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Abnt NBR 213-1 (2000) PDF
Abnt NBR 213-1 (2000) PDF
Origem: NM 213-1:1999
ABNT/CB-04 - Comitê Brasileiro de Máquinas e Equipamentos
Mecânicos
NBR NM 213-1- Safety of machinery - Basic concepts, general
principles for design - Part 1: Basic terminology, methodology
Copyright © 2000,
Descriptors: Safety. Machine
ABNT–Associação Brasileira de Válida a partir de 29.02.2000
Normas Técnicas
Printed in Brazil/
Impresso no Brasil Palavras-chave: Segurança. Máquina 23 páginas
Todos os direitos reservados
Sumário
1 Objetivo
2 Referências normativas
3 Definições
4 Descrição dos perigos provocados pelas máquinas
5 Estratégia para a escolha das medidas de segurança
6 Apreciação do risco
Anexo A (informativo) Representação esquemática geral de uma máquina
Índice alfabético das palavras em português, espanhol e inglês
Prefácio nacional
A ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas - é Fórum Nacional de Normalização. As Normas Brasileiras, cujo
conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB) e dos Organismos de Normalização Setorial (ONS),
são elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos, delas fazendo
parte: produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros).
O Projeto de Norma MERCOSUL, elaborado no âmbito do CSM-06 - Comitê Setorial MERCOSUL de Máquinas e
Equipamentos Mecânicos, circulou para Consulta Pública entre os associados da ABNT e demais interessados, sob o
número 06:03-001-1.
A ABNT adotou, por solicitação do seu ABNT/CB-04 - Comitê Brasileiro de Máquinas e Equipamentos Mecânicos a nor-
ma MERCOSUL NM 213-1:1999.
A correspondência entre as normas listadas na seção 2 “Referências normativas” e as Normas Brasileiras é a seguinte:
Prefácio regional
O CMN - Comitê MERCOSUL de Normalização - tem por objetivo promover e adotar as ações para a harmonização e a
elaboração das Normas no âmbito do Mercado Comum do Sul - MERCOSUL, e é integrado pelos Organismos Nacionais
de Normalização dos países membros.
O CMN desenvolve sua atividade de normalização por meio dos CSM - Comitês Setoriais MERCOSUL - criados para
campos de ação claramente definidos.
Cópia não autorizada
2 NBR NM 213-1:2000
Os Projetos de Norma MERCOSUL, elaborados no âmbito dos CSM, circulam para votação nacional por intermédio dos Or-
ganismos Nacionais de Normalização dos países membros.
A homologação como Norma MERCOSUL por parte do Comitê MERCOSUL de Normalização requer a aprovação por con-
senso de seus membros.
Esta Norma foi elaborada pelo SCM 06:03 Sub-Comitê Setorial MERCOSUL de Máquinas - Ferramenta para Corte de
Metal do SCM 06 - Comitê Setorial MERCOSUL de Máquinas e Equipamentos Mecânicos.
Para estudo deste projeto de Norma MERCOSUL se tomou como texto base a norma:
EN 292-1:1991 - Safety of machinery - Basic concepts, general principles for design - Part 1: Basic terminology,
methodology
ISO/TR 12100-1:1992 - Safety of machinery - Basic concepts, general principles for design - Part 1: Basic
terminology, methodology
Esta Norma MERCOSUL possui um anexo de caráter informativo.
Introdução
Esta Norma foi elaborada para auxiliar os projetistas, os fabricantes e qualquer pessoa, ou organismos interessados, a in-
terpretarem as exigências essenciais de segurança no âmbito do MERCOSUL. A metodologia adotada prevê o es-
tabelecimento de uma hierarquia no processo de elaboração de normas, dividido em diversas categorias, para evitar a re-
petição de tarefas e para criar uma lógica que permita um trabalho rápido, facilitando a referência cruzada entre estas.
a) normas tipo A (normas fundamentais de segurança), que definem com rigor conceitos fundamentais, princípios de
concepção e aspectos gerais válidos para todos os tipos de máquinas;
b) normas tipo B (normas de segurança relativas a um grupo), que tratam de um aspecto ou de um tipo de dispositivo
condicionador de segurança, aplicáveis a uma gama extensa de máquinas, sendo:
- normas tipo B1, sobre aspectos particulares de segurança (por exemplo, distâncias de segurança, temperatura de
superfície, ruído); e
- normas tipo B2, sobre dispositivos condicionadores de segurança (por exemplo, comandos bimanuais, dispositivos
de intertravamento, dispositivos sensíveis à pressão, proteções);
c) normas tipo C (normas de segurança por categoria de máquinas), que dão prescrições detalhadas de segurança apli-
cáveis a uma máquina em particular ou a um grupo de máquinas.
O primeiro objetivo da NM 213-1 é o de fornecer aos projetistas, fabricantes, etc. uma estrutura e um guia de alcance geral
que lhes permitam produzir máquinas que sejam seguras, nas condições normais de utilização.
Em conjunto com as normas ENV 1070 e EN 414, é também destinada a definir uma estratégia para os redatores de nor-
mas de tipo C. Além disso, esta estratégia é também um guia útil para os projetistas e para os fabricantes de máquinas,
caso não exista a norma de tipo C; pode ainda auxiliar os projetistas a utilizar da melhor maneira as normas tipo B e a pre-
parar os dossiês de fabricação.
O programa de normas evolui continuamente, e algumas seções da NM 213-1, Partes 1 e 2, são agora o tema de normas
tipo A ou B em preparação. Quando existir uma norma de tipo A ou B, será acrescentada uma referência a esta Norma no
título da seção correspondente da NM 213-1 Partes 1 e 2.
Entenda-se que, sempre que uma outra norma tipo A ou uma norma tipo B cobrir uma seção específica da NM 213-1, Par-
tes 1 e 2, tal norma prevalecerá em relação a norma NM 213-1, Partes 1 e 2.
NOTA - Em particular, qualquer definição de um ou mais termos dada em outras normas tipo A ou tipo B1 e B2 prevalece em relação à de-
finição correspondente dada pela norma 06:03-001, Partes 1 e 2 .
Parte 1 - “Terminologia básica e metodologia”, que define a metodologia básica geral a ser seguida na elaboração de
normas de segurança para máquinas, e também a terminologia básica relativa à filosofia subjacente a este trabalho;
Parte 2 - “Princípios técnicos e especificações”, que aconselha quanto ao modo como esta filosofia pode ser aplicada
utilizando as técnicas disponíveis.
O objetivo geral da NM 213-1, Partes 1 e 2, é o de conseguir dar aos projetistas, fabricantes etc. a estratégia ou a estrutura
que lhes permitam ficar em conformidade com os critérios do MERCOSUL, da forma mais pragmática possível.
Recomenda-se que esta Norma seja incorporada em cursos de formação e em manuais destinados a transmitir aos pro-
jetistas a terminologia básica e os princípios gerais de projeto.
Cópia não autorizada
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1 Objetivo
A Norma MERCOSUL define a terminologia básica e especifica a metodologia destinadas a auxiliar os projetistas e os
fabricantes a integrarem a segurança no projeto de máquinas (ver 3.1) destinadas a uso profissional e não profissional.
Também pode ser aplicada a outros produtos técnicos que provoquem perigos semelhantes.
2 Referências normativas
As seguintes normas contêm disposições que, ao serem citadas neste texto, constituem requisitos desta Norma
MERCOSUL. As edições indicadas estavam em vigência no momento desta publicação. Como toda norma está sujeita a
revisão, se recomenda, àqueles que realizam acordos com base nesta Norma, que analisem a conveniência de usar as
edições mais recentes das normas citadas a seguir. Os organismos membros do MERCOSUL possuem informações so-
bre as normas em vigência no momento.
NM 213-2:1999 - Segurança de máquinas - Conceitos fundamentais, princípios gerais de projeto - Parte 2: Princípios
técnicos e especificações
EN 414:1992 - Safety of machinery - Rules for the drafting and presentation of safety standards
3 Definições
3.1 máquina: Conjunto de peças ou de componentes ligados entre si, em que pelo menos um deles se move, com os
apropriados atuadores, circuitos de comando e potência etc., reunidos de forma solidária com vista a uma aplicação de-
finida, tal como a transformação, o tratamento, a deslocação e o acondicionamento de um material.
Considera-se igualmente como “máquina” um conjunto de máquinas que, para a obtenção de um mesmo resultado, estão
dispostas e são comandadas de modo a serem solidárias no seu funcionamento.
3.2 confiabilidade: Aptidão de uma máquina ou de componentes, ou de equipamentos, para desempenhar sem avaria
uma função requerida, sob condições específicas e durante um dado período de tempo.
3.3 manutenibilidade de uma máquina: Aptidão de uma máquina para ser mantida num estado que lhe permita de-
sempenhar a sua função nas condições normais de utilização (ver 3.12), ou a ser adequada a essa condição, sendo as
ações necessárias (manutenção) realizadas segundo procedimentos e meios prescritos.
3.4 segurança de uma máquina: Aptidão de uma máquina, sem causar lesão ou dano à saúde, de desempenhar a sua
função, ser transportada, instalada, ajustada, sujeita a manutenção, desmontada, desativada ou sucateada, nas con-
dições normais de utilização (ver 3.12) especificadas no manual de instruções (e em certos casos, dentro de um dado pe-
ríodo de tempo indicado no manual de instruções).
3.5 perigo: Causa capaz de provocar uma lesão ou um dano para a saúde.
NOTA - Entende-se neste contexto que a palavra “perigo” é geralmente acompanhada por outras palavras que esclarecem, de modo pre-
ciso, a origem ou a natureza da lesão ou do dano para a saúde temidos, tais como: perigo de choque elétrico, perigo de esmagamento,
perigo de corte por cisalhamento, perigo de intoxicação etc. Os perigos provocados por máquinas são descritos na seção 4.
3.6 situação perigosa: Situação em que uma pessoa fica exposta a um ou a mais perigos.
3.7 risco: Combinação da probabilidade e da gravidade de uma possível lesão ou dano para a saúde, que possa acon-
tecer numa situação perigosa.
3.8 apreciação do risco: Avaliação global da probabilidade e da gravidade de uma possível lesão ou dano à saúde, que
possa acontecer numa situação perigosa, com vista a selecionar medidas de segurança apropriadas.
NOTA - A seção 6 trata da apreciação do risco.
3.9 função perigosa de uma máquina: Toda função de uma máquina que provoque um perigo quando em operação.
3.10 zona perigosa: Qualquer zona dentro e/ou em redor de uma máquina, onde uma pessoa fica exposta a um risco de
lesão ou dano à saúde.
NOTA - O perigo que provoca o risco considerado nesta definição:
- ou está presente em permanência durante o funcionamento normal da máquina (movimento de elementos móveis perigosos, arco
elétrico durante uma fase de soldagem etc.), ou então;
1 fabricação;
- montagem, instalação;
- ajustes.
3 utilização
- funcionamento;
- operação;
- limpeza;
- manutenção.
4 colocação fora de serviço, desmontagem e, na medida em que afete a segurança, desativação ou sucateamento;
b) elaboração do manual de instruções relativo a todas as fases da “vida” da máquina atrás mencionadas (com exceção
da fabricação), tratada em 5.5 da NM 213-2.
3.12 utilização prevista para uma máquina: A utilização a que se destina a máquina em conformidade com as indicações
dadas pelo fabricante, ou ainda a utilização que a concepção, a fabricação e o modo de funcionamento da máquina evi-
denciam como usual.
A utilização prevista compreende também o respeito das instruções técnicas expressas, especialmente no manual de ins-
truções (ver 5.5 da NM 213-2), considerando os maus usos razoavelmente previsíveis.
NOTA - No que diz respeito aos maus usos previsíveis, convém prestar particular atenção aos seguintes comportamentos, quando se pro-
cede à apreciação do risco:
- o comportamento anormal previsível que resulta de uma negligência normal, mas que não resulte da vontade deliberada de fazer um
mau uso da máquina;
- o comportamento reflexo de uma pessoa em caso de mau funcionamento, de incidente, de falha etc., durante a utilização da má-
quina;
- o comportamento resultante da aplicação da “lei do menor esforço” durante o cumprimento de uma tarefa;
- para determinadas máquinas (em particular para as máquinas de uso não profissional), o comportamento previsível de certas pes-
soas, tais como as crianças ou as pessoas deficientes. Ver 5.7.1.
3.13.1 funções de segurança críticas: Funções de uma máquina cujo mau funcionamento aumentará imediatamente o
risco de lesão ou de dano para a saúde.
a) As funções específicas de segurança que são funções críticas destinadas a garantir a segurança.
EXEMPLOS:
1 função que evita a partida inesperada/não intencional (dispositivo de intertravamento associado a uma proteção... );
b) As funções condicionadoras de segurança, que são funções críticas, distintas das funções específicas de segurança.
EXEMPLOS:
1 comando manual de um mecanismo perigoso com os dispositivos de proteção neutralizados durante as fases de
regulagem (ver 3.7.9 e 4.1.4 da NM 213-2);
2 controle da velocidade ou da temperatura, de forma a manter a máquina dentro de limites de funcionamento seguro.
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3.13.2 funções de apoio à segurança: Funções cuja falha não provoca imediatamente um perigo, mas a baixa do nível
de segurança. Delas fazem parte, em especial, a vigilância automática (ver 3.7.6 da NM 213-2) das funções de se-
gurança crítica (por exemplo, a vigilância automática do bom funcionamento de um sensor de posição num dispositivo de
intertravamento).
3.14 vigilância automática: Função de apoio à segurança graças à qual se desencadeia uma ação de segurança
quando diminui a aptidão de um componente ou de um elemento para garantir a sua função, ou quando se alteram de tal
modo as condições de funcionamento, de forma a resultar perigo.
- a vigilância automática “contínua”, que desencadeia imediatamente uma medida de segurança quando ocorre uma
falha;
- a vigilância automática “descontínua”, que desencadeia uma medida de segurança quando ocorre uma falha, durante
um ciclo posterior do funcionamento da máquina.
3.15 partida inesperada (não intencional): Partida que, dada a sua natureza imprevista, provoca risco para pessoas.
3.16 falha perigosa: Falha numa máquina, ou no seu sistema de alimentação de energia, provocando uma situação de
perigo.
3.17 segurança positiva: Situação teórica que seria conseguida se uma função de segurança ficasse inalterada no caso
de falha do sistema de alimentação de energia ou de qualquer componente que contribua para a realização dessa situa-
ção.
Na prática, aproximamo-nos tanto mais da realização dessa situação quanto mais reduzido for o efeito das falhas sobre a
função de segurança considerada.
3.18 redução do risco para o projeto: Medidas de segurança que consistem em:
- evitar ou reduzir o maior número possível de perigos, escolhendo convenientemente determinadas características de
projeto e;
- limitar a exposição de pessoas aos perigos inevitáveis ou que não possam ser suficientemente reduzidos; esta
condição consegue-se reduzindo a necessidade de intervenção do operador em zonas perigosas.
NOTA - A seção 3 da NM 213-2 trata da prevenção intrínseca.
3.19 medidas de proteção: Medidas de segurança que consistem no emprego de meios técnicos específicos chamadas
medidas de proteção (proteções de segurança) destinadas a proteger as pessoas contra os fenômenos perigosos que o
projeto não permita razoavelmente nem evitar, nem limitar suficientemente o projeto.
NOTA - A seção 4 da NM 213-2 trata das técnicas de proteção.
3.20 informações para a utilização: Medidas de segurança que consistem em mensagens tais como textos, palavras,
pictogramas, sinais, símbolos ou diagramas, utilizados separadamente ou associados entre si para transmitir informações
ao usuário. Destinam-se aos usuários profissionais e/ou aos usuários não profissionais.
NOTA - A seção 5 da NM 213-2 trata das informações para a utilização.
3.21 operador: A pessoa ou as pessoas encarregadas de instalar, fazer funcionar, de ajustar, de fazer a manutenção, de
limpar, de reparar ou de transportar uma máquina.
3.22 proteção: Parte da máquina especificamente utilizada para prover proteção por meio de uma barreira física. Depen-
dendo de sua construção, uma proteção pode ser chamada carenagem, cobertura, janela, porta, etc.
NOTAS
- associado a um dispositivo de intertravamento ou de intertravamento e bloqueio; neste caso, a proteção é assegurada qualquer que
seja a posição da proteção.
- quer por meio de elementos de fixação (parafusos, porcas etc.), que só permitem que o protetor seja removido ou
aberto com auxílio de uma ferramenta.
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3.22.2 proteção móvel: Proteção que se pode abrir sem utilizar ferramenta e que geralmente é ligado por elementos me-
cânicos (por exemplo, por meio de dobradiças) à estrutura da máquina ou a um elemento fixo próximo.
3.22.3 proteção ajustável: Protetor fixo ou móvel que é regulável no seu conjunto ou que contém parte ou partes re-
guláveis. A regulagem mantém-se inalterada durante determinada operação.
3.22.4 proteção com intratravamento: Proteção associada a um dispositivo de intertravamento (ver 3.23.1), de modo que:
- as funções perigosas da máquina “cobertas” pela proteção não podem operar enquanto a proteção não estiver fe-
chada;
- se a proteção é aberta durante a operação das funções perigosas da máquina, é dado um comando de desligamento;
- desde que a proteção esteja fechada, as funções perigosas da máquina “cobertas” pela proteção podem operar, mas o
fechamento da proteção não inicia por si só a operação de tais funções.
3.22.5 proteção intertravada de bloqueio: Proteção associada a um dispositivo de intertravamento (ver 3.23.1) e um dis-
positivo de bloqueio, tal que:
- as funções perigosas da máquina “cobertas” pela proteção não podem operar enquanto o protetor não estiver fechado
e bloqueado;
- o protetor permanece bloqueado na posição de “fechado” até que tenha desaparecido o risco de ferimento devido às
funções perigosas da máquina;
- quando o protetor está bloqueado na posição de fechado, as funções perigosas da máquina podem operar, mas o fe-
chamento e o bloqueio do protetor não iniciam por si próprios a operação de tais funções.
3.22.6 proteção com comando de partida: Proteção associada a um dispositivo de travamento (ou de bloqueio) (ver
3.23.1), de modo que:
- as funções perigosas da máquina “cobertas” pelo protetor não podem operar até que o protetor esteja fechado;
3.23 dispositivo de segurança: Dispositivo (diferente de uma proteção) que, por si só ou associado a uma proteção, eli-
mina ou reduz o risco.
3.23.1 dispositivo de intertravamento: Dispositivo mecânico, elétrico ou de uma outra tecnologia, destinado a impedir o
funcionamento de determinados elementos da máquina em certas condições (geralmente enquanto uma proteção não está
fechada).
3.23.2 dispositivo de validação: Dispositivo suplementar de comando acionado manualmente, utilizado juntamente com
um comando de arranque e que, quando acionado de modo permanente, permite o funcionamento de uma máquina.
3.23.3 dispositivo de comando de ação continuada: Dispositivo de comando manual que inicia e mantém em operação
os elementos de uma máquina apenas enquanto o órgão de comando é mantido ativado. Logo que se desative o órgão de
comando manual, este volta automaticamente à posição que corresponde à parada.
3.23.4 dispositivo de comando bimanual: Dispositivo de comando de ação continuada que, para iniciar e manter a ope-
ração de uma máquina ou de elementos de uma máquina, exige que pelo menos as duas mãos acionem simultaneamente
dois órgãos de comando, garantindo assim a proteção da pessoa que aciona os órgãos de comando.
3.23.5 dispositivo sensor: Dispositivo que provoca a parada de uma máquina ou dos elementos de uma máquina (ou
garante condições de segurança equivalentes) quando uma pessoa ou uma parte do seu corpo ultrapassa um limite “de
segurança”.
- de detecção mecânica: por exemplo, por meio de cabos, de sondas telescópicas, de dispositivos sensíveis à pressão
etc.;
- de detecção não mecânica: por exemplo, dispositivos fotoelétricos, dispositivos cujo meio de detecção pode ser
capacitivo, ultra-sônico etc.
3.23.6 dispositivo de retenção mecânica: Dispositivo que tem por função inserir num mecanismo um obstáculo mecânico
(cunha, veio, fuso, escora, calço etc.), capaz de se opor pela sua própria resistência a qualquer movimento perigoso (por
exemplo, à queda de uma corrediça no caso de falha do sistema de retenção normal).
3.23.7 dispositivo limitador: Dispositivo que impede uma máquina ou elementos de uma máquina de ultrapassar(em) um
dado limite (por exemplo, limite no espaço, limite de pressão etc.).
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3.23.8 dispositivo de comando por movimento limitado (passo a passo): Dispositivo de comando cujo acionamento
permite apenas um deslocamento limitado de um elemento de uma máquina, reduzindo assim o risco tanto quanto
possível; fica excluído qualquer movimento posterior até que o comando seja desativado e acionado de novo.
3.24 dispositivo inibidor/defletor: Obstáculo físico que, sem impedir totalmente o acesso a uma zona perigosa, reduz a
probabilidade do acesso a esta zona, restringindo as possibilidades de acesso.
4.1 Generalidades
O objetivo desta seção é o de identificar e descrever (pela sua natureza ou pelas suas conseqüências) os diversos pe-
rigos que uma máquina é suscetível de provocar, para facilitar a análise dos perigos que deve ser efetuada, em especial:
- quando do projeto de uma máquina;
- quando da elaboração de uma norma de segurança relativa a uma máquina;
O perigo mecânico que pode ser provocado por elementos de máquinas (ou pelas peças usinadas) é condicionado em
especial pela sua:
- forma: elementos cortantes, arestas vivas, peças de forma pontiaguda, mesmo quando imóveis ;
- posição relativa, que pode provocar zonas de esmagamento, de corte por cisalhamento, de arrastamento, de enro-
lamento, etc., quando estão em movimento, massa e estabilidade (energia potencial de elementos suscetíveis de se
deslocarem pela ação da gravidade);
- aceleração;
4.2.3 Dada a sua natureza mecânica também se incluem na subseção 4.2 em relação às máquinas, perigo de escorre-
gamento, de perda de equilíbrio e de queda de pessoas.
Este perigo pode causar lesões ou morte por choque elétrico ou queimadura; estes podem ser provocados:
- por contato de pessoas com:
- partes energizadas acidentalmente, em especial por causa de um defeito de isolamento (contato indireto);
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- por fenômenos eletrostáticos, tais como o contato de pessoas com partes energizadas;
- por radiação térmica ou por fenômenos tais como a projeção de partículas em fusão, e efeitos químicos de curto-cir-
cuitos, sobrecargas etc.
Também pode ocasionar quedas de pessoas (ou de objetos deixados por pessoas), como resultado do efeito de surpresa
provocado por choques elétricos.
- queimaduras, provocadas pelo contato com objetos ou materiais a uma temperatura extrema, por chamas ou ex-
plosões e pela radiação de fontes de calor;
- efeitos nocivos para a saúde provocados por um ambiente de trabalho quente ou frio.
- outros efeitos, tais como perturbações do equilíbrio, diminuição da capacidade de concentração etc.;
As vibrações podem transmitir-se por todo o corpo e, particularmente, às mãos e aos braços (utilização de máquinas
portáteis).
As vibrações mais intensas (ou as vibrações menos intensas durante um período longo) podem provocar perturbações
graves (perturbações vasculares, tais como o fenômeno conhecido como “dedos brancos”, perturbações neurológicas e
perturbações osteoarticulares, lombalgia e ciática etc.).
Estes perigos, cujas fontes são muito diversas, podem ser provocados por radiações ionizantes ou não ionizantes, quais
sejam:
- baixas freqüências;
- radiofreqüências e microondas;
- infravermelhos;
- luz visível;
- ultra-violeta;
- nêutrons.
Os materiais e as substâncias tratados, utilizados ou expelidos por máquinas e os materiais utilizados na fabricação de má-
quinas pode provocar diversos perigos, tais como:
- perigos resultantes do contato ou inalação de fluidos, gases, névoas, fumos e poeiras, tendo um efeito nocivo, tóxico,
corrosivo e/ou irritante;
- perigos biológicos (devidos por exemplo a fungos) e microbiológicos (devidos por exemplo a vírus ou bactérias).
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4.9 Perigos provocados pelo desrespeito aos princípios ergonômicos quando da concepção de máquinas
A não adaptação das máquinas às características e aptidões humanas pode manifestar-se por:
- efeitos fisiológicos que resultam, por exemplo, de posturas defeituosas, de esforços excessivos ou repetitivos, etc.;
- efeitos psicofisiológicos provocados por uma sobrecarga ou uma subcarga psíquica “stress” etc., devidos a ope-
ração, vigilância ou manutenção de uma máquina dentro dos limites da sua utilização normal (ver 3.12); e
- erros humanos.
Alguns perigos que, parecendo menores, quando considerados isoladamente, podem ser equivalentes a um perigo maior,
quando combinados uns com os outros.
As medidas de segurança são uma combinação das medidas incorporadas na fase de concepção e das medidas que de-
vem ser tomadas pelo usuário.
- conceber protetores e/ou dispositivos de proteção contra todos os riscos que não possam ser eliminados (ver 5.4);
NOTA - A estratégia preconizada nesta seção é interativa: são por vezes necessárias diversas aplicações sucessivas do pro-
cedimento esquematizado pela tabela 2, intercaladas por períodos de experimentação, para se conseguir um resultado satisfatório.
Ao utilizar esse procedimento, é necessário tomar em consideração:
- a segurança da máquina;
- a aptidão da máquina para desempenhar a sua função. e para ser regulada, ajustada e sujeita a manutenção;
Todas as medidas que possam ser incorporadas na fase de projeto são preferíveis às que são tomadas pelo usuário (ver
tabela 1).
A responsabilidade dos usuários no que se refere à aplicação das medidas destinadas a limitar os riscos residuais não é
coberta pela presente Norma.
Para que seja duradouro o funcionamento seguro da máquina, é importante que as medidas de segurança tomadas per-
mitam uma fácil utilização da máquina e não prejudiquem a sua utilização normal. O desrespeito deste princípio poderia
conduzir à neutralização das medidas de segurança para se conseguir uma utilização maximizada das possibilidades da
máquina (ver 5.7.1).
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Após identificação dos diferentes perigos que a máquina pode provocar (ver a seção 4), o projetista deve esforçar-se por
ponderar todas as situações que possam levar estes perigos a provocar lesões ou danos para a saúde. Com esta fi-
nalidade devem ser consideradas:
5.2.1 Ações realizadas por pessoas em todas as fases da “vida” da máquina listadas em 3.11.a)
b) a máquina não desempenha a função pretendida (mau funcionamento), devido a razões diversas em que se in-
cluem:
- variação de uma característica ou de uma dimensão do material trabalhado ou da peça usinada;
- falha de um (ou de vários) dos seus componentes ou dos circuitos a que ela está ligada;
- perturbações de origem externa (por exemplo, choques, vibrações, campos eletromagnéticos);
- um erro ou uma imperfeição na concepção (por exemplo, erros de “software”);
- a perturbação na alimentação de energia;
- a perda de controle da máquina pelo operador (especialmente nas máquinas portáteis).
5.2.3 Os casos previsíveis em que pode ser feito um mau uso da máquina (ver 3.12)
5.3 Eliminação dos perigos ou limitação do risco (redução do risco por projeto)
Pode-se atingir este objetivo suprimindo-os na totalidade ou reduzindo-os na medida do possível, separada ou simul-
taneamente, cada um dos dois fatores que determinam o risco (ver 6.2).
Todas as medidas técnicas que permitam atingir este objetivo contribuem para a prevenção intrínseca (ver seção 3 da
NM 213-2).
5.4 Proteção contra todos os perigos que não possam ser evitados ou suficientemente reduzidos de acordo com 5.3 (ver
seção 4 da NM 213-2).
É necessário informar e avisar os usuários quanto aos riscos residuais, isto é, contra os riscos para os quais as técnicas
de prevenção intrínseca e as técnicas de proteção não são - ou não o são na totalidade - eficazes (ver seção 5 da
NM 213-2); as informações e os avisos devem recomendar os procedimentos e os modos de operação destinados a
atenuar os perigos correspondentes, devem indicar se é necessária uma formação específica e se é necessária a
utilização de equipamento de proteção individual (ver 5.1.1 e 5.1.3 da NM 213-2).
Nesta fase, o projetista deve determinar se são necessárias medidas adicionais, tendo em vista situações de emergência
(ver 6.1 da NM 213-2) ou que possam simplesmente melhorar a segurança por meio de um efeito secundário da sua fun-
ção principal (ver 6.2 da NM 213-2); por exemplo, a facilidade de manutenção (manutenabilidade) também é um fator de
segurança.
5.7 Observações
O projetista deve determinar da forma mais completa possível os diferentes modos de operação da máquina e os
diferentes procedimentos de intervenção dos operadores. Desta maneira, podem ser associadas medidas de prevenção
apropriadas a cada um destes modos e procedimentos. Evita-se assim que os operadores, devido a dificuldades
técnicas, sejam levados a improvisar modos de utilização ou técnicas de intervenção perigosas (ver 3.12).
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Tabela 2 - Representação esquemática da estratégia para a escolha das medidas de prevenção integrada
1 2
Identificar os perigos e
Além de
avaliar todas as situações perigosas: seção 4
- os diferentes aspectos da relação e 1
“operador e máquina” (ver 5.2.1) subseção
- os estados possíveis da máquina (ver 5.2.2) 5.2 examinar a
- os maus usos previsíveis (ver 5.2.3) necessidade
de medidas
adicionais
sim
A seguir, proceder para cada situação perigosa
segundo a abordagem exposta nas
subseções 5.3 a 5.5 e esquematizadas abaixo
Provoca
novos
perigos?
não
sim
Perigo
evitável ?
Objetivo Prevenção
não intrínsica
alcançado
Medidas
Risco sim (Seção 3 da
adicionais
redutível? 0 NM 213-2)
(Seção 6
sim da
não não Segurança NM 213-2)
suficiente?
(*) Proteção
sim
Proteção (Seção 4 da
possível ? NM 213-2)
não (Seção 5 da
NM 213-2)
não
Segurança sim
suficiente ?
(*)
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6 Apreciação do risco
6.1 Introdução
Esta subseção destina-se a mostrar como e em que medida, para melhor escolher as medidas de segurança adaptadas a
cada tipo de perigo, se pode tornar mais racional o processo, habitualmente empírico, com que os projetistas aproveitam a
sua experiência para avaliar o risco numa dada situação.
NOTAS
1 Deve admitir-se que, cedo ou tarde, eventualmente um perigo existente numa máquina provocará uma lesão ou um dano para a saúde
se não for tomada nenhuma medida de segurança.
2 Uma máquina deve ser segura, como definido na seção 3.4 da presente norma. Contudo, a segurança absoluta não é um estado com-
pletamente acessível e portanto, o objetivo a atingir é o mais alto nível de segurança possível levando-se em conta o estado da técnica.
O estado da técnica define as limitações, incluindo as de custo, sujeitas a fabricação e a utilização da máquina. Os meios para atingir um
objetivo de segurança que são considerados aceitáveis com o estado da técnica numa determinada época, deixam de ser, quando o pro-
gresso permite tornar mais seguras as máquinas da geração seguinte ou permite conceber uma máquina diferente e mais segura para a
mesma aplicação.
3 O conceito de avaliação do risco destina-se a auxiliar os projetistas e os engenheiros de segurança a definirem as medidas mais apro-
priadas que lhes permitam conseguir o mais elevado nível de segurança possível de acordo com o estado da técnica e das limitações daí
resultantes.
Não se pode usar este conceito para reduzir o nível de segurança requerido para uma máquina, apenas com base em estatísticas que re-
velam um número pequeno de acidentes ou de acidentes de pouca gravidade. Em especial, a ausência de dados relativos a acidentes não
deve ser considerada automaticamente como uma presunção de baixo nível de risco e não deve, portanto, permitir medidas de segurança
menos severas.
O risco associado a uma dada situação ou a um processo técnico deriva da combinação dos seguintes fatores:
Esta probabilidade está ligada à freqüência dos acessos ou ao tempo de permanência de pessoas nas zonas perigosas
(ver 3.10), denominada exposição ao perigo;
Numa dada situação perigosa, a gravidade de lesão ou de dano para a saúde pode variar em função de numerosos fatores
que apenas podem ser parcialmente previstos. Quando se procede à avaliação do risco, deve-se considerar a lesão ou
dano para a saúde mais grave que pode resultar, de cada fenômeno perigoso identificado, mesmo que a probabili-
dade de ocorrência de tal lesão ou dano para a saúde não seja elevada.
Quando da concepção de uma máquina, a análise dos elementos técnicos e humanos de que depende cada um dos fato-
res de risco a) e b) referidos é muito útil para a escolha de medidas de segurança apropriadas.
NOTA - Convém lembrar que a avaliação do risco é quase subjetiva, salvo nos casos de determinados danos para a saúde causados, por
1)
exemplo, pelo ruído ou por substâncias tóxicas, de que foram quantificados alguns fatores. Contudo, freqüentemente é possível
comparar entre situações perigosas semelhantes, associadas a máquinas de tipos diferentes, desde que se disponha de dados suficientes
1)
sobre as circunstâncias em que ocorrem acidentes nessas situações e sobre os perigos em causa.
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/ANEXO A
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1)
Por exemplo, valor limite do tempo de exposição a um determinado nível de ruído, concentração máxima admissível de uma substância
tóxica na atmosfera (valor limite de exposição), etc.
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Anexo A (Informativo)
Representação esquemática geral de uma máquina
Interface operador/máquina
Órgãos de comando
Monitor manual
Advertencias/avisos
Dispositivos de
comando
Sstema de comando
Armazenamento e processamento lógico ou
analógico lógico ou analógico das informações
Sensores, dispositivos de
Interface segurança Pré-ainadores
operador/máquina contadores,
distribuidores, variadores
de velocidade, etc.)
Acionadores
(motores, cilindros)
Parte operativa
Protetores
Interface operador/máquina
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