jω
1 ω
| H(ω) |= √ e θh (ω) = −tan−1 .
a2 + ω 2 a
Quando ω << a pode-se dizer que | H(ω) |≈ 1 e θh (ω) ≈ −ω/a, ou que temos uma
transmissão sem distorção, quase ideal. Por exemplo, para ω < 0, 2a, | H(ω) | desvia 2% de
um e θh (ω) de 1,5% do ideal.
a
Então para um sinal de largura de faixa
2π
B <<
Hz a transmissão é praticamente sem
distorção. O valores deB dependem da quantidade de distorção que pode ser tolerada. Para
ω = 0, 2a ou 2πB = 200.000 B ≈ 31.847Hz temos uma distorção desprezível.
O atraso td é dado por
dθh (ω) a
td = = 2
dω ω + a2
−6
No caso ideal θh (ω) = −ωtd ≈ −ω/a e td ≈ 1/a = RC = 10 .
44
Para uma entrada Acos100t, com 100 << 106
1
|H(ω )|
2B π ω
−2Bπ
θh(ω )= − ω t
d
Pode-se ainda ter um ltro ideal passa altas, representado na Figura 4.6 ou um ltro
passa faixa ideal, representado na Figura 4.7.
|H(ω )|
1
2B π ω
−2Bπ
θh(ω )= − ω t
d
|H(ω )|
1
2B π ω
−2Bπ
θh(ω )= − ω t
d
45
A função h(t)
para o ltro passa baixas ideal, também chamada resposta a um impulso
−1
unitário, é dada por h(t) = F [H(ω)]
ω
H(ω) = Π e−jωtd
4πB
sendo
ω 1 | ω |< 4πB/2
Π =
4πB 0 | ω |> 4πB/2
logo h(t) = 2BSinc[2B(t − td )], representada na Figura 4.8.
h(t)
2Β
2
td −1/ t
2Β
Pelo resultado acima tem-se que h(t) existe para t < 0. Isto é um resultado bastante
estranho considerando que h(t) é a resposta a um impulso aplicado em t = 0, ou seja, a
resposta aparece antes da entrada ser aplicada.
Infelizmente nenhum sistema real exibe essa característica profética (de prever que uma
determinada excitação vai ocorrer). Donde concluí-se que um ltro ideal apesar de ser
desejável não é sicamente realizável.
De forma similar podemos mostrar que outros ltros ideias são sicamente irrealizáveis
Para um sistema ser sicamente realizável h(t) deve ser causal, isto é, h(t) = 0 para t < 0.
A função h(t) do ltro ideal pode não ser realizável mas ĥ = h(t)u(t) é sicamente
realizável porque é causal. Tal ltro no entanto não é ideal e distorce o sinal limitado em
BHz.
Mas se aumentarmos a atraso td (teoricamente se td → ∞) teríamos um ltro ideal
realizável. ĥ(t) pode ser uma réplica aproximada de h(t) exceto pelo atraso. O ltro
resultante Ĥ(ω) é uma aproximação de H(ω).
Assim um ltro ideal pode ser realizado de um modo aproximado com um certo atraso
td . Se td for da ordem de 2 ou 3 vezes 1/2B fará com que ĥ(t) seja uma versão razoavelmente
aproximada de h(t).
Fazendo uma analogia, se uma pessoa quiser saber o que vai acontecer daqui a um ano
(com a universidade por exemplo), ela tem duas opções
2. consultar um expert e permitir que ele lhe dê a notícia daqui a um ano. Mas se o
expert for mesmo sábio ele pode acertar o prognóstico com atraso menor que um ano,
vericando as tendências.
46
Na prática temos uma variedade de ltros, por exemplo, os ltros Butterworth são des-
critos pelas funções de transferência
1
| H(ω) |= q 2n
ω
1+ 2πB
sendo n a ordem do ltro. Na Figura 4.9 temos ltros para alguns valores de n.
H(ω )
n=1
n= 8 n=2
n=16
ω
2πΒ
Deve ser lembrado que | H(ω)| e a fase θh (ω) são interdependentes e ao escolher um valor
de n para um ltro pode ser que o
47
• emprega elementos simples (somadores, multiplicadores, etc.) em vez de RLC e ampli-
cadores operacionais. O resultado disso é que os ltros digitais não são afetados por
precisão de componentes, temperatura, envelhecimento, etc;
ou
q
X
y[n] = bi x[n − i]
i=0
1 ω ≤ ωc
H(ω) = (4.3)
0 c.c.
pode-se calcular
Z ∞ Z ωc
1 jnω 1
bn = H(ω)e dω = ejnω dω =
2π −∞ 2π −ωc
Do resultado acima nota-se que para obter um lto passa baixas com a resposta em
frequência da Equação 4.3 (ltro passa baixas Apesar da implementação do ltro ideal com
o uso de todos os coecientes ser impossível, pode-se truncar a quantidade de coecientes
utilizado e obter uma aproximação do ltro ideal.
48
4.2.1 Distorção Linear
Primeiro vamos considerar canais lineares e invariantes no tempo. Distorções podem ser
causadas por características não ideais de
• magnitude,
• fase
• ou ambas
que está representada na Figura 4.11, e que um pulso x(t) com largura de banda limitada a
B Hz é aplicado a entrada desse canal, vamos analisar que sinal é obtido na saída.
Seja x(t) ↔ X(ω) e y(t) ↔ Y (ω), logo
Y (ω) = X(ω)H(ω)
= X(ω)[1 + k cos T ω]e−jωtd
= X(ω)e−jωtd + k[X(ω) cos T ω]e−jωtd (4.4)
49
1+k
|H(ω )|
2B π ω
−2Bπ
θh(ω )= − ω t
d
y (t )
x (t )
t td −T td td +T t
k
y(t) = x(t − td ) + [x(t − T − td ) + x(t + T − td )]
2
que consiste no pulso x(t) atrasado de td mais dois outros pulso x(t) atenuados de k/2,
deslocados de ±T e atrasados de td , como mostrado na Figura 4.12.
A dispersão é causada pelos ecos em ±T . Magnitude ideal e fase não ideal de H(ω)
provoca um efeito similar.
4.2.2 Equalização
Em tese pode-se eliminar a distorção linear no receptor pela aplicação de um função de seja
inversa a do canal. Esse processo é conhecido como equalização. Sendo HC (ω) a resposta ao
impulso do canal e Heq (ω) a resposta ao impulso do equalizador se zermos
50
e
m=M
!
X
Heq (ω) = cm e−jωm∆ e−jωM ∆
m=−M
Saida
+ +
51
4.2.3 Distorção Causada pelas não linearidades do canal
Para pequenos sinais é válido aproximar um canal qualquer por um canal linear, mas para
amplitudes maiores as não linearidades não podem ser ignoradas.
Vamos considerar um caso simples de um canal não linear sem memória, no qual y(t) está
relacionada com a saída por uma equação não linear y = f (x). Usando a série de McLaurin
para expandir f (x)
r = a0 + a1 x(t) + a2 x(t)2 + ... + ak x(t)k + ...
A série de potências nos permite avaliar o espectro resultante
k−1
k 1
x (t) ↔ X(ω) ∗ X(ω)... ∗ X(ω)
2π
donde X ak
Y (ω) = 2πa0 δ(ω) + X(ω) ∗ X(ω)... ∗ X(ω)
k
(2π)k−1
Podemos tirar algumas conclusões da equação acima: uma delas é que a saída consiste
dos espectro de entrada mais repetidas autoconvoluções desse mesmo espectro.
Quando um espectro é convoluído com ele mesmo o espectro resultante tem largura de
banda duas vezes maior que o original. Assim, (k−1) autoconvoluções vai aumentar a largura
de faixa por um fator k. Isto signica que o sinal de saída terá componentes de frequência
que não existiam no sinal original. Este tipo de distorção causa não apenas distorção no
sinal mas interferência nos canais vizinhos.
Exemplo 23 Um sinal m(t)cosωc (t) é transmitido através um canal com a seguinte carac-
terística
y = a1 x(t) + a2 x2 (t) + a3 x3 (t)
sendo x a entrada e y a saída. Determine o sinal recebido, desenhe o espectro e comente o
resultado obtido.
Sendo
x(t) = m(t) cos ωc t
então
y(t) = a1 m(t) cos ωc t + a2 m2 (t) cos2 ωc t + a3 m3 (t) cos3 ωc t
sabemos que cos2 θ = 21 (1 + cos 2θ) e cos3 θ = 14 (3 cos θ + cos3θ), assim
a2 a2 a3 a3
y(t) = a1 m(t) cos ωc t + m2 (t) + m2 (t) cos 2ωc t + 3 m3 (t) cos ωc t + m3 cos 3ωc t
2 2 4 4
a2 2 3 a 2 a 3
= m (t) + [a1 m(t) + a3 m3 (t)] cos ωc t + m2 (t) cos ωc t + m3 cos 3ωc t. (4.6)
2 4 2 4
Usando um ltro passa faixa centrado em ωc de largura 4πB então
3
yf iltrado (t) = [a1 m(t) + a3 m3 (t)] cos ωc t
4
no qual a primeira componente é o sinal desejado e a segunda componente a distorção.
Observe que o sinal de saída y(t) provavelmente vai interferir em outros canais.
52
Compansão
O efeito das não linearidades pode ser reduzido para este tipo de canal usando um dispositivo
que é o recíproco do canal.
Em alguns casos um sinal é intencionalmente distorcido passando por um compressor na
transmissão e por um expansor na recepção.
O compressor amplica mais os sinais em níveis baixos do que em níveis altos e em
geral segue uma curva logarítmica, o expansor implementa a função inversa. Compressão-
expansão⇒ compansão.
atraso t d
Sinal Sinal
+
Transmitido Recebido
α atraso t d+ ∆ T
H1 (ω) = e−jωtd
H2 (ω) = αe−jω(t+∆t) ,
donde se obtém
53
q
| H(ω) | = (1 + α cos ω∆t)2 + α2 sin2 ω∆t
p
= 1 + 2α cos ω∆t + α2 cos2 ω∆t + α sin2 ω∆t
√
= 1 + α2 + 2α cos ω∆t (4.8)
α sin ω∆t
θh (ω) = −(ωtd + tan−1 ) (4.9)
1 + α cos ω∆t
Pode-se observar na Figura 4.15 que a maginitude e a fase de H(ω) tem período 2π/∆t.
|H(ω )|
θ h( ω)
Figura 4.15: Magnitude e fase da função de transferência de um canal com dois percursos.
Multipercurso causa distorção linear e portanto dispersão. Esta distorção pode ser par-
cialmente corrigida pelo uso de equalizadores.
54
Teorema 1 (Teorema de Parseval) Seja
Z ∞
Eg = | g(t) |2 dt
−∞
a energia a sinal g(t) e caso essa função seja complexa tem-se | g(t) |2 = g(t)g ∗ (t), então
Z ∞
Eg = g(t)g ∗ (t)dt (4.10)
−∞
Z ∞ Z ∞
1 ∗ −jωt
= g(t) G (ω)e dω dt (4.11)
−∞ 2π −∞
trocando a odem das integrais tem-se:
Z ∞ Z ∞
1 ∗ −jωt
Eg = G (ω) g(t)e dtdω (4.12)
2π −∞ −∞
Z ∞
1
= G(ω)G∗ (ω)dω (4.13)
2π −∞
Z ∞
1
Eg = | G(ω) |2 dω (4.14)
2π −∞
1 ω
= tan−1 |∞ 0
2πa a ∞
1
Eg =
2a
55
Da equação Z ∞
1
Eg = | G(ω) |2 dω
2π −∞
pode-se observar que a contrbuição de frequência ω para a energia de g(t) é igual a | G(ω) |2 .
Então, considere g(t) aplicado como entrada do ltro passa-faixa H(ω) entrado em ω0 , re-
presentado na Figura 4.16.
H(ω )
∆ω
1
−ω ω0 ω
0
A saída do ltro Y (ω) será dada por Y (ω) = G(ω)H(ω) e a energia de y(t) por
Z ∞
1
Ey = | G(ω)H(ω) |2 dω
2π −∞
Z ω0 +∆ω0
1
Ey = 2 | G(ω) | ω (4.15)
2π ω0 −∆ω0
1
= | G(ω0 ) |2 df (4.16)
π
então | G(ω) |2 df é a contribuição a energia de g(t) pelas bandas ∆f centradas em ω0 , logo
| G(ω) |2 é a energia por unidade de largura de banda (Hertz) da componente espectral de
g(t) centrada em ω , ou | G(ω) |2 é Densidade Espectral de Energia de g(t), ou seja
Z ∞
2 1
Φg (ω) =| G(ω) | e Eg = Φg (ω)dω
2π −∞
56
Primeiro vamos mostrar que ψ(τ ) é par quando g(t) é real, para isso tomemos x = t + τ, ou,
t=x−τ e dt = dx, assim
Z ∞
ψg (τ ) = g(x − τ )g(x)dx
Z−∞
∞
= g(x)g(x − τ )dx = ψ(−τ ). (4.17)
−∞
ψg (τ ) = g(τ ) ∗ g(−τ )
Z ∞
g(τ ) ∗ g(−τ ) = g(τ ) ∗ f (τ ) = g(x)f (τ − x)dx
−∞
assim
Z ∞
g(τ ) ∗ g(−τ ) = g(x)g(x − τ )dx = ψg (−τ ) = ψg (τ )
−∞
g(τ ) ↔ G(ω)
e portanto
57
Densidades de Energia de Entrada e Saída
Seja g(t) o sinal de entrada e y(t) o sinal de saída de um sistema linear com função de
transferência H(ω), ou seja, Y (ω) = X(ω)H(ω), então temos
Ψy (ω) = | Y (ω) |2 =| G(ω)H(ω) |2 =| H(ω) |2 | (G(ω) |2
= | H(ω) |2 Ψg (ω) (4.18)
Pg = g 2 (t)
Observe que se Eg é nita, então Pg = 0 e se Pg é nita Eg é innita. Dessa forma tem-se
a seguinte classicação:
Alguns sinais não obedecem essa classicação, por exemplo o sinal g(t) = e−at −∞ < t <
∞ tem Eg e Pg innitas.
Para achar Pg no domínio de frequência como Eg → ∞ para sinais de potência, existe
a possibilidade de não existir a transformada de Fourier. Portanto vamos considerar g(t)
truncado
g(t) |T | < T /2
gT (t) = (4.20)
0 |T | > T /2
Enquanto T for nito, Eg é nita e existe a transformada de Fourier gT (t) ↔ GT (ω) e
Z ∞ Z ∞
1
ET = gT2 (t)dt = | GT (ω) |2 dω (4.21)
−∞ 2π −∞
mas Z ∞ Z T /2
gT2 (t)dt = g 2 (t)dt
−∞ −T /2
donde
Z T /2 Z ∞
1 2 1 1 1 2
Pg = lim g (t)dt = lim = lim | GT (ω) | dω (4.22)
T →∞ T −T /2 T →∞ T T →∞ T 2π −∞
58
|GT (ω)|2
Quando T aumenta, também aumentam ET e | GT (ω) |2 , no entanto
T
se aproxima
de algum limite quando T → ∞, pois crescem com a mesma taxa, assim tem-se:
∞
| G(ω |2
Z
1
Pg = lim dω (4.23)
2π −∞ T →∞ T
| G(ω) |2
Sg (ω) = lim (4.24)
T →∞ T
donde Z ∞ Z ∞
1 1
Pg = Sg (ω)dω = Sg (ω)dω (4.25)
2π −∞ π 0
a mudança no limite inferior de integração na equação acima deve-se ao fato que Sg (ω) é
positiva, real e par. A unidade de Sg é W/Hz e a de Pg é W .
Usando a variável f ao invé de ω tem-se
Z ∞ Z ∞
Pg = Sg (2πf )df = 2 Sg (2πf )df (4.26)
−∞ 0
|G(ω)|2
De Sg (ω) = limT →∞T
deduz-se que a DEP de um sinal contém apenas informação
de magnitude do espectro de frequências de GT (ω) e perde a informação de fase. Isto quer
dizer que alterar a fase não altera a DEP.
Z T /2
1
Rg (τ ) = g(t)g(t + τ ) = lim g(t)g(t + τ )dt (4.27)
T →∞ T −T /2
Z T /2+τ
1
Rg (τ ) = g(x − τ )g(x) = lim g(x − τ )g(x)dt (4.28)
T →∞ T −T /2+τ
59
tomemos novamente gT (t) e sua densidade espectal de energia | GT (ω) |2 , então
ψgT (τ )
Rg (τ ) = lim gT (τ )gT (t + τ )dt = lim (4.31)
T →∞ T →∞ T
e
F [ψgT (τ )] | GT (ω) |2
F [Rg (τ )] = lim = lim = Sg (ω) (4.32)
T →∞ T T →∞ T
Fazendo τ =0 na Equação 4.27 tem-se
Solução:
Usando a função de autocorrelação tem-se
Z T /2
1
Rg (τ ) = lim A cos(ω0 t + θ)A cos(ω0 (t + τ ) + θ)dt
T →∞ T −T /2
"Z #
T /2 T /2
A2
Z
= lim A cos(ω0 τ )dt + cos(2ω0 t + ω0 τ + 2θ) dt
T →∞ 2T −T /2 −T /2
A2 T
= cos ωτ lim
2 T →∞ T
A2
= cos ωτ (4.34)
2
donde pode-se observar que Rg (τ ) é independente de θ, a fase de g(t). A PSD será
A2
Sg (ω) = F[Rg (τ )] = F[cos ωτ ]
2
A2
= π [δ(ω − ω0 ) + δ(ω + ω0 )] (4.35)
2
A potência média, ou valor médio quadrático de g(t) será
A2
Pg = Rg (0) =
2
ou de outra forma
∞ ∞
πA2
Z Z
Pg = 2 Sg (ω)df = 2 δ(ω − ω0 )df
0 0 2
A2
= (4.36)
2
conrmando um fato bastante conhecido.
60
4.5.1 Relação ente a DSP de entrada com DSP de saída
Idêntico ao caso anterior para sinais de energia, se H(ω) é a função de transferência de um
sistema linear e invariante no tempo, então
Ry (τ ) = h(τ ) ∗ h(−τ ) ∗ Rg (τ )
Exemplo 26 Um sinal g(t) tem PSD Sg (ω) = N /A2 como mostrado na Figura 4.17. De-
termine a PSD e o valor médio quadrático de sua derivada.
Sg (ω )
2
N/A
2B π ω
−2Bπ
Solução
Podemos observar a derivada como um sistema cuja entrada é o sinal g(t), a função de
transferência é a derivada e a saída o sinal derivado, como está representado na Figura 4.18.
g(t) y(t)
d /dt
61
Assim, como Sy (ω) =| H(ω) |2 Sg (ω) e a função de transferência de um diferenciador é
jω tem-se
N 2
Sy (ω) =| jω |2 Sg (ω) = ω 2 Sg (ω) = ω
A2
O valor médio será dado por
∞ ∞
ω2N
Z Z
y 2 (t) = 2 Sy (ω)df = df
0 0 A2
Z B
2N 2N B 2 2
Z
= 2 (2πf ) 2 df = 2 4π f df
0 A A 0
8π 2 N B 3
= 2
volt2 (4.37)
3A
Exemplo 27 Mostre que se g(t) tem uma PSD Sg (ω) e potência Pg , então ag(t) tem PSD
a2 Sg (ω) e potência a2 Pg
Solução
y(t) = ag(t) ↔ Y (ω) = aG(ω) = H(ω)G(ω)
sendo H(ω) = a, logo temos
para obter o integrando precisamos multiplicar g(t) por g(t − τ ) (g(t) deslocada), e então
achar a área sob o produto g(t)g(t − τ ).
Primeiro vamos observar a Figura 4.20 e considerar 0 < τ < T0 /2.
como os pulsos são positivos ou negativos, o produto g(t)g(t − τ ) é sempre positivo e a
área de um pulso será Ap = T0 /2 − τ .
Considerando um intervalo T = N T0 temos N pulsos sobre o intervalo, a área total é a
soma das áreas de cada pulso individual, assim AT = N (T0 /2 − τ ) e
1
Rg (τ ) = [N (T0 /2 − τ )]
lim
T →∞ T
1
= lim [N (T0 /2 − τ )]
N →∞ N T0
1 T0 1 2τ
= −τ = 2− para 0 < τ < T0 /2 (4.38)
T0 2 2 T0
62
g(t) T 0 /2
t
−1 T
0
Rg (τ ) = 0 para | τ |> T0 /2
63
g(t−τ )
g(t) τ
1 11
00 11
00 11
00
00
11
00
11 00
11
00
11 00
11
00
11
00
11 00
11 00
11
00
11 00
11 11
00 00
11
00
11
00
11
00
11 t
−1 T 0/2− τ 00
11
frequência. Mas a função de autocorrelação nos permite obter informação sobre o espectro
desses sinais que seria impossível por meios convencionais.
4.6 Exercícios
Exercício 11 Considere um canal no qual o sinal enviado chega ao receptor por dois ca-
minhos distintos. O primeiro atenua o sinal por um fato k1 e atrasa de t1 , o segundo tem
atenuação k2 e atraso t2 . Obtenha a expressão de um equalizador baseado em uma linha de
atraso para esse canal.
64
Rg(τ)
0,5
−T0 /2 T0 /2 τ
Sg(ω )
T0 /4
65
A Razão Sinal Ruído (SNR do inglês Signal to Noise Ratio) é denida como a razão entre
a potência do sinal e a potência do ruído. O nível do ruído em geral aumenta com a distância
enquanto que o sinal é atenuado de modo que a SNR piora ao longo do canal.
Tirei a seção a segui pois achei sem sentido e mal escrita.
66
Capítulo 5
Modulação em Amplitude (AM)
Pode-se transmitir sinais de duas formas banda básica e com portadora. O termo banda
básica se refere a faixa de frequências de um sinal que é produzida por uma fonte ou um
transdutor. Como exemplo, na telefonia o sinal de áudio é transmitido na faixa de 0 a 3,4Kz,
na televisão a faixa de vídeo vai de 0 a 4,3 MHz.
O sinal banda básica tem potência nas baixas frequências e não pode ser transmitido
por um enlace de rádio, mas podem ser transmitidos por um o ou cabo coaxial. Em geral
um sinal banda básica é mais difíceis de transmitir e não fazem uso eciente do espectro de
frequências disponível.
Modulação é um processo que causa um deslocamento na faixa de frequências de um
sinal para outra faixa de frequências. Para isso usa-se um sinal chamada de portadora, que
normalmente é uma onda senoidal com uma determinada frequência ωc que tem alguma de
suas características (amplitude, frequência, fase ou um combinaçao deles) de acordo com o
sinal em banda básica. A modulaçao é usada tanto com sinais analógicos quanto digitais.
Ac cos(ωc t + θc ) (5.1)
varia com um sinal em banda básica conhecido como sinal modulante. Os valores de ωc e θc
são constantes e para facilitar o entendimento vamos assumir que θc = 0.
Se Ac é diretamente proporcional a m(t), a portadora modulada será
e das propriedades da transformada de Fourier sabe-se que essa operação consiste no deslo-
camento do espectro de m(t) para ωc , ou seja
Se m(t) ↔ M (ω)
1
m(t) cos(ωc t) ↔ [M (ω + ωc ) + M (ω − ωc )] (5.3)
2
67
conforme está representado na Figura 5.1.
G( ω)
g(t) A
t ω
g(t)cos ω 0 t
A/2
t
−ω0 ω0 ω
Se m(t) é limitado em BHz , o sinal modulado ocupa 2BHz e é composto de duas partes:
conforme está ilustrado na Figura 5.1. Por esse motivo, esse esquema é dito ser uma Mo-
dulação em Amplitude com Banda Lateral Dupla e com Portadora Suprimida, DSB-SC
(double-sideband-supressed-carrier).
Para recuperar o sinal m(t) a partir do sinal modulado precisamos reconduzir o espectro
de m(t) para a sua posição original, esse processo é chamado de demodulação e é realizado
da seguinte forma:
1 1 1
[m(t) + m(t) cos(2ωct] ↔ M (ω) + [M (ω − 2ωc ) + M (ω + 2ωc )] (5.5)
2 2 4
Para recuperar o sinal original pode-se usar um ltro passa-faixas, conforme está ilustrado
na Figura 5.2.
Este método de demodulação é chamado de detecção síncrona ou detecção coerente,
pois usamos uma portadora local com a mesma frequência (fase) para demodulação. Assim
precisamos gerar no receptor uma portadora em perfeito sincronismo com a que foi usada
pelo transmissor.
Vale ainda observar que ωc ≥ 2πB
para evitar a sobreposição de M (ω + ωc ) e M (ω − ωc ),
ωc
pois se ωc < 2πB a dedmodulação é impossível. Na prática
2πB
>> 1.
68
m(t)cos ωc t 2
m(t)cos ωc t m(t)/2
X LPF
cos ω ct
filtrro
−2ω 2ωc ω
c
5.2 Modulação AM
Foi mostrado que na demodulação de sinais AM-DSB-SC a portadora cos(ωc t + φ) deve ser
gerada no receptor para que o sinal m(t) possa ser recuperado. A geração da portadora no
receptor se justica em comunicações ponto-a-ponto, nas quais o custo de implementação do
receptor pode ser mais alto do que em comunicações multiponto (um transmissor e vários
receptores como no caso de radiodifusão). Nesse último caso, por questões econômicas, os
receptores devem ser simples e portanto deve-se procurar uma forma de evitar a geração da
portadora localmente.
Uma das formas de evitar a geração da portadora no receptor é enviá-la junto com o sinal
transmitido, nesse caso tem-se a modulação AM-DSB, cujo sinal a ser enviado é dado por
O espectro de ψAM (t) é idêntico ao de m(t) cos(ωc t) porém com dois impulsos adicionais
centrados em ±ωc , ou seja:
1
ψAM (t) ⇐⇒ [M (ω + ωc ) + M (ω + ωc ) + πA[δ(ω + ωc ) + δ(ω + ωc )] (5.8)
2
Seja o sinal m(t) e as modulações mostradas na Figura 5.3. O sinalE(t) = A + m(t) é
chamado de envelope (ou envoltória) dos sinal E(t) cos ωc t, podemos notar que se A+m(t) >
0 para todo t podemos recuperar m(t) a partir de φAM pela detecção do sua envoltória.
A condição para detecção é então A + m(t) > 0 para todo t ou A ≥ −m(t)min . Dene-se
o ínidice de modulação como
−m(t)min
µ= .
A
Donde tem-se as seguintes situações
69
m(t)
A + m(t) > 0
A A + m(t) < 0
A
t t
E(t) E(t)
Solução
Nesse caso
−m(t)min B
µ= =
A A
e
logo
70
A/2
A
−A/2
µ=0,5 µ=1
A2
Pc =
2
e a potência das bandas laterais (m(t) cos ωc t) será
1
PBL = m2 (t).
2
sendo m2 (t) o valor médio quadrático de m(t), logo a potência total do sinal AM é dada por
1h 2 2
i
Pt = Pc + PBL = A + m (t) .
2
e a eciência será
PBL m2 (t)
η= × 100% = × 100%.
Pt A2 + m2 (t)
Para o caso em que m(t) = B cos ωm (t) (modulação em tom) e fazendo b = µA, tem-se
µ2 A2 (µA)2
m(t) = µA cos ωm (t) e m2 (t) = =
2 2
logo
(µA)2 /2 µ2
η= × 100% = × 100%.
A2 + (µA)2 /2 2 + µ2
71
Da equação acima pode-se observar que no caso da modulação em tom, ηM AX ocorre quando
µ = 1, e nesse caso tem-se
1
ηM AX = × 100% ≈ 33%
3
Isto signica que nas melhores condições, quando ainda é possível usar demodulação coerente,
apenas 1/3 da potência é usada para transportar informação. Para sinais de voz por exemplo,
isto é ainda pior consegue-se apenas 25%.
sendo x(t) e y(t) a entrada e saída respectivamente do elemento não linear. A saída z(t) será
dada por
z(t) = y1 (t) − y2 (t) = [ax1 (t) + bx21 (t)] − [ax2 (t) + bx22 (t)]
substituindo x1 (t) = cos ωc (t) + m(t) e x2 (t) = cos ωc t − m(t) tem-se
o espectro de m(t) é centrado na orígem e o de m(t) cos ωc t é centrado em ±ωc , logo quando
z(t) passa por um ltro passa-faixas centrado, no domínio do tempo, em ωc obtém-se o sinal
AM-DSB-SC 4bm(t) cos ωc t.
Outro tipo de modulador que gera sinais AM-DSB-SC são os moduladores chaveados,
neles a operação de multiplicação de m(t) pela portadora é realizada por uma operação de
72
chaveamento obtida pela multiplicação de m(t) por um sinal periódico qualquer que tenha
frequência fundamental ωc .
Um sinal periódico com frequência fundamental ωc tem série trigonométrica de Fourier
dada por
∞
X
φ(t) = Cn cos(nωc t + θn )
n=0
e portanto tem-se
∞
X
m(t)φ(t) = Cn m(t) cos(nωc t + θn )
n=0
73
M(ω )
m(t)
t ω
w(t)
t −ωc ωc ω
2 m(t)cosω t
π c
Filtro
Passa Faixa
t
a b
D1 D3 a b
Filtro
A cos ωc t m(t) + Passa km(t)cos ωc t
c ~ d −
Faixa
D2 D4
b
74
a b c
+
Filtro
m(t)
Passa
−
Faixa
+ ωc
c cosωct
−
, , ,
a b c
Detector Reticador
Se uma sinal AM é aplicado a um circuito com um diodo e um resistor (veja Figura 5.9), a
parte negativa do sinal AM é suprimida e a saída no resistor será uma versão de meia onda
reticada do sinal AM, que consiste essencialmente em multiplicar o sinal de entrada por
w(t), ou seja
Detector de Envelope
Nesses demoduladores, a saída do detector segue o envelope do sinal modulado. Um circuito
desse tipo está ilustrado na Figura 5.10. No ciclo positivo do sinal AM o diodo conduz e
carrega o capacitor com o valor mínimo do sinal de entrada, no ciclo negativo o diodo para
de conduzir e o capacitor descarrega através do resistor R, o processo se repete e a saída vc (t)
acompanhará o envelope da entrada a menos de uma ondulação, como está representado na
Figura 5.10.
75
[A + m(t)]cos ωct
[A + m(t)]
Filtro
Passa R m(t)
[A + m(t)]cos ωct Baixas π
ωc
A ondulação no sinal de saída pode ser reduzida pela escolha adequada dos valores de R
e C. Como RC é a constante de tempo que reje o decaimento do sinal durante o ciclo de
entrada negativo, quanto maior esse valor menor será o decaimento. Porém, dependendendo
da escolha de RC o decaimaneto poderá ser muito lento e o sinal de saída não acompanhará
o envelope do sinal de entrada, como está representado na Figura 5.11.
Uma questão interessante a ser respondida é qual o valor ideal para a constante de tempo
RC ? Para responder essa questão considere que o sinal de saída será dado por
vc = Ee−t/RC
usando a série de Taylor esse valor pode ser aproximado por
t
vc = E 1 −
RC
e o decaimento de descarga será −E/Rc. Para que o capacitor siga E(t), o valor da queda
determinado por RC deve ser muito maior que o decaimento do envelope E(t), ou seja
dvc
= E ≥ dE
(5.9)
dt RC dt
dE
= −µAωm sin ωm t
dt
e a Equação 5.9 se torna
A(1 + µ cos ωm t)
≥ µAωm sin ωm t
RC
76
C R vc (t)
Sinal AM
Envoltoria
Discarga capacitor
E(1 − t/RC)
Envelope
E
para todo t, ou
1 + µ cos ωm t
RC ≤
µωm sin ωm t
O pior caso ocorre quando o lado direito da equação acima se torna o mínimo, e isto é
atingido quando cos ωm t = −µ e neste caso obtém-se
p !
1 1 − µ2
RC ≤ (5.10)
ωm µ
77
necessitar apenas metada da faixa de frequências do que a necessária para enviar um sinal
DSB.
Os sinais SSB podem ser demodulados coerentemente de maneira idêntica aos sinais
DSC-SC, como está ilustrado na Figura 5.12.
M(ω )
−2π B 2πB ω
−ω c ωc ω
BLS BLS
BLS
−ω c ωc ω
BLI BLI
BLI
−ω c ωc ω
−2ωc 2ωc ω
Observe que os sinais SSB não possuem a portadora, logo podem ser denominados de
SSB-SC.
Vamos determinar a expressão no tempo de sinais SSB. Para isso precisamos do conceito
de pré-envoltória de um sinal m(t). Observe e Figura 5.13, então M+ (ω) = M (ω)u(ω) e
M− (ω) = M (ω)u(−ω) sendo u(t) a função degrau. Assim tem-se
m+ (t) ↔ M+ (ω)
e
m− (t) ↔ M− (ω)
Como M+ (ω) e M− (ω) são conjugadas, então m+ (t) e m− (t) também o são, e como
78
M(ω )
−2π B 2πB ω
M+
M−
−ωc ωc ω
−ωc ωc ω
1
m+ (t) = [m(t) + jmh (t)]
2
e
1
m− (t) = [m(t) − jmh (t)] (5.11)
2
precisamos determinar mh (t). Como temos que
1
M+ (ω) = M (ω)u(ω) = M (ω)[1 + sgn(ω)]
2
1 1
M+ (ω) = M (ω) + M (ω)sgn(ω)
2 2
assim,
m(t) ↔ M (ω)
m+ (ω) ↔ M+ (ω)
79
e
1 1 1 1
m+ (t) = m(t) + j mh (t) ↔ M (ω) + M (ω)sgn(ω)
2 2 2 2
em consequência
1 1
jmh (t) ↔ M (ω)sgn(ω)
2 2
ou
temos que
j
↔ sgn(ω)
πt
e lembrando que
1 1
mh (t) = −jm(t) ∗ = m(t) ∗
Z ∞ πt πt
1
= m(α) dα
∞ π(t − α)
1 ∞ m(α)
Z
mh (t) = dα (5.13)
π −∞ t − α
−j = e−jπ/2 ω > 0
H(ω) = −jsgn(ω) (5.14)
j = ejπ/2 ω<0
Ou de outra forma, se atrasarmos todas as componentes de m(t) por π/2 obtemos mh (t).
Podemos agora expressar um sinal SSB como
ΦBLS (ω) = M+ (ω − ωc ) + M− (ω + ωc )
80
|H(ω)| θ (ω)
h
π
__
2
ω ω
−π
__
2
Exemplo 30 Seja m(t) cos ωm t (modulação em tom), determine o sinal φBLS (t).
Solução
Como m(t) = cos ωc t e a transformada de Hilbert de um sinal consiste em atrasar todas as
−π/2, tem-se que mh (t) = cos(ωc t − π/2) = sin ωc t. E assim:
fases desse sinal de
O primeiro caso é o método mais comum, nele o sinal DSB-SC passa por um ltro aado
de modo a suprimir a banda lateral indesejada.
81
Filtragem
Para obter o sinal BLS, o ltro deve cortar todas as componentes abaixo de ωc e deixar
passar as que estão acima.
O problema é que tal ltro é irrealizável, portanto deve haver alguma separação entre a
faixa de passagem do sinal e onde deve ser cortado, como está ilustrado na Figura 5.15.
SSB
Filtro
−ωc +ωc
Para nossa sorte, os sinais de voz fornecem essa condição. Em banda básica o sinal de voz
tem pouca potência na baixas frequências, e além disso, foram realizados teste que mostraram
não existir perda de inteligibilidade se cortarmos as componentes abaixo de 300Hz. Desse
modo podemos ltrar com uma certa facilidade sinais de voz pois temos 600Hz ao redor da
região de transição ωc .
Para que se obtenha um corte considerado bom, a banda lateral indesejada deve ser
atenuada em até 40 dB.
Porém se a frequência da portadora é muito alta (p.ex. 10MHz) um intervalo de 660Hz
é muito pequeno e pode constituir num problema. A solu¿o é realizar a modulação em mais
de um passo, da seguinte forma:
Passo 1 Gerar um sinal DSC-SC com portadora de baixa frequência de modo que seja a ltra-
gem seja fácil, como esté representado na Figura 5.16.
Passo 2 O sinal resultante é então modulado para uma frequência alta ωc2 e então novamente
ltrado, pois o intervalo agora é 2ω − c, conforme está ilustrado na Figura 5.17.
Deslocamento de Fase
A equação
82
Filtro
−ωc1 ωc1
−ωc1
ωc1
2 ωc1
Filtro
−ωc2 ωc2
2 ωc1
1 1
φSSB (t) cos ωc t = m(t)[1 + cos(2ωc t] ∓ mh (t) sin 2ωc t
2 2
1 1
= m(t) + [m(t) cos 2ωc t ∓ mh (t) sin 2ωc t] (5.19)
2 2
o segundo termo da soma acima é suprimido pelo ltro passa baixas, sobrando apenas a
mensagem m(t). Portanto, o demodulador é idêntico ao que já vimos para os sinais DSB-
SC.
83
Modulador m(t)cos ω c t
DSB−SC
cos ω c t
m(t) +
Sinal SSB
- π /2 Σ
+
sen ω c t
Modulador m h(t)sin ω ct
- π /2
m h(t) DSB−SC
Este sinal pode ser recuperado por detecção de envoltória, desde que A >>| m(t) |,
vejamos:
sendo
84
temos que (1 + x)n ≈ 1 + nx quando| x |<< 1 e como A >> m(t) tem-se que m(t)/A << 1
donde
1 2m(t)
E(t) ≈ A 1 + = A + m(t)
2 A
A condição para detecção por envoltória de sinais AM é que A ≥ −mmin (t), para sinais
SSB com portadora é que A >> m(t) e isto implica dizer que em termos de potência os
sinais SSB com portadora são menos ecientes que os sinais AM.
2cos ω c t
cos ω c t ~ ~
Σ
θ QAM (t)
- π /2 - π /2
sen ω c t 2sen ω c t
m 2(t) Filtro
Ambos os sinais modulados ocupam a mesma faixa e os dois sinais podem ser separados
no receptor por detecção síncrona, usando portadoras locais em quadratura.
Vejamos:
o segundo termo após a igualdade na equação acima é eliminado pelo ltro passa baixas.
De forma similar podemos analisar o outro canal. Este esquema é chamado de mo-
dulação em amplitude em quadratura QAM (do inglês em Quadrature Amplitude
Modulation) ou multiplexação em quadratura.
QAM tem problemas, erro de fase entre as portadora no demodulador causa a perda do
sinal e também interferência entre os dois canais. Da mesma forma se as frequências são
diferentes.
85
Já SSB em dois canais adjacentes, um erro de fase nas portadoras causa distorção em
cada canal mas não interferência.
Multiplexação em quadratura é usada em televisão em cores para multiplexar os sinais
de crominância. QAM é usado também em transmissão digital. Vamos ver uma aplicação
sobre linhas telefônicas.
Sabemos que para transmitir pulsos em banda básica a uma faixa de 2400bits/s necessi-
tamos um mínimo de 1200Hz de banda. Na prática a largura de faixa necessária é denida
(usando 1 primeiro critério de Nyquist) como
(1 + r)1200 sendo 0 ≤ r ≤ 1
sendo p(t) o formato do pulso. Os valores de ri e θi (ai e bi ) são escolhidos como está
representado na Figura 5.20.
bi
xi
θi
ai
86
Como temos 16 sinais ⇒ log2 16 = 4 digitos binários e cada pulso pi transmite 4 bits,
logo podemos transmitir a uma taxa de 4 × 2400 = 9600bps.
Os sinais m1 (t) = ai p(t) e m2 (t) = bi p(t) são os sinais que entram no modulador (QAM).
As sa¿as do demodulador ser¿ ai p(t) e bi p(t), e desse modo, dado o par (ai , bi ) sabemos qual
combina¿o dos 4bits foi transmitida.
Na transmissão pela linha telefônica, necessitamos em cada ponto terminal um modu-
lador e um demodulador para transmitir e receber os dados. O transmissor e o receptor
modulador e demodulador) está geralmente num único equipamento chamado de modem.
(
M(ω )
−2π B 2π B ω
Θ (ω)
DSB
DSB
−ω c ωc ω
Θ (ω)
SSB
SSB
−ω c ωc ω
Θ (ω)
VSB
VSB
−ω c ωc ω
O sinal banda básica pode ser recuperado por detecção síncrona em conjunto com um
ltro equalizador H0 (ω). Se usarmos uma portadora podemos usar detectores de envoltória
87
para recuperar o sinal enviado.
Na Figura 5.22 estão representados o transmissor e o receptor VSB e na Figura 5.23 estão
representadass as características dos ltros Hi (ω).
2cos ω ct 2cos ω c t
~ ~
VSB−BLS
1 1
VSB−BLI α
α
0,5 0,5
1−α
1−α
α
ωc ωc
x x x x
sendo Hi (ω) um ltro facilmente realizável, cuja característica está representado na Fi-
gura 5.23.
Desejamos que m(t) seja recuperado usando demodulação síncrona e como
substituindo ΦV SB , obtemos:
H0 (ω) é um ltro passa-baixas de modo que as componentes em ±2ωc são eliminadas e então
tem-se
88
donde
1
H0 (ω) = | ω |≤ 2πB
Hi (ω + ωc ) + Hi (ω − ωc )
Observe que Hi (ω) ¿um ltro passa-faixa centrado em ωc , de modo que Hi (ω±ωc ) contém
componentes em frequências baixas.
Solução: hi (ω + ωc ) + Hi (ω − ωc )
Primeiro precisamos achar quem é
As componentes em ±40Hz são suprimidas pelos ltros passa-baixas H0 (ω), que estamos
interessador em descobrir, temos
1
H0 (ω) = para | ω |≤ 2πB
Hi (ω) + Hi (ω − ωc )
donde obtemos os sinais representados na Figura 5.24.
H (ω )
i
1,0
0,5
H (ω + ω c) + H ( ω − ωc)
i i
−6 2 6
2 H (ω )
0
−6 6
89
5.9.2 Uso do VSB em Sinais de Televisão (Por Difusão)
O sinal de TV ocupa uma largura de faixa de 4,5MHz em banda básica. Usando a modulação
DSB, a largura de faixa necessária para transmitir esse sinal seria de 9MHz. Pode-se então
pensar em usar SSB para transmitir esses sinais e assim usar uma faixa de 4,5Mhz, entretanto
os sinais de TV tem potências altas nas baixas frequências, o que tornaria quase impossível
suprimir uma das bandas laterais com ltros.
Além dos fatos já citados, como o sistema de TV é por difusão é interessante termos
receptores mais simples, usando detecção de envoltória. Mais uma vez pode-se cogitar o uso
de (SSB+C) porém com esta escolha muita potência seria usada na portadora.
O uso de VSB+C é um compromisso entre os sistemas DSB+C e SSB+C. O espectro
resultante do sinal é de 6MHz.
2cos[(ωc+∆ω)t+δ ]
90
o primeiro termo da soma após a igualdade é eliminada pelo ltro e na saída obtém-se
91
1 1
x(t) = m2 (t) cos2 ωc t = m2 (t) + m2 (t) cos 2ωc t
2 2
m2 (t) é um sinal positivo e apresenta um nível DC que será denominado de K. Podemos
expressar m2 (t)/2 como
1 2
m (t) = K + φ(t)
2
sendo φ(t) um sinal banda básica com média zero, assim
1
x(t) = m2 (t) + k cos 2ωc t + φ cos 2ωc t
2
e novamente o segundo termo da soma após a igualdade é eliminado pelo ltro.
2
O ltro passa faixas suprime (1/2)m (t) e parte de φ(t) cos 2ωc t. Lembrando que φ(t)
tem nível DC igual a zero.
Φ(ω)
FPF
Φ(ω)
FPF
−2ω c 2ω c
Laço de Costas
O VCO gera a portadora 2 cos(ωc t + Θ0 ). O erro de fase é dado por Θl = Θi − Θ0 .
1
m2 (t) sin θl cos θ = m2 (t) sin 2θl
2
92
m(t)cos θ
l Saída
Filtro
Passa Baixas
2cos( ω ct + θ )
0
2
m(t)cos( ω ct + θ ) x(t) Filtro m (t)sen2 θ/2
l
i
VCO Passa Baixas
(Faixa estreita)
−π/2
2sen( ω ct + θ )
0 m (t)sen θ l
Filtro
Passa Baixas
Figura 5.26: Receptor com PLL para a geração da portadora coerente na demodulação.
1 2
e a saída será k sin 2θl sendo k m (t).
a componente DC de
2
O sinal é aplicado ao VCO que tem frequência quiescente ωc .
O termo k sin 2θl aumenta a frequência ωc que reduz θl .
A saída do VCO passa a ser 2 cos(ωc t + ∆ωt + θ0 ) e a saída do ltro passa baixas que
tem e1 (t) como entrada
cos(θi − θ0 − ∆ωt) = cos(θl − ∆ωt)
Para sinais DSB-Sc e VSB-SC estas duas técnicas podem ser aplicadas, por exemplo o
sinal SSB
∓mh (t)
q
−1
E(t) = m2 (t) + m2h (t) e θ(t) = tan (5.26)
m(t)
2 2 2 1 2
φSSB (t) = E (t) cos (ωc t + θ(t)) = E (t){1 + cos[2ωc t + 2θ(t)]} (5.27)
2
1 2
O termo
2
E (t) cos[2ωc t+2θ(t)] não é uma senóide pura e não temos como eliminar 2θ(t).
Então quando não são usados cristais uma portadora piloto é utilizada.
93
ωc1 ωc2 ωc3
Banda de Guarda
ωc+ ω
IF
A razão para isso é para obter uma seletividade adequada. É difícil projetar ltros
adequados de 10Khz de largura de faixa (áudio) se fc é muito alta. Particularmente quando
o ltro é sintonizável. Isto que dizer que o ltro de RF não pode fornecer seletividade
adequada para canais adjacentes.
Toda seletividade é realizada praticamente na seção de RF, que também amplica o
sinal pra o detector de envoltória. A principal função da seção de RF é a supressão da
frequência imagem. Por exemplo, se fc = 1000KHz e f10 = 1455KHz mas f 0 = 1455KHz
0
e f10 = 1910KHz também é captada em 455KHz pois | f − f 10 |= 455KHz a estação
imagem da estação de 1000KHz.
Estações a 910KHz = 2f IF são estações imagem e aparecem simultaneamente na saída
de IF.
A seção de RF fornece uma baixa seletividade para estações adjacentes mas alta seleti-
vidade para estações separadas por 910KHz.
O receptor que estamos analisando converte a frequência da portadora para uma frequên-
cia IF usando um oscilador local de frequência fIO maior que a da portadora (conversão para
cima) e por isso o receptor é chamado de super-heterodino.
Este princípio doi introduzido pr E. H. Armstrong e é usado em receptores AM, FM e
em televisores. A razão para ser usar a conversão para cima e não para baixo é que é mais
94
fácil projetar os osciladores.
A faixa de frequências do AM comercial é de 550 a 1600KHz. A conversão para cima
de 1005 a 2055kHz razão de 2,045 e para baixo de 95 a 1145Khz razão de 12,05. Canais de
10KHz de largura de faixa e as mensagens na faixa de 4 a 4KHz. Cada canal é separado por
uma banda de guarda de 30KHz.
95
96
Capítulo 6
Modulação em Ângulo
Nos anos 20 a radiodifusão estava no início e se procurava uma forma de transmissão que
reduzisse o efeito do ruído (estática). Como a potência do ruído é proporcional a largura de
faixa do sinal modulado, e idéia era encontrar um esquema de modulação que reduzisse a
largura de faixa.
Vislumbrou-se então um novo método que eliminava as bandas laterais. A idéia era variar
a frequência com o sinal mensagem,
ω(t) = ωc + km(t)
97
Seja um sinal senoidal generalizado
sendo θ(t) o ângulo generalizado que é função de t. Para θ(t) = A cos(ωc t + θ0 ), θt (t) =
ωc t + θ0 , gracamente temos o ângulo generalizado representado na Figura 6.1.
ω c t+ θ
θ( t)
θ( t) qualquer
θ0 ∆t
t1 t2 t
θ(t) = ωc t + θ0
ou
Veremos como transmitir m(t) variando θ(t). Tal técnica é chamada de modulação em
ângulo ou exponencial. Para esse tipo de modulação existem duas possibilidades:
98
Na modulação em fase θ(t) varia linearmente com m(t)
θ(t) = ωc t + θ0 + kp m(t)
sendo kp uma constante, ωc a frequência da portadora e θ0 a fase de portadora que pode ser
feita igual a zero sem perda de generalidade, então
θ(t) = ωc t + kp m(t)
assim
sP M (t) = A cos[ωc t + kp m(t)] (6.1)
d
ωi = [ωc t + kp m(t)] = ωc + kp m0 (t).
dt
Portanto, na modulação em fase a frequência instantânea varia linearmente com a deri-
vada do sinal modulante.
Se a frequência instantânea é que varia linearmente com o sinal modulante temos modu-
lação em frequência (FM), ou seja
ωi = ωc + kf m(t) (6.2)
Z t
θ(t) = [ωc + kf m(α)]dα
−∞
Z t
= ωc t + kf m(α)α (6.3)
−∞
donde,
Z t
sF M = A cos[ωc t + kf m(α)dα]. (6.4)
−∞
99
m(t) m( α)d α ϕ FM( t)
Modulador
Fase
Modulador em frequência
m(t) ϕ ( t)
m’(t) Modulador PM
d/dt Frequência
Modulador em fase
Z ∞ Z t
h(t) = u(t) ⇒ m(α)u(t − α)dα = m(α)dα
−∞ −∞
m(t) −4
2x10
1
t(s)
−1
kf
fi = fc + m(t)
2π
2π105
= 100 × 106 + m(t) = 108 + 105 m(t)
2π
donde obtém-se fi(min) = 108 − 105 = 99, 9M Hz e fi(max) = 108 + 105 = 100, 1M Hz .
100
m(t) −4
2x10
1
t(s)
−1 1
sFM (t)
t(s)
−A
Como m(t) cresce (ou decresce) linearmente com o tempo fi cresce (ou decresce) de
99,99MHz a 100,1MHz linearmente com o tempo.
b) PM: temos que PM para m(t) é FM para m0 (t), de forma que
kp 0
fi = fc + m (t)
2π
10π 0
= 108 + m (t) = 108 + 5m0 (t)
2π
m0 (t) = a quando m(t) varia de -1 a 1 e m0 (t) = −a quando m(t) varia de 1 a -1, sendo que
a indica a inclinação da reta denida pelos pontos -1 a 1 em t, ou seja
1 − (−1)
a= 4
= 2 × 104 = 20.000
10
m’(t)
20.000
t
−20.000 −4
2x10
fi(min) = 108 −5×20.000 = 108 −105 = 99, 99M H fi(max) = 108 +5×20.000 = 108 +105 =
100, 1M H
0 −4
Como m (t) comuta de 20.000 a -20.000 a cada 10 s a fi comuta de 100,1 e 99,9Mhz a
−4
cada 10 s.
101
m’(t)
20.000
t
−20.000 −4
2x10
s (t)
PM
m(t)
t
−1
Solução:
a) FM, temos
kf
fi = fc + m(t) = 108 + 105 m(t).
2π
Como m(t) comuta de 1 a -1 e vice-versa, a onda FM também de 100,1 a 99,9MHz
Este esquema de modulação é chamado de FSK (Frequency-Shift Keying) comutação por
deslocamento em frequência.
b) Para PM, temos
kf 0 1
fi = fc + m (t) = 108 + m0 (t).
2π 4
e não ca claro como a fi se altera. Portanto vamos considerar a abordagem direta.
99,9MHz 100,1MHz
m’(t)
Este esquema é chamado PSK (Phase-Shift Keying) comutação por deslocamento de fase.
Observe que ele pode ser visto como uma modulação DSB-SC por m(t).
0
A onda sP M (t) tem descontinuidade nos instantes onde os impulsos em m (t) estão loca-
dΘ
lizados. Isto implica que ωi = nestes instantes → ∞.
dt
É interessante notar que kp deve ser escolhido de forma que a fase que restrita a faixa
(−π, π). Por exemplo, se kp = 3π2
em nosso exemplo
3π
sP M (t) = A cos[ωc t + m(t)]
2
e sP M (t) = A sin ωc t quando m(t) = 1 e m(t) = −1/3 o que pode causar ambiguidades no
receptor.
Se m(t) for contínuo a restrição sobre kp não é necessária. Com isso podemos dizer que
para m(t) limitado em faixa kp não tem qualquer restrição.
103
6.2 Potência de uma Onda Modulada em Ângulo
Embora ωi varie como tempo, a amplitude A permanece sempre a mesma. Portanto Ps P M =
A2
Ps F M = 2
independente de kp e kf .
assim
agora
ŝF M (t) = Aejωc t ejkf a(t)
expandido em série este último termo
De modo que o espectro total é o espectro da portadora mais o espectro dos an centrados
em ωc . É fácil notar que este espectro é ilimitado em faixa.
Embora teoricamente a largura de faixa de uma onda FM seja innita, podemos notar que
a maior parte da potência do sinal está contida numa faixa nita. Usando essa informação
tem-se dois casos a considerar:
• FM de faixa estreita, e
• FM de faixa larga
104
6.4 Modulação em Ângulo em Faixa Estreita
A modulação em ângulo é não linear, por exemplo
que é linear. Esta expressão é semelhante a de uma onda AM. Como a(t) é limitado em
BHz , sF M (t) terá apenas 2BHz . Por esa razão, quando | kf a(t) |<< 1 este caso é chamado
de FM de faixa estreita (NBFM, Narrow Band FM). O PM de faixa estreita é similar
sP M (t) ≈ A[cos ωc t − kp m(t) sin ωc t].
As equações acima sugerem um método possível para gerar NBFM e NBPM usando
moduladores DSB-SC, como está ilustrado na Figura 6.11.
−Asen ωc t
Acos ωct
π/2
Se | kf a(t) | não é muito menor que 1, não podemos desprezar os termos de mais alta
ordem da equação do sinal FM, e a análise se torna bastante complicada.
Para obter uma estimativa vamos considerar m(t) limitado em BHz . Este sinal pode ser
aproximado por digamos m̂(t) como mostra a Figura 6.12.
105
m(t k)
tk t
1/2B
Por conveniência cada pulso será chamado de um célula. É relativamente fácil analisar
FM pra m̂(t) por causa das amplitudes constantes de cada célula. Para assegurar que m̂(t)
contenha toda a informação de m(t) cada célula não deve ser maior que o intervalo de Nyquist
1/2B segundos.
Vamos considerar uma célula típica começando em t = tk , esta célula tem um amplitude
constante m(tk ), portanto o sinal FM correspondente a esta célula será uma senóide de
frequência
1
ωi = ωc + kf m(tk ) para tk < t < tk +
2B
como mostrado na Figura 6.13.
ωi = ω c+ k f m(t k)
tk t
1/2B
4πB
ω
ω c+ k f m(t k)
2π 2π
Note que o espectro deste pulso é espalhado ao redor de ωc + kf m(tk ) por
T
= 1/2B
=
4πB .
106
As amplitudes máxima e mínima das células são respectivamente −mp e mp . Portanto
as frequências máxima e mínima do sinal FM são ωc + kf mp e ωc − kf mp respectivamente.
O espectro de cada pulso com frequência máxima e mínima é mostrado na Figura 6.15.
4πB 4πB
ω
ω c− k f m p ω c+ k f mp
ωc + kf mp + 4πB e ωc − kf mp − 4πB
1 kf mp 4πB
BF M = (2kf mp + 8πB) = 2( + ) = 2(∆f + 2B)
2π 2π 2π
Esta estimativa é um pouco maior que o valor real pois foi obtida para m̂(t) e não para m(t)
que é um sinal mais suave. Portanto vamos reajustar a nossa estimativa.
Primeiro vamos analizar nossa equação para NBFM, ou seja kf muito pequeno, em outras
palavras ∆f é muito pequeno em relação a B , de modo que podemos ignorá-lo, assim BF M ≈
4B .
Mas tínhamos visto anteriormente que para esse caso a largura de faixa seria 2B . Isto
indica que uma estimativa melhor é
kf mp
BF M = 2(∆f + B) = 2 +B
2π
107
que é o resultado obtido por Carlson, que investigou o problema rigorosamente para um tom.
Por isso esse fórmula é chamada de Regra de Carson.
Agora se ∆f >> B , caso de um verdadeiro WBFM BF M ≈ 2∆f . Como ∆ω = 2π∆f =
2πkf mp
2π
= kf mp , para esse caso isso é precisamento o que foi reconhecido pelo pioneiros. O
único erro foi pensar que funcionava par qualquer caso, especialmente quando ∆f << B .
∆f
Denimos a regra de desvio β = e assim a regra de Carson ca
B
BF M = 2B(β + 1)
ωi = ωc + kp m0 (t)
kp m0p
BP M = 2(∆f + B) = 2 +B .
2π
α
a(t) = sin ωm t assumimos a(−∞) = 0
ωm
e
kf α
ϕ̂F M (t) = Aej(ωc t+kf a(t)) = Aej(ωc t+ ωm sin ωm t)
108
sendo ∆ω = kf mp = αkf .
A largura da faixa de m(t) é B = fM Hz . O índice de modulação
∆f ∆ω αkf
β= = =
fm ωm ωm
portanto,
Este último termo é periódico com período 2π/ωm e portanto pode ser expandido em série
de Fourier
∞
X
jβ sin ωm
e = Cn ejnωm t
n=−∞
sendo
Z T /2
1 2π
Cn = ejβ sin ωm t e−jβ sin ωm t dt como T =
T −T /2 ωm
Z π/ωm
ωm
Cn = ejβ sin ωm t−jnωm t dt
2π −π/ωm
−π
fazendo ωm t = x, ωm dt = dx e os limites de integraçao xi = ωm ωm
= −π e xs =
π
ωm ωm
= π assim
Z π
1
Cn = ej(β sin(x−nx) dx
2π −π
esta integral não pode ser avaliada diretamente, porém pode-se expandir o termo mais interno
numa série innita. Esta intergral se encontra tabulada e é chamada de função de Bessel de
primeira classe e ordem n, ou seja, Cn = Jn (β), representadas na Figura 6.16.
Jn (β)
1
β=1 β=2 β=3 β=4
109
Jn (β) é fornecida para vários valores de η eβ, assim
∞
X
ejβ sin ωm t = Cn ejnωm t
n=−∞
X∞
= Jn (β)ejnωm t (6.9)
n=−∞
donde
Vemos que o sinal modulado tem uma componente correspondente a portadora quando
η=0 e innitas componentes nas bandas laterais, ωc ± ωm , ωc ± 2ωm , ..., ωc ± nωm ,...
Para cada β o comprimento de n-ésima componenete ω = ωc + nωm é Jn (β) para ω =
ωc − nωm Jn (−β) = (−1)n Jn (β).
é
Como mostrado no gráco Jn (β) decresce com n de modo que para n grande o suciente
Jn (β) se torna desprezível. Em geral Jn (β) é desprezível para η > β + 1, assim temos β + 1
bandas laterais signicativas. A largura de faixa signicativa para o FM nesse caso será
110
Solução:
a) Primeiro determinar a largura de faixa exponencial (B) de m(t). Como m(t) é um sinal
periódico pode ser representado por uma série de Fourier
X 2π 2π
m(t) = Cn cos nω0 t onde ω0 = = −4
= 104 π
n
T 2 × 10
8
8π 2 n2
n mpar
Cn = (6.13)
0 n par
as amplitudes das harmônicas decrescem rapidamente com n. Por exemplo a terceira harmô-
nica tem apenas 11% da fundamental e a quinta harmônica tem 4% da fundamental. Em
2
termos de potência a terceira harmônica tem 0, 11 ou 1,21% da potência da fundamental e
a quinta harmônica tem apenas 0,16%.
Assumindo então que a largura de faixa de m(t) compreende até a terceira harmônica,
3×104 π
ωm = 3ω0 = 3 × 104 π ou B =
2π
= 15Khz .
Para FM temos que mp = 1 e pela regra de Carson
∆f 100
β= =
B 15
e
100
BF M = 2B(β + 1) = 2.15( + 1) = 230Khz
15
Para PM já vimos que m0 = 20.000 então
1 1
∆f = = 5π20.000 = 50KHz
2π 2π
e BP M = 2(∆f + B) = 130KHz . Pelo ínidice de modulação β = ∆f
B
= 50
15
50
BP M = 2B(β + 1) = 2 × 15( + 1) = 130KHz
150
b) Dobrando m(t), mp = 2 e B = 15KHz como antes.
Para FM:
1
∆f = kf mp = 200KHz
2π
e
200
BF M = 2(∆f + B) = 430KHz e β =
15
Para PM m0 = 40.000
1
∆f = kp m0p = 100Khz
2π
100
BP M = 2(∆f + B) = 230KHz β=
15
Observe que duplicar m(t) quase dobra a largura de faixa para FM e PM.
Exemplo 35 Repetir o exemplo anterior para T = 4 × 10−4 , duas vezes o período anterior
111
Solução:
Para determinar a nova largura de faixa essencial de m(t), relembremos que uma expansão
de 2 no tempo reduz o espectro de 2.
2π
ω0 = = 2, 5π104 ou f0 = 0, 25 × 104 = 2, 5KHz
T
a terceira harmônica B = 3f0 = 7, 5KHz
1
Para FM, mp = 1 tem-se ∆f = k m = 100KHz e BF M = 2(∆f +B) = 2(100+7, 5) =
2π f p
215KHz .
0
Para PM, mp = 10.000 metade do anterior tem-se ∆f =
1
k m0 = 25KHz e BP M =
2π f p
2(∆f + B) = 2(25 + 7, 5) = 65KHz .
Observe que a expansão no tempo quase não afetou BF M , mas reduziu a metade BP M .
Isto ratica nossa armação que o espectro do PM e fortemente do espectro de m(t).
Solução:
Determinar a largura do sinal mensagem (ou sua derivada) que é a maior frequência de
∆ω
∆ω = 15000 + 20000π ⇐ ∆f = = 12.387, 32Hz
2π
112
c)
∆f 12.3987, 32
β= = = 12, 387
B 1.000
d)
Θ(t) = ωc t + (5 sin 3000t + 10 sin 2000t)
o desvio de fase ∆θ é o máximo valor de m(t) ou seja quando ambos os senos forem 1,
assim ∆θ = 5 + 10 = 15rad.
e)
BF M = 2(∆f + B)
= 2(12.387, 32 + 1000) = 26.774, 65Hz
113
A indústria de radiodifusão, antes resistente ao FM, passou a construir equipamentos
para a nova faixa sem pagar royalties para Armstrong. Ele passou metade de sua vida
nas cortes americanas na tentativa de separar a injustiça, chegando em ao suicídio em 1954
o
pulando da janela do 13 andar de um prédio.
114
sendo x(t) = m(t) cos ωc t produz
3b 3 b
y(t) = [am(t) + m ] cos ωc t + m3 (t) cos 3ωc t
4 4
Essa imunidade a não linearidades é a razão primária para modulação em ângulo ser
usada em sistemas repetidores de microondas que necessitem de níveis altos de de potência.
Isto impõe amplicadores não lineares classe C.
m(t) Multiplicador
NBFM de WBFM
Frequência
O método de geração do NBFM sugerido por Armstrong, apresenta distorções por causa
das aproximações realizadas. A saída do NBFM tem alguma modulação em amplitude.
A limitação da amplitude pelos multiplicadores de frequência removem grande parte de
distorção.
Exemplo 37 Temos um gerador NBFM com fc1 = 200KHz . Nesta frequência é fácil cons-
truir osciladores de cristal estáveis. O desvio de frequência ∆f1 = 25Hz , o espectro do sinal
de áudio para obter alta delidade, é de 50Hz a 15KHz. Desse modo β = ∆f fm
1 25
= 15.000 << 1,
no pior caso um sinal de voz β = 25/50 = 0, 5.
A saída do transmissor comercial FM é de 91,2MHz e ∆f = 75KHz .
115
Para conseguirmos ∆f = 75KHz , precisamos multiplicar de 75.000/25 = 3000 vezes
∆f1 .
Isto pode ser feito por dois estágio de multiplicação de 64 e 48, ou 64 × 48 = 3072 o que
produz ∆f = 76, 8. O valor exato ∆f = 75KHz pode ser conseguido com ∆f 1 = 24, 41Hz .
Os multiplicadores são projetados por meio de duplicadores e triplicadores colocados em
6 4
cascata. Assim 64 = 2 (6 duplicadores), 48 = 2 × 3(4 duplicaores, 1 triplicador).
−π/2
−Acosωct
Oscilador Oscilador
a cristal a cristal
200KHz 10,9MHz
A frequência em c) terá que ser 91,2MHz/48 = 1,9MHz para conseguirmos fc3 , a frequên-
cia do oscilador do conversor deve ser fc2 ∓ fc3 , escolhemos fc2 fc3 = 12, 8 − 1, 9 = 10, 9M Hz .
116
Solução:
Dois tipos de distorção: em amplitude e de frequência. Para NBFM
sendo
p
E(t) = (1 + kf2 a2 (t)) e θ(t) = tan−1 [kf a(t)]
vemos que a amplitude do sinal modulado AE(t) não é constante, e portanto gera uma
distorção na amplitude esta distorção no entanto não é grave pois pode ser eliminada por
limitadores de faixa de passagem discutidos mais a frente.
dθ(t) 1
ωi = = kf (dθ(t)/dt)
dt 1 + kf2 a2 (t)
1
2 2
= 1 − kf2 a2 (t) + kf4 a4 (t)...
1 + kf a (t)
assim
para o FM ωi = kf m(t), de modo que o restante dos temos da equação acima representa a
distorção.
α
Quando m(t) = α cos ωc t, a(t) = ωm
sin ωm t e
∆f ∆ω αk f
β= = =
fm ωm ωm
assim
α2 4 α
4
ωi = kf α cos ωm t[1 − kf2 2
sin2
ωm t + k 4
f 4 sin ωm t...]
ωm ωm
Esta equação como podemos observar, apresenta apenas harmônicos ímpares de distorção
117
e a mais importante é a terceira harmônica. Ignorando os outros temos tem-se
β 3 ωm /4 β2 0, 52 1
= =
βωm 4 4 16
ou 6,25%.
m(t)
VCO ω c+ k f m(t)
118
6.10 Demodulação de FM
A informação em um sinal FM está na frequência instantânea
ωi = ωc + kf m(t)
portanto uma malha seletiva em frequência com função de transferência dada por
| H(ω) |= aω + b
Z t
ϕF M (t) = A cos[ωc t + kf m(α)dα]
−∞
dϕF M (t)
= −A[ωc + kf m(t)] sin[] = ϕ0 (t)
dt
o sinal ϕ0F M (t) é um sinal modulado tanto em frequência como em amplitude, como está
representado na Figura 6.20.
m(t)
ϕ ’ (t)
FM
119
A envoltória de ϕ0F M (t) é A[ωc + kf m(t)]. Como
e portanto m(t) pode ser obtida por detecção de envoltória. Assim o demodulador FM em
diagrama de blocos está representado na Figura 6.21.
ϕ (t) ϕ ’ (t)
FM FM Detector A[ ω c+ k fm(t)] Bloqueador
Ak fm(t)
d/dt
Envoltória DC
Observe que a amplitude A deve ser constante. Se a amplitude A não for constante, mas
função do tempo, então
Z t
ϕF M (t) = A(t) cos(ωc t + θ(t)] θ(t) = kf m(α)dα
−∞
dϕF M dA
= −A(t)[ωc θ0 (t)] sin(ωc t + θ(t)) + cos(ωc t + θ(t))
dt dt
considerando que A(t) varia muito lentamente, o termo dA/dt pode ser desprezado, mesmo
assim a envoltória de ϕ0F M seria
ϕ (t)
FM v 0 (t)
Limitador FPF e 0(t)
Brusco ωc
1 se vi > 0
v0 = (6.17)
−1 se vi < 0
120
v (t)
i
v 0(t)
Observe que a saída do limitador brusco a uma senóide será uma onda quadrada de
amplitude 1 independente da amplitude da senóide. Além disso, os cruzamentos no zero são
preservados pois quando a entrada é zero a saída também é zero.
Assim se v1 (t) = A(t) cos θ(t) ⇒ v0 (t) tem a amplitude constante
Quando v0 (t) passa pelo ltro passa-faixas centrado em ωc a saída é um sinal modulado
em ângulo. Vejamos
vi (t) = A(t) cos θ(t)
em que
Z t
θ(t) = ωc t + kf m(α)α
−∞
v0 (t) depende do sinal de vi (t). Considerando A(t) ≥ 0 v0 (t) pode ser expresso por
1 se cos θ > 0
v0 (θ) = (6.18)
−1 se cos θ < 0
v (θ)
0
−1
4 1 1
v0 (θ) = (cos θ − cos 3θ + cos 5θ − ..)
π 3 5
121
que é válida para qualquer θ real.
Em qualquer instante de tempo t
Z t
θ(t) = ωc t + kf m(α)dα
−∞
assim
Z t Z t
4 1
v0 (t) = cos[ωc t + kf m(α)dα] − cos[3ωc t + 3kf m(α)dα)] + ....
π −∞ 3 −∞
Icos(ω c+ ω )t r(t)
+
Acos ωct
em que
I sin ωt
φd (t) = tan−1
A + I cos ωt
Quando o sinal de interferência é pequeno em comparação a portadora (I << A)
I
φd (t) ≈ sin ωt
A
122
A frequência instantânea de r(t) é ωi = ωc + φ0d (t) aplicando r(t) a um demodulador de
fase ideal, a saída do demodulador será
I
yd (t) = φd (t) ≈ sin ωt
A
dφd I
yd (t) = = ω cos ωt
dt A
Esse efeito é muito diferente das sinais AM, em que a interferência na saída do demodu-
lador é independente de amplitude da portadora.
ϕ (t) r(t)
AM
+
Icos(ωc+ ω )t
O ruído no canal age como uma interferência nos sinais modulados em ângulo.
123
INTERFERÊNCIA
FM (I ω/A)
PM (I/A)
Como o ruído se comporta como uma interferência a potência do ruído no receptor está
concentrado nas frequências mais altas.
Se m(t) for uma sinal a potência desse sinal está concentrada nas frequências mais altas.
Dessa forma a DEP do ruído está centrada onde m(t) é mais fraco, o que parece desas-
troso.
m(t) km(t)
H p(ω) Modulador Demodulador
..... H ( ω)
FM FM d
O ltro Hp (ω) no transmissor incrementa as frequências mais altas (que tem potência
mais baixa) de m(t) antes da modulação. Esse ltro é chamado de ltro de preênfase.
O ruído entra no canal e portanto não passa pelo ltro de pré-ênfase. No entanto, ele passa
através do ltro de de-ênfase, que atenua as frequências mais altas, nas quais a potências do
ruído está concentrada.
Desse modo, o processo de pré-ênfase e de-ênfase deixa e sinal m(t) intocável mas reduz
consideravelmente a potência do ruído.
124
6.11.2 Receptor FM
A FCC atrtibuiu a faixa de frequências 88 a 108MHz para FM, com separação de 200KHz
entre estações adjacentes e desvio de frequência ∆f = 75KHz e 200KHz de largura de faixa.
Um receptor FM monofônico é idêntico ao receptor AM superheterodino, a frequência
intermediária é de 10,7MHz e o detector de envoltória é substituído por um PLL ou um
disciminador de frequência seguido por um ltro de deênfase.
As primeiras transmissões FM eram monofônicas. Transmissões estéreo, usando dois
canais de áudio, E (microfone esquerdo) e D (microfone direito), foram propostas mais
tarde.
O novo sistema tinha que ser compatível com o antigo, ou seja, o sistema antigo deveria
ser capaz de receber o sinal E + D e a largura de faixa total dos dois sinais E e D deveria
ocupar ainda 200KHz com ∆f = 75KHz .
Um transmissor e receptor FM estéreo é mostrado na Figura 6.29.
E + E+D (E+D)’
Σ Preênfase
+
+ 1
Piloto
+
2xf ~ Σ Modulador
FM
+
−
E−D (E−D)’ Modulador
Σ Preênfase
+ DSB−SC
D
O espectro em 1 é o seguinte:
E
(E−D)’ E+D +
FPF De−ênfase Σ
0−15 +
Demodulador Piloto
FPF 2xf
FM 10KHz
−
Demodulador D
FPF De−ênfase Σ
23−53 síncrono E−D +
(E−D)’cosωc t
O valor de pico mp do sinal m(t) ca praticamente inalterado de modo que ∆f permanece
praticamente o mesmo.
125
126
Capítulo 7
Modulação por Codicação de Pulsos
Os sinais podem ser transmitidos de forma analógica ou digital. Nos capítulos anteriores foi
vista a transmissão de sinais analógicos. Para que seja possível enviar os sinais no formato
digital eles devem ser convertidos do formato analógico para o digital, e para que isso seja
possível o sinal deve ser amostrado e quantizado, neste capítulo será estudado como essa
operação pode ser realizada.
1 2π
δTs (t) = [1 + 2 cos ωs t + 2 cos 2ωs t + 2 cos 3ωs t + ...], ωs = = 2πfs
Ts Ts
dessa forma
1
gs (t) = g(t)δTs (t) = [g(t) + 2g(t) cos 2ωs t + 2g(t) cos 3ωs t + ...] (7.1)
Ts
Para encontrar Gs (ω) podemos aplicar a transformada de Fourier em cada termo da
Equação acima. Observe que o primeiro termo é G(ω), o segundo termo é G(ω − ωs ) +
127
G(ω + ωs ), o terceiro termo é G(ω − 2ωs ) + G(ω + 2ωs ) e assim por diante, e que esses termos
são o deslocamento do espectro de G(ω) para ±nωs , o mesmo que é feito na modulação AM.
Isso signica que o espectro de Gs (ω) consiste de G(ω) repetido periodicamente com período
ωs = 2π/Ts , ou
∞
1 X
Gs (ω) = G(ω − nωs ). (7.2)
Ts n=−∞
como está representado na Figura 7.1
g(t) G( ω )
t
−2π B 2 πB ω
G (ω )
g (t) s
s
t −ω s ωs
−2π B 2 πB ω
−2 B
Figura 7.1: Representação do sinal g(t), seu espectro G(ω), do trem de impulsos δTs (t) e do
sinal gs (t) com o seu espectro.
Para reconstruir g(t) a partir de gs (t) devemos conseguir recuperar G(ω) de Gs (ω), isso
só será possível se não houver sobreposição dos espectros de Gs (ω), o que implica em
1
fs > 2B ou Ts <
2B
o valor fs = 2B é conhecido como taxa de Nyquist.
A reconstrução do sinal pode ser feita passando gs (t) por um ltro passa baixas de largura
de banda B Hz , pois observando a Equação 7.2 pode-se ver que o sinal Gs (ω) aplicado a um
ltro passa baixas eliminaria as componentes deslocadas de nωs , n 6= 0, passando somente
G(ω). O ltro com essa característica tem função de transferência
ω
H(ω) = Ts rect . (7.3)
4πB
Vamos analisar como a reconstrução do sinal ocorre no domínio do tempo. A resposta
ao impulso h(t), cuja função de transferência é dada pela Equação 7.3 é
h(t) = sinc(2πBt).
128
Observe que h(t) é zero para todos os instantes de amostragem (t = ±n/2B ) exceto em
t = 0. Quando gs (t) é aplicado a esse ltro a saída é g(t) pois como cada amostra em gs (t) é
um impulso na saída do ltro tem-se um pulso sinc cuja amplitude é proporcional a amostra,
como está representado na Figura 7.2. De uma forma geral
X
g(t) = g(kTs )h(t − kTs )
k
X
= g(kTs )sinc[2πB(t − kTs )]
k
X
= g(kTs )sinc(2πBt − kπ) (7.4)
k
que é conhecida como fórmula de interpolação que aproxima os valores de g(t) a partir das
amostas.
H( ω)
h(t)
Ts 1
−1 /
2π B ω 1/ t
−2π B 2Β 2Β
h(t)
1
Figura 7.2: Representação do sinal g(t), seu espectro G(ω) e, do trem de impulsos δTs (t) e
do sinal gs (t) com o seu espectro.
129
teoricamente não seria possível recuperar g(t) de gs (t). Este problema é conhecido como
aliasing.
Uma possibilidade para solucionar o problema do aliasing é ltrar o sinal g(t) antes que ele
seja amostrado. Essa ltragem conhecida como anti-aliasing deve eliminar as componentes
de frequências mais altas do sinal.
Outra diculdade é que o teorema foi demonstrado utilizando uma sequência de impulsos
para amostrar o sinal g(t), e como é sabido os impulsos também são sicamente irrealizáveis.
Entretanto, pode-se utilizar um trem de pulsos para obter as amostras de g(t), desde que a
frequência de Nyquist seja preservada. Para tanto, observe que um trem de pulsos sendo um
sinal periódico pode ser expresso como
∞
X 2π
pTs (t) = C0 + Cn cos(nωs t + θn ), ωs =
n=1
Ts
e
" ∞
#
X
gs (t) = g(t)pTs (t) = g(t) C0 + Cn cos(nωs t + θn )
n=1
∞
X
= C0 g(t) + Cn g(t) cos(nωs t + θn ) (7.5)
n=1
e o sinal amostrado gs (t) consiste de C0 g(t), C1 g(t) cos(ωs t+θ1 ), C2 g(t) cos(2ωs t+θ1 ) e assim
por diante. O termo desejado é c0 g(t) e os demais estão deslocados de nωs logo podem ser
eliminados pelo ltro.
Aplicações
O teorema da amostragem é muito importante na análise, processamento e transmissão de
sinais pois permite substituir um sinal contínuo no tempo por uma sequência de números
discretos. Esse fato abre a possibilidade de realizar o processamento digital do sinal e de
construir novas técnicas para comunicar sinais contínuos no tempo por trem de pulsos. Nesse
último caso, as amostras do sinal são utilizadas para modicar certos parâmetros de um trem
de pulsos periódicos. Pode-se variar a amplitude dos pulsos, obtendo a modulação conhe-
cida como modulação por amplitude de pulsos (PAM - pulse-amplitude modulation, a
largura dos pulsos obtendo-se a modulação por largura de pulso (PWM - pulse-width
modulation) ou a posição do pulso obtendo a modulação por posição do pulso (PPM
- pulse-position modulation) ou ainda a modulação por codicação do pulso (PCM -
pulse-code modulation). As três primeiras estão representadas na Figura 7.3 e a última será
tratada na próxima seção.
Como exemplo vamos analisar o PAM. Nessa modulação, as amplitudes dos pulsos regu-
larmente espaçados variam proporcionalmente aos valores das amostras de um sinal mensa-
gem contínuo, os pulsos podem ter formato retangular, como está representado na Figura 7.3
c) ou alguma outra forma apropriada.
130
g(t)
a)
t
b)
t
c)
d)
e)
Figura 7.3: Representação das modulações por pulso a) Sinail g(t), b) Portadora de Pulsos,
c) PAM, d) PWM e e) PPM.
Na Figura 7.3 pode-se observar o sinal mensagem m(t) e a sequência de pulsos retangu-
lares s(t). A geração do sinal PAM envolve duas operações:
Na terminologia de circuitos as operações acima são conhecidas como sample and hold
e a relação T /Ts como ciclo de trabalho. A razão para prolongar a duração de cada amos-
tra é evitar o uso de uma largura de banda excessiva, uma vez que a largura de banda é
inversamente proporcional à duração do pulso.
m(t)
s(t)
Ts
131
Um sinal PAM s(t) pode ser denido como
∞
X
s(t) = m(nTs )h(t − nTs )
n=−∞
sendo δ(t − nTs ) uma função delta deslocada no tempo. Portanto, convoluindo mδ com o
pulso h(t), tem-se
Z ∞
mδ (t) ∗ h(t) = mδ (τ )h(t − τ )dτ
−∞
Z ∞ ∞
X
= mδ (nTs )δ(τ − nTs )h(t − τ )dτ (7.7)
−∞ n=−∞
∞
X Z ∞
= mδ (nTs ) δ(τ − nTs )h(t − τ )dτ (7.8)
n=−∞ −∞
(7.9)
Portanto tem-se que o sinal s(t) é matematicamente equivalente à convolução de mδ (t) com
o pulso h(t), e pelas propriedades da transformada de Fourier tem-se
S(ω) = Mδ (ω)H(ω)
e como
∞
X
Mδ (ω) = fs M (ω − kωs )
k=−∞
tem-se
∞
X
S(ω) = fs M (ω − kωs )H(ω) (7.10)
k=−∞
132
7.2 Modulação por Codicação de Pulsos
Conhecida como PCM, do inglês Pulse-Code Modulation é a modulação em pulso mais utili-
zada. Basicamente, PCM é um método de converter um sinal analógico em um sinal digital
(conversão A/D). Para isso utiliza-se a amostragem e a quantização, isto é, uma aproxima-
ção dos valores das amostras para níveis pré-denidos. Considerando que as amplitudes do
sinal analógico m(t) (−mp , mp ), esse espaço é particionado em L sub-
variam no intervalo
intervalos, cada um de tamanho ∆v = 2mp /L, em seguida cada amostra é aproximada para
um dos L pontos que esteja mais próximo. O sinal obtido é chamado de digital.
Como exemplo observe a Figura 7.5, nela uma senóide de fequência Fc é amostrada com
uma freuqência fs ≥ 2fc em seguida são realizada duas quantizações distintas, um com
L = 2 e outra L = 4 níveis. Observe que para L = 2 a senóide é apromimada por um sinal
quadrado, e com L = 4 mesmo não sendo uma aproximação exata já tem-se um formato de
senóide.
s(t)
L=4
L=2
t t
133
7.2.1 Quantização
A quantização consiste em aproximar os valores das amostras para níveis pré-denidos. Para
isso vamos limitar a amplitude do sinal mensagem m(t) para o intervalo (−mp , mp ), caso o
pico de amplitide de m(t) seja maior que mp os valores acima serão xados em mp . Assim mp
não é um parâmetro do sinal mais do quantizador, em seguida divide-se o intervalo (−mp , mp )
em L subintervalos, cada um com ∆v = 2mp /L e os valores amostrados são aproximados
para o valor do intervalo que ele pertence. As amostras quantizadas são codicadas em
seguida transmitidas por pulsos binários. No receptor tenta-se recuperar o sinal transmitido
a partir das amostras.
Se m(kTs ) é a k -ésima amostra do sinal m(t), e m̂(kTs ) é a amostra quantizada corres-
pondente, então da fórmula de interpolação tem-se que
X
m(t) = m(kTs )sinc(2πBt − kπ)
k
e
X
m̂(t) = m̂(kTs )sinc(2πBt − kπ)
k
q(t) = m̂ − m(t)
X
= [m̂(kTs ) − m(kT s)]sinc(2πBt − kπ)
k
X
= q(kTs )sinc(2πBt − kπ) (7.11)
k
sendo q(kTs ) o erro de quantização na k -ésima amostra. O sinal q(t) é indesejado logo
é chamado de erro de quantização. Uma medida importante é a potência do erro de
quantização, ou seja
Z T /2
1
q 2 (t) = lim q 2 (t)dt
T ←∞ T −T /2
" #2
Z T /2
1 X
= lim q(kTs )sinc(2πB − kπ) dt (7.12)
T ←∞ T −T /2 k
sabendo que os sinais sinc(2πBt − mπ) e isnc(2πBt − nπ) são ortogonais tem-se
Z T /2
1
q 2 (t) = lim q 2 (t)dt
T ←∞ T −T /2
(7.13)
134
Os níveis de quantização são separados por ∆v = 2mp /L e como o erro de quantização
ocorre dentro de um desses intervalos, esse erro está entre (−∆v/2, ∆v/2). Assumindo que
o erro é equiprovável em qualquer dos intervalos, tem-se
Z ∆v/2
1
q 2 (t) = q 2 (t)dt
∆v −∆v/2
2
(∆v)
=
12
m2p
= . (7.14)
3L2
Assumindo que o erro de detecção do pulso no receptor é desprezível, o sinal m̂(t) pode
ser escrito como
m̂(t) = m(t) + q(t)
Considerando a potência do sinal mensagem como m2ˆ(t) pode-se denir uma relação sinal
ruído como
S m2ˆ(t)
= 3L2 (7.15)
N m2p
e como mp é a amplitude do sinal que o quantizador aceita e é um parâmetro do quantizador,
quanto maior esse valor menor a relação sinal ruído.
135
7.3.1 Largura de banda
Em PCM associa-se um grupo de n bits a cada um do L níveis de quantização, ou seja,
L = 2n ou n = log2 L.
Como o sinal m(t) limitado em B Hz requer no mínimo 2B amostras por segundo, necessita-
se de 2nB bits por segundo.Sabendo que uma largura de banda de 1Hz pode transmitir no
máximo duas peças de informação por segundo, necessita-se de
BT = nBHz
Entradas Saidas
x1(t) x1(t)
x2(t) x2(t)
x3(t) Canal x3(t)
Transmissão
xM(t) xM(t)
Se todas as entrada tem a mesma largura de banda B , o comutador deve girar a uma taxa
fs ≥ 2B de tal sorte que as amostras sucessivas de qualquer uma das entradas é espaçada
de Ts = 1/fs . O intervalo Ts contém uma amostra de cada entrada e é chamado de quadro.
Se existem M canais de entrada, o espaço de um pulso deve ser Ts /M , então o número total
de pulsos por segundos é
r = M fs ≥ 2M B
136
7.4.1 Sistemas de Modulação Digital
Vimos em capítulos anteriores que um sinal pode ser transmitido usando a modulação AM
ou em ângulo. Naquele momento, o sinal mensagem m(t) era analógico. Agora que já
sabemos como digitalizar um sinal vamos analisar como são realizadas as modulações com
sinais mensagens digitais.
Os sinais digitais são representados por sequências de zero e uns, se representarmos o
zero como ausência de sinal e um como presença de sinal e usarmos o sinal resultante para
modular uma portadora em amplitude teremos que, quando um zero tiver que ser transmitido
a presença da portadora e quando for o bit um a presença da portadora, como está ilustrado
na Figura 7.7. Esse tipo de modulação é chamado de chaveamente liga-desliga (OOK, do
inglês on-o keying) ou ainda como chaveamento de amplitude (ASK, do inglês amplitude-
shift keying.
1 0 1 1 0 1
Caso a representação seja polar, um é representado pelo pulso p(t) e zero por −p(t)
(ou vice-versa) o sinal modulado em amplitude terá o formato mostrado na Figura 7.8 e
será chamado de PSK - phase-shift keying. Quando os dados são enviados por variações de
frequência temos a modulação FSK - frequncy-shit keying.
Qualquer sinal modulado por um pulso em banda básica digital pode ser escrito como
A2
S(ω) = [Gi (ω − ωc ) + Gi (ω − ωc ) + Gq (ω − ωc ) + Gq (ω + ωc )]
4
sendo Gi e Gq os espectros de potência das componentes i e q respectivamente.
137
t
1 0 1 1 0 1
PSK
FSK
t
X
xi (t) = ak p(t − kD)
k
sendo ak a sequência de dígitos da fonte gerados com uma taxa r = 1/D. Assumindo que
os dígitos da fonte são equiprováveis, estatisticamente independentes e descorrelacionados
tem-se que
∞
X
Gi (ω) = σa2 r | P (ω) |2 +(ma r)2 | P (nr) |2 δ(ω − nr)
n=−∞
1 ω
| P (ω) |2 = 2
sinc2 .
r r
Vamos considerar inicialmente uma sinal M -ário ASK, que contém M −1 amplitudes
discretas e uma amplitude zero. Como nesse sinal não existe reversão da fase ou outras
variações, pode-se fazer a componente q igual a zero e a componente i como
X
xi (t) = ak p(t − kD), ak = 0, 1, ..., M − 1
k
M −1 M2 − 1
ma = e σa2 =
2 2
138
de onde tem-se que
M2 − 1 f (M − 1)2
S(ω) = sinc2 + δ(ω)
12r r 4
O espectro S(ω) da equação acima não é limitado em banda, porém contém maioria da
potência na faixa ωc ± 2πr/2 e outra parte da energia que cai inversamente proporcional a
| ω − ωc |2 , sugerindo que a largura de banda desses sinais é aproximadamente BT ≈ r.
Outra forma de enviar é usar a modualação em quadratura de amplitude (QAM - quadra-
ture amplitude modulation) que pode ser obtida transmitido os sinais em fase e quadratura,
ou seja se zermos
sendo
bi
q
ri = a2i + b2i e θi = tan−1
ai
139
140
Capítulo 8
Modulação Digital
Modulação em Fase
A informação é enviada pela mudança de fase da portadora. Como a fase varia entre 0≤
θ ≤ 2π , se quisermos enviar M informações distintas, nesse caso enviaremos k = log2 M bits,
serão usadas as fases θm = 2πm/M , para m = 0, 1, ..., M − 1. Como exemplo seja M = 2,
nese caso temos θ0 = 0 e θ1 = π .
A representação geral para uma modulação em fase M -ária é dada por
2πm
sm (t) = AgT (t) cos ωc t +
M
m = 0, 1, ..., M − 1, gT (t) o pulso cujo formato é escolhido para determinar as características
espectrais do sinal enviado e A é a amplitude do sinal enviado. Esse tipo de modulação é
chamado de PSK - Phase Shift Keying .
Quando gT é um pulso retangular, denido por
√
gT (t) = 2T, 0 ≤ t leqT
√
e fazemos A= Es temos
p 2πm
sm (t) = 2Es T cos ωc t +
M
Na Figura abaixo temos os sinais PSK para M =4
Vamos considerar esquemas de modulação cujo sinal mensagem é digital, denominadas
a partir desse ponto de modulação digital. Nesse esquemas, a inormação gerada pelo trans-
missor será amostrado na frequência de Nyquist, quantizada e seguida convertida para sua
repesentação binária, portanto a partir desse capítulo será considerado que o modulador
recebe a sequência de bits a ser transmitida e realiza a modulação de uma portadora com
esses bits.
Qualquer sinal modulado pode ser escrito no formato fase e quadratura da seguinte forma
141
sendo Ac , fc e θ constantes, xi (t) e xq (t) componentes que contêm a mensagem. Considerando
xi (t) e xq (t) estatisticamente independentes e ao menos um deles com média zero tem-se
A2c
S(f ) = [Xi (f − fc ) + Xi (f + fc ) + Xq (f − fc ) + Xq (f + fc )].
4
Para uma representação mais compacta, vamos denir uma representação passa baixa como
Xpb = Xi (f ) + Xq (f )
e então
A2
S(f ) = [Xpb (f − fc ) + Xpb (f + fc )]
4
P
Entretanto, xi (t) = k ak p(t − kD) sendo ak a sequência de dígitos da fonte gerada com
taxa r = 1/D e dai tem-se que
∞
X
Xi (f ) = σa2 r 2
| P (f ) | +(ma r) 2
| P (nr) |2 δ(f − nr)
n=−∞
1 f
| P (f ) |2 = D2 sinc2 f D = 2
sinc2
r r
M −1 2 M2 − 1
ma = e σa =
2 12
e assim
A2c (M 2 − 1) (f − fc ) (M − 1)2
S(f ) = sinc2 + δ(f − fc )
4 12r r 4
(M 2 − 1) (M − 1)2
2 (f + fc )
+ sinc + δ(f + fc ) (8.1)
12r r 4
142
4
−1
−2
−3
−4
0 20 40 60 80 100
sendo
Ik = cosφk e Qk = sin φk
143
1
r=1
0.9 r=5
0.8
0.7
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Figura 8.2: Parte positiva do espectro de um sinal OOK para r=1 r r=5 sem mostrar o
impulso em fc .
π(2ak + N )
φk = , ak = 0, 1, ..., M − 1
M
sendo N um valor inteiro, usualmente 0 ou 1.
Pode-se mostrar que
I k = Qk = 0, I 2 k = Q2 k = 1/2 e Ik Qj = 0
Como as componentes em fase e quadratura são estatisticamente independentes tem-se
r 1 f
Spb (f ) = 2 | P (f ) |2 = sinc2
2 r r
e
A2 1
2 (f − fc ) 1 2 (f + fc )
S(f ) = sinc + sinc .
4 r r r r
Observe na expressão acima que não existe o impulso, logo PSK é mais eciente do que
ASK.
144
1
r=1
0.9 r=5
0.8
0.7
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
X
s(t) = Ac cos(ωc t + θ + ωd ak t)p(t − kD)
k
X
xq (t) = ak sin(πrb t)p(t − kD)
X
= ak sin(πrb t)[u(t − kTb ) − u(t − kTb − Tb )] (8.4)
fazendo
Qk = (−1)k ak
145
e
p1 (t) = sin(πrb t)[u(t) − u(t − Tb )]
tem-se X
xq (t) = Qk p(t − kT b).
k
A2c 1 h
rb rb i
S(f ) = δ(f − fc − ) + δ(f − fc + ) − rb | P (f − fc ) |2
4 4 2 2
1 h rb rb i
2
+ δ(f + fc − ) + δ(f + fc + ) − rb | P (f + fc ) | (8.5)
4 2 2
e 2
2 1 f − rb /2 f + rb /2
| P (f ) | = sinc + sinc
4 ∗ rb2 rb rb
0.12
r=1
r=5
0.1
0.08
0.06
0.04
0.02
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Figura 8.4: Parte positiva do espectro de um sinal FSK para r=1 r r=5 sem mostrar os
impulsos.
Na Figura 8.5 tem o espectro do PSK e do FSK. Observe que FSK apesar de ter dois
impulsos tem bandas laterais mais baixas.
146
1
r=1
0.9
0.8
0.7
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Figura 8.5: Parte positiva do espectro dos sinais PSK e FSK para r = 1 sem mostrar os
impulsos.
147
148
Capítulo 9
Introdução a Codicação
Na transmissão digital os erros implicam em troca ou perda de bits. Uma forma de evi-
tar esses erros é codicar a informação para que seja possível detectar e corrigir erros na
seuquência recebida. Para isso usa-se os códigos controladores de erro que consistem, basi-
camente, na adição sistemática de bits redundantes que não transportam informação mais
tornam possível detectar e até corrigir erros ocorridos durante a transmissão.
Os códigos controladores de erro podem ser divididos em
• Códigos de Bloco
• Código convolucionais
149
Como exemplo, o número 0-19-511009-9 (ISBN do Lathi) é válido pois
1 × 0 + 2 × 1 + 3 × 9 + 4 × 5 + 5 × 1 + 6 × 1 + 7 × 0 + 8 × 0 + 9 × 9 + 10 × 9
= 0 + 2 + 27 + 20 + 5 + 6 + 0 + 0 + 81 + 90
= 231 = 0 (mod 11) (9.1)
Outro local onde se utiliza um código para vericação de erros no Brasil é no nosso
cadastro de pessoas físicas (CPF). O CPF é composto por onze algarismos, onde os dois
últimos são chamados de dígitos vericadores, ou seja, os dois últimos dígitos são criados a
partir dos nove primeiros. O cálculo é feito em duas etapas utilizando o módulo de divisão
11.
Para exemplicar melhor, iremos calcular os dígitos vericadores de um CPF imaginário,
por exemplo, 222.333.666-XX. Para gerar o primeiro dígito vericador vamos fazer a soma
2
X
ixi−9 mod 11
i=10
e o resultado é subtraido de 11 (se for menor que 2 vira zero), logo no exemplo acim o digito
vericador é 11 − 8 = 3. Para gerar o sgundo dígito vericador vamos fazer a soma
2
X
ixi−10 mod 11
i=11
e o resultado é subtraido de 11 (se for menor que 2 vira zero), logo no exemplo acim o digito
vericador é 11 − 3 = 8. E o CPF nal será 222.333.666-38
150
^
X Y Z X
Fonte Codificador Canal Decodificador
Nesta seção considerarmos que a sequência de símbolos da fonte são agrupadas em blocos
de tamanho k e que o codicador transforma cada um desses blocos em blocos de tamanho
n, acrescentando n−k bits de redundância, como está ilustrado na Figura 9.2. Esse tipo
de codicação é conhecido como código de bloco. Um parâmetro importante é a taxa do
código denida como
k
R=
n
pois nos dá uma indicação do quanto de redundância será inserido pelo código.
n
Observe que as palavras código pertencem a um conjunto de tamanho 2 e que desse
k
conjunto são escolhidas 2 palavras. Essa escolha é feita de modo a minimizar a probabilidade
de erro, para isso as palavras escolhidas tem o maior número de bits distintos possível. A
menor quantidade em que duas palavras código quaisquer é conhecida como distância do
código.
Duas palavras de um código com distância mínima d diferem dessa quantidade de bits,
logo, se tivermos t < d/2 − 1 erros podemos corrigir a palavra recebida, logo para corrigir t
erros deve-ser ter
dmin = 2t + 1.
Já para detectar t error necessitamos de
dmin = t + 1.
Portanto, Um código que detecte t erros é mais simples do que um que corrige t erros.
151
Exemplo 42 Seja
1 0 0 1 0 1
G= 0 1 0 0 1 1
0 0 1 1 1 1
então tem-se
Palava de informação Palavra código
000 000000
001 001110
010 010011
011 011101
100 100101
101 101011
110 110110
111 111000
Observe que em um código linear a soma de duas palavras código ainda é uma palavra
código, e que a palavra código composta de zeros sempre está presente no código.
Para os códigos lineares pode-se construir a matriz
H = [P T : Im ]
Observe que qualquer palavra que não seja do código, por exemplo r = c + e, gera um
vetor diferente de zero, ou seja
s = rH T (9.2)
= (c + e)H T (9.3)
= cH T + eH T (9.4)
= eH T (9.5)
152
Palava de informação Palavra código
000001 001
000010 010
... ...
100000 101
Erro Síndrome
000001 101
000010 110
Exemplo 45 000100 011
001000 001
010000 010
100000 100
153
154
Capítulo 10
Outros Tópicos
2. Um multiplicador
x(t) = AB
155
156
Capítulo 11
Filtro de Resposta Finita
∞
X
Hd (v) = Cn ejnπν
n=−∞
1 1
Z
Cn = Hd (ν)e−jπν dν (11.1)
2 −1
1 1
Z
= Hd (ν)(cos nπν − j sin nπν)dν (11.2)
2 −1
se Hd (ω) for uma função par, então
Z 1
Cn = Hd (ν) cos nπν, n ≥ 0
0
pois a integral sore Hd (ν) sin nπν e igual a zero. Além disso Cn = C−n .
A série acima tem um número innito de termos, o que é impossível de ser implementado,
logo deve-se truncar obtendo-se
Q
X
Hd (ν) = Cn ejnπν .
n=−Q
157
Façamos agora z = ejπν , então
Q
X
Hd (z) = Cn z n .
n=−Q
que tem como resposta ao impulso os coeciente C−Q , C−Q+1 , ..., CQ o que implica em um
sistema não causal, para contar essa situação podemos introduzir de Q amostras, obtendo
Q
X
−Q
H(z) = z Hd (z) = Cn z n−Q .
n=−Q
2Q
X
H(z) = hi z −i
i=0
1. Passa-baixas: C 0 = ν1 e
sin nπν1
Cn =
nπ
2. Passa altas: C 0 = 1 − ν1 e
sin nπν1
Cn = −
nπ
3. Passa faixa: C 0 = ν2 − ν1 e
158
Exemplo 46 Vamos determinar os coecientes de um ltro FIR com N = 11, uma frequên-
cia de amostragem de 10kHz, e uma frequência de corte fc = 1kHz .
Do item 1 temos que
fc
C 0 = ν1 = = 0.2
FN
sendo FN = fs /2 e
sin 0.2nπ
Cn = , n = ±1, ±2, ..., ±5
nπ
e
h0 = h1 0 = 0 h1 = h9 = 0.0468 h2 = h8 = 0.1009
h3 = h7 = 0.1514 h4 = h6 = 0.1009 h5 = 0.2
159