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ORDEM DOS CARTUXOS

André (...)
Wilsekerdson da Silva Oliveira

RESUMO
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PALAVRA-CHAVE
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O nascimento da ordem dos Cartuxos


Para o louvor da glória de Deus, Cristo, Verbo do Pai, tem através
do Espírito Santo, desde o início escolhido certos homens, a quem
ele haveria de conduzir à solidão e unir-se a si mesmo em amor
íntimo. (Prólogo dos estatutos da Ordem dos Cartuxos).

A ordem gloriosa Cartuxa iniciou-se pelo desejo ardente de um sacerdote


alemão de entregar a vida de forma radical a Deus, por amor a Jesus e ao Reino
dos Céus.
Em junho de 1084 quando Maestro Bruno foi conduzido com seis colegas
por Hugo1, Bispo de Grenoble, ao deserto de Chartreuse com o fim de estabelecer
ali um eremitério: um lugar retirado onde sua alma podia elevar-se livremente a
Deus, procurado, desejado e agradado sobre todas as coisas.
Em epifania, ao então bispo da cidade de Grenoble, o Senhor lhe deu a
ver sete estrelas que repousavam no deserto. São Hugo enxergava em padre Bruno,
este elã que lhe havia sido suscitado e confiou-lhe as terras no deserto chamada
Cartuxa. Ali, mais tarde, nasceria os primeiros traços da vida monástica semi-
eremita, na casa chama a Grande Cartuxa, a Grande Chartreuse2.

1Hugo de Cluny, dito o Grande, foi o sexto abade de Cluny desde 1049 até à sua morte. Foi uma das
figuras mais marcantes do seu tempo, vindo a ser canonizado pela Igreja Católica.
2 A Grande Chartreuse nome porque é conhecido o Monastère de la Grande-Chartreuse, é o

primeiro mosteiro e a casa-mãe da Ordem dos Cartuxos, criado em 1084 e situado na comuna
francesa de Saint-Pierre-de-Chartreuse, junto ao monte SOM, a norte de Grenoble, na Isère.
2

Padre Bruno, o grande maestro da ordem, e hoje santo da igreja católica,


vez que sua vida um desejo ardente em corresponder ao apelo de Deus por uma
profunda intimidade com o Senhor, que seria, por ele e seus companheiros,
alcançadas através de um profundo silencio, onde ali Deus lhe falaria ao coração.
Viveu com os monges companheiros, observando absoluto silêncio, a fim
do aprofundamento na oração e à meditação das coisas divinas, ofícios litúrgicos
comunitários, obediência aos superiores, trabalhos agrícolas, transcrição de
manuscritos e livros piedosos.
Esta ordem religiosa é conhecida como aquela que professa maior
austeridade no modo de vida dos seus membros e ao longo de toda a sua existência
manteve sempre o espírito de pobreza. Aos mosteiros da Ordem de São Bruno é
lhes dado o nome de "Cartuxas" e neles os monges3 e a monjas buscam uma maior
intimidade com Deus por meio da oração e da contemplação. A regra da Ordem de
São Bruno (ou dos Cartuxos) tomou por nome "Estatutos" e difere assim da Regra
de São Bento praticada por outras ordens monásticas.
Assim se formou primazia da vocação à Ordem Cartuxa, no qual, de
forma basilar a contemplação e a solidão.

O caminho Cartusiano
De forma hereditária àqueles que se sentiam profundamente atraídos pelo
estilo de vida suscitado por Deus àqueles homens, e que se deixaram seduzir por
Cristo, São Bruno deixou em forma de estatutos, ou seja, regras de vida, mesmo
que não os tenha escritos em vida, a forma normativa que a Grande Cartuxa deveria
traduzir-se para a Igreja e para o mundo. Apontou-lhe a contemplação como fim
último para uma vida de intimidade, e uma vida para agradar a Deus. Fala ele que, a
contemplação é “…descobrir a imensidão do amor”. E assim entendeu-se a ordem,
como figura do seu carisma de forma originária, pois para ele, a contemplação
pressupõe da parte humana a pureza de coração e a caridade.
Na contemplação avança-se no mistério divino, perscruta o coração da
Trindade e trilha-se um caminho de agradabilidade a Deus, por conhecer sua
vontade.

A tradição monástica chama a este fim a oração pura e contínua.


Os frutos da contemplação são: a liberdade, a paz, a alegria. “O Bonitas!
Oh Bondade!”, eram a exclamação de alegria que brotava do coração de Bruno.

3 Monge é "aquele que está separado de todos e unido a todos", segundo a noção que nos é dada
pelo mestre do ascetismo Evágrio o Pôntico.
3

Mas a unificação do coração e a entrada no repouso contemplativo supõem um


longo caminho. Os nossos Estatutos o descrevem da maneira seguinte:
Aquele que persevera firme na cela e por ela é formado, tende a
que todo o conjunto de sua vida se unifique e converta numa
constante oração. Mas não poderá entrar neste repouso sem ter-
se exercitado no esforço de duro combate, já pelas austeridades
nas que se mantém por familiaridade com a cruz, já pelas visitas
do Senhor mediante as quais a prova como ouro no crisol. Assim,
purificado pela paciência, consolado e robustecido pela assídua
meditação das Escrituras, e introduzido no profundo de seu
coração pela graça do Espírito, poderá já não só servir a Deus,
senão também unir-se a Ele. (Estatutos 3.2).

Para tanto, o convite da vida monástica é entrar no intimo do coração,


onde encontra-se Deus, para que ali seja se aura os frutos das virtudes e una os
monges em caridade profunda.
Não obstante, a solidão falava forte ao coração de Bruno, se tornando a
primeira característica essencial da vida e vocação cartuxa: a vocação à solidão, à
qual somos especialmente chamados. O monge Cartuxo procura a Deus na solidão.
Assim diz os estatutos:
A nossa principal aplicação e propósito consistem em nos dedicar
ao silêncio e à solidão da cela. Esta é a terra santa e o lugar
onde o Senhor e o seu servo conversam frequentemente como
dois amigos. É nela que muitas vezes a alma fiel se une ao Verbo
de Deus, a esposa convive com o Esposo, as coisas da terra se
ligam às do Céu, as humanas às divinas. », (Estatutos 4.1).

A solidão se vive a três níveis a separação do mundo, a guarda da cela e


a solidão interior, ou a solidão do coração.
Nos ensina São Bruno que, para uma vida interior deve haver uma
separação da vida agitada de um cotidiano, pois são coisas que roubam de Deus, e
não favorecem a interiorização do homem, o conhecimento de Deus e a pureza de
coração. Enquanto o monge disputar com o seu 'eu', suas sensibilidades, seus
pensamentos inúteis, seus desejos irreais, ainda não está centrado em Deus. É na
solidão que de fato ele experimenta a sua fragilidade e o poder do Espírito Santo e
onde aprende pouco a pouco «…o costume da tranquila escuta do coração, que
deixe entrar a Deus por todas suas portas e sendas. », (Estatutos 4.2).
Mesmo na vida solitária, o monge cartuxo é chamado a uma vida comum,
a conhecida vida comunitária, a exemplo dos apóstolos que tudo partilhavam e tudo
lhes era em comum.
A vida cartusina se norteia pelos princípios ensinados por Cristo, na
plenitude do mandamento: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de
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toda a tua alma e de todo o teu entendimento... e amarás o teu próximo como a ti
mesmo. Desses dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas (Mt 22, 37-
40).
No reconhecimento que Deus formou o homem para a vida em comum, e
ao entender que ninguém vai ao Céu sozinho, Bruno estatuou à ordem o desejo de
uma vida comunitária mesmo em meio à solidão, pois os dois aspectos estão unidos
indissoluvelmente. Este foi o rasgo genial de S. Bruno, inspirado pelo Espírito Santo:
ter sabido combinar desde o princípio uma proporção equilibrada de vida solitária e
de vida comum, de forma que a Cartuxa chegasse a ser uma comunhão de
solitários para Deus. Solidão e vida fraterna se equilibram mutuamente.
A beleza da vida comunitária, para a ordem se dá pela vivência da liturgia
cantada diariamente, nos espaciamentos que são os momentos vividos pelos
monges de longos passeios semanais, onde permiti-lhe o conhecimento mutuo e
partilha da vida cotidiana. Ali se vive a quebra do silêncio monástico.

No coração da Igreja e do mundo


Como regra e forma de vida, o cartuxo não escolhe a solidão para si
mesmo, mas sim por enxergar neste caminho a mais bela e íntima forma de unir-se
mais profundamente a Deus e ao homem. É entrando na profundidade de seu
coração que o Cartuxo chega a ser solitário, em Cristo, presente em todo o ser
humano. Faz-se solitário por querer ser solidário.
Por isso enxerga neste caminho dado por Deus um radical crescimento
da vicissitude da caridade, por se tornar solidário com o homem.
Os contemplativos estão no coração da Igreja. Cumprem uma função
essencial da comunidade eclesial: a glorificação de Deus. O Cartuxo se retira ao
deserto, antes de mais nada, para adorar a Deus, louvá-lo, contemplá-lo, deixar-se
seduzir por Ele, entregar-se a Ele, em nome de todos os homens. A Igreja lhe
encarregou-o de que, em nome de todos, seja uma alma de contínua oração.
No coração da Igreja, vivem eles um caminho de ascese, unindo-se aos
sacríficos de Cristo pela humanidade, para a Salvação do mundo. Assim o monge
da ordem vive em constante penitencia afim de mortificar-se para unir-se de forma
mais profunda a Cristo.

O chamado de Deus e a resposta do homem


Assim como toda a vocação, o chamado a ordem dos cartuxos nasce de
uma história única e irrepreensível de amor. Amor que conquista o amado, que
responde ao movimento único e aparente ao sublime Amor, em gratidão, por Deus e
pela humanidade.
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Não obstante, para os cartuxos, é Jesus quem convida alguns homens


para, por amor, o sigam na solidão da montanha para permanecer com Ele e
contemplar o esplendor do seu rosto.
Este chamado se faz a um ser humano livre. Deus propõe, não se impõe.
A vida contemplativa é pouco conhecida e frequentemente pouco apreciada; está
tão afastada e, às vezes, é tão contrária aos costumes do mundo moderno, que
poucos estão preparados para experimentar seu atrativo. Mas Deus, continua no
mundo suscitar santas vocações para o bem de seu povo e sua Igreja.
Para uma vida cartusiana, nada se afasta o primeiro atrativo que é esta
solidão, no desejo de perscrutar a Deus e conhecer seu íntimo, por Amor, e assim
consagrar toda a sua vida em favor do Reino dos Céus.
Neste contexto também inclui uma profunda devoção a Maria, Mãe dos
Cartuxos especial considerado como uma intermediária entre Deus e o homem, e ao
Cristo crucificado, como o símbolo supremo de amor: o filho de Deus, por amor para
com os homens oferece em sacrifício. Alcança-se o coração de Deus pela Santa
Mãe, que conduz o ser humano livre ao dia sem ocaso.
A Ordem dos Cartuxos é fiel há mais de nove séculos para o caminho
espiritual traçado por São Bruno e seus companheiros, é inteiramente dedicado à
pura contemplação de Deus, expressa em uma atmosfera de solidão e silêncio,
intercalados com momentos intensos de vida em comunidade.

Brasão e Lema
O Lema da Ordem "Stat Crux dum volvitur orbis" ("A Cruz permanece
intacta enquanto o Mundo dá sua órbita"), mas, não é o seguimento do carisma
oficial da ordem.
O emblema da ordem, atestada em documentos do século XIII, é muito
mais velho que o lema. Possui um globo encimado por uma Cruz cercada por sete
estrelas.
Com Humildade, as estrelas são muitas vezes colocados por baixo do
globo. Elas simbolizam Bruno e seus seis companheiros quando chegaram
em Grenoble, que foi anunciada por um sonho premonitório em que o Bispo São
Hugo relatou ter visto sete estrelas.
A abreviatura “O. Cart. Ordo Cartusiensis” é usado por pessoas de fora da
Ordem para designar a ordem dos Cartuxos ou seus membros. Este uso, está
na América desde o século XX, é contra a tradição diplomática da Ordem dos
Cartuxos que assinou simplesmente "fr. N. Chartreux" na íntegra. A Igreja e a Santa
Sé não sabia disso ainda em 1965. No Anuário Pontifício de 2000, há ainda
as letras duplas "Certosini" e "OC".
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REFERÊNCIAS

Deve ser descrita de acordo com a ABNT.

Se for obtido por livro, deve ser:


PELCZAR JUNIOR, J. M. Microbiologia: conceitos e aplicações. 2. ed. São Paulo:
Makron Books,. 1996.

Se for obtido por site, deve ser:


MORETTI, Isabella. “Regras da ABNT para TCC: conheça as principais normas”.
2017. Disponível em: <https://viacarreira.com/regras-da-abnt-para-tcc-conheca-
principais-normas>. Acesso em: 20/12/2017.

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